Osteotomia lateral nasal com serra reciprocante

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Osteotomia lateral nasal com serra reciprocante
RELATO DE CASO
Osteotomia lateral nasal com serra reciprocante
Lateral nasal osteotomy with reciprocating saw
Gustavo Moreira Costa de Souza1, Sérgio Moreira da Costa2, Waldemar Chaves Nascimento Brandão Penna3,
Daniel Adriano Reis3, Rebeca Paohwa Liu3, Carla Salomão Auad3
RESUMO
ABSTRACT
A osteotomia nasal lateral com serra reciprocante pode
ser uma boa alternativa para o cirurgião, com menor trauma e mobilização óssea previsível dos ossos nasais. Este
trabalho visa relatar a utilização desta técnica em dois casos
de rinoplastia.
The lateral nasal osteotomy utilizing reciprocating nasal
saw blade can be a good alternative for the surgeon, resulting
in less trauma intensity and previsible nasal bone mobilization. This paper describes de utilization of the reciprocating
saw blade in two cases of nasal osteotomy.
Descritores: Nariz/cirurgia. Rinoplastia/métodos. Osteotomia/instrumentação.
Keywords: Nose/surgery. Rhinoplasty/methods. Osteotomy/instrumentation.
1.Membro efetivo da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilofacial (ABCCMF), Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP), Membro Assistente da Clínica de Cirurgia Plástica do
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil.
2.Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Membro titular fundador da ABCCMF, Membro Titular
da SBCP, Coordenador da Clínica de Cirurgia Plástica do Hospital Felício
Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil.
3.Médico Residente de Cirurgia Plástica do Hospital Felício Rocho, Belo
Horizonte, MG, Brasil.
Correspondência: Gustavo Moreira Costa de Souza
Rua Timbiras, 3642 – salas 504 a 506 – Belo Horizonte, MG, Brasil – CEP
30140-062
E-mail: [email protected]
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2012; 15(1): 45-6
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Souza GMC et al.
INTRODUÇÃO
Figura 3 – Caso 2. Paciente apresentando sequela de
trauma de face grave por acidente automobilístico.
A: Pré-operatório. B: Pós-operatório.
As osteotomias são práticas comuns no tratamento do dorso
nasal, sendo realizada de rotina por alguns cirurgiões. Podem ser
realizadas de diversas formas (“low to low”, “low to high”, em “L”,
“curva”, mediana, paramediana, oblíqua, por manobra de “infracture”, “outfracture”, etc.), dependendo da indicação de cada paciente1.
Como complicações das osteotomias destacam-se sangramento
(equimoses, hematomas, necessidade de tamponamento), laceração
da mucosa nasal, com consequente possibilidade da formação de
sinéquias, bem como osteotomias incompletas ou irregulares com
fragmentação óssea.
Giampapa e DiBernardo2 descreveram, em 1993, resultados
após 6 anos com a técnica da osteotomia lateral nasal com serra
reciprocante considerando-a interessante em casos de rinoplastia
secundária e trauma prévio. Avşar3 reportou o uso da mesma técnica
para remoção da giba. Cremos que essa possa se tornar um auxílio
importante, principalmente em rinoplastias mais complexas.
O objetivo deste artigo é relatar a utilização de serra reciprocante (Figura 1) na confecção de osteotomia nasal em dois casos
de rinoplastia.
A
B
rinoplastia reparadora com o uso de serra a essa paciente buscando
uma osteotomia mais segura, em decorrência da grande chance de
cominução com o uso do cinzel e martelo, pela instabilidade óssea.
Os dois pacientes evoluíram sem quaisquer intercorrência, como
sinéquias, sangramento ou equimoses.
Não foi utilizado tamponamento nasal em nenhum dos casos,
obtendo-se a mobilização óssea programada.
RELATO DOS CASOS
Caso 1 (Figura 2): PDP, 22 anos, apresentando deformidade
nasal (giba osteocartilaginosa) com queixa obstrução nasal
(respiradora bucal) e desproporção maxilomandibular. Essa
paciente recusou tratamento ortognático.
Caso 2 (Figura 3): MFP, 27 anos, apresentando sequela de
trauma de face grave por acidente automobilístico. Foi indicada
DISCUSSÃO
A utilização da serra reciprocante em osteotomia nasal lateral,
já descrita na literatura em trabalhos anteriores, pode determinar
osteotomias previsíveis e menos traumáticas que as osteotomias
convencionais com emprego de osteotomos e martelo, principalmente em casos secundários e em pacientes portadores de
sequelas de trauma com fraturas prévias3, como foi observado
no caso número 2.
Nos dois casos, a serra reciprocante não determinou mobilização óssea de imediato. Foi necessária a pressão manual do
cirurgião sobre os segmentos osteotomizados, para efetiva mobilização óssea.
É importante ressaltar que a osteotomia com serra deve se
estender ao longo de todo osso nasal, ultrapassando posteriormente
a margem orbital em direção ao osso etmoidal, de modo a diminuir
ao máximo a resistência óssea no momento da pressão manual e
evitar eventual fratura intermediária do segmento osteotomizado.
Figura 1 – Serra reciprocante.
CONCLUSÃO
Figura 2 – Caso 1. Paciente portadora de giba
osteocartilaginosa, com queixa obstrução nasal e desproporção
maxilomandibular. A: Pré-operatório. B: Pós-operatório.
A rinoplastia com utilização de serra reciprocante mostra-se
previsível, segura e reprodutível, com bons resultados em casos
primários e secundários.
REFERÊNCIAS
A
1.Rohrich RJ, Adams WP Jr. Nasal fracture management: minimizing
secondary nasal deformities. Plast Reconstr Surg. 2000;106(2):266-73.
2.Giampapa VC, DiBernardo BE. Nasal osteotomy utilizing dual plane
reciprocating nasal saw blades: a 6-year follow-up. Ann Plast Surg.
1993;30(6):500-2.
3.Avşar Y. Nasal hump reduction with powered micro saw osteotomy.
Aesthet Surg J. 2009;29(1):6-11.
B
Trabalho realizado na Clínica de Cirurgia Plástica do Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Artigo recebido: 8/1/2012
Artigo aceito: 15/3/2012
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2012; 15(1): 45-6
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