interferência de diferentes populações de nabo

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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
INTERFERÊNCIA DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE NABO NAS
CULTURAS DO TRIGO E TRITICALE
CONFORTIN, Renan¹;
[email protected]
DEMBOSKI, Jonatan¹;
[email protected]
DEVENS, Igor¹;
[email protected]
FAVERO, Larissa¹;
[email protected]
GUZZO, Carlos¹;
[email protected]
CAMILLO, Maristela Fiess²;
[email protected]
KARPINSKI, Luisete Andreis²;
[email protected]
MEIRELES, Ronaldo Bernardon.²;
[email protected]
OLIVEIRA, Franciele de²;
[email protected]
SEXTO, Paloma Alves da Silva²
[email protected]
TREVIZAN, Katia²
[email protected]
URIO, Elisandra A.²;
[email protected]
WEIPPERT, Rosângela M.²;
[email protected]
¹ Discentes do Curso de Agronomia, Nível VII 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso de Agronomia, Nível VII 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Muitas culturas podem ser cultivadas no inverno, a principal sem dúvida é o trigo, e a cultura do
triticale vem na carona, com aumento na área de semeadura. Todas as culturas são atingidas por muitas
interferências, sendo as plantas daninhas uma dessas. Durante o inverno muitas são as plantas daninhas, e uma
das principais que atacam essas culturas é o nabo. Diante disso se conduziu um estudo objetivando avaliar os
níveis de interferência que diferentes populações de nabo causam as culturs do trigo e do triticale. Foram
semeadas 18 de 17,5 m² para cada cultura, com 6 diferentes populações de nabo, no município de Getúlio Vargas
– RS. Foram analisadas nas culturas massa seca de raiz, massa seca de parte aérea, estatura de plantas, número
de espigas por 0,5 m², número de grãos por espigas peso de mil grãos e produção. A analise dos dados mostrou
que as variáveis massa seca de raiz e massa seca de parte aérea não apresentaram diferenças. As outras variáveis
apresentaram diferenças, sendo o nabo mais prejudicial ao trigo que ao triticale. Pode-se dizer que qualquer
população de nabo causa interferência no trigo, já o triticale pode até ser beneficiado pelo nabo. Não se sabe qua
população causa problemas ao nabo, e o estudo deve ser refeito para dados mais conclusivos.
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Palavras-chave: competição, planta daninha, densidade
ABSTRACT There are many cultures that can be grown in the winter season, but no doubt that wheat is the
most important, and nowadays triticale is coming as a good option, as the triticale’s sown area increases every
year. To grow these cultures efficiently the farmers must face some challenges as weed competition. Considering
that, this article is being developed to analysis the level of interference between different populations of wild
radish (Raphanus spp.) in triticale and wheat crops. Were sown 18 blocks of 17,5 square meters for each culture,
with six different populations of wild radish in Getulio Vargas City, RS, Brazil. Were analyzed the dry root
weight, dry plant weight, dry plant height, ears per ½ square meter, number of seeds per ear, thousand seeds
weight and production. Plant height and dry root height do not shown statistical difference, the other tree
variables affected both cultures. The wheat samples were affected by any population of wild radish while in
some cases triticale showed better results with wild radish.
Keywords: competition, plant weed, density
1 INTRODUÇÃO
Inúmeras são as culturas cultivadas durante o inverno, possibilitando aos produtores
uma segunda fonte de renda, ou até mesmo uma opção de manejo de solo e de plantas
daninhas. De todas as culturas, a que apresenta maior visibilidade é a do trigo, pois apresenta
mercado para destino e alta pesquisa acerca, mesmo que nos últimos anos, devido a
problemas com clima, política de preços e safras de verão com alta lucratividade fez com que
produtores repensassem a semeadura de trigo. A cultura do triticale é bem menos cultivada e
comentada que a cultura do trigo, porém por ser obtida através de cruzamento entre trigo e
centrio, é bastante semelhante nos tratos culturais (EMBRAPA, 2016).
Segundo o IBGE, em 2016 a produção brasileira deve atingir 6,4 milhões de
toneladas de trigo, ainda que com redução de 10,4 % na área semeada em relação ao ano de
2015, isso se deve muito as melhoras climáticas em relação ao ano anterior. Somente a região
Sul deve ser responsável pela produção de 90 % deste trigo. Segundo a CONAB, a
expectativa de plantio de triticale em 2016 é de 21,5 mil hectares com uma expectativa de
produção de 2.647 kg/hectare.
Durante o desenvolvimento as plantas passam por várias interferências que afetam ou
modificam seu desenvolvimento normal. As plantas daninhas podem ser consideradas uma
dessas interfêrencias. Com o desenvolvimento da agricultura e da sociedade humana, as áreas
de exploração foram crescendo e as plantas daninhas foram se tornando diversificadas e
altamente adaptáveis. Podemos definir como planta daninha aquela planta que interfere na
produção de interesse do humano, como por exemplo, a buva (Conyza canadiensis) na cultura
da soja (Glycine max), ou até mesmo o milho (Zea mays) na cultura da soja ( PITELLI, 2015).
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As plantas competem quando mais de uma planta utiliza dos mesmos recursos para
seu desenvolvimento, sendo esses recursos limitados. Esses recursos podem ser expressos por
água, luz, nutrientes (adubação) e CO² (AGOSTINETTO, et. al., 2008).
A competição entre plantas pode-se dar de duas formas: intraespecífica, quando as
plantas da mesma espécie estão competindo, isso pode ocorrer quando em uma lavoura errase a população ou o espaçamento; e interespecífica, quando a competição esta acontecendo
entre plantas de espécies diferentes, uma lavoura de soja com alta infestação de buva, ou uma
lavoura de trigo com alta nfetação de nabo, ou azévem (ZANINE, et.al., 2004)
Na competição interespecífica que se esta cultivando sofre interferência da forma de
crescimento e morfologia da cultivar, a população utilizada e o espaçamento utilizado. E a
planta daninha possui algumas relevâncias que as diferenciará, como a espécie, forma de
distribuição na área e densidade populacional. Além desses fatores ligados diretamente as
plantas, deve-se levar em conta os aspectos do clima, período de exposição de uma planta a
outra e tratos culturais realizados na área (KUVA, et. al., 2003).
As plantas apresentam dois locais de competição: abaixo e acima do solo. Acima do
solo a competição ocorre para captação de luminosidade. E abaixo do solo competem por
nutrientes e água e espaço para desenvolvimento das raízes. Esta última a mais importante,
pois com um bom sustentamento inicial e bom arranque, as plantas tendem a se desenvolver
com maior facilidade e aumentar a captura por nutrientes e água. Porém quando há
desenvolvimento de plantas competindo com plantas daninhas a lógica seria ocasionar nas
plantas desenvolvimento menor, causado pela falta de nutrientes (principalmente nitrogênio),
menor quantidade de água e exsudação de substâncias alelopaticas pelas raízes das plantas
daninhas (RIZZARDI, et. al., 2001)).
Normalmente os estudos apontam que quanto maior a população das plantas
daninhas maior será a competição com a cultura, e maior será os danos causados. Porém em
uma lavoura a população da cultura esta de acordo com aquela desejada pelo homem, e sendo
constante no total da área, já a população da planta daninha é inconstante, sendo dependente
do banco de sementes do solo (GALON, et. al., 2011).
A avaliação que geralmente se faz visualmente para identificação da competição
entre planta daninha e planta é estatura da planta durante seu desenvolvimento vegetativo, e a
diferenciação de produção quando em colheita (AGOSITNETTO, et. al., 2008).
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Dentre as plantas daninhas que se desenvolvem e afetam as culturas de inverno, uma
com grande incidência e facilmente visualizada a campo é o nabo (Raphanus spp.). É uma
excelente opção para cobertura verde e ciclador de nutriente, além de ser – quando na
população adequada – um descompactador de solo. Porém quando indesejado é uma planta
daninha que causa muitos prejuízos.
Rigoli et. al. (2008), afirmam que a cultura do trigo e a cultura do nabo competem
pelos mesmos tipos de recursos, mesmo não sejam da mesma família (trigo é da família
Poaceae e o nabo é da família Brassicaceae) e apresentam formas de desenvolvimento
diferentes. Concluem ainda que se cultivadas em populações iguais, a cultura do nabo seria
mais eficiente, pois apresenta melhor habilidade de competição.
Segundo Silva & Durigan (2006), em estudo realizado com a cultura do arroz,
quando a população das plantas infestantes for superior, maior será a competição que
ocorrerrá com as plantas da cultura em produção, porém no Brasil não se tem dados de qual
população apresenta maior interferência para as culturas de trigo e triticale. Desta forma, o
presente trabalho teve por objetivo avaliar os níveis de interferência que diferentes populações
de nabo causam às culturas de trigo e triticale.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na área experimental do Instituto de Desenvolvimento
Educacional do Alto Uruguai – faculdade IDEAU, Campus III, cidade de Getúlio Vargas/RS,
(coordenadas geográficas: -27°89’47” O; -52°20’68” S). O tipo de solo do local é latossolo
vermelho distrófico. O clima do local é subtropical CFa, com estações do ano bem definidas,
o inverno foi rigoroso, com temperaturas negativas e formação de geadas em vários dias. A
precipitação média dos últimos anos foi de 2401 mm.
Os tratamentos foram dispostos segundo o delineamento experimental completamente
casualizado com três repetições, onde será testado o nível de competitividade do nabo em
diferentes densidades com a cultura do trigo e do triticale, os testes serão distribuídos em seis
tratamentos. T1: 0 plantas/m²; T2: 2 plantas/m²; T3: 4 plantas/m²; T4: 8 plantas/m²; T5: 16
plantas/m²; T6: 32 plantas/m², corresponde a testemunha o T1. Cada tratamento possui
dimensão de 7 metros de largura X 2,5 metros de comprimento, totalizando 17,5 m² por
parcela.
Semeou-se a cultura do trigo na última semana de 2016, com uso de 350 sementes
viáveis por m² da cultivar LG Oro. A cultura do triticale foi semeada na primeira semana
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agosto de 2016, com uso de 330 sementes viáveis por m² da cultivar BRS 203 (Figura 1). As
sementes de ambas as espécies foram tratadas com inseticida Imidacloprid na dose de 3 ml/kg
de semente e fungicida Carboxina + Tiram na dose de 3 ml/kg de semente. A semeadura do
nabo foi realizada imediatamente após a semeadora realizar a semeadura do trigo e do
triticale. Foram contadas as sementes necessárias para cada parcela e utilizado 50 % a mais,
em caso de má germinação e falta de plantas necessárias, e então foram semeadas
manualmente dentro de cada parcela. Após a emergência das plantas foi realizado raleio
manual, deixando a quantidade de plantas de nabo esperada (Figura 1).
A
B
Figura 1 – A: Semeadura do triticale – ao lado área de trigo já emergida. B: Parcelas já
separadas, momento em que realizou-se o raleio das plantas de nabo.Foto: Demboski, J.
Getúlio Vargas – RS, 2016.
A adubação de base utilizada foi a mesma para ambas as culturas, sendo 350 kg/há de
adubo químico fórmula 12.30.18. A adubação de cobertura com nitrogênio também foi a
mesma, sendo utilizado 300 kg/há de uréia 45 % de N, dividida em duas aplicações (inicio do
afilhamento e inicio do alongamento).
Não foi utilizado nenhum tipo de herbicida para evitar interferência, e as demais
plantas daninhas foram eliminadas manualmente pelo mesmo motivo. Aplicou-se quando em
elongamento fungicida trifloxistrobina + tebuconazol na dose de 700 ml/há com adição de
óleo vegetal na dose de 500 ml/há para controle de doenças, e inseticida triflumurom na dose
de 80 ml/há para controle de lagartas. 20 dias após realizou-se aplicação de fungicida
trifloxistrobina + protioconazol na dose de 500 ml/há com adição de óleo vegetal na dose de
200 ml/há para controle de doenças, e inseticida tiametoxam + lamba-cialotrina na dose de
200 ml/há para controle de percevejos e pulgão. Após 20 dias realizou-se nova aplicação com
mesmos produtos e mesma dose da segunda aplicação.
As variáveis analisadas foram: estatura de planta: foram escolhidas 10 plantas por
parcela escolhidas ao acaso, com auxilio de uma trena, medindo desde a inserção da planta ao
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solo até o ápice com o limbo folhar distendido; massa seca de raiz: 10 plantas escolhidas ao
acaso, com uso de água o solo foi umedecido e as plantas foram arrancadas cuidadosamente,
separadas as raízes e secadas em estufa com temperatura constante de 65 ºC, após pesou-se a
massa das mesmas (Figura 3 e 4); massa seca da parte áerea: utilizada a parte aérea das
plantas que foram utilizadas para a massa seca de raiz, colocadas em estufa para secagem na
mesma temperatura, e após fez-se a pesagem; número de espigas por 0,5 m²: escolhido 0,5 m²
ao acaso e contado número de espigas; número de grãos por espiga: escolhidas 20 espigas por
parcela, ao acaso, e contado o número de grãos; peso de mil grãos: contados 1000 grãos e
realizada pesagem dos mesmos, a umidade dos grãos foi corrigida a 13 %; produção:
realizada colheita da parcela e feito transformação por hectare, foram descontados teores de
impureza e umidade corrigida a 13 %.
A
B
Figura 2 – A: lavagem das raízes. B: preparo das mesmas no laboratório, para secagem. Foto:
Devens, I.. Getúlio Vargas – RS, 2016.
As variáveis estatura de planta, massa seca de raiz, massa seca de parte áerea e número
de espigas por planta foram avaliadas quando plantas em florescimento pleno. A variável
número de grãos por espiga foi analisada quando a planta estava em maturação completa,
porém antes da colheita. As variáveis peso de mil grãos e produção foram analisadas após a
colheita.
Para análise estatística os dados foram agrupados para cada variável. Utilizou-se o
teste de Tukey, a 5% de probabilidade, com o programa Assistat.
3 RESULTADOS E ANÁLISE
A analise estatística dos dados obtidos indicou que o número de espigas de trigo foi
maior quando não havia plantas de nabo (Tabela 1). Já na cultura do triticale a diferença se
apresentou quando haviam quatro plantas de nabo por metro quadrado (Tabela 1). Analisando
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a estatura de plantas, tanto trigo quanto triticale apresentaram diferenças entre os tratamentos.
As variáveis massa seca de parte aérea e massa seca de raiz não apresentaram diferença
estatística. Rigoli et. al.,2011 também não encontraram diferença entre massa seca de raiz e
massa seca de parte aérea, porém as avaliações foram feitas em relação a produtividade.
Na cultura do trigo as plantas obtiverem no tratamento 1 menor estatura de plantas,
quando comparadas aos tratamentos 3 e 4. Nos tratamentos 2, 5 e 6 não houve diferenças. No
tratamento 1 não haviam plantas de nabo, as plantas de trigo não sofreram competição
interespecífica, e acima do solo não competiram por luminosidade, e mesmo assim obtiveram
menor estatura. A capacidade de um cultivar em distribuir as folhas no dossel uniformemente
e manter ângulo foliar favorável desde a implantação da cultura faz com que a planta
sombreie as plantas daninhas, acarretando num menor crescimento das daninhas
(BALBINOT, et. al., 2003). Agostinetto, et. al., (2008) encontraram resultados em que as
plantas de trigo diminuíram de estatura quando em competição com trigo e azevém, e
concluíram que esse aspecto que a competição por luminosidade pode ser o fator que ocasiona
maior limite nesta competição, quando comparado com a produtividade.
Para a cultura do triticale os tratamentos 2, 5 e 6 não diferiram entre si, o tratamento 1
apresentou maior estatura, o tratamento 4 apresentou menor estatura e o tratamento 3 ficou
com estatura mediana em comparação com os outros tratamentos. Não houve grande
diferença para a cultura do triticale em relação às populações de nabo, pois as estaturas foram
parecidas em todas os tratamentos. A estatura de plantas varia muito de ano para ano, pois a
características das plantas envolvidas (daninha e de interesse), a fertilidade do solo, a
precipitação, entre outros fatores são muito variados. Duarte, et. al., (1999) no estudo de
competição entre plantas de milho e plantas daninhas não encontrou diferença entre estatura
de plantas.
TABELA 1 – Estatura de plantas de trigo e triticale, expressas em cm, nos diferentes
tratamentos (plantas de nabo por m²), na safra 2016, em Getúlio Vargas – RS.
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Tratamentos
Trigo
Triticale
T 1 – 0 plantas/m²
83,53 b¹
87,73 a
T 2 – 2 plantas/m²
84,6 ab
81,33 bc
T 3 – 4 plantas/m²
87,63 a
83,5 ab
T 4 – 8 plantas/m²
87,0 a
77,46 c
T 5 – 16 plantas/m²
85,9 ab
79,73 bc
T 6 – 32 plantas/m²
84,83 ab
81,33 bc
C.V. (%)
5,19
8,98
¹Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
Para a variável número de espigas houve diferença significativa para a cultura do trigo
(Tabela 2). O tratamento 1 apresentou maior número de espigas em relação aos tratamentos 4,
5 e 6, e os tratamentos 2 e 3 não diferiram. Por consequência a produção será maior no
tratamento 1, que não havia plantas de nabo, pois apresenta maior número de espigas. Já para
a cultura do triticale a diferença foi entre os tratamentos 3 e 6, sendo que o tratamento 3
apresentou maior número de espigas. Os tratatamentos 1, 2, 4 e 5 não diferenciaram
estatisticamente. Fica visível também a diferença de número de espigas que apresentam trigo
e o triticale, sendo este último um número bem menor. Isso se deve as características das
cultivares, sendo que a cultivar de trigo apresenta maior afilhamento que a cultivar de
triticale.
TABELA 2 – Número de espigas de trigo e triticale por 0,5 m², nos diferentes tratamentos
(plantas de nabo por m²), na safra 2016, em Getúlio Vargas – RS.
Tratamentos
Trigo
Triticale
T 1 – 0 plantas/m²
225,33 a¹
109,0 ab
T 2 – 2 plantas/m²
221,0 ab
116,66 ab
T 3 – 4 plantas/m²
196,0 ab
124,0 a
T 4 – 8 plantas/m²
187,0 b
94,66 ab
T 5 – 16 plantas/m²
188,0 b
114,33 ab
T 6 – 32 plantas/m²
185,33 b
88,66 b
C.V. (%)
6,53
11,06
¹Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
As variáveis massa seca de raiz e massa seca da parte aérea não apresentaram
diferença estatística. Porém, conforme tabela 3, podemos analisar que para a cultura do trigo o
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tratamento em que não havia nenhuma planta de nabo apresentou diferença significativa de
peso, nas duas variáveis. Já para a cultura do triticale não houve grandes diferenças entre os
tratamentos.
TABELA 3 – Massa seca de parte aérea e massa seca da raiz obtido da média de 10 plantas,
expressos em gramas, nos diferentes tratamentos (plantas de nabo por m²), na safra 2016, em
Getúlio Vargas – RS.
Tratamentos
Massa seca parte aérea
Massa seca raiz
Trigo
Triticale
Trigo
Triticale
T 1 – 0 plantas/m²
70,33 a¹
26,86 a
24,24 a
10,04 a
T 2 – 2 plantas/m²
47,37 a
25,59 a
12,12 a
7,95 a
T 3 – 4 plantas/m²
49,47 a
28,39 a
19,37 a
9,03 a
T 4 – 8 plantas/m²
57,45 a
23,19 a
18,83 a
5,91 a
T 5 – 16 plantas/m²
48,46 a
24,00 a
12,75 a
6,45 a
T 6 – 32 plantas/m²
52,71 a
23,37 a
16,38 a
5,53 a
C.V. (%)
21,77
15,16
28,60
24,35
¹Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
Em uma análise de todas as variáveis podemos dizer que a cultura do trigo apresentou
mais interferência das plantas de nabo que a cultura do triticale. Mesmos dados encontrados
por Rigolli et. al. (2008), em que o nabo apresentou maior competitividade em relação ao
trigo ocorrendo danos à cultura. Mesmo por serem de famílias diferentes, e por se pensar que
ocupariam nichos diferentes, as culturas do nabo e do trigo competiram pelos mesmos
nutrientes e espaços. Neste mesmo estudo, os autores notaram que não houve diferença de
crescimento entre as plantas, o que explica as plantas de trigo ficarem com estatura menor no
tratamento 1.
Na cultura do triticale em todas as variáveis houve diferenças, porém não por
influência da população de nabo. Nota-se em todas as variáveis que as diferenças se deram em
diferentes populações, como no caso do número de espigas que o melhor resultado foi com a
população de 8 plantas de nabo/m². Ou seja, a diferença pode ter se dado por melhor
fertilidade da parcela, plantas que tiveram maior afilhamento. Yamuti et. al. (2011)
concluíram que a cultura do triticale é mais competitiva que a cultura do nabo, e que as vezes,
pode até ser beneficiado pela cultura do nabo. Isso se deve muito a população em que as
plantas se ocupam, pois em lavouras geralmente as plantas daninhas ocorrem com maior
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população que as plantas cultivadas, então tem-se a falsa sensação que a planta daninha é
mais competitiva, o que na realidade não ocorre (BIANCHI, et. al.. 2006).
Na cultura do trigo nota-se que todas as variáveis, com excessão da estatura caíram
muito do tratamento 1 para os outros (Figura 3). Enquanto que na cultura do triticale as
variáveis demonstraram altos e baixos entre os tratamentos (Figura 4). As variáveis não estão
expressas em unidades, apenas para visualização.
Figura 3 – Variáveis analisadas na cultura do trigo, em competição com diferentes populações
de nabo, na safra 2016, em Getúlio Vargas – RS.
Figura 4 – Variáveis analisadas na cultura do triticale, em competição com diferentes
populações de nabo, na safra 2016, em Getúlio Vargas – RS.
4 CONCLUSÃO
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A cultura do trigo sofreu mais interferência das plantas de nabo que a cultura do
triticale. Estatura de planta e número de espigas apresentaram diferenças significativas, massa
seca de raiz e massa seca da parte aérea não tiveram diferenças estatísticas. Em algum
momento pode-se dizer que a cultura do triticale apresenta beneficiamento pela cultura do
nabo. Já para a cultura do trigo qualquer população, por menor que seja, apresenta danos,
visto que a diferença de nenhuma planta de nabo por metro quadrado para duas foi
significativa.
O trabalho deve ser refeito outras vezes para dados mais conclusivos. Para a cultura do
triticale é aconselhável realizar tratamentos com populações maiores que as utilizadas no
experimento, para detectar a partir de que população a cultura é atingida e causará perdas
significativas.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 12
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