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Lima CL, et al.
Queixas Psicológicas Relacionada com as Disfunções Vestibulares em Pacientes Atendidos em
um Ambulatório de Reabilitação Vestibular
Psychological Complaints Related to the Vestibular Dysfunctions in Patients Treated at an
Outpatient Clinic for Vestibular Rehabilitation
Crislaine Leão de Limaa; Méres Balaguer Cutoloa; Camila Paulinob; Priscila da Veiga Betonia;
Monique Vieira de Souzaa; Viviane de Souza Pinho Costab*
a
Universidade Norte do Paraná, Curso de Fisioterapia, Londrina. PR, Brasil.
Universidade Norte do Paraná, Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação. Londrina, PR, Brasil.
*E-mail: [email protected]
b
Resumo
As vestibulopatias associadas às queixas psicológicas causam prejuízos significativos nas habilidades físicas, aspectos sociais e psicoemocionais
das pessoas acometidas, o que interfere diretamente na capacidade motora com resultados negativos e limitações funcionais. O estudo apresentou
como objetivo descrever a relação das queixas psicológicas relatadas e associadas ao quadro de disfunção vestibular de pacientes submetidos
ao tratamento de Reabilitação Vestibular (RV) atendidos em um Ambulatório Multidisciplinar de Vestibulopatia. Apresenta-se como um estudo
observacional descritivo do tipo retrospectivo, para avaliar a relação dos dados clínicos e queixas psicológicas dos pacientes acometidos por
disfunções vestibulares, com o levantamento de informações contidas nos prontuários de pacientes adultos jovens e idosos, encaminhados
pelas Unidades Básicas de Saúde e por médicos otorrinolaringologistas do município de Londrina, que foram submetidos ao tratamento de
RV e atendidos em um Ambulatório Multidisciplinar de Vestibulopatia na região norte do estado do Paraná. O estudo caracterizou-se por
maioria feminina (78,7%), com média de idade de 62,31 anos (±13,55). E os resultados relacionados foram: 87,2% dos pacientes relataram
ansiedade, 85,1% angústia, 76,6% depressão, 70,4% distúrbios da memória e 76,6% medo. Os sinais e sintomas clínicos mais relatados
foram desequilíbrio (80,85%), zumbido (63,82%) e a vertigem (61,7%). Conclui-se a importância da abordagem multidisciplinar, incluindo
os profissionais Psicólogos para o acompanhamento dos pacientes com vestibulopatias, visto que as queixas psicológicas fazem parte dos
relatos e das associações medicamentosas dos pacientes admitidos nos Ambulatórios de Vestibulopatias para otimizar os efeitos de melhora
das intervenções de reabilitação vestibular.
Palavras-chave: Queixas Psicológicas. Vestibulopatia. Reabilitação Vestibular. Vertigem. Tontura.
Abstract
The vestibular disorders associated with psychological complaints cause significant losses in physical abilities, social and psycho-emotional
aspects of affected people, which directly affects the motor skills with negative and functional limitations. The study had as objective to describe
the relationship of the reported psychological complaints and associated with vestibular dysfunction frame of patients undergoing treatment
Vestibular Rehabilitation (VR) attended in a Multidisciplinary Outpatient Vestibulopathy. It is presented as a descriptive observational study of
retrospective type, in order to assess the relationship of clinical and psychological complaints of patients suffering from vestibular dysfunction,
with the collection of information contained in the records of young adults and elderly patients referred by the Basic Units Health and
otolaryngologists doctors in the city of Londrina, who were submitted to VR attending in a Multidisciplinary Outpatient Vestibulopathy in the
region of north of Paraná state. The study was characterized by a female majority (78.7%) with a mean age of 62.31 years (±13.55). And the
related results were: 87.2% of patients reported anxiety, 85.1% anguish, depression 76.6%, 70.4% memory disorders and 76.6% fear. The signs
and symptoms reported more were clinical balance (80.85%), ringing (63.82%), and vertigo (61.7%). The conclusion is the importance of a
multidisciplinary approach, including psychologist professionals for monitoring patients with vestibular disorders, since the psychological
complaints are part of the reports and of the combination therapy of patients admitted in the Outpatient Vestibulopathies, in order to optimize
the effects of improved interventions in vestibular rehabilitation.
Keywords: Psychological Complaints. Vestibular Disorders. Vestibular Rehabilitation. Vertigo. Dizzines.
1 Introdução
As vestibulopatias compreendem as doenças que ocasionam
alteração do equilíbrio corporal, podendo ter origem periférica
ou central1,2. Quando são causadas por desordens no sistema
vestibular – labirinto e/ou nervo vestibular – são denominadas
vestibulopatias periféricas. Representam a maior parte
dos casos de alterações do equilíbrio. Quando a origem da
vestibulopatia está em disfunções acima do nervo vestibular,
em núcleos, vias e inter-relações no sistema nervoso central,
ela é chamada de vestibulopatia central3,4.
Muitas vezes as vestibulopatias são incapacitantes, tendo
Rev. Equilíbrio Corporal Saúde, v.7, n.2, p.37-0, 2015
grande impacto no dia a dia e na produtividade da pessoa
acometida. Dessa forma, um diagnóstico preciso das causas
da tontura diferenciando entre causas centrais e periféricas é
fundamental para avaliação e tratamento dos pacientes5.
Os sintomas relacionados às vestibulopatias são tontura,
vertigem, zumbido, nistagmo, desequilíbrio corporal,
quedas ocasionais e alterações emocionais como ansiedade,
depressão e medo, podem estar presentes em caso de lesões
do sistema vestibular1. Além disso, hipoacusia, manifestações
neurovegetativas como náuseas, vômitos, sudorese, palidez,
taquicardia e outras, pré-síncope, síncope, distúrbios da
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Queixas Psicológicas Relacionada com as Disfunções Vestibulares em Pacientes Atendidos em um Ambulatório de Reabilitação Vestibular
memória, dificuldade de concentração e perturbações visuais
também são comuns6-8.
O comprometimento por algum tipo de vestibulopatia é
a sétima queixa mais encontrada em mulheres e a quarta em
homens. Atinge 61% das mulheres e 47% dos homens com
mais de 70 anos. É mais comum após os 65 anos e a segunda
queixa antes dos 65 anos, e de 50 a 60% dos idosos que vivem
na comunidade possuem alguma disfunção vestibular9.
As lesões do sistema vestibular podem ter diversas causas,
incluindo infecções, doenças vasculares, neoplasias, acidente
vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico, desordens
metabólicas, disfunção hormonal ovariana, drogas tóxicas,
doença autoimune, intolerância ortostática, doenças de
etiologia desconhecida e envelhecimento. Também pode estar
relacionada a causas como pós-cirurgia geral ou otológica,
otite média crônica, distúrbios psíquicos (transtorno da
ansiedade e do humor), inatividade prolongada, surdez súbita,
surdez congênita, tumor do ângulo ponto cerebelar, enxaqueca
e síndrome plurimetabólica10.
As vestibubulopatias periféricas compõem-se por:
Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB),
Labirintopatias Metabólicas, Tontura de Origem Cervical,
Cinetose, Migrânea Vestibular, Vertigem Postural Fóbica,
Neurite Vestibular e Síndrome de Meniére10.
Há uma forte relação entre e vertigem e as queixas
psicológicas, que são angústia, ansiedade, medo, depressão e
distúrbio de memória, estes são os sintomas mais relatados
pela literatura científica atual. Para Paiva e Kuhn11 os sintomas
psicológicos, como ansiedade e angústia podem ser causas,
consequências ou podem coexistir com as crises de vertigem.
As queixas psicológicas são frequentes nas disfunções
vestibulares, sendo os relatos do aspecto emocional
relacionado à ansiedade o mais comum. Há relação entre a
ansiedade e o equilíbrio, pois os distúrbios do equilíbrio e os
transtornos da ansiedade dividem circuitos centrais neurais.
Esses circuitos estão sobre uma rede de núcleo parabraquial,
local em que há a convergência do sistema vestibular e
processamento da informação visceral, envolvendo também,
sintomas de evitação, ansiedade e medo12.
Um dos tratamentos preconizados para as vestibulopatias
é a Reabilitação Vestibular - RV, que consiste em uma terapia
que acelera os mecanismos de recuperação funcional do
desequilíbrio, a adaptação, a habituação e a substituição,
por meio de exercícios físicos específicos e repetitivos, que
ativam os mecanismos de plasticidade neural do sistema
nervoso central - SNC, pois quando na presença de lesão,
realiza recuperação funcional do desequilíbrio corporal por
meio da neuroplasticidade, este mecanismo é chamado de
compensação vestibular13.
A evolução completa do paciente pode ser associada com
a psicoterapia; segundo Gurgel et al.12, os fatores emocionais
podem afetar o equilíbrio e o resultado da fisioterapia, pois
o tratamento dado ao paciente vertiginoso pode ser mais
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influenciado pelo sofrimento e comportamento da doença do
que pela gravidade da disfunção vestibular.
Ressalta-se, então, a importância do tratamento desses
pacientes por uma equipe multidisciplinar de profissionais
que se voltem para minimizar os sinais e sintomas clínicos
apresentados pelas pessoas acometidas pelas disfunções
vestibulares em acompanhamento com o tratamento da
RV, como no caso dos profissionais de áreas da Psicologia.
O tratamento multidisciplinar com o enfoque associado
ao controle das queixas psicológicas poderá contribuir na
melhora global do paciente, além das positivas influências
na melhora dos sinais e sintomas clínicos primários como
as crises intensas de vertigem e/ou tonturas, dos sintomas
neurovegetativos, dos desajustes posturais do equilíbrio
corporal, das alterações das atividades diárias da vida, dos
aspectos psicossociais e, contudo, da qualidade de vida destas
pessoas.
Portanto, este estudo teve como objetivo identificar
as queixas psicológicas relatadas associadas ao quadro de
disfunção vestibular de pacientes submetidos ao tratamento
de Reabilitação Vestibular atendidos em um Ambulatório
Multidisciplinar de Vestibulopatias.
2 Material e Métodos
Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo
retrospectivo, por meio do levantamento de informações
contidas nos prontuários de pacientes adultos jovens e idosos
com diagnóstico de disfunção vestibular, encaminhados
pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e por médicos
Otorrinolaringologistas do município de Londrina, que foram
submetidos ao tratamento de Reabilitação Vestibular em
um Ambulatório Multidisciplinar de Vestibulopatia de uma
instituição privada de ensino superior no estado do Paraná, no
período de intervenção de 2014 e 2015.
As variáveis do estudo foram coletadas de um formulário
de avaliação amplo de informações individuais, idealizado
pelos docentes responsáveis pelo Ambulatório como: idade,
gênero, profissão, diagnóstico clínico, queixas principais
associadas aos distúrbios neurovegetativos e psicológicas,
medicamentos, duração média dos sintomas, periodicidade
das crises, sintomas associados e qualidade de sono dos
pacientes autorrelatadas com as opções entre: nenhum
comprometimento, leve, moderado ou grave. Quando estes
dados apresentavam-se incompletos, houve a necessidade de
abordagem por meio telefônico dos pacientes que já estavam
de alta ambulatorial.
Para avaliar a ansiedade foi utilizado um questionário
elaborado pelos autores da pesquisa sobre queixas psicológicas
para salientar quanto essas disfunções psicológicas estão
presentes nas anamneses realizadas na admissão dos
pacientes, na qual a classificação foi mensurada em respostas
autorrelatadas pelos pacientes.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Rev. Equilíbrio Corporal Saúde, v.7, n.2, p.37-0, 2015
Lima CL, et al.
Pesquisa da Unopar, pelo parecer número 956.421, na data
de 18/12/2015, segundo a Resolução Nacional de Saúde nº
466/12.
3 Resultados e Discussão
A amostra estudada foi composta por 47 pacientes
atendidos no Ambulatório de Reabilitação Vestibular, sendo
37 mulheres (78,7%) e 10 homens. A média de idade dos
participantes foi de 62,31 anos (±13,55).
Na Tabela 1 podemos observar a relação dos sinais
e sintomas clínicos relacionados à disfunção vestibular
apresentados pelos pacientes.
Tabela 1: Sinais e sintomas clínicos apresentados pelos
pacientes em tratamento ambulatorial
Sinais e Sintomas Clínicos
Desequilíbrio
Escurecimento da Visão
Fobia
Náusea
Palidez
Vertigem
Sensação de sobrecarga na cabeça
Síncope
Sonolência
Sudorese
Vômito
Zumbido
Fonte: Dados da pesquisa.
Percentuais Obtidos
80,85%
17,2%
25,53%
51,06%
44,68%
61,7%
4,25%
4,25%
34,04%
42,55%
23,4%
63,82%
As queixas psicológicas encontradas nos relatos de dados
dos pacientes admitidos no Ambulatório Multidisciplinar de
Vestibulopatia foram relacionadas aos aspectos de ansiedade
com 87,2%; sentimentos de angústia com 85,1%; depressão
com 76,6% , e por fim, distúrbios de memória em 70,4%.
Quanto à qualidade de sono foi observado que a
interferência moderada no sono apresentou maior prevalência
com o relato de 38,29% dos 47 pacientes, o sono insatisfatório
foi o segundo mais referido pela amostra estudada com
34,04%, e o sono satisfatório foi citado por apenas 25,53%.
O uso contínuo de medicamentos variados utilizados
pelos pacientes foi verificado em 89,36%. Desses, as
categorias encontradas foram: antiemético, betabloqueador,
antidepressivo, antivertiginoso, antiagregante plaquetário,
antiepiléptico, diurético, anti-hipertensivo, hipoglicemiante,
vitamina D3, relaxante muscular, suplementação hormonal,
insulina,
anti-histamínico,
hipnótico,
anti-refluxo,
antidiabético, fibratos, terapia de reposição hormonal
(TRH), vasodilatador, ansiolítico, estatinas e sequestradores
dos ácidos biliares (redução do colesterol), antialérgico,
corticóide, inibidor da reabsorção óssea, cálcio, vitamina D e
remédios para tratamento de degeneração articular.
Os medicamentos antivertiginosos foram os mais
utilizados, sendo que dos 47 pacientes, 36,17% faziam uso
deste, o segundo mais usado foi os antidepressivos com uma
Rev. Equilíbrio Corporal Saúde, v.7, n.2, p.37-0, 2015
porcentagem total de 17,02%, já os medicamentos menos
utilizados foram os ansiolíticos com 6,38%.
Os resultados deste estudo apontam a prevalência de
acometimento de disfunção vestibular no sexo feminino e
com idade acima dos 60 anos, conforme amplamente relatado
na literatura, na qual em adultos a prevalência é de 5% com
uma incidência de 1,4%, e os índices aumentam com a idade e
são de duas a três vezes mais altos em mulheres14.
Esses achados podem ser explicados em que decorrência
de as mulheres serem mais suscetíveis do que os homens às
alterações otoneurológicas, resultando em uma proporção
de 2:1 de acometimento. Esta prevalência ocorre devido às
disfunções hormonais e distúrbios metabólicos encontrados
na mulher e à preocupação feminina em procurar médico em
relação aos homens12.
Foi verificado que a média de idade dos pacientes foi
de 62,31 anos. Esta prevalência pode ser explicada devido
à degeneração que ocorre no sistema vestibular conforme a
idade, como por exemplo, redução das células sensoriais do
labirinto e das fibras do nervo vestibular, segundo Gurgel et
al.12.
Observamos que os três sintomas e sinais clínicos mais
evidentes de disfunções vestibulares foram o desequilíbrio
(80,85%), zumbido (63,82%) e a tontura (61,7%), achados
estes que corroboram com os encontrados no estudo de
Tsukamoto10.
A associação entre a presença da vestibulopatia e as
queixas psicológicas, conforme avaliada, ainda apresenta-se
pouco referenciada e escassa nos estudos publicados sobre
esse assunto. Os resultados obtidos demonstraram a forte
presença dos aspectos psicológicos como ansiedade, angústia,
depressão, distúrbios da memória e medo relacionados
diretamente com as queixas das disfunções vestibulares.
Entre os pesquisadores, podemos citar o Gurgel et al.12 que
também relacionam os mesmos aspectos mais comuns,
angústia, ansiedade, depressão, medo e distúrbios da memória
e discutem que estes sintomas psíquicos podem ser causa,
consequência ou coexistir com as crises de vertigem.
No estudo de Gurgel et al.12 foi relatado que 94,7% dos
indivíduos com queixa psicológica também referiram queixa
de tontura e/ou vertigem. No estudo de Mc Kenna, Hallam,
Hinchcliffe15 foi observado que 42% dos pacientes que
apresentavam tontura, zumbido e perda auditiva necessitaram
de tratamento com psicólogo.
A insegurança física gerada pelo desequilíbrio tem como
consequência a insegurança psíquica, irritabilidade, perda de
autoconfiança, ansiedade, depressão ou pânico, sentimento de
estar fora da realidade e despersonalização, o que interfere
diretamente na independência funcional e em atividades
cotidianas das pessoas com vestibulopatias9.
Menon-Miyake et al.16 relata que os sintomas vertiginosos
e os distúrbios de sono podem coexistir, comprometendo
o desempenho funcional do paciente. No presente estudo
observamos que a maioria dos pacientes apresentou um sono
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Queixas Psicológicas Relacionada com as Disfunções Vestibulares em Pacientes Atendidos em um Ambulatório de Reabilitação Vestibular
moderado, tendo como porcentagem de 38,29%, e ressaltou a
relação entre vestibulopatia e os distúrbios do sono.
O tratamento medicamentoso nas disfunções vestibulares
pode auxiliar na redução ou na erradicação da tontura ou
desequilíbrio e de sintomas associados, como náuseas,
vômitos, zumbidos e perdas auditivas. Os medicamentos
antivertiginosos foram os mais utilizados, sendo que 36,17%
faziam usam destes. O segundo mais usado foram os
antidepressivos, o que confere os relatos com as indicações
clínicas de achados para os aspectos psicológicos de depressão
nos pacientes.
Com os resultados deste estudo verificamos a importância
do tratamento medicamentoso, fisioterapêutico e psicológico
com o paciente vertiginoso, para obtenção de bons resultados
na reabilitação vestibular dos pacientes acometidos. O uso de
fármacos para diminuir ou erradicar os sinais e sintomas, os
exercícios terapêuticos para estimular o sistema labiríntico e a
psicoterapia para combater as queixas psicológicas.
Os resultados obtidos e publicados pela literatura
mundial têm demonstrado que a RV é um método seguro e
eficaz de tratamento das vestibulopatias, embora a prática
medicamentosa ainda seja a mais conhecida pelos pacientes,
pois minimizam os sinais e sintomas clínicos, além de melhorar
o equilíbrio postural, tem função profilática, ajudando-os
a restabelecer a confiança em si, reduzindo a ansiedade e
o medo, melhorando o convívio social e a qualidade de
vida, porém, em muitos casos, pode haver a necessidade da
presença do acompanhamento de outros profissionais, como o
apoio psicológico17-19.
4 Conclusão
Este estudo apresentou dados evidentes das queixas
psicológicas relacionadas às vestibulopatias, no qual o aspecto
psicológico mais relatado pelos pacientes foi a ansiedade e
a queixa sintomática do desequilíbrio, confirmados pelos
fármacos mais utilizados em associação ao quadro clínico,
respectivamente.
Contudo, ressaltamos a importância da abordagem
multidisciplinar junto à reabilitação vestibular, com atuação
de avaliação para o acompanhamento e orientações, ou
mesmo o tratamento direto dos pacientes com os profissionais
necessários para a promoção da qualidade de saúde e melhora
global dos pacientes acometidos por vestibulopatias quanto
aos aspectos físicos, sociais e psicológicos.
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