Burcite do Ombro - Doença de Presidente? (Fevereiro/2008)

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Saúde
• Fevereiro/2008
Bursite do ombro. Doença de presidente?
A dor no ombro é queixa das mais comuns no consultório.
Acomete todas as classes sociais, da empregada doméstica ao alto executivo
Por Dr. Osmar Lúcio Sousa Silva *
Foto: Divulgação
N
os dias atuais todo mundo tem bursite, ou pelo menos, acha que tem.
No dia-a-dia do consultório é comum o
paciente que se refere à dor no ombro
como bursite. Para muitos, bursite e dor
no ombro são quase que sinônimos. Mas
o que é bursite?
Bursite do ombro nada mais é que a
inflamação da(s) bursa(s) do mesmo. A
bursa pode ser definida como uma bolsa
“virtual” formada por duas membranas
extremamente finas que deslizam entre
si. Em condições patológicas, coleções
líquidas se acumulam na bursa e o espaço
deixa de ser virtual.
A dor no ombro é queixa das mais
comuns no consultório. Acomete todas as
classes sociais, da empregada doméstica
ao alto executivo. Até o presidente Lula
tem bursite do ombro. Entretanto, a bursite primária como causa isolada de dor
não é comum, muito menos é sinônimo
de dor no ombro. Na maioria das vezes
é secundária à degeneração dos tendões
do manguito rotador (Tendinopatia do
manguito rotador)
O manguito rotador é um conjunto de
tendões que têm a função de produzir
rotação do ombro, além de estabilizar a
articulação para que o músculo deltóide
(contorno lateral do ombro) execute a
elevação do braço. A degeneração dos
tendões do manguito rotador por sua
vez, é uma patologia muito comum. Tal
acometimento tem um amplo espectro
que vai de uma simples tendinite aguda
transitória, à ruptura completa de todos
os tendões, com perda da capacidade de
elevação do membro superior.
Várias teorias tentam explicar a origem de tal degeneração. Sem dúvida,
o envelhecimento é o mais importante
fator. Alguns autores acreditam haver
algum grau de atrito dos tendões entre
a cabeça umeral e o acrômio (projeção
lateral da escápula), a chamada síndrome
do impacto. Entretanto muitos acreditam
que haveria uma sobrecarga intrínseca
dos tendões, gerada por desequilíbrio
muscular.
O tratamento da tendinopatia do
manguito rotador se apóia em três pilares:
fisioterapia, mudança de atividades e
medicação antinflamatória. A fisioterapia,
além de ação analgésica e antinflamatória, têm a função de restabelecer o
equilíbrio muscular do ombro. Atividades
que exijam movimentos repetitivos de
elevação/abdução devem ser evitadas.
Uma alternativa controversa de tratamento é a injeção de cortisona na bursa
(infiltração). Nos congressos de ortopedia
todos condenam tal procedimento. Entretanto na prática do consultório todos
os especialistas, sem exceção, o fazem.
Apesar de não curativa e dos vários efeitos colaterais, a infiltração quando bem
indicada, trás grande alívio ao paciente.
A infiltração é contra-indicada em diabéticos, hipertensos descompensados e
pacientes com glaucoma. Muitas vezes o
tratamento cirúrgico estará indicado nos
pacientes que não respondem ao tratamento conservador. Atualmente, todos
os procedimentos cirúrgicos podem ser
realizados por vídeo-artroscopia, onde
pequenos orifícios são feitos na pele.
Uma ótica fornece a visão do interior da
articulação ao cirurgião, através de um
monitor de vídeo.
Ortopedista e traumatologista do Hospital
Biocor
Alameda da Serra, nº. 217
Nova Lima – MG.
www.biocor.com.br
Tel. (31) 3289-5000.
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