Dores, tonturas e zumbido podem ser sintomas de DTM

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SAÚDE
São Luís, Sábado/Domingo, 16 e 17 de julho de 2016
D
ores de cabeça e cervicais,
tonturas, zumbido, dificuldade de abrir a boca e de
mastigar podem ser causados por Disfunção Temporomandibular ou simplesmente DTM. A doença é causada geralmente pelo uso irregular dos músculos faciais, das articulações temporomandibulares
(ATM) e de toda a estrutura que compreende a boca, a face e o pescoço.
Apesar dos nomes complexos, o
reconhecimento é simples. Se você
colocar os seus dedos indicadores
bem à frente dos ouvidos, ao abrir e
fechar a boca poderá perceber o movimento das articulações temporomandibulares, de cada lado da face.
Devido à mobilidade dessas articulações, a mandíbula se movimenta suavemente para cima e para baixo, permitindo que se fale, boceje e mastigue normalmente. Quem controla a
posição da mandíbula são os músculos da mastigação, auxiliados por
outros músculos faciais e cervicais, ligados à mandíbula e ao crânio. O esforço repetitivo e de forma incorreta
dessas articulações é o principal causador da DTM.
A reação mais comum das disfunções são dores de cabeça, tonturas,
zumbido, dores próximas do ouvido,
dores cervicais, dificuldade de abrir a
boca e de mastigar. Por isso, as pessoas costumam procurar profissionais ligados a esses sintomas, como
neurologistas, otorrinolaringologistas, especialistas em cabeça e pescoço, entre outros. Mas o que muita gente não sabe é que esses problemas podem ser resolvidos por meio de uma
equipe multidisciplinar que, na maioria das vezes, se inicia com uma visi-
Dores, tonturas e
zumbido podem ser
sintomas de DTM
ta a um dentista especialista em dor
orofacial e DTM
Uso irregular dos músculos faciais e das articulações temporomandibulares
podem ser causas do distúrbio, que requer tratamento multidisciplinar
Dor próximo
do ouvido
pode
indicar DTM
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vu
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ão
Hábitos
A cirurgiã-dentista Aparecida Carvalho, especialista em DTM e dor orofacial, afirma que as causas da DTM
são oriundas também de hábitos errôneos das pessoas. “Entre os fatores
predisponentes da DTM estão os hábitos parafuncionais, como roer unha,
mastigar chicletes, mastigar de um lado só, morder caneta ou lápis; associados com o estresse que nos leva ao
bruxismo, hábito de ranger ou apertar os dentes, muitas vezes sem que
se perceba. Outro fator predisponente é a posição postural inadequada,
como apoiar a mão no queixo enquanto se estuda ou trabalha, dormir
em rede, ler deitado com a barriga para baixo, posição incorreta de ficar no
sofá vendo TV, entre outras”, conta.
A DTM deve ser tratada por equipe multidisciplinar. Os dentistas cuidam dos problemas ligados aos dentes que se relacionam pela oclusão ao
crânio (relacionamento da mandíbula com a maxila). Os fisioterapeutas corrigem a relação do crânio com
a coluna cervical, desta com a cintura escapular, e com a coluna como
um todo. Os fonoaudiólogos interveem na postura, tonicidade da língua e dos músculos da face, pois a posição incorreta de tais estruturas musculares interfere no movimento mandibular, na posição da mandíbula e
esta se relaciona ao crânio e à coluna
cervical. Como coadjuvante ao tratamento, a terapia corporal, por meio
da massagem, proporciona um efeito semelhante ao analgésico nas dores musculares.
IDENTIFICANDO E TRATANDO A DTM
Para identificação da patologia, é
necessária a consulta inicial, o exame
clínico, e solicitados os exames que
são importantes para o diagnóstico,
utilizados pelos dentistas e
fisioterapeutas.
“Temos primeiramente uma conversa
com o paciente a fim de
entendermos o histórico, seguida do
exame físico, da avaliação da
dinâmica mandibular e dos pontos de
dor na face, na cabeça e na cervical. O
diagnóstico é complementado por RX
da face, tomografia e ressonância
quando necessários”, relata a
cirurgiã-dentista.
O tratamento conservador e pouco
invasivo é sempre a primeira
escolha. Opta-se por cuidados
terapêuticos de acordo com o
diagnóstico, que pode ser a utilização
de aparelhos orais, laserterapia,
fisioterapia, fonoaudiologia e terapia
corporal. Além das intervenções
clínicas, a educação e a
conscientização do paciente acerca
de seu problema são iniciativas
extremamente importantes, por isso
técnicas comportamental-cognitivas
são ferramentas que funcionam
como apoio ao tratamento, tornando
indispensável, em alguns casos, o
acompanhamento psicológico.
É importante que o profissional
especialista seja procurado logo para
que seja feito um diagnóstico precoce
para que o tratamento seja mais
eficiente e realizado em um período
de tempo menor e com menos danos
ao organismo.
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