filosofia contemporânea carlos joão correia 2013-2014 1ºSemestre Schopenhauer 1788-1860 Em que medida Schopenhauer é um idealista? Idealismo 1. sentido comum da palavra 2. refutação cínica (segundo o modelo de Antístenes = Samuel Johnson) 3. noção distinta de imateralismo (ex: Berkeley) 4. não se opõe ao realismo Texto 445-365 BC 1709-1784 1685-1753 idealismo clássico ou platónico idealismo empírico ou subjectivo idealismo transcendental ou crítico idealismo absoluto ou objectivo Dodecaedro - Sólidos Platónicos Idealismo Platónico e Metafísica “Sabemos que as aparências podem ser enganadoras. Isto é, sabemos que o modo como as coisas aparecem (ou soam, ou se sentem, ou cheiram, ou sabem) podem enganar-nos acerca do modo como essas coisas são. Sabemos que Jane pode parecer saudável e contudo estar a morrer. [...] Pensemos por uns momentos nas duas palavras, «realmente» e «aparentemente». Estas duas palavras têm pouco significado isoladas uma da outra. Quando dizemos que qualquer coisa é realmente verdadeira deduzimos que qualquer outra coisa é aparentemente verdadeira. [...] Será que a realidade por detrás de toda a aparência é apenas mais uma aparência? Se a resposta a esta pergunta é Não, então há uma realidade que não é simultaneamente uma aparência. Esta realidade final ou «última» é o objecto da metafísica. “ Peter van Inwagen. Metaphysics. Cambridge, Mass.: Westview. 20022,1-2 “Suponham que a vossa amiga Jane lhe tentasse dizer que não havia uma realidade última. «É tudo apenas aparências», diz Jane, «sempre que pensas que encontraste a realidade aquilo que encontraste é apenas outra aparência. Examinemos cuidadosamente a declaração de Jane de que não há nenhuma realidade última [...] Parece razoavelmente evidente que Jane parece estar a dizer-nos como é que as coisas realmente são. Paradoxalmente, ao dizer-nos que não existe uma realidade última, Jane está a dizer-nos que a realidade última consiste numa série infinita de aparências. Por outras palavras, a declaração de que não há nenhuma realidade última é, por assim dizer, auto-refutante porque é uma declaração acerca da realidade última e, se for verdadeira, é uma declaração verdadeira acerca da realidade última...Mas, claro, temos que admitir que nada do que dissemos tende a mostrar que a metafísica tenha muito mais para dizer: talvez nada mais possa ser descoberta acerca da realidade última excepto de que existe.” Peter van Inwagen. Metaphysics. 2002:3. "Considere-se em primeiro lugar a existência das coisas – de seres humanos, por exemplo. Se Sally, um ser humano absolutamente normal, dissesse ‘Poderia não ter sido’, quase todos diriam que ela tinha enunciado uma verdade óbvia. (...) E se o que ela diz é, com efeito, verdade, então ela existe contingentemente. Quer isto dizer, que ela é um ser contingente: um ser que poderia não ter existido. E se existe uma ideia como a do ser contingente – se ‘ser contingente’ é uma frase significativa -, então parece existir uma ideia como o complemento desta ideia, a ideia de ser necessário, a ideia de ser que seria falso se não existisse.” Peter van Inwagen. Stanford Encyclopedia of Philosophy. 2007: 3.1 Metaphysics 3.1 Modality Idealismo Empírico George Berkeley. An Essay Towards a New Theory of Vision (1709) “Não argumento contra a existência de alguma coisa que apreendo pelos sentidos ou pela reflexão. O que os olhos vêem e as mãos tocam existe; existe realmente não o nego. Só nego o que os filósofos chamam matéria ou substância corpórea” George Berkeley. A Treatise concerning the Principles of Human Knowledge (1710) § 35 Ideias (representações) abstractas Erros de linguagem = homem, movimento, matérias complexo de ideias determinadas “Todas as percepções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e vivacidade com que elas afectam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou consciência. Às percepções que penetram com mais força ou violência, podemos chamar-lhes impressões; e nesta designação incluo todas as nossas sensações, paixões e emoções, quando fazem o seu aparecimento na alma. Por ideias entendo as imagens ténues das impressões nos nossos pensamentos e raciocínios.” Hume. A Treatise of Human Nature I.1.1 1711-1776 Idealismo Transcendental “Compreendo por idealismo transcendental de todos os fenómenos a doutrina que os considera, globalmente, simples representações e não coisas em si e segundo a qual, o tempo e o espaço são apenas formas sensíveis da nossa intuição, mas não determinações dadas por si, ou condições dos objectos considerados como coisas em si.” Kant. KrV A 369 Idealismo Absoluto ”O ponto de vista superior que suprime realmente a unilateralidade das duas ciências [filosofia transcendental; filosofia da natureza], é aquele que reconhece nas duas o mesmo Absoluto. A ciência do sujeito-objecto subjectivo chamou-se até aqui a filosofia transcendental; a do sujeitoobjecto objectivo, a filosofia da Natureza. (...) Na filosofia transcendental, o sujeito como inteligência é a substância absoluta e a Natureza é um objecto, um acidente; - na filosofia da Natureza, a Natureza é a substância absoluta, e o sujeito, a inteligência, não é mais do que um acidente. Ora, o ponto de vista superior não é a perspectiva em que qualquer das ciências é suprimida ao afirmar-se que o Absoluto é apenas o sujeito ou simplesmente o objecto, nem é o ponto de vista no qual as duas se confundam. Hegel. Differenzschrift (1801), Glockner 130; Lasson 81