economia - micro e macro

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ECONOMIA
MICRO E MACRO
Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
ECONOMIA MICRO E MACRO
ECONOMIA
MICRO E MACRO
1
ECONOMIA MICRO E MACRO
MARCO ANTONIO SANDOVAL DE VASCONCELLOS
ECONOMIA
MICRO E MACRO
Respostas das Questões Propostas e
Questões Adicionais
Livro do Mestre
SÃO PAULO
EDITORA ATLAS S.A. – 2001
3
ECONOMIA MICRO E MACRO
2000 by EDITORA ATLAS S.A.
Composição: Set-up Time Artes Gráficas
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4
ECONOMIA MICRO E MACRO
SUMÁRIO
Prefácio
Parte I – Introdução à economia
1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Questões propostas
Questões adicionais
Parte II – Microeconomia
2
DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO
Questões propostas
Questões adicionais
3
ELASTICIDADES
Questões propostas
Questões adicionais
4
APLICAÇÕES: INCIDÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE VENDAS E
FIXAÇÃO DE PREÇOS MÍNIMOS
Questões propostas
Questões adicionais
5
PRODUÇÃO
Questões propostas
Questões adicionais
6
CUSTOS DE PRODUÇÃO
Questões propostas
Questões adicionais
7
ESTRUTURAS DE MERCADO
Questões propostas
Questões adicionais
5
ECONOMIA MICRO E MACRO
Parte III – Macroeconomia
8
FUNDAMENTOS DE TEORIA E POLÍTICA MACROECONÔMICA
Questões propostas
Questões adicionais
9
CONTABILIDADE SOCIAL
Questões propostas
Questões adicionais
10 DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RENDA E PRODUTO NACIONAIS;
O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
Questões propostas
Questões adicionais
11 O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA
Questões propostas
Questões adicionais
12 INTERLIGAÇÃO ENTRE O LADO REAL E O LADO MONETÁRIO –
ANÁLISE IS-LM
Questões propostas
Questões adicionais
13 INFLAÇÃO
Questões propostas
Questões adicionais
14 O SETOR EXTERNO
Questões propostas
Questões adicionais
15 POLÍTICA FISCAL E DÉFICIT PÚBLICO
Questões propostas
Questões adicionais
16 NOÇÕES
DE
CRESCIMENTO
ECONÔMICO
Questões propostas
Questões adicionais
6
E
DESENVOLVIMENTO
ECONOMIA MICRO E MACRO
PREFÁCIO
Todas as questões de múltipla escolha propostas no livro-texto
são resolvidas a seguir. Em sua quase totalidade, são perguntas
retiradas de concursos públicos, particularmente da área fiscal.
Incluímos um conjunto de novas questões de múltipla escolha,
que poderão ser utilizadas nas provas de aproveitamento.
Julgamos desnecessário incluir as questões de revisão, já que
as respostas encontram-se diretamente no próprio texto dos
capítulos.
Brevemente, incluiremos mais um conjunto de novas questões
de múltipla escolha, bem como questões do tipo “falsa ou verdadeira”
e perguntas discursivas.
O Autor
7
ECONOMIA MICRO E MACRO
Parte I – Introdução à Economia
1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
QUESTÕES PROPOSTAS
1. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é:
a)
b)
c)
d)
A pobreza.
O controle dos bens produzidos.
A escassez.
A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de
renda.
e) A estrutura de mercado de uma economia.
RESPOSTA: alternativa c.
Solução:
A escassez é o problema fundamental da Economia, porque,
dadas as necessidades humanas ilimitadas, deve-se buscar a melhor
utilização dos recursos físicos escassos (fatores de produção, como
terra, capital e trabalho) na tentativa de suprir tais necessidades.
2. Os três problemas econômicos relativos a “ o quê” , “ como” , e
“ para quem” produzir existem:
a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado.
b) Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, nas
quais o problema da escolha é mais agudo.
8
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de
desenvolvimento ou sua forma de organização política.
d) Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que
desenvolvimento é, em grande parte, enfrentar esses três
problemas.
e) Todas as respostas anteriores estão corretas.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Os três problemas econômicos relativos a “o quê”, “como” e
“para quem” produzir existem em todas as sociedades, não
importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de
organização política. Isso porque os recursos produtivos são escassos,
e as necessidades sempre se renovam, mesmo em países mais ricos.
3. Em um sistema de livre iniciativa privada, o sistema de preços
restabelece a posição de equilíbrio:
a) Por meio da concorrência entre compradores, quando houver
excesso de demanda.
b) Por meio da concorrência entre vendedores, quando houver
excesso de demanda.
c) Por pressões para baixo e para cima nos preços, tais que
acabem, respectivamente, com o excesso de demanda e com o
excesso de oferta.
d) Por meio de pressões sobre os preços que aumentam a
quantidade demandada e diminuem a quantidade ofertada e
diminuem a demanda, quando há excesso de demanda.
e) Todas as alternativas anteriores são falsas.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
O sistema de preços na livre iniciativa privada restabelece o
equilíbrio tanto pela concorrência entre compradores, quanto entre
vendedores (alternativas a e b incompletas). Quando ocorre excesso de
oferta, os preços são pressionados para baixo, de forma a diminuir a
quantidade ofertada e aumentar a demandada. Quando há excesso de
demanda, os preços são pressionados para cima, de forma a
aumentar a quantidade ofertada e diminuir a demandada. Portanto, a
alternativa c é falsa, sendo correta somente a alternativa d.
9
ECONOMIA MICRO E MACRO
4. A “ Curva de Possibilidades de Produção” é utilizada nos manuais
de economia para ilustrar um dos problemas fundamentais do
sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados
(escassez) e não podem satisfazer a todas as necessidades ou
desejos; por outro, é necessário realizar escolhas. Essa curva,
quando construída para dois bens, mostra:
a) Os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois
bens.
b) A quantidade total produzida desses dois bens em função do
emprego total da mão-de-obra.
c) A quantidade disponível desses dois bens em função das
necessidades dos indivíduos dessa sociedade.
d) Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de
trabalho, capital e terra existentes e com determinada
tecnologia.
e) A impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade,
visto que os recursos são escassos.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A “Curva de Possibilidades de Produção” (ou Curva de
Transformação) mostra quanto se pode produzir dos bens com as
quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com determinada
tecnologia.
Supondo apenas dois bens, X e Y, essa curva pode ser
mostrada graficamente como segue:
.E
.A B
.
B em Y
.C
.D
0
10
B em X
ECONOMIA MICRO E MACRO
Os pontos A, B e C representam combinações de produções
alternativas de X e Y em que todos os recursos produtivos estão sendo
utilizados (pleno emprego dos fatores de produção). A escolha de uma
das infinitas alternativas disponíveis em cima da curva dependerá das
preferências da sociedade.
No ponto D, a sociedade não está ocupando totalmente seus
recursos (desemprego de fatores de produção). O ponto E não pode ser
atingido com os recursos atualmente disponíveis; isso só ocorrerá com
o aumento desses recursos, ou com progresso tecnológico.
Deve ser observado que essa curva diz respeito às alternativas
de produção (oferta), o que elimina as alternativas a e c, que se
referem aos desejos e necessidades do consumo (demanda).
5. Dada a curva de
alternativa errada:
possibilidades de
produção, aponte
a
B em X
15
10
.C
.A
.D
.B
.E
0
57
59
B em Y
a) A economia não pode atingir B, com os recursos de que dispõe.
b) O custo de oportunidade de passar de C para D é zero.
c) O custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5, a
partir do ponto E, é igual a 2 unidades de Y.
d) Nos pontos C e D, a economia apresenta recursos produtivos
desempregados.
11
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) Somente as alternativas a, b e d estão corretas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
O custo de oportunidade é o grau de sacrifício da sociedade, ao
aumentar a produção de um bem, medido em termos da produção
alternativa sacrificada. Por exemplo, no gráfico, o custo de
oportunidades de produzir-se mais 2 unidades de Y são as 5 unidades
de X sacrificadas. Analogamente, o custo de oportunidade de
produzir-se mais 5 unidades de X são 2 unidades de Y sacrificadas.
Dessa forma, as quatro primeiras alternativas da questão estão
corretas:
•
alternativa a : de fato, a curva de possibilidades de produção
mostra a produção máxima, com recursos existentes. O ponto
B só poderá ser atingido se houver ou um aumento dos
recursos produtivos ou melhoria tecnológica;
•
alternativa b: os pontos antes da fronteira de possibilidades de
produção indicam que há desemprego de fatores produtivos.
Nesse caso, a economia pode passar do ponto C para D,
aumentando a produção dos dois bens, sem sacrificar a
produção de nenhum deles. Ou seja, o custo de oportunidades
é zero;
•
alternativa c : correta. Analogamente, o custo de oportunidade
de produzir mais 2 unidades de Y é igual a 5X, partindo do
ponto A;
•
alternativa d : correta. Veja o comentário da alternativa b;
•
alternativa e : alternativa falsa, pois todas as outras quatro
alternativas estão corretas (inclusive alternativa c).
6. Assinale a afirmação falsa:
a) Um modelo simplificado da economia classifica as unidades
econômicas em “famílias” e “empresas”, que interagem em dois
tipos de mercado: mercados de bens de consumo e serviços e
mercado de fatores de produção.
b) Os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as
empresas, enquanto o fluxo contrário, de moeda, destina-se ao
pagamento de salários; aluguéis, dividendos e juros.
12
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Os mercados desempenham cinco funções principais: I.
estabelecem valores ou preços; II. organizam a produção; III.
distribuem a produção; IV. racionam os bens, limitando o
consumo à produção; e V. prognosticam o futuro, indicando
como manter e expandir a capacidade produtiva.
d) A curva de possibilidade de produção dos bens X e Y mostra a
quantidade mínima de X que deve ser produzida, para um dado
nível de produção de Y, utilizando-se plenamente os recursos
existentes.
e) A inclinação da curva de possibilidades de produção dos bens X
e Y mostra quantas unidades do bem X podem ser produzidas
a mais, mediante uma redução do bem Y.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A curva de possibilidade de produção dos bens X e Y mostra a
quantidade máxima de X que deve ser produzida, para um dado nível
de produção de Y, utilizando-se plenamente os recursos existentes. É
possível, contudo, produzir qualquer quantidade de X inferior ao
máximo dado pela curva de possibilidades da produção. As demais
alternativas estão corretas e são auto-explicativas.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Em uma economia de mercado, os problemas do “ o quê” ,
“ quanto” , “ como” e “ para quem” deve ser produzido são
resolvidos:
a)
b)
c)
d)
e)
Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto.
Pelos preços dos serviços econômicos.
Pelo mecanismo de preços.
Pelos preços dos recursos econômicos.
Pela quantidade dos fatores produtivos.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Em uma economia de mercado, os problemas do “o quê”,
“quanto”, “como” e “para quem” deve ser produzido são resolvidos
pelo mecanismo de preços.
13
ECONOMIA MICRO E MACRO
No mercado de bens e serviços, determina-se o quê e quanto
produzir, a partir da oferta dos produtores e da procura dos
consumidores; no mercado de fatores de produção, determina-se para
quem produzir, isto é, a repartição de renda entre salários, juros,
aluguéis e lucros. Como produzir resolve-se no âmbito das empresas
(trata-se de questão de eficiência produtiva).
Devemos destacar que, numa economia centralizada, os
problemas econômicos fundamentais são resolvidos por um Órgão
Central de Planejamento, que faz um levantamento das necessidades
da população e um inventário dos recursos disponíveis.
2. Em relação à curva de possibilidade de produção a seguir, uma
das afirmações é f a lsa . Identifique-a.
B em Y
Y1
0
X1
B em X
a) A curva de possibilidade de produção só se desloca a longo
prazo, em função do aumento do número de ofertantes.
b) Cada combinação de X e Y significa uma possibilidade de
utilização ótima dos fatores produtivos.
c) A produtividade física marginal de cada recurso produtivo
decresce com a maior utilização de recursos produtivos da
economia.
d) Os fatores de produção são escassos.
RESPOSTA: alternativa a .
14
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
A alternativa a é falsa. A curva de possibilidades de produção
desloca-se a longo prazo, em função do aumento da quantidade de
fatores de produção e do progresso tecnológico.
As demais alternativas estão corretas. É oportuno um
comentário sobre a alternativa c. A produtividade física marginal é a
razão entre a variação dos produtos sobre a variação na quantidade
do fator de produção (capital, mão-de-obra, terra). Como veremos no
Capítulo 5 (Produção), segundo a lei dos rendimentos decrescentes, a
partir de certo estágio, o produto total cresce a taxas menores que o
acréscimo do fator variável de produção (ou seja, a produtividade
física marginal do recurso decresce). Também é conhecida como lei
dos custos crescentes. Esse fato justifica o formato côncavo da curva
de possibilidades de produção: com recursos plenamente empregados,
para produzir mais unidades do bem Y, a sociedade precisa sacrificar
quantidades cada vez maiores de X; ou seja, os custos de
transformação são crescentes.
3. Numa economia do tipo centralizado,
econômicos fundamentais são resolvidos:
a)
b)
c)
d)
e)
os
problemas
Pela produção em grande escala de bens de consumo.
Pelo sistema de preços.
Pelo controle da curva de possibilidades de produção.
Pelo planejamento da atividade econômica.
N. r. a.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Diferentemente do que ocorre nas economias de mercado, em
que os consumidores sinalizam as respostas para problemas
fundamentais da economia, numa economia do tipo centralizado (ou
planificado) a decisão provém de um Órgão Central de Planejamento,
responsável pelo planejamento da atividade econômica.
4. Aponte a alternativa falsa. Os bens são procurados porque:
a)
b)
c)
d)
São
São
São
São
raros.
escassos.
livres.
ofertados.
15
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) A alternativa c está errada.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Os bens não são livres pelo fato de não serem abundantes,
mas, sim, raros (ou escassos). Portanto, a alternativa c é falsa.
Observe que a alternativa e é verdadeira.
5. Aponte a alternativa falsa:
a) A curva de transformação da produção existe tanto numa
economia de mercado como numa economia centralizada.
b) Numa economia, é o sistema de preços que resolve o problema
de escolher o ponto da curva de possibilidades de produção
para a qual a economia será levada.
c) Quanto menores forem as disponibilidades de recursos da
economia, mais afastada da origem estará a curva de
possibilidades de produção.
d) Se os custos de oportunidade forem constantes, a curva de
transformação será uma reta.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Uma economia com baixa disponibilidade de recursos não
consegue atingir o mesmo nível de produção que uma economia com
mais recursos (tudo o mais constante) e, portanto, sua curva de
possibilidades de produção estará mais próxima da origem.
16
ECONOMIA MICRO E MACRO
Parte II – Microeconomia
2
DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO
DE MERCADO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Assinale a alternativa correta:
a) A macroeconomia analisa mercados específicos, enquanto a
microeconomia analisa os grandes agregados.
b) A hipótese coeteris paribus é fundamental para o entendimento
da macroeconomia.
c) No mercado de bens e serviços, são determinados os preços dos
fatores de produção.
d) A questão de “como produzir’’ é decidida no mercado de fatores
de produção.
17
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) Todas as alternativas estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
As alternativas a, b, c e d estão erradas. Estariam corretas se
fossem colocadas como segue:
alternativa a : a macroeconomia analisa grandes agregados,
enquanto a microeconomia analisa mercados específicos;
• alternativa b: a hipótese coeteris paribus é fundamental para
o entendimento da microeconomia;
• alternativa
c : no mercado de bens e serviços, são
determinados os preços dos bens e serviços;
• alternativa d : a questão de “como produzir’’ é decidida no
âmbito das empresas.
2. Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem
inferior, um aumento da renda do consumidor provavelmente:
•
a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B
permanecerá constante.
b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B.
c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá.
d) Os consumos dos dois bens aumentarão.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem
inferior, com um aumento da renda do consumidor o consumo de B
diminuirá e o de A crescerá.
Na alternativa a, o bem A é normal e o B é um bem de consumo
saciado, cujo consumo permanece inalterado, quando a renda do
consumidor aumenta. Exemplos aproximados: sal, açúcar, farinha
etc.
3. Assinale os fatores mais
quantidades procuradas:
importantes,
que
afetam
a) Preço e durabilidade do bem.
b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção.
18
as
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares,
renda
e
preferência do consumidor.
d) Renda do consumidor, custos de produção.
e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares,
custos
de
produção, preferência dos consumidores.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Os fatores mais importantes que afetam as quantidades
procuradas são o preço do bem, os preços dos bens substitutos e
complementares, a renda e as preferências dos consumidores. Os
custos, citados em três alternativas, afetam as quantidades ofertadas,
não as procuradas.
4. O efeito total de uma variação no preço é a soma de:
a)
b)
c)
d)
e)
Efeito
Efeito
Efeito
Efeito
N.r.a.
substituição e efeito preço.
substituição e efeito renda.
renda e efeito preço.
preço, efeito renda e efeito substituição.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O efeito de uma variação do preço é chamado de efeito preço e é
a soma dos efeitos substituição e renda.
5. O leite torna-se mais barato e seu consumo aumenta.
Paralelamente, o consumidor diminui sua demanda de chá.
Leite e chá são bens:
a)
b)
c)
d)
e)
Complementares.
Substitutos.
Independentes.
Inferiores.
De Giffen.
RESPOSTA: alternativa b.
19
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Leite e chá são bens substitutos, visto que quando o preço do
leite cai ocorre aumento da demanda de chá.
6. Dada a função demanda de x :
Dx = 30 – 0,3 px + 0,7 py + 1,3R
sendo px e py os preços dos bens x e y, e R a renda dos consumidores,
assinale a alternativa correta:
a)
b)
c)
d)
e)
O bem x é um bem inferior, e x e y são bens complementares.
O bem y é um bem normal, e x e y são bens substitutos.
Os bens x e y são complementares, e x é um bem normal.
Os bens x e y são substitutos, e x é um bem normal.
Os bens x e y são substitutos, e x é um bem inferior.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Observando apenas os sinais dos coeficientes, o sinal positivo
do coeficiente da renda indica que há uma relação direta entre a
renda do consumidor (R) e a demanda do bem x, o que revela que x é
um bem normal (isso já elimina as alternativas a e e).
O sinal positivo do coeficiente do preço do bem y (py) indica
relação direta entre alteração no preço de y e a demanda de x (por
exemplo, se aumenta o preço do guaraná, aumenta a demanda de
Coca-Cola); ou seja, x e y são bens substitutos.
Como não temos a função demanda de y, não podemos saber
se y é um bem normal ou inferior, o que elimina a alternativa b.
Sabemos apenas que y é um bem substituto de x.
7. Supondo o preço do bem no eixo vertical e a quantidade
ofertada no eixo horizontal, podemos afirmar que, coeteris
paribus:
a) A curva de oferta desloca-se para a direita quando o preço do
bem aumenta.
b) A curva de oferta desloca-se para a esquerda quando o preço do
bem cai.
20
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) A curva de oferta desloca-se para a direita quando aumentam
os custos de produção.
d) A quantidade ofertada aumenta quando o preço do bem
aumenta, coeteris paribus.
e) Todas as alternativas estão corretas.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Supondo o preço do bem no eixo vertical e a quantidade
ofertada no eixo horizontal, podemos afirmar que, coeteris paribus, a
quantidade ofertada aumenta, quando o preço do bem aumenta,
conforme mostra o gráfico a seguir:
p
S
p’
pe
E
D
0
q
qe
21
ECONOMIA MICRO E MACRO
As demais alternativas estão erradas. Quanto às alternativas a
e b, a curva de oferta não se desloca quando o preço do bem cai ou
aumenta. Ela só se desloca quando há mudanças em outros fatores
que afetam a oferta de um bem (preço de bens substitutos na
produção, custos, alterações tecnológicas, mudanças nos objetivos da
empresa).
No que se refere à alternativa c, a curva de oferta desloca-se
para a esquerda quando aumentam os custos de produção (as
quantidades anteriores têm que ser vendidas a preços mais elevados).
8. Para fazer distinção entre oferta e quantidade ofertada, sabemos que:
a) A oferta refere-se a alterações no preço do bem; e a quantidade
ofertada, a alterações nas demais variáveis que afetam a
oferta.
b) A oferta refere-se a variações a longo prazo; e a quantidade
ofertada,
a
mudança de curto prazo.
c) A quantidade ofertada só varia em função de mudanças no
preço do próprio bem, enquanto a oferta varia quando
ocorrerem mudanças nas demais variáveis que afetam a oferta
do bem.
d) Não há diferença entre alterações na oferta e na quantidade
ofertada.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Para fazer distinção entre oferta e quantidade ofertada,
sabemos que a quantidade ofertada só varia em função de mudanças
no preço do próprio bem, enquanto a oferta varia quando ocorrerem
mudanças nas demais variáveis que afetam a oferta do bem.
9. Assinale a alternativa correta, coeteris pa ribus:
a) Um aumento da oferta diminui o preço e aumenta a quantidade
demandada do bem.
b) Uma diminuição da demanda aumenta o preço e diminui a
quantidade ofertada e demandada do bem.
22
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Um aumento da demanda aumenta o preço e diminui a oferta
do bem.
d) Um aumento da demanda aumenta o preço, a quantidade
demandada e a oferta do bem.
e) Todas as respostas anteriores estão erradas.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Um aumento da oferta causa uma queda no preço e aumenta a
quantidade demandada (deslocamento sobre a curva de demanda
para a direita do equilíbrio anterior). As alternativas b, c e d seriam
corretas se afirmassem:
•
•
•
alternativa b: uma diminuição da demanda diminui o preço
e a quantidade ofertada do bem;
alternativa c : um aumento da demanda aumenta o preço e a
quantidade ofertada do bem;
alternativa d : um aumento da demanda aumenta o preço e a
quantidade ofertada do bem.
10. O aumento do poder aquisitivo, basicamente determinado
pelo crescimento da renda disponível da coletividade, poderá
provocar a expansão da procura de determinado produto.
Evidentemente, o preço de equilíbrio:
a) Deslocar-se-á da posição de equilíbrio inicial para um nível
mais alto, se não houver possibilidade da expansão da oferta do
produto.
b) Cairá do ponto inicial para uma posição mais baixa, se a oferta
do produto permanecer inalterada.
c) Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades
procuradas se realizam ao longo da curva inicialmente definida.
d) Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades
ofertadas se realizam ao longo da curva inicialmente definida.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
23
ECONOMIA MICRO E MACRO
O aumento do poder aquisitivo, basicamente determinado pelo
crescimento da renda disponível da coletividade, poderá provocar a
expansão da procura de determinado produto. Evidentemente, o preço
de equilíbrio deslocar-se-á da posição de equilíbrio inicial para um
nível mais alto, se não houver possibilidade da expansão da oferta do
produto. Graficamente:
p
S
p’
p
D’
D
q
q’
q
11. Dado o diagrama a seguir, representativo do equilíbrio no
p reço
de X
S X (oferta d e X )
24
P X (d em an d a d e X )
0
qu an tid ad e
de X
ECONOMIA MICRO E MACRO
mercado do bem X, assinale a alternativa correta.
a) X é um bem de Giffen.
b) Tudo o mais constante, o ingresso de empresas produtoras no
mercado do bem X provocaria elevação do preço de equilíbrio
desse bem.
c) O mercado do bem X é caracterizado por concorrência perfeita.
d) Tudo o mais constante, um aumento da renda dos
consumidores provocaria um aumento no preço de equilíbrio do
bem X, se este for inferior.
e) Tudo o mais constante, a diminuição do preço do bem Y,
substituto do bem X, levará a um aumento do preço de
equilíbrio de X.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Vejamos cada alternativa:
•
•
•
•
•
alternativa a : errada. Seria um bem de Giffen se a curva de
demanda fosse positivamente inclinada. E bem de Giffen é a
única exceção à lei geral da demanda (pela qual há relação
inversamente proporcional entre quantidade demandada e
preço, coeteris paribus);
alternativa b: errada. O ingresso de mais empresas
aumentaria a oferta e, dada a demanda, o preço de equilíbrio
cairia;
alternativa c : correta. O preço é determinado pelo mercado,
sem interferências. A existência de uma curva de oferta já
indica ser um mercado competitivo, ou em concorrência
perfeita (ver Capítulo 7);
alternativa d : errada. O preço de equilíbrio aumentaria se X
fosse um bem normal;
alternativa e : errada. A diminuição do preço de um bem
substituto Y levará a um deslocamento da demanda de X
para a esquerda (queda) e, portanto, a uma queda no preço
de X.
12. Dadas as funções oferta e demanda do bem 1,
D1 = 20 – 0,2 p 1 – p 2 + 0,1 (R)
25
ECONOMIA MICRO E MACRO
S 1 = 0,8 p 1
e a renda do consumidor R = 1.000, o preço do bem 2p2 = 20, assinale
a alternativa errada:
a)
b)
c)
d)
e)
O preço de equilíbrio do bem 1 é 100.
A quantidade de equilíbrio do bem 1 é 80.
Os bens 1 e 2 são bens complementares.
O bem 2 é um bem normal.
O bem 1 não é um bem inferior.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A quantidade e preço de equilíbrio são encontrados igualandose a oferta e a demanda do bem. Fazendo as substituições
necessárias, temos:
D1 = S1
20 – 0,2p1 – 20 + 0,1 . 1.000 = 0,8p1
p1 = 100
Q = D1 = S1 = 0,8p1
Q = 0,8 . 100
Q = 80
Portanto, as alternativas a e b estão corretas. A alternativa c
também está correta, o que é observado pelo sinal do coeficiente do
preço do bem 2, indicando uma relação inversa entre q1 e p2. A
alternativa e está correta, pois uma elevação da renda aumenta a
demanda do bem (o bem 1 é normal, podendo-se dizer que não é
inferior, como indica o coeficiente positivo da variável Renda). A
alternativa d é a incorreta porque não conhecemos a função demanda
do bem 2, e apenas do bem 1, pelo que não sabemos se o bem 2 é ou
não um bem normal.
(Nota: no gabarito do livro-texto, foi considerada erroneamente
a alternativa b como sendo a certa. A correção será feita na segunda
edição.)
26
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Assinale a alternativa errada:
a) Os preços das mercadorias são determinados no mercado de
bens e serviços.
b) “Quanto’’ produzir é decidido no mercado de bens e serviços.
c) “Para quem’’ produzir é decidido no mercado de fatores de
produção.
d) A questão de “como’’ produzir é decidida no âmbito das
empresas.
e) Todas as alternativas estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Somente os preços de bens e serviços são determinados no
mercado de bens e serviços, e não todos os tipos de bens (como
fatores de produção). Os problemas de “quanto”, “para quem” e
“como” produzir são decididos no mercado de fatores, no mercado de
bens e serviços e no mercado de fatores, respectivamente. Portanto, as
alternativas a, b, c e d estão erradas.
2. O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado:
a) Pela demanda de mercado dessa mercadoria.
b) Pela oferta de mercado dessa mercadoria.
c) Pelo balanceamento das forças de demanda e oferta da
mercadoria.
d) Pelos custos de produção.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado pelas
forças conjuntas de demanda e oferta da mercadoria. As alternativas
a e b estão incompletas e a alternativa d diz respeito somente ao
funcionamento da oferta da mercadoria.
3. Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores,
quando a renda do consumidor cai, é um:
a) Bem normal.
27
ECONOMIA MICRO E MACRO
b)
c)
d)
e)
Bem inferior.
Bem complementar.
Bem substituto.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
É a própria definição de bem inferior. Seria um bem normal
(alternativa a) se, quando a renda do consumidor caísse, a quantidade
demandada também caísse.
Observe-se ainda que os conceitos de bem complementar e
substituto (alternativas c e d) não dizem respeito às variações de
renda, mas às variações nos preços de outros bens.
Bens substitutos ou concorrentes são os bens em que, quando
aumenta o preço de um, a quantidade demandada do outro também
aumenta, coeteris paribus (tudo o mais constante). Exemplo: carne de
frango e carne de vaca. Bens complementares (como camisa social e
gravata) são os bens nos quais a procura cai quando aumenta o preço
do outro, coeteris paribus.
4. Assinale a alternativa correta:
a) A curva de procura mostra como variam as compras dos
consumidores
quando variam os preços.
b) Quando varia o preço de um bem, coeteris paribus, varia a
demanda.
c) A demanda depende basicamente do preço de mercado. As
outras variáveis são menos importantes e supostas constantes.
d) A quantidade demandada varia inversamente ao preço do bem,
coeteris
paribus.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A quantidade demandada varia inversamente ao preço do bem,
coeteris paribus.
28
ECONOMIA MICRO E MACRO
A alternativa a não está correta, porque a procura é um desejo,
uma aspiração, e não a compra efetiva. É como se o consumidor
elaborasse uma tabela (uma escala) de preços e quantidades do bem.
Ele escolherá aquela quantidade que maximizará sua satisfação, de
acordo com suas possibilidades financeiras.
A alternativa b estaria correta se se referisse à quantidade
demandada (movimento ao longo da curva), e não à demanda
(deslocamento da curva de demanda). Vale lembrar que temos
variações na quantidade demandada, quando há mudanças no preço
do próprio bem, coeteris paribus (por exemplo, de A para B, no gráfico
a seguir).
p reço
.B
.A
D0
D1
qu an tid ad e
0
Quando ocorrem alterações em outras variáveis que afetam a
procura (preço de outros bens, renda e preferências do consumidor),
há um deslocamento da curva (D0 para D1).
Quanto à alternativa c não se pode dizer que as outras
variáveis (renda, preços de bens substitutos e complementares, e
preferências dos consumidores) sejam menos importantes e supostas
constantes.
5. Dada uma diminuição no preço, há uma diminuição no
consumo, coeteris paribus. O bem é:
a) Normal.
29
ECONOMIA MICRO E MACRO
b)
c)
d)
e)
Inferior.
Substituto.
Complementar.
De Giffen.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
As denominações normal e inferior dizem respeito a variações
de renda, e não de preço. As denominações complementar e substituto
somente têm sentido quando se fala de variação de preço de outro
bem. Bem de Giffen é aquele cuja função demanda é positivamente
inclinada e, portanto, uma diminuição de preço provoca redução em
seu consumo.
6. Uma das maneiras de fazer distinção entre aumento da
quantidade procurada e aumento da procura é dizer que o
primeiro:
a) Poderia resultar de uma queda de preço, enquanto o segundo,
não.
b) Não poderia resultar de um aumento de preço, enquanto o
segundo, sim.
c) Refere-se a um aumento de curto prazo na quantidade
adquirida, e o segundo a um aumento de longo prazo.
d) Provoca um aumento das despesas totais por parte dos
compradores,
enquanto o segundo, não.
e) É essencialmente o mesmo que o segundo, à exceção de certa
diferença na elasticidade-preço da procura.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A variação da quantidade procurada depende única e
exclusivamente do preço do bem e é representada pelo movimento ao
longo da curva de demanda. A variação da procura depende de fatores
exógenos (como renda, preços dos substitutos e complementares etc.)
e nunca do próprio preço do bem, sendo representada pelo
deslocamento de toda a curva de demanda.
30
ECONOMIA MICRO E MACRO
7. Assinale o fator que não provoca deslocamento da curva de
oferta de um bem.
a)
b)
c)
d)
e)
Alteração no preço do próprio bem.
Alteração nos custos de produção.
Alteração no preço de um bem substituto na produção.
Alteração nos objetivos do empresário.
Alterações na tecnologia de produção do bem.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A alteração no preço do próprio bem provoca variação somente
da quantidade ofertada (deslocamento sobre a curva de oferta) e não
sobre a oferta (deslocamento da curva de oferta).
8. O equilíbrio de mercado de um bem é determinado:
a)
b)
c)
d)
e)
Pelos preços dos fatores utilizados na produção do bem.
Pela demanda de mercado do produto.
Pela oferta de mercado do produto.
Pelas quantidades de fatores utilizados na produção do bem.
Pelo ponto de intersecção das curvas de demanda e da oferta
do produto.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
O equilíbrio de mercado de um bem é determinado pelo ponto
de intersecção das curvas de demanda e da oferta do produto. As
demais alternativas estão incompletas, não propriamente erradas.
9. Num dado mercado, a oferta e a procura de um produto são
dadas, respectivamente, pelas seguintes equações:
Qs = 48 + 10 P
Qd = 300 – 8 P
onde Qs, Qd e P representam, na ordem, a quantidade ofertada, a
quantidade procurada e o preço do produto. A quantidade
transacionada nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio, será:
a) 2 unidades.
31
ECONOMIA MICRO E MACRO
b)
c)
d)
e)
188 unidades.
252 unidades.
14 unidades.
100 unidades.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O preço e a quantidade de equilíbrio são obtidos igualando-se a
quantidade ofertada (Qs) com a quantidade procurada (Qd). Temos
então:
Qs = Qd
48 + 10P = 300 – 8P
18P = 252
P = 14
A quantidade transacionada pode ser obtida substituindo-se o
valor de P na equação de Qs ou de Qd.
Qs = 48 + 10P = 48 + 10(14) = 188
Q = 188
32
ECONOMIA MICRO E MACRO
3
ELASTICIDADES
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Considerando-se os pontos A (p 1,q 1) = (12,8) e B(p 2,q 2) = (14,6),
a elasticidade-preço da demanda no ponto médio é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
–7/13
+7/13
–13/7
+13/7
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Após encontrarmos o ponto médio M(p0, q0) = (13,7), calculamos
a elasticidade-preço da demanda:
Epp =
P0 . ∆q P0 . (q1 – q0)
13 . (8 – 7)
13
=
=
= –
q0 ∆p q0
p1 – p0
7
7
(12 – 13)
33
ECONOMIA MICRO E MACRO
2. Uma curva de procura exprime-se por p = 10 – 0,2 q onde p
representa o preço e q a quantidade. O mercado encontra-se
em equilíbrio ao preço p = 2. O preço varia para p = 2,04, e,
tudo o mais mantido constante, a quantidade equilibra-se em
q = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço inicial de
mercado é:
a)
b)
c)
d)
e)
0,02
0,05
– 0,48
– 0,25
0,25
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Dada a fórmula da elasticidade-preço da demanda ao preço de
equilíbrio (ou usual) p0, temos:
Epp =
P0 . ∆q P0 . (q1 – q0)
=
q
q0 ∆p q0
(p1 – p0)
Pela equação de procura
p = 10 – 0,2q
podemos encontrar q0. Uma vez que p0 = 2, temos q0 = 40.
Substituindo os valores obtidos, na equação da elasticidade,
temos:
Epp =
2 .(39,8 – 40)
= – 0,25 ou Epp = | 0,25|
40 (2,04 – 2)
portanto, com Epp = – 0,25, a demanda é inelástica no ponto p0 = 2.
34
ECONOMIA MICRO E MACRO
3. Uma curva de demanda retilínea possui elasticidade-preço da
procura igual a 1:
a)
b)
c)
d)
e)
Em todos os pontos.
Na intersecção com o eixo dos preços.
Na intersecção com o eixo das quantidades.
No ponto médio do segmento.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Uma curva de demanda retilínea possui elasticidade-preço da
procura igual a 1 no ponto médio do segmento. Dado o gráfico a
seguir, prova-se matematicamente, no apêndice a este capítulo, que a
elasticidade-preço da demanda é igual a:
E pp =
segmentoAC
segmentoBA
p
B
dem anda elástica
.A (ponto m édio)
dem anda inelástica
C
0
segue-se que se:
35
q
ECONOMIA MICRO E MACRO
AC = BA
⇒ |Epp| = 1 (demanda de elasticidade unitária)
AC > BA
⇒ |Epp| > 1 (demanda elástica)
AC < BA
⇒ |Epp| < 1 (demanda inelástica)
4. Aponte a alternativa correta:
a) Quando o preço aumenta, a receita total aumenta, se a
demanda for elástica, coeteris paribus.
b) Quando o preço aumenta, a receita total diminui, se a demanda
for inelástica, coeteris paribus.
c) Quedas de preço de um bem redundarão em quedas da receita
dos produtores desse bem, se a demanda for elástica, coeteris
paribus
d) Quedas de preço de um bem redundarão em aumentos de
receita dos produtores desse bem, se a demanda for inelástica,
coeteris paribus.
e) Todas as alternativas anteriores são falsas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
As alternativas a, b, c e d são falsas.
A receita total de vendas das empresas (que equivale aos gastos
ou dispêndios totais do consumidor) é dada por:
RT = p . q
onde: RT = receita total
p = preço unitário de venda
q = quantidade vendida
A partir dessa expressão, parece claro que:
•
Demanda elástica:
se p aumenta, q cai mais que proporcionalmente, RT cai;
se p cai, q aumenta mais que proporcionalmente, RT
aumenta.
•
Demanda inelástica:
36
ECONOMIA MICRO E MACRO
se p aumenta, q cai menos que proporcionalmente, RT
aumenta;
se p cai, q aumenta menos que proporcionalmente, RT cai.
•
Demanda de elasticidade unitária: a variação de p é idêntica
(com sinal trocado) à variação de q, o que mantém a RT
inalterada.
Observamos então que as alternativas a, b, c e d são falsas e a
alternativa e está correta.
5. Quanto à função demanda, é correto afirmar:
a) Um aumento no preço do bem deixará inalterada a quantidade
demandada do bem, a menos que também seja aumentada a
renda nominal do consumidor.
b) Um aumento no preço do bem, tudo o mais constante,
implicará aumento no dispêndio do consumidor com o bem, se
a demanda for elástica com relação a variações no preço desse
bem.
c) Se essa equação for representada por uma linha reta
negativamente inclinada, o coeficiente de elasticidade-preço
será constante ao longo de toda essa reta.
d) Se essa função for representada por uma linha reta paralela ao
eixo dos preços, a elasticidade-preço da demanda será infinita.
e) Se a demanda for absolutamente inelástica com relação a
modificações no preço do bem, a função demanda será
representada por uma reta paralela ao eixo dos preços.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Quando a curva de demanda é paralela ao eixo dos preços, a
elasticidade-preço da demanda é zero (e, por definição, a demanda é
absolutamente inelástica). Significa que, qualquer que seja a variação
de preços, a quantidade demandada não se altera.
Quando a demanda é paralela ao eixo das quantidades, diz-se
que ela é infinitamente elástica. Um exemplo é o mercado em
concorrência perfeita; como é mostrado no Capítulo 2, a demanda
para as empresas individuais é dada pelo preço de mercado.
6. Indique a afirmação correta.
37
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) Um aumento na renda dos consumidores resultará em
demanda mais alta de x, qualquer que seja o bem.
b) Uma queda no preço de x, tudo o mais permanecendo
constante, deixará inalterado o gasto dos consumidores com o
bem, se a elasticidade-preço da demanda for igual a 1.
c) O gasto total do consumidor atinge um máximo na faixa da
curva de demanda pelo bem em que a elasticidade-preço é igual
a zero.
d) A elasticidade-preço da demanda pelo bem x independe da
variedade de bens substitutos existentes no mercado.
e) Um aumento no preço do bem y, substituto, deslocará a curva
de demanda de x para a esquerda.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Uma queda no preço de x, tudo o mais permanecendo
constante, deixará inalterado o gasto dos consumidores com o bem,
se a elasticidade-preço da demanda for igual a 1. Isso acontece
porque a queda de preço será proporcionalmente igual ao aumento da
quantidade consumida. Dessa forma, o gasto dos consumidores
permanecerá constante.
7. A curva de procura por determinado bem é expressa pela
função Q = 1.000/P3. Pode-se afirmar que:
a) Se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão
menos renda na aquisição desse mercado.
b) Se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão
menos renda na aquisição desse produto.
c) Se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão
mais renda na aquisição desse produto.
d) Se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão o
mesmo volume de renda na aquisição do produto.
e) O dispêndio total dos consumidores na aquisição do produto
aumenta na mesma proporção do aumento do preço de
mercado.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
38
ECONOMIA MICRO E MACRO
A função demanda Q = 1.000/P3 pode ser reescrita como Q =
1.000P–3, e trata-se de uma função potência (do tipo y = ax–b). Prova-se
matematicamente no apêndice a este capítulo no livro texto que, em
funções potência, o expoente b da variável x (no exercício, o expoente
do preço, igual a –3) é a própria elasticidade-preço da demanda.
Temos, então, uma demanda altamente elástica (um aumento no
preço de, digamos, 10% leva a uma queda da quantidade demandada
de 30%, tudo o mais constante).
Com a demanda elástica, se o preço do bem aumentar, os
consumidores gastarão menos renda na compra do bem, dado que a
queda na quantidade comprada será proporcionalmente maior que o
aumento do preço do bem. Dessa forma, a alternativa a é a correta.
Vale observar que a propriedade assinalada das funções
potência aplica-se a quaisquer outras elasticidades, não apenas à
elasticidade preço da demanda. Por exemplo, na função demanda:
Q = 30p–0,8 R1,2
onde R é a renda dos consumidores, a elasticidade-renda da demanda
é igual a 1,2 (bem superior ou de luxo: um aumento de, digamos, 10%
na renda levaria a um aumento de 12% na quantidade demandada,
coeteris paribus).
8. Se uma curva de procura é unitariamente elástica em todos os
seus pontos, isso significa, com relação (a ) à aparência gráfica
da curva de procura e (b) aos gastos totais dos compradores
para aquisição da mercadoria, que:
a) A curva de procura é uma reta e que as despesas totais dos
compradores são as mesmas em todos os níveis de preços.
b) A curva de procura não é uma reta, e a despesa total dos
compradores diminui quando o preço cai.
c) A curva de procura é uma reta e, quando o preço cai, os gastos
totais dos compradores aumentam primeiro e depois caem.
d) A curva de procura não é uma reta e as despesas totais dos
compradores aumentam quando o preço cai.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa e .
39
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Nenhuma das respostas (a, b, c ou d) é correta. A curva de
procura não poderia ser uma reta (na qual seria impossível ter sempre
elasticidade unitária) e as despesas totais dos compradores seriam as
mesmas em todos os níveis de preços, pois um aumento percentual
do preço seria respondido por uma queda percentual da quantidade
de mesma magnitude, não afetando as despesas.
9. Calcular o coeficiente de elasticidade cruzada entre a procura
dos produtos A e B, em certa localidade, sabendo-se que toda
vez que há um acréscimo de 10% no preço de um, sua
quantidade procurada diminui 8%, enquanto a quantidade
procurada do outro, se seu preço permanece constante,
aumenta 10%. O coeficiente será igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
10%
1
2
1/2
11%
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A elasticidade-preço cruzada entre os bens A e B é igual a:
EppAB =
variação percentual da quantidade procurada do bem A
variação percentual do preço do bem B
então:
EppAB =
10%
10%
=1
Os bens A e B são, portanto, substitutos (EppAB positiva).
10. Aponte a alternativa correta:
a) Se o preço variar em $ 2, e a quantidade demandada em 10
unidades, concluímos que a demanda é elástica.
b) A elasticidade-preço cruzada entre dois bens é sempre positiva.
40
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) A elasticidade-preço da demanda de sal é relativamente baixa.
d) A elasticidade-preço da demanda de alimentos é, em geral,
bastante elevada.
e) A elasticidade-renda da demanda de manufaturados é
relativamente baixa.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Neste caso, é conveniente analisarmos todas as alternativas:
•
•
•
•
•
alternativa a : é incorreta, pois cita somente um valor
absoluto para preço e outro para quantidade. Portanto, a
afirmação é inconclusiva no que diz respeito à elasticidadepreço da demanda;
alternativa b: a elasticidade-preço cruzada entre dois bens
somente será positiva se os bens forem substitutos;
alternativa c : é correta, visto que bens essenciais, como o
sal, têm elasticidade-preço relativamente baixa;
alternativa d : é incorreta, pois a elasticidade-preço da
demanda, para bens essenciais, como os alimentos, costuma
ser baixa;
alternativa e : é incorreta pois a elasticidade-renda de bens
manufaturados é relativamente elevada (quanto mais elevada
a renda, a tendência é aumentar mais o consumo de
produtos manufaturados do que alimentos, cujo consumo
tem limite fisiológico).
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Se a curva de procura for de um tipo em que a redução de 10%
no preço provoca um aumento de 5% na quantidade de
mercadoria que o público adquire, nessa região da curva, a
procura em relação ao preço será:
a)
b)
c)
d)
e)
Elástica.
Unitariamente elástica.
Infinitamente elástica.
Inelástica, embora não perfeitamente.
Totalmente inelástica ou anelástica.
41
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
pois:
Trata-se de uma elasticidade-preço da procura igual a – 0,5,
Epp =
+ 5%
– 10%
= – 0,5
Ou seja, uma demanda pouco sensível (isto é, inelástica)
quando o preço varia: a quantidade demandada varia menos que
proporcionalmente à variação do preço, coeteris paribus.
2. Se a elasticidade-preço cruzada entre dois bens é nula, os bens
são:
a)
b)
c)
d)
e)
De primeira necessidade.
Complementares.
Substitutos.
Independentes.
Inferiores.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Se a elasticidade-preço cruzada entre dois bens é nula,
significa que o aumento no preço de um deles não consegue afetar a
quantidade demandada do outro, coeteris paribus. Já que o aumento
do preço de um bem em nada afeta o outro, os dois são
independentes.
3. A elasticidade-renda da demanda é o quociente das variações
percentuais entre:
a)
b)
c)
d)
e)
Renda e preço.
Renda e quantidade demandada.
Quantidade e preço.
Quantidade e renda.
Quantidade e preço de um bem complementar.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
42
ECONOMIA MICRO E MACRO
A resposta vem da definição formal de elasticidade-renda, que é
“a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação
percentual na renda, coeteris paribus”, isto é, o quociente das
variações percentuais entre quantidade e renda.
4. Se uma empresa quer aumentar seu faturamento e a demanda
do produto é elástica, ela deve:
a)
b)
c)
d)
e)
Aumentar o preço.
Diminuir o preço.
Deixar o preço inalterado.
Depende do preço do bem complementar.
Depende do preço do bem substituto.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Se a demanda do produto é elástica, a quantidade demandada
tem variação percentual de magnitude maior que a variação
percentual do preço. Dessa forma, a receita total seguirá o sentido da
quantidade, pois esta influirá mais na mudança da receita quando
houver mudança do preço. Assim, se o preço cair, a quantidade
demandada aumentará (em percentual maior que o preço) e a receita
total aumentará. A resposta a não é correta, pois um aumento de
preço levaria a uma queda da quantidade demandada e da receita
total.
5. A elasticidade cruzada de bens complementares é:
a)
b)
c)
d)
e)
Igual a zero.
Menor que zero.
Maior que zero e menor que um.
Maior ou igual a um.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Quando dois bens são complementares, o aumento do preço de
um causa queda na quantidade demandada de ambos os bens.
Portanto, a elasticidade cruzada, definida como “variação percentual
43
ECONOMIA MICRO E MACRO
na quantidade demandada, dada uma variação percentual no preço
de outro bem, coeteris paribus”, será negativa (menor que zero).
6. Um acréscimo no preço de uma mercadoria quando a demanda
é inelástica causa nos gastos totais do consumidor:
a)
b)
c)
d)
e)
Um acréscimo.
Um decréscimo.
Nenhuma alteração.
Qualquer das respostas acima, dependendo do tipo de bem.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Se a demanda do produto é inelástica, a quantidade
demandada tem variação percentual de magnitude inferior à variação
percentual do preço. Assim, os gastos totais do consumidor seguirão o
sentido do preço, pois este influirá mais na mudança dos gastos
quando houver mudança do preço. Assim, se o preço subir, a
quantidade consumida cairá (em percentual menor que o preço) e os
gastos totais terão um acréscimo.
7. Se a elasticidade-preço cruzada entre dois bens é negativa, o
aumento no preço de um deles provocará, coeteris pa ribus:
a)
b)
c)
d)
e)
Um aumento no preço do outro.
Uma diminuição no preço do outro.
Um aumento no consumo do outro.
Uma diminuição no consumo do outro.
Um aumento no consumo do próprio bem.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A resposta vem da definição de elasticidade cruzada, que é a
“variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação
percentual no preço de outro bem, coeteris paribus”. Se o valor da
elasticidade cruzada for negativo, um aumento de preço de um bem
terá como contrapartida uma diminuição no consumo do outro bem.
44
ECONOMIA MICRO E MACRO
8. Se uma curva de procura é elástica no que se refere a seu
preço, o significado exato disso é que qualquer aumento de
preço irá provocar:
a)
b)
c)
d)
Um aumento da quantidade adquirida pelos compradores.
Um deslocamento da curva da procura para uma nova posição.
Um aumento dos gastos totais por parte dos compradores.
Uma redução da quantidade adquirida pelos compradores, e
uma queda no gasto total dos consumidores.
e) Uma alteração não propriamente descrita por qualquer dos
itens anteriores.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Se a demanda do produto é elástica, a variação percentual da
quantidade adquirida pelos compradores tem magnitude maior que a
variação percentual do preço. Dessa forma, o gasto total dos
consumidores seguirá o sentido da quantidade, pois esta influirá mais
na mudança do gasto quando houver mudança do preço. Assim, se o
preço aumentar, a quantidade adquirida cairá (em percentual maior
que o preço) e o gasto total dos consumidores também cairá.
45
ECONOMIA MICRO E MACRO
4
APLICAÇÕES: INCIDÊNCIA DE
IMPOSTO SOBRE VENDAS E FIXAÇÃO
DE PREÇOS MÍNIMOS
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Quando falamos em incidência de um imposto, estamos:
a) Referindo-nos ao grupo que realmente paga o imposto ao
governo, independentemente de o ônus ser, ou não, transferido
para outro grupo qualquer.
b) Medindo o ponto até o qual o imposto tende a reduzir os
incentivos entre o grupo que o paga.
c) Referindo-nos ao grupo que realmente paga a conta fiscal, não
importando se é ele, ou não, que recolhe o dinheiro aos cofres
públicos.
d) Perguntando se o imposto em questão é progressivo ou
regressivo.
e) Perguntando se o imposto em questão é direto ou indireto.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Quando falamos em incidência de um imposto, referimo-nos ao
grupo que realmente paga a conta fiscal, não importando se é ele, ou
não, que recolhe o dinheiro aos cofres públicos.
2. Num mercado competitivo, o governo estabeleceu um imposto
específico sobre determinado produto. A incidência do
imposto se dará, simultaneamente, sobre produtores e
consumidores, se:
46
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) As curvas de oferta e demanda forem absolutamente
inelásticas.
b) A curva de demanda for absolutamente inelástica e a de oferta,
algo elástica.
c) A curva de demanda for infinitamente elástica e a de oferta,
absolutamente inelástica.
d) As curvas de oferta e demanda forem algo elásticas.
e) As curvas de oferta e demanda forem infinitamente elásticas.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A incidência do imposto específico (de vendas) dar-se-á
simultaneamente sobre produtores e consumidores. Sabendo-se que o
imposto específico representa um custo adicional, desloca a curva de
oferta para cima (isto é, a mesma quantidade será ofertada a um
preço maior).
O aumento de preço incidirá apenas sobre os consumidores se
a curva de demanda for vertical (elasticidade-preço da demanda igual
a zero: perfeitamente inelástica). O aumento de preço incidirá apenas
sobre os produtores se a curva de demanda for horizontal
(elasticidade-preço da demanda for infinitamente elástica).
Em nosso caso, intermediário, o imposto específico incide tanto
sobre os consumidores como sobre os produtores.
3. O governo lança um imposto de vendas de $ 5 por unidade
vendida, numa indústria competitiva. As curvas de oferta e
procura têm alguma elasticidade no preço. Esse imposto faz
com que, no diagrama de oferta e procura:
a) Toda a curva de oferta desloque-se para a esquerda, num
movimento que indique $ 5, mas (a menos que a procura seja
perfeitamente elástica) o preço não aumenta.
b) Toda a curva de oferta tenha um deslocamento para cima, que
indique menos do que $ 5, mas (a menos que a procura seja
altamente elástica) o preço terá um aumento de $ 5.
c) Toda a curva de oferta tenha um deslocamento para a esquerda
que indique menos do que $ 5, mas (a menos que a procura
seja altamente inelástica) o preço aumentará de mais que $ 5.
47
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Toda a curva de oferta tenha um deslocamento que indique $ 5,
mas (a menos que a oferta seja perfeitamente elástica) qualquer
aumento de preço será menor do que $ 5.
e) Toda a curva de procura tenha um deslocamento que indique $
5, e o preço subirá $ 5.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Não importando quais são as elasticidades da oferta e
demanda, a curva de oferta sempre terá um deslocamento para cima
que indique exatamente o valor do imposto específico. Dado que as
curvas de oferta e de procura possuem alguma elasticidade, os
produtores e consumidores dividirão a parcela que pagarão do
imposto, o que significa que o aumento de preço será menor que $ 5
(se fosse igual a $ 5, os consumidores estariam arcando com todo o
imposto).
4. Dadas as curvas de oferta e demanda
S=p
D = 300 – 2 p ,
o preço de equilíbrio, após um imposto específico de $ 15 por
unidade, é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
100
90
105
110
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c.
Solução:
A nova curva de oferta é:
S = p – 15
A curva de demanda é:
D = 300 – 2p
No equilíbrio, S = D:
p – 15 = 300 – 2p
3p = 315
p = 105
48
ECONOMIA MICRO E MACRO
5. Com os dados da questão anterior, a arrecadação total do
governo, após o imposto, é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
10.000
1.350
9.000
8.000
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A arrecadação total do governo é o imposto por unidade vendida
($ 15) multiplicado pela quantidade vendida (D). Para encontrarmos D,
substituímos o preço de equilíbrio na equação da demanda:
D = 300 – 2p = 300 – 2(105) = 90
A arrecadação do governo é de 90 × 15, ou seja, $ 1.350.
6. Ainda com os dados da questão 3, a parcela da arrecadação
paga pelo consumidor é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
450
1.350
900
90
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Para essa questão falta calcular o preço que o consumidor
pagaria sem o imposto (preço de equilíbrio sem o imposto):
S=D
p = 300 – 2p
3p = 300
p = 100
49
ECONOMIA MICRO E MACRO
A parcela do consumidor é a diferença entre os preços que ele
paga com e sem imposto multiplicado pela quantidade comprada, isto
é, (105 –100) × 90 = $ 450.
7. Quanto maior a elasticidade-preço de demanda:
a) Maior a receita total do governo, com a fixação de um imposto
ad valorem.
b) Menor a receita total do governo, com a fixação de um imposto
específico.
c) Maior a parcela do imposto paga pelos consumidores.
d) Os produtores transferem todo o ônus do imposto aos
consumidores.
e) Maior a parcela do imposto paga pelos vendedores.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Quanto maior a elasticidade-preço da demanda, mais sensíveis
são os consumidores a mudanças de preço (e a quantidade
demandada cai mais com o imposto), fazendo com que os vendedores
acabem arcando com a maior parcela do imposto. Quanto às demais
alternativas, c está afirmando o oposto da verdade, d só ocorreria se a
elasticidade-preço fosse nula, a e b são incorretas, pois a elasticidadepreço não afeta a arrecadação total do governo, e sim a distribuição
da incidência entre consumidores e produtores.
8. Suponha que a demanda seja dada por D = 130 – 10 p e a oferta
por S = 10 + 2 p . Com o objetivo de defender o produtor, é
estabelecido um preço mínimo de 12 reais por unidade.
Aponte a alternativa correta:
a) A política de subsídios é mais econômica para o governo que a
política de comprar o excedente.
b) A política de compras é mais econômica para o governo que a
política de subsídios.
c) O preço de equilíbrio é de 9,6 reais.
d) Ao preço mínimo, a quantidade ofertada é 10.
e) Ao preço mínimo, a quantidade demandada é 34.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
50
ECONOMIA MICRO E MACRO
Precisaremos calcular o valor das incógnitas D (quantidade
demandada ao preço mínimo), S (quantidade ofertada ao preço
mínimo) e p (preço que os consumidores aceitam pagar por S):
D = 130 – 10p = 130 – 10(12) = 10 unidades
S = 10 + 2p = 10 + 2(12) = 34 unidades
O preço p é quanto o consumidor pagará se toda a produção de
34 unidades for colocada no mercado (não é o preço de equilíbrio, no
qual desconsidera-se o imposto):
D = 130 – 10p
34 = 130 – 10p
p = 9,6
Na política de subsídios, o governo paga ao produtor a
diferença entre o preço mínimo ($ 12) e o preço p que o produtor
obteve no mercado ($ 9,6), ou seja, $ 2,4 para cada unidade. Sabendo
que foram ofertadas 34 unidades, o gasto total do governo com a
política de subsídios é de 2,4 × 34 = $ 81,6.
O gasto total do governo na política de compras é calculado
multiplicando-se o preço mínimo prometido ao produtor ($ 12) pelo
excedente de produção que o consumidor não comprou (S – D = 34 –
10 = 24), ou seja, a política de compras custa ao governo 24 × 12 = $
288.
Portanto, a política de subsídios é mais econômica para o
governo do que a política de compras. Quanto às alternativas d e e, os
valores estão invertidos e a alternativa c estaria correta se fosse $ 10.
9. O diagrama a seguir representa o mercado do bem x .
Preço
O ferta
p1
p0
51
0
q0
Dem anda
q1
Q uantidade
ECONOMIA MICRO E MACRO
Podemos afirmar corretamente que:
a) A cobrança de um imposto específico sobre o bem x incidiria
integralmente sobre os produtores.
b) x é um bem “inferior’’.
c) Um aumento da renda dos consumidores deslocará a curva de
oferta para a direita, elevando a quantidade produzida.
d) A fixação de um preço mínimo, p1, elevaria a quantidade de
equilíbrio para q1.
e) A cobrança de um imposto ad valorem incidiria em parte sobre
os produtores e em parte sobre os consumidores.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A cobrança de um imposto ad valorem incidiria em parte sobre
os produtores e em parte sobre os consumidores. Como o imposto ad
valorem representa um custo adicional, desloca a curva de oferta para
cima (isto é, a mesma quantidade será ofertada a um preço maior).
Incidiria apenas sobre os consumidores se a demanda fosse
infinitamente inelástica, e apenas sobre os produtores se a demanda
fosse infinitamente elástica.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Para uma indústria em concorrência perfeita, a oferta do
produto é dada por Qs = 3 P – 2. Se a demanda for dada por
Qd = 100 – 10 P, a imposição de um tributo específico de $ 2,00
por unidade transacionada fará com que o preço de equilíbrio
seja (desprezando-se os algarismos a partir da terceira casa
decimal):
a)
b)
c)
d)
e)
7,84
8,30
7,38
9,38
6,30
RESPOSTA: alternativa b.
52
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Um imposto de vendas específico pode ser interpretado como
um aumento de custos para a empresa, deslocando a curva de oferta
para cima e para trás. A inclusão do imposto trará uma diferença
entre preço de mercado (p) (pago pelo consumidor) e o preço relevante
para o produtor (p’), igual a:
p’ = p – T
sendo T o valor do imposto.
p’.
A curva de oferta dos produtores, com imposto, dependerá de
Considerando-se os dados do exercício, a curva de oferta com
imposto fica:
Qs’ = 3p’ – 2
Qs’ = 3 (p – T ) – 2
Qs’ = 3 (p – 2) – 2
Qs’ = 3p – 6 – 2
Qs’ = 3p – 8
Para determinar o preço de equilíbrio, basta igualar essa oferta
com a função demanda Qd = 100 – 10p; portanto, temos:
Qs’ = Qd
3p – 8 = 100 – 10p
13p = 108
p = 8,30
2. O controle de preços por meio de racionamento:
a) Significa que a procura é infinitamente elástica.
b) Significa que as rendas monetárias não têm influência sobre o
preço.
c) Significa que nem a oferta nem a procura têm influência na
determinação do preço.
53
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) É um esforço para reprimir aumentos de preços, deslocando a
curva de oferta.
e) É um esforço para aumentos de preços, deslocando a curva da
procura.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
O controle de preços por meio de racionamento significa que
nem a oferta nem a procura têm influência na determinação do preço.
As forças de mercado não mais operam.
3. Um tributo diz-se direto quando:
a) Incide sobre a renda e a riqueza.
b) Incide sobre a produção de bens.
c) Incide sobre o valor adicionado em cada fase do processo
produtivo.
d) É arrecadado diretamente pelo governo.
e) Incide sobre a comercialização de mercadorias.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Os tributos diretos incidem sobre a riqueza e a renda. Apenas
os tributos indiretos incidem sobre a produção e comercialização de
bens (alternativas b, c e e).
54
ECONOMIA MICRO E MACRO
5
PRODUÇÃO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Quando o Produto Total cai:
a)
b)
c)
d)
e)
A produtividade
A produtividade
A produtividade
A produtividade
A produtividade
do trabalho.
média do trabalho é nula.
marginal do trabalho é nula.
média do trabalho é negativa.
marginal do trabalho é negativa.
marginal é maior que a produtividade marginal
RESPOSTA: alternativa d .
55
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Quando o produto total começa a cair, significa que a
produtividade marginal passou a ser negativa após o produto total
atingir seu máximo. A produtividade média continua positiva (mas
declinante) e superior à produtividade marginal.
2. Assinale a alternativa correta:
a) Produtividade média é a variação do produto sobre a variação
da quantidade de um fator de produção.
b) Produtividade marginal é a relação entre o produto e a
quantidade de um fator de produção.
c) No máximo do produto total, a produtividade média é máxima.
d) No máximo do produto total, a produtividade marginal é zero.
e) A produtividade média pode tornar-se negativa, após atingir-se
o máximo do produto total.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
56
ECONOMIA MICRO E MACRO
No máximo do produto total, a produtividade marginal é zero.
Graficamente:
P ro d u to
Total (q )
P ro d u to Total
N
0
(n ú m ero d e
trabalh ad ores)
P M gN
P M eN
P ro d u tivid ad e M éd ia
d a m ão-d e-ob ra
N
0
(n ú m ero d e
trabalh ad ores)
P ro d u tivid ad e M argin al
d a m ão-d e-ob ra
Lembremos que a produtividade marginal pode ser calculada
derivando-se o produto total a cada ponto (é a derivada primeira). No
ponto de máximo, sabemos que a derivada primeira é zero (e a
derivada segunda menor que zero).
A alternativa a define a produtividade marginal, não a média.
57
ECONOMIA MICRO E MACRO
A alternativa b define a produtividade média, não a marginal.
Quanto à alternativa e, a produtividade marginal é que pode
tornar-se negativa, após o máximo do produto total.
3. A função produção de uma firma alterar-se-á sempre que:
a) Os preços dos fatores de produção se alterem.
b) A empresa empregar mais de qualquer fator de produção
variável.
c) A tecnologia predominante sofrer modificações.
d) A firma elevar seu nível de produção.
e) A demanda elevar-se.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A função de produção somente se altera (desloca) por fatores
exógenos, como mudança da tecnologia e da remuneração dos fatores.
Mudanças endógenas, como composição da quantidade de fatores
empregada, somente causa movimento ao longo da mesma função de
produção.
4. A lei dos rendimentos decrescentes:
a) Descreve o sentido geral e a taxa de mudança na produção da
firma quando é fixada a quantidade de recursos.
b) Refere-se a produtos extras sucessivamente mais abundantes,
obtidos pela adição de medidas iguais de um fator variável a
uma quantidade constante de um fator fixo.
c) Refere-se a produtos extras sucessivamente mais reduzidos,
obtidos pela adição de medidas iguais de um fator variável a
uma quantidade constante de um fator fixo.
d) É constante, com a observação de que há limites à produção
atingível, quando quantidades crescentes de um só fator são
aplicadas a quantidades de outros.
e) Explica o formato da curva de custo médio de longo prazo.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A lei dos rendimentos decrescentes refere-se a produtos extras
sucessivamente mais reduzidos, obtidos pela adição de medidas
58
ECONOMIA MICRO E MACRO
iguais de um fator variável a uma quantidade constante de um fator
fixo.
Trata-se de um fenômeno que ocorre a curto prazo, período no
qual se mantém pelo menos um fator fixo. O produto total cresce
inicialmente a taxas crescentes (produtividade marginal crescente).
A partir de certo ponto (máximo da produtividade marginal)
continua crescendo, mas a taxas decrescentes (produtividade
marginal decrescente, mas positiva), até atingir o máximo, e passar a
decrescer (produtividade marginal negativa).
Graficamente, a produção total comporta-se da seguinte forma:
P ro d u to
Total
P ro d u to Total
N
0
(n ú m ero d e
trabalh ad o res)
A função citada é a chamada função de produção: relaciona a
quantidade produzida à quantidade de mão-de-obra e de capital (que
se mantém fixa a curto prazo).
5. Assinale a alternativa errada:
a) A lei dos rendimentos decrescentes prevalece quando tivermos
pelo menos um fator de produção fixo.
b) Temos rendimentos decrescentes de escala quando, ao
aumentarmos todos os fatores de produção, a produtividade
média dos fatores se reduz.
59
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) A lei dos rendimentos decrescentes é a mesma que a dos
rendimentos
decrescentes de escala.
d) Rendimentos de escala supõem que nenhum fator de produção
se mantém fixado.
e) A lei dos rendimentos decrescentes diz que, se tivermos um
fator de produção fixo, ao aumentarmos a quantidade do fator
variável, a produção cresce inicialmente a taxas crescentes,
depois decrescentes, para finalmente cair.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A lei dos rendimentos decrescentes refere-se ao curto prazo,
quando pelo menos um fator de produção permanece fixo. O conceito
de rendimentos decrescentes de escala refere-se ao longo prazo,
quando todos os fatores de produção variam (isto é, não há fatores
fixos), e a produção varia menos que proporcionalmente à variação na
quantidade total de fatores (a produtividade média dos fatores reduzse).
Ainda no que se refere ao conceito de rendimentos de escala:
temos rendimentos crescentes de escala (ou economias de escala),
quando a produção aumenta mais que proporcionalmente à variação na
quantidade total de fatores de produção (a produtividade média dos
fatores aumenta), e temos rendimentos constantes de escala, quando a
produção varia na mesma proporção da quantidade de fatores (a
produtividade média mantém-se constante).
As demais alternativas estão corretas.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. A função de produção, em determinado período:
a) É a relação entre a oferta de um produto com seu preço, coeteris
paribus.
b) É a relação da oferta de um produto com seu preço, com os
custos de produção e nível tecnológico.
c) É a relação entre a quantidade física produzida e os insumos
utilizados na produção.
60
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) É a relação de substituição entre capital e mão-de-obra.
e) Todas as alternativas citadas estão erradas.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A função de produção é a relação técnica entre a quantidade
física produzida e os insumos utilizados na produção. É um conceito
tecnológico que relaciona quantidades físicas de produto (output) e
dos fatores de produção (input).
A função oferta, à qual se referem as alternativas a e b,
relaciona a produção a preços (não quantidades físicas) do produto e
dos fatores de produção. É um conceito mais “econômico’’.
2. A função de produção relaciona:
a)
b)
c)
d)
e)
Custos com fatores de produção.
Salários com lucros.
Insumos com produção.
Custos com produção.
Preço com quantidade ofertada.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A função de produção é a relação entre as quantidades físicas
de produto e de fatores de produção, ou seja, qual a produção gerada
por certa quantidade de insumos.
61
ECONOMIA MICRO E MACRO
6
CUSTOS DE PRODUÇÃO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Se conhecemos a função produção, o que mais precisamos
saber a fim de conhecer a função custos:
a) A relação entre a quantidade produzida e a quantidade de
fatores necessária para obtê-la.
b) O custo dos fatores, e como se pode esperar que esses custos
variem.
c) Que fatores são variáveis.
d) Todas as alternativas acima.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A alternativa a (incorreta) é exatamente a função de produção,
que não leva em consideração os custos, somente as relações físicas
entre insumos e produtos. A alternativa b é a correta, visto que dada a
função de produção (isto é, as possíveis quantidades de insumos e
produto), é necessário saber quais são os custos daqueles insumos
dados pela função de produção.
62
ECONOMIA MICRO E MACRO
2. Dividindo-se os custos totais de uma firma em fixos e
variáveis e considerando-se que:
I.
II.
III.
a)
b)
c)
d)
e)
os primeiros estão associados ao uso invariável de um fator de
produção, logo não variam com o nível de produção;
os últimos variam com o volume de fatores e alteram-se com o
nível
de
produção;
pode-se afirmar, então, que, quando opera a lei dos
rendimentos decrescentes:
Os custos totais médios sempre crescem com o aumento da
produção.
Os custos fixos médios e os custos variáveis médios sempre
aumentam com a expansão da produção.
Os custos fixos médios declinam com o aumento da produção e
os variáveis médios primeiro declinam e depois aumentam com
a expansão da produção.
Os custos fixos médios não se alteram com a expansão da
produção, somente os variáveis médios diminuem.
Os custos totais médios são sempre declinantes com o aumento
da produção.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Na teoria dos custos de produção, a Lei dos Rendimentos
Decrescentes é mais apropriadamente chamada Lei dos custos
crescentes, e justifica o formato em U das curvas de custos médios e
marginais. Graficamente, temos:
C u stos
($ )
0
63
(q u an tid ad e
p rod u zid a)
ECONOMIA MICRO E MACRO
Como se observa, a alternativa c é a correta, pois os custos
fixos médios declinam, e os custos variáveis médios primeiro declinam
e depois aumentam, com o aumento da produção.
Vale observar que os custos totais médios são a soma dos
custos variáveis médios e dos custos fixos médios. Como os custos
fixos médios tendem a zero, os custos totais médios tendem a igualarse aos custos variáveis médios.
3. Aponte a alternativa errada. A curva de custo marginal:
a) É o valor tangente da curva de custo total em cada ponto desta.
b) Sempre cruza a curva de custo médio em seu ponto de mínimo.
c) Sempre cruza a curva de custo variável médio em seu ponto de
mínimo.
d) a, b e c estão corretas.
e) Todas as alternativas anteriores estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
É incorreto afirmar que todas as alternativas estão erradas,
porque três delas estão certas: a, b e c. A curva de custo marginal
representa a variação do custo total para a produção de uma unidade
extra. Visto que as tangentes em cada ponto da curva de custo total
representam exatamente essa variação, a alternativa a está correta.
As alternativas b e c são semelhantes e corretas porque, sabendo que
os custos fixos (inclusos no custo total) não influem no custo
marginal, a curva de custo marginal deve cruzar o mínimo das curvas
de custo médio e custo variável médio.
4. Um aumento da produção a curto prazo sempre diminuirá:
a)
b)
c)
d)
e)
O
O
O
O
O
custo variável médio.
custo total médio.
custo fixo médio.
custo marginal.
número de trabalhadores empregados.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
64
ECONOMIA MICRO E MACRO
Aumento a curto prazo na produção torna operante a Lei dos
custos crescentes e considera que o custo fixo não varia. Portanto, um
aumento na produção dissolverá mais o custo fixo entre as unidades
produzidas, e ele deve diminuir.
5. Se o custo fixo for nulo:
a)
b)
c)
d)
e)
O custo
O custo
O custo
O custo
N.r.a.
total é igual ao custo médio.
médio será maior que o custo marginal.
marginal será maior que o custo médio.
médio variável é igual ao custo total.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Aparentemente, a alternativa a estaria correta, mas devemos
lembrar que para economistas sempre há algum custo fixo, sejam
despesas financeiras, comerciais, administrativas, impostos etc., por
mais simples que seja a atividade. Portanto, o exercício não tem
resposta correta.
6. Quando o custo médio está declinando:
a)
b)
c)
d)
e)
O custo marginal deve estar declinando.
O custo marginal deve estar acima do custo médio.
O custo marginal deve estar abaixo do custo médio.
O custo marginal deve estar crescendo.
Alternativas a e b conjuntamente.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Para que o custo médio diminua, somente é necessário que o
custo marginal esteja abaixo dele, forçando-o a cair, não interessando
se o custo marginal está declinando ou crescendo.
7. A “ Lei dos custos crescentes’’ refere-se ao seguinte fato:
a) Quando a população crescer, a cota per capita de A (na
ausência de uma mudança tecnológica) tenderá a cair.
b) Quando a produção de A crescer, o custo monetário total para
a produção também cresce.
c) Os custos totais crescem sempre a taxas crescentes.
65
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Os custos médios e marginais primeiro caem, para depois
crescerem, quando existirem fatores fixos.
e) Mostram que os custos totais crescem a taxas decrescentes.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A “Lei dos custos crescentes’’ refere-se ao fato de que os custos
médios e marginais primeiro caem para depois crescerem, quando
existirem fatores fixos. Isso se deve a que a produtividade dos fatores
cai com seu uso e, conseqüentemente, os custos aumentam.
8. Aponte a alternativa errada:
a) O custo marginal corta o custo médio no mínimo do custo
médio.
b) O custo fixo médio é constante a curto prazo.
c) Com o aumento da produção, o custo total médio tende a
igualar o custo variável médio.
d) A longo prazo não existem custos fixos.
e) As alternativas a, c e d estão corretas.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Observando o gráfico a seguir:
C u stos
($ )
0
66
ECONOMIA MICRO E MACRO
notamos que a única alternativa errada é a b, pois o custo fixo médio
(dado pela relação entre custo fixo total e quantidade produzida) cai
com o aumento da produção. Na verdade, é o custo fixo total (não o
médio) que é constante a curto prazo.
9. Ocorrem economias externas para uma firma se:
a) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, aumenta os
custos totais dessa firma.
b) O governo impõe um imposto sobre o produto da firma.
c) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, diminui os
custos totais dessa firma.
d) Penetram no mercado dessa firma outras firmas concorrentes.
e) Aumenta a demanda pelo produto da firma.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Ocorrem economias externas para uma firma se a expansão da
indústria, à qual ela pertence, diminui os custos totais dessa firma.
As economias externas também são chamadas de externalidades
positivas. No caso de a expansão da indústria (ou setor) levar a
aumentos dos custos da firma, temos deseconomias externas ou
externalidades negativas (é o caso da alternativa a).
10. Quando uma empresa provoca deseconomias externas:
a)
b)
c)
d)
e)
Os custos privados são maiores que os custos sociais.
Os custos sociais são maiores do que os custos privados.
Não há diferença entre custos privados e sociais.
Está provocando externalidades positivas.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Deseconomias externas significam externalidades negativas,
isto é, a empresa está operando e “exportando” custos para outras
empresas (custos sociais) maiores que seus próprios custos privados.
67
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES ADICIONAIS
1. O que acontece com o preço e a quantidade de equilíbrio
quando aumentam os custos de produção de um bem
qualquer?
a)
b)
c)
d)
e)
O preço sobe e a quantidade cai.
O preço cai e a quantidade aumenta.
Preço e quantidade caem.
Preço e quantidade sobem.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
O aumento dos custos de produção de um bem causa redução
da oferta do bem (deslocamento da curva de oferta para cima)
resultando no aumento do preço e redução da quantidade.
2. Aponte a alternativa incorreta:
a) A longo prazo, não existem custos fixos.
b) Uma curva de custo médio de longo prazo constante indica a
existência de rendimentos constantes de escala.
c) A isoquanta representa infinitas combinações de mão-de-obra e
de capital que representam o mesmo custo total de produção.
d) Rendimentos decrescentes de escala têm o mesmo significado
de deseconomias de escala.
e) Os custos de longo prazo representam horizontes de
planejamento, não os custos efetivamente incorridos.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A isoquanta representa infinitas combinações de mão-de-obra e
capital que representam a mesma quantidade produzida.
As
combinações de mão-de-obra e de capital que levam ao mesmo custo
total de produção são denominadas de isocusto.
68
ECONOMIA MICRO E MACRO
7
ESTRUTURAS DE MERCADO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Se o custo marginal exceder a receita marginal, no intervalo
em que o custo marginal é crescente, a firma deve:
a) Expandir a produção até que o custo marginal iguale a receita
marginal.
b) Contrair a produção até que o custo marginal iguale a receita
marginal.
c) Contrair a produção até que a receita marginal iguale o lucro
marginal.
d) Contrair a produção até que o custo marginal iguale o lucro
marginal.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
69
ECONOMIA MICRO E MACRO
O fato de o custo marginal crescente estar acima da receita
marginal significa que quanto mais a produção for aumentada, maior
será o prejuízo da firma. Portanto, a firma deve contrair a produção
até que o custo marginal caia e fique igual à receita marginal (e seu
lucro será maximizado).
2. Não é característica da “ concorrência pura” :
a)
b)
c)
d)
e)
Os preços podem subir ou baixar, sem qualquer restrição.
O produto de cada vendedor é idêntico ao dos demais.
Há substancial mobilidade dos recursos na economia.
Os produtos de diferentes vendedores são diferenciados.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Uma das hipóteses básicas do modelo de concorrência perfeita
é a da homogeneidade, segundo a qual todas as empresas produzem
bens idênticos. A alternativa d caracteriza uma estrutura de mercado
em concorrência monopolística, e não pura (ou perfeita). Pode
também ser característica de alguns setores oligopolizados
(automóveis etc.).
3. Em concorrência perfeita, uma firma estará em equilíbrio de
curto prazo no nível de produção em que:
a)
b)
c)
d)
e)
O custo médio mínimo for igual ao preço.
O custo marginal for igual ao preço.
A receita média for igual à receita marginal.
O custo variável médio for igual à receita marginal.
O custo fixo médio for igual ao preço.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Independente da forma de mercado, uma empresa maximiza
lucros quando a receita marginal (RMg) iguala o custo marginal (CMg).
Afinal, se:
•
•
RMg > CMg: o lucro está crescendo (as receitas adicionais
superam os custos adicionais);
RMg < CMg: o lucro está caindo (as receitas adicionais são
inferiores aos custos adicionais).
70
ECONOMIA MICRO E MACRO
Portanto, apenas quando RMg = CMg temos o lucro máximo.
Em concorrência perfeita, o preço do bem é dado para a firma
individual (ela não tem poder de afetar o preço que é fixado pelo
mercado).
Assim, a receita adicional (RMg), por unidade vendida, é o
próprio preço do bem, fixado pelo mercado:
p = RMg
e a condição de equilíbrio de curto prazo (ou seja, de maximização de
lucros) fica:
CMg = p
Custo marginal = preço
4. Em concorrência perfeita, a curto prazo, a firma não produz
abaixo do ponto mínimo da curva:
a)
b)
c)
d)
e)
Custo
Custo
Custo
Custo
Custo
médio.
marginal.
variável médio.
fixo médio.
variável total.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A firma só consegue operar acima de seu ponto de fechamento,
em que o custo médio variável é mínimo e garante-se o pagamento
pelo menos dos custos fixos, sem os quais a firma não funciona.
5. Em concorrência perfeita, a curva de oferta da firma será
dada:
a) Pela curva de custo variável médio.
b) Pela curva de custo marginal, acima do custo variável médio
mínimo.
c) Pela curva de custo médio, acima do custo marginal.
d) Pela curva de receita marginal.
e) Pela curva de custo marginal, acima do custo fixo médio.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
71
ECONOMIA MICRO E MACRO
A curva de custo marginal representa a oferta, pois quando há
um aumento de demanda (observável pelo aumento do preço), a
empresa deve aumentar a quantidade produzida e terá custos para
isso (custos marginais), ou seja, os custos marginais refletem a oferta.
Deve ser acima do custo variável médio mínimo, pois esse é o ponto
de fechamento da empresa: ela não consegue arcar com os custos
fixos e torna-se impossível seu funcionamento.
6. No modelo de concorrência perfeita, indique a proposição
falsa:
a) A receita marginal é igual à receita média.
b) A curva de demanda tem elasticidade-preço nula.
c) A firma produz acima do ponto mínimo da curva de custo
variável médio.
d) As firmas são tomadas de preço no mercado.
e) A longo prazo, existem apenas lucros normais.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A única alternativa incorreta é a b, pois em concorrência
perfeita a elasticidade-preço é infinita (os consumidores têm muitas
alternativas para deixar de comprar o produto de uma empresa e, por
isso, não absorvem sequer aumentos infinitesimais de preço).
7. A quantidade que uma firma deverá produzir para maximizar
seus lucros:
a) Pode comumente ser determinada pelo estudo de sua escala de
procura ou de receita.
b) Deve ser estabelecida procurando-se a produção que acarrete o
custo total mais baixo.
c) Deve ser estabelecida procurando-se a produção com o menor
custo marginal.
d) Depende de uma comparação dos custos fixos com os custos
variáveis.
e) Encontra-se no ponto em que a curva do custo total estará a
maior distância vertical, abaixo da curva de receita total.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
72
ECONOMIA MICRO E MACRO
Quanto maior for a distância entre a curva de receita total e de
custo total quando a primeira estiver acima da segunda, maior será o
lucro total da firma, ou seja, ela maximizou seu lucro.
8. No longo prazo, uma firma obtém lucro máximo vendendo a
quantidade de um bem ou serviço que iguala o custo marginal
à receita marginal. Em
concorrência perfeita, essa
quantidade:
a) Promove lucro superior ao normal.
b) Promove lucros extraordinários para a firma, tornando-a, a
longo prazo, monopolista.
c) Não pode ser produzida, pois na concorrência perfeita não
existe lucro.
d) Promove apenas lucro normal.
e) Corresponde ao máximo que a firma pode produzir.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
O lucro normal representa o que o empresário obteria em outra
atividade (ou seja, é o custo de oportunidade de optar por uma
atividade, em vez de outra). E as curvas de custos, na teoria
econômica, devem incluir tais custos (implícitos), além dos custos
explícitos (que envolvem desembolso financeiro).
Quando a receita total (RT) supera o custo total (CT), temos
lucros extraordinários, acima dos lucros normais, embutidos nos
custos totais (CT).
Em concorrência perfeita, há a presença de lucros
extraordinários a curto prazo e, dadas as hipóteses, reduzir-se-á o
preço de mercado, até chegar-se a um ponto em que não existirão
mais lucros extraordinários, ou seja:
LT = RT – CT = 0
Cessa, dessa forma, a entrada de novas firmas. Nesse ponto,
existirão apenas lucros normais, embutidos nos custos totais. Vale
observar que tal não ocorre em monopólio ou oligopólio, onde existem
barreiras à entrada de novas empresas, com o que persistirão lucros
extraordinários, mesmo a longo prazo.
73
ECONOMIA MICRO E MACRO
9. Em monopólio, a curva de oferta será dada:
a)
b)
c)
d)
e)
Pela curva de custo variável médio.
Pela curva de custo marginal, acima do custo variável médio.
Pela curva de custo marginal, acima do custo fixo médio.
Pela curva de receita marginal.
Em monopólio não existe uma curva de oferta.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Em monopólio não existe curva de oferta, pois não há uma
relação definida entre preço e quantidade: a empresa pode ofertar a
mesma quantidade e o preço pode ser diferente, dependendo apenas
da curva de demanda, formando um ponto único sobre esta curva,
que será a oferta.
10. Não é característica do monopólio:
a)
b)
c)
d)
e)
Barreiras à entrada de novas firmas.
Transparência de mercado.
Produto sem substitutos próximos.
Lucros extraordinários a longo prazo.
Lucros extraordinários a curto prazo.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O monopólio não tem transparência de mercado para evitar que
novas empresas tentem entrar no mercado. Por exemplo, empresas
monopolistas não divulgam sua tecnologia, sua fonte de matériaprima, seu processo produtivo, sua capacidade ociosa etc. para
conseguir manter seus privilégios e seus lucros extraordinários.
11. De acordo com a teoria microeconômica, a diferença básica
entre firmas que operam em concorrência perfeita e firmas
que operam em monopólio (monopolista) é que:
a) O monopolista não pode cobrar um preço que lhe proporcione
lucro substancial, ao passo que o concorrente perfeito sempre
pode ter um lucro desse tipo.
b) O concorrente perfeito pode vender quanto quiser a
determinado preço, enquanto o monopolista tem que reduzir
74
ECONOMIA MICRO E MACRO
seu preço, sempre que quiser qualquer aumento de suas
vendas.
c) A elasticidade da procura diante do monopolista tem um valor
maior do que a elasticidade da procura ante o concorrente
perfeito.
d) O monopolista procura maximizar lucros, enquanto o
concorrente perfeito procura igualar o preço ao custo médio.
e) O monopolista apresenta uma curva de custo médio sempre
decrescente, enquanto o concorrente perfeito não apresenta
nenhuma curva de custos.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
De acordo com a teoria microeconômica, uma diferença básica
entre firmas que operam em concorrência perfeita e a firma que opera
em monopólio (monopolista) é que o concorrente perfeito pode vender
quanto quiser a determinado preço, enquanto o monopolista tem que
reduzir seu preço sempre que quiser qualquer aumento de suas
vendas. Isso porque, para o monopolista, a curva de demanda do
mercado é a própria curva de demanda do monopolista, enquanto
para o produtor, no regime de mercado de concorrência perfeita, a
curva de demanda é infinitamente elástica (isto é, vende tudo o que
quiser ao preço dado pelo mercado).
12. “ Oligopólio” significa:
a) O mesmo que concorrência imperfeita.
b) Uma situação em que o número de firmas no mercado é
grande, mas os produtos não são homogêneos.
c) Uma situação em que o número de firmas concorrentes é
pequeno, ou uma situação em que, mesmo com grande número
de firmas, poucas dominam o mercado.
d) A condição especial da concorrência perfeita que se acha
próxima do monopólio.
e) Que as firmas são monopolistas entre si.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
75
ECONOMIA MICRO E MACRO
“Oligopólio” significa uma situação em que o número de firmas
concorrentes é pequeno ou uma situação em que, mesmo com grande
número de firmas, poucas dominam o mercado. Um exemplo do
primeiro caso é a indústria automobilística; e do segundo caso a
distribuição de bebidas, em que poucas empresas respondem pela
maior fatia do faturamento do setor.
13. Aponte a alternativa incorreta:
a) A principal diferença entre um mercado em concorrência
monopolista e um mercado em concorrência perfeita é que o
primeiro refere-se a produtos diferenciados, enquanto o
segundo diz respeito a produtos homogêneos.
b) A longo prazo, os mercados monopolistas e oligopolistas
apresentam lucros extraordinários.
c) Nos modelos clássicos de oligopólio, o objetivo das empresas é a
maximização do mark-up.
d) Em concorrência perfeita, a demanda para a firma é
infinitamente elástica.
e) As barreiras à entrada de novas firmas em mercados
concentrados (monopólio, oligopólio) permitem a existência de
lucros extraordinários a longo prazo.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Nos modelos clássicos de oligopólio, o objetivo das empresas é a
maximização de lucros.
As demais alternativas estão corretas, como o leitor pode
observar no texto.
14. Aponte a alternativa errada:
a) Em monopólio, existem barreiras à entrada de novas empresas
no mercado.
b) Em concorrência perfeita, os produtos são homogêneos.
c) Em oligopólio, a curva de demanda é infinitamente elástica.
d) A curva de oferta em concorrência perfeita é o ramo crescente
da curva de custo marginal, acima do custo variável médio.
e) Em concorrência monopolística, os produtos são diferenciados.
RESPOSTA: alternativa c .
76
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Em oligopólio, a curva de demanda costuma ser relativamente
inelástica, visto que todo o mercado do bem produzido em oligopólio é
atendido por poucas empresas, não dando mais alternativas para os
consumidores trocarem o produto pelo da outra empresa.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Aponte a alternativa falsa:
a) A longo prazo, não existem custos fixos.
b) Uma empresa que não consiga cobrir seus custos fixos deve
encerrar suas atividades.
c) A curva de custo variável médio é cortada no ponto de mínimo
pela curva de custo marginal.
d) O conceito de economias de escala é equivalente ao de
rendimentos crescentes de escala.
e) A longo prazo, o custo total é igual ao custo variável total.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A empresa só deve parar a produção se não conseguir cobrir os
custos variáveis (como salários) e, mesmo assim, somente se a
previsão for que esta situação perdurará. A firma, conseguindo pagar
pelo menos os custos variáveis, deve continuar a operar.
2. Se uma empresa, monopolista absoluta na produção do bem X,
maximizadora de lucros, for constrangida a pagar ao governo,
com tributo, uma quantia fixa por período de tempo,
independentemente da quantidade produzida de X no período:
a) Reduzirá a produção e aumentará o preço de venda.
b) Manterá inalterados a quantidade produzida de X e o preço de
venda, não transferindo o tributo ao consumidor.
c) Transferirá integralmente o tributo ao consumidor, dados os
poderes de mercado que detém.
d) Manterá inalterado o preço e reduzirá a produção.
e) Manterá a produção inalterada e aumentará o preço de venda
na medida da divisão do tributo pelo volume da produção.
RESPOSTA: alternativa b.
77
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
O monopolista manterá inalterados a quantidade produzida de
X e o preço de venda, não transferindo o tributo ao consumidor.
Contudo, cabe destacar que a resposta é correta apenas se o
monopolista não tiver prejuízo econômico. No caso de incorrer em
prejuízo econômico, a empresa deverá sair do mercado no longo
prazo. Isso acontece porque, pagando uma quantia fixa, o imposto
afeta apenas os custos fixos do monopolista e não seus custos
variáveis. Conseqüentemente, a curva de custo marginal permanecerá
inalterada e o ponto de maximização de lucro será o mesmo.
3. Assinale a afirmação falsa.
a) A curva da oferta de um bem X, se for uma reta e passar pela
origem dos eixos de preços e quantidades, terá coeficiente de
elasticidade-preço unitário.
b) A curva de oferta da indústria, no prazo e em regime de
concorrência perfeita, será a soma das quantidades oferecidas
por todas as firmas.
c) A curva de oferta indica os preços máximos capazes de induzir
os vendedores a colocar as várias quantidades no mercado.
d) A oferta do monopolista, no curto prazo em condições de
demanda e custos inalterados, é um único ponto que indica
uma quantidade e um preço.
e) A curva de oferta de uma firma, no curto prazo e em regime de
concorrência perfeita, será a curva de custo marginal para
todas as quantidades iguais ou superiores àquela para a qual o
custo variável médio é mínimo.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A curva de oferta indica os preços mínimos capazes de induzir
os vendedores a colocar as várias quantidades no mercado. As demais
alternativas estão corretas.
78
ECONOMIA MICRO E MACRO
Parte III – Macroeconomia
8
FUNDAMENTOS DE TEORIA E
POLÍTICA MACROECONÔMICA
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Assinale a alternativa errada:
a) A política de rendas corresponde basicamente aos controles de
preços
e
salários.
b) A política monetária tem aplicação mais imediata que a política
fiscal.
c) A política tributária é um tipo de política fiscal.
d) A política cambial, no setor externo, refere-se a alterações na
taxa de câmbio.
e) Todas as alternativas anteriores estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A alternativa e é incorreta, porque todas as alternativas
anteriores estão exatas. A política de rendas controla preços e salários
da economia, isto é, as rendas da economia. A política monetária
aplica-se mais rapidamente que a fiscal, pois esta depende de
votações e sua aplicação é mais demorada após a decisão de efetuá-la
ter sido tomada. Políticas tributárias e de gastos do governo são os
tipos de política fiscal. A política cambial refere-se à atuação do
governo em relação ao setor externo via taxa de câmbio.
79
ECONOMIA MICRO E MACRO
2. A “ política fiscal’ ’ de um governo pode ser definida como sua
política relativa à (ao)(aos):
a) Relação entre o total de suas compras de bens e serviços e o
total de seus pagamentos de pensões.
b) Regulamentação de atividades bancárias e de crédito.
c) Total e aos tipos de despesas e à maneira de financiar essas
despesas (tributação, levantamento de empréstimos etc.).
d) Serviços de educação, saúde e segurança nacional.
e) Regulamentação de impostos.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Deve-se falar tanto em gastos, como no financiamento de tais
gastos. Assim, a política fiscal refere-se às despesas do governo e ao
financiamento dessas despesas. As alternativas a e d referem-se
somente a gastos, a alternativa e cita somente financiamento e a
alternativa b refere-se à política monetária.
3. A
política
monetária
e
a
política
essencialmente, pelo seguinte fato:
fiscal
diferem,
a) A política monetária trata dos recursos totais arrecadados e dos
gastos pelo governo, enquanto a política fiscal trata das taxas
de juros.
b) A política fiscal procura estimular ou desestimular as despesas
de investimento e de consumo, por parte das empresas e das
pessoas, influenciando as taxas de juros e a disponibilidade de
crédito, enquanto a política monetária funciona diretamente
sobre as rendas por meio da tributação e dos gastos públicos.
c) A política monetária procura estimular ou desestimular as
despesas de consumo e de investimento, por parte das
empresas e das pessoas, influenciando as taxas de juros e a
disponibilidade de crédito, enquanto a política fiscal funciona
diretamente sobre as rendas mediante a tributação e os gastos
públicos.
d) Não há, essencialmente, diferença entre as duas, uma vez que
os objetivos e as técnicas de operações são os mesmos.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
80
ECONOMIA MICRO E MACRO
A política monetária e a política fiscal diferem, essencialmente,
pelo seguinte fato: a política monetária procura estimular ou
desestimular as despesas de consumo e de investimento, por parte
das empresas e das pessoas, influenciando as taxas de juros e a
disponibilidade de crédito, enquanto a política fiscal atua diretamente
sobre as rendas por meio da tributação e dos gastos públicos.
A resposta poderia ser complementada com o fato de que a
política monetária é mais imediata (bastando uma resolução das
autoridades monetárias), enquanto a política fiscal é mais lenta, pois,
além de ser necessária sua votação no Congresso Nacional, só pode
ser implementada no exercício seguinte (princípio da anterioridade).
4. No mercado de trabalho, são determinadas quais das seguintes
variáveis macroeconômicas?
a)
b)
c)
d)
e)
Nível de emprego e salário real.
Nível de emprego e salário monetário.
Nível geral de preços e salário real.
Salário real e salário monetário.
Nível de emprego e nível geral de preços.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
No mercado de trabalho, mediante o equilíbrio entre a oferta de
mão-de-obra por parte dos trabalhadores e da demanda de mão-deobra por parte das empresas, determinam-se o nível de emprego e o
salário monetário (nominal, corrente). A determinação do nível de
salário real depende do nível geral de preços, que se forma no
mercado de bens e serviços.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Uma medida de política
materializa-se por meio de:
fiscal
pura,
anti-recessiva,
a) Aumento de gastos do governo e/ou redução da carga
tributária acompanhados de um aumento nos meios de
pagamento.
81
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) Redução de gastos do governo e/ou aumento
tributária acompanhados de um aumento nos
pagamento.
c) Aumento de gastos do governo e/ou redução
tributária com meios de pagamento constantes.
d) Redução dos gastos do governo e/ou aumento
tributária com meios de pagamentos constantes.
e) Aumento dos meios de pagamento com gastos do
carga tributária constantes.
da carga
meios de
da carga
da carga
governo e
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Uma medida de política fiscal pura, anti-recessiva, materializase por meio de aumento do governo e/ou redução da carga tributária
com meios de pagamento constantes.
Uma política fiscal “pura’’ é sempre
arrecadação, e não por políticas monetárias.
financiada
pela
2. A política monetária via “ orçamento monetário’’ tem por
objetivos principais a perfeita coordenação das seguintes
variáveis:
a) Nível de atividade econômica; taxa de inflação; taxa de juros e
nível de liquidez em patamares desejados.
b) Concessão de subsídios ao setor produtivo; fazer baixar a taxa
de inflação; aumentar os meios de pagamentos.
c) Zerar o déficit orçamentário do governo; combater a inflação;
controlar a taxa de juros.
d) Compatibilizar a arrecadação de impostos com as despesas do
governo; gerar superávits orçamentários e aumentar a liquidez
do sistema financeiro.
e) Taxa de câmbio, taxa de juros e emprego.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A política monetária via orçamento monetário tem por objetivos
principais a perfeita coordenação das seguintes variáveis: nível de
atividade econômica, taxa de inflação, taxa de juros e nível de liquidez
em patamares desejados.
82
ECONOMIA MICRO E MACRO
As demais alternativas já envolvem também instrumentos de
política fiscal (subsídios, impostos etc.).
9
CONTABILIDADE SOCIAL
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Em
Economia,
especificamente:
a)
b)
c)
d)
e)
“ formação
de
capital’’
significa
A compra de qualquer mercadoria nova.
Investimento líquido.
A tomada de dinheiro emprestado.
A venda ao público de qualquer nova emissão de ações.
Poupança.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Formação de capital significa investimento líquido, isto é, os
investimentos realizados no período menos a depreciação do estoque
de capital do período anterior.
2. O Produto Interno Bruto, a preço de mercado, equivale a:
83
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) Produto Interno Bruto a custo de fatores + renda líquida
enviada ao exterior.
b) Produto Interno Líquido a custo de fatores + impostos indiretos
+ depreciação – subsídios.
c) Produto Interno Líquido a preço de mercado + amortização de
empréstimos externos.
d) Produto Nacional Líquido a preço de mercado + dívida externa
bruta.
e) Produto Nacional Bruto a preço de mercado + impostos
indiretos – subsídios.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O produto bruto é igual a produto líquido mais depreciação.
Produto a preço de mercado é igual a produto a custo de fatores mais
os impostos indiretos menos os subsídios do governo. Portanto,
Produto Interno Bruto, a preço de mercado, equivale a Produto
Interno Líquido a custo de fatores mais impostos indiretos e
depreciação menos os subsídios.
3. Considerando-se os dois grandes agregados macroeconômicos:
Produto Interno Bruto (a preços de mercado) e Produto
Nacional Bruto (a preços de mercado), em um sistema
econômico aberto como, por exemplo, o brasileiro, se o país
remete mais renda para o exterior do que dele recebe,
teremos:
a)
b)
c)
d)
e)
PIBpm > PNBpm
PIBpm < PNBpm
PIBpm = PNBpm
As transações com o exterior não afetam nem o PIB nem o PNB.
Importações > exportações.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Sabemos que PIB = PNB – RLFE, isto é, o produto interno
(renda produzida dentro do país) é o produto nacional (renda que
efetivamente pertence ao país) menos a renda líquida de fatores
84
ECONOMIA MICRO E MACRO
externos (remuneração dos fatores externos). Se RLFE é positiva, o
PIB é maior que o PNB.
4. Suponha uma economia em que não exista governo nem
transações com o exterior. Então:
a)
b)
c)
d)
e)
PIBpm
PIBpm
PIBpm
PIBpm
PIBpm
>
<
=
=
=
PIBcf
PIBcf
PIBcf
PIBcf
PIBcf
sendo: PIBpm –
>
<
>
<
=
RNB.
RNB.
RNB.
RNB.
RNB.
Produto Interno Bruto a preço de mercado.
PIBcf – Produto Interno Bruto a custo de fatores.
RNB
– Renda Nacional Bruta.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Como não existe governo, não temos impostos indiretos e
subsídios, o que torna o PIB a preços de mercado igual ao PIB a custo
de fatores, isto é:
PIBpm = PIBcf
Como não há transações com o exterior, não há diferença entre
a RNB (ou PNB) e o PIB, e então temos:
PIBpm = PIBcf = RNB
5. O Produto Nacional de um país, medido a preços correntes,
aumentou consideravelmente entre dois anos. Isso significa
que:
a)
b)
c)
d)
Ocorreu um incremento real na produção.
O investimento real entre os dois anos não se alterou.
O país está atravessando um período inflacionário.
O país apresenta taxas significativas de crescimento do produto
real.
e) Nada se pode concluir, pois é necessário ter informações sobre
o comportamento dos preços nesses dois anos.
85
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Considerando, por exemplo, os anos 1990 e 1991, o produto
nacional a preços correntes é dado por:
PN90 = Σ p90 × q90
PN91 = Σ p91 × q91
Ou seja, ele pode ter crescido devido apenas ao aumento de
preços. Para aferirmos o crescimento real da economia, precisamos do
PN a preços constantes de um dado ano (o chamado PN real), que é
obtido deflacionando-se o PN a preços correntes (chamado PN
nominal ou monetário), por um índice de preços.
6. As Contas Nacionais do Brasil fornecem os seguintes dados
(valores hipotéticos, em milhões de reais):
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
Renda Nacional Líquida a custo de fatores:
Impostos Indiretos:
Impostos Diretos:
Subsídios:
Transferências:
Depreciação:
Renda Líquida enviada ao exterior:
5.000
1.000
500
100
200
400
0
Os índices de carga tributária bruta e líquida serão,
respectivamente (desprezando-se os algarismos a partir da
terceira casa decimal):
a)
b)
c)
d)
e)
30,00
19,04
24,00
27,77
23,80
e
e
e
e
e
25,24.
14,29.
19,05.
23,02.
19,04.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Sabendo-se que a expressão “Renda Nacional’’ refere-se à
Renda Nacional Líquida a custo de fatores (RNLcf ), temos:
86
ECONOMIA MICRO E MACRO
RNBcf = RNLcf + Depreciação = 5.000 + 400 = 5.400
PNBpm = RNBcf + Impostos indiretos – Subsídios = 5.400 + 1.000 – 100 =
6.300
PIBpm = PNBpm – Renda líquida enviada ao exterior = 6.300 – 0 = 6.300
O Índice de Carga Tributária Bruta (ICTB ) é igual a:
ICTB =
Ti + Td
. 100
PIBpm
onde: Ti = tributos indiretos = 1.000 e
Td = tributos diretos = 500
Portanto, o Índice de Carga Tributária Bruta (ICTB) será:
ICTB =
1.000 + 500
. 100 = 23,80%
6.300
O ICTL, o Índice de Carga Tributária Líquida, será igual a:
ICTL = Ti + Td – Tr – Sub . 100
PIBpm
sendo: Tr = transferências do governo ao setor privado e
Sub = Subsídios.
Portanto, temos que:
ICTL = 1.000 + 500 – 200 – 100 . 100 = 19,04%
6.300
7. Em uma economia, a renda enviada para o exterior é maior
que a renda recebida do exterior. Então:
a) O Produto Interno Bruto é maior que o Produto Nacional Bruto.
b) O Produto Interno Bruto é menor que o Produto Nacional
Bruto.
c) O Produto Interno Bruto é igual ao Produto Nacional Bruto.
87
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) O Produto Interno Bruto a custo de fatores é maior que o
Produto Interno Bruto a preços de mercado.
e) O Produto Nacional Bruto a custo de fatores é menor que o
Produto Nacional Bruto a preços de mercado.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
O Produto Interno Bruto (PIB) é igual ao Produto Nacional
Bruto (PNB) mais a renda enviada ao exterior (RE), menos a renda
recebida do exterior (RR), isto é:
PIB = PNB + RE – RR
Se RE > RR, segue que
PIB > PNB.
8. Com os dados abaixo, para uma economia hipotética, responda
às questões 8a e 8b.
PIB a preços de mercado
Tributos indiretos
Subsídios
Consumo final das famílias
2.000
500
250
400
Formação bruta de capital fixo
Variação de estoques
Exportações de bens e serviços de não fatores
Importações de bens e serviços de não fatores
Depreciação
Impostos diretos
Transferências de assistência e previdência
Outras receitas correntes líquidas do governo
Juros da dívida pública interna
Poupança corrente do governo (superávit)
400
100
500
100
100
200
150
600
100
100
8a. O consumo final das administrações públicas é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
1.100 unidades monetárias.
650 unidades monetárias.
600 unidades monetárias.
550 unidades monetárias.
700 unidades monetárias.
88
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
No Sistema de Contas Nacionais, a conta das administrações
públicas é apresentada da forma a seguir. Os números referem-se aos
dados do exercício.
Débitos
...
250
150
100
100
...
Créditos
Consumo final das
administrações públicas:
Subsídios ao setor privado
Transferência de assistência e
previdência
Juros da dívida pública
interna
Saldo: Poupança corrente do
governo
Tributos indiretos
500
Tributos diretos
200
Outras receitas correntes do
governo
600
TOTAL DOS DÉBITOS CORRENTES
TOTAL DAS RECEITAS
...
CORRENTES
Substituindo os valores do exercício neste razonete, o consumo
final das administrações é calculado por resíduo, já que temos todos
os valores dos demais itens. O Total das Receitas e dos Débitos
Correntes é igual a 1.300, com o que chegamos a 700 unidades
monetárias para o consumo final das administrações públicas.
8b. O total das receitas correntes do governo é:
a)
b)
c)
d)
e)
1.950 unidades monetárias.
1.700 unidades monetárias.
1.300 unidades monetárias.
1.150 unidades monetárias.
800 unidades monetárias.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Utilizando o razonete da questão anterior e os dados da tabela,
basta somar o total dos créditos (Tributos indiretos 500 + Tributos
89
ECONOMIA MICRO E MACRO
diretos 200 + Outras receitas correntes líquidas do governo 600), e
chegamos ao total das Receitas correntes do governo = 1.300.
9. Em determinada economia (valores hipotéticos), o Produto
Nacional Líquido a custo dos fatores é 200. Sabendo-se que:




Renda líquida enviada ao exterior: 50.
Impostos indiretos: 80.
Subsídios: 20.
Depreciação: 80.
Calcule o valor do Produto Interno Bruto a preços de mercado
a)
b)
c)
d)
e)
310
290
230
390
270
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Primeiramente, chegaremos a fórmula do PIB a preços de
mercado:
PIBpm = PNBpm + RLEE
PIBpm = (PNLpm + d) + RLEE
PIBpm = [(PNLcf + Ti – Sub) + d] +RLEE
Sabendo que PNLcf = 200, RLEE = 50, Ti = 80, Sub = 20 e d =
80, temos:
PIBpm = [(200 + 80 – 20) + 80] + 50
PIBpm = 390
10. A diferença entre Renda Nacional Bruta e Renda Interna Bruta
é que a segunda não inclui:
a) O valor das importações.
b) O valor da renda líquida de fatores externos.
c) O valor dos investimentos realizados no país por empresas
estrangeiras.
90
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) O valor das exportações.
e) O saldo da balança comercial do país.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A Renda Nacional Bruta inclui em sua contabilidade a renda
líquida de fatores externos, enquanto a Renda Interna Bruta a
desconsidera.
11. O salário mensal de determinada categoria de trabalhadores
era de $ 70.000,00 em 1990 e $ 144.000,00 em 1991. Os
índices de custo de vida correspondentes são 100 para 1990 e
240 para 1991. Logo, o salário real em 1991, em valores
constantes de 1990, é:
a)
b)
c)
d)
e)
$
$
$
$
$
70.000,00
40.000,00
60.000,00
100.000,00
144.000,00
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Considerando que salário real91/90 é o salário real em 91 a
valores constantes de 90, temos:
Salário
real
91/90 =
Salário
real
91/90 =
Salário
nominal91
Índice
de preços
91
144.000
240
⋅ 100
⋅ 100 = $ 60.000
12. Não é considerada uma transação da economia informal:
a) Mercado paralelo do dólar.
91
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) Empregado não registrado em carteira.
c) Autônomos que não fornecem recibo pelo pagamento de seu
serviço.
d) Aluguel estimado do caseiro de uma fazenda.
e) Guardadores de automóveis não registrados.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Todas as respostas representam desobediência civil de
atividades econômicas regulares de mercado, exceto o aluguel
estimado do caseiro de uma fazenda, já que consiste numa renda
implícita do proprietário da fazenda e, embora não apareça no
mercado, é computado no Produto Nacional.
13. Para fins de contabilidade social, qual das despesas
governamentais abaixo é considerada transferência:
a)
b)
c)
d)
e)
Cursos de alfabetização de adultos.
Manutenção de aeroportos.
Manutenção de estradas.
Salários de funcionários aposentados.
Vacinação em massa.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Transferência do governo é uma transação que aparece no
mercado, mas é excluída do Produto Nacional, pois não o altera.
Somente é considerada a transferência direta, isto é, sem considerar
os serviços prestados pelo governo. Portanto, salários de funcionários
aposentados representam transferência governamental. Cursos de
alfabetização não são uma transferência, pois são serviços do governo
(bolsas de estudo seriam).
14. Se compararmos a matriz insumo-produto com o sistema de
contas nacionais de um país, num mesmo período, veremos
que:
a) Não há relação alguma entre a matriz e o sistema.
b) Ambos incluem os fluxos financeiros da economia.
c) A matriz inclui as transações intermediárias, e o sistema não.
92
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) A matriz é elaborada em termos de estoques, e o sistema, em
termos de fluxos.
e) A matriz permite calcular o estoque de capital nacional, e o
sistema, o produto nacional.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A matriz é uma “radiografia” da estrutura da economia, pois
mostra toda a cadeia produtiva, ou seja, inclui transações com bens e
serviços intermediários, diferentemente do sistema de contas
nacionais, que inclui somente bens e serviços finais.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Aponte a alternativa correta:
a) O investimento em ações é um componente do investimento
agregado, no sentido da contabilidade social.
b) Não existe dupla contagem quando se agrega o valor adicionado
da indústria de pneus com o valor adicionado da indústria de
automóveis.
c) A diferença entre o PIB e o PNB é dada pelas exportações e
pelas importações.
d) A renda a custo de fatores é calculada a partir do produto a
preços de mercado, retirado o valor dos impostos diretos e
somados os subsídios governamentais.
e) A renda líquida dos fatores externos inclui o valor das
amortizações de empréstimos financeiros tomados pelo país.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Não existe dupla contagem na medição do PIB, pelo fato de
estarem sendo somados os valores adicionados, excluindo as compras
intermediárias.
2. Assinale a alternativa incorreta:
a) Economia informal é a mesma coisa que economia subterrânea.
93
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) O produto nacional a preços de mercado é dado pela renda
nacional a custo de fatores, somados os impostos indiretos e
retirados os subsídios do governo.
c) O Produto Nacional Líquido é a diferença entre o Produto
Nacional Bruto e a depreciação de ativos fixos.
d) Os gastos das empresas estatais não são considerados como
gastos do governo, de acordo com a contabilidade social.
e) O Índice de Desenvolvimento Humano da ONU reflete mais
adequadamente o padrão de desenvolvimento humano e social
dos países.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
O conceito de economia informal refere-se à desobediência civil
de atividades formais de mercado, como, por exemplo, a sonegação de
impostos, a falta de registro em carteira de empregados, enquanto o
conceito de economia subterrânea inclui atividades ilegais ou
marginais, como contrabando, tráfico etc.
94
ECONOMIA MICRO E MACRO
10
DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE
RENDA E PRODUTO NACIONAIS; O
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
QUESTÕES PROPOSTAS
1. No modelo keynesiano básico de determinação da renda,
assinale a alternativa errada:
a) Para que haja equilíbrio, a soma dos vazamentos deve ser igual
à das injeções.
b) Para que haja equilíbrio, a oferta agregada deve igualar a
demanda agregada.
c) Renda de equilíbrio é o mesmo que renda de pleno emprego.
d) No equilíbrio da renda, numa economia fechada e sem governo,
os investimentos planejados devem igualar as poupanças
planejadas.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A alternativa c é a única incorreta, já que no modelo
keynesiano básico a renda de equilíbrio pode estar abaixo da renda de
pleno emprego, dependendo da demanda agregada da economia.
2. Supondo investimentos autônomos em relação à renda
nacional, se os indivíduos desejarem poupar mais nos diversos
níveis de renda planejada, no novo equilíbrio ter-se-á:
a) O nível de renda e de poupança aumentará.
95
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) O nível de investimento realizado excederá o da poupança
realizada.
c) O nível de investimento realizado será menor que o da
poupança realizada.
d) O nível de poupança será constante e o da renda diminuirá.
e) O nível de poupança se elevará e o de consumo se reduzirá,
mas a renda permanecerá constante.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Quando os indivíduos desejam poupar mais, para os diversos
níveis de renda planejada, tem-se um deslocamento da curva de
poupança de S0 para S1, como mostra o gráfico. Sendo o investimento
constante com a renda, um aumento da poupança acaba resultando
numa diminuição da renda (de y0 para y1) e em poupança constante
(esta nunca varia se o investimento for constante com a renda).
I, S
S1
S0
I1 = S 1
I0 = S 0
y1
y0
I
y
3. São fatores que contribuem para a elevação do produto real na
economia, de acordo com o pensamento keynesiano:
a) Redução do déficit governamental, tudo o mais constante.
96
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) Maiores exportações e menores importações de bens e serviços,
menor tributação, enquanto a economia se encontrar em nível
abaixo do pleno emprego dos fatores.
c) Maiores gastos do governo, maior poupança interna e menores
níveis de tributação, por induzirem a maior demanda agregada.
d) Redução de barreiras alfandegárias às importações de bens e
serviços.
e) Redução das exportações de bens e serviços, em razão de
provocar aumento na disponibilidade interna de bens e
serviços.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A alternativa b é correta. Mais exportações e menos
importações aumentam o produto real da economia, já que elevam a
demanda agregada. Redução de impostos aumenta a renda disponível
dos agentes, aumentando o consumo destes e a demanda agregada.
As alternativas a, d e e reduzem o produto real e a alternativa c não
garante o aumento do produto, já que os efeitos do aumento dos
gastos do governo e redução da tributação podem ser revertidos pela
maior poupança. Note que mesmo a alternativa c somente é correta
considerando-se que a economia não esteja no pleno emprego, tudo o
mais constante.
4. Em um modelo keynesiano simples de determinação da renda
de equilíbrio, toda vez que o investimento autônomo sofrer
um aumento, a renda nacional subirá por um múltiplo desse
aumento. Essa expansão da renda variará:
a)
b)
c)
d)
e)
Em relação direta com a propensão marginal a consumir.
Em relação direta com a propensão marginal a poupar.
De acordo com a taxa de juros de longo prazo.
Em relação inversa com a propensão marginal a consumir.
Em relação direta com a soma das propensões marginais a
consumir e a poupar.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
97
ECONOMIA MICRO E MACRO
A expansão total da renda quando há aumento do investimento
é dependente do multiplicador da economia, que é diretamente
dependente da propensão marginal a consumir (maior propensão
marginal a consumir causa maior variação da renda).
5. Considere duas economias, numa das quais as importações são
uma função crescente do nível de renda real, enquanto na
segunda as importações são autônomas em relação ao nível de
renda. O valor do multiplicador:
a)
b)
c)
d)
Da primeira será maior que o da segunda.
Da segunda será maior que o da primeira.
Da primeira será igual ao da segunda.
Da primeira não depende do valor da propensão marginal a
consumir.
e) Da segunda é função do nível de importação.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Os valores dos multiplicadores são:
•
importações induzidas por aumentos da renda real:
km’ = – 1/(1 – b + m1)
•
importações autônomas, independentes da renda real:
km = – 1/(1 – b)
Como m1 > 0, segue
km > km’.
Intuitivamente, as importações representam um vazamento do
fluxo de renda. Dada uma elevação da demanda, se as importações
dependem da renda, teremos um vazamento adicional a cada etapa do
efeito multiplicador.
6. Em um modelo keynesiano simples, se a propensão marginal a
poupar for 20% e houver um aumento de $ 100 milhões na
demanda por investimento, a expansão no produto nacional:
a) Será de $ 200 milhões.
b) Será de $ 500 milhões.
c) Não pode ser calculada, pois não se sabe qual a propensão
marginal a consumir.
98
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Não ocorrerá.
e) Será de $ 2 milhões.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Sendo s = propensão marginal a poupar, b = propensão
marginal a consumir, k = multiplicador da renda, ∆I = variação da
demanda por investimento e ∆Y = expansão no produto nacional,
temos:
b = 1 − s = 1 − 0 ,2 ⇒ b = 0 ,8
k =
1
1 − b
=
1
1 − 0 ,8
⇒ k = 5
∆ Y = k ⋅ ∆ I = 5 ⋅ 100 ⇒ ∆ Y = $ 500 milhões
7. Aponte a afirmativa falsa:
a) O mecanismo do estabilizador automático amortece o efeito dos
ciclos econômicos.
b) O teorema do orçamento equilibrado mostra que, se
aumentarmos os gastos públicos na mesma proporção do
aumento da tributação, o nível de renda aumentará no mesmo
montante do aumento dos gastos e da tributação.
c) No mecanismo do estabilizador automático, a tributação é
suposta independente do nível de renda nacional.
d) Com a inclusão da tributação no modelo básico, o consumo é
suposto dependente da renda disponível.
e) No hiato deflacionário, a renda de equilíbrio está aquém da
renda de pleno emprego.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
O mecanismo do estabilizador automático supõe tributação
progressiva em relação à renda, de forma a atenuar grandes
aumentos de renda e grandes reduções de renda.
99
ECONOMIA MICRO E MACRO
8. Segundo Keynes, três elementos básicos estão envolvidos nas
decisões para investir:
a) Disponibilidade de capital de giro, taxa de juros e nível de
lucros esperados.
b) Custo do investimento, fluxo de renda líquida a ser gerado pelo
investimento e taxa de juros.
c) Taxa de juros do mercado, custo de produção dos bens de
capital e taxa de salários.
d) Custos variáveis de produção, taxa de salários vigente e lucro
esperado.
e) Fluxo de renda a ser gerado pelo investimento, disponibilidade
de capital de giro e taxa de juros.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Os três elementos básicos são o custo do investimento (preço
de oferta), o fluxo de renda líquida (que junto com o preço de oferta
resultam em certa eficiência marginal do capital) e a taxa de juros
(que deve ser menor que a eficiência marginal do capital para que o
investimento ocorra).
9. O princípio do acelerador de investimento baseia-se na relação
existente entre:
a) A taxa corrente de investimento e a taxa de juros.
b) O nível corrente de investimentos e o nível de renda.
c) O nível corrente de investimentos e a variação no nível de
renda.
d) O nível corrente de investimento e o nível de gastos do governo.
e) O nível de investimentos e o nível de poupança.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
O princípio do acelerador de investimento baseia-se na relação
existente entre o nível corrente de investimento e a variação no nível
de renda. Ou seja, o nível de investimento (I) depende das variações
do produto e não do nível do produto. Note que, ao contrário do
multiplicador keynesiano, o princípio do acelerador supõe que a taxa
de investimento é que depende da renda (produto), isto é:
100
ECONOMIA MICRO E MACRO
I = f (variações da renda).
No multiplicador, temos que:
variações da renda = kI × variações no investimento,
sendo kI o multiplicador keynesiano.
10. Numa economia fechada e sem governo, são dados:
I. a função consumo, pela equação: C = 20 + 3/4y, sendo y o
nível de renda; e
II. o nível de investimento (autônomo) = 40.
Se o produto de pleno emprego for 300, o aumento do nível
de investimento necessário para que a economia esteja
equilibrada com pleno emprego será:
a)
b)
c)
d)
e)
80
60
45
15
30
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Nessa economia, temos que
y = C + I = 20 + 3/4y + 40
Portanto, resolvendo a equação, y* = 240
Como a renda de pleno emprego é igual a ype = 300, é
necessário um aumento de renda
∆y = (yPE – y*) = 300 – 240 = 60.
Lembrando que
∆y = kI × ∆I,
e que
kI=
1
.
(1 – propensão marginal a consumir)
101
ECONOMIA MICRO E MACRO
temos que
kI=
1
(1 – ¾)
= 4.
Como
∆y = kI× ∆I
temos
60 = 4 × ∆I
e, portanto,
∆I= 15
Ou seja, para obtermos um aumento de renda de 60, basta
elevarmos os investimentos (ou outra variável da demanda agregada)
em 15, que serão multiplicados quatro vezes, criando renda.
11. Conhecidas, para uma economia fechada e sem governo (e
supondo que não haja lucros retidos pelas empresas):
Função poupança: S = –10 + 0,2yd , onde yd = renda pessoal disponível.
Função investimento: I = 20 + 0,1y, onde y = renda (produto) nacional.
Assinale a alternativa correta:
a) O nível de equilíbrio do produto é, aproximadamente, 14,3.
b) A função consumo é C = 10 + 0,2yd.
c) É impossível conhecer o produto de equilíbrio, pois não foi dada
a função renda pessoal disponível.
d) O nível de equilíbrio do produto é 300.
e) O multiplicador dos investimentos autônomos é 5.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
São dados:
S = –10 + 0,2yd
e
I = 20 + 0,1y
Como não há governo, a renda disponível yd é igual à renda
nacional y. Analisemos cada alternativa:
•
alternativa a :
Renda de equilíbrio:
OA = DA
y=C+I
Como a função consumo C é complemento da poupança,
temos:
102
ECONOMIA MICRO E MACRO
C=y–S
C = y – (– 10 + 0,2y)
C = 10 + 0,8y
Substituindo as funções C e I na condição de equilíbrio, vem:
y = C + I = 10 + 0,8y + 20 + 0,1y = 30 + 0,9y
Portanto:
y – 0,9y = 30 = 30/0,1
y = 300
diferente de 14,3, como aparece na alternativa a.
alternativa b: a função consumo é o complemento da função
poupança, igual a C = 10 + 0,8yd (e não C = 10 + 0,2yd, como
aparece na alternativa b).
a lterna tiva c: não é verdade. Como o enunciado diz que não
há governo (e, portanto, não há impostos), a renda disponível
(yd = y – T) é igual à renda nacional y.
alternativa d : alternativa correta. Ver resolução na
alternativa a.
alternativa e : errada. O multiplicador do investimento, com
investimento induzido pela renda (I= f(y)), é dado pela
fórmula:
•
•
•
•
1
(1 – b – i1)
kI =
.
sendo i1 a declividade da função investimento. Temos então:
kI =
1
(1 – 0,8 – 0,1)
= 1 = 10
0,1
(e não 5, como no exercício)
12. Dados, para uma economia hipotética aberta e com governo:
C
I
G
X
=
=
=
=
10 + 0,8yd
5 + 0,1y
50
100
103
ECONOMIA MICRO E MACRO
M = 10 + 0,14y
T = 12 + 0,2y
onde:
C
= consumo das famílias
yd
= renda disponível
G
= gastos do governo
X
= exportação de bens e serviços
M = importação de bens e serviços
y = produto nacional
T = tributação
um aumento de 100 unidades monetárias no gastos do governo, tudo
o mais mantido constante, provocaria acréscimo do produto nacional
igual a:
a) 100 unidades monetárias.
b) Menos que 100 unidades monetárias, porque a tributação
também aumentaria.
c) 250 unidades monetárias.
d) 500 unidades monetárias.
e) 1.000 unidades monetárias.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A questão refere-se ao efeito do multiplicador keynesiano dos
gastos do governo (ou seja, qual o acréscimo do produto nacional,
gerado por um aumento de 100 unidades monetárias nos gastos do
governo), mas em sua versão ampliada, supondo investimentos,
tributos e importações como funções crescentes do produto nacional.
Sua fórmula é:
kG = ∆ y
∆G
=
1
.
1 – b ( 1 – t1 – i1 + m1)
onde:
b = propensão marginal a consumir = 0,8;
t1 = alíquota marginal da tributação = 0,2 (obtida na função T =
12 + 0,2y);
104
ECONOMIA MICRO E MACRO
i1 = propensão marginal a investir = 0,1 (obtida na função I = 5
+ 0,1y);
m1 = propensão marginal a importar = 0,14 (obtida na função M
= 10 + 0,14y).
Temos então:
kG =
1
1 – 0,8 (1 – 0,2) – 0,1 + 0,14
.
Portanto, um aumento de 100 nos gastos do governo leva a um
aumento do produto de 250, tudo o mais mantido constante.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. No modelo keynesiano de determinação de equilíbrio da renda
e do produto, é certo que:
a) Um aumento nos impostos tem maior poder de diminuir o
produto de equilíbrio que igual contração nos gastos do
governo, tudo mais constante.
b) A estabilidade do equilíbrio requer propensão marginal a
consumir maior que 1.
c) A propensão marginal a consumir é maior que a propensão
média a consumir.
d) O produto estará em equilíbrio, quando o investimento
realizado for igual à poupança realizada.
e) A propensão média a consumir é maior que a propensão
marginal a consumir.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
No modelo keynesiano de determinação da renda:
•
a função consumo é dada por C = a + byd;
105
ECONOMIA MICRO E MACRO
onde:
C: consumo;
a: consumo autônomo (que não depende da renda);
b: propensão marginal a consumir; e
yd: renda disponível.
•
a propensão média a consumir é igual a
PMeC = C = a + byd = a + b
yd
yd
yd
•
a propensão marginal a consumir é dada por PMgC = b;
Como a é positivo, conseqüentemente, PMeC > PMgC.
yd
2. A ocorrência do efeito multiplicador keynesiano de procura de
bens e serviços será garantida se:
a) A economia estiver operando com pleno emprego de mão-deobra.
b) Houver equilíbrio entre a procura e a oferta globais de bens e
serviços.
c) O fluxo do investimento adicional for mantido.
d) Houver equilíbrio no mercado monetário.
e) Houver equilíbrio no balanço de pagamentos.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A ocorrência do efeito multiplicador keynesiano de procura de
bens e serviços será mantida se o fluxo do investimento adicional for
mantido. Assim como a renda aumentará num múltiplo do aumento
autônomo de investimentos, ela também cairá segundo um múltiplo
de uma eventual queda dos investimentos (ou outro elemento
autônomo da demanda agregada).
3. O multiplicador keynesiano do orçamento equilibrado é:
a)
b)
c)
d)
e)
Positivo e maior que um.
Positivo e localizado entre zero e um.
Igual a zero.
Igual a um.
Negativo com o valor absoluto maior que um.
106
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
O multiplicador keynesiano do orçamento equilibrado é igual a
um. Significa que, dado um aumento nos gastos do governo e na
tributação de igual valor (por exemplo, 100), a renda nacional
aumentará nessa mesma magnitude (100). Isso ocorre porque a soma
dos efeitos multiplicadores dos gastos
kG =
1
.
1–b
e da tributação
kT = – b .
1–b
(sendo b a propensão marginal a consumir) é igual a um.
Assim:
kG + kT =
1
–
1–b
b
= 1–b = 1
1–b
1–b
Por essa razão, o Teorema do Orçamento Equilibrado também é
conhecido como Teorema do Multiplicador Unitário (ou ainda Teorema
de Haavelmo, seu criador).
4. Indique a opção falsa. No modelo keynesiano de determinação
da renda:
a) Os acréscimos à capacidade produtiva resultantes do aumento
de investimento não são computados, pois o estoque de capital,
no curto prazo, é supostamente dado.
b) Um aumento no investimento resultará em um aumento na
renda de equilíbrio, menor se a receita de impostos for função
crescente da renda do que se o imposto for fixo.
107
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Quando os gastos do governo e as receitas de um imposto fixo
são aumentados no mesmo montante, a renda nacional cresce
no valor do aumento dos gastos do governo.
d) Os multiplicadores dos itens de despesas consideradas
autônomas – como investimentos, gastos do governo ou
exportações – são todos iguais e positivos.
e) A igualdade entre investimento realizado e poupança planejada
é condição de equilíbrio.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A condição de equilíbrio, no modelo keynesiano de
determinação da renda, é dada pela igualdade entre investimento
planejado (ex ante) e poupança planejada (ex ante) e não pelo
investimento realizado (ex post) e poupança planejada (ex ante). As
demais alternativas estão corretas. As alternativas a e d são autoexplicativas. A alternativa b refere-se ao fato de o efeito multiplicador
de um aumento no investimento ser menor, quando a tributação é
uma função crescente da renda, pois isso representa um vazamento
de renda a cada etapa do processo. A alternativa c refere-se ao
multiplicador do orçamento equilibrado (ou multiplicador unitário).
5. Um dos pontos-chaves do modelo keynesiano é que o produto
nacional de equilíbrio é determinado pela demanda efetiva e
que:
a) O produto nacional de equilíbrio pode situar-se abaixo do pleno
emprego dos recursos produtivos.
b) A oferta agregada determina sozinha o pleno emprego.
c) A demanda agregada não afeta o nível de emprego de
trabalhadores.
d) O pleno emprego é sempre atingido qualquer que seja a
propensão marginal a consumir.
e) O equilíbrio sempre coincide com o pleno emprego.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
108
ECONOMIA MICRO E MACRO
As alternativas b, c, d e e correspondem ao modelo clássico. A
alternativa correta é a a porque a economia pode estar em equilíbrio
tendo desemprego de recursos produtivos.
11
O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA
109
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. O que define a moeda é sua liquidez, ou seja, a capacidade que
possui de ser um ativo prontamente disponível e aceito para
as mais diversas transações. Além disso, três outras
características a definem:
a)
b)
c)
d)
e)
Forma metálica, papel-moeda e moeda escritural.
Instrumento de troca, unidade de conta e reserva de valor.
Reserva de valor, credibilidade e aceitação no exterior.
Instrumento de troca, curso forçado e lastro-ouro.
Forma metálica, reserva de valor e curso forçado.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A moeda é definida por sua liquidez e tem três outras
características (ou funções): serve como instrumento de troca,
unidade de conta de toda a economia e reserva de valor dos agentes.
2. As operações entre o público e o setor bancário, conforme o
caso, podem criar meios de pagamento ou destruir meios de
pagamento. Dentre as operações a seguir relacionadas, qual
delas é responsável pela criação de meios de pagamento?
a) Pessoas realizam depósitos a prazo nos bancos.
b) Bancos vendem ao público, mediante pagamento a vista, em
moeda, títulos de diversas espécies.
c) A empresa resgata um grande empréstimo contraído no sistema
bancário.
d) Empresas levam aos bancos duplicatas para desconto,
recebendo a inscrição de depósitos a vista ou moeda manual.
e) Saque de cheques nos caixas dos bancos.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Analisaremos todas as alternativas:
110
ECONOMIA MICRO E MACRO
•
•
•
•
•
alternativa a : há destruição de moeda, pois depósitos a
prazo não são considerados meios de pagamento (M1);
alternativa b: há destruição de moeda (bancos reduzem M1 e
ampliam M2, M3 ou M4, dependendo dos títulos vendidos ao
público);
alternativa c : há destruição de moeda, pois diminui M1 (ou
diminuindo moeda com o público, ou seus depósitos), e
aumenta o caixa dos bancos comerciais;
alternativa d : há criação de moeda, pois o aumento dos
depósitos a vista ou moeda manual aumenta os meios de
pagamento;
alternativa e : é apenas uma transferência de depósitos em
conta corrente para moeda em poder público (não altera M1,
somente sua composição).
3. O Banco Central do
responsabilidades, a de:
Brasil
(Bacen)
tem,
entre
suas
a) Emitir papel-moeda, fiscalizar e controlar os intermediários
financeiros,
supervisionar a compensação de cheques.
b) Atuar como banco do governo federal e renegociar a dívida
externa brasileira.
c) Aceitar depósitos, conceder empréstimos ao público e controlar
os meios de pagamento do país.
d) Executar as políticas monetária e fiscal do país.
e) Formular a política monetária e cambial do país.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
As funções do Bacen refletem seu objetivo de regular a moeda e
o crédito em níveis compatíveis com o crescimento da produção,
mantendo a liquidez do sistema. Isso ocorre por meio de emissão de
papel-moeda, fiscalização e controle dos intermediários financeiros e
supervisão da compensação de cheques, entre outros. Note que o
Bacen não é um banco comercial, portanto, não concede empréstimos
ao público e não aceita depósitos do público. A política fiscal e a
formulação de políticas cambial e monetária são responsabilidades do
governo.
111
ECONOMIA MICRO E MACRO
4. Entende-se
por
especificamente:
“ operações
de
mercado
aberto’ ’,
a) Concessão de empréstimos, por parte dos bancos comerciais,
empresas e consumidores.
b) Concessão de empréstimos, pelo Banco Central, a bancos
comerciais.
c) Venda de ações, em bolsa, pelas empresas ao público em geral.
d) Atividade do Banco Central na compra ou venda de obrigações
do governo.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Operações de mercado aberto consistem em compras e/ou
vendas, por parte do Bacen, de obrigações (títulos) governamentais no
mercado de capitais.
5. A principal função da reserva compulsória sobre os depósitos
bancários, como instrumento de política monetária, é:
a) Permitir ao governo controlar a demanda de moeda.
b) Permitir às autoridades monetárias controlar o montante de
moeda bancária que os bancos comerciais podem criar.
c) Impedir que os bancos comerciais obtenham lucros excessivos.
d) Impedir as “corridas bancárias’’.
e) Forçar os bancos a manter moeda ociosa no sentido de cobrir
as suas necessidades de caixa.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A reserva compulsória é um instrumento de política monetária
que permite às autoridades monetárias controlar o montante de
moeda bancária que os bancos comerciais podem criar, isto é, permite
o controle dos meios de pagamento.
6. Constitui-se num instrumento de redução
multiplicador dos meios de pagamentos:
112
do
efeito
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) Um aumento dos depósitos compulsórios dos bancos
comerciais às autoridades monetárias.
b) Uma diminuição dos depósitos compulsórios dos bancos
comerciais às autoridades monetárias.
c) Um aumento da taxa de juros no mercado de capitais.
d) Uma diminuição da participação do papel-moeda em poder do
público na composição dos meios de pagamento.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Um aumento nos depósitos ou reservas compulsórias dos
bancos comerciais diminui a possibilidade dos bancos comerciais de
emprestarem ao setor privado, reduzindo assim a multiplicação da
moeda na economia. As alternativas b e d representam fatores de
expansão do efeito multiplicador dos meios de pagamento. Um
aumento da taxa de juros (alternativa c) não afeta o multiplicador
monetário.
7. Numa economia em que as autoridades monetárias não
recebem depósitos a vista do público, em que as reservas
totais dos bancos comerciais constituem 30% dos depósitos a
vista e o público, em média, guarda papel-moeda na razão de
20% dos depósitos a vista, o multiplicador da base monetária
é igual a:
a)
b)
c)
d)
e)
2,4
2,5
3,3
3,4
5
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A fórmula do multiplicador da base monetária (que representa
um aumento dos meios de pagamento, dado um aumento na base), é:
m=
1+c
c+r
113
ECONOMIA MICRO E MACRO
sendo: c = taxa de retenção de moeda pelo público, sobre o total de
depósitos a vista; e
r = taxa de reservas dos bancos comerciais, sobre o total de
depósitos a
vista.
No exercício com r = 0,3 e c = 0,2, temos que:
m = 2,4
8. Para reduzir o volume de meios de pagamentos, o Banco
Central deve:
a)
b)
c)
d)
e)
Comprar títulos da dívida pública.
Elevar a emissão de papel-moeda.
Elevar a taxa de redesconto.
Reduzir a reserva compulsória dos bancos comerciais.
Reduzir a taxa de juros para desconto de duplicatas.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Para reduzir o volume de meios de pagamento, o Bacen deve
elevar a taxa de redesconto, estimulando os bancos comerciais a
reduzir os empréstimos ao setor privado, isto é, causando uma
redução dos meios de pagamento. As outras alternativas levam ao
aumento do volume de meios de pagamento.
9. A teoria quantitativa da moeda afirma que:
a) Uma variação na quantidade de moeda, caso sua velocidade de
circulação seja estável, causará uma variação na mesma
direção no produto nacional em termos nominais.
b) A velocidade de circulação da moeda é instável.
c) Uma variação na quantidade de moeda causa aumentos nos
gastos do governo.
d) A quantidade de moeda em circulação não afeta nem o nível de
renda, nem o nível de preços.
e) A quantidade de moeda determina o nível de taxa de juros e,
por conseguinte, a taxa corrente de investimento.
114
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A equação quantitativa é dada por:
MV = Py
onde:
M = saldo da quantidade de moeda ou meios de pagamentos;
V = velocidade-renda (ou de circulação) da moeda (número de
giros que a moeda dá ao longo de um período);
P = nível geral de preços;
y = renda (produto) real;
Py = renda nominal ou monetária = Y.
Reescrevendo a equação MV = Y, temos que com a velocidade
constante (V), uma variação na quantidade de moeda M causará
variação na mesma direção no produto nacional em termos nominais
(Y).
10. Na hipótese de que um país esteja produzindo com plena
utilização dos fatores de produção, um aumento da oferta
monetária provocará:
a)
b)
c)
d)
e)
Aumento da renda real.
Diminuição da renda real.
Aumento do nível geral de preços.
Diminuição do nível geral de preços.
Aumento de emprego de mão-de-obra.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Voltando à equação quantitativa da moeda:
MV = Py
Se o país estiver com um nível de renda (produto) de pleno
emprego (portanto, y constante), isto é, utilizando todos os fatores de
produção, um aumento da oferta monetária (M), supondo V constante,
deverá provocar um aumento de preços (P).
115
ECONOMIA MICRO E MACRO
11. Segundo a teoria quantitativa da moeda, a velocidade-renda
da moeda é:
a)
b)
c)
d)
e)
Crescente com a taxa de juros.
Decrescente com a taxa de juros.
Crescente com o índice geral de preços.
Decrescente com o nível geral de preços.
Constante.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Segundo a teoria quantitativa da moeda, a velocidade-renda da
moeda é sempre constante. A velocidade-renda da moeda depende de
fatores institucionais, como hábitos de pagamento, grau de
verticalização da estrutura produtiva etc., que só se alteram a prazos
muito longos. Outrossim, no modelo keynesiano, a velocidade-renda
da moeda não é constante, pois depende da taxa de juros.
12. Uma das medidas abaixo é inconsistente com uma política
tipicamente monetarista de combate à inflação. Identifique-a:
a) Restrições às operações de crédito ao consumidor.
b) Elevação das taxas de juros.
c) Diminuição dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais
no Banco Central.
d) Reajustes salariais abaixo da inflação do período.
e) Cortes em subsídios governamentais.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A diminuição nos depósitos compulsórios, tudo o mais
constante, aumenta o multiplicador bancário e, conseqüentemente,
provoca expansão nos meios de pagamento. Numa política
tipicamente monetarista de combate à inflação, busca-se contração
dos meios de pagamentos, nunca expansão.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. De acordo com o modelo estático de equilíbrio, se um excesso
de demanda agregada em relação à oferta agregada provocar
elevação do nível geral de preços:
116
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) Esse aumento de preço persistirá se o governo não permitir a
expansão dos meios de pagamento.
b) A taxa de juros aumentará e o nível de emprego cairá se o
governo permitir a adequada expansão dos meios de
pagamento.
c) Adequada expansão dos meios de pagamento reduzirá o custo
do dinheiro e, com isso, serão reduzidos os preços na
economia.
d) Esse aumento de preços será eliminado em conseqüência do
reequilíbrio entre demanda e oferta agregados se, tudo o mais
constante, o governo não permitir a expansão dos meios de
pagamento.
e) O desequilíbrio será necessariamente auto-agravante, ou seja,
aumentos de preços serão repassados aos salários e estes, de
novo, aos preços, e assim por diante.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Um excesso de demanda sobre a oferta agregada pode ser
expresso graficamente da seguinte forma:
OA
P
P1
P2
DA
y
excesso d e D A
117
R en d a real
ECONOMIA MICRO E MACRO
Se o governo não alterar o volume de meios de pagamentos, o
excesso de demanda agregada provocará inflação de demanda,
elevando os preços de P0 para P1, quando então oferta e demanda
agregada se reequilibrarão automaticamente.
2. Uma das características básicas do modelo keynesiano é que:
a) A propensão marginal a consumir é sempre igual à unidade.
b) A função-poupança depende somente das taxas de juros.
c) A elasticidade-renda de demanda por moeda é sempre igual a
zero.
d) A renda de equilíbrio é a renda de pleno emprego.
e) A velocidade de circulação da moeda depende da taxa de juros.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
No modelo keynesiano, a velocidade de circulação da moeda
depende da taxa de juros. Isso ocorre pois a demanda de moeda no
modelo keynesiano depende da taxa de juros (e da renda nominal).
Como a velocidade de circulação da moeda é igual à razão entre
demanda de moeda e renda nominal, isto é, V = Md/Y, a variação da
taxa de juros afeta a demanda de moeda e sua velocidade de
circulação.
3. Em 1986, o Banco do Brasil sofreu uma alteração em seu papel
dentro do Sistema Financeiro Nacional. Que alteração foi
essa?
a) O Banco do Brasil perdeu sua função de autoridade monetária
quando, por decisão do CMN, foi suprimida a Conta
Movimento.
b) O Banco do Brasil deixou de ser o executor da política oficial de
crédito rural e industrial.
c) O Banco do Brasil passou a ser o banco emissor.
d) O Banco do Brasil passou a aprovar os orçamentos monetários
preparados pelo Banco Central.
118
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) O Banco do Brasil passou a regular o funcionamento e a
fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no
país.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Em 1986 (após o Plano Cruzado), o Banco do Brasil deixou de
ser Autoridade Monetária ao perder a conta “Movimento”, que lhe
permitia sacar, a custo zero, volumes monetários contra o Tesouro
Nacional, e atender, assim, às demandas de crédito do setor estatal.
4. São funções do Conselho Monetário Nacional e da Comissão de
Valores Mobiliários, respectivamente:
a) Executar a política monetária e realizar a compensação de
cheques.
b) Fortalecer o setor empresarial nacional e estimular a aplicação
de poupança no mercado acionário.
c) Autorizar as emissões de papel-moeda e ser o Banco dos
Bancos.
d) Fixar diretrizes e normas da política cambial e regulamentar as
operações de redesconto de liquidez.
e) Estabelecer limites para a remuneração das operações e
serviços bancários, assegurar o funcionamento eficiente e
regular bolsas de valores e instituições auxiliares que atuem
nesse mercado.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Cabe ao Conselho Monetário Nacional (CMN) o estabelecimento
de limites para a remuneração das operações e serviços bancários e
assegurar seu funcionamento eficiente (entre outros); e à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) cabe regular as bolsas de valores e
instituições auxiliares que atuem nesse mercado.
119
ECONOMIA MICRO E MACRO
12
INTERLIGAÇÃO ENTRE O LADO REAL
E O LADO MONETÁRIO – ANÁLISE
IS-LM
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Numa economia fechada, mas com governo, a curva IS
convencional é o locus das combinações de renda e taxa de
juros que faz com que:
a) O consumo seja igual ao investimento.
b) A poupança seja igual ao investimento.
c) Poupança mais os impostos sejam iguais aos gastos do governo
mais os investimentos.
d) A poupança mais os impostos sejam iguais aos gastos do
governo.
120
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) Os impostos sejam iguais aos gastos do governo.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A curva IS convencional é sempre o locus das combinações de
renda e taxa de juros que faz com que os vazamentos sejam iguais às
injeções da economia. Numa economia fechada e com governo, isso
significa que a poupança mais os impostos sejam iguais aos gastos do
governo mais investimentos, respectivamente. É o equilíbrio no
mercado de bens e serviços da economia.
2. A forma da curva IS depende:
a) Da procura por precaução e especulativa por dinheiro.
b) Do tamanho do multiplicador e da elasticidade do investimento
em relação à taxa de juros.
c) Do tamanho do multiplicador e dos requisitos de reserva
monetária.
d) Da procura especulativa para transações por dinheiro.
e) Da posição do ramo da curva LM conhecida como “armadilha
da liquidez’’.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O tamanho do multiplicador keynesiano e a elasticidade dos
investimentos em relação à taxa de juros são os dois fatores que
determinam a forma e a inclinação da curva IS, enquanto o formato
da curva LM depende da elasticidade da demanda de moeda em
relação à taxa de juros e da velocidade-renda da moeda (inverso do
coeficiente marshalliano).
3. Das medidas de política econômica abaixo, indique aquela que
provoca deslocamento para a direita da curva IS :
a)
b)
c)
d)
e)
Redução da carga tributária autônoma.
Aumento da carga tributária autônoma.
Redução dos salários nominais.
Aumento dos salários nominais.
Redução dos gastos do governo.
RESPOSTA: alternativa a .
121
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
A redução da carga tributária autônoma provoca aumento
autônomo (isto é, independente da renda) na função consumo e na
poupança. As pessoas consumirão e pouparão mais, dadas as taxas
de juros. Isso representa deslocamento da curva IS para a direita.
4. No modelo IS /LM, o conhecido “ efeito multiplicador’’ das
despesas governamentais, dos investimentos autônomos e das
exportações é tanto maior:
a) Quanto maior for o efeito das taxas de juros sobre o consumo e
o investimento.
b) Quanto menor for a propensão marginal a consumir e a
investir.
c) Quanto menor for o efeito das taxas de juros sobre o consumo e
o investimento.
d) Quanto maior for o efeito da inflação sobre o consumo.
e) Quanto menor for o efeito da inflação sobre o consumo.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A questão refere-se ao multiplicador keynesiano para o modelo
completo. O multiplicador, coeteris paribus, será maior quanto maior
for a propensão marginal a consumir e quanto menor for o efeito das
taxas de juros sobre o investimento.
O efeito da taxa de juros sobre o investimento é a declividade
da função demanda de investimentos, que afeta a declividade da IS.
Quanto menor esse efeito (isto é, quanto mais inelástica a demanda
de investimentos às variações na taxa de juros), menos a política
monetária amortece o efeito multiplicador da demanda agregada sobre
o nível de renda.
Cabe destacar que o efeito da taxa de juros sobre o consumo é
incorporado no efeito do investimento. E que o modelo, em sua versão
tradicional, não trata do efeito da inflação sobre o consumo, pois
refere-se apenas a variáveis reais, com preços fixados.
Outrossim, devemos destacar que, quanto menor for o efeito da
taxa de juros sobre a demanda de moeda, maior será o multiplicador
da política fiscal; contudo, não é o que pede o exercício.
122
ECONOMIA MICRO E MACRO
5. No que se refere ao equilíbrio do produto nacional e da taxa de
juros em uma economia, é correto afirmar:
a) Uma política monetária contracionista levaria a uma redução
na produção e na taxa de juros.
b) Um aumento na tributação, tudo o mais constante, provocaria
a redução na produção e aumento na taxa de juros da
economia.
c) Uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou
aumento do déficit do governo, provocaria aumento no produto
nominal e na taxa de juros.
d) Uma política fiscal conduzida para reduzir o déficit do governo,
tudo o mais constante, provocaria aumento na taxa de juros de
equilíbrio e redução no produto nominal.
e) Uma política monetária expansionista levaria a um aumento de
juros e redução na produção.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou
aumento do déficit do governo, provocaria aumento no produto
nominal e na taxa de juros. Veja o quadro a seguir:
Política
Taxas de juros
Produto nominal
Fiscal expansionista
aumentam
aumenta
Fiscal contracionista
diminuem
diminui
Monetária
expansionista
diminuem
aumenta
aumentam
diminui
Monetária
contracionista
6. Uma economia apresenta desemprego de mão-de-obra com
equilíbrio ocorrendo em uma situação extrema de escassez de
liquidez. Então, uma política econômica adequada para
eliminar o desemprego será:
a) Diminuir o volume dos meios de pagamentos.
b) Aumentar o volume dos meios de pagamentos.
c) Diminuir os gastos do governo.
123
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Aumentar os gastos do governo.
e) Diminuir a carga tributária.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Nesse caso, tendo uma situação de extrema escassez de
liquidez, é um sinal de que estamos no caso clássico (isto é, de que a
curva LM é vertical); portanto, a recomendação de política econômica
é de expansão nos meios de pagamentos (para deslocar a LM para a
Taxa de
juros
i
(Renda real)
direita). Graficamente:
Cabe destacar que, nessa situação, a política fiscal é ineficaz
(isto é, um deslocamento da curva IS apenas agravaria o problema de
falta de liquidez). Graficamente:
Taxa de
juros
i
124
(Renda real)
ECONOMIA MICRO E MACRO
7. Se os investimentos forem absolutamente inelásticos com
relação a variações na taxa de juros:
a) Aumentos no estoque de moeda, tudo o mais constante,
acarretarão aumentos no produto nacional.
b) Maiores gastos do governo acarretarão redução na taxa de
juros da economia.
c) Aumentos no estoque de moeda, tudo o mais constante,
provocarão aumentos na taxa de juros de equilíbrio da
economia.
d) Aumentos de estoque de moeda, tudo o mais constante, não
produzirão efeito sobre o produto nacional.
e) A política fiscal será completamente ineficaz para promover
modificações no produto nacional.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Dentro do modelo keynesiano, aumentos no estoque de moeda,
tudo o mais constante, levam a uma queda na taxa de juros (dinheiro
abundante no mercado). Como os investimentos dependem
inversamente da taxa de juros, uma queda na taxa de juros deveria
viabilizar novos projetos de investimento, elevando a demanda
agregada e, conseqüentemente, o produto nacional (supondo
desemprego de recursos). Esse fenômeno é o chamado “efeito Keynes’’,
relativo a uma expansão monetária sobre o lado real da economia.
Entretanto, a questão supõe que os investimentos são absolutamente
inelásticos em relação à taxa de juros, o que fará com que uma
expansão monetária não consiga elevar o produto nacional
(alternativa d).
8. Uma economia em que se aplica o modelo keynesiano
generalizado apresenta desemprego de mão-de-obra e posição
de equilíbrio no trecho intermediário da curva LM. A adoção
de uma medida de política monetária pura, anti-recessiva,
provocará:
a) Aumento das taxas de juros, da renda real e do emprego de
mão-de-obra.
b) Aumento da taxa de juros e da renda real e redução do
emprego de mão-de-obra.
125
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Redução da taxa de juros e aumento da renda real e do
emprego de mão-de-obra.
d) Redução da taxa de juros e da renda real e aumento do
emprego de mão-de-obra.
e) Redução da taxa de juros, da renda real e do emprego da mãode-obra.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Graficamente, temos:
i
Nessa situação, uma medida de política monetária pura desloca
LM0 para LM1, provocando aumento da renda real e redução da taxa
de juros, além do aumento do emprego de mão-de-obra (pois o
equilíbrio inicial está na situação em que não há pleno emprego dos
recursos).
9. No ramo da “ armadilha de liquidez’’ da curva LM, um
acréscimo de gastos induz um aumento da renda que é:
a)
b)
c)
d)
e)
Menor do que aquele dado pelo multiplicador keynesiano.
Maior do que aquele dado pelo multiplicador keynesiano.
Igual ao dado pelo multiplicador keynesiano.
Igual ao supermultiplicador.
Nenhum dos casos acima.
RESPOSTA: alternativa c .
126
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
No ramo da “armadilha da liquidez”, o aumento dos gastos do
governo não afeta a taxa de juros e, portanto, não reduz os
investimentos do setor privado (não ocorre crowding-out). Assim, o
efeito do aumento dos gastos do governo não sofre nenhum
“desconto”, sendo completo e igual ao multiplicador keynesiano.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Aponte a alternativa incorreta:
a) A sensibilidade da demanda de investimentos em relação à taxa
de juros é um fator que determina a inclinação da curva IS.
b) A elasticidade da demanda especulativa em relação à taxa de
juros é um fator que explica o formato da curva LM.
c) Aumentos da oferta de moeda deslocam a curva LM.
d) A velocidade-renda da moeda é um fator de deslocamento da
curva IS.
e) Todas as respostas anteriores estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
As alternativas de a a d estão corretas, e portanto e é incorreta.
A declividade da curva IS depende do valor do multiplicador
keynesiano de gastos e da elasticidade da demanda de investimentos
em relação à taxa de juros, enquanto a declividade da curva LM
depende da velocidade-renda da moeda e da elasticidade da demanda
de moeda em relação à taxa de juros.
2. Trata-se de um fator que afeta o comportamento da curva IS :
a)
b)
c)
d)
e)
Elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros.
Propensão marginal a poupar.
Velocidade-renda da moeda.
Oferta de moeda.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
127
ECONOMIA MICRO E MACRO
Alterações da propensão a poupar afetam o valor do
multiplicador keynesiano e, portanto, da curva IS. As alternativas a, c
e d referem-se a variáveis que afetam a curva LM.
13
INFLAÇÃO
128
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Se todos os preços subirem, pode-se ter
inflação?
certeza que houve
a) Sim.
b) Sim, contanto que a taxa de juros real não se altere.
c) Sim, contanto que a renda de equilíbrio esteja abaixo da renda
de pleno emprego.
d) Sim, contanto que a taxa de juros nominal não se altere.
e) Sim, contanto que este aumento faça parte de alta persistente
no nível geral de preços.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Se todos os preços subirem, o aumento de preços é
generalizado. Para que isso signifique inflação, esse aumento deve ser
generalizado e também contínuo, isto é, deve fazer parte de alta
persistente no nível geral de preços.
2. Uma das conseqüências
inflacionário é:
mais
claras
de
todo
processo
a) Que o PIB em termos reais permanece estacionário.
b) Que a classe trabalhadora e, em geral, aqueles que percebem
rendas fixas sofrem perda de poder aquisitivo.
c) Que o multiplicador keynesiano tende a zero.
d) Que a tecnologia da economia tende a mostrar rendimentos
crescentes de escala (ou custos unitários decrescentes).
e) Que a velocidade de circulação da moeda decresce.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A perda de poder aquisitivo da classe trabalhadora e daqueles
que recebem rendas fixas é uma das conseqüências mais claras do
processo inflacionário. Isso acontece pois seus orçamentos ficam cada
vez mais reduzidos até a chegada de um reajuste. As demais
alternativas são menos óbvias, sendo que as alternativas d e e estão
totalmente incorretas.
3. A “ Curva de Phillips” expressa uma relação entre:
129
ECONOMIA MICRO E MACRO
a) A taxa de crescimento do produto real e a taxa de crescimento
dos gastos do setor público.
b) O volume de desemprego e a taxa de salário nominal.
c) A taxa de crescimento do nível geral de preços e a parcela do
PIB apropriada pelos trabalhadores.
d) A taxa de desemprego e a taxa de crescimento dos salários
nominais.
e) A taxa de crescimento do nível geral de preços e a taxa de
crescimento dos gastos do setor público.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A Curva de Phillips expressa uma relação (inversa) entre a taxa
de desemprego e a taxa de crescimento dos salários nominais (que
representa a taxa de inflação).
4. Considerando os dois gráficos abaixo, onde:
OA
DA
P
Y
y*
=
=
=
=
=
oferta agregada;
demanda agregada;
nível geral de preços;
nível de renda real;
nível de renda real com pleno emprego.
G R Á FIC O I
G R Á FIC O II
Qual das seguintes assertivas é verdadeira?
a) O gráfico I representa alta de preços atribuível a uma inflação de
custos.
b) O gráfico II representa alta de preços atribuível a uma inflação
de demanda.
130
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) Tanto o gráfico I como o gráfico II representam alta de preços
atribuível a uma inflação de demanda.
d) O gráfico II representa alta de preços atribuível a uma inflação
de custos.
e) Nenhum dos gráficos está representando elevação dos preços.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
O gráfico I representa alta de preços atribuível a uma inflação
de demanda (pois a demanda aumenta) e o gráfico II representa alta
de preços atribuível a uma inflação de custos (pois a oferta aumenta).
Portanto, a alternativa d está correta.
5. Quando o governo possui déficit público excessivo e emite
moeda para cobri-lo, é válido esperar que:
a) Gere inflação interna.
b) Gere déficit no balanço comercial do país e queda de preços
internos.
c) Gere excesso de oferta de bens do setor privado.
d) Não tenha nenhum impacto sobre o sistema econômico.
e) Aumente a dívida externa do país e provoque deflação interna.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
A emissão de moeda, quando o governo já possui déficit público
excessivo, tende a provocar inflação de demanda, pois leva
normalmente a um aumento da demanda, em relação à oferta de bens
e serviços (“muito dinheiro à cata de poucas mercadorias”).
6. A essência das análises econômicas realizadas pelos ideólogos
da reforma monetária que culminou no Plano Cruzado reside
no fato de que: “ um determinante significativo da inflação
corrente é a própria inflação passada” e que “ o melhor
previsor da inflação futura é a inflação passada” . A esse
fenômeno os analistas denominam:
a)
b)
c)
d)
Efeitos de preços relativos.
Inflação inercial.
Hiperinflação.
Inflação de demanda.
131
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) Inflação de custos ou de oferta.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
A inflação inercial é provocada fundamentalmente pelos
mecanismos de indexação formal (correção de salários, aluguéis e
demais contratos) e informal (preços de bens e serviços e tarifas e
impostos públicos). Por essa razão, os mentores do Plano Cruzado
propuseram o congelamento geral de preços, salários e tarifas, para
eliminar a “memória” inflacionária.
7. Das assertivas a seguir, assinale aquela que é verdadeira.
a) Qualquer pressão inflacionária pode ser eliminada desde que os
preços se tornem perfeitamente flexíveis para cima.
b) Segundo a teoria quantitativa da moeda, jamais poderá ocorrer
inflação por excesso de demanda.
c) Em uma economia com desemprego de mão-de-obra não pode
ocorrer inflação.
d) Não é possível eliminar um processo inflacionário se os salários
estão crescendo.
e) O fenômeno da ilusão monetária pode originar um processo
inflacionário por excesso de demanda.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A ilusão monetária refere-se ao fato de que as pessoas
percebem mais o salário nominal (monetário) do que o salário real, ou
seja, não percebem claramente que os preços dos bens aumentam
mais que seus salários nominais. Com isso, os trabalhadores
oferecem mais seus serviços do que deveriam, pensando que o salário
é maior do que efetivamente é. Ademais, as pessoas, julgando-se mais
ricas, demandam mais bens e serviços. Se a economia estiver com a
oferta de bens a pleno emprego, esse fenômeno pode provocar inflação
de demanda.
8. Supondo que a economia se encontre a pleno emprego:
a) Um aumento nos gastos do governo, tudo o mais constante,
provocaria aumento do produto real e redução do nível geral de
preços.
132
ECONOMIA MICRO E MACRO
b) Uma redução nos tributos, tudo o mais constante,
uma redução no produto real da economia.
c) Uma expansão dos meios de pagamento, tudo
constante, provocaria inflação de oferta.
d) Um aumento nos níveis de investimento, tudo
constante, provocaria inflação de oferta.
e) Um aumento nos níveis de investimento, tudo
constante, provocaria inflação de demanda.
levaria a
o mais
o mais
o mais
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
Um aumento nos níveis de investimento, tudo o mais
constante, provoca inflação de demanda, quando a economia se
encontra em pleno emprego. Deve ser observado que, a curto prazo,
os investimentos são tipicamente elementos da demanda agregada.
Apenas a longo prazo eles são considerados como oferta agregada,
quando então aumentam a capacidade produtiva da economia.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Aponte a alternativa incorreta:
a) A estagflação refere-se à ocorrência simultânea de inflação e
desemprego.
b) Aumentos nos preços dos produtos agrícolas, por força de
geadas, provocam inflação de custos.
c) Segundo a corrente estruturalista, a principal causa da inflação
é o desequilíbrio estrutural do setor público.
d) “Dinheiro demais à cata de poucos bens” define uma inflação
de demanda.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
Segundo a corrente estruturalista, as principais causas da
inflação não são em virtude do desequilíbrio do setor público, mas de
fatores estruturais mais relacionados ao setor privado, tais como a
baixa sensibilidade da agricultura, estímulos de preços (devido à
estrutura agrária), à estrutura oligopolista do mercado, que provoca
133
ECONOMIA MICRO E MACRO
estagflação, à estrutura do comércio internacional, que obriga os
países periféricos a constantes desvalorizações de sua moeda etc.
134
ECONOMIA MICRO E MACRO
14
O SETOR EXTERNO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Uma política econômica de valorização da moeda nacional em
relação à moeda internacional visa:
a)
b)
c)
d)
e)
Aumentar as exportações e reduzir as importações.
Reduzir as exportações e aumentar as importações.
Manter exportações e importações inalteradas.
Facilitar a entrada de capitais oficiais compensatórios no país.
Facilitar a entrada de capital estrangeiro de risco no país.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
As exportações, tudo o mais constante, aumentam quando a
moeda nacional é desvalorizada e diminuem quando a moeda
nacional é valorizada. Por outro lado, as importações, tudo o mais
constante, aumentam quando a moeda nacional é valorizada e
diminuem quando a moeda nacional é desvalorizada.
2. Qual das seguintes situações caracteriza um déficit no Balanço
de Pagamentos?
a) Saída líquida de capitais autônomos e transações correntes
deficitárias.
b) Aumento da dívida externa.
c) Entrada líquida de capitais autônomos e transações correntes
superavitárias.
d) Exportações menores do que as importações de bens e serviços.
135
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) Entrada líquida de capitais autônomos superior ao déficit das
transações correntes.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Saída líquida de capitais autônomos (MKA) e transações
correntes (BTC) deficitárias garantem déficit no Balanço de
Pagamentos (BP), já que o saldo deste é igual à soma de MKA e BTC.
MKA < 0 e BTC < 0 resultam em BP < 0. As alternativas c e e garantem
um superávit no BP. As alternativas b e d são inconclusivas, pois
referem-se somente à Balança Comercial e à Balança de Capitais,
respectivamente.
3. Um país paga juros sobre sua dívida externa para outro país
credor. Essa transação será registrada no Balanço de
Pagamentos do país devedor com valor:
a)
b)
c)
d)
e)
Negativo no balanço de serviços.
Positivo no balanço de serviços.
Negativo no balanço de capitais autônomos.
Positivo no balanço de capitais autônomos.
Negativo no balanço de capitais compensatórios.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Pagamento de juros sobre a dívida externa é registrado no
Balanço de Pagamentos com valor negativo no Balanço de Serviços,
pois entra negativamente na conta Renda de Capitais.
4. Numa economia aberta, um déficit no Balanço de Pagamentos
em conta corrente corresponde a:
a) Uma exportação de poupança doméstica, que se canaliza para
investimento no exterior.
b) Uma saída de capitais para o exterior.
c) Uma elevação do nível de reservas internacionais do país.
d) Uma importação de poupança externa, que se canaliza para
investimentos domésticos.
e) Um superávit no balanço de pagamentos.
RESPOSTA: alternativa d .
136
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Um déficit em conta corrente (isto é, no Balanço de Transações
Correntes) significa que o país recebeu mais bens e serviços do que
enviou ao exterior. Nesse sentido, houve uma poupança externa
positiva do país, que absorveu bens e serviços do exterior, que serão
canalizados para investimentos domésticos.
Assim, houve transferência real positiva para o país, mas uma
transferência financeira negativa (a contrapartida em dólares para a
entrada de recursos reais), ou seja, houve aumento do passivo externo
do país com o resto do mundo.
5. Quanto ao Balanço de Pagamentos de um país, sabe-se que:
a) O saldo total do Balanço de Pagamentos é igual à soma da
balança comercial com o balanço de serviços, salvo erros e
omissões.
b) O saldo de transações correntes, se positivo (superávit), implica
redução em igual medida do endividamento externo bruto, no
período.
c) A soma do movimento de capitais autônomos com o movimento
de capitais compensatórios iguala (com o sinal trocado) o saldo
de transações correntes, salvo erro e omissões.
d) A soma do movimento de capitais autônomos com o de capitais
compensatórios iguala (com o sinal trocado) o saldo total do
Balanço de Pagamentos.
e) O saldo total do Balanço de Pagamentos é igual à soma da
balança comercial com o balanço de serviços e as
transferências internacionais, salvo erros e omissões.
RESPOSTA: alternativa c .
Solução:
A soma do movimento de capitais autônomos com o de capitais
compensatórios iguala (com o sinal trocado) o saldo de transações
correntes, salvo erro e omissões.
BTC = – (MKA + MKC)
137
ECONOMIA MICRO E MACRO
onde BTC é o saldo em transações correntes; MKA é o saldo da conta
de capitais autônomos; e MKC é o saldo da conta de capitais
compensatórios.
6. Em determinada economia, o valor das exportações (FOB) é de
18 bilhões de dólares e o valor das importações (CIF) é de 19
bilhões de dólares, sendo que os fretes e seguros sobre as
importações correspondem a, respectivamente, 1 e 2 bilhões
de dólares. O saldo da balança comercial é:
a)
b)
c)
d)
e)
Um superávit de 2 bilhões de dólares.
Um déficit de 1 bilhão de dólares.
Um superávit de 1 bilhão de dólares.
Um déficit de 4 bilhões de dólares.
Nem déficit, nem superávit.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Como vimos na questão anterior, o saldo da balança comercial
refere-se a exportações e importações FOB. Como já temos o valor das
exportações FOB (18 bilhões), resta determinar as importações FOB,
que são iguais às importações CIF (19 bilhões) menos fretes e seguros
sobre importações (3 bilhões), ou seja, as importações FOB são de 16
bilhões (19 – 3).
Assim, o saldo da balança comercial é dado por:
Exportações FOB – Importações FOB = 18 – 16 = 2 bilhões de
dólares de superávit.
7. Uma economia apresentou, em determinado ano, o seguinte
registro em suas transações com o exterior:
Exportações de mercadorias (FOB) =
100
Importações de mercadorias (FOB) =
90
Donativos (saldo líquido recebido) =
5
Saldo do balanço de pagamentos em conta corrente (déficit) =
– 50
Movimento de capitais autônomos (entrada líquida) =
10
Então, o saldo do balanço de serviços é igual a:
a) – 65 (déficit)
b) – 70 (déficit)
138
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) – 35 (déficit)
d) +10 (superávit)
e) – 15 (déficit)
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Sendo BTC = Transações Correntes, BC = (X – M) = Balanço
Comercial, X = exportações, M = importações, BS = Balanço de
Serviços, TU = Transferências Unilaterais ou donativos e MKA =
movimento de capitais autônomos, temos:
BTC = BC + BS + TU
BS = BTC – BC – TU = BTC – (X – M) – TU
BS = – 50 – (100 – 90) – 5 = – 65 (déficit)
8. Com os dados a seguir, para uma economia hipotética,
responda às questões 8a e 8b:
Produto Nacional Líquido a custo de fatores
1.500
Exportações de bens e serviços de não-fatores
100
Importações de bens e serviços de não-fatores
200
Tributos diretos
150
Tributos indiretos
200
Depreciação
60
Saldo do governo em conta corrente
150
Subsídios governamentais
80
Saldo do Balanço de Pagamentos em conta corrente (déficit) 40
8a.O Produto Interno Bruto, a preços de mercado (PIBpm) é igual
a:
a)
b)
c)
d)
e)
1.800
1.620
1.700
1.660
1.680
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Para o cálculo do PIBpm, precisamos apenas das seguintes
informações do exercício:
139
ECONOMIA MICRO E MACRO
PNLcf = 1.500
Impostos Indiretos (Ti)
= 200
depreciação (d)
= 60
Subsídios (Sub)
= 80
Temos então:
PNBcf = PNLcf + d = 1.500 + 60 = 1.560
PNBpm = PNBcf + Ti – Sub = 1.560 + 200 – 80 = 1.680
Para chegarmos ao PIBpm, precisamos de renda líquida de
fatores externos (RLFE), também chamada de serviços de fatores. Para
encontrar o valor da RLFE, é necessário conhecer a estrutura do
Balanço de Pagamentos e, mais especificamente, do balanço de
transações correntes.
O exercício supõe transferências unilaterais inexistentes, e as
exportações e importações estão em termos de CIF (Cost Insurance
and Freight), não FOB (Free on Board). As importações e exportações
CIF (que são dadas) são as importações e exportações FOB acrescidas
dos serviços não-fatores, e é dado o saldo do balanço de transações
correntes. Com isso é possível determinar a RLFE (serviço de fatores).
O saldo em conta corrente do BP, ou Balanço de Transações
Correntes (BTC), que equivale à soma da Balança Comercial (BC),
Balanço de Serviços (BS) e Transferências Unilaterais (TU), pode
também ser mostrado como:
BTC = Xnf – Mnf + RLFE + TU
onde Xnf e Mnf são as exportações e serviços
Substituindo os valores da questão, chegamos a
– 40 = 100 – 200 + RLFE + 0
e
RLFE = + 60
Voltando à fórmula do PIB e do PNB, vem:
140
não-fatores.
ECONOMIA MICRO E MACRO
PNBpm = PIBpm + RLFE
1.680 = PIBpm + 60
PIBpm = 1.620
8b.Uma das alternativas abaixo é correta. Identifique-a:
a)
b)
c)
d)
A dívida externa cresceu 190, no período.
O passivo externo líquido cresceu 40, no período.
A disponibilidade interna de bens e serviços é igual a 1.820.
A carga tributária bruta foi, aproximadamente, de 19% do PIB
a preços de mercado.
e) A economia remeteu ao exterior poupança líquida igual a 40.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O passivo externo líquido, com os dados do exercício, realmente
cresce 40 como contrapartida ao déficit das transações correntes. Ou
seja, as obrigações com o exterior aumentaram em 40.
Seria oportuno
alternativas:
•
•
•
levantar
comentários
sobre
as
demais
alternativa a : nada pode ser dito sobre a variação da dívida
externa bruta, pois não temos informações sobre o
movimento de capitais do balanço de pagamentos;
alternativa c : a disponibilidade interna de bens e serviços é
a soma do PIBpm com as transferências unilaterais. Como o
PIBpm = 1.620, e as transferências inexistentes, a
disponibilidade interna (ou Renda Nacional Disponível) é de
1.620, e não 1.820;
alternativa d : O Índice de Carga Tributária Bruta (ICTB ) é
igual a:
ICTB = 21,6% (e não 19%, como no enunciado)
•
alternativa e : O Brasil absorveu uma poupança líquida real
de 40, e não remeteu 40. Deve ser lembrado que, quando há
déficit no balanço de transações correntes, isso significa que
absorvemos poupança no sentido real (absorvemos bens e
141
ECONOMIA MICRO E MACRO
serviços do exterior), e transferimos dólares para o exterior
(transferência apenas em termos financeiros).
9. Uma das afirmações abaixo é correta. Identifique-a:
a) Define-se a taxa de câmbio como o preço, em moeda
estrangeira, de uma unidade de moeda nacional.
b) A redução da taxa interna de juros é instrumento de combate
ao déficit do Balanço de Pagamentos.
c) Em qualquer regime de taxa de câmbio, o Banco Central é
forçado a manter um volume adequado de reservas cambiais
para atender aos excessos de procura sobre oferta de moeda
estrangeira.
d) Um país, no curto prazo, conseguirá sustentar a paridade
cambial, em regime de taxas de câmbio fixas, reduzindo os
juros internos ou centralizando o câmbio.
e) Restrições tarifárias ou quantitativas às importações e
subsídios às exportações são alternativas tecnicamente
inferiores às desvalorizações cambiais para melhorar o Balanço
de Pagamentos, porque podem distorcer a alocação de recursos
e ensejar medidas retaliatórias de outros países, que as
neutralizem.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A alternativa é auto-explicativa. Restrições tarifárias ou
quantitativas às importações e subsídios às exportações são
alternativas tecnicamente inferiores às desvalorizações cambiais para
melhorar o Balanço de Pagamentos, porque podem distorcer a
alocação de recursos e ensejar medidas de retaliação de outros países,
que as neutralizem.
10. O Brasil participa, ao lado de vários outros países, de vários
organismos internacionais cujos objetivos, em síntese, são o
financiamento a longo prazo, a realização de empréstimos, a
regulamentação do fluxo de comércio exterior entre os
diversos países etc. Qual dentre esses organismos
internacionais foi criado com a finalidade de socorrer seus
142
ECONOMIA MICRO E MACRO
associados nos desajustes de seus balanços de pagamentos e
evitar a instabilidade cambial?
a) Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird)
(Banco Mundial).
b) Fundo Monetário Internacional (FMI).
c) Corporação Financeira Internacional (CFI).
d) Acordo Geral das Tarifas e Comércio (GATT) (General Agreement
on Tariffs and Trade).
e) Organização Mundial do Comércio (OMC).
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
O FMI tem justamente a finalidade de socorrer os países
associados nos desajustes de seus balanços de pagamentos e evitar a
instabilidade cambial.
O Bird (Banco Mundial) é uma entidade de financiamento do
desenvolvimento econômico, enquanto o GATT (atual OMC) regula e
fiscaliza tarifas cobradas no comércio internacional, para evitar
práticas de dumping ou de protecionismo exacerbado.
A CFI (Corporação Financeira Internacional) é um órgão do
Banco Mundial que financia projetos de melhoria de competitividade e
qualidade empresariais.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Uma “ balança comercial favorável’ ’ significa:
a) Excesso de exportações de mercadorias e outros créditos em
conta corrente sobre as importações de mercadorias e outros
débitos em conta corrente.
b) Excesso de moeda estrangeira recebida por nosso país sobre a
moeda de nosso país recebida por estrangeiros.
c) Excesso do total dos créditos sobre o total dos débitos no
balanço
de
pagamentos.
d) Excesso de exportações de mercadorias sobre importações de
mercadorias.
e) Aumento da poupança externa.
143
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Um balanço comercial (BC) favorável significa superávit no BC,
que ocorre quando as exportações superam as importações. Note que
isso significa redução da poupança externa.
2. O Balanço de Pagamentos do Brasil apresentou as seguintes
estatísticas para um dado ano, em milhares de dólares:
Mercadorias e Serviços
= – 312
Transferências Unilaterais
Balanço de Capitais Autônomos
Erros e Omissões
= + 31
= + 871
= + 41
Pode-se afirmar, com base nesses dados, que o valor das
transações correntes para esse ano foi de:
a)
b)
c)
d)
e)
– 281
+ 590
+ 549
+ 621
+ 902
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Sendo BTC = saldo de Transações Correntes, BC = Balanço
Comercial, BS = Balanço de Serviços e TU = Transferências
Unilaterais, temos:
BTC = BC + BS +TU = 0 + (– 312) + (+ 31) = – 281
3. Se o Balanço de Pagamentos Internacionais de uma nação
mostra que suas importações FOB representam menos do que
suas exportações FOB, a nação possui um:
a)
b)
c)
d)
Déficit no Balanço de Pagamentos.
Superávit no Balanço de Pagamentos.
Déficit na Balança Comercial.
Superávit na Balança Comercial.
144
ECONOMIA MICRO E MACRO
e) A alternativa c é a correta.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A situação em que importações FOB são menores que as
exportações FOB representa superávit na Balança Comercial, nada
podendo ser concluído sobre o Balanço de Pagamentos total.
15
POLÍTICA FISCAL E DÉFICIT PÚBLICO
145
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Em matéria de tributação, o “ princípio do benefício’’ afirma
que:
a) Os impostos devem ser distribuídos proporcionalmente ao nível
de renda dos indivíduos.
b) Os impostos devem ser distribuídos de modo que o encargo
suportado seja igual para todos os indivíduos.
c) As pessoas devem ser tributadas de acordo com a vantagem
que recebem das despesas governamentais.
d) Os tributos devem incidir principalmente sobre os mais ricos.
e) Os impostos devem ser iguais para todos.
RESPOSTA: alternativa c.
Solução:
Em matéria de tributação, o “princípio do benefício’’ afirma que
as pessoas devem ser tributadas de acordo com a vantagem que
recebem das despesas governamentais. A alternativa a refere-se ao
outro princípio, chamado de “princípio da capacidade de pagamento’’.
2. A carga tributária de um país é considerada progressiva
quando:
a) É realizada, principalmente, por meio de impostos incidentes
sobre a produção industrial.
b) Onera todos os segmentos sociais na mesma proporção.
c) Onera proporcionalmente mais os segmentos sociais de menor
poder aquisitivo.
d) Onera proporcionalmente mais os segmentos sociais de maior
poder aquisitivo.
e) É realizada, principalmente, por meio de impostos incidentes
sobre a comercialização da produção.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
A carga tributária de um país é considerada progressiva
quando onera proporcionalmente mais os segmentos sociais de maior
poder aquisitivo; e é considerada regressiva quando onera
146
ECONOMIA MICRO E MACRO
proporcionalmente mais os segmentos sociais de menor poder
aquisitivo.
As alternativas a, c, e e referem-se a estruturas tributárias
regressivas; a alternativa b diz respeito a impostos proporcionais.
3. Nas discussões sobre tributos, faz-se distinção entre impostos
progressivos, regressivos e proporcionais. Define-se que um
imposto é:
a) Progressivo, quando se retira uma proporção decrescente da
renda do contribuinte à medida que a renda deste aumenta.
b) Proporcional, quando se retira uma proporção constante da
renda do contribuinte, independentemente da renda que este
aufere.
c) Regressivo, quando se retira uma porção crescente da renda do
contribuinte, à medida que sua renda aumenta.
d) Regressivo, quando se retira uma porção decrescente da renda
do contribuinte, à medida que sua renda decresce.
e) Proporcional, quando a alíquota cresce proporcionalmente com
o nível de renda do contribuinte.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Um imposto é proporcional (ou neutro) quando todos os
contribuintes pagam uma mesma proporção de imposto em relação a
suas rendas. No caso de um imposto progressivo, essa proporção é
crescente com a renda, e no caso de um imposto regressivo, a
proporção é decrescente com a renda.
4. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
é:
a) Um imposto progressivo porque se aplica tanto sobre artigos de
luxo como sobre gêneros de primeira necessidade.
b) Um imposto regressivo, porque os ricos gastam menor
porcentagem de sua renda total em mercadorias tributadas e,
daí, a proporção dos pagamentos de impostos em relação à
renda é maior para as pessoas pobres.
c) Um imposto progressivo, porque os ricos gastam mais do que
os pobres.
147
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Um imposto regressivo, porque há mais dinheiro arrecadado de
um homem pobre do que de um rico.
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Analisaremos todas as alternativas:
•
•
•
•
alternativa a : a progressividade de um imposto não é
conhecida, sabendo-se somente as características dos
produtos em que se aplica o imposto;
alternativa b: correta;
alternativa c : gastos absolutos com os impostos não revelam
a progressividade dos impostos. É preciso conhecer os gastos
percentuais em relação à renda;
alternativa d : idem.
5. Em relação às finanças públicas, uma das afirmativas a seguir
é falsa. Identifique-a:
a) O conceito de déficit primário inclui os juros reais da dívida
passada.
b) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) pode ser
caracterizado como imposto indireto.
c) Em períodos de inflação, um imposto progressivo sobre a renda
contribuiria para frear a expansão da renda disponível e, em
conseqüência, do consumo do setor privado.
d) Se a alíquota de um imposto sobre vendas não variar segundo o
produto vendido, esse imposto será regressivo, do ponto de
vista da renda do consumidor.
e) No cálculo do déficit público, segundo o conceito operacional,
excluem-se as despesas com correção monetária.
RESPOSTA alternativa a .
Solução:
O conceito de déficit primário exclui os juros reais. Os juros
reais são incluídos no conceito operacional.
148
ECONOMIA MICRO E MACRO
QUESTÕES ADICIONAIS
1. É incorreto afirmar que:
a) Obtém-se superávit fiscal quando a arrecadação supera as
despesas do exercício, excluindo os juros da dívida.
b) O déficit operacional é a soma do déficit primário com os juros
reais da dívida pública.
c) O resultado operacional é obtido excluindo-se do resultado
nominal a taxa de inflação e variação cambial.
d) Não pode ocorrer simultaneamente superávit primário e déficit
operacional.
e) O conceito de déficit público representa um fluxo, enquanto o
conceito de dívida pública é um estoque.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Pode ocorrer simultaneamente superávit primário e déficit
operacional, quando são incluídos os juros pagos pelo governo. Por
exemplo, se o superávit operacional for de 4% do PIB e os juros pagos
6% do PIB, ter-se-á um déficit operacional de 2% do PIB.
149
ECONOMIA MICRO E MACRO
16
NOÇÕES DE CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
QUESTÕES PROPOSTAS
1. Com determinada propensão a consumir, uma redução na
relação y /K (produto-capital):
a)
b)
c)
d)
e)
Diminui a taxa de crescimento da economia.
Aumenta a taxa de crescimento da economia.
Não teria efeito sobre a taxa de crescimento da economia.
a, b, e c estão corretas.
N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Com determinada propensão a consumir, uma redução na
relação y/K (produto-capital) aumenta a taxa de crescimento da
economia. É oportuno destacar que uma redução na relação y/K
implica que a mesma quantidade de produto tem que ser produzida
com mais capital.
2. No modelo Harrod-Domar, se a função poupança é S = 0,2 y e a
relação capital-produto é 4, então, em equilíbrio, a taxa de
crescimento da renda é:
a)
b)
c)
d)
e)
2%
5%
12%
3,2%
8%
150
ECONOMIA MICRO E MACRO
RESPOSTA: alternativa b.
Solução:
Sendo S = s . y = poupança agregada, s = propensão a poupar
(ou taxa de poupança), y = renda real, v = relação produto-capital e ∆y
= taxa de crescimento da renda, temos:
S = 0,2 . y = s . y ⇒ s = 0,2
v = 1 / relação capital-produto = 1/4 = 0,25
∆y = s . v = 0,2 . 0,25 = 0,05 = 5%
3. Sobre o modelo Harrod-Domar, assinale a alternativa errada:
a) Se a propensão a poupar for 0,3 e a relação produto-capital
0,4, a taxa de crescimento da renda é de 12%.
b) Equilíbrio em “fio de navalha” significa que, uma vez saindo da
trajetória de crescimento, não é possível mais voltar a ela.
c) A principal crítica ao modelo é a relação produto-capital
constante.
d) O investimento é visto como elemento de oferta e de demanda
agregada.
e) Todas as respostas anteriores estão erradas.
RESPOSTA: alternativa e .
Solução:
A alternativa e está errada, pois todas as alternativas
anteriores são corretas. Note que as alternativas b e c estão
intimamente ligadas. Resolveremos a alternativa a, que necessita de
cálculos:
∆y = s . v = 0,3 . 0,4 = 0,12 = 12%
4. Um aumento da taxa de crescimento econômico é possível
quando ocorrer:
a) Aumento da taxa de investimento.
b) Deslocamento dos investimentos para os setores em que a
relação K/y (capital-produto) seja a mais elevada.
c) Aumento da quantidade de K por unidade de produto.
151
ECONOMIA MICRO E MACRO
d) Todas as alternativas acima.
e) N.r.a.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
As alternativas b e c (e, portanto, d e e) estão incorretas, pois
levam à redução da relação produto-capital e, desse modo, da taxa de
crescimento econômico. A alternativa correta é a a.
(Nota: No gabarito do livro-texto, está indicado erroneamente a
alternativa d como sendo a certa. A correção será feita na próxima
edição.)
5. Na análise de crescimento econômico segundo Harrod e
Domar, uma das hipóteses básicas é que a função de produção
agregada possui:
a) Coeficientes fixos.
b) Coeficientes variáveis.
c) Coeficientes fixos e uma relação capital-produto maior do que
um.
d) Coeficientes variáveis e uma relação capital-produto menor do
que um.
e) Coeficientes fixos e uma relação capital-produto menor do que
um.
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Os coeficientes da função de produção são fixos porque a
relação produto-capital é tomada como constante. Note que a relação
capital-produto é menor que um.
6. Uma economia com taxa interna de poupança de 20%, com
uma relação y /K de 0,4 e com uma poupança externa de 5%
do Produto Nacional terá uma taxa potencial de crescimento
da economia de:
a)
b)
c)
d)
e)
8,00%
6,00%
10,00%
6,25%
entre 6,00% e 9,00%
RESPOSTA: alternativa c .
152
ECONOMIA MICRO E MACRO
Solução:
Lembrando que y = s . v, onde s é a soma da poupança interna
mais a poupança externa e v é relação marginal produto-capital (que
supomos igual à relação média produto-capital), temos então:
y = (0,2 + 0,05) . 0,4 = 0,10 ou
y = 10%
7. Numa economia em desenvolvimento, a relação incremental
capital-produto é igual a 3; a propensão interna a poupar é de
17% do PIB; a depreciação do capital fixo equivale a 5% do PIB
e a taxa de crescimento populacional é de 2,8% a.a. O
governo, para manter elevado o nível de emprego, decide fazer
crescer a economia à taxa de 3,2% a.a. em termos per ca pita .
Nessas condições, a poupança a ser obtida no exterior (déficit
do Balanço de Pagamentos em conta corrente) deverá ser,
como proporção do PIB, de:
a)
b)
c)
d)
e)
6,0%
12,0%
14,2%
3,2%
3,5%
RESPOSTA: alternativa a .
Solução:
Trata-se do modelo Harrod-Domar mais ampliado. A fórmula
usual é:
y=s.v
(1)
onde:
y é a taxa de crescimento do produto;
s é a propensão (média e marginal) a poupar;
v é a relação marginal (incremental) produto-capital.
Chamando sI à poupança interna e sE à poupança externa, a
fórmula usual do modelo (1) se transforma em:
153
ECONOMIA MICRO E MACRO
y = (sI + sE) . v
(2)
Deve-se ainda retirar a poupança para a provisão para
depreciação (ou investimentos necessários para reposição de
equipamentos) d. Assim, a fórmula (2) fica:
y = (sI+ sE – d) . v (3)
Antes de substituir os dados do exercício, temos que ver qual é
a taxa de crescimento do produto desejado y. Como a taxa de
crescimento do produto per capita yc é de 3,2% a.a. e a população
cresce à taxa de 2,8% a.a., temos que:
y = n + yc
isto é, a taxa de crescimento do produto é igual à taxa de crescimento
da população mais a taxa de crescimento do produto per capita.
Substituindo os valores, temos:
y = 2,8% + 3,2% = 6%
Portanto, substituindo os valores em (3), temos:
6% = (17% + sE – 5%) . 1/3
Resolvendo para sE, temos:
sE = 6%
que é a poupança a ser obtida no exterior.
QUESTÕES ADICIONAIS
1. Aponte a alternativa incorreta:
a) Se a taxa efetiva for maior que a taxa garantida de crescimento,
tem-se escassez de capital.
b) Se a taxa garantida for maior que a taxa efetiva de crescimento,
tem-se excesso de capacidade instalada.
154
ECONOMIA MICRO E MACRO
c) A taxa garantida de crescimento é obtida quando tem-se o
equilíbrio entre oferta e demanda agregada de bens e serviços,
com o estoque de capital plenamente empregado.
d) Se a taxa natural for superior à taxa garantida de crescimento,
tem-se escassez de mão-de-obra.
e) A taxa efetiva de crescimento ocorre quando a oferta agregada
iguala a demanda agregada de bens e serviços.
RESPOSTA: alternativa d .
Solução:
Se a taxa natural de crescimento, que é a taxa de crescimento
da mão-de-obra, for superior à taxa garantida de crescimento,
significa a ocorrência de desemprego de mão-de-obra, que estará
crescendo mais do que o requerido para o crescimento da produção
do país.
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