Hamilton Lima - Memorial Brasil de Artes Cênicas

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Hamilton Lima
Hamilton Lima, ator, cenógrafo e figurinista, nasceu na cidade Mairi, interior da Bahia, e aos
dois anos de idade mudou-se para Itapetinga. Em 1969, aos 16 anos, muda-se para Salvador
para estudar o segundo grau no colégio Severino Vieira, onde foi apresentado ao universo
teatral pelo professor Anatólio Oliveira. Dessa primeira experiência resultaram a atuação e o
trabalho de aderecista nos espetáculos A Incelênça (1970), com a qual participara do Festival
de Teatro Secundarista, realizado na Escola de Teatro da UFBA; e Cartas de Amor de Lord
Byron (1971).
A Menção Honrosa recebida por Incelênça, na qual fizera o papel do morto, numa tentativa de
"tentar se localizar", buscou conhecer a arte teatral assistindo algumas montagens de
espetáculos e as peças de formatura da Escola de Teatro. Em outubro de 1972, sob a direção
de Lurdes Fátima participou da montagem Alice no País do Espelho, no Teatro Vila Velha.
Em 1973 começa a cursar Arquitetura na Escola de Arquitetura da Universidade Federal da
Bahia, quando passa a fazer parte do movimento estudantil. A experiência no Teatro uniu-se as
expectativas e frustrações acadêmicas do jovem estudante que formou, juntamente com
colegas do curso de Arquitetura, o grupo teatral Sonhos e Concretos, título extraído da primeira
montagem que fizeram no intuito de reunir as pessoas em torno da causa política-estudantil.
Nessa época passou a conviver com a censura instituída pela Ditadura Militar, que se voltou
para a repressão dos estudantes e veto aos espetáculos do grupo Sonhos e Concretos. A ação
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da censura, contudo, não tolheu a criatividade de Hamilton Lima e de seus colegas que
prepararam a montagem Corpo de Prova (1976), a partir de uma colagem de vários textos que
tratavam de repressão e censura.
Em 1974, o ICBA traz para Salvador João das Neves para fazer a montagem Um Homem é um
homem, de Bertold Brecht e Hamilton é convidado por Deolindo Checucci para pintar as placas
e os cartazes do espetáculo e fazer a bilheteria. Depois do espetáculo, passou a integrar como
cenógrafo e figurinista o grupo Opinião – Núcleo 2 (1974/1976), onde desenvolveu trabalhos
para os espetáculos A história do Boizinho Estrela e Aventuras de Diabo Malandro, com
direção Jorge Gaspari. O trabalho nos bastidores contribuiu significativamente para sua
formação como ressaltara em entrevista: "nunca fiz escola de teatro, aprendi nos bastidores".
Como integrante do Grupo Encontro (1978/1981), com direção de José Carlos Barros, Hamilton
Lima participou das montagens As Hienas, Pá-Lavre-Arte, Todo Dia é Dia D, O Paraíso de
Pindorama, Tropeços no Verbo Ser, A História de Panchito Gonzáles e A Serpente, nos quais
além de atuar, trabalhou na construção dos cenários, figurinos e/ou adereços para os referidos
espetáculos. A excelência na cenografia e figurinos rendera-lhe outros trabalhos: A Galinha dos
Ovos de Ouro, com direção Deolindo Checcucci; O Circo Rataplam, A Menina que Buscava o
Sol, Vamos Jogar o Jogo do Jogo, com direção de Ari e Zoíla Barata; e A Confissão (1987),
texto e direção de Paulo Atto, espetáculo que gerou a Cia. Teatral Avatar, onde trabalhou como
ator e cenógrafo.
Na Cia. Teatral Avatar, participou, desenvolvendo as funções de ator, cenógrafo e aderecista,
das montagens, Morangos Mofados, sob a direção de Paulo Atto e Fernando Guerreiro; Viva o
Povo Brasileiro, com direção Wagner Salazar; Kaô, A Tempestade, A Herança de Macbhet e A
Terra de Calibãn, dirigidas por Paulo Atto.
De 2002 a 2007, foi o responsável pela criação dos cenários e figurinos para as montagens: O
Escorial (2002), A Pedra do Meio Dia (2006), ambos com direção de Ednilson Mota; e Zona
Contaminada (2007), dirigida por Antônio Marques. Criou cenários e figurinos para o Grupo de
Teatro da Telebahia nos espetáculos: O Orelhão Amigo, Marmelada, Aurora da Minha Vida e
Cabaré Brasil; e para o Grupo de Teatro da Coelba, no espetáculo O Auto da Compadecida.
Além destes, produziu o cenário e figurinos para a montagem Diosas del Olvido (2004), com
direção Paulo Atto, da Ábrego Producciones, da Espanha; bem como para o espetáculo Mundo
Novo Mundo (2004/2005), de direção Débora Landim, do grupo Novos Novos, do Teatro Vila
Velha. Sob a direção de Paulo Atto trabalhou como ator, cenógrafo e figurinista no espetáculo
Cartas do Brasil (2006).
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Em 2003, ressalta-se o trabalho por Hamilton Lima enquanto diretor artístico do show Dos
Amores da cantora Stella Maris, ganhador do Troféu Caymmi, de 2003, nas categorias melhor
show e melhor intérprete; e o trabalho na coordenação artística do Programa Arte Educação
Bahia, de 2003 a 2006.
Nos anos de 2008 e 2009, Hamilton Lima trabalhou como assistente de cenografia e execução
de adereços no espetáculo Policarpo Quaresma (2008), dirigido por Luiz Marfuz, no Teatro
Castro Alves. Como figurinista participou também dos espetáculos Salomé (2008), sob a
direção Amanda Maia; Guimarães (2009 ), com direção de Ednilson Mota; O Rato, com texto e
direção de Ana Paula Antar (2009); Amanheceu, dirigido Laura Franco, com texto e atuação de
Juliana Bebé (2009). No mesmo período foi responsável pela direção de arte no
curta-metragem Doido Lelé (2008), sob a direção de Ceci Alves; e atuou na montagem Joana
D'Arc (2009), com direção de Elisa Mendes. E por fim, dirigiu a cena Sem Ana, Blues (2009),
para o projeto Caio de Quatro – Ato de Quatro, da Escola de Teatro da UFBA.
Em 2010 criou os cenários para Quatro Cravos para Exu – Minifestival de Dramaturgia (2010),
sob a coordenação geral Marcos Barbosa e a direção Daniel Guerra e Fábio Nieto Lopez;
também para o espetáculo Matilde, La Cambiadora de Cuerpos (2010), da Cia A4, dirigido por
Hebe Alves. Elaborou o cenário e figurinos para O Programa (2010), sob a direção de Ana
Paula Antar; e para o espetáculo Pólvora e Poesia(2010), com direção de Fernando Guerreiro.
Neste mesmo ano foi, ainda, assistente de cenografia em Aventuras do Maluco Beleza (2010),
dirigido por Edvard Passos, no Teatro Castro Alves. Sob a direção de Yulo Cezzar atuou no
espetáculo Diário de Adão e Eva (2010).
No ano de 2011, trabalhou na criação de figurinos para Novas Diretrizes em Tempo de Paz e
Quase Nada(2011), com direção de Felipe Soledade; e para o espetáculo Vestir os Nus (2011),
com direção de Isis Maria Gledhill Barreto. Como ator participou de A Paixão de Cristo
(2011/2012), Búzios e A Conspiração dos Alfaiates (2011), sob a direção de Paulo Dourado.
Em 2012, foi o responsável pela criação de cénario e figurinos para Olorum (2012), dirigido por
Elisa Mendes.
Além de trabalhar como ator, cenógrafo, figurinista e aderecista no Teatro, Hamilton Lima
realizou as exposições de artes plásticas Velhas, novas histórias (2007), coletânea de
desenhos feitos na década de 1980, realizada no Espaço Cultural Casa da Mãe; e Agosto do
Freguês (2008), realizada na galeria Jayme Fygura, no Teatro Gamboa Nova, que aborda o
universo dos garotos de programa a partir de desenhos de michês numa sauna em Salvador.
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Ressalta-se, por fim, sua importância no Teatro e nas Artes Plásticas, corroborada pela sua
indicação a melhor Direção de Arte no 4º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro-Latino; e
melhor Direção de Arte no 1º Festival de Jericoacoara - Cinema Digital, ambos pelo curta
Doido Lelé (2008).
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