efeitos adversos a medicamentos

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Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779
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EFEITOS ADVERSOS A MEDICAMENTOS
INTRODUÇÃO
As informações contidas neste folheto têm a finalidade de orientar as
pessoas que passaram ou que podem passar pela experiência não-desejada
dos efeitos adversos de medicamentos. Geralmente muitos medicamentos
causam efeitos colaterais de pequena monta, tais como azia quando se toma
AAS ou secura na boca quando se toma um vasoconstrictor para resfriado, ou
reações graves que matam milhares de pessoas todos os anos.
A cada ano centenas de medicamentos são aprovados pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão governamental responsável
pelo licenciamento de medicamentos para uso médico no Brasil. Quanto mais
medicamentos são aprovados, maiores são os riscos de reações indesejadas.
Um efeito adverso é qualquer efeito não-esperado de um remédio. As
reações adversas também podem ocorrer pela interação entre diferentes tipos
de medicamentos, pois 90% dos efeitos adversos não envolvem o sistema
imune, e por esse motivo não é possível fazer o teste alérgico.
Os efeitos adversos a medicamentos podem se manifestar de diferentes
formas clínicas e afetar diferentes partes do corpo. Alguns conceitos importantes
são os seguintes:
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Efeito colateral: ação indesejável, mas inevitável, do medicamento;
Hipersensibilidade: reação alérgica não-relacionada à dose ou aos
efeitos farmacológicos do medicamento;
Interação medicamentosa: ação de um medicamento que
potencializa ou aumenta o efeito do outro, produzindo benefício ou
toxicidade;
Superdosagem: dose excessiva do medicamento tomado acidental
ou deliberadamente.
MEDICAMENTOS
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•
Algumas características importantes dos efeitos adversos:
Ocorrem em pequeno número de pessoas que tomam medicamentos;
Os sintomas podem ser reproduzidos com pequena quantidade do
medicamento;
O aparecimento do efeito adverso pode ocorrer dias após o início do
tratamento, mas, em alguns casos, meses depois;
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Após a suspensão do medicamento, os sintomas podem perdurar por
dias ou até semanas;
Diferem de quaisquer manifestações farmacológicas conhecidas;
Podem aparecer como reações alérgicas conhecidas, como a doença do
soro ou o choque anafilático;
A hipersensibilidade também pode manifestar-se como infiltrado
pulmonar, febre medicamentosa ou lúpus;
As reações não-desejadas, que ocorrem de muitas maneiras são o efeito
direto do medicamento no corpo. Uma reação de hipersensibilidade a
medicamento ocorre quando o sistema imune interage com a medicação, tenta
destruir a substância química e com isso provoca a alergia.
Pessoas com história familiar de alergia a medicamentos são mais
propensas a reações alérgicas, mas não apresentam riscos de desenvolver
reações do tipo não-alérgicas. Um membro de uma família que teve alergia a um
medicamento não aumenta a chance de outro membro ter alergia ao mesmo
medicamento.
Um paciente que tomou anteriormente um medicamento pode ter uma
verdadeira reação alérgica ao mesmo medicamento. É o uso que pode levar a
uma alergia e não o não-uso. Essas reações ocorrem quando o medicamento é
aplicado de forma intravenosa ou intramuscular, pois assim ele alcança
rapidamente a corrente sangüínea. Aumenta também a possibilidade de uma
reação alérgica o fato de a medicação ser administrada freqüentemente ou em
grandes doses.
Remédios tomados oralmente apresentam muito menos reações.
Certos medicamentos podem causar mais reações alérgicas do que
outros devido à sua estrutura química. A penicilina e seus derivados são os
antibióticos que mais causam reações alérgicas. A penicilina em particular pode
causar qualquer tipo de reação alérgica e também reações não-alérgicas.
SINTOMAS
Os tipos mais comuns de reações alérgicas a medicamentos são:
• Lesões de pele generalizadas;
• Urticária;
• Coceira;
• Chiado de peito ou problemas respiratórios;
• Edema de partes do corpo;
• Anafilaxia, uma reação alérgica grave que ameaça a vida.
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Esses são os sintomas mais comuns da alergia a medicamentos, mas as
reações adversas podem ocorrer em qualquer órgão ou sistema do corpo.
As reações alérgicas podem ocorrer dentro de minutos ou horas após a
tomada da medicação. Reações a medicamento podem ocorrer semanas depois
de a medicação ter sido suspensa, como um eritema (lesões avermelhadas na
pele) ou uma urticária (empolamento).
As reações pseudoalérgicas, nas quais o sistema imune não está
envolvido, podem ocorrer sem exposição prévia. Os sintomas parecem iguais a
uma reação alérgica, pois o afetado pode ter urticária, dificuldade respiratória ou
edema de qualquer parte do corpo. Causas comuns de reações pseudoalergicas
incluem o AAS e os contrastes radiológicos.
DIAGNÓSTICO
O alergista tem interesse em distinguir uma reação alérgica de uma nãoalérgica. Ocorre que muitas vezes pode ser difícil de saber qual medicamento
foi responsável pela reação.
Se você acha que teve uma reação adversa a medicamento, a primeira
coisa a fazer é procurar um médico. Leve com você a receita do tratamento que
está fazendo e o nome de outros medicamentos, prescritos ou não por médico.
Leve também as caixinhas dos medicamentos que está tomando. Estas
informações são importantes para diagnóstico e tratamento do que está
acontecendo com você.
É importante saber se o remédio pode ou não ser testado para alergia,
pois isso permite ao médico verificar se existe medicação substituta que seja
segura para você tomar e quais os medicamentos que deverá evitar.
A avaliação clínica é importante, porque permitirá ao médico verificar o
que foi afetado pela reação alérgica e determinar outros problemas nãoalérgicos envolvidos nos sintomas.
São poucos os medicamentos que provocam uma verdadeira alergia, e
para fazer o diagnóstico deles os testes alérgicos cutâneos são úteis. Muitos
alergistas recomendam que o teste não precisa ser feito, a não ser que houver
necessidade de tomar novamente o medicamento. Existem poucos exames de
sangue disponíveis para identificar anticorpos antimedicação, por isso é bom
lembrar que, para as alergias, os exames de sangue são menos sensíveis do
que os testes cutâneos.
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RESUMO PARA FAZER O DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA CLÍNICA
• História cuidadosa dos medicamentos tomados sob receita médica ou
não;
• Medicamento que tomou e apresentou problema de qualquer natureza;
• Medicamento que tomou e não apresentou problema;
• Efeito adverso: tempo de uso do medicamento e do aparecimento das
manifestações clinicas.
Exames “in vitro” – são exames de laboratório
• Geralmente não tem valor diagnóstico;
Exames “in vivo” – feitos com a própria pessoa em casos selecionados
• Testes alérgicos cutâneos;
• Testes de provocação.
O teste de provocação é feito com a reexposição do paciente ao
medicamento suspeito.
TRATAMENTO
O tratamento vai depender da intensidade e da gravidade do caso. Se a
reação ao medicamento for discreta, o tratamento ficará limitado à suspensão
da medicação. Nos casos em que os sintomas são graves e persistentes, além
da medicação necessária para resolver o problema poderá haver necessidade
de internação.
Nos casos em que houver efeito adverso a medicamento, o paciente pode
usar a medicação substituta com segurança. Quando não existe medicação
substituta, o alergista pode fazer a dessensibilização ou a introdução gradual do
medicamento. Esse método de graduação se realiza com a introdução de
pequenas doses até a que dose terapêutica seja alcançada.
Choque anafilático ou anafilactóide
Felizmente, estas são reações raras. O choque anafilático é de causa
alérgica; o choque anafilactóide, não. As reações, semelhantes e potencialmente
ameaçadoras à vida, ocorrem em segundos ou minutos após a administração do
medicamento. Os sintomas incluem edema de partes do corpo, dificuldade
respiratória ou chiado de peito e queda abrupta da pressão arterial, com tontura
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ou perda de consciência e choque. Se a pessoa perdeu a consciência, deixe-a
deitada e eleve as pernas dela até que chegue o socorro médico.
Os acometidos por essas reações precisam de tratamento de urgência,
pois correm riscos de morte. Se alguém apresentar esses sintomas, leve-o
imediatamente ao pronto-socorro ou chame o SIATE (telefone 193 no Estado do
Paraná).
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SE VOCÊ JÁ TEVE REACÃO A MEDICAMENTO...
Comunique ao seu médico à medicação que tomou e a reação que teve;
Fale da orientação do alergista, como os medicamentos que deve evitar e
quais os medicamentos substitutos que pode tomar;
Se a reação foi grave, faça uma plaqueta ou um bracelete identificando o
medicamento que não pode tomar.
AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO.
IMPORTANTE
As informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui
caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de
confiança para diagnóstico e tratamento.
Dr. Luiz Carlos Bertoni
Alergista - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
Membro - World Allergy Organization (WAO)
CRM-PR 5779
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