Revolução Francesa Contexto Histórico: A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime, só o 3º Estado, classe que compunha o “povo” pagava impostos. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter economicamente o país e manter o luxo da nobreza. País era regido pelo sistema Absolutista, onde o Rei Luís XVI governava com poderes absolutos, controlando a justiça, a economia, a política, a questão social e até mesmo a religião dos súditos com apoio do Clero. País passava por uma aguda crise econômica em virtude do inverno rigoroso que atingiu as produções agrícolas, principalmente do trigo, elevando o preço do pão francês e também em virtude da derrota na Guerra dos Sete Anos contra Inglaterra. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina. Estrutura Social: A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. Organizava-se sob uma rígida estrutura social dividida em três ordens, estados ou classe sociais: Clero (membros da Igreja Católica); Nobreza (Rei, sua família de demais membros da nobreza) e o Povo (Camponeses, Artesãos e Burgueses). O povo sustentava toda a sociedade com seu trabalho e principalmente o pagamento de impostos. A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor (comerciantes, banqueiros e etc), desejava uma maior participação política e mais liberdade econômica em seu trabalho. Causas Gerais do Movimento de Revolução: Incapacidade administrativa de Luís XVI (Rei absolutista da França); Gastos exagerados com a corte; Crise agrícola e econômica (gastos com a Guerra dos Sete Anos e a Guerra de Independência); Injusto sistema tributário, onde somente o 3º Estado pagava impostos; Miséria popular e desigualdade social; Influência dos ideais iluministas (difusão dos ideais iluministas de liberdade e igualdade, que orientaram os revolucionários contra o Absolutismo e a desigualdade social) e Ambição política da Burguesia. O nível de insatisfação popular motivadas pela crise econômica e agrícola (fome) na França neste período era tão grande, que o povo estava decidido a ir para as ruas, com o objetivo de cobrar do Rei (Luís XVI) uma solução imediata sobre o destino do país e seu povo. Um único pão francês, comida indispensável na vida de todos franceses, chegou a custar o valor de um mês de salário, agravando ainda mais a situação. Assembleia dos Estados Gerais: Pressionado pela crise e como o objetivo de tratar da questão tributária do país, Luís XVI (Rei da França), aconselhado por seu Ministro de Finanças Jacques Necker, se viu obrigado a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, que não se reunia há 175 anos. Via Estados Gerais, a aristocracia francesa (Clero e Nobreza) pretendiam controlar seus privilégios e impedir a ascensão política da Burguesia. Votação na Assembleia dos Estados Gerais: Reunidos na Assembleia todos os representantes dos três estados formadores da sociedade frencesa (1º Estado com 291 deputados, o 2º Estado com 270 deputados e o 3º Estado com 578 deputados). Luís XVI desce por aberta as discussões e votação para os problemas que atingiam a França. No tocante ao pagamento de impostos, a votação na Assembleia enfrentou um grande obstáculo: 1º e 2º Estados desejavam o voto por classe, já os deputados do 3º Estado em maioria, desejavam o voto individual. Como o sistema tradicional de votos na Assembleia se dava por ordens separadas. Assim, ficou garantida a supremacia do Clero e da Nobreza, onde juntos somavam dois votos contra um do 3º Estado. Em virtude do fracasso da Assembleia dos Estados Gerais para os anseios revolucionário do 3º Estado, este se retira da seção de votação e sobre protesto sai para as ruas em marcha para dar início ao processo armado da revolução. Tem se, portanto no fracasso da Assembleia dos Estados Gerais, a causa imediata para do movimento de revolução, que foi organizada pelos grupos revolucionários, Girondinos e Jacobinos. Assembleia Nacional Constituinte: Foi convocada pelo 3º Estado em virtude do fracasso da Assembleia dos Estados Gerais. Esta Assembleia Nacional, que se tornou Constituinte, pois nela foi redigida uma Constituição para a França. Foi a última chance para que para que os Estados decidissem juntos o futuro do país. Na ausência do Clero e da Nobreza, o 3º Estado decide sozinho o rumo do processo revolucionário, e nesta reunião foram firmadas as seguintes realizações: Elaboração de uma Constituição para a França (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Baseava nos ideais iluministas); Queda da Bastilha (Prisão símbolo da Monarquia Francesa); Confisco de bens da Igreja Católica; Igualdade perante o pagamento de impostos. Queda da Bastilha: Seguindo o plano de ação firmado em Assembleia Nacional Constituinte, a massa popular liderada pelos grupos revolucionários (Girondinos e Jacobinos) tomam a Bastilha e a derrubam, tal fato, marca o início da revolução (tal acontecimento obteve repercussão em toda a França). Grupos Revolucionários: Girondinos: Representavam à alta burguesia, liderados por Danton, desejavam uma maior participação dos trabalhadores urbanos na vida política da França; Jacobinos: Representavam à baixa burguesia, liderados por Maximilian Robspierre, eram os mais radicais e desejavam profundas mudanças na estrutura política e social da França que beneficiassem os mais pobres. Fase do Terror: Começa a Fase do Terror, a massa popular liderada por Danton, Robespierre e Marrat (jornalista) assumem o governo do país a força. Este movimento de cunho radical foi à fase mais violenta e sangrenta da revolução, que matou cerca de 40 mil pessoas que eram contra os ideais da revolução. Lema da revolução era: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Inclusive o Rei (Luís XVI), sua esposa (Maria Antonieta), membros da Nobreza e do Clero, os próprios líderes revolucionários, Danton e posteriormente Robespierre acabaram condenados e mortos na Guilhotina. A guilhotina ficou conhecida como a “máquina democrática”. Governo do Diretório: A revolução engoliu seus filhos, com as mortes do Rei, e os líderes revolucionários, o terror se abranda. Inicia-se aqui uma nova fase da revolução, o Governo do Diretório, período que marca o retorno da alta burguesia ao poder e comando da revolução. O poder da França foi entregue ao Diretório, governo formado por cinco diretores para governar o país. Golpe 18 do Brumário: Em virtude do prestígio adquirido comandando o Exército francês em campanhas externas e pelo apoio da burguesia, o General Napoleão Bonaparte aplica um Golpe de Estado dissolvendo o Governo do Diretório, este episódio ficou conhecido como o Golpe 18 do Brumário (do calendário francês, corresponde ao dia 09 de Novembro de 1799), com o fim do Governo do Diretório, inicia-se ai a Era Napoleônica no poder sob a forma de Consulado, onde Napoleão Bonaparte se torna o Primeiro-Cônsul da França governando o país com poderes absolutos. Napoleão então toma o poder do país pra si, após encontrar a França em crise. Seu governo de cunho ditatorial se configura como a última fase da Revolução Francesa. Napoleão no Poder: De General do Exército francês, Napoleão se tornou ocupante do cargo de PrimeiroCônsul da França após o episódio de 18 do Brumário. Anos mais tarde em cerimônia com a presença do Papa, se auto-corou Imperador da França, pois segundo ele, ninguém no mundo se não ele mesmo seria digno de fazer tal ato. Governo de Napoleão: Napoleão cria uma nova Constituição para a França; Elaborou um novo código civil, Criou o Banco da França; Realizou reformas no setor educacional; Instalou um poder executivo forte, denominado Consulado. Conclusão: A Revolução Francesa foi um doa mais importantes acontecimentos mundiais e o grande marco da Idade Moderna, pois significou o fim do sistema Absolutista, com a perda de privilégios do Clero e da Nobreza. O povo ganhou mais autonomia, liberdade e seus direitos sociais e políticos passaram a ser respeitados. De tudo, de fato foi uma revolução burguesa, aonde a mesma conduziu a mesma desde o seu começo, contando com o apoio da massa popular cansada de ser explorada. A Burguesia além de conduzir, conseguiu garantir o seu domínio social. Os ideais iluministas obtiveram o seu auge durante a revolução, presente até no lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e a partir dela, influenciou ainda com mais força e prestígio a independência de outros países pelo mundo, colonizados e explorados pelos países ibéricos (Portugal e Espanha). Aqui em Minas Gerais, os ideais iluministas, tão importantes na Revolução Francesa, estiveram presentes no movimento de Inconfidência Mineira, que acabou não dando certo, pois o movimento foi delatado, mais tinha como objetivo central, a independência da Província (Estado) de Minas Gerais em relação a Portugal. A Revolução Francesa também lançou ao mundo as bases de uma sociedade burguesa e capitalista. Profº Sérgio Augusto - História - Site: www.professorsergioaugusto.com