Revolução Francesa A Revolução Francesa foi o ponto culminante do Iluminismo, um movimento de ideias que mudou a face do mundo e que tem raízes não somente na França, mas em todos os centros vitais do pensamento europeu nos séculos 17 e 18. A Guerra de Independência dos EUA, deflagrada em 1775, também exerceu profunda influência nos rumos da França. Não criou somente um modelo revolucionário a seguir, mas foi responsável pelo agravamento da crise das finanças francesas, em consequência do apoio concedido pela França aos Estados Unidos durante a guerra contra a GrãBretanha. Antecedentes # Em 1787, o pagamento da dívida pública francesa absorvia mais da metade da receita. A balança comercial entrou em déficit e a agricultura sofreu tremenda crise, causada pela seca. O custo de vida subiu rapidamente. # Começam a eclodir motins causados pela fome, quer nos campos quer nas cidades, que eram invadidas pelos trabalhadores agrícolas desempregados. Os esbanjamentos da família real, em 1788, fazem o tesouro público suspender todos os pagamentos, prenunciando a bancarrota. # O ministro das finanças propõe a criação de novos impostos sobre a nobreza e o clero. A Assembleia dos Notáveis (que representava a nobreza e o clero) reage energicamente, declarando que tal medida só poderia ser decretada pelos Estados Gerais (nobreza, clero e povo). # O rei convoca os Estados Gerais para 1792. O parlamento de Paris (na época, uma espécie de corte suprema) reage, reclamando a convocação dos Estados Gerais para 1789. # Após enfrentar distúrbios em várias cidades, o rei cede, convocando os Estados Gerais para 1º de maio de 1789. São convocadas eleições para escolher os deputados. O rei instala os Estados Gerais em 5 de maio de 1789. # Os deputados declaram-se em "assembleia nacional" e atribuem-se o direito de criar impedimentos à política financeira do governo. O rei manda tropas cercarem o edifício da Assembleia Nacional. # Pressionado, o rei apresenta um programa de reformas, mas omitindo-se nas questões cruciais. O rei intima os deputados a se dissolverem e se reunirem não como "assembleia nacional", mas divididos por Estados (nobreza, clero e povo). Os representantes do clero e da nobreza obedecem, mas os do Terceiro Estado se recusam. # A Assembleia Nacional continua seus trabalhos, declarando-se, a 9 de julho, Assembleia Nacional Constituinte. Tomada da Bastilha e Revolução # Uma tropa de 20 mil soldados cerca Paris, que acompanha o desenrolar dos acontecimentos em grande tensão. Os parisienses, contudo, enfrentam as tropas e tomam de assalto, a 14 de julho, a fortaleza da Bastilha, depósito de armas e também prisão do Estado. # O povo se organiza e improvisa uma guarda nacional armada e uma administração formada de notáveis que passa a governar Paris. Outras cidades da França seguem o exemplo da capital. # Os camponeses se sublevam, atacando castelos e queimando os registros dos tributos feudais. # Os eventos espalham o pânico pela França - é o chamado "grande medo". # A Assembleia aprova, na noite de 4 de agosto, a abolição do regime e dos privilégios feudais, a supressão dos dízimos e a igualdade perante os impostos. # A 26 de agosto, a Assembleia aprova a Declaração dos Direitos do Homem, documento de significação universal, válida para qualquer país ou forma de governo. # O rei, alarmado, recusa-se a sancionar a Declaração. Na verdade, articula medidas de força contra a insubordinação da Assembleia. # O povo se rebela novamente. Um numeroso grupo marcha para Versalhes e prende o rei e a rainha, mantendo-os como reféns. # A Assembleia Constituinte passa a governar o país. # Em 1791, aprova-se uma nova Constituição. # As crises se sucederão, contudo, inclusive com a resistência francesa contra as tropas prussianas, que tentam tomar o país e restabelecer a monarquia. # Uma nova sublevação popular, em 10 de agosto de 1792, radicaliza ainda mais a revolução. Em 21 de janeiro de 1793, o rei é executado. Fonte: UOL