Ethos, brio e o desenvolvimento holístico Fábio Solano Baptista (UEPG - acadêmico) [email protected] Resumo: Tendo conhecimento da situação cultural brasileira, permanece a necessidade de aplicação de estudos e definições éticas sob cada ramo de atuação existencial. Assim sendo, traz-se como consequência o desenvolvimento por inteiro, conectando ramo à ramo e ascendendo novas esperanças de uma nova realidade – comercial, tecnológica, educacional, científica. O artigo salienta a conexão de vários teóricos, docentes e profissionais com as carências que residem nas rotinas das instituições educacionais, nas organizações, nas empresas e no dia a dia de cada cidadão. Como é notório a indignação e o complexo de vira-latas sobre as constantes comportamentais do brasileiro, este artigo tenta abrir uma porta de atuação que possa servir como fundamento de uma mudança cultural para melhor. Palavras chave: Ética, Brio, Desenvolvimento, Moral. Ethos, pride and holistic development Abstract Having knowledge of Brazilian cultural situation, remains a need for application settings and ethical studies under each branch acting existential. Therefore, it brings as a consequence the development as a whole, connecting branch to branch and rising new hope of a new reality commercial, technological , educational, scientific. The article pointed out the connection of several theorists, professors and professionals with the needs residing in the routines of educational institutions, organizations, businesses and daily lives of every citizen. As is well known the indignation and the complex of mutts on the constant behavioral of the Brazilian, this article tries to open a door actuation that can serve as the foundation of a cultural change for the better. Key-words: Ethics, Pride, Development, Moral. 1 Introdução Dentro dos estigmas comerciais e suas preocupações próprias com o desenvolvimento capitalista devemos criar uma conexão entre a existência do corpo comercial (prática) com a ética (teórica). Tudo para que o funcionamento de uma sociedade, de uma organização, não leve consequências danosas para si ou aos demais. Para que o entendimento seja funcional, aplica-se conceitos teóricos de pesquisadores, docentes e profissionais que visam a melhoria dos conceitos. De forma introdutória, pode-se dizer que em matéria de sustentabilidade e equilíbrio existencial, é necessário que haja preocupações perceptivas com ferramentas que deem assessoria para que abra-se espaços e incentivem transformações. Transformações essas que abrangem estados físicos e jurídicos, estudantis e profissionais, éticos e morais, executivos, legislativos e judiciais. Exploremos então, os campos que englobam uma melhoria no desenvolvimento, este que aperfeiçoe-se em todos os âmbitos e torne-se holístico, todo este acaso para que consigamos viver e trabalhar em comunhão à perfeição. 2 Desenvolvimento holístico e Ética Muito pode-se dizer sobre a evolução de profissionais e organizações, cingindo estados de preocupação perceptiva de ética. Ética, então, é uma barreira ou uma oportunidade de crescimento? O que é ética e qual seu objeto de instrução? 2.1 Ética e Moral Geralmente os conceitos de ética entram em conflito e isso torna difícil o entendimento e aplicação da mesma. Em âmbito de desenvolvimento holístico devemos buscar conteúdos de teóricos que tenham como percepção de objeto de análise a própria praticidade. Segundo o filósofo Adolfo Sánchez Vázquez a “Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica do comportamento humano[...]” (Vázquez, 1985, p.12) podendo ser assim explicado como a ciência que engloba o comportamento humano como uma constante moral praticada em determinada sociedade/espaço x tempo. Álvaro Valls aborda de um ponto de vista variante, “A ética preocupa-se com as formas humanas de resolver as contradições entre necessidade e possibilidade, entre tempo e eternidade, entre o individual e o social, entre o econômico e o moral, entre o corporal e o psíquico, entre o natural e o cultural e entre a inteligência e a vontade.” (VALLS 1986, p. 48). Entende-se que a ética se preocupa com as condições humanas de sobrevivência, existência, sociabilidade, moralidade, modismo, instinto e essência. Mas que difere-se por si só de moral, “Enquanto a moral tem uma base histórica, o estatuto da ética é teórico, corresponde a uma generalidade abstrata e formal. A ética estuda as morais e as moralidades, analisa as escolhas que os agentes fazem em situações concretas, verifica se as opções se conformam aos padrões sociais.” (SROUR, 1998, p. 270) De acordo com Assman (2009, p. 87), “[...] moral é o comportamento real dos indivíduos em relação às regras e aos valores que lhes são propostos”, firmamos tal ideia com o que descreve Foucault, “[...] moral é um conjunto de valores e regras de ação propostas aos indivíduos e aos grupos por intermédio de aparelhos prescritivos diversos, como podem ser a família, as instituições educativas, as Igrejas, etc.” (FOUCAULT, 1984, p. 26). Mas, se tais valores prescritivos entram em um campo de complicações essenciais da prática moral, assentamos à avaliação a nossa consciência moral, conforme descreve Marilena Chauí, “[...] o senso e a consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidos ao bem e ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito às relações que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem como parte de nossa vida intersubjetiva.” (CHAUÍ, 1995, p. 431). Chauí traz a ideia da essência da subjetividade como objeto holístico, que faz de suas partes - as emoções, os sentimentos e decisões humanas - como resultantes da definição moral. Tendo como base de consciência moral alcançada, acerca-se Assman (2009, p 91), “[...] os seres humanos se tornam seres morais através da educação [...]”. 2.2 Ética e Educação Para Camargo, a ética é pautada dentro das instituições educativas por ter tamanha potencialidade em desenvolver tais assuntos, “A moral na escola se apresenta através de regras, normas a serem cumpridas, expressas nos seus regimentos, planos de estudos e projetos políticos pedagógicos. A escola ainda é o principal caminho para se discutir questões éticas uma vez que o âmbito escolar está repleto de possibilidades que evidenciam a ética como necessária e capaz de permitir um relacionamento mais amistoso entre os atores educacionais” (CAMARGO, __, p.2). Instituições de Ensino têm em mãos a possibilidade de trabalhar aspectos de máxima periculosidade, sem tamanha responsabilidade, mas no entanto com liberdade. Assim, podendo desenvolve-los de maneira educativa e pura (isenta de consequências danosas), tudo pelo conhecimento no qual gerará melhorias nos relacionamentos. Camargo ainda contribui ao entendimento, relatando ideias libertárias e kantianas, “Respeitar a liberdade do outro é conhecer os direitos e deveres de cada um dos atores do ambiente escolar. Para Kant, na escola ninguém tem privilégios, mas apenas direitos. Ela corporifica assim, o local privilegiado que permite ao ser reconhecer a sua função social no mundo, compreendendo sua posição, se de explorado ou de explorador, mediatizado ou mediatizador.” (CAMARGO, _, p.3). Levemos em consideração que as atividades educacionais não são, ainda, extremamente evoluídas e que carecem de novas perspectivas. É o que diz Adla Mehanna, “As práticas iniciadas na escola estão num processo de construção, sendo portanto, necessário se pensar de forma profissional na inclusão de um trabalho efetivo com relação à educação moral, pois esta deve ser tratada de forma concreta dentro do processo de escolarização por todo educador que almeja um mundo melhor para todas as pessoas.” (MEHANNA, _, p.11) Para Donaire (1999, p.3) “[...] as empresas eram vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais [...]” e que houve mudanças culturais nos quais - as empresas - “[...] têm presenciado o surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado do ambiente em que operam.” Donaire ainda enumera as oitos motivações empresariais que tangem o desenvolvimento ético-ambiental: - Senso de responsabilidade ecológica, - Exigências Legais, - Proteção dos interesses da empresa, - Imagem, - Proteção dos funcionários, - Pressão do mercado, - Qualidade de vida, - Lucro. Fonte: DONAIRE (1999, p. 57). Tendo em vista todas as novas preocupações do mundo moderno, carecemos do entendimento da ética inclusa na educação. 2.3 Ética, Negócios e Sustentabilidade Antes de relatar a vinculação entre práticas éticas e negócios, encadearemos condições necessárias para a ocorrência de episódios comerciais com ênfase no que diz David Fritzsche, 1 O direito de possuir e controlar propriedade privada 2 Liberdade de escolha para comprar e vender bens e serviços 3 A disponibilidade de informação precisa a respeito desses bens e serviços. (FRITZSCHE, 1998, p.18). Deste modo, as inconveniências éticas sucedem ao parecer de informações (sob bens e/ou serviços) incorretas ou incompletas, fazendo com que pessoa alguma tome liberdade de compartilhar transações comerciais éticas. Fritzsche (1998, p. 21) salienta, “[...] restrições na forma de suborno, chantagem, enganação e discriminação injusta limitam a liberdade de ação [...]”, inferimos, então, não somente a questão de direito civil/jurídico mas a de inquietação gerencial de interesse sob frutos de produção. Sob direções que tangem as condutas éticas de cada segmento empresarial, observamos a tabela de Cosenza e Chamovitz (2007), Alvo Empresa Ação Reinvestimentos que assegurem a sua sobrevivência e desenvolvimento. Capital Justa remuneração aos investidores que bancaram o risco. Trabalho Remuneração justa aos agentes produtivos. Comunidade Retribuição pelo sucesso do empreendimento. Fonte: Adaptado de Cosenza e Chamovitz apud Ética, ética empresarial e responsabilidade social: Reflexões e recomendações. (2007, p. 5) Como se não bastasse, não é importante apenas que despojamos as restrições nos atos comerciais, mas que haja percepção de honra entre as partes, entre os meios. Stewart Macauley apontou dois teores para que isso ocorresse, 1 Acordos devem ser honrados em quase todas as situações; não se deixa de pagar uma dívida. 2 Deve-se fazer um bom produto e mantê-lo desse modo. (MACAULEY, 1963, p. 55). Como vimos previamente, é necessário que exista uma preocupação com a percepção de honra em âmbitos de desenvolvimento, ou seja, é necessário que empresas e seus gestores tenham visão sobre o exigível (em matéria de legislação, jurisdição) e o arquétipo exemplar. Para entendermos melhor, temos a citação de Hugo Godinho, “[...] é possível traçar aqui um paralelo com outra questão polêmica: considera-se moral uma empresa fazer publicidade de suas ações de responsabilidade social quando estas limitam-se ao mero cumprimento das exigências mínimas dos órgãos regulatórios? É preciso fazer a distinção entre o comportamento ético espontâneo que gera benefício à sociedade, daquele que se limita à conformidade com a legislação para evitar a entrada na ilegalidade.” (GODINHO, _, p.7) Se traçarmos uma linha conectiva entre o imperativo categórico kantiano com as preocupações das tomadas de decisões (das empresas, não somente) iremos finalmente compreender o papel fundamental da prática moral no mundo comercial, “Não preciso, pois, de perspicácia de muito largo alcance para saber o que hei de fazer para que o meu querer seja moralmente bom. Inexperiente a respeito do curso das coisas do mundo, incapaz de prevenção em face de acontecimentos que nele se venham a dar, basta que eu pergunte a mim mesmo:- Podes tu querer também que a tua máxima se converta em lei universal?” (KANT, 2003, p.35). Compreendemos agora que, o imperativo categórico é o que acaba por exigir um comportamento - dos colaboradores e da empresa em si - que cumpra o dever moral, nisso aplica-se a lei universal das altas ações praticadas por tais. Logo, norteando conexão entre as práticas morais, o universo comercial e a preocupação com o equilíbrio sustentável da existência, observamos que existe, ainda, uma necessidade de criação cultural que vise, ou seja, que englobe o comportamento humano perante todos os pareceres, sejam eles: profissionais, sociais, culturais, educacionais ou pessoais. Complementa Coronel e Silva, “A busca pelo desenvolvimento sustentável, além de exigir mudanças de ordem cultural, política e econômica, exige também mudanças nas atitudes do homem, que precisará desenvolver uma visão mais complexa e mais multidisciplinar sobre esse desenvolvimento, visando proporcionar as condições para que as sociedades o alcancem.” (CORONEL, SILVA, 2009, p 21). 2.4 Ethos Comunicativo Se prezamos por eficiência, melhorias na produção e desenvolvimento a comunicação torna-se notável. Para Vieira, “Comunicação é necessariamente dialogo, controvérsia, compartilhamento. As direções de empresas que estiverem dispostas a abrir processos de comunicação precisam estar disponíveis a ouvir. E ouvir significa se abrir a elogio e critica, a controvérsia e debate.” (VIEIRA, 2004, p. 31) Atendendo em matéria de falar versus ouvir, Gadamer (2002, p.25) nos relata que “[...] linguagem não surge na consciência daquele que fala, e enquanto tal é mais do que um comportamento subjetivo”. Aquele que ouve precisará ter deveras noções de captação informacional, portanto aquele que fala terá de conquistar a credibilidade para que seja ouvido com atenção. É o que diz Vieira, “A credibilidade não se conquista apenas com abertura da organização no sentido de informar aos públicos de interesse de suas políticas, filosofias e atitudes. Ela provém, principalmente, da manutenção de um diálogo verdadeiro, baseado na autêntica interação entre as partes.” (VIEIRA, 2004, p. 33) Com implicação à cultura organizacional Cardoso (2006, p. 6) diz que o “domínio do enfoque mecanicista da organização desenvolve uma racionalidade funcional ou instrumental, encorajando as pessoas a obedecerem a ordens e a manterem a sua posição [...]” porém, faz com que elas não “[...] se interessarem por desafios e questionarem aquilo que estão fazendo”, isto implica em desinteresse por parte daqueles que fazem o trabalho operacional. 2.5 Ética e o Profissionalismo Existe - dentro do universo corporativo – relações das práticas éticas com o sucesso profissional de cada colaborador, tendo como base a aplicação da ética como uma variável que resulta em uma possível oscilação da imagem do mesmo. É o que nos exibe Jacomino, “Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha da desconfiança.” (JACOMINO, 2000, p. 28). Completando relações entre a prática da ética em campo comercial e enfermidades na sustentabilidade de organizações temos Ferreira, “[...] a ética empresarial não é uma questão de conveniência, é uma condição necessária para a sobrevivência da sociedade. A ausência dos valores morais é o pior dos males que podem afligir toda a sociedade, é como se fosse uma doença que se espalha por todo organismo destruindo cada uma de suas cadeias de funcionamento, reduzindo assim o nível de confiabilidade e tornando-se insustentável todo o convívio social.” (FERREIRA, _, p. 3) Mas para que a ética seja empregada de maneira eficaz, é necessário que cada profissão exceda as carências individuais e alcance atributos holísticos, Sá (2001) traz três pontos explicativos para os exercícios das funções, 1 - É pela profissão que o indivíduo se destaca e se realiza plenamente, provando sua capacidade, habilidade, sabedoria e inteligência, comprovando sua personalidade para vencer obstáculos. 2 - Através do exercício profissional, consegue o homem elevar seu nível moral. 3 - É na profissão que o homem pode ser útil à sua comunidade e nela se eleva e destaca, na prática dessa solidariedade orgânica. (SÁ, 2001, p. 129). Já Kast e Rosenzweig (1970) acabam por afirmar as necessidades de especialidades para que as profissões possam ascender as carências de uma realidade contemporânea, A - A existência de um corpo sistemático de conhecimento que requer lento processo de formação e treinamento envolvendo tanto aspectos intelectuais como atividades práticas; B - Um grau de autoridade conferida pelos clientes em função do conhecimento técnico especializado; C - Um amplo conhecimento social como base para o exercício da autoridade; D - Um código de ética que regula entre os pares e entre o profissional e seus clientes; E - Uma cultura profissional que é mantida pelas organizações. (Apud BASTOS e ACHCAR, 1994, p. 246). Para que uma profissão seja bem aceita pela sociedade em que age, deverá agir de maneira ética e proativa, não somente em relações unitárias mas como um todo, como atuante e responsável da melhoria desenvolvimentista de sua área. Para isso, deverá sair de tais reflexões e alcançar o plano da objetivação da mesma por meio dos estímulos ocasionados por problemas que atrapalham o fluxo das práticas, como diz Camargo (2006), “Por ser reflexiva, a ética tem, sem dúvida, um caráter teórico. Isso não significa, entretanto, que seja abstrata, ou metafísica, descolada das ações concretas. Não se realiza o gesto da reflexão por mera vontade de fazer um “exercício de crítica”. A crítica é provocada, estimulada, por problemas, questões-limites que se enfrentam no cotidiano das práticas. A reflexão ética só tem possibilidade de se realizar exatamente porque se encontra estreitamente articulada a essas ações, nos diversos contextos sociais. É nessa medida que se pode afirmar que a prática cotidiana transita continuamente no terreno da moral, tendo seu caminho iluminado pelo recurso à ética.” (CAMARGO, 2006, p. 5) Agir de maneira ética exige estratégias que visem e que garantam a pratica como constantes nas quais viabilizem a melhoria da área atuante. Tendo como responsabilidade de atuação o profissional ético que disponibiliza todos seus recursos para o agir moral. Complementa tal raciocínio Erivan Borges e Carlos Medeiros, “A ética profissional pode, então, ser conceituada como o conjunto de condutas técnicas e sociais exigidas por uma determinada classe aos membros que a ela são ligados. A obediência ao código de conduta identifica o profissional como ético e ele, por seu comportamento, alcança o reconhecimento dos demais membros da própria classe e da sociedade em geral.” (BORGES, MEDEIROS, 2007, p. 5). Avistando preocupações com condutas, o profissional poderá empreender eticamente de maneira excêntrica - utilizando tal técnica como marketing e distinguir dos demais. Complementa Antônio Roberto Oliveira, “Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de um profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e principalmente por sua moral e não pela aparência.” (OLIVEIRA, 2012, p. 50). As instituições – para viabilizar o agir ético e moral – deverão criar códigos de conduta tendo ciência de que a “[...] função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o fundamentam e se articulam em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres.” (OLIVEIRA, 2012, p. 53). Para mostrar tais condições, Oliveira (2012) salienta, “A elaboração de um código de ética, portanto, realiza-se como um processo ao mesmo tempo educativo no interior do próprio grupo. Deve resultar num produto tal, que cumpra ele também uma função educativa e de cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos os cidadãos.” (OLVEIRA, 2012, p. 54). Por tamanha percepção sob a crise moral moderna no Brasil e tamanha preocupação com o futuro de cada ramo comercial, ficamos com o suplício de Ferreira, “Mesmo conhecendo as dificuldades que serão encontradas na implantação, as organizações necessitam adotar este perfil ético, pois estamos passando por um momento de crise moral, onde deparamos constantemente com notícias de organizações que na busca incessante de se manterem no mercado, acabam abandonando diversos valores e lesando toda a sociedade com práticas desonestas e escândalos [...]” (FERREIRA, _, p. 5). Dentro desse complexo de incertezas, predomina a carência da compreensão de uma nova estratégia que vise a melhoria dos sistemas comportamentais, setores organizacionais e que envolva toda a coletividade – por meio do profissionalismo ético, da educação e formação ética, da comunicação ética, da sustentabilidade como um todo e das práticas éticas – onde toda essa preocupação com a ética e sua aplicação, não gire em torno de uma conquista moral, mas que alcance uma percepção gerencial no qual registre melhorias no fluxo produtivo e nos resultados de vendas para cada empresa. Para que todo um centro comercial se desenvolva é preciso que seus subgrupos – empresas e organizações - enriqueçam com um baseamento em condutas morais e que não o desviem. Ser apto de apresentar resultados rentáveis, exímios índices econômicos, alta taxa de produtividade e ainda manter imagem ética por meio de suas máximas práticas, é um amparo ideal e almejável por todas as empresas e seus colaboradores. A demanda está cada vez mais complexa, os consumidores mais exigentes e a informação mais acessível, isso abre portas para uma corrida desenvolvimentista para todas as empresas que almejam desenvolver-se. Somos resultados de uma cultura histórica que visou expandir e aprimorar seus frutos de produção, temos o dever de nortear o profissionalismo ético para que as bases se idealizem e não desmoronem. Dentro de todo esse novo cenário social, a educação, a tecnologia e a ética são extremamente importantes para o não descaminho das operações e como se não bastasse, a correta aplicação destes acabam por desenvolver aumentos significativos para os índices de desenvolvimento – em âmbito holístico. “A grande evolução e ampliação dos sistemas individuais de comunicação e processamento da informação exige um contínuo acompanhamento de tendências e identificação de oportunidades estratégicas para o desenvolvimento industrial e econômico, numa busca de perfeição dos equipamentos e do ser humano. Portanto, deve-se manter alerta e ter sempre em mente o comprometimento do homem com a moral, em suas ações, atividades, projetos e planos. Os atos do presente serão julgados no futuro e as atitudes serão corretas ou incorretas. A ética garante ao homem ser útil e produtivo, em luta para o aperfeiçoamento, nunca completo ou acabado.” (CASTRO, 2002, p. 10) Tendo como base o que foi exposto, temos que o canal a ser utilizado por todas as empresas e por todos os profissionais - que visam portar boas condutas morais em amparos de desenvolvimento – é a pratica da ética. A ética é a única ferramenta que irá nos proporcionar vantagens em todos os setores de ação e a todos os envolvidos. Definimos então que a ética é o melhor e único caminho para a ascendência dos negócios, dos fluxos produtivos, da melhoria nos índices de vendas, da melhoria do uso informativo e comunicativo, das relações entre cliente e funcionário, entre empresa e acionista, entre pessoa física e/ou jurídica para com o seu país. Pois é a ferramenta que irá criar base adequada para que a economia brasileira interrompa a claudicação e alcance as máximas almejáveis. Referências ASSMAN. Selvino José. Filosofia e Ética. 2009. BASTOS, A.V.B. ACHCAR, R. Dinâmica Profissional e Formação do Psicólogo: uma perspectiva de integração. São Paulo. 1994. BORGES, Erivan. MEDEIROS, Carlos. Comprometimento e Ética Profissional: Um estudo de suas relações juntos aos contabilistas. São Paulo. 2007. CAMARGO, Edson Carpes. A ética no ambiente escolar: Educando para o diálogo. 2006 CARDOSO, Onésimo de Oliveira. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos. 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