UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Neurociências na Aprendizagem: Um Conhecimento Facilitador no Processo Educacional Por: Jessika Frade Alves Amaral Orientador Prof. Marta Relvas Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CÂDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Neurociências na Aprendizagem: Um Conhecimento Facilitador no Processo Educacional Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica Por: Jessika Frade A. Amaral 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, e a toda minha família que me da forças para eu alcançar todos os meus objetivos. 4 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha família, amigos e educação. estudantes da área de 5 RESUMO O presente trabalho tem o intuito de enunciar os avanços e descobertas na área da neurociência empregada ao processo de aprendizagem através de um levantamento bibliográfico e referencias teóricos. Além disso, despertar um olhar crítico acerca do processo educacional. Abordar uma breve historia sobre as neurociências e a aprendizagem, delineando a importância do estudo no processo educacional. Apresentar as divisões cerebrais suas estruturas e organização. Ressaltar que o conhecimento da neurociência habilita o educador a ampliar mais ainda as atividades educacionais, proporcionando um novo meio no aprendizado e no campo do saber. 6 METODOLOGIA A metodologia realizada neste trabalho foi feita através de levantamento bibliográficos e referenciais teóricos que se ocupam com a discussão sobre a neurociência e a aprendizagem, que através de estudos e descobertas contribuíram com seus conhecimentos. 7 SUMÁRIO Introdução........................................................................................................08 Capitulo I...........................................................................................................09 I.Neurociência e seus avanços.......................................................................09 Capitulo II..........................................................................................................18 II. Os Hemisférios cerebrais relacionados à aprendizagem........................18 Capitulo III.........................................................................................................25 III. Neurociência e o processo de aprendizagem..........................................25 III.I Dificuldade de aprendizagem...................................................................30 Conclusão.........................................................................................................33 Bibliografia.......................................................................................................35 Índice.................................................................................................................37 8 INTRODUÇÃO Como o cérebro aprende? Obter o conhecimento da biologia cerebral nas dimensões cognitivas, emocionais e sociais, tendo base na neurociência da educação, a mesma sendo uma forte aliada com grandes contribuições para prática na sala de aula e como um facilitador na aprendizagem, se torna nos dias atuais, uma nova competência para o educador. É necessário ser compreendido que existe uma anatomia, fisiologia e uma biologia no cérebro. Ter a percepção da relação da neurociência aliada à aprendizagem numa interação pedagógica, no intuito de embasar de forma cientifica, para uma melhor compreensão do educando, suas especificidades, habilidades, emoções e limitações. Em função da Plasticidade cerebral, o cérebro tem a capacidade de mudar, criar novas conexões quando se aprende de maneira significativa, com conteúdos que dão sentido ao educando. O estimulo de atividades interessantes mexem com o sistema límbico (emoções), despertando prazer, curiosidade e desejo. A memória humana não tolera ausência de motivação. Uma boa memorização deve ser feita de forma coerente, emotiva e motivada. E é dentro desse contexto, que a neurociência na aprendizagem passa ser um conhecimento facilitador no processo educacional Dentro de um processo educacional ,quando há um professor qualificado e capacitado, um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem, esse conjunto passa a ser fundamental para o conhecimento que a neurociência viabiliza seja efetivo. O conhecimento da neurociência habilita o educador a ampliar mais ainda as atividades educacionais, proporcionando um novo meio no aprendizado e no campo do saber. 9 CAPÍTULO I I. NEUROCIÊNCIA E SEUS AVANÇOS A Neurociência é o estudo do sistema nervoso, suas estruturas, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, sua relação com o comportamento e a mente e suas alterações. E ela engloba três principais áreas que são a neuroaratomia, a neurofisiologia e neuropsicologia. Para Kandel (2000), "A tarefa das Neurociências é explicar o comportamento em termos de atividade cerebral. Como o cérebro organiza e articula milhões de células nervosas individuais para gerar o comportamento e como estas células são influenciadas pelo ambiente externo...? A última fronteira das Ciências Biológicas - seu desafio último – é entender a base biológica da consciência e os processos mentais através dos quais percebemos, agimos, aprendemos e recordamos." — Eric Kandel, Princípios de Ciência Neural, 4ª edição A Neuroanatomia estuda a estrutura do sistema nervoso, que se divide em Encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo e Tronco Cefálico, que se divide em: Bulbo,Mesencéfalo e Ponte. Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-nervoso/encefalo.php/ 31 de janeiro de 2012 10 No sistema nervoso, existem substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca por seus prolongamentos. Com exceção do Bulbo e da Medula, a substância cinzenta ocorre mais internamente e branca mais externamente. Os órgãos do sistema nervoso são protegidos pela caixa craniana e por membranas denominadas meninges, situada sob a proteção dura-máter, aracnóide e pia-máter. Entre as meninges aracnóides e pia-máter há um espaço preenchido pelo líquor. Já a Neurofisiologia estuda as funções do sistema nervoso, que é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente,recebendo, analisando e integrando informações e tem como função perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as de dentro do próprio corpo, elaborando respostas que se adaptam a essas condições. A unidade básica do sistema nervoso é a célula nervosa denominada neurônio; uma célula estimulável e capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem em torno de si,que reage a uma alteração elétrica denominada de impulso nervoso.As células nervosas conectam-se entre si, de tal maneira que um neurônio pode transmitir a outros os estímulos recebidos do ambiente gerando uma reação em cadeia.O impulso que é transmitido de uma célula a outra é caracterizado através das sinapses,uma região de contato muito próximo entre a extremidade de um neurônio e a superfície de outras células. Por fim a Neuropsicologia estuda a relação entre as funções neurais e psicológicas, que tem como objetivo focar o sistema nervoso e seu impacto na conduta humana a partir do comportamento sensorial, motor, emocional, social e cognitivo do indivíduo, acompanhando, portanto, lesões em partes especificam do cérebro. Segundo Luria (1981), a Neuropsicologia é a área específica da Psicologia que tem como objetivo peculiar a investigação do papel de sistemas cerebrais individuais em formas complexas de atividades mentais. Neste contexto, Luria acreditava que Neuropsicológica era: “... generalizar idéias modernas concernentes à base cerebral do funcionamento complexo da mente humana e discutir os sistemas do cérebro que participam na construção de 11 percepção e ação, de fala e inteligência, de movimento e atividade consciente dirigida a metas." (Luria, 1981, p. 4). Já outros autores como Gil (2002) e Mello (1996) acreditam que a Neuropsicologia visa o estudo dos distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais, bem como o estudo dos distúrbios de personalidade provocados por lesões do cérebro, que é o órgão do pensamento e, portanto, a sede da consciência. A Neuropsicologia surgiu no final do século XIX, início do século XX, estudando os soldados feridos de guerra, que tinham lesões cerebrais e alterações de comportamento, memória, linguagem, raciocínio - o que possibilitou maior compreensão do papel do cérebro comandando esses processos. Contudo, somente no final do século XX, que ganhou maior reconhecimento. Diante da neurociência pode-se observar a estrutura e o desenvolvimento do sistema nervoso, que os mesmos têm partes situadas dentro do cérebro e da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas de sistema nervoso periférico (SNP). É no sistema nervoso central que está à grande maioria das células nervosas, seus prolongamentos contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico estão relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas, agrupados em filetes alongados chamados nervos. Já os nervos que são um conjunto de neurônios podem ser divididos em nervos que levam informação para o SNC e nervos que levam informação do SNC. Os primeiros são chamados fibras aferentes e os últimos de fibras eferentes. As fibras aferentes enviam sinais dos receptores (células que respondem ao estímulo sensorial nos olhos, ouvidos, pele, nariz, músculos, articulações) para o SNC. As fibras eferentes enviam sinais do SNC para os músculos e as glândulas. Os neurônios são formados por três partes: a soma, os axônios e os dendritos. A parte central, corpo celular ou soma, contém o núcleo celular. 12 Pode-se observar que a soma possui grande número de prolongamentos, ramificando-se múltiplas vezes como pequenos arbustos, são os dendritos. É através dos dendritos que cada neurônio recebe as informações provenientes dos demais neurônios a que se associa. O grande número de neurônios é útil a célula nervosa, pois permite multiplicar a área disponível para receber as informações aferentes. Saindo da soma também, existe um filamento mais longo e fino, ramificando-se pouco no trajeto e muito na sua porção terminal, é o axônio. Cada neurônio tem um único axônio, e é por ele que saem as informações eferentes dirigidas às outras células de um circuito neural. Sinapse é a região de contato entre um terminal de fibra nervosa e um dendrito ou o corpo (mais raramente outro axônio) de uma segunda célula, e constitui uma região especializada fundamental para o processamento da informação pelo sistema nervoso. Nela, nem sempre, os sinais elétricos passam sem alteração, podem ser bloqueados parcial ou completamente, ou então multiplicados. Logo, não ocorre apenas uma transmissão da informação, mas uma transformação durante a passagem. Fonte:http://www.math.ist.utl.pt/cienciaviva/teoria.htm / 31 de janeiro de 2012 A transmissão sináptica pode ser dada de maneira química ou elétrica. Na sinapse elétrica, as correntes iônicas passam diretamente pelas 13 junções comunicantes na qual é a região de aproximação entre duas células para as outras células. A transmissão é rápida, já que o sinal passa praticamente inalterado de uma célula para outra. Na sinapse química, a transmissão do sinal através da fenda sináptica que é a região de aproximação entre duas células, bem maior que as junções comunicantes é feita através de neurotransmissores. Quando ocorre um aumento no estímulo recebido pelo neurônio pós-sináptico, ou inibitória, quando ocorre uma diminuição do estímulo no neurônio pós-sináptico a sinapse se denomina de exitatória. São essas transformações ocorridas durante a sinapse que garantem ao sistema nervoso a sua enorme diversidade e capacidade de processamento de informação. Para um melhor entendimento do Sistema Nervoso, e necessário um conhecimento sobre a Plasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças ambientais. Conclui-se que é a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. Ela, explica o fato de certas regiões do cérebro poderem substituir as funções afetadas por lesões cerebrais. Assim, uma função perdida devido a uma lesão cerebral pode ser recuperada por uma área vizinha da zona lesionada. Contudo, a recuperação de certas funções depende de alguns fatores, como a idade do indivíduo, a área da lesão, o tempo de exposição aos danos, a natureza da lesão, a quantidade de tecidos afetados, os mecanismos de reorganização cerebral envolvido, assim como, outros fatores ambientais e psicossociais. Entretanto a plasticidade cerebral não é apenas relevante em caso de lesões cerebrais, uma vez que ela está continuamente ativa, modificando o cérebro a cada momento. Os mecanismos através dos quais ocorrem os fenômenos de plasticidade cerebral podem incluir modificações neuroquímicas, sinápticas, do receptor neuronal, da membrana e ainda modificações de outras estruturas neuronais. Ela ocorre de forma mais comum em crianças. Em função da plasticidade, o cérebro dispõe de memórias de curto e longo prazo. Na memória em curto prazo encontra-se toda a informação que se tratou desde a última vez que se fez o trabalho de manutenção ou limpeza do sistema, ou seja, desde a última vez que se dormiu o tempo 14 suficiente para realizar o referido trabalho. O grau de conservação ou estado da informação dependerá do tempo mencionado e, claro, da capacidade fisiológica ou genética de cada indivíduo. E uma memória Capaz de armazenar informações por períodos de tempo um pouco mais longos, mas também de capacidade relativamente limitada. Já a memória de longo prazo, ela é Capaz de estocar informações durante períodos de tempo muito longos, talvez até indefinidamente. Ela tem o processo de formação de arquivo e consolidação, e pode durar de minutos e horas a meses e décadas (neste último caso são conhecidas também como memórias remotas). São exemplos desse tipo de memória as nossas lembranças da infância ou de conhecimentos que adquirimos na escola. Diante do exposto, é no cérebro que ocorre os mecanismos resultantes na fala e demais funções de alto nível, denominadas como a área de Broca e área de Wernicke. Fonte:http://dialogandocomafonoaudiologia.blogspot.com/2011/08/neuropsicologia-eaprendizagem.html / 31 de Janeiro de 2012 Em 1861,o neurologista francês Paul Broca identificou um paciente que era quase totalmente incapaz de falar e tinha uma lesão nos lobos frontais, o que gerou questionamentos sobre a existência de um centro da linguagem no cérebro. Mais tarde, descobriu casos nos quais a linguagem havia se comprometido devido a lesões no lobo frontal do hemisfério esquerdo. A recorrência dos casos levou Broca a propor, em 1864, que a expressão da linguagem é controlada por apenas um hemisfério, quase sempre o esquerdo. Esta visão confere com resultados do procedimento de 15 Wada, no qual um hemisfério cerebral é anestesiado. Na maioria dos casos, a anestesia do hemisfério esquerdo, mas não a do direito, bloqueia a fala. A área do lobo frontal esquerdo dominante que Broca identificou como sendo crítico para a articulação da fala veio a ser conhecida como área de Broca. (BEAR, 2002) Em 1874, o neurologista Karl Wernicke identificou que lesões na superfície superior do lobo temporal, entre o córtex auditivo e o giro angular que também interrompiam a fala normal. Essa região é atualmente denominada área de Wernicke. Tendo estabelecido que haja duas áreas de linguagem no hemisfério esquerdo, Wernicke e outros começaram a mapear as áreas de processamento da linguagem no cérebro e levantaram hipóteses acerca de interconexões entre córtex auditivo, a área de Wernicke, a área de Broca e os músculos requeridos para a fala. “O modelo neurolingüístico de Wernicke considerava que a área de Broca conteria os programas motores de fala, ou seja, as memórias dos movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras, possibilitando a compreensão." (LENT, 2002, p. 637) Portanto, se essas duas áreas forem conectadas o indivíduo poderia associar a compreensão das palavras ouvidas com a sua própria fala. Nos dias atuais, o modelo de Wernicke teve de haver uma correção, no momento em que se observou que os pacientes com lesões bem restritas na área de Wernicke apresentavam na verdade uma surdez lingüística e não uma verdadeira afasia de compreensão. A área de Wernicke seria, então, responsável pela identificação das palavras e não da compreensão do seu significado. Essas lesões podem ser relacionadas a distúrbios da fala ou de compreensão. Distúrbios de linguagens são denominados de afasia, quando são ocasionados por acidentes vasculares cerebrais em fase aguda. Entretanto, só se denominam de afasia os acidentes que atingem regiões realmente responsáveis pelo processamento da linguagem e não distúrbios do sistema motor, do sistema atencional, e outros que seriam apenas 16 coadjuvantes do processo. Ao contrário de um doente que não consegue falar devido à paralisia de um nervo facial, os portadores de afasia podem apresentar problemas de linguagem sem ter qualquer problema no funcionamento muscular facial. Segundo Lent (2002), as afasias são classificadas em afasia de expressão, de compreensão e de condução, de acordo com os sintomas do paciente e com a região cerebral atingida. Já a afasia de Broca, também denominada de afasia motora ou não-fluente, (pessoas têm dificuldade em falar mesmo que possam entender a linguagem ouvida ou lida). Pessoas portadoras desse tipo de afasia têm dificuldade em dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra certa. A marca típica da afasia de Broca é um estilo telegráfico de fala, no qual se empregam, principalmente, palavras de conteúdo (substantivos, verbos, adjetivos), além da incapacidade de construir frases gramaticalmente corretas. No caso da afasia de Wernicke atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo. Portadores da mesma, não conseguem compreender o que lhes é dito. Emitem respostas verbais sem sentidos e também não conseguem demonstrar compreensão através de gestos. Apesar de possuir uma fala fluente, ela também não tem sentido, pois não se e compreendido o que eles mesmos dizem. Enquanto na afasia de Broca, a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na afasia de Wernicke, a fala é fluente. Já afasia de condução é provocada por lesão do feixe arqueado, feixes que conectam a área de Broca com a área de Wernicke. Os pacientes seriam capazes de falar espontaneamente, embora cometessem erros de repetição e de resposta a comandos verbais. A evolução da Neurociência se caracterizou pela busca inicial de princípios fundamentais em estudos de ciência básica e a partir da curiosidade de como o cérebro funciona. No primeiro quesito a Neurociência revelou mecanismos patogênicos em condições neurológicas prevalentes, como esclerose múltipla, o mal de Parkinson ou a demência de Alzheimer. 17 A afasia é apenas uma das desordens que resulta de lesões no cérebro. Como por exemplo: Alexia que é a inabilidade adquirida de compreender a linguagem escrita; Agrafia é a inabilidade adquirida de produzir linguagem escrita, apesar da presença da linguagem oral, da leitura e de controles de movimentos normais; Apraxia essa se refere a inabilidade de se ter movimentos propositais, apesar da compreensão normal das instruções, força , do reflexo e da coordenação normal; a Agnosia visual apesar nas funções visuais estarem intactas,tem a característica de perder a habilidade de reconhecer ou identificar a presença de objetos e faces; e por fim a Síndrome da negligencia que tende a ignorar coisas numa região especifica do cérebro, portadores dessa síndrome, ignoram informações provenientes do lado esquerdo ou direito do corpo. A partir de novas técnicas em todos os níveis, como por exemplo, a tomografia nos anos 80, foi descoberta a estrutura funcional do cérebro humano e através da Ressonância Magnética nos anos 90, foi possível verificar a conectividade cortical por imageamento de tensor de difusão. Esses fatos expandiram o conhecimento sobre o sistema nervoso. Assim, a Neurociência possibilitou a medicina a levar esperança de diagnose precoce e tratamento para retardar a progressão de certas síndromes cerebrais. 18 CAPÍTULO II II. OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS RELACIONADOS À APRENDIZAGEM. Segundo pesquisas cientificas, o cérebro e divido em dois hemisférios. Porem apesar dessa separação, não existe relação de dominância entre eles, fazendo com que eles trabalhem juntos fazendo o uso de milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais. Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em mais de 95% dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não trabalhe, ao contrário, é a prosódia do hemisfério direito que confere à fala nuances afetivas essenciais para a comunicação interpessoal. O hemisfério esquerdo é também responsável pela realização mental de cálculos matemáticos, pelo comando da escrita e pela compreensão dela através da leitura. Já o hemisfério direito é melhor na percepção de sons musicais e no reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de aspectos gerais. O hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de faces, mas sua especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face. Da mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as categorias específicas. O hemisfério direito é melhor na detecção de relações espaciais, particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que são úteis para o nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não deixa de participar dessa função, mas é melhor no reconhecimento de relações espaciais categoriais qualitativas. Finalmente, o hemisfério esquerdo produz movimentos mais precisos da mão e da perna direitas do que o hemisfério direito é capaz de fazer com a mão e a perna esquerda (na maioria das pessoas). 19 Fonte:http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/ 31 de Janeiro de 2012 Seria de uma enorme relevância, para um maior e melhor aproveitamento educacional, se os profissionais da educação soubessem reconhecer a parte do hemisfério cerebral a ser estimulada e direcionada as atividades no qual seu aluno tenha um maior entendimento. Diante do exposto, observa-se a grande importância da Neurociência da aprendizagem ser um conhecimento facilitador no processo educacional. De acordo com Fonseca (apud Guerra, 2002), a aprendizagem é uma função do cérebro. Segundo Fernandes (apud Stampa, 2009), é a modificação que ocorre na conduta mediante a experiência ou a prática, sendo um processo dinâmico, vivo, global, contínuo e individual, exigindo como condição básica o amadurecimento do ser para a referida modificação. É um processo pessoal, dependendo do envolvimento de cada um, de seu esforço e de sua capacidade, aprendendo-se aos poucos e cada um de acordo com seu ritmo próprio (Stampa, 2009). A aprendizagem é dividida em diferentes níveis: Sensação: Refere-se somente à ativação de estruturas sensorioneurais; Percepção: Este dá início ao processo cognitivo e envolve: discriminação auditiva - a criança deve realizar a discriminação de pares de palavras sutis 20 como "pata - gata", por exemplo; discriminação visual - deve ser capaz de discriminar o "b" do "d", o "6" do "9", por exemplo; Imagem: Compreende a memória de curto prazo, de grande importância para a aprendizagem. Por exemplo, para repetir um número; completar um desenho de memória, etc.; Simbolização: Este constitui um processo concreto para expressar o pensamento, por isso a criança começa por usar os objetos de uma forma inteligível e não verbal e, só mais tarde, interioriza a palavra (linguagem interior) depois de a ter compreendido, para, finalmente, não só manipular os objetos como também os nomear e identificar e Conceitualização: É o nível mais elevado do processo cognitivo, incluindo todos os processos de classificação e categorização da informação. Com base nos diferentes níveis de aprendizagem e de conhecer a natureza do comportamento humano, o dialogo entre a ciência e a educação vem representando um avanço em pesquisas muito significativo. Segundo Lev. S VigostsKy, as concepções do funcionamento do cérebro humano, são desenvolvidas ao longo de sua vida dentro da sociedade. O mesmo rejeita a idéia de que as funções mentais são imutáveis e fixas, para ele, há uma grande plasticidade cerebral ao desenvolvimento individual. Em função da pesquisa e educação, o biólogo Jean Piaget “colocou a aprendizagem no microscópio” e percebeu que educar é estimular a procura de conhecimentos. Apresentou umas de suas teorias sobre a inteligência. “A inteligência humana somente se desenvolve no individuo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas” 21 A inteligência pode ser caracterizada como a capacidade mental de raciocinar aprender e compreender as idéias e linguagens. Habilidade de controlar seus sentimentos e a capacidade de sobrevivência. Quando se fala de inteligência, também é valido ressaltar o raciocínio e memória, que os mesmos para um bom desempenho educacional devem ser bem treinados, através de exercícios práticos para funções bem definidas, tirando o cérebro da zona de conforto, visando estimular a criatividade, competitividade e produtividade, assim, promovendo altos ganhos de memória, concentração e agilidade mental para o desempenho do educando. Em função disso, Gardner atribuiu que crianças ao aprender matemática ou outra disciplina, não era mais inteligente que outra; entretanto, essa mesma criança teria mais dificuldade em outras áreas. De uma forma mais clara, existe a possibilidade em saber que habilidade a pessoa e melhor para ter um bom nível de desenvolvimento. As habilidades múltiplas segundo Gardner são: • Lógico-Matemática - é a capacidade de raciocínio científico ou dedutivo. Esta inteligência envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos, números e formas geométricas. Essa mesma capacidade pode ser encontrada em filósofos e cientistas com Albert Einstein. A região do córtex responsável pelo cálculo matemático em si e, provavelmente, pela inteligência lógico-matemática situa-se na região têmporo-paríeto-ocipital do hemisfério esquerdo. (LURIA, 1981, p. 25) • Lingüística - é a habilidade no uso da linguagem (seja ela escrita, falada ou através de outro meio) comunicação e uso de idiomas. E encontrada em cantores, poetas, escritores e lingüistas, como Noam Chomsky. 22 São duas as principais áreas corticais responsáveis pela linguagem. A área de Wernicke (lobo temporal do hemisfério esquerdo) é responsável pelo entendimento da linguagem e a organização das palavras. A área de Broca (giro pós-central do hemisfério esquerdo) cuida da articulação da fala, da produção da linguagem expressiva. Ainda contribuem para a linguagem a região têmporo-ocipto-parietal responsável pela organização gramatical e o hemisfério direito para criar o ritmo, entonação e fluxo da fala. (SPRINGER; DEUTSCH, 1993. p. 184-186). • Musical – É a habilidade de reconhecer padrões tonais (incluindo sons do ambiente), ter sensibilidade para ritmos e batidas e compor musica com facilidade. Essa habilidade se predomina em compositores, maestros e músicos. Em destaque Mozart. “Não podemos separar para a inteligência musical, determinadas áreas corticais como fizemos para a inteligência lingüística. Mas sabemos que o hemisfério direito, principalmente o lobo temporal, é o encarregado da audição e da criação musical. Uma lesão maciça neste hemisfério pode levar a uma amusia: o lesionado não consegue perceber combinações rítmicas ou até mesmo entonações de voz”. (LURIA, 1981, p. 112) • Espacial - capacidade de formar modelos mentais, percepção, compreensão do mundo visual com precisão através de distancia. Essa capacidade e encontrada em Arquitetos, Artistas, Escultores e ate Jogadores de Xadrez. Em destaque Garry Kasparov. “Enquanto o hemisfério esquerdo do cérebro tornou-se mais lingüístico durante a evolução, o hemisfério direito especializou-se no processamento espacial. A principal área cortical que controle toda esta questão espacial é a região têmporo-paríeto-ocipital. Uma lesão em tal área impede que o lesionado consiga interpretar os ponteiros de um relógio, encontrar sua posição em um mapa ou então orientar-se dentro de espaços fechados. Fica claro o quanto esta a região têmporo-ocipto-parietal é importante para uma inteligência espacial”. (LURIA, 1981, p.24) 23 • Corporal – Sinestésica - Capacidade de se movimentar com facilidade, usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal) ou na pratica de esporte. "O controle do movimento corporal está, evidentemente, localizado no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contra-lateral." (GARDNER, 1995, p. 23) Deste modo, esta área cortical tem como função sentir, perceber o corpo para que o movimento possa ser harmônico. Outra área importante é o córtex pré-motor, que integra os impulsos motores no tempo, permitindo a criação de movimentos habilidosos, suaves e finos. (LÚRIA, 1981, p. 154) • Interpessoal - Baseada no relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal. "Todos os indícios na pesquisa do cérebro sugerem que os lobos frontais desempenham um papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo em que não altera outras formas de resolução de problemas - a pessoa geralmente não é a mesma depois de um dano desses." (GARDNER, 1995, p.27) • Intrapessoal - relacionada aos estados interiores do ser, à auto-reflexão, à metacognição (reflexão sobre o refletir), pessoas comeditas consigo mesmo. Com um elevado nível de conhecimento sobre si e concentração. “Assim como na inteligência interpessoal, os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais, provavelmente produzirá irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais altas, provavelmente produzirá indiferença, desatenção, lentidão e apatia - um tipo de personalidade depressiva". (GARDNER, 1995, p. 28) • Naturalista – Caracteriza pessoas que tem afinidade com a natureza, reconhecem e classificam plantas e animais e minerais. 24 • Existencial – Pessoas reflexivas que tem como característica a questão da existencial idade. Assim como pensadores, filósofos e grandes lideres espirituais. 25 CAPÍTULO III III. NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM Nos dias atuais pesquisas neurológicas têm como foco principal os efeitos da educação, desde o nascimento do individuo, pois é nesse período, que o cérebro constrói inúmeras conexões ou sinapses. Os três primeiros anos de vida são as fases mais critica, tornando-as determinantes para os demais anos de vida, e que a explosão de sinapses atinge seu alvo. Relacionando o âmbito educacional, existe uma precariedade sobre o funcionamento básico cerebral, fazendo com que seja necessária a inclusão deste tema interdisciplinar na formação cientifica do professor, assim visando a relação entre neuroplasticidade e os processos de aprendizagem, tendo a finalidade de instrumentalizar o educador. O cérebro humano e um órgão complexo formado por células nervosas (responsável pela motricidade, consciência e sensibilidade) e células gliais (sustentam e mantém vivos os neurônios). Observa-se que os estudos da neurociência podem ser enriquecidos com a teoria de Vigostky, onde se provoca uma aliança interdisciplinar entre a educação e a ciência neurológica, visando à contribuição do conceito de zona de desenvolvimento proximal (domínio psicológico da constante formação). Com intuito de provocar avanços que não ocorreriam espontaneamente. Se for considerado que o tema central da área de educação e o conhecimento, a escola desempenhara bem o seu papel, quando for capaz de ampliar e desafiar criança à construção de novos conhecimentos , ocorrendo na zona de desenvolvimento potencial ou proximal. 26 Com tudo a aprendizagem e fundamental para o desenvolvimento e evolução humana, a mesma e alcançada através da estimulação das conexões neurais, podendo ser fortalecidas ou não, dependendo da qualidade da intervenção pedagógica. Entretanto, nos dias atuais se faz necessária a realização de um mister, promovendo a integração entre a educação e neurociências, visando uma nova ciência na educação em busca de desenvolvimento satisfatório da humanidade, utilizando tantos os conhecimentos provenientes do aprendizado em sala de aula como da função cerebral. Promovendo êxito no processo educativo. A aprendizagem seja talvez a área, onde a neurociência funcional tenha conseguido maior progresso. Houve a elucidação das bases biológicas da memória que dão valiosas dicas de como facilitar a aprendizagem declarativa ou procedural, como direcionar a atenção, como fixar a aprendizagem. Sendo assim a neurociência se torna um guia para elaboração de estratégias de ensino. Na aprendizagem declarativa as informações adquiridas podem ser armazenadas facilmente e também serem fáceis de ser esquecidas. Na procedural as informações demoram mais tempo a serem desenvolvidas, porém são muito mais duradouras. Para um entendimento melhor, a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Entende-se que aprender resulta na interação entre as estrutura mentais e o meio ambiente. Entretanto, de acordo com os aperfeiçoamentos que foram dados a educação, a mesma passou a se centrar na aprendizagem, tornando o professor co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nessa visão, o conhecimento passa a ser construído e reconstruído continuamente. Quando se constrói a educação através do sujeito da aprendizagem, no âmbito escolar, prevalecem a ressignificaçao dos sujeitos, novas formas de se comunicar e a construção de novas habilidades, caracterizando competências e atitudes significativas. A aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o mesmo se tornando moldável aos estímulos do 27 ambiente. Através dos estímulos do ambiente os neurônios passam a formar novas sinapses. Por tanto, a aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando e tornando as sinapses mais intensas. Conseqüentemente, as mesmas constituem em circuitos que processam as informações, com capacidade de armazenamento molecular. Através do estudo da aprendizagem, pode ser feita a unção entre a educação e a neurociência. A neurociência busca investigar o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e celular ate as áreas corticais. A formação de padrões de atividade neural se considera que haja uma correspondência entre determinados estados e representações mentais. Quando ocorre um ensino bem sucedido, provocando alteração na taxa de conexão sináptica, afeta a função cerebral. Entretanto, isso também depende da natureza do currículo, da capacidade do professor, do método de ensino, do contexto da sala de aula, da família e da comunidade no qual o sujeito esta inserido. Assim, todos esses fatores interagem com as características do cérebro dos indivíduos. Já a alimentação afeta o cérebro da criança em idade escolar, caso sua alimentação seja de baixa qualidade, o aluno não desenvolve e progride aos estímulos de ensino fornecido na escola. Dentro dos estudos da neurociência , quando se trata da cognição juntamente coma a educação, o mesmo utiliza vários meios e métodos de investigação através de tempo de reação, eletroencefalograma e neuroimageamento; com o propósito de estabelecer relações com o cérebro e cognição em ares relevantes para a educação. Através dessa abordagem, haverá a permissão de diagnosticar precocemente os transtornos de aprendizagem. Através desse fato, exigira métodos especiais de educação, ao mesmo tempo a identificação de estilos individuais de aprendizagem, assim visando descobrir melhores maneiras de introduzir novas informações no contexto escolar. Pesquisas com o foco no cérebro averiguando aspectos de atenção, memória, linguagem, leitura, matemática, sono, e emoção e cognição, 28 estão contribuindo com valiosas informações para o desenvolvimento e pratica da educação. A neurociência por si só não introduz novas estratégias educacionais, porem a mesma fornece importantes razoes concretas e princípios com o potencial de aplicabilidade no ambiente escolar.Princípios estes que afirma que a aprendizagem e memória e emoções são interligadas quando ativadas pelo processo aprendizagem. A aprendizagem sendo uma atividade social, o aluno precisa de oportunidades para discussão e um ambiente tranqüilo, aonde vai o encorajar para expor seus sentimentos e idéias. Através de resultados de experiências vividas, o cérebro se modifica aos poucos fisiologicamente e de forma estrutural. Assim aulas práticas e exercícios físicos contribuem para esse desenvolvimento, pois o aluno através das mesmas faz associação entres as experiências prévias com o entendimento atual. Varias áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no decorrer de novas experiências de aprendizagem. Situações que fazem refletir o contexto da vida real, de forma que a informação nova se fixe na compreensão anterior. Ao proporcionar ocasiões para os alunos expressarem conhecimento através de artes visuais, musicas e dramatizações. O cérebro responde positivamente, devido há uma herança primitiva, as gravuras, símbolos e imagens. Entretanto, a neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa educacional e futuras aplicações em sala de aula. Os avanços ligados a neurociência, no processo da aprendizagem esta sendo uma revolução, pois em termos gerais tem o foco de estudar de como o cérebro aprende. Assim, buscando o entendimento no momento da aprendizagem, de como as redes neurais são estabelecidas e de como os estímulos chegam ao cérebro, da forma como as memórias se consolidam e de como temos acesso a essas informações armazenadas. Observa-se que, “No cérebro humano existem aproximadamente cem bilhões de neurônios (unidade básica que 29 processa a informação no cérebro) e, cada um destes pode se conectar a milhares de outros, fazendo com que os sinais de informação fluam maciçamente em varias direções simultaneamente, as chamadas conexões neurais ou sinapses”(BEAR,CONNORS,PARADISO,2002,p.7 024) Se os estados mentais são provenientes de padrões de atividade neural, entende-se que a aprendizagem é alcançada através da estimulação das conexões neurais, podendo ser fortalecida ou não, dependendo da qualidade da intervenção pedagógica. A neurociência traz para a sala de aula o conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que se faz mentalmente, as imagens que formam o pensamento, o desenvolvimento infantil e diferenças básicas nos processos cerebrais da infância, fazendo com que tudo isso se torne subsidio imprescindível para compreensão e ação pedagógica. Os neurônios, que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e aprendizado. A plasticidade cerebral que é o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem para o ser humano, do nascimento a morte. O cérebro realiza varias tarefas, controlando temperatura corpórea, a pressão arterial, a freqüência cardíaca e a respiração. Ele aceita milhares de informações vindas de vários sentidos (visão, audição e olfato); controla o movimento físico ao andar, falar, ficar em pé ou sentar e deixando o homem pensar, sonhar, raciocinar e sentir emoções. Segundo Johnson & Myklebust (1983) o cérebro funciona de forma semi- autônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho, pode funcionar com dois ou mais sistemas, ou pode funcionar de forma integrada (todos os sistemas funcionando ao mesmo tempo). 30 A audição, visão e o tato, formam o sistema mais presente no nível de distúrbios neurogênicos. A partir de todo o conhecimento da neurociência, muitos caminhos se abriram e o crebro humano pode ser visto como uma ferramenta dentro do espaço escolar. Através dos estímulos em algumas áreas do cérebro, vem contribuindo para uma nova tendência cognitiva, proporcionando resultados significativos na aprendizagem. Um desses caminhos é chamado de neurotransmissores, que são elementos estimulados com conhecimento e funcionalidade. Muitos neurotransmissores podem atingir mesmo que indiretamente a atenção: endorfinas, serotonina e acido gama-amino-butírico. Portanto, quando se alia a função pedagógica e a neurociência , é construída uma estrutura de pensamentos facilitadores no processo educacional. Contudo, é notável que o cérebro esta sempre aprendendo, e essa aprendizagem esta legada a varias conexões que se relacionam com o meio ambiente. Entretanto aprender pode ser referido como uma plasticidade cerebral. III.I DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM A área de educação não é somente cercada por sucessos e aprovações, muitas vezes no decorrer do ensino e aprendizagem se é deparado com inúmeros problemas que deixam o educando paralisado diante do processo da aprendizagem. Nesse processo, é importante que todos os envolvidos estejam atentos a esse problema ou dificuldade. Tendo a percepção se a mesma ocorre momentânea ou persiste por mais tempo. As dificuldades podem surgir de fatores orgânicos ou ate mesmo emocionais, e é importante que sejam descobertas com a finalidade de dar 31 auxilio ao desenvolvimento do processo de educação, com a percepção se elas provem da preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, má alimentação, dentre outros fatores considerados desmotivadores ao aprendizado. No espaço escolar, a falta de concentração, déficit de atenção, leitura desordenada são comportamento visíveis a essas dificuldades que exemplificarei abaixo: • Déficit de atenção – Uma anomalia do cérebro que não funciona adequadamente. Recebem interferências de impulsos rápidos e está atribuída a desatenção, impulsividade e hiperatividade. • Autismo – Uma anomalia no desenvolvimento do indivíduo que atinge diretamente a habilidade de comunicação e socialização. Cientificamente nomeada de Transtorno global do desenvolvimento. • Epilepsia – Um distúrbio que causa um descontrole cerebral que é impulsionado por atividades elétricas. Podendo ser temporário e reversível. • Síndrome de Down - Ou trissomia do 21, um distúrbio cromossômico mais comum e a mais comum forma de deficiência mental congênita • Hiperatividade – O estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Falam em demasia e não conseguem acabar aquilo o que começam. Não permite o portador desenvolver atividades que exija atenção. • Dislexia - Um transtorno genético e hereditário que impulsiona na deficiência na gramaticalidade e escrita, Os professores podem ser considerados como a pessoa mais importante no processo de identificação e descoberta desses problemas, o 32 mesmo pode reverter o processo de fracasso do educando, visando estabelecer uma autoestima e superação na inclusão do mesmo; porem nem todos possuem formação especificas para fazer diagnosticar tais distúrbios. Porem, os estudos da neurociência na aprendizagem têm o intuito de facilitar o professor a identificar esses distúrbios, auxiliando o aluno no processo de aprendizagem, fomentando uma aula motivadora e dinâmica. Não rotulando o educando, mas estimulando o mesmo a descobrir e desenvolver suas potencialidades. 33 CONCLUSÃO Diante de toda abordagem que foi relatada no presente trabalho, foi possível ampliar a visão dos estudos da Neurociência na Aprendizagem, e perceber que ela é um conhecimento facilitador no processo educacional. Faz-se necessário a busca de uma melhor forma de o educando aprender, visando uma melhor forma de se ensinar. Há tempos que a psicologia atua junto com a neurociência, e ambas defendem que , quando o educando se sente efetivamente protegido e é desafiado a aprender, ocorrem mudanças físicas e químicas em seu cérebro, facilitando o acolhimento e a recontruçao da informação. Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), neurônios espelho, que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a se desenvolver, a aprender e a mudar não estão mais sendo discutido por neurocientistas, porem agora estará presente na educação, no dia a dia do educador. Essa gama de informação e conhecimento esta a disposição do educador moderno. A aproximação estabelecida entre a neurociência na aprendizagem pode ser revertida na qualidade de um processo educacional efetivo. Essa mesma aproximação passa ser uma grande aliada ao educador, o ajudando e dando estímulos ao educando desenvolver suas potencialidades. A aprendizagem constitui uma mudança de comportamento resultante de experiências. Essa mesma mudança de comportamento assume diversas características. Sendo uma resposta modificável e durável, interiorizada e consolidada no próprio cérebro do indivíduo, e para que isso ocorra de forma satisfatória, e necessária que ocorra estimulação e motivação. A aprendizagem não depende apenas do estimulo, mas também da emoção ou interior do educando. Deve ser consolidada de forma lúdica e desafiadora, tornando o educando um ser ativo e questionador no processo de 34 aprendizagem, dessa forma o educador esta facilitando o fortalecimento neural do mesmo. Por fim, o conhecimento da neurociência passa a habilitar o educador a ampliar mais ainda suas atividades educacionais, com a finalidade de proporcionar um novo meio no aprendizado e no campo do saber. 35 BIBLIOGRAFIA BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre :Artes Médicas, 1995 GIL, R. Neuropsicologia. São Paulo: Santos, 2000 GUERRA, Leila Boni. A criança com Dificuldades de Aprendizagem: Considerações sobre a teoria modos de fazer. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002. JOHNSON, D. & MYKLEBUST, H. R.Distúrbios de Aprendizagem. Tradução do inglês de Maria Zanella Sanvicentes.S. Paulo: Pioneira. 1983 LURIA, A.R. Fundamentos de Neuropsicologia. (1981). São Paulo: EDUSP. LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. Atheneu: São Paulo, 2002. MYRES, David G. Introdução à psicologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1999. MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 1. ed. São Paulo : Atheneu, 1981. MELLO, C.B., MIRANDA, M.C., MUSZKAT, M. Neuropsicologia do Desenvolvimento: Conceitos e Abordagens. São Paulo: Menmon Edições Científicas. 2006 MODERNELL, Renato; GERALDES, Elen. O Enigma da Inteligência. Globo Ciência, Rio de Janeiro, v.2, n. 15, p.56-63, out. 1992 PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1982 36 SPRINGER, Sally P.; DEUTSCH, Georg. Cérebro Esquerdo, Cérebro Direito. 1. ed. São Paulo : Summus, 1993 STAMPA, M. Aquisição da Leitura e da Escrita: Uma abordagem teórica e prática a partir da Consciência Fonológica. Rio de Janeiro: Wak, 2009. STENBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000. STILLINGS, Neil A. Cognitive Science: an introduction. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 1989. WEBSITES: Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistemanervoso/encefalo.php/ Acessado em:31 de janeiro de 2012 Fonte:http://www.math.ist.utl.pt/cienciaviva/teoria.htm /Acessado em: 31 de janeiro de 2012 Fonte:http://dialogandocomafonoaudiologia.blogspot.com/2011/08/neuropsicolo gia-e-aprendizagem.html /Acessado em:31 de Janeiro de 2012 37 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO...........................................................................................02 AGRADECIMENTOS.........................................................................................03 DEDICATORIA..................................................................................................04 RESUMO...........................................................................................................05 METODOLOGIA................................................................................................06 SUMÁRIO..........................................................................................................07 INTRODUÇÃO...................................................................................................08 CAPÍTULO I – Neurociências e seus Avanços..................................................09 CAPÍTULO II – Os Hemisférios Cerebrais Relacionados à Aprendizagem.......18 CAPÍTULO III – Neurociências e o Processo de Aprendizagem.......................25 III.I – Dificuldade de Aprendizagem..............................................30 CONCLUSÃO....................................................................................................33 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................35 ÍNDICE...............................................................................................................37 38