Um Conhec - AVM Faculdade Integrada

Propaganda
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Neurociências na Aprendizagem: Um Conhecimento
Facilitador no Processo Educacional
Por: Jessika Frade Alves Amaral
Orientador
Prof. Marta Relvas
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CÂDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Neurociências na Aprendizagem: Um Conhecimento
Facilitador no Processo Educacional
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Neurociência Pedagógica
Por: Jessika Frade A. Amaral
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, e a toda minha
família que me da forças para eu
alcançar todos os meus objetivos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha família,
amigos
e
educação.
estudantes
da
área
de
5
RESUMO
O presente trabalho tem o intuito de enunciar os avanços e
descobertas
na
área
da
neurociência
empregada
ao
processo
de
aprendizagem através de um levantamento bibliográfico e referencias teóricos.
Além disso, despertar um olhar crítico acerca do processo educacional.
Abordar uma breve historia sobre as neurociências e a
aprendizagem, delineando a importância do estudo no processo educacional.
Apresentar as divisões cerebrais suas estruturas e organização.
Ressaltar que o conhecimento da neurociência habilita o
educador a ampliar mais ainda as atividades educacionais, proporcionando um
novo meio no aprendizado e no campo do saber.
6
METODOLOGIA
A metodologia realizada neste trabalho foi feita através de levantamento
bibliográficos e referenciais teóricos que se ocupam com a discussão sobre a
neurociência e a aprendizagem, que através de estudos e descobertas
contribuíram com seus conhecimentos.
7
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................08
Capitulo I...........................................................................................................09
I.Neurociência e seus avanços.......................................................................09
Capitulo II..........................................................................................................18
II. Os Hemisférios cerebrais relacionados à aprendizagem........................18
Capitulo III.........................................................................................................25
III. Neurociência e o processo de aprendizagem..........................................25
III.I Dificuldade de aprendizagem...................................................................30
Conclusão.........................................................................................................33
Bibliografia.......................................................................................................35
Índice.................................................................................................................37
8
INTRODUÇÃO
Como o cérebro aprende? Obter o conhecimento da biologia
cerebral nas dimensões cognitivas, emocionais e sociais, tendo base na
neurociência da educação, a mesma sendo uma forte aliada com grandes
contribuições para prática na sala de aula e como um facilitador na
aprendizagem, se torna nos dias atuais, uma nova competência para o
educador.
É necessário ser compreendido que existe uma anatomia,
fisiologia e uma biologia no cérebro. Ter a percepção da relação da
neurociência aliada à aprendizagem numa interação pedagógica, no intuito de
embasar de forma cientifica, para uma melhor compreensão do educando,
suas especificidades, habilidades, emoções e limitações.
Em função da Plasticidade cerebral, o cérebro tem a capacidade
de mudar, criar novas conexões quando se aprende de maneira significativa,
com conteúdos que dão sentido ao educando.
O estimulo de atividades interessantes mexem com o sistema
límbico (emoções), despertando prazer, curiosidade e desejo.
A memória humana não tolera ausência de motivação. Uma boa
memorização deve ser feita de forma coerente, emotiva e motivada.
E é dentro desse contexto, que a neurociência na aprendizagem
passa ser um conhecimento facilitador no processo educacional
Dentro de um processo educacional ,quando há um professor
qualificado e capacitado, um método de ensino adequado e uma família
facilitadora dessa aprendizagem, esse conjunto passa a ser fundamental para
o conhecimento que a neurociência viabiliza seja efetivo.
O conhecimento da neurociência habilita o educador a ampliar
mais ainda as atividades educacionais, proporcionando um novo meio no
aprendizado e no campo do saber.
9
CAPÍTULO I
I. NEUROCIÊNCIA E SEUS AVANÇOS
A Neurociência é o estudo do sistema nervoso, suas estruturas,
seu
desenvolvimento,
funcionamento,
evolução,
sua
relação
com
o
comportamento e a mente e suas alterações. E ela engloba três principais
áreas que são a neuroaratomia, a neurofisiologia e neuropsicologia.
Para Kandel (2000),
"A tarefa das Neurociências é explicar o
comportamento em termos de atividade cerebral.
Como o cérebro organiza e articula milhões de
células nervosas individuais para gerar o
comportamento e como estas células são
influenciadas pelo ambiente externo...? A última
fronteira das Ciências Biológicas - seu desafio
último – é entender a base biológica da
consciência e os processos mentais através dos
quais percebemos, agimos, aprendemos e
recordamos." — Eric Kandel, Princípios de Ciência
Neural, 4ª edição
A Neuroanatomia estuda a estrutura do sistema nervoso, que se
divide em Encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo e Tronco
Cefálico, que se divide em: Bulbo,Mesencéfalo e Ponte.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-nervoso/encefalo.php/
31 de janeiro de 2012
10
No sistema nervoso, existem substâncias cinzenta e branca. A
substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca por seus
prolongamentos. Com exceção do Bulbo e da Medula, a substância cinzenta
ocorre mais internamente e branca mais externamente.
Os órgãos do sistema nervoso são protegidos pela caixa craniana
e por membranas denominadas meninges, situada sob a proteção dura-máter,
aracnóide e pia-máter. Entre as meninges aracnóides e pia-máter há um
espaço preenchido pelo líquor.
Já a Neurofisiologia estuda as funções do sistema nervoso, que é
responsável
pelo
ajustamento
do
organismo
ao
ambiente,recebendo,
analisando e integrando informações e tem como função perceber e identificar
as condições ambientais externas, bem como as de dentro do próprio corpo,
elaborando respostas que se adaptam a essas condições. A unidade básica do
sistema nervoso é a célula nervosa denominada neurônio; uma célula
estimulável e capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem em torno
de si,que reage a uma alteração elétrica denominada de impulso nervoso.As
células nervosas conectam-se entre si, de tal maneira que um neurônio pode
transmitir a outros os estímulos recebidos do ambiente gerando uma reação
em cadeia.O impulso que é transmitido de uma célula a outra é caracterizado
através das sinapses,uma região de contato muito próximo entre a extremidade
de um neurônio e a superfície de outras células.
Por fim a Neuropsicologia estuda a relação entre as funções
neurais e psicológicas, que tem como objetivo focar o sistema nervoso e seu
impacto na conduta humana a partir do comportamento sensorial, motor,
emocional, social e cognitivo do indivíduo, acompanhando, portanto, lesões em
partes especificam do cérebro.
Segundo Luria (1981), a Neuropsicologia é a área específica da
Psicologia que tem como objetivo peculiar a investigação do papel de sistemas
cerebrais individuais em formas complexas de atividades mentais.
Neste contexto, Luria acreditava que Neuropsicológica era:
“... generalizar idéias modernas concernentes
à base cerebral do funcionamento complexo
da mente humana e discutir os sistemas do
cérebro que participam na construção de
11
percepção e ação, de fala e inteligência, de
movimento e atividade consciente dirigida a
metas." (Luria, 1981, p. 4).
Já outros autores como Gil (2002) e Mello (1996) acreditam que
a Neuropsicologia visa o estudo dos distúrbios cognitivos, emocionais e
comportamentais, bem como o estudo dos distúrbios de personalidade
provocados por lesões do cérebro, que é o órgão do pensamento e, portanto,
a sede da consciência.
A Neuropsicologia surgiu no final do século XIX, início do século
XX, estudando os soldados feridos de guerra, que tinham lesões cerebrais e
alterações de comportamento, memória, linguagem, raciocínio - o que
possibilitou maior compreensão do papel do cérebro comandando esses
processos. Contudo, somente no final do século XX, que ganhou maior
reconhecimento.
Diante da neurociência pode-se observar a estrutura e o
desenvolvimento do sistema nervoso, que os mesmos têm partes situadas
dentro do cérebro e da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As
primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as
últimas de sistema nervoso periférico (SNP). É no sistema nervoso central que
está à grande maioria das células nervosas, seus prolongamentos contatos que
fazem entre si. No sistema nervoso periférico estão relativamente poucas
células, mas um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas,
agrupados em filetes alongados chamados nervos.
Já os nervos que são um conjunto de neurônios podem ser
divididos em nervos que levam informação para o SNC e nervos que levam
informação do SNC. Os primeiros são chamados fibras aferentes e os últimos
de fibras eferentes. As fibras aferentes enviam sinais dos receptores (células
que respondem ao estímulo sensorial nos olhos, ouvidos, pele, nariz,
músculos, articulações) para o SNC. As fibras eferentes enviam sinais do SNC
para os músculos e as glândulas.
Os neurônios são formados por três partes: a soma, os axônios e
os dendritos. A parte central, corpo celular ou soma, contém o núcleo celular.
12
Pode-se observar que a soma possui grande número de prolongamentos,
ramificando-se múltiplas vezes como pequenos arbustos, são os dendritos. É
através dos dendritos que cada neurônio recebe as informações provenientes
dos demais neurônios a que se associa. O grande número de neurônios é útil a
célula nervosa, pois permite multiplicar a área disponível para receber as
informações aferentes. Saindo da soma também, existe um filamento mais
longo e fino, ramificando-se pouco no trajeto e muito na sua porção terminal, é
o axônio. Cada neurônio tem um único axônio, e é por ele que saem as
informações eferentes dirigidas às outras células de um circuito neural.
Sinapse é a região de contato entre um terminal de fibra nervosa
e um dendrito ou o corpo (mais raramente outro axônio) de uma segunda
célula, e constitui uma região especializada fundamental para o processamento
da informação pelo sistema nervoso. Nela, nem sempre, os sinais elétricos
passam sem alteração, podem ser bloqueados parcial ou completamente, ou
então multiplicados. Logo, não ocorre apenas uma transmissão da informação,
mas uma transformação durante a passagem.
Fonte:http://www.math.ist.utl.pt/cienciaviva/teoria.htm / 31 de janeiro de 2012
A transmissão sináptica pode ser dada de maneira química ou
elétrica. Na sinapse elétrica, as correntes iônicas passam diretamente pelas
13
junções comunicantes na qual é a região de aproximação entre duas células
para as outras células. A transmissão é rápida, já que o sinal passa
praticamente inalterado de uma célula para outra. Na sinapse química, a
transmissão do sinal através da fenda sináptica que é a região de aproximação
entre duas células, bem maior que as junções comunicantes é feita através de
neurotransmissores. Quando ocorre um aumento no estímulo recebido pelo
neurônio pós-sináptico, ou inibitória, quando ocorre uma diminuição do
estímulo no neurônio pós-sináptico a sinapse se denomina de exitatória. São
essas transformações ocorridas durante a sinapse que garantem ao sistema
nervoso a sua enorme diversidade e capacidade de processamento de
informação.
Para um melhor entendimento do Sistema Nervoso, e necessário
um conhecimento sobre a Plasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso
alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças
ambientais. Conclui-se que é a capacidade que o cérebro tem em se remodelar
em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em
função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. Ela, explica o fato de
certas regiões do cérebro poderem substituir as funções afetadas por lesões
cerebrais. Assim, uma função perdida devido a uma lesão cerebral pode ser
recuperada por uma área vizinha da zona lesionada. Contudo, a recuperação
de certas funções depende de alguns fatores, como a idade do indivíduo, a
área da lesão, o tempo de exposição aos danos, a natureza da lesão, a
quantidade de tecidos afetados, os mecanismos de reorganização cerebral
envolvido, assim como, outros fatores ambientais e psicossociais.
Entretanto a plasticidade cerebral não é apenas relevante em caso
de lesões cerebrais, uma vez que ela está continuamente ativa, modificando o
cérebro a cada momento. Os mecanismos através dos quais ocorrem os
fenômenos de plasticidade cerebral podem incluir modificações neuroquímicas,
sinápticas, do receptor neuronal, da membrana e ainda modificações de outras
estruturas neuronais. Ela ocorre de forma mais comum em crianças.
Em função da plasticidade, o cérebro dispõe de memórias de
curto e longo prazo. Na memória em curto prazo encontra-se toda a informação
que se tratou desde a última vez que se fez o trabalho de manutenção ou
limpeza do sistema, ou seja, desde a última vez que se dormiu o tempo
14
suficiente para realizar o referido trabalho. O grau de conservação ou estado
da informação dependerá do tempo mencionado e, claro, da capacidade
fisiológica ou genética de cada indivíduo.
E uma memória Capaz de
armazenar informações por períodos de tempo um pouco mais longos, mas
também de capacidade relativamente limitada.
Já a memória de longo prazo, ela é Capaz de estocar
informações
durante
períodos
de
tempo
muito
longos,
talvez
até
indefinidamente. Ela tem o processo de formação de arquivo e consolidação, e
pode durar de minutos e horas a meses e décadas (neste último caso são
conhecidas também como memórias remotas). São exemplos desse tipo de
memória as nossas lembranças da infância ou de conhecimentos que
adquirimos na escola.
Diante do exposto, é no cérebro que ocorre os mecanismos
resultantes na fala e demais funções de alto nível, denominadas como a área
de Broca e área de Wernicke.
Fonte:http://dialogandocomafonoaudiologia.blogspot.com/2011/08/neuropsicologia-eaprendizagem.html / 31 de Janeiro de 2012
Em 1861,o neurologista francês Paul Broca identificou um
paciente que era quase totalmente incapaz de falar e tinha uma lesão nos
lobos frontais, o que gerou questionamentos sobre a existência de um centro
da linguagem no cérebro. Mais tarde, descobriu casos nos quais a linguagem
havia se comprometido devido a lesões no lobo frontal do hemisfério
esquerdo. A recorrência dos casos levou Broca a propor, em 1864, que a
expressão da linguagem é controlada por apenas um hemisfério, quase
sempre o esquerdo. Esta visão confere com resultados do procedimento de
15
Wada, no qual um hemisfério cerebral é anestesiado. Na maioria dos casos,
a anestesia do hemisfério esquerdo, mas não a do direito, bloqueia a fala. A
área do lobo frontal esquerdo dominante que Broca identificou como sendo
crítico para a articulação da fala veio a ser conhecida como área de Broca.
(BEAR, 2002)
Em 1874, o neurologista Karl Wernicke identificou que lesões
na superfície superior do lobo temporal, entre o córtex auditivo e o giro
angular que também interrompiam a fala normal. Essa região é atualmente
denominada área de Wernicke. Tendo estabelecido que haja duas áreas de
linguagem no hemisfério esquerdo, Wernicke e outros começaram a mapear
as áreas de processamento da linguagem no cérebro e levantaram hipóteses
acerca de interconexões entre córtex auditivo, a área de Wernicke, a área de
Broca e os músculos requeridos para a fala.
“O modelo neurolingüístico de Wernicke
considerava que a área de Broca conteria os
programas motores de fala, ou seja, as memórias
dos movimentos necessários para expressar os
fonemas, compô-los em palavras e estas em
frases. A área de Wernicke, por outro lado,
conteria as memórias dos sons que compõem as
palavras, possibilitando a compreensão." (LENT,
2002, p. 637)
Portanto, se essas duas áreas forem conectadas o indivíduo
poderia associar a compreensão das palavras ouvidas com a sua própria fala.
Nos dias atuais, o modelo de Wernicke teve de haver uma
correção, no momento em que se observou que os pacientes com lesões bem
restritas na área de Wernicke apresentavam na verdade uma surdez lingüística
e não uma verdadeira afasia de compreensão. A área de Wernicke seria,
então, responsável pela identificação das palavras e não da compreensão do
seu significado.
Essas lesões podem ser relacionadas a distúrbios da fala ou de
compreensão. Distúrbios de linguagens são denominados de afasia, quando
são ocasionados por acidentes vasculares cerebrais em fase aguda.
Entretanto, só se denominam de afasia os acidentes que atingem regiões
realmente responsáveis pelo processamento da linguagem e não distúrbios do
sistema motor, do sistema atencional, e outros que seriam apenas
16
coadjuvantes do processo. Ao contrário de um doente que não consegue falar
devido à paralisia de um nervo facial, os portadores de afasia podem
apresentar problemas
de
linguagem
sem
ter qualquer
problema
no
funcionamento muscular facial.
Segundo Lent (2002), as afasias são classificadas
em afasia de expressão, de compreensão e de
condução, de acordo com os sintomas do paciente
e com a região cerebral atingida.
Já a afasia de Broca, também denominada de afasia motora ou
não-fluente, (pessoas têm dificuldade em falar mesmo que possam entender a
linguagem ouvida ou lida). Pessoas portadoras desse tipo de afasia têm
dificuldade em dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra
certa. A marca típica da afasia de Broca é um estilo telegráfico de fala, no qual
se empregam, principalmente, palavras de conteúdo (substantivos, verbos,
adjetivos), além da incapacidade de construir frases gramaticalmente corretas.
No caso da afasia de Wernicke atinge uma região cortical posterior
em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo. Portadores da
mesma, não conseguem compreender o que lhes é dito. Emitem respostas
verbais sem sentidos e também não conseguem demonstrar compreensão
através de gestos. Apesar de possuir uma fala fluente, ela também não tem
sentido, pois não se e compreendido o que eles mesmos dizem. Enquanto na
afasia de Broca, a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na
afasia de Wernicke, a fala é fluente.
Já afasia de condução é provocada por lesão do feixe arqueado,
feixes que conectam a área de Broca com a área de Wernicke. Os pacientes
seriam capazes de falar espontaneamente, embora cometessem erros de
repetição e de resposta a comandos verbais. A evolução da Neurociência se
caracterizou pela busca inicial de princípios fundamentais em estudos de
ciência básica e a partir da curiosidade de como o cérebro funciona. No
primeiro quesito a Neurociência revelou mecanismos patogênicos em
condições neurológicas prevalentes, como esclerose múltipla, o mal de
Parkinson ou a demência de Alzheimer.
17
A afasia é apenas uma das desordens que resulta de lesões no
cérebro. Como por exemplo: Alexia que é a inabilidade adquirida de
compreender a linguagem escrita; Agrafia é a inabilidade adquirida de produzir
linguagem escrita, apesar da presença da linguagem oral, da leitura e de
controles de movimentos normais; Apraxia essa se refere a inabilidade de se
ter movimentos propositais, apesar da compreensão normal das instruções,
força , do reflexo e da coordenação normal; a Agnosia visual apesar nas
funções visuais estarem intactas,tem a característica de perder a habilidade de
reconhecer ou identificar a presença de objetos e faces; e por fim a Síndrome
da negligencia que tende a ignorar coisas numa região especifica do cérebro,
portadores dessa síndrome, ignoram informações provenientes do lado
esquerdo ou direito do corpo.
A partir de novas técnicas em todos os níveis, como por exemplo,
a tomografia nos anos 80, foi descoberta a estrutura funcional do cérebro
humano e através da Ressonância Magnética nos anos 90, foi possível verificar
a conectividade cortical por imageamento de tensor de difusão. Esses fatos
expandiram o conhecimento sobre o sistema nervoso.
Assim, a Neurociência possibilitou a medicina a levar esperança de
diagnose precoce e tratamento para retardar a progressão de certas síndromes
cerebrais.
18
CAPÍTULO II
II. OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS RELACIONADOS À
APRENDIZAGEM.
Segundo pesquisas cientificas, o cérebro e divido em dois
hemisférios. Porem apesar dessa separação, não existe relação de dominância
entre eles, fazendo com que eles trabalhem juntos fazendo o uso de milhões
de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais.
Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em
mais de 95% dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não
trabalhe, ao contrário, é a prosódia do hemisfério direito que confere à fala
nuances afetivas essenciais para a comunicação interpessoal. O hemisfério
esquerdo é também responsável pela realização mental de cálculos
matemáticos, pelo comando da escrita e pela compreensão dela através da
leitura. Já o hemisfério direito é melhor na percepção de sons musicais e no
reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de aspectos gerais. O
hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de faces, mas sua
especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face. Da
mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar
categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as
categorias específicas. O hemisfério direito é melhor na detecção de relações
espaciais, particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que
são úteis para o nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não
deixa de participar dessa função, mas é melhor no reconhecimento de relações
espaciais categoriais qualitativas. Finalmente, o hemisfério esquerdo produz
movimentos mais precisos da mão e da perna direitas do que o hemisfério
direito é capaz de fazer com a mão e a perna esquerda (na maioria das
pessoas).
19
Fonte:http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/ 31 de Janeiro de 2012
Seria de uma enorme relevância, para um maior e melhor
aproveitamento educacional, se os profissionais da educação soubessem
reconhecer a parte do hemisfério cerebral a ser estimulada e direcionada as
atividades no qual seu aluno tenha um maior entendimento. Diante do exposto,
observa-se a grande importância da Neurociência da aprendizagem ser um
conhecimento facilitador no processo educacional.
De acordo com Fonseca (apud Guerra, 2002), a aprendizagem é
uma função do cérebro. Segundo Fernandes (apud Stampa, 2009), é a
modificação que ocorre na conduta mediante a experiência ou a prática, sendo
um processo dinâmico, vivo, global, contínuo e individual, exigindo como
condição básica o amadurecimento do ser para a referida modificação. É um
processo pessoal, dependendo do envolvimento de cada um, de seu esforço e
de sua capacidade, aprendendo-se aos poucos e cada um de acordo com seu
ritmo próprio (Stampa, 2009).
A aprendizagem é dividida em diferentes níveis:
Sensação: Refere-se somente à ativação de estruturas sensorioneurais;
Percepção: Este dá início ao processo cognitivo e envolve: discriminação
auditiva - a criança deve realizar a discriminação de pares de palavras sutis
20
como "pata - gata", por exemplo; discriminação visual - deve ser capaz de
discriminar o "b" do "d", o "6" do "9", por exemplo;
Imagem: Compreende a memória de curto prazo, de grande importância para
a aprendizagem. Por exemplo, para repetir um número; completar um desenho
de memória, etc.;
Simbolização: Este constitui um processo concreto para expressar o
pensamento, por isso a criança começa por usar os objetos de uma forma
inteligível e não verbal e, só mais tarde, interioriza a palavra (linguagem
interior) depois de a ter compreendido, para, finalmente, não só manipular os
objetos como também os nomear e identificar e
Conceitualização: É o nível mais elevado do processo cognitivo, incluindo
todos os processos de classificação e categorização da informação.
Com base nos diferentes níveis de aprendizagem e de conhecer
a natureza do comportamento humano, o dialogo entre a ciência e a educação
vem representando um avanço em pesquisas muito significativo. Segundo Lev.
S VigostsKy, as concepções do funcionamento do cérebro humano, são
desenvolvidas ao longo de sua vida dentro da sociedade. O mesmo rejeita a
idéia de que as funções mentais são imutáveis e fixas, para ele, há uma grande
plasticidade cerebral ao desenvolvimento individual.
Em função da pesquisa e educação, o biólogo Jean Piaget
“colocou a aprendizagem no microscópio” e percebeu que educar é estimular a
procura de conhecimentos. Apresentou umas de suas teorias sobre a
inteligência.
“A inteligência humana somente se desenvolve no
individuo em função de interações sociais que são,
em geral, demasiadamente negligenciadas”
21
A inteligência pode ser caracterizada como a capacidade mental
de raciocinar aprender e compreender as idéias e linguagens. Habilidade de
controlar seus sentimentos e a capacidade de sobrevivência.
Quando se fala de inteligência, também é valido ressaltar o
raciocínio e memória, que os mesmos para um bom desempenho educacional
devem ser bem treinados, através de exercícios práticos para funções bem
definidas, tirando o cérebro da zona de conforto, visando estimular a
criatividade, competitividade e produtividade, assim, promovendo altos ganhos
de memória, concentração e agilidade mental para o desempenho do
educando.
Em função disso, Gardner atribuiu que crianças ao aprender
matemática ou outra disciplina, não era mais inteligente que outra; entretanto,
essa mesma criança teria mais dificuldade em outras áreas. De uma forma
mais clara, existe a possibilidade em saber que habilidade a pessoa e melhor
para ter um bom nível de desenvolvimento.
As habilidades múltiplas segundo Gardner são:
•
Lógico-Matemática - é a capacidade de raciocínio científico ou dedutivo.
Esta inteligência envolve a capacidade de reconhecer padrões, de
trabalhar com símbolos abstratos, números e formas geométricas. Essa
mesma capacidade pode ser encontrada em filósofos e cientistas com
Albert Einstein.
A região do córtex responsável pelo cálculo
matemático em si e, provavelmente, pela
inteligência lógico-matemática situa-se na região
têmporo-paríeto-ocipital do hemisfério esquerdo.
(LURIA, 1981, p. 25)
•
Lingüística - é a habilidade no uso da linguagem (seja ela escrita, falada
ou através de outro meio) comunicação e uso de idiomas. E encontrada
em cantores, poetas, escritores e lingüistas, como Noam Chomsky.
22
São duas as principais áreas corticais
responsáveis pela linguagem. A área de Wernicke
(lobo temporal do hemisfério esquerdo) é
responsável pelo entendimento da linguagem e a
organização das palavras. A área de Broca (giro
pós-central do hemisfério esquerdo) cuida da
articulação da fala, da produção da linguagem
expressiva. Ainda contribuem para a linguagem a
região têmporo-ocipto-parietal responsável pela
organização gramatical e o hemisfério direito para
criar o ritmo, entonação e fluxo da fala.
(SPRINGER; DEUTSCH, 1993. p. 184-186).
•
Musical – É a habilidade de reconhecer padrões tonais (incluindo sons
do ambiente), ter sensibilidade para ritmos e batidas e compor musica
com facilidade. Essa habilidade se predomina em compositores,
maestros e músicos. Em destaque Mozart.
“Não podemos separar para a inteligência musical,
determinadas áreas corticais como fizemos para a
inteligência lingüística. Mas sabemos que o
hemisfério direito, principalmente o lobo temporal,
é o encarregado da audição e da criação musical.
Uma lesão maciça neste hemisfério pode levar a
uma amusia: o lesionado não consegue perceber
combinações rítmicas ou até mesmo entonações
de voz”. (LURIA, 1981, p. 112)
•
Espacial - capacidade de formar modelos mentais, percepção,
compreensão do mundo visual com precisão através de distancia. Essa
capacidade e encontrada em Arquitetos, Artistas, Escultores e ate
Jogadores de Xadrez. Em destaque Garry Kasparov.
“Enquanto o hemisfério esquerdo do cérebro
tornou-se mais lingüístico durante a evolução, o
hemisfério
direito
especializou-se
no
processamento espacial. A principal área cortical
que controle toda esta questão espacial é a região
têmporo-paríeto-ocipital. Uma lesão em tal área
impede que o lesionado consiga interpretar os
ponteiros de um relógio, encontrar sua posição em
um mapa ou então orientar-se dentro de espaços
fechados. Fica claro o quanto esta a região
têmporo-ocipto-parietal é importante para uma
inteligência espacial”. (LURIA, 1981, p.24)
23
•
Corporal – Sinestésica - Capacidade de se movimentar com facilidade,
usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal)
ou na pratica de esporte.
"O controle do movimento corporal está,
evidentemente, localizado no córtex motor, com
cada hemisfério dominante ou controlador dos
movimentos corporais no lado contra-lateral."
(GARDNER, 1995, p. 23) Deste modo, esta área
cortical tem como função sentir, perceber o corpo
para que o movimento possa ser harmônico. Outra
área importante é o córtex pré-motor, que integra
os impulsos motores no tempo, permitindo a
criação de movimentos habilidosos, suaves e
finos. (LÚRIA, 1981, p. 154)
•
Interpessoal - Baseada no relacionamento interpessoal e na
comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com
outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal.
"Todos os indícios na pesquisa do cérebro
sugerem que os lobos frontais desempenham um
papel importante no conhecimento interpessoal.
Um dano nessa área pode provocar profundas
mudanças de personalidade, ao mesmo tempo em
que não altera outras formas de resolução de
problemas - a pessoa geralmente não é a mesma
depois de um dano desses." (GARDNER, 1995,
p.27)
•
Intrapessoal - relacionada aos estados interiores do ser, à auto-reflexão,
à metacognição (reflexão sobre o refletir), pessoas comeditas consigo
mesmo. Com um elevado nível de conhecimento sobre si e
concentração.
“Assim como na inteligência interpessoal, os lobos
frontais desempenham um papel central na
mudança de personalidade. Um dano na área
inferior dos lobos frontais, provavelmente
produzirá irritabilidade ou euforia, ao passo que
um dano nas regiões mais altas, provavelmente
produzirá indiferença, desatenção, lentidão e
apatia - um tipo de personalidade depressiva".
(GARDNER, 1995, p. 28)
•
Naturalista – Caracteriza pessoas que tem afinidade com a natureza,
reconhecem e classificam plantas e animais e minerais.
24
•
Existencial – Pessoas reflexivas que tem como característica a questão
da existencial idade. Assim como pensadores, filósofos e grandes
lideres espirituais.
25
CAPÍTULO III
III.
NEUROCIÊNCIA
E
O
PROCESSO
DE
APRENDIZAGEM
Nos dias atuais pesquisas neurológicas têm como foco principal
os efeitos da educação, desde o nascimento do individuo, pois é nesse
período, que o cérebro constrói inúmeras conexões ou sinapses.
Os três primeiros anos de vida são as fases mais critica,
tornando-as determinantes para os demais anos de vida, e que a explosão de
sinapses atinge seu alvo.
Relacionando o âmbito educacional, existe uma precariedade
sobre o funcionamento básico cerebral, fazendo com que seja necessária a
inclusão deste tema interdisciplinar na formação cientifica do professor, assim
visando a relação entre neuroplasticidade e os processos de aprendizagem,
tendo a finalidade de instrumentalizar o educador.
O cérebro humano e um órgão complexo formado por células
nervosas (responsável pela motricidade, consciência e sensibilidade) e células
gliais (sustentam e mantém vivos os neurônios).
Observa-se
que os
estudos
da neurociência podem
ser
enriquecidos com a teoria de Vigostky, onde se provoca uma aliança
interdisciplinar entre a educação e a ciência neurológica, visando à contribuição
do conceito de zona de desenvolvimento proximal (domínio psicológico da
constante formação). Com intuito de provocar avanços que não ocorreriam
espontaneamente.
Se for considerado que o tema central da área de educação e o
conhecimento, a escola desempenhara bem o seu papel, quando for capaz de
ampliar e desafiar criança à construção de novos conhecimentos , ocorrendo
na zona de desenvolvimento potencial ou proximal.
26
Com tudo a aprendizagem e fundamental para o desenvolvimento
e evolução humana, a mesma e alcançada através da estimulação das
conexões neurais, podendo ser fortalecidas ou não, dependendo da qualidade
da intervenção pedagógica.
Entretanto, nos dias atuais se faz necessária a realização de um
mister, promovendo a integração entre a educação e neurociências, visando
uma nova ciência na educação em busca de desenvolvimento satisfatório da
humanidade, utilizando tantos os conhecimentos provenientes do aprendizado
em sala de aula como da função cerebral. Promovendo êxito no processo
educativo.
A aprendizagem seja talvez a área, onde a neurociência funcional
tenha conseguido maior progresso. Houve a elucidação das bases biológicas
da memória que dão valiosas dicas de como facilitar a aprendizagem
declarativa ou procedural, como direcionar a atenção, como fixar a
aprendizagem. Sendo assim a neurociência se torna um guia para elaboração
de estratégias de ensino. Na aprendizagem declarativa as informações
adquiridas podem ser armazenadas facilmente e também serem fáceis de ser
esquecidas. Na procedural as informações demoram mais tempo a serem
desenvolvidas, porém são muito mais duradouras.
Para um entendimento melhor, a aprendizagem é um processo de
mudança de comportamento obtido através da experiência construída por
fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Entende-se que
aprender resulta na interação entre as estrutura mentais e o meio ambiente.
Entretanto, de acordo com os aperfeiçoamentos que foram dados
a educação, a mesma passou a se centrar na aprendizagem, tornando o
professor co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nessa visão, o
conhecimento passa a ser construído e reconstruído continuamente.
Quando
se
constrói
a
educação
através
do
sujeito
da
aprendizagem, no âmbito escolar, prevalecem a ressignificaçao dos sujeitos,
novas formas de se comunicar e a construção de novas habilidades,
caracterizando competências e atitudes significativas.
A aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao
desenvolvimento do cérebro, o mesmo se tornando moldável aos estímulos do
27
ambiente. Através dos estímulos do ambiente os neurônios passam a formar
novas sinapses.
Por tanto, a aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage
aos estímulos do ambiente, ativando e tornando as sinapses mais intensas.
Conseqüentemente, as mesmas constituem em circuitos que processam as
informações, com capacidade de armazenamento molecular.
Através do estudo da aprendizagem, pode ser feita a unção entre
a educação e a neurociência.
A neurociência busca investigar o processo de como o cérebro
aprende e lembra, desde o nível molecular e celular ate as áreas corticais. A
formação de padrões de atividade neural se considera que haja uma
correspondência entre determinados estados e representações mentais.
Quando ocorre um ensino bem sucedido, provocando alteração
na taxa de conexão sináptica, afeta a função cerebral. Entretanto, isso também
depende da natureza do currículo, da capacidade do professor, do método de
ensino, do contexto da sala de aula, da família e da comunidade no qual o
sujeito esta inserido. Assim, todos esses fatores interagem com as
características do cérebro dos indivíduos. Já a alimentação afeta o cérebro da
criança em idade escolar, caso sua alimentação seja de baixa qualidade, o
aluno não desenvolve e progride aos estímulos de ensino fornecido na escola.
Dentro dos estudos da neurociência , quando se trata da
cognição juntamente coma a educação, o mesmo utiliza vários meios e
métodos de investigação através de tempo de reação, eletroencefalograma e
neuroimageamento; com o propósito de estabelecer relações com o cérebro e
cognição em ares relevantes para a educação. Através dessa abordagem,
haverá a permissão de diagnosticar precocemente os transtornos de
aprendizagem.
Através desse fato, exigira métodos especiais de educação, ao
mesmo tempo a identificação de estilos individuais de aprendizagem, assim
visando descobrir melhores maneiras de introduzir novas informações no
contexto escolar.
Pesquisas com o foco no cérebro averiguando aspectos de
atenção, memória, linguagem, leitura, matemática, sono, e emoção e cognição,
28
estão contribuindo com valiosas informações para o desenvolvimento e pratica
da educação.
A neurociência por si só não introduz novas estratégias
educacionais, porem a mesma fornece importantes razoes concretas e
princípios com o potencial de aplicabilidade no ambiente escolar.Princípios
estes que afirma que a aprendizagem e memória e emoções são interligadas
quando ativadas pelo processo aprendizagem. A aprendizagem sendo uma
atividade social, o aluno precisa de oportunidades para discussão e um
ambiente tranqüilo, aonde vai o encorajar para expor seus sentimentos e
idéias. Através de resultados de experiências vividas, o cérebro se modifica
aos poucos fisiologicamente e de forma estrutural. Assim aulas práticas e
exercícios físicos contribuem para esse desenvolvimento, pois o aluno através
das mesmas faz associação entres as experiências prévias com o
entendimento atual.
Varias áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no
decorrer de novas experiências de aprendizagem. Situações que fazem refletir
o contexto da vida real, de forma que a informação nova se fixe na
compreensão anterior.
Ao
proporcionar
ocasiões
para
os
alunos
expressarem
conhecimento através de artes visuais, musicas e dramatizações. O cérebro
responde positivamente, devido há uma herança primitiva, as gravuras,
símbolos e imagens.
Entretanto, a neurociência oferece um grande potencial para
nortear a pesquisa educacional e futuras aplicações em sala de aula.
Os
avanços
ligados
a
neurociência,
no
processo
da
aprendizagem esta sendo uma revolução, pois em termos gerais tem o foco de
estudar de como o cérebro aprende. Assim, buscando o entendimento no
momento da aprendizagem, de como as redes neurais são estabelecidas e de
como os estímulos chegam ao cérebro, da forma como as memórias se
consolidam e de como temos acesso a essas informações armazenadas.
Observa-se que,
“No cérebro humano existem aproximadamente
cem bilhões de neurônios (unidade básica que
29
processa a informação no cérebro) e, cada um
destes pode se conectar a milhares de outros,
fazendo com que os sinais de informação fluam
maciçamente
em
varias
direções
simultaneamente, as chamadas conexões neurais
ou
sinapses”(BEAR,CONNORS,PARADISO,2002,p.7
024)
Se os estados mentais são provenientes de padrões de atividade
neural, entende-se que a aprendizagem é alcançada através da estimulação
das conexões neurais, podendo ser fortalecida ou não, dependendo da
qualidade da intervenção pedagógica.
A neurociência traz para a sala de aula o conhecimento sobre a
memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a
afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das
imagens que se faz mentalmente, as imagens que formam o pensamento, o
desenvolvimento infantil e diferenças básicas nos processos cerebrais da
infância, fazendo com que tudo isso se torne subsidio imprescindível para
compreensão e ação pedagógica.
Os neurônios, que possibilitam a espécie humana progressos na
comunicação, compreensão e aprendizado. A plasticidade cerebral que é o
conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a
mudar, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem para o ser
humano, do nascimento a morte.
O cérebro realiza varias tarefas, controlando temperatura
corpórea, a pressão arterial, a freqüência cardíaca e a respiração. Ele aceita
milhares de informações vindas de vários sentidos (visão, audição e olfato);
controla o movimento físico ao andar, falar, ficar em pé ou sentar e deixando o
homem pensar, sonhar, raciocinar e sentir emoções.
Segundo Johnson & Myklebust (1983) o cérebro funciona de
forma semi- autônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho, pode
funcionar com dois ou mais sistemas, ou pode funcionar de forma integrada
(todos os sistemas funcionando ao mesmo tempo).
30
A audição, visão e o tato, formam o sistema mais presente no
nível de distúrbios neurogênicos.
A partir de todo o conhecimento da neurociência, muitos
caminhos se abriram e o crebro humano pode ser visto como uma ferramenta
dentro do espaço escolar. Através dos estímulos em algumas áreas do
cérebro, vem contribuindo para uma nova tendência cognitiva, proporcionando
resultados significativos na aprendizagem. Um desses caminhos é chamado de
neurotransmissores, que são elementos estimulados com conhecimento e
funcionalidade.
Muitos
neurotransmissores
podem
atingir
mesmo
que
indiretamente a atenção: endorfinas, serotonina e acido gama-amino-butírico.
Portanto, quando se alia a função pedagógica e a neurociência ,
é construída uma estrutura de pensamentos facilitadores no processo
educacional.
Contudo, é notável que o cérebro esta sempre aprendendo, e
essa aprendizagem esta legada a varias conexões que se relacionam com o
meio ambiente. Entretanto aprender pode ser referido como uma plasticidade
cerebral.
III.I DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
A área de educação não é somente cercada por sucessos e
aprovações, muitas vezes no decorrer do ensino e aprendizagem se é
deparado com inúmeros problemas que deixam o educando paralisado diante
do processo da aprendizagem.
Nesse processo, é importante que todos os envolvidos estejam
atentos a esse problema ou dificuldade. Tendo a percepção se a mesma ocorre
momentânea ou persiste por mais tempo.
As dificuldades podem surgir de fatores orgânicos ou ate mesmo
emocionais, e é importante que sejam descobertas com a finalidade de dar
31
auxilio ao desenvolvimento do processo de educação, com a percepção se elas
provem da preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, má
alimentação,
dentre
outros
fatores
considerados
desmotivadores
ao
aprendizado.
No espaço escolar, a falta de concentração, déficit de atenção,
leitura desordenada são comportamento visíveis a essas dificuldades que
exemplificarei abaixo:
•
Déficit de atenção – Uma anomalia do cérebro que não funciona
adequadamente. Recebem interferências de impulsos rápidos e está
atribuída a desatenção, impulsividade e hiperatividade.
•
Autismo – Uma anomalia no desenvolvimento do indivíduo que atinge
diretamente
a
habilidade
de
comunicação
e
socialização.
Cientificamente nomeada de Transtorno global do desenvolvimento.
•
Epilepsia – Um distúrbio que causa um descontrole cerebral que é
impulsionado por atividades elétricas. Podendo ser temporário e
reversível.
•
Síndrome de Down - Ou trissomia do 21, um distúrbio cromossômico
mais comum e a mais comum forma de deficiência mental congênita
•
Hiperatividade –
O estado é
caracterizado por problemas
de
aprendizado e comportamento. Falam em demasia e não conseguem
acabar aquilo o que começam. Não permite o portador desenvolver
atividades que exija atenção.
•
Dislexia - Um transtorno genético e hereditário que impulsiona na
deficiência na gramaticalidade e escrita,
Os professores podem ser considerados como a pessoa mais
importante no processo de identificação e descoberta desses problemas, o
32
mesmo pode reverter o processo de fracasso do educando, visando
estabelecer uma autoestima e superação na inclusão do mesmo; porem nem
todos possuem formação especificas para fazer diagnosticar tais distúrbios.
Porem, os estudos da neurociência na aprendizagem têm o intuito de facilitar o
professor a identificar esses distúrbios, auxiliando o aluno no processo de
aprendizagem, fomentando uma aula motivadora e dinâmica. Não rotulando o
educando, mas estimulando o mesmo a descobrir e desenvolver suas
potencialidades.
33
CONCLUSÃO
Diante de toda abordagem que foi relatada no presente trabalho,
foi possível ampliar a visão dos estudos da Neurociência na Aprendizagem, e
perceber que ela é um conhecimento facilitador no processo educacional.
Faz-se necessário a busca de uma melhor forma de o educando
aprender, visando uma melhor forma de se ensinar. Há tempos que a
psicologia atua junto com a neurociência, e ambas defendem que , quando o
educando se sente efetivamente protegido e é desafiado a aprender, ocorrem
mudanças físicas e químicas em seu cérebro, facilitando o acolhimento e a
recontruçao da informação.
Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais (que
viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), neurônios espelho, que
possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e
aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro
continua a se desenvolver, a aprender e a mudar não estão mais sendo
discutido por neurocientistas, porem agora estará presente na educação, no dia
a dia do educador. Essa gama de informação e conhecimento esta a
disposição do educador moderno.
A
aproximação
estabelecida
entre
a
neurociência
na
aprendizagem pode ser revertida na qualidade de um processo educacional
efetivo. Essa mesma aproximação passa ser uma grande aliada ao educador,
o ajudando e dando estímulos ao educando desenvolver suas potencialidades.
A aprendizagem constitui uma mudança de comportamento
resultante de experiências. Essa mesma mudança de comportamento assume
diversas
características.
Sendo
uma
resposta
modificável
e
durável,
interiorizada e consolidada no próprio cérebro do indivíduo, e para que isso
ocorra de forma satisfatória, e necessária que ocorra estimulação e motivação.
A aprendizagem não depende apenas do estimulo, mas também da emoção ou
interior do educando. Deve ser consolidada de forma lúdica e desafiadora,
tornando o educando um ser ativo e questionador no processo de
34
aprendizagem, dessa forma o educador esta facilitando o fortalecimento neural
do mesmo.
Por fim, o conhecimento da neurociência passa a habilitar o
educador a ampliar mais ainda suas atividades educacionais, com a finalidade
de proporcionar um novo meio no aprendizado e no campo do saber.
35
BIBLIOGRAFIA
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto
Alegre :Artes Médicas, 1995
GIL, R. Neuropsicologia. São Paulo: Santos, 2000
GUERRA, Leila Boni. A criança com Dificuldades de Aprendizagem:
Considerações sobre a teoria modos de fazer. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002.
JOHNSON, D. & MYKLEBUST, H. R.Distúrbios de Aprendizagem. Tradução do
inglês de Maria Zanella Sanvicentes.S. Paulo: Pioneira. 1983
LURIA, A.R. Fundamentos de Neuropsicologia. (1981). São Paulo: EDUSP.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. Atheneu:
São Paulo, 2002.
MYRES, David G. Introdução à psicologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1999.
MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 1. ed. São Paulo : Atheneu,
1981.
MELLO, C.B., MIRANDA, M.C., MUSZKAT, M. Neuropsicologia do
Desenvolvimento: Conceitos e Abordagens. São Paulo: Menmon Edições
Científicas. 2006
MODERNELL, Renato; GERALDES, Elen. O Enigma da Inteligência. Globo
Ciência, Rio de Janeiro, v.2, n. 15, p.56-63, out. 1992
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar,
1982
36
SPRINGER, Sally P.; DEUTSCH, Georg. Cérebro Esquerdo, Cérebro Direito. 1.
ed. São Paulo : Summus, 1993
STAMPA, M. Aquisição da Leitura e da Escrita: Uma abordagem teórica e
prática a partir da Consciência Fonológica. Rio de Janeiro: Wak, 2009.
STENBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.
STILLINGS,
Neil
A.
Cognitive
Science:
an
introduction.
Cambridge:
Massachusetts Institute of Technology, 1989.
WEBSITES:
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistemanervoso/encefalo.php/ Acessado em:31 de janeiro de 2012
Fonte:http://www.math.ist.utl.pt/cienciaviva/teoria.htm /Acessado em: 31 de
janeiro de 2012
Fonte:http://dialogandocomafonoaudiologia.blogspot.com/2011/08/neuropsicolo
gia-e-aprendizagem.html /Acessado em:31 de Janeiro de 2012
37
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO...........................................................................................02
AGRADECIMENTOS.........................................................................................03
DEDICATORIA..................................................................................................04
RESUMO...........................................................................................................05
METODOLOGIA................................................................................................06
SUMÁRIO..........................................................................................................07
INTRODUÇÃO...................................................................................................08
CAPÍTULO I – Neurociências e seus Avanços..................................................09
CAPÍTULO II – Os Hemisférios Cerebrais Relacionados à Aprendizagem.......18
CAPÍTULO III – Neurociências e o Processo de Aprendizagem.......................25
III.I – Dificuldade de Aprendizagem..............................................30
CONCLUSÃO....................................................................................................33
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................35
ÍNDICE...............................................................................................................37
38
Download