Estudo sobre oportunidades de negócios de saúde para a população de baixa renda no Brasil Principais Conclusões Índice I. Apresentação.........................................................................................................................1 II. Parceiros................................................................................................................................2 III. Sobre o estudo.......................................................................................................................3 Metodologia........................................................................................................................4 Critério de renda utilizado...................................................................................................5 Segmentos de atuação em serviços de saúde considerados............................................6 IV. Análise do mercado de saúde para a população de baixa renda..........................................7 Estimativa do tamanho das populações-alvo no estudo....................................................8 Características marcantes do mercado de saúde..............................................................9 Principais entraves do mercado de saúde.......................................................................10 Principais oportunidades do mercado de saúde..............................................................11 V. Principais conclusões sobre a análise do mercado de saúde...............................................12 VI. Oportunidades no mercado de saúde para a população de baixa renda..............................28 Oportunidades identificadas.............................................................................................29 Análise das oportunidades............................................................................................... 30 Apresentação • Objetivos Identificar as oportunidades de negócios mais promissoras, em função da carência de oferta e das potenciais restrições regulatórias, nos setor de saúde para a população de baixa renda no Brasil (com foco nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco) • Parceiros Coordenação do estudo: Potencia Ventures Concepção e execução: Prospectiva Negócios Internacionais & Políticas Públicas Apoio: Artemisia Negócios Sociais e Vox Capital • Cronograma Janeiro a Maio de 2012 1 Parceiros Sobre a Potencia Ventures (www.potenciaventures.net) Instituição internacional sem fins de lucro que oferece capital financeiro e intelectual para o desenvolvimento de ecossistemas de negócios em mercados emergentes, cujos produtos e serviços contribuam para reduzir a pobreza no mundo. No Brasil, foi o primeiro investidor e principal parceiro estratégico na criação de diversas iniciativas-chave no campo dos negócios que servem a base da pirâmide no Brasil tais como Artemisia (www.artemisia.org.br) e Vox Capital (www.voxcapital.com.br) além de ter apoiado iniciativas de fortalecimento do ecossistema de negócios que servem a base da pirâmide na Argentina, Colômbia, Guatemala, Índia, México, Vietnã, África e Europa. Sobre a Prospectiva (www.prospectiva.com) Consultoria estratégica especializada em projetos relacionados a negócios internacionais, políticas públicas e regulatórias. Seu diferencial está em oferecer aos clientes análises que combinam as estratégias do negócio em questão com o conhecimento de ações governamentais que possam afetá-las. Atende empresas brasileiras e estrangeiras, associações empresariais, think tanks, organizações internacionais e órgãos governamentais. 2 Sobre o estudo Metodologia 1 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS • Compilação e análise de 31 estudos que tratam do tema da saúde no Brasil de diversos ângulos • Bancos de dados do IBGE, DATASUS e IMS Health, base de dados Prospectiva, fontes secundárias de dados e notícias, e informações disponibilizadas pela Potencia, Vox e Artemisia • Sistematização e análise dos dados e informações 2 • • • ENTREVISTAS Amostra de diversos atores do mercado de saúde: especialistas na oferta de serviços privados e/ou na atuação do setor público, empreendedores e gestores públicos e privados. Entrevistas por telefone e presenciais para entender características do mercado, barreiras e oportunidades Análise das informações coletadas 4 Critério de renda utilizado (número de salários mínimos por domicílio) Classe A (acima de 10 SM) Classe B (de 5 a 10 salários mínimos) Classe C (de 2 a 5 salários mínimos) Classe D (de 1 a 2 salários mínimos) Classe E (sem rendimento a 1 salário mínimo) A segmentação por classes neste relatório buscou se aproximar dos critérios adotados pelo Plano CDE. No entanto, para permitir o cruzamento de dados entre as diversas bases de dados, optou-se pela utilização de unidades de salários mínimos (SM) ao invés de valores monetários para segmentar as classes sociais. O fato de se comparar dados de um curto período (2008-10) minimiza os efeitos da inflação e do aumento do valor monetário do SM; o que faz com que esta aproximação seja aceitável para os fins deste estudo. 5 Segmentos de atuação em serviços de saúde Prevenção Cuidados pessoais* Vacinação Medicamentos preventivos Diagnósticos precoces Saneamento básico Higiene bucal *Nutrição, atividades físicas e etc. Atenção básica Acesso a médicos generalistas / pediatria / ginecologia Medicamentos de baixa complexidade Atendimento domiciliar / comunitário Medicamentos de média complexidade Exames de diagnósticos mais comuns Tratamento dentário Produção Distribuição Acesso à informação Atenção de média complexidade Acesso a médicos especialistas Procedimentos médicos hospitalares Procedimentos médicos hospitalares Exames de média complexidade Cirurgias dentárias Transporte: ambulância / translado Atenção de alta complexidade Internação Acesso a médicos especialistas Medicamentos de alta complexidade Procedimentos médicos hospitalares Exames de alta complexidade Transplantes e outras cirurgias Serviços de emergência Seguros e planos de saúde / telemedicina / eHealth / Gestão e automação / Acesso à informação / Acompanhamento de doenças crônicas Variáveis transversais 6 Análise do mercado de saúde para a população de baixa renda Estimativa do tamanho das populações alvo do estudo SP, RJ, MG e PE A B C D E 152 milhões A B C D E 64 milhões 8 Características Marcantes do Mercado de Saúde na Base da Pirâmide O mercado de saúde para a base da pirâmide é pouco explorado, dado o baixo poder de consumo até anos recentes. A regulação, inexistente ou desatualizada, retém o desenvolvimento de alguns segmentos, como microsseguros e telemedicina; O grupo CDE tornou-se bastante heterogêneo em relação aos gastos em serviços de saúde. Vários serviços oferecidos pela iniciativa privada estão em uma faixa de preço acessível à classe C, mas pouco acessível às classes D e E; Apesar de todas as deficiências, o SUS ainda é a única porta de acesso a serviços de saúde à 67% da população da base da pirâmide; Medidas de prevenção, saúde e higiene bucal, controle de epidemias (em especial dengue), encaminhamentos a médicos especialistas e filas de espera para atendimento e cirurgias estão entre as principais deficiências do sistema público; As crianças e os adultos com mais de 50 anos são os grupos que mais demandam serviços de saúde. Essa condição se agrava na classe E, que possui maior número relativo de crianças; As doenças crônicas já são a principal causa de morte no Brasil e representam o novo desafio da saúde pública. 9 Principais Entraves ao Mercado de Saúde na Base da Pirâmide A ação da Associação Nacional de Saúde (ANS), no sentido de assegurar uma ampla garantia aos beneficiários de planos e seguros de saúde, impede o desenvolvimento de alternativas de menor custo, como os microsseguros; Pacientes das classes CDE estão cada vez mais frustrados com as restrições legais de acesso a, por exemplo, exames e medicamentos do SUS, quando solicitados por seus médicos privados. A necessidade de passar por um médico do SUS aumenta as filas de espera e acabam por diminuir o interesse dos pacientes em buscar serviço privado de saúde; Telemedicina, eHealth e mHealth ainda estão presos a regulação restritiva e esparsa, o que dificulta estruturar um plano de negócios que esteja 100% adequado à regulação; Governo ainda é pouco ágil para adquirir novos produtos e serviços em saúde, especialmente quando agregam tecnologias inéditas; Poucas empresas direcionam seus serviços ao público CDE; Depois do governo e suas agências, os Conselhos Médicos (federais e regionais) são aqueles que mais colocam restrições ao desenvolvimento de novas soluções em saúde, especialmente em questões de preço, propaganda e comercialização da profissão médica. 10 Principais Oportunidades do Mercado de Saúde na Base da Pirâmide A possibilidade de entes privados se conveniarem ao SUS, tendo seus serviços reembolsados por esse, abre a possibilidade de ofertar diversos serviços gratuitos para os usuários do grupo CDE, em especial os de maior custo e complexidade; A quase total universalização da telefonia celular e a probabilidade de que o mesmo ocorra com a TV Digital e internet permitem o desenvolvimento de novas soluções com potencial de atingir o público CDE; A atuação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em incubadoras e start-ups na área de saúde, algumas vezes com recursos não reembolsáveis, permite filtrar diversas oportunidades em negócios novos fora do radar O crescente interesse de planos de saúde e farmacêuticas pela base da pirâmide possibilita o surgimento de parcerias com empresas privadas (B2B) que agreguem valor aos planos e medicamentos focados neste público; Este estudo também identificou oportunidades concentradas nas seguintes áreas: • Acesso a informação; • Automação; • Telemedicina e Telediagnósticos; • eHealth & mHealth; • Cuidados pessoais e gerenciamento de doenças crônicas; • Acesso a medicamentos e consultas médicas; • Prevenção e saúde bucal 11 Principais conclusões sobre a análise do mercado de saúde para a população de baixa renda Doenças que mais afetam a população (mais prevalentes, que causam mais internação ou que mais levam a óbito) Doenças Crônicas As doenças crônicas com maior prevalência no país são: circulatórias (hipertensão e coração), coluna e reumatismo, e respiratórias (asma e bronquite). Apesar de ser uma das que mais mata, o câncer não aparece entre as doenças de maior prevalência nas pesquisas. Doenças & Pobreza Há uma clara correlação entre doenças infecciosas, falta de saneamento básico e pobreza. Dengue ainda atinge um número significativo de pessoas todos os anos. Saúde bucal é precária entre os idosos mais pobres. Contradição Segundo diferentes pesquisas, há uma contradição entre a auto-avaliação das pessoas sobre seu estado de saúde e o diagnóstico recebido, dado que várias pessoas não se sentem bem mas não têm diagnóstico positivo da doença. Esta contradição pode indicar que pessoas das classes CDE procuram por ajuda médica tardiamente e/ou são mal diagnosticadas pelos médicos que as atendem. Internações e Mortalidade Gravidez é a principal causa de internação pelo SUS. Em seguida aparecem as doenças do aparelho circulatório, respiratório e digestivo. As principais causas de morte no Brasil são doenças circulatórias, câncer e respiratórias; embora algumas doenças possam ser complicações pós-internação e não sua causa inicial. 13 Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e políticas governamentais relacionadas Panorama brasileiro As DCNTs correspondem a 72% das causas de mortes, atingindo fortemente camadas pobres da população. Na última década, houve queda significativa na taxa de mortalidade, principalmente para doenças circulatórias e respiratórias crônicas. Esta redução é atribuída à expansão da Atenção Básica, melhoria da assistência e redução do tabagismo de 34,8% (1989) para 15,1% (2010). No entanto, as taxas de mortalidade por diabetes e câncer aumentaram. Obesidade como desafio No Brasil, é crescente a preocupação do governo com o excesso de peso e a obesidade. A proporção de adultos com excesso de peso e obesidade cresceu de 29% em 1975 para 64% em 2008. O excesso de peso e obesidade infantil é ainda mais preocupante, com a incidência quadruplicando entre 1975 e 2008 (6% para 25%). Ações governamentais Oportunidades com o governo Dado o impacto que as DCNTs têm para o orçamento do Min. da Saúde, o governo elaborou um Plano de Ações Estratégicas* que define ações e investimentos para deter estas doenças nos próximos dez anos. Por exemplo, ações de promoção à saúde e conscientização, organização da vigilância e uso da telemedicina. Considerando o engajamento do governo com ações preventivas para combate às DCNTs, verifica-se tanto a possibilidade de parcerias com o governo como também oportunidades no mercado privado, uma vez que, a população sob efeito das campanhas oficiais tenderá a procurar mais informação e ajuda profissional para melhorar seu estado de saúde e qualidade de vida. * Para mais detalhes, acesse o Plano de Enfrentamento das DCNTs: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1818 14 Saúde infantil Gravidez Adolescente Estados mais carentes no Norte e Nordeste ainda possuem proporção significativa de mães adolescentes (20-25%). Ações afirmativas de planejamento familiar do governo não estão sendo suficientes. Segundo especialistas, gravidez em adolescentes possuem maior risco. Mortalidade Infantil O índice de mortalidade infantil nacional caiu significativamente na última década. Porém, ainda é o dobro da taxa média dos países da OCDE. As principais causas de morte são: aferições no período perinatal, doenças respiratórias e infecciosas (e.g. de fácil prevenção). Vacinação O programa nacional de vacinação é um dos serviços públicos de saúde mais bem avaliados pela população e mais bem reconhecidos mundialmente. As campanhas nacionais do quadro de vacinas obrigatórias tem atingido uma cobertura próxima a 100% das crianças. Políticas Públicas A principal estratégia nacional de atendimento ao público infantil está inserida no Programa Saúde da Família, que prevê acompanhamento pediátrico. Dados do Ministério da Saúde indicam uma alta correlação positiva entre investimentos neste programa e redução da mortalidade infantil. Além deles, subsidiariamente existem o programa de Incentivo ao Aleitamento Materno e o Projeto Cegonha. 15 Gastos públicos e privados em saúde Comparativo Internacional Proporção de gastos públicos em relação aos gastos privados é menor no Brasil do que nos BRICS/MEX/ARG, assim como a proporção dos gastos em saúde em relação a outros gastos do governo. Em termos per capita, os gastos totais em saúde no Brasil estão em primeiro lugar com cerca de USD 780 em 2009. Gastos Públicos Orçamento do Ministério da Saúde em 2012 será de R$72bilhões. 50% dos gastos públicos são com serviços hospitalar e ambulatorial. Gasto público em saúde cresceu em termos nominais mas participação nos gastos federais diminuiu. Regiões Sul e Sudeste recebem mais recursos per capita. Gastos Privados Há grandes diferenças regionais no perfil de gastos e no total de gastos em função da renda das famílias. Os gastos totais com saúde não crescem de forma proporcional ao aumento da renda. Quanto menor a renda, menor os gastos com planos e maior com medicamentos. Gastos relativos com seguro saúde são maiores em MG e RJ. Gastos com Medicamentos Mercado farmacêutico privado cresceu aproximadamente 4 vezes entre 20032011. Programas governamentais de distribuição de medicamentos de baixa complexidade a baixo custo para a população da base da pirâmide cresceram, principalmente no Sul e Sudeste, mas cobertura ainda é baixa (cerca de 10%). 16 Gestão, compras públicas e terceirização Recursos Descentralização torna estados e municípios responsáveis pela maior parte do gasto público em saúde. Estes entes possuem autonomia, mas devem cumprir certas diretrizes federais. Parte significativa deste gasto está comprometida com folha de pagamento e pagamento de prestadores de serviços clínicos aos prestadores privados. Responsabilidades Acordos e pactos entre os gestores das 3 esferas de governo definem as responsabilidades de cada ente federativo. Em geral, cabe aos municípios prover os serviços de saúde, com coordenação estadual e normatização federal. Oferta de equipamentos e serviços nãoclínicos ao SUS São serviços de suporte às atividades fim dos órgãos de saúde (e.g. consultorias, informática, manutenção de produtos e equipamentos diversos e de saúde). Em geral requerem investimento menor e há mais oportunidades. Porém, por seguir a lei de licitações não há tabela pré-fixada de valores de contratação. Podem demandar negociações prévias com os gestores para geração de interesse pelo produto/serviço. Terceirização da Gestão das Unidades do SUS Há iniciativas para transferir a gestão das atividades de saúde pública à organizações sem fins lucrativos (OS e OSCIP). Já as organizações com fins lucrativos podem construir, reformar e em contrapartida gerir atividades não clínicas (e.g. alimentação, segurança) de hospitais localizados no estado de SP e BH, ou assumir a gestão completa daqueles localizados no estado da BA. Oferta de Serviços Clínicos para o SUS Oferta privada de serviços de saúde ao SUS (em troca de uma remuneração préestabelecida) é um dos maiores nichos de oportunidades com o governo pelo alto valor consumido. Porém, em geral, demandam escala e alto investimento inicial (e.g. hospitais privados onde internação dos pacientes é paga pelo SUS). 17 Inventário de serviços cobertos pelo SUS Recursos insuficientes e má gestão O sub-financiamento do setor somado à falta de formação gerencial dos profissionais e a ausência de sistemas integrados de informação e gestão, têm resultado em elevados índices de insatisfação popular com relação ao SUS. O modelo de incentivo por transferência de recursos da União aos municípios já está se esgotando, com os municípios chegando ao limite permitido por Lei de gastos com folha de pagamento. Leitos Apesar do aumento do número de leitos públicos e privados, a taxa de leitos por habitantes diminuiu no Brasil e nos 4 estados selecionados. Com exceção da região Sul, o resto do país não atinge a taxa de leitos por habitante recomendada pela OMS (2,5 a 3 leitos por 1.000 hab.). Médicos e outros profissionais de saúde Postos de trabalho (médicos e outros profissionais da saúde) se concentram nos grandes centros urbanos e no setor privado. As estruturas do SUS de SP e RJ conseguem manter um número de postos de trabalho médico próximo ao do setor privado. Governo e Conselhos Médicos discutem atualmente como fixar médicos no interior; o interior de PE e norte de MG possuem menos de 1 médico por 1.000 hab. Principais reclamações As principais deficiências do SUS segundo a população usuária são a ausência e má qualidade de serviços de urgência e emergência, a má qualidade do atendimento nos centros e/ou postos de saúde e a falta de médicos especialistas. Há evidências que a falta de medicamentos e longas filas de espera para marcar consultas e agendar cirurgias também são problemas importantes. Outras deficiências Serviço especializado está concentrado no setor privado, tanto em termos de hospitais e clínicas existentes como em número de médicos especialistas. Por exemplo, há quase o mesmo número absoluto de fisioterapeutas e cirurgiões dentista no SUS e no setor privado. Disponibilidade de equipamentos para exames e diagnósticos também é maior no setor privado. 18 Negócios complementares ao SUS Mercado de Seguros Apesar do crescimento do número de beneficiários de planos de saúde, cerca de 85 a 93% da classe DE ainda está descoberta. Nordeste e Sudeste reúnem os estados com maior número absoluto de pessoas não cobertas por plano de saúde, e portanto com maior potencial de mercado para serviços privados de saúde. Do lado da oferta, as seguradoras e operadoras de planos estão cada vez mais concentradas. Microsseguros A regulação da ANS proíbe que os planos privados de saúde excluam doenças prévias ou façam cálculos baseados no risco individual, exigindo uma cobertura mínima de procedimentos. Porém, algumas seguradoras estão oferecendo serviços de reembolso em farmácias e clínicas. Cartões de Saúde Existem vários fornecedores de cartões de desconto e cartões pré-pagos no Brasil que oferecem descontos em médicos, clínicas, hospitais, laboratórios, etc. As principais limitações deste tipo de modalidade de pagamento são: serviços de alta complexidade permanecem inacessíveis, oposição da ANS e dos Conselhos Médicos, além da incerteza regulatória. eHealth / mHealth Estão surgindo novas tecnologias baseadas em plataformas web, mobile e TV Digital. A maior parte delas chega às classes CDE quando financiada por terceiros (planos de saúde, farmacêuticas, etc.). As classes DE e pessoas mais afastadas dos grandes centros têm mais dificuldade de acesso a tecnologias. Telemedicina Pauta-se pela relação entre médicos para aprimoramento profissional e discussão ou resolução de casos clínicos. Por telefone, é permitido apenas orientações em emergências e esclarecimento de dúvidas simples para pacientes regularmente assistidos pelo médico orientador. Consulta presencial permanece insubstituível. Ainda não há uso de tecnologia por médicos do SUS localizados no interior para se comunicar com médicos mais experientes nas capitais. 19 Seguros e planos de saúde tiveram alto crescimento nas classes CDE Características de operadoras de planos de Ano de fundação: 1979 Local: Fortaleza, Ceará Carteira de associados (2011): 1,8 milhão Faturamento (2010): R$ 754 milhões Receita média mensal por associado: R$ 39,46 Oferta de serviços: médicos e odontológicos Região de atuação: 11 estados nas regiões Norte e Nordeste Infraestrutura de saúde (2011): – 20 hospitais; 12 pronto socorros; 53 centros médicos; Diagnóstico por imagem e laboratórios de análises clínicas saúde populares Ano de fundação: 1968 Local: São Paulo, SP Carteira de associados (2011): 4 milhões Faturamento (2010): cerca de R$ 2 bilhões Receita média mensal por associado: R$ 56,11 Oferta de serviços: médicos e odontológicos Presença: Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (com predominância no estado de SP) Infraestrutura de saúde (2011): - 9 hospitais; 9 pronto socorros; 85 centros clínicos; 5 maternidades • Fonte: ANS, sites das operadoras e press clipping; elaborado por Prospectiva • • • • • • • Foco em estados de forte dinamismo econômico Desenho de planos mais acessíveis e menos burocráticos Maior diversidade de pontos de vendas Investimentos em rede própria de hospitais (permite ter previsibilidade de custos e, com isso, há possibilidade de redução nos preços) Investimentos em tecnologia. (e.g. com um sistema interligado de totens de autoatendimento espalhados pelas cidades, que permite a marcação de consultas, exames e outros serviços, a empresa reduziu gastos com funcionários) Para reduzir custos com futuras internações , as operadoras têm trabalhado com ações preventivas para pacientes de doenças crônicas e gestantes. Há projetos que inclusive premiam beneficiários que adotarem programas de prevenção. Planos populares tem incluído a coparticipação, na qual o beneficiário desembolsa uma determinada quantia em alguns atendimentos, permitindo assim custos menores. Especialização para atender pessoas com determinadas tipos de doenças e estrutura regionalizada, com hospitais e centros médicos, de acordo com as necessidades do público atendido. 20 Por outro lado, há entraves regulatórios no caso de microsseguros: Pontos contemplados pelo Marco regulatório Marco regulatório Lei 9.656/1998, regula os planos e seguros de saúde Lei n° 9.961/ 2000, cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar Legislação complementar: resoluções ANS, Requisitos para operadoras de saúde (empresas) • Autorização de funcionamento • Regras de operação sujeitas à intervenção e liquidação • Exigência de garantias financeiras • Profissionalização da gestão Assistência à saúde e acesso (produtos) • Qualificação da atenção integral à saúde (rol de procedimentos que devem ter cobertura mínima obrigatória) A Lei 9.656/1998 que regula • Proibição da seleção de risco planos/ seguros de saúde • Proibição da rescisão unilateral dos contratos inviabiliza a estruturação de • Definição e limitação de carências (art. 11 / Lei 9656/1998) microsseguros em saúde • Rol de eventos não cobertos (art. 10 / Lei 9656/1998) para atender demandas • Reajustes controlados específicas das classes CDE. e número de • Não há limites para cobertura para consultas médicas e fisioterápicas, exames dias em internações, mesmo em leitos de alta tecnologia (UTI/CTI). • Modelo de atenção com foco em ações de promoção à saúde e prevenção de doenças • Regras mais claras para os contratos Fonte: ANS; elaborado por Prospectiva 21 Cartões para Saúde Cartões de Desconto Cartões Pré-Pagos • Funcionamento: por meio de uma anuidade, cliente acessa uma lista de médicos, clínicas, hospitais e laboratórios que oferecem serviços com desconto. O pagamento é feito diretamente pelo cliente ao prestador de serviço. • Funcionamento: cliente adquire cartão com um valor de carga mínimo em um ponto de venda. Com este valor e recargas posteriores o cliente paga por produtos e serviços de saúde nos estabelecimentos profissionais conveniados a preços previamente tabelados. • Pontos positivos: anuidade de baixo custo, cliente obtém desconto e faz desembolsos apenas conforme custo. • Pontos positivos: Controle dos gastos e obtenção de preços menores por tabelas de preços diferenciadas. • Pontos negativos: mesmo com desconto, serviços de alta complexidade permanecem inacessíveis; oposição da ANS e dos Conselhos Médicos; posicionamento de alguns players similar ao dos planos de saúde desfavorece o setor. • Pontos negativos: custos dos serviços de alta complexidade permanece impeditivo; oposição da ANS e incerteza regulatória. Riscos se propaganda o associar a um plano de saúde. Principal impeditivo é a Res. 1649/2002 do Conselho Federal de Medicina que considera infração ética a associação ou referenciamento de médicos a qualquer empresa que faça publicidade de descontos sobre honorários médicos (cartões de desconto são citados). Possuem uma associação chamada ABRAPS (Associação Brasileira de Autoprogramas de Saúde), que diz defender os interesses das empresas de sistemas de pagamento antecipado, mas empresas de cartões de desconto também estão em seus quadros. 22 Disponibilidade da TV Digital como canal de serviços para classe CDE Em outubro de 2011, 480 municípios (11,6% do total) e 87,7 milhões de pessoas (46% da pop.) já dispunham de acesso a ao menos um canal digital. Em âmbito estadual, a disponibilidade de acesso à TV digital à população é : Pernambuco (42%), Minas Gerais (26%), Rio de Janeiro(68%) e São Paulo (71%). Não há dados sobre o total de conversores digitais / televisores com a tecnologia embutida vendidos nos últimos anos, o que não permite aferir o total da população que efetivamente dispõe do equipamento que permite receber o serviço. Para o uso das aplicações é necessário que os conversores ou televisores tenham instalado ou um software do fabricante do televisor ou o Ginga (plataforma gratuita para geração de aplicativos apoiada pelo governo). Em 2013, 75% dos televisores produzidos no Brasil devem ter o Ginga instalado. Percentual que subirá para 90% em 2014 No atual estágio tecnológico, os televisores recebem informações, mas não as enviam. O usuário poderá ter acesso a dados sobre o SUS e receber alertas, mas não poderá marcar consultas, por exemplo. Para isto serão necessárias adaptações técnicas para que os televisores se conectem a internet para transmitir dados. Também dependerá do sucesso do Plano Nacional de Banda Larga. O sinal analógico será definitivamente encerrado em 2016, quando apenas o sinal digital será disponibilizado. Primeiras aplicações desenvolvidas pelo CPqD para TV Interativa: PrevidênciaFácil (acesso ao INSS): IncluaSaúde (marcação de consultas no SUS) e ProcuraEmprego (busca de oportunidades de trabalho) A expectativa do governo é de que até 2016 todos disponham de acesso a TV Digital e recebam informações pela plataforma Ginga. Todavia, interatividade bidirecional (envio e recebimento de informações) depende de outros fatores, como sucesso do Plano Nacional de Banda Larga. 23 Inclua saúde: Sistema de agendamento de consultas no SUS através da TV digital Um pacote de aplicações e componentes de software para TV digital baseados na plataforma Ginga serão disponibilizados ao governo a partir de março de 2012. A previsão é de que a partir de 2013, estas aplicações estejam disponíveis nos novos aparelhos de televisão vendidos no Brasil. Na área de saúde está previsto o lançamento do Inclua Saúde, aplicação que permite agendar consultas em postos de saúde a partir da tela da TV. O público-alvo são as pessoas das classes C, D, E, que não têm acesso a PCs e, muitas vezes, não estão familiarizadas com computadores. Este conjunto de aplicações estão sendo desenvolvidos pelo CPqD desde 2008 como parte do Projeto Serviços Multiplataforma de TV Interativa (SMTVI), sendo financiados com recursos do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) e do Ministério das Comunicações. Durante o período de execução do projeto (2008-2012), os recursos direcionados pelo CPqD para o Projeto SMTVI totalizaram R$ 16 milhões. 24 Siga Saúde: sistema integrado de gestão do atendimento em saúde Desenvolvido e implantado pela Secretaria Municipal de Saúde em 2005. Esta solução automatiza a agenda local nos estabelecimentos de atenção básica e permite a consulta on-line do Histórico de Atendimentos dos Pacientes. Além disso, controla o processo de Autorização de Procedimentos de Alto Custo e cria uma Central de Regulação para Marcação de Consultas e Exames Especializados, entre outras funcionalidades. Em linhas gerais, trata-se de uma ferramenta única para cadastramento de usuários (pacientes) totalmente integrada com os padrões do Cartão Nacional de Saúde. O SIGA Saúde foi desenvolvido pela Fundação Atech e sua incubada Vidatis, empresa que atua no setor de saúde fornecendo software e sistemas informatizados e automatizados de gerenciamento do setor. Atualmente, é considerado um dos sistemas de gestão da saúde pública em fase mais avançada de desenvolvimento, tanto que em abril de 2011 o Ministério da Saúde assinou um termo de cooperação com a Prefeitura de São Paulo para tornálo software padrão para a gestão dos recursos e serviços prestados pelo Sistema Único 25 de Saúde (SUS) em todos os municípios brasileiros. Definições de eHealth, mHealth e Telemedicina Telemedicina - “Uso de informações médicas enviadas de um lugar para outro via comunicação eletrônica para melhorar o estado de saúde do paciente.” Serviços incluídos: referências de especialistas, consultas e monitoramento remoto de pacientes, educação médica e informações médicas e de saúde para consumidores. (Fonte: Associação Americana de Telemedicina). Telemedicina no Brasil - “Exercício da Medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em Saúde. A responsabilidade profissional do atendimento cabe ao médico assistente do paciente.” (Fonte: Resolução 1643/2002 – CFM). Nota: A Telemedicina no Brasil exige a presença de um médico assistente junto ao paciente. eHealth - “Uso das tecnologias da informação e comunicação para saúde. Exemplos incluem tratamento de pacientes, condução de pesquisas, educação da força de trabalho em saúde, rastreamento de doenças e monitoramento de saúde pública” (Fonte: OMS). mHealth - “Prática médica ou de saúde pública apoiada por aparelhos móveis, tais como telefones celulares, aparelhos de monitoramento de pacientes, assistentes pessoais digitais (PDA’s), entre outros aparelhos de conectividade sem fio.” (Fonte: Global Observatory for eHealth – OMS). 26 Iniciativas do Setor Público em eHealth, mHealth e Telemedicina Telessaúde Brasil Redes Universidade Aberta do SUS Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Diabéticos (Hiperdia) • Visa fornecer serviços de teleconsultoria, telediagnóstico, segunda opinião formativa e teleeducação a profissionais do SUS. • Oferece informações via Biblioteca Virtual de Saúde, com parceria da OMS. • Oferta cursos de pós-graduação e extensão universitária para trabalhadores do SUS. • Propõe-se a ser multimeios: (correio, TV, celular e internet). • Iniciativa do MCT e FINEP para inicialmente integrar hospitais universitários e realizar pesquisas conjuntas em telemedicina. • Uma vez consolidado, a proposta é integrálo com cidades distantes, ofertando serviços de telemedicina. • Sistema de acompanhamento dos doentes. • Objetivo inicial é o de permitir melhor gestão do sistema e dos pacientes por parte dos administradores do SUS. • Após, quer se tornar plataforma de informações e pesquisa. Ministério da Saúde e ações de mHealth • • Envio de mensagens SMS para prestar informações sobre dengue, vacinação contra a gripe H1N1, tuberculose e Farmácia Popular mais próxima. Uso de Tele-eletrocardiografia Digital em ambulâncias do SAMU. Dados de pacientes cardíacos são enviados ao HCor para diagnóstico via celular. Médico do SAMU recebe o laudo por SMS. 27 Oportunidades no mercado de saúde para a população de baixa renda Oportunidades identificadas para o desenvolvimento de negócios focados na população de baixa renda Cliente Final B2B B2B B2B B2G Acesso à informação B2G Automação B2G Consultoria de custos e gestão hospitalar B2G B2C B2G B2B B2C Telemedicina e telediagnósticos eHealth / mHealth Saneamento B2C B2B Áreas a serem desenvolvidas B2G Cuidados pessoais e gerenciamento de pacientes crônicos B2G Atendimento domiciliar B2C Acesso às consultas médicas / saúde bucal B2C Medicamentos B2G Procedimentos médicos hospitalares B2C B2C Exames diagnósticos B2G Transportes e serviços de emergência 29 Análise das oportunidades Análise de oportunidades: 1. Acesso a informação Acesso à informação Os governos municipal, estadual e federal) têm investido significativamente em iniciativas de governo eletrônico para aprimorar os canais de comunicação com a população. É muito provável que oportunidades neste segmento se ampliem tendo em conta esta tendência que deverá se intensificar. Saútil Descrição: Buscador projetado para a população encontrar informações sobre serviços públicos de saúde, incluindo medicamentos. Destaques: Mesmo se disponíveis publicamente em sites do governo, a agregação de múltiplas fontes em um banco de dados único facilita busca de usuários. O impacto social das ferramentas de acesso à informação para classes CDE deve levar em conta as taxas de analfabetismo funcional ainda presentes nestas classes (28% da população brasileira segundo dados do IBOPE/INAF em 2009 ) Oncoguia Consulta Click Descrição: Realiza buscas e faz agendamento de consultas com médicos cadastrados no site. Destaque: Embora o foco seja a oferta de médicos particulares, que não necessariamente ofereçam descontos, idealizadores afirmaram ter interesse em desenvolver ferramenta para atender as classes CDE. Descrição: Portal de informações voltado o paciente com câncer, seus familiares e o público em geral. Destaques: Possui informação vasta sobre o câncer, os direitos do pacientes, tipos de tratamentos, como obter tratamento gratuito pelo SUS, dicas sobre bem-estar, espaço com recursos multimídia entre outros. 32 Análise de oportunidades: 2. Automação e Gestão Hospitalar Automação e Gestão Hospitalar A preocupação dos gestores (setor público/ privado) em melhorar o controle sobre os recursos e custos relacionados à gestão da saúde tem impulsionado a contratação de sistemas de automação. Ainda que, grandes empresas já detenham participação significativa no segmento de automação (público ou privado), pode haver espaço no setor privado e em âmbito municipal para pequenas e médias empresas, em que as soluções de automação em geral, possuem escopo reduzido quando comparado aos sistemas estaduais e federais. Prontmed Segmento: Prontuários Médicos Eletrônicos Localização: São Paulo • Desenvolve e comercializa softwares com funções de prontuário e pesquisa médica. • Produtos já comercializados para governo e iniciativa privada. Impacto indireto sobre classes CDE. Oportunidade em Gestão Hospitalar:consultoria e assessoramento Presença Geográfica: Potencial em todo país • A contratação de apoio para atividades não clínicas é possível no SUS. • Espaço para assessoramento em hospitais públicos e filantrópicos. • Gestão, custos, acreditação e adequação as boas práticas seriam oportunidades abertas • Impacto social indireto pode ser altamente positivo, especialmente em hospitais públicos 34 Análise de oportunidades: 3. Telemedicina/ eHealth / mHealth Telemedicina / Telediagnóstico O custo ainda elevado da aplicação de telemedicina inviabiliza iniciativas diretamente oferecidas para as classes CDE. Há, porém, oportunidades em negócios B2B e B2G. A Telemedicina exige investimentos muito altos (player maiores). Players menores podem entrar no segmento de telediagnósticos, Telemedicina da Bahia Segmento: Telediagnósticos Presença Geográfica: Norte e Nordeste • Realiza serviços de telediagnóstico nas áreas de radiologia e cardiologia. • Única que já oferta o serviço ao governo (estado da BA) atingindo assim as classes CDE. Telelaudo Segmento: Telediagnósticos Presença Geográfica: Nacional • Oferece laudos de exames radiológicos e consultoria para clínicas. • Possui parceria com a ConnectRad (EUA) para recebimento de novas tecnologias. Infinita Segmento: Telediagnósticos Presença Geográfica: Distrito Federal • Oferece serviços de telerradiologia e softwares próprios para comunicação entre as partes. • Também oferta serviços de consultoria e gestão para radiologia e oncologia. Epeople Segmento: Tecnologia em diagnósticos e gestão hospitalar Presença Geográfica: Nacional • Empresa de tecnologia, oferta soluções e softwares para implementação da telemedicina. • Já teve projeto aprovado pela FINEP. 36 eHealth / mHealth Há várias iniciativas pontuais, porém poucas soluções mais abrangentes ou focadas em parcerias com o governo. Grandes operadoras de telefonia celular já possuem pilotos em mHealth em andamento. Um modelo em eHealth ou mHealth teria grande potencial de disseminação nas classes CDE, dada a alta penetração de celulares no país, mas o desafio está em encontrar modelos que sejam acessíveis ou patrocinados às classes DE. Quasar Segmento: mHealth Localização: São Paulo • Solução eletrônica para controle do nível glicêmico em diabéticos. • Pretende iniciar negociação com prefeituras para implantação em larga escala do produto, com impacto nas classes CDE. MedPhone Segmento: mHealth • Possui diversos aplicativos gratuitos e pagos para médicos (principal foco) e pacientes, como dados da Tabela de Reembolsos do SUS e do CID-10 (Classificador de Doenças). • Aplicativos disponíveis apenas para iPhone, limitando potencial de impacto as classes CDE. Tapush Segmento: mHealth • Criou aplicativo gratuito para acesso pelo celular a lista de medicamentos de referência e seus contrapartes genéricos. Também possui um aplicativo pago para acesso a bulas de medicamentos. • Potencial de atingir classe CDE com aumento da penetração de celulares com acesso a internet. 37 Análise de oportunidades: 4. Saneamento Básico Saneamento básico e infraestrutura pública Doenças infecciosas e parasitárias X Presença de rede de esgoto 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 86,7% 76,6% 75,4% 55,5% 43,7% 8,3% Média Brasil 8,9% Pernambuco 5,5% Minas Gerais 7,3% Rio de Janeiro 4,1% São Paulo % Internações por Doenças Infecciosas e Parasitárias % de Presença Rede de Esgoto ou Pluvial nos domicílios Há uma correlação direta entre a presença de rede de esgoto e a menor incidência de doenças infecciosas e parasitárias. Maiores investimentos públicos em infraestrutura de saneamento básico reduziriam a prevalência de tais doenças. Fonte: Prospectiva com base em dados do DATASUS 2009 e Censo 2010. 39 Saneamento básico A melhoria ao acesso a saneamento básico possui forte impacto positivo na saúde aos assistidos, em especial para crianças. iPlanus Segmento: Soluções tecnológicas para o planejamento e gestão com foco em saneamento, meio-ambiente, agronegócio e urbanismo Presença Geográfica: Minas Gerais • Oferta de consultoria e soluções tecnológicas para projetos de saneamento, dentre outros. • Empresa incubada no Centev/UFV. • Já obteve recursos FINEP. Oportunidade em Saneamento Básico Segmento: Implantação de “tecnologias sociais” em saneamento. Presença Geográfica: Periferias e Zonas Rurais sem saneamento • Hoje são atendidas basicamente por organizações da sociedade civil sem fins de lucro • Diversas soluções de baixo custo para tratamento de água e esgoto já desenvolvidas por órgãos locais e internacionais. • Existem oportunidades, provendo acesso a estas tecnologias. 40 Análise de oportunidades: 5. Cuidados pessoais / Gerenciamento de doenças crônicas Plano de ações estratégicas para enfrentamento de DNCTs no Brasil (MS / OMS) Grupos de doenças e fatores de riscos modificáveis a) Vigilância, informação, avaliação e monitoramento Álcool Tabagismo Doenças circulatória s Câncer Doenças respiratória s crônicas Diabetes Alimentação não saudável Ações e diretrizes fundamentadas em três eixos: Obesidade Inatividade física b) Promoção da saúde c) Cuidado integral Dado o impacto que as DCNTs têm para o orçamento do Ministério da Saúde, o governo elaborou um Plano de Ações Estratégicas que define ações e investimentos necessários para deter as doenças crônicas não transmissíveis nos próximos dez anos e reduzir gastos com o tratamento destas doenças. Fonte: Prospectiva com base no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de DCNTs no Brasil (2011-2022) / Ministério da Saúde; OMS. 42 Cuidados pessoais e gerenciamento de doenças crônicas Marco regulatório Resolução ANS 264/2011 Resolução ANS 265/2011 Resolução ANS 264/2011 As operadoras de planos de saúde podem ofertar os seguintes programas para Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças: Programa para Promoção do Envelhecimento Ativo Programa para População-Alvo Específica Programa para Gerenciamento de Crônicos Resolução ANS 265/2011 Dispõe sobre a concessão de bonificação e premiação aos beneficiários de planos de saúde pela participação em programas especificados na Resolução 264. Incentivos para os beneficiários: prêmios e descontos nas mensalidades dos planos, sem discriminação por idade ou doença preexistente, e sem permitir vinculá-lo a resultados alcançados. Fonte: ANS; elaborado por Prospectiva Objetivo: foco dos programas é voltado para temas como estímulo à atividade física, alimentação saudável, prevenção do câncer, das doenças sexualmente transmissíveis, da osteoporose, da hipertensão, da diabetes, do tabagismo e da obesidade. A saúde do idoso é outra área de atenção com grande destaque. Resultados dos programas: monitoramento da ANS já indicam diminuição da exposição a fatores de risco, como inatividade física, alimentação inadequada e tabagismo; a adoção de hábitos saudáveis além do aumento de exames preventivos. Também foi verificada redução em taxas de internação por doenças crônicas e retorno financeiro comprovado do investimento feito pelas operadoras nos programas. 43 Cuidados pessoais e gerenciamento de doenças crônicas O crescimento de programas de prevenção e promoção à saúde tem com foco reduzir custos (ex. hospitalares) tanto do governo quanto das operadoras de planos e seguros. Minha Vida A oferta pública tem se concentrado em ações de promoção à saúde (ie.: Academia da Saúde; Programa Saúde na Escola, foco em obesidade; tabagismo e álcool). No entanto, ainda não se conhece o seu efetivo alcance. • Maior portal de saúde e bem-estar com 8 milhões de usuários mensais. • Faturamento é obtido pela venda de publicidade e de assinaturas do programa de emagrecimento saudável Dieta e Saúde. Das 1,2 mil operadoras de saúde, a ANS registrou 600 programas de prevenção em 2011. Além das operadoras, portais web de saúde e prestadores de serviços de saúde (consultorias) também têm atuado neste segmento. • Recebeu aporte de R$ 18 milhões da Intel Capital em abril de 2012. Ademais, a maior expectativa de vida e a maior incidência de doenças crônicas, também têm servido como alerta para a população buscar orientação preventiva de modo a melhorar sua qualidade de vida. Diante deste cenário, o segmento de serviços preventivos e de gerenciamento de crônicos devem ganhar importância nos próximos anos. Segmento: Website que oferecem informações sobre nutrição e atividades físicas visando a melhora da qualidade de vida da população. AxisMed Segmento: Acompanhamento de crônicos e usuários de medicamentos Presença Geográfica: Nacional • Empresa de gestão preventiva e de doentes crônicos para planos, médicos e farmacêuticas. 44 Análise de oportunidades: 6. Atendimento domiciliar Atendimento domiciliar Interne Segmento: Atendimento médico domiciliar • Presença Geográfica: Recife • Os serviços são diretamente contratados pelo paciente, ou oferecidos através de serviços públicos e operadoras de planos de saúde. Procare Segmento: Acompanhamento de crônicos e usuários de medicamentos e saúde domiciliar Presença Geográfica: São Paulo e Rio de Janeiro • Foco em doentes e serviços para planos de saúde e seguradoras. Oportunidade em B2G Programa “Melhor em Casa” lançado em novembro de 2011 com o objetivo de ampliar o atendimento domiciliar do SUS. O desenvolvimento desta prática no Brasil, pode abrir possibilidades de futuras parcerias entre o governo e as empresas do segmento. Oportunidade em B2B/ B2C é mais desafiadora Tendo em conta que a atual oferta de empresas deste segmento atende principalmente planos de saúde e contratos privados, a viabilização econômica para atender a base da pirâmide a custos populares converte-se em um desafio, dada a necessidade de investimentos na infraestrutura mínima que o atendimento domiciliar exige, de acordo com 46 regulação da ANVISA. Análise de oportunidades: 7. Acesso a consultas e medicamentos Acesso a consultas médicas Dr. Consulta Região: São Paulo, Capital Segmento: Clínicas Populares • Oferta de consultas médicas a preços populares. • Também oferece alguns exames diagnósticos e de prevenção a preços acessíveis. IME – Clínica Cidadã Região: Uberlândia, MG Segmento: Clínicas Populares • Empreendedora com forte idealismo. • Oferece consultas em diversas especialidades a um custo único Clínica Sim Região: Fortaleza, CE Segmento: Clínicas Populares • Oferece consultas médicas e serviços odontológicos. • Alguns exames mais comuns e procedimentos como gesso e cauterização também estão disponíveis. SuperClínica Região: São Luís, MA Segmento: Clínicas Populares • Além das consultas, oferta significativa quantidade de exames e procedimentos. • Oferece serviços odontológicos. Oportunidade em B2G não é clara A atuação dessas clínicas populares em complementaridade ao SUS não é economicamente interessante para elas, uma vez que o pagamento do SUS por consultas com médicos especialistas é muito inferior (R$ 10,00) ao valor médio cobrado (R$ 40 a R$ 60) por estes estabelecimentos. 48 Acesso a medicamentos As oportunidades estão principalmente no acesso à informação. Pode haver também oportunidades em gestão de descontos para medicamentos. Consulta Remédios Descrição: Site realiza buscas e comparações de preços da maioria dos medicamentos disponíveis no mercado. O cadastro das farmácias é gratuito e não há vinculação com as empresas anunciantes. Baixo diferencial competitivo: Este tipo de site possui diversos concorrentes que oferecem o tipo de serviço semelhantes Sócio Farma Descrição: Site de venda de Medicamentos com desconto Abrangência: Nacional • Site ainda pré-operacional, vinculado ao Consulta Remédios. • Promessa de venda de medicamentos com preços baixos, mas ainda não está claro qual será o modelo do negócio. Vida Link Descrição: empresa líder de mercado em gestão de benefícios de medicamentos Abrangência: Nacional • Administra rede de farmácias conveniadas que ofertam descontos aos associados. Administração feita por software próprio. • Empresas e planos vinculam seus clientes à Vida Link para garantir acesso de seu público aos descontos. Saútil Descrição: Buscador projetado para a população encontrar informações sobre serviços públicos de saúde, incluindo medicamentos. Abrangência: Nacional • O usuário pode, por meio da web, consultar os postos de saúde existentes na cidade e de distribuição de remédios gratuitos. 49 Análise de oportunidades: 8. Acesso a exames diagnósticos Exames Diagnósticos • Longa espera no SUS e baixo custo de alguns exames criam nicho para laboratórios privados; • Escala para comprimir custos e centros de coleta de fácil acesso são base deste modelo; • Os exames de alto custo e complexidade permanecem desassistidos. Exceção: Projeto Centro de Integração Educação e Saúde, que mantem carreta móvel para este tipo de exames. É reembolsado pelo SUS e doações privadas, mas modelos atual é sem fim de lucro. • Grandes players do setor com divisão popular: Memorial Saúde, Maiolino, Bronstein, Lavoisier (DASA), Biofast, NASA. 51 Exames Diagnósticos Laboratórios populares Projeto CIES Descrição: Laboratórios têm ofertado exames a preços populares, incluindo a opção de pagamento parcelado. Descrição: Iniciativas geralmente realizadas em parcerias com secretarias de saúde municipal / estadual , associações médicas e hospitais filantrópicos para oferecer exames preventivos e procedimentos cirúrgicos simples para a população de forma gratuita. Tendências de mercado: Com o objetivo de aumentar participação de mercado entre as classes CDE, as duas principais redes de laboratórios (DASA e Fleury) estão investindo em duas frentes: prestação de serviços para quem não tem plano de saúde e contratos com hospitais públicos através de licitações. Estratégia adotada com órgãos públicos: empresa monta operação dentro de hospitais públicos ou em suas unidades e entrega os exames nos prazos fixados em contrato. Financiamento dessas iniciativas: No caso do Projeto CIES, além do pagamento dos procedimentos pela tabela SUS, o projeto também recebe patrocínio e doações para se viabilizar economicamente. Empresas que desenvolvem kits de diagnóstico de baixo custo (doenças negligenciadas, doenças autoimunes, câncer, diabetes) Oportunidade com SUS: governo tem interesse em novos exames e kits diagnósticos, portáteis e de baixo custo, especialmente para “doenças negligenciadas” (doenças tropicais de alta prevalência na base da pirâmide e baixo investimento em pesquisa de novos tratamentos, tais como dengue, hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas). 52 Análise de oportunidades: 9. Saúde Bucal Saúde Bucal Apesar do Programa Brasil Sorridente ter apresentado avanços em relação à oferta de serviços odontológicos (centros de especialidades, hospitalar; ações de prevenção nas escolas), a cobertura de acesso a serviço público permanece insuficiente, principalmente para adultos. No SUS, falta estrutura de atendimento para saúde bucal. Na última década, população coberta por planos odontológicos aumentou quase 6 vezes, mas o percentual de cobertura de planos ainda é baixo (SP – 17%; RJ – 18%; MG – 8% e PE – 9%). O tratamento particular ainda é caro. A atuação de clínicas populares em complementaridade ao SUS não é economicamente interessante para elas, uma vez que o pagamento do SUS por consultas com médicos especialistas é muito inferior (R$ 10,00) ao valor médio cobrado (R$ 40 a R$ 60) por estes estabelecimentos. Por tudo isso, existem oportunidades para clínicas de Sorridents • • • Fundada em 1995, é a maior rede de clínicas odontológicas da América Latina Possui mais de 180 unidades em 14 estados brasileiros Já atendeu a mais de 1,3 milhões de clientes no Brasil Clínica SIM Região: Fortaleza, CE Segmento: Clínicas Populares • Além das consultas médicas, também oferece serviços odontológicos. boa qualidade e custo acessível. 54 Análise de oportunidades: 10. Procedimentos hospitalares Procedimentos Médico-Hospitalares Oportunidade B2C / B2G Segmento: Procedimentos Médicos Presença Geográfica: Potencial para todo país • Modelo de convênio com o SUS para procedimentos médicos ( no modelo Nefrocare) que pode ser replicado para diversas áreas. • Outras áreas de cuidado com a saúde como fisioterapia, nutrição e psicologia podem seguir o mesmo modelo. Nefrocare Segmento: Procedimentos Médicos Presença Geográfica: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia • Rede de 10 clínicas de diálise independente do Brasil eu já contabiliza 2000 pacientes atendidos • O número de novos pacientes cresce 9% ao ano. Dos 150 mil brasileiros que precisam fazer hemodiálise, estima-se que apenas 90 mil estão em tratamento. • No Brasil, o SUS custeia quase 90% dos pacientes, o que equivale a 10% do orçamento do Ministério da Saúde, mas, devido à forte demanda, faltam recursos e o reembolso real do SUS é cada vez mais negativo. Por esses motivos, o setor vive em crise. • Planos de expansão, por meio crescimento próprio, parcerias com o governo e aquisição de outras clínicas 56 Análise de oportunidades: 11. Transportes e serviços de emergência Transporte e Serviços de Emergência O SAMU é o grande programa do SUS para serviços de ambulância. Porém, ainda não é um serviço totalmente eficiente e universalizado. É possível enxergar oportunidades em sistemas de controle de ambulância. Há também empresas que já prestam serviços de ambulância com preços acessíveis para classe C. Mas existem desafios: • Articular com hospitais públicos • Baixa propensão de pessoas das classes CDE pagarem pelo serviço, sem associá-lo a outros benefícios ou serviços (i.e. plano de saúde) SOS Ambulâncias Segmento: Translado, emergências médicas e domiciliares Presença Geográfica: SP • Concentra-se no serviço de ambulâncias. • Apresenta uma enquete no site, questionando interesse pelo serviço de serviço de ambulância 24 horas por R$ 20,00 ao mês. Poderia ser um primeiro canal para acesso direto das classes CDE ao serviço. GolSat Segmento: Controle de frotas , inclusive de ambulâncias Presença Geográfica: Nacional • Oferece serviço de gerenciamento de frotas, inclusive de ambulâncias; • Possui parcerias com empresas de telefonia celular e sites de geolocalização; • Serviço pode ser ofertado para outras empresas de ambulâncias, planos e seguradoras e governo. 58 Estudo sobre oportunidades de negócios de saúde para a população de baixa renda no Brasil Para mais informações: Vivianne Naigeborin Potencia Ventures, Strategic Advisor Email: [email protected]