introdução à leitura poética do mapa astral

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INTRODUÇÃOÀLEITURAPOÉTICADOMAPAASTRAL
porJuliaFrancisca
JOGODEESCUTAEPRODUÇÃODESENTIDO
O mapa astral de uma pessoa é um desenho do céu do momento de seu
nascimento. Naquele dia, naquela hora, esta era a configuração dos astros. No
entanto,esteéummapadeumapessoaviva,deumavidaqueestáemaberto;
indeterminada, em constante movimento. Assim este mapa também está vivo,
tambémestáemfluxo.
Não há uma leitura à priori, nem verdades a serem reveladas. Não há
características determinadas ou tendências, nem qualidades e defeitos. A
cartografia deste mapa só pode ser feita no encontro, a partir da escuta das
questõesqueapessoatraz,daquiloqueaatravessanessemomento.
Aleituraentãoéumjogo,umadesculpa,umpretextoparaabriresta.Omapaé
ponto de partida, não de chegada. Até posso contar as cartografias já feitas,
movimento dos signos que já foram mapeados e observados. Mas e os
movimentos inéditos que estão por surgir? E as forças singulares que ainda não
encontrarampassagem?Contarsobreoquejáfoivistoemapeadosótêmvalor
sepuderabrirsentidoparaoqueestáseabrindonaquelemomentoparaaquela
pessoa.
A leitura é um exercício de produção de sentido. Partimos das imagens e
desenhos desse mapa em busca de ressonâncias na experiência viva de cada
pessoa. Nessa brincadeira imagética é como se pudéssemos chacoalhar esse
mapa e fazer as imagens proliferar, jogar uma pedra no lago do mapa e
acompanharasreverberações,veratéondenostoca.
Depois de falar de um signo ou de um planeta vem sempre a pergunta: que
sentido isso faz pra você? Só faz sentido se fizer sentido. Se não abrir, se não
ressoar, pode jogar fora ou então deixe cozinhar para que em outro momento
estasimagensreapareçam.
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DESLOCAMENTOS,DIFERENTESPAISAGENSEPERSPECTIVAS
Muitos tempos nos atravessam, a Astrologia é uma prática que escuta esses
atravessamentos. Nesse jogo da leitura do mapa tentamos fazer um
deslocamento. O eu-indivíduo não é mais o centro de referência, nem origem e
fimdesuaprópriavida-comseussucessos,culpas,méritosefracassospessoais.
Estavidasingularéumacosturadeforçastemporais,este‘eu’étravessia.
Há movimentos da vida que passam por nós, como os movimentos do Sol e da
Luanocéu,asmudançasdeestaçãoetambémcometasinesperados,explosões
estelares.Ograndeexercícioésevernestapassagem:nemestamossubmetidos
a um destino escrito previamente - forças exteriores agindo sobre nós, nem
somososdonosegóicosdoqueacontece,traçandonossocaminhopelaforçada
vontade,semescutadodesconhecido.
O carbono do nosso corpo pode ser o mesmo carbono produzido na primeira
explosãodoUniverso,nascemosdeumtempocósmicoetambémdeumtempo
histórico,coletivo,político,geracional.Aomesmotempo,nóssomosumevento
inédito, sem reprise possível mesmo em bilhões e bilhões de anos. Como
encontrar uma existência singular diante do tempo do cosmos? Como compor
comoselementosqueavidanosdá?Épossívelumaaçãoreceptiva?Umrecebercriar?
Aquinãoháaideiadeinfluência,nemdecausaeefeito,nãoháumgrandeLáfora agindo sobre um pequeno aqui-dentro. O Lá-fora está aqui-dentro, somos
também constelações e multiversos em nascimento. Os tempos são paralelos,
fazemospartedomovimentodavidaeassimsomostocadosporforçasqueestão
alémdaexistênciaindividual;originárias,anterioreseposterioresacadapessoa.
POÉTICASSINGULARES
Então fica a pergunta: como partir das histórias já contadas - das imagens,
elementos, animais, cores, mitos e sonhos que aparecem no mapa astral - para
encontrar novas histórias, literaturas e leituras sobre a vida singular? Nesta
proliferaçãodeimagensecontos,encontrarimagenspróprias,contareescrever
suaprópriahistória...
Por isso uma Astrologia poética: criar imagens a partir da escuta da vida que
pulsa em nós, encontrar novas narrativas e dizeres para nossa passagem aqui.
Sair das ‘profecias estelares’, da repetição do mesmo, para acompanhar e
cartografarumapoéticasingularquepedepassagem.
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