Fundo Monetário Internacional (FMI) Guia de Estudos Iago Ricardo Affonso João Pedro Lang Lia Oliveira Rodolfo Girade Sílvia Gehlen 1. Mandato do FMI O Fundo Monetário Internacional (FMI) é responsável por promover a estabilidade macroeconômica internacional, de modo a estimular a cooperação e coordenação das políticas fiscal e monetária dos países, criando um ambiente econômico internacional que facilite a prosperidade e progresso das nações (FMI, [2014]). De acordo com seu convênio constitutivo, compete ao FMI ([2014]): 1) Promover a cooperação monetária internacional. 2) Facilitar a expansão e equilíbrio do comércio internacional. 3) Promover a estabilidade cambial e, portanto, evitar as políticas de desvalorização cambial competitiva, conhecidas como beggar-thy-neighbour (tradução livre: empobrecer o vizinho). 4) Acompanhar o estabelecimento de um sistema de pagamentos multilateral, eliminando restrições ao comércio exterior. 5) Prover temporariamente os recursos do fundo a países membros, com o intuito de possibilitar a correção de desequilíbrios nos respectivos balanços de pagamentos, de forma a evitar medidas que venham a ser destrutivas para a prosperidade nacional e internacional. 6) Reduzir desequilíbrios fiscais e monetários dos países membros. Dentre as atribuições acima definidas, a que tornou o FMI mais notório é a de prover recursos do fundo para corrigir desequilíbrios em economias que se encontram em crise na balança de pagamentos. Para esse propósito, o Fundo atualmente dispõe de US$ 360 bilhões em quotas e outros aproximadamente US$ 1 trilhão em recursos comprometidos ao fundo, segundo a própria instituição. Desses valores, US$ 233 bilhões foram emprestados a países em crise. A maior parte dos valores cedidos em empréstimos atualmente está sobre a posse de Grécia, Portugal e Irlanda. Segundo o Fundo, os empréstimos do FMI proporcionam um “amortecedor” que facilita a adoção de reformas estruturais necessárias para o ajuste da balança de pagamentos, de forma a permitir a recuperação das condições para o crescimento econômico sustentado (FMI, [2014]). Cabe ressaltar que, ao decorrer do tempo, o FMI assumiu um papel muito diferente do pretendido por seus principais idealizadores. Segundo Mahbub ul Haq (1994 , p. 409): Keynes propôs um Fundo igual a metade das importações mundiais, de modo que ele pudesse exercer maior influência no sistema monetário global. Até a proposta mais conservadora de White sugeria os fundos de reserva equivalendo 1/6 das importações mundiais. Na prática, o FMI controla uma liquidez equivalente a apenas 2% das importações mundiais. Ainda segundo ul Haq (1994), Keynes almejava o FMI como um Banco Central global, com sua própria moeda de reserva. Em 1969, o FMI criou os Direitos Especiais de Saque (DES) que correspondem a 3% da liquidez mundial, uma mera sombra do domínio do dólar sobre a economia mundial. Assim, os EUA continuam sendo informalmente o Banco Central do mundo. Nas palavras de ul Haq (1994, p. 410), “[n]ão surpreendentemente, os mercados financeiros globais prendem a respiração para ouvir as palavras do presidente do Federal Reserve [Banco Central americano], não para as do Diretor Executivo do FMI”. A terceira diferença notada pelo autor é que Keynes via superávits na balança de pagamentos como um vício e déficits como uma virtude, visto que, na visão de Keynes, déficits sustentavam a demanda agregada global e criavam mais empregos. Assim, Keynes defendia multas para penalizar países com grandes superávits. Nos dias atuais, conforme ul Haq (1994, p. 410), “ocorre justamente o contrário: nações deficitárias, particularmente as subdesenvolvidas, sofrem uma pressão tremenda por ajustes reais. Não há similar pressão por ajuste nas nações superavitárias”. Por fim, outra diferença notória é a que um dos pilares do sistema Bretton Woods seria as taxas de câmbio fixas. Esse sistema colapsou quando o dólar deixou de ser lastreado em ouro e a adoção de taxas de câmbio flexíveis. Isso acabou tornado o mercado de câmbio muito mais volátil, o que a princípio aumenta significativamente o “risco cambial” para empresas que realizam comércio exterior. Conclui-se, portanto, que atualmente o FMI possui um poder de governança global limitado, em especial com relação às grandes economias. Sua influência se dá principalmente por ser um fórum de deliberação multilateral que conta com a presença dos países mais influentes do mundo, por dispor de um corpo técnico com alguns dos economistas mais renomados e por países subdesenvolvidos em crise acabarem apresentando grande dependência dos empréstimos do Fundo. 2. Histórico do FMI A criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), conjuntamente conhecidos como sistema Bretton Woods, ocorreu a partir do Convênio Constitutivo adotado na Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, realizada em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, em julho de 1944. O alinhamento das nações quanto à necessidade de instituições e regras para regular a política econômica internacional emergiu dos efeitos da crise de 1929, quando a atividade econômica sofreu grande colapso. Em resposta, os governos de vários países adotaram políticas econômicas protecionistas, aumentando tarifas de importação e promovendo desvalorizações cambiais. Essas políticas, também chamadas de beggar-thy-neighbour promoviam ganhos de curto prazo, mas acabaram por colapsar o comércio internacional, minando o crescimento de médio e longo prazo, em última instância fazendo com que a Grande Depressão perdurasse por mais tempo. Vários políticos e economistas, em especial Harry White e John Maynard Keynes, ao identificarem a falta de coordenação entre as políticas monetárias dos países como um dos principais fatores que levaram ao prolongamento da crise, começaram idealizaram instituições que seriam capazes de sustentar a restauração da estabilidade monetária internacional (FMI, 2013c). Além do FMI e do BM, destacam-se a instituição do padrão ouro-dólar e, posteriormente, em 1947 o Acordo Geral de Tarifas e Comércio, predecessor da Organização Mundial do Comércio. Nessa nova configuração do sistema monetário internacional, a partir de 1946 foi estabelecido o padrão dólar-ouro, em que todos os países fixariam suas moedas como equivalentes a uma quantia de dólar, este que por sua vez teria lastro em ouro. Assim, o governo americano garantia a convertibilidade dólarouro, na proporção de 35 dólares equivalendo a uma onça (31,1 g) de ouro e os demais países garantiam a convertibilidade de sua moeda para o dólar na taxa de câmbio praticada, garantindo certa estabilidade inflacionária em âmbito mundial (ARAÚJO JÚNIOR, 2014). Ainda que hipoteticamente o governo americano devesse possuir uma reserva em ouro equivalente ao total de sua emissão de dólares, persistentes déficits na balança de pagamentos e desequilíbrios orçamentários (causados por excessivos gastos internos com o programa Great Society, e externos com a corrida armamentista e a guerra do Vietnã) levaram o governo americano a emitir mais dólares do que o valor correspondente ao de suas reserva de ouro, ou seja, dólar sem lastro real. Dada a insustentabilidade dessa política, em 15 de agosto de 1971 o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon decidiu por fim ao padrão ourodólar, decisão que posteriormente seria ratificada pelo FMI no ano de 1973 (FMI, 2013c). A partir de então passou a vigorar o sistema de moeda fiduciária, ou seja o dólar não teria lastro em nenhum metal ou bem tangível. A aceitação da moeda decorreria da confiança dos usuários de que o Tesouro Americano iria resguardar o poder de compra da moeda, em outras palavras, manter a inflação baixa. No âmbito monetário internacional, passou a vigorar o sistema de câmbio flutuante, em que o valor de uma moeda corresponde ao ponto de equilíbrio entre a oferta e demanda por essa moeda, precificado em dólar. Na década de 1970, o FMI teve um papel importante fornecendo empréstimo aos países importadores de petróleo, de modo a suavizar os efeitos inflacionários dos choques do petróleo. Nos anos 1980 em diante, o FMI se consolidou como “emprestador de última instância” para vários países em desenvolvimento, fornecendo crédito a esses países quando em graves desequilíbrios em suas balanças de pagamentos, condicionando o empréstimo à adoção de várias recomendações do FMI visando reestruturar a economia desses países no intuito de sanar os desequilíbrios enfrentados (FMI, 2013c). Após a queda do muro de Berlim, o Fundo desempenhou papel central na transição das economias do antigo bloco soviético para economias de mercado, prestando suporte técnico, recomendações e apoio financeiro aos governos destes países. Ao final da década de 1990, a maioria das economias do Leste Europeu havia realizado com sucesso a conversão para a economia de mercado (FMI, 2013c). 3. Posicionamento de blocos Nesta seção, exporemos o posicionamento dos países que estarão presentes na conferência do Fundo Monetário Internacional sobre paraísos fiscai, separados em blocos por continente. 3.1. África A África possuía 1,1 bilhão de habitantes em 2013, e a maior taxa de crescimento demográfico continental: 2,3% ao ano. A África também é o continente menos desenvolvido do planeta, mas tem apresentado um crescimento médio anual do seu PIB de 5%, desde 2000. Boa parte desse desempenho deve-se à exploração de minérios e petróleo e à elevação do preço dessas commodities no mercado internacional. O interesse estratégico nessas matérias primas levou a China a intensificar os investimentos no continente, tornando-se o principal parceiro comercial da África. Por possuírem um sistema fiscal não tão bem estruturado, por vezes vários desses países sofrem com a evasão fiscal, enquanto outros se tornam alvo para investidores que buscam isenções fiscais e pouca transparência financeira (CIA, 2014). A África do Sul é a mais forte economia do continente africano, tendo um crescimento econômico surpreendente nas duas últimas décadas. E, ainda que com o vigésimo oitavo maior produto nacional bruto (PNB) do mundo (CIA, 2014), o alto desemprego e a desigualdade social ainda são bastante evidentes. Desde a crise mundial de 2008, a África do Sul sofre com déficits fiscais, que por serem facilmente financiados, ocasionam em vulnerabilidades. Isso se deve à baixa elevação na taxa de juros, responsável pela atração de capital para o país. A África do Sul, juntamente com os demais países do continente africano, tem se esforçado para melhor estruturar o seu sistema financeiro, principalmente no que tange a proporcionar maior transparência. Botsuana é um país conhecido por suas jazidas de níquel e cobre, além de ser o maior produtor mundial de diamantes. Depois de dois anos consecutivos de forte desenvolvimento econômico pós-crise, a taxa de crescimento da produção do país caiu, de cerca de 6% em 2011, para cerca de 4% em 2012. Essa desaceleração foi impulsionada pelo declínio no crescimento do setor de mineração, devido à demanda global moderada para os diamantes (FMI, 2013f). O país tem procurado diversificar a sua economia, reduzir seus gastos públicos, capacitar o setor privado e fomentar fontes alternativas de receita governamental. Considerada como exemplo de estabilidade política no continente, Botsuana é a nação africana mais bem colocada no ranking de corrupção da ONG Transparência Internacional. O país preza pela transparência financeira, mas também fornece incentivos fiscais. 3.2. América do Norte A América do Norte é composta por três países com PIBs trilionários, importantes reservas de matérias-primas e o principal mercado consumidor do planeta. Os três países atraem uma grande parcela dos recursos mundiais e seus mercados financeiros têm grande importância para suas economias. No entanto, como possuem um nível elevado de tributação e regulações para as operações financeiras, grandes montantes de capital acabam sendo transferidos para regiões com menor tributação. Assim, os países dessa região atuam na luta contra a evasão fiscal, buscando manter esses recursos em seus territórios para reduzir as perdas de receita e gerar investimentos. Essa atuação tem se dado, especialmente, através da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do G-8 e do G-20. O Canadá possui uma economia bastante diversificada e desenvolvida, que alia a venda de produtos primários de suas grandes reservas naturais à produção de bens tecnológicos com alto valor agregado (CIA, 2014). O país é membro da OCDE desde 1961 e tem seguido as recomendações da organização no tocante aos paraísos fiscais. O governo canadense faz parte do G-8, grupo que também tem se focado no controle da evasão fiscal e na busca por maior transparência bancária. De acordo com pesquisas da Tax Justice Network, o Canadá deixa de receber 81 bilhões de dólares devido à evasão fiscal, o que corresponde a 50% dos gastos governamentais com saúde (HUGE COST, s.d.). Assim, uma das prioridades do governo tem sido o combate aos paraísos fiscais, utilizando-se especialmente de acordos com esses países, bem como da cooperação com empresas para a identificação de contas no exterior (GREENWOOD, 2013). Os Estados Unidos da América, detentores do maior PIB do globo, são também o país que mais perde receitas devido à existência de paraísos fiscais (CIA, 2014). São $337 bilhões perdidos anualmente em receita com uma economia escondida estimada em $1,2 trilhões. Como forma de combater o processo da evasão fiscal e reduzir as perdas de receitas, o governo americano optou por atuar junto a OCDE com os demais países desenvolvidos e com maior nível de tributação, como Alemanha e Canadá (THE COST, 2011). Além disso, os EUA fecharam acordos com diversos paraísos fiscais, a exemplo da Suíça, para que haja um maior compartilhamento de dados bancários entre os países e para que haja punições aos bancos que facilitarem o processo de evasão fiscal de cidadãos norte-americanos (WEIRDIGIER, 2013). O México possui uma economia de mercado com tamanho relevante e que inclui uma mistura de setores agrícolas e industriais modernos e ultrapassados. Faz parte da OCDE desde 1994 e também luta contra os efeitos causados pelos paraísos fiscais (CIA, 2014). Estima-se que o México deixe de receber $25 bilhões de dólares devido à evasão fiscal. Esse valor corresponde a 42% dos gastos com saúde e estima-se que gera externalidades negativas para a população mexicana. Assim, o governo do México atua contra os paraísos fiscais no nível da OCDE, analogamente ao Canadá e aos Estados Unidos da América (THE COST, 2011). 3.3. América Central e Caribe A América Central e a região caribenha formam a área com o maior número de paraísos fiscais e OFCs do planeta (CHARDON, 2014). De acordo com o FMI (2000), vinte países e dependências dessa região recebem essa classificação, o que corresponde a um terço das sessenta jurisdições classificadas de tal maneira. Esse alto número é explicado, especialmente, pela proximidade geográfica com os EUA e também pelos fortes laços mantidos entre essas jurisdições e os países europeus que as colonizaram ou ainda as mantém como dependências. As Bahamas são um país independente formado por, aproximadamente, 700 ilhas e localizado próximo a à costa da Flórida nos Estados Unidos. Sua economia é baseada no turismo (60% do PIB) e nos serviços financeiros (36% do PIB), sendo esse último setor voltado para operações internacionais e depósitos de não residentes (CIA, 2014). Devido à forte presença de capital internacional e à ausência de tributos sobre ganhos de capital, fortunas, heranças, pessoas jurídicas e renda pessoal, muitas instituições, como a OCDE, o FMI e o Financial Stability Forum consideram, ou já consideraram, esse país como um paraíso fiscal (WOOLSEY; EAVES, 2014). Barbados é o país mais rico e desenvolvido da parte leste do Caribe. O turismo é responsável por 25% do PIB e os serviços financeiros internacionais têm relevante importância, sendo beneficiado por possuir o mesmo fuso horário que importantes centros financeiros dos EUA, como Nova Iorque (CIA, 2014). O país não possui impostos sobre doações, heranças ou imóveis e mantém um sistema de deduções fiscais que beneficia indivíduos e empresas que possuam investimentos em fundos de investimentos ou recebam royalties no país. Assim como Bahamas, Barbados também é considerado um paraíso fiscal pelas principais organizações internacionais e mantém forte sigilo sobre as operações ocorridas em seu território (LOWTAX, 2014a). O Panamá possui um setor de serviços bastante desenvolvido, principalmente, nos negócios bancários, logísticos, de seguros e de registro de embarcações (CIA, 2014). Em 2000, o país entrou para a lista de paraísos fiscais da OCDE e chegou a sofrer ameaças de sanções por parte do G8. No ano seguinte, o país foi retirado da lista por assinar diversos acordos de cooperação financeira com outros países (LOWTAX, 2014g). Nos últimos anos, o Panamá tem tido uma postura ambígua no que diz respeito ao seu sistema tributário. Apesar de o país ter aumentado sua capacidade de fiscalização e o seu grau de transparência bancária, ele também tem reduzido seus impostos para empresas e renda pessoal (LOWTAX, 2014f). Além disso, o governo panamenho mantém um sistema que só tributa os ganhos obtidos em operações realizadas no país, isentando os lucros alcançados no exterior e favorecendo, especialmente, a entrada de capitais advindos de operações irregulares nos demais países. O Panamá é considerado um paraíso fiscal que implementou substancialmente as modificações solicitadas pela OCDE (LOWTAX, 2014g). 3.4. América do Sul A América do Sul é uma região rica em recursos naturais, mas que sofre de graves problemas sociais e políticos, como a desigualdade de renda, a pobreza, a corrupção, entre outros. A maior parte dos países possui nível médio de desenvolvimento e tem ganhado cada vez mais importância no cenário internacional, com destaque para o Brasil. Os países do subcontinente possuem, em sua maioria, elevado nível de tributação, o que aliado à corrupção dos agentes públicos permite a evasão fiscal e o desvio de recursos públicos para paraísos fiscais. Dessa forma, esses países buscam maior transparência bancária dos territórios com baixo nível de tributação, como forma de impedir transferências ilegais, aumentar suas receitas e garantir melhores serviços públicos para suas populações (RAFFERTY, 2010). A Argentina possui uma economia com nível médio de diversificação, grandes riquezas naturais, um relevante setor agrícola exportador e uma população com altos índices de escolaridade (CIA, 2014). No que diz respeito à evasão fiscal e aos paraísos fiscais, acredita-se que a Argentina perca $24 bilhões anuais por conta dos recursos escondidos por seus cidadãos e empresas (THE COST, 2011). Uma parte relevante desse valor tem como destino o Uruguai ($4,5 bilhões), país vizinho que garante maior sigilo financeiro. Na luta contra a evasão, esses dois países chegaram a trocar acusações, mas optaram por um acordo de compartilhamento de informações fiscais e fim da bitributação (ARGENTINA OFFICIALLY..., 2011). O Brasil é o maior país da América do Sul e também a maior economia dessa região. Apresenta um desenvolvido setor agrícola, além de importantes reservas minerais, relevante setor de serviços e diversificado setor industrial (CIA, 2014). Avalia-se que o país sofre a segunda maior perda de receitas com evasão fiscal do globo. Em termos absolutos, o governo brasileiro deixa de receber $280 bilhões e possui uma economia não declarada de mais de $800 bilhões (THE COST, 2011). Como forma de combater a evasão, o governo brasileiro possui uma lista com mais de 60 países considerados regimes fiscais privilegiados e estipula controles e análises mais rígidas para as operações financeiras que tenham esses territórios como destino (BRASIL, 2010). Além disso, atua no G-20 e demais órgãos econômicos demandando o fim dos paraísos fiscais, juntamente com outros países em desenvolvimento. O Chile está localizado no sudoeste da América do Sul e possui uma economia bastante internacionalizada, com relevante quantidade de trocas comerciais e financeiras com os demais países. Sua reputação internacional é muito boa e é visto como uma das economias mais confiáveis da América do Sul, sendo a única desse continente a fazer parte da OCDE (CIA, 2014). O Chile tem adotado maior nível de tributação para suas empresas, como forma de garantir recursos para a educação, e tem aproximado o seu sistema tributário do padrão internacional estabelecido pela OCDE. O país segue as normas estabelecidas por essa organização em relação aos paraísos fiscais e implantou medidas mais rígidas de controle e tributação de transferências indiretas de recursos financeiros (CHILEAN CONGRESS..., 2013). Tradicional aliada dos EUA na América do Sul, a Colômbia possui uma economia consistente e uma agressiva política de promoção comercial (CIA, 2014). Como forma de reduzir a evasão fiscal, o país adotou uma lista de paraísos fiscais e estipulou uma taxação de 33% do valor transferido por companhias e indivíduos da Colômbia para qualquer uma das jurisdições inclusas na lista. Estimativas apontam que $10,6 bilhões deixam de ser arrecadados todos os anos pelo governo devido à evasão fiscal e ao desvio de recursos para paraíso fiscais (ECONOMY WATCH, 2013). O Uruguai é um pequeno país da América do Sul que tem um alto nível de qualificação de seus trabalhadores e uma economia de livre-mercado liderada pelo setor agrícola-exportador (CIA, 2014). O país possui uma importante história de defesa dos seus cidadãos no que diz respeito ao sigilo bancário e a privacidade. Ao mesmo tempo, o Uruguai apresenta baixo nível de tributação e ausência de controles de capitais, sendo que a maior parte dos depósitos de seus bancos é feita em dólares. Ainda assim, o país não é considerado como paraíso fiscal pela OCDE e adotou o artigo 26 dessa organização, o que garante troca de informações com outros países caso seja comprovada evasão ou fraude fiscal (BAUMAN, 2011). A Venezuela passa por um momento de provação das políticas postas em prática pelo falecido presidente, Hugo Chávez. Sua economia se mantém dependente das exportações de petróleo que correspondem a 95% das exportações e faltam produtos básicos (CIA, 2014). Desde 2010, o órgão supervisor do sistema financeiro venezuelano decidiu proibir as transações com países ou jurisdições consideradas paraísos fiscais. O regulador informou que essa atitude foi tomada para mitigar os riscos financeiros, afastar o país de possíveis cenários de instabilidade e reduzir os efeitos da evasão fiscal nas contas públicas (GODFREY, 2010). O país perde aproximadamente $17 bilhões com a evasão fiscal e possui $130 bilhões não declarados (THE COST, 2011). 3.5. Ásia A Ásia é o maior e mais populoso continente, abrigando uma grande diversidade de religiões, idiomas e etnias. O continente apresenta contrastes econômicos extremos, onde a porção mais desenvolvida, que inclui o Japão e parte dos países do Sudeste Asiático, registra renda per capita quase 100 vezes maior que a das regiões mais pobres. O continente é extremamente diversificado, contendo exemplos de paraísos fiscais e países cooperativos. Com o passar dos anos, os princípios de transparência financeira e troca de informações têm obtido resultados positivos em muitos países, mas pouco foi alterado quanto aos estímulos fiscais fornecidos por estes. Serão abordados abaixo os países asiáticos, à exceção do Oriente Médio. Com uma cultura milenar, a China é a nação mais populosa do planeta. Localizada no continente asiático, o país combina, desde a década de 1970, rápida liberalização econômica e a hegemonia produtiva estatal. Na esfera política, o país prossegue com o regime fechado de partido único e inspiração socialista. O país, que detém a segunda maior economia do mundo, tem cooperado com o FMI e com a OCDE para promover troca de informações entre os países no que tange a assuntos fiscais. Em agosto de 2013, a China assinou o Multilateral Convention on Mutual Administrative Assistance in Tax Matters, documento elaborado pela OCDE que foca no combate a evasão fiscal e na sonegação de impostos (OCDE, 2013b). Localizada em uma ilha ao sul da península da Malásia, Cingapura é uma cidade-estado. Importante entreposto comercial e financeiro, a nação proporciona alto padrão de vida aos habitantes. O bom desempenho econômico, com base em serviços bancários e portuários, turismo e indústria de alta tecnologia, o coloca entre os Tigres Asiáticos. Em 2013, o país assinou o Multilateral Convention on Mutual Administrative Assistance in Tax Matters (OCDE, 2013a). O Ministro das Finanças do país, Tharman Shanmugaratnam, comentou a respeito: Assinar o compromisso da Convenção reflete o compromisso que Cingapura tem com a cooperação fiscal com base em normas internacionais, mas normas só funcionam se todos os centros financeiros atuarem juntos. Cingapura Irá trabalhar com nossos parceiros internacionais para alcançar isso, de modo que a Suíça, Luxemburgo, Cingapura, Hong Kong e jurisdições offshore, como os territórios ultramarinos britânicos, trabalhem juntos (OECD, 2013a). A Coreia do Sul surgiu da divisão do antigo território da Coreia, após a Segunda Guerra Mundial, tornando-se um dos Tigres Asiáticos depois de duas décadas de acelerado desenvolvimento econômico. Desde o início da crise financeira de 1997, o governo coreano tem feito esforços para atrair investimentos estrangeiros, abrindo 99,8% das indústrias sul-coreanas para o mercado internacional e fornecendo proteção, incentivos, isenções fiscais e outros benefícios para investidores estrangeiros. Foram também reduzidos os impostos corporativos, um novo sistema foi introduzido para melhor proteger os direitos de propriedade intelectual, aumentou-se o montante máximo de capital estrangeiro que poderia se emprestar, sem a necessidade de informar a transação e outros padrões de relatórios financeiros internacionais foram adotados. Em 2012, o país detinha cerca de 16 bilhões de dólares em investimento estrangeiro no país. Segundo país mais populoso do mundo, a Índia abriga grande diversidade de línguas e culturas. Na década de 1990 a Índia promoveu a liberalização de sua economia, tornando-se referência mundial em tecnologia da informação. Com taxas de crescimento do PIB, o país é apontado como uma das principais economias emergentes, sucesso que pouco se reflete na qualidade de vida da maior parte da população (CIA, 2014). A Índia tem seguido as orientações do FMI e da OCDE e hoje suas práticas estão em conformidade com o padrão internacional para a transparência e troca de informações para efeitos fiscais. O enquadramento jurídico da Índia e sua aplicação prática asseguram informação de propriedade, contábil e bancária, sendo possível acessá-la por meio de uma administração fiscal padronizada. Localizado no extremo leste da Ásia, o Japão é um arquipélago constituído por quatro ilhas principais cuja economia especializa-se na pesca e na exportação de produtos eletrônicos e automóveis, sendo uma das grandes potências econômicas do globo. Já em 1978, O Japão aprovou uma lei que visava impedir as empresas japonesas de diminuir a sua carga tributária por meio de retenção dos lucros. Após várias modificações ao longo dos anos, esta lei é um exemplo de política fiscal, similar ao que ocorre nos Estados Unidos e Reino Unido (CIA, 2014; JAPANESE TAX..., 2010). A Rússia é a nação de maior extensão territorial do mundo, espalhandose pela Europa e Ásia. Após o fim da Guerra Fria, no início da década de 1990, a Rússia procurou redefinir-se no cenário mundial e ao mesmo tempo, solucionar os problemas internos decorrentes da transição para uma economia de mercado, como a proliferação de máfias. Atualmente, o país é a oitava maior economia do planeta (CIA, 2014). A legislação interna do país está em conformidade com os requisitos da OCDE e do Fiscal Action Task Force (FATF). Como uma medida para evitar a evasão fiscal, a Rússia tem assinado acordos bilaterais com jurisdições offshore e de baixa fiscais especiais, a fim de garantir a troca de informações fiscais. Esses acordos estão sendo concluídos cada vez mais frequentemente. O território turco se espalha pelo sudeste da Europa e sudoeste da Ásia. A Turquia é a mais ocidentalizada das nações de maioria muçulmana. O Estado é laico, o país tem uma economia em franca expansão e um papel de destaque no cenário político do Oriente Médio. Desde 2001, a Turquia tem sofrido mais intensamente com a fuga de capital, o que ocasionou em uma busca por um aperfeiçoamento das regulamentações existentes, de modo que reduzisse os problemas de lavagem de dinheiro, da economia informal e, principalmente, da evasão de divisas (CIA, 2014). 3.6. Europa A Europa, continente que, apesar de seu tamanho diminuto, abriga mais de meia centena de países, é o local de nascimento e florescimento da cultura ocidental e também palco histórico de conflitos, como as duas guerras mundiais do século XX. (CIA, 2014). Recentemente, a crise econômica de 2008, seguida pela crise da dívida que atingiu toda a Zona do Euro a partir de 2010, tem tido um impacto significativo nas economias do continente, surgindo problemas de dívida pública, déficit orçamentário, desemprego e baixo crescimento (ou mesmo recessão). O impacto tem sido amenizado com uma lenta, mas eficaz, recuperação recente, que se deve a medidas impopulares (embora necessárias) de austeridade pelo continente (FMI, 2013b). Uma das medidas requeridas pelas políticas de austeridade é o ajuste fiscal, com corte de gastos governamentais e aumento ou manutenção dos impostos. É, portanto, uma tendência que os governos europeus, especialmente os mais afetados pela crise, busquem fontes de arrecadação por meio do combate à evasão e elisão fiscal, havendo um crescente cerco aos paraísos fiscais e economias financeiras offshore (FMI, 2013b). Espera-se, desse modo, que a União Europeia tenha uma posição incisiva em favor do combate aos paraísos fiscais e da harmonização tributária internacional. Ostentando a posição de quinta maior economia do globo, a Alemanha perdeu parcela do dinamismo que tinha recuperado após a crise de 2008, amargando taxas de crescimento abaixo de seu potencial (CIA, 2014). Segundo análise publicada pelo FMI (2013e), o país tem mantido reformas adequadas e tem assumido o papel de âncora europeia de estabilidade externa e interna, a despeito de vulnerabilidades estruturais que persistem no setor financeiro. O governo alemão tem assumido o papel de moldar as reformas da União Europeia, tendo, portanto, grande responsabilidade em manter as políticas fiscais e trabalhistas adequadas, no que tem obtido êxito (OCDE, 2013c). O Chipre é uma ilha mediterrânea próxima à Turquia e à Grécia. O país faz parte da UE e utiliza o euro como sua moeda (CIA, 2014). Não existem tributos para ganhos de capital e nem para o pagamento de dividendos, o que atraiu empresas russas, que passaram a utilizar o país como forma de reduzir os custos com impostos (HAVEN SENT..., 2013). Esperava-se que o Chipre se tornasse um importante OFC até o ano de 2015. No entanto, o país atravessa uma crise causada, principalmente, pela condição da Grécia, já que seus bancos estavam muito expostos aos títulos desse país e não tiveram condições de se manter após as reestruturações da dívida grega (CIA, 2014). A Espanha acumulou importantes desequilíbrios durante o boom que redundou na crise econômica de 2008. Em 2009, o PIB espanhol recuou em 3,7%; após uma breve estabilização em 2010, a economia voltou à recessão em meados de 2011, quando a crise do euro atingiu o país. A Espanha enfrenta, desde então, graves problemas de desemprego, com taxas muito altas, e déficit fiscal. Embora haja um processo de reformas em andamento – reestruturação financeira e consolidação no setor fiscal –, os ajustes estão se provando lentos e difíceis devido a vulnerabilidades estruturais (CIA, 2014; FMI, 2013j; OCDE, 2013k). Recentemente, o governo espanhol reformou o setor financeiro, com novas diretrizes de regulação e supervisão (FMI, 2014). Com o nono maior PIB mundial, a França sofre com problemas de crescimento econômico no longo prazo e déficit orçamentário (CIA, 2014). O governo francês se encontra na linha de frente das iniciativas pela harmonização tributária em nível global e na União Europeia, buscando minimizar distorções entre sistemas tributários. Ainda assim, o país oferece, no plano doméstico, regimes preferenciais e incentivos fiscais para determinados setores da economia (LOWTAX, 2014c). A recomendação da OCDE (2012b) é implementar regulação bancária e financeira “adequadas” para reduzir a vulnerabilidade francesa a eventuais crises financeiras (FMI, 2013d). A Grécia é um país localizado no sudeste da Europa, com uma economia fortemente dependente do setor público (40% do PIB) e com uma renda per capita de apenas dois terços daquela dos principais países europeus. Faz parte da União Europeia e é membro fundador da OCDE (CIA, 2014). Desde 2010, o país passa por uma crise econômica causada pela sua enorme dívida pública e foi obrigado a tomar emprestadas centenas de bilhões de euros do FMI e da União Europeia para evitar o calote. O governo grego culpa os paraísos fiscais e a evasão fiscal como fatores fundamentais para a crise. Estima-se que os gregos tenham movido R$ 52 bilhões para outros países no período de 2010-2012, enquanto os esforços para reduzir a evasão fiscal não têm dado resultado. Assim, o governo grego se esforça em seguir as diretrizes da OCDE com a intenção de dificultar a evasão fiscal e melhorar as contas públicas e a economia (GREECE WOULD..., 2012). A Irlanda é um importante, embora pouco abordado, offshore financial center, concentrando em seu território atividades típicas de paraísos fiscais (STEWART, 2008). A partir dos anos 1990, o país foi o palco de grande crescimento econômico alavancado pelo setor de serviços financeiros, fenômeno que garantiu ao país a alcunha de “tigre celta” (FMI, 2012a). Essa transformação deve-se, em grande parte, à instalação de um regime tributário com impostos corporativos reduzidos (CONEFREY; GERALD, 2011). Se a dependência do setor financeiro atingiu o país fortemente em 2008, seguiu-se, contudo, uma rápida recuperação (FMI, 2012a). Embora seja um centro importante de atividades financeiras, o país sempre procurou se distanciar da alcunha de paraíso fiscal; agora membro da União Europeia, o governo irlandês teve de implementar reformas fiscais para se adequar às normas da organização, mas segue sendo um centro financeiro importante para atividades offshore, com a vantagem de ter acesso privilegiado aos mercados da UE (LOWTAX, 2014d). A economia da Itália se divide entre o norte, desenvolvido e industrial, e a agricultura subsidiada que domina o sul italiano. A terceira maior economia da Zona do Euro, o país se viu em situação vulnerável após a crise do euro, amargando problemas no mercado financeiro, altíssimo déficit público, altos níveis de desemprego (especialmente entre os jovens) e problemas estruturais que limitam o crescimento econômico, tais como evasão fiscal generalizada e inflexibilidade do mercado de trabalho. Contudo, após contínua recessão, a economia italiana tem mostrado, a partir da segunda metade de 2013, sinais de recuperação (CIA, 2014; FMI, 2013g). O pequeno país de Liechtenstein, que não integra a União Europeia, deixou, no século XX, de ser um país agrário para, mediante uma união econômica e monetária com a Suíça, tornar-se um polo de desenvolvimento financeiro e industrial com o segundo maior PIB per capita do globo (CIA, 2014; LOWTAX, 2013). O país possui impostos corporativos reduzidos e abriga diversas empresas offshore, sendo historicamente considerado um paraíso fiscal, tendo entrado na “lista negra” da Financial Action Task Force (FATF) enquanto país não cooperativo (LOWTAX, 2013). Recentemente, pressionado pelo governo alemão, o país tem participado de negociações junto à OCDE, tendo se comprometido a implementar padrões globais de transparência fiscal, no que tem obtido algum progresso. O país assinou 12 acordos bilaterais de compartilhamento de informações financeiras, tendo sido então removido da “lista cinza” da organização (OCDE, 2012a; CIA, 2014; LOWTAX, 2013). A economia de Luxemburgo, anteriormente dominada pela produção de aço, hoje apresenta um setor financeiro hiperdesenvolvido e diversificado, tendo o segundo maior setor bancário da União Europeia, logo após Londres. Trata-se de uma jurisdição com alta renda per capita, altos impostos e poucas áreas de isenção tributária; ainda assim, a alta integração com a UE, de que é membro fundador, e a Zona do Euro faz de Luxemburgo um polo financeiro europeu. Devido à integração a mercados financeiros, o país foi atingido pelas crises econômicas recentes; seu setor financeiro, contudo, permanece robusto (CIA, 2014; FMI, 2012b; LOWTAX, 2014e; OCDE, 2013e). A Noruega, país localizado no norte da Europa, possui uma economia bastante próspera com relevante participação estatal e forte dependência do setor petrolífero (CIA, 2014). O país não faz parte da União Europeia, mas mantém fortes laços com os países-membros dessa organização. É membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e tem seguido as diretrizes recomendadas por essa instituição no que diz respeito aos paraísos fiscais. A Noruega assinou diversos tratados com OFCs, como Bermudas e Ilhas Cayman, e pretende iniciar conversas com Bahamas e Andorra. Os acordos incluem temas como o fim da bitributação, regulação de companhias que operam navios internacionalmente, troca de informações, entre outros temas relevantes sobre a questão tratada. O país recebeu atenção especial da OCDE por operar em conjunto com os demais países nórdicos e por ter atingido objetivos importantes através desse projeto (NORWAY SIGNS..., 2009). O Reino dos Países Baixos foi atingido fortemente pela crise de 2008, fragilizando especialmente o setor financeiro (FMI, 2011). A subsequente crise europeia, afetando toda a Zona do Euro, aumentou a vulnerabilidade do setor e a necessidade de reformas bancárias estruturais por todo o continente (FMI, 2013b; OCDE, 2013f). Em situação oposta à recessão metropolitana, os territórios holandeses no Caribe, particularmente as Antilhas Holandesas e Curaçao, seguem com um setor offshore bem desenvolvido devido a políticas tributárias preferenciais (CIA, 2014; LOWTAX, 2014b). Portugal encontra-se, desde 2011, em severa crise econômica devido à sua capacidade reduzida de manter um crescimento econômico sustentável e a problemas reiterados no âmbito fiscal e da administração pública. Em recessão contínua há três anos, o país encontra-se sob o desafio de sustentar sua governabilidade em meio a medidas impopulares de disciplina fiscal, austeridade e flexibilização do mercado de trabalho e da rede de seguridade social (CIA, 2014; FMI, 2013h; OCDE, 2013j). Considerado um país cooperativo pela OCDE (2013j), possui, na ilha de Madeira, um regime fiscal privilegiado que atrai corporações multinacionais (LOWTAX, 2012). A terceira maior economia europeia, o Reino Unido tem o oitavo maior PIB do globo. Historicamente, a capital britânica, Londres, sedia um importante centro financeiro mundial, razão pela qual o país foi especialmente atingido pela crise econômica de 2008. Contudo, recentemente, as autoridades britânicas têm implementado uma reestruturação de seu sistema de regulação financeira, a partir da aprovação do Financial Services Act em 2012 (CIA, 2014; FMI, 2013k). Herança de seu império colonial, o Reino Unido possui inúmeros territórios ultramarinos e possessões da Coroa, como a Ilha de Man, as ilhas do canal (Jersey e Guernsey), as Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Anguilla e outros. Via de regra, esses territórios possuem reduzida tributação e um sistema financeiro hipertrófico, constituindo OFCs estratégicos para se investir no mercado europeu (COBB, 1998). Ainda assim, são listados pela OCDE (2013i) como jurisdições cooperativas, por haverem implementado sistemas de compartilhamento de informações financeiras. A Suíça, apesar de manter boas relações com a União Europeia, não se faz membro desta instituição, tendo como moeda nacional o franco suíço e não o euro. Devido às crises mundiais de 2008 e 2011, a Suíça tem adotado um regime de câmbio flexível, o que tem mantido a sua economia relativamente estável. Contudo, isso faz com que o balanço patrimonial suíço seja prejudicado, resultando em liquidez da moeda que, atrelado a baixas taxas de juros e baixa inflação, exaustam a política monetária e fiscal. Nos últimos anos, a Suíça tem feito melhorias no que tange à estruturação do seu sistema financeiro, mesmo que não tenha mudado a sua visão a respeito da sua política fiscal (CIA, 2014; FDFA, 2014; STUDY CONFIRMS..., 2007). 3.7. Oceania A Oceania é o menor continente do planeta, formado por um total de 14 países, dos quais apenas a Austrália e a Nova Zelândia são nações desenvolvidas; os demais países possuem uma economia frágil e dependem de ajuda externa, sendo que alguns procuram afirmar-se como destino turístico ou paraíso fiscal (CIA, 2014). A Austrália é uma das mais fortes economias mundiais, sendo a décima segunda com o maior PNB (CIA, 2014). O país se destaca pelo seu crescimento econômico ininterrupto de 21 anos até 2012 (OCDE, 2012). A Austrália tem sido capaz de enfrentar a crise econômica global devido às políticas macroeconómicas sólidas e a sua proximidade com a China, importadora de grande quantidade de recursos australianos - especialmente minério de ferro e carvão. O sistema fiscal australiano é bem estruturado, passando frequentemente por aperfeiçoamentos. O país é considerado por vários órgãos, como o FMI e a OCDE, um país cooperativo. 3.8. Oriente Médio Berço das três grandes religiões (monoteístas, judaísmo, cristianismo e islamismo), abundancia em petróleo, escassez de água e permanente tensão provocada pelo conflito árabe-israelense, o Oriente Médio é uma região estratégica situada entre o Oriente e o Ocidente. Por nem sempre possuir uma legislação bem regulamentada e fornecer diversos incentivos fiscais, muitos dos países do Oriente Médio tem atraído investidores estrangeiros. Mais recentemente e por meio de órgãos como o FMI e a OCDE, alguns países tem buscado melhorar a sua política fiscal, mas muito ainda precisa ser feito para evitar a evasão fiscal e lavagem de dinheiro. A Arábia Saudita é o maior país da península arábica. O país teve um dos melhores desempenhos dentre as economias do G-20 nos últimos anos, desenvolvendo um papel chave na estabilização do mercado mundial de petróleo. O seu crescimento real do PNB foi em média de 6% ao ano entre 2008 e 2012 (FMI, 2013i). A Arábia Saudita tem tentado se adequar às proposições deste Fundo, aderindo a algumas das sugestões feitas pelo Programa de Avaliação do Setor Financeiro do FMI (ROYAL EMBASSY OF SAUDI ARABIA, 2013), por exemplo. Apesar de cooperar com outros Estados para evitar lavagem de dinheiro e ter ratificado os tratados internacionais no que tange a transparência fiscal, a Arábia Saudita possui algumas práticas de OFCs. Bahrein é um arquipélago localizado no Golfo Pérsico, cuja economia é voltada para o óleo, gás natural, indústria de alumínio e o setor financeiro. O país tem uma economia de livre mercado, sem restrições na movimentação de capital, divisas, comércio exterior ou investimentos estrangeiros. O país tem se comprometido com os princípios de transparência financeira e troca de informações desde 2001. Dentre os 42 mecanismos e jurisdições presentes no Detailed Assessment of Observance of the Depository Trust Company (DTC), documento que visam promover maior transparência financeira e troca de informações, o país corresponde a 35 deles. O Bahrein continua a negociar protocolos que visem melhorar o princípio de troca de informações do já existente no DTC ou outros documentos (OCDE, 2013h). Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são um país formado por sete emirados na entrada do Golfo Pérsico, no Oriente Médio. Cerca de 80% dos habitantes são imigrantes de países próximos. O país é reconhecido mundialmente por possuir um polo financeiro e turístico único, com a mais moderna e cosmopolita capital do Oriente Médio, Abu Dhabi. Possuem uma economia aberta, com uma renda per capita elevada e um superávit comercial anual considerável. Esforços bem sucedidos em diversificação econômica tornaram possível a redução da participação de petróleo e gás na economia para 25% do PIB. Os EAU são um país conhecido por fornecer diversos incentivos fiscais, o que tem impulsionado o crescimento da sua economia pós-crise mundial. O país acredita que a transparência financeira é essencial, tanto para a segurança do próprio investidor como para o país em questão (OCDE, 2011). O Líbano tem uma economia de livre mercado e uma forte tradição comercial laissez-faire. Apesar de não restringir o investimento estrangeiro, o governo libanês sofre com a burocracia, a corrupção, decisões arbitrárias de licenciamento, procedimentos aduaneiros complexos, altos impostos e tarifas e falta de direitos propriedade intelectual. Muitas vezes comparado a países como a Suíça, Botswana e Jamaica, o Líbano é um dos países de interesse da OCDE (2013d) para o Global Forum on Tax Transparency, no entanto, por mais que o país às vezes se faça presente nas reuniões do fórum, o país é o único a ter se recusado a tornar-se membro. 4. Questões que devem ser respondidas no communiqué O documento final produzido pelo Conselho Executivo (Executive Board) do Fundo Monetário Internacional ao fim de suas reuniões periódicas é um communiqué (do francês: comunicado), que toma a forma de uma breve declaração do comitê, dividida em artigos. Cada artigo representa uma declaração de princípio ou de ação, comprometendo o Fundo e seus Estadosmembros de forma vinculante. Devido a essa característica, os communiqués apresentados pelo Conselho Executivo do FMI são precedidos de muito debate e negociação. Tendo isso em mente, a vindoura reunião do Conselho Executivo acerca dos paraísos fiscais deve suscitar questões que deverão ser respondidas em seu documento final, tais como: É desejável combater paraísos fiscais? Por quê? Quais os critérios que permitem identificar um paraíso fiscal? E um OFC? Como os dois se diferenciam? A competição tributária é uma característica positiva do sistema financeiro internacional? A existência de paraísos fiscais suscita externalidades positivas ou negativas para outras jurisdições? De que forma é possível promover a harmonização tributária? Como deve ser feito o combate à evasão e elisão fiscal em paraísos fiscais e/ou OFCs? E o combate à lavagem de dinheiro? Os paraísos fiscais servem como refúgio a atividades ilícitas? Como prevenir isso? Quais as deficiências dos atuais regimes de harmonização tributária e como evitá-las? Qual a abordagem mais eficiente a fim de combater os paraísos fiscais? Que papel e que responsabilidades têm as organizações internacionais nesse combate? E cada país-membro? E a sociedade civil? Como o Fundo Monetário Internacional deve auxiliar, dentro de suas capacidades, na promoção da harmonização tributária? Referências bibliográficas ALMANAQUE ABRIL 2014. São Paulo: Abril, 2014. ARAÚJO JÚNIOR, A. M. A Geopolítica e Economia no pós-guerra. S.l.: JB, 2014. Disponível em: <http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia009.asp> Acesso em: 18 jan. 2014. ARGENTINA OFFICIALLY declares “Uruguay is no tax haven” and disagrees with Sarkozy. MercoPress, Montevidéu, 25 Nov. 2011. Disponível em: <http://en.mercopress.com/2011/11/25/argentina-officially-declares-uruguayis-no-tax-haven-and-disagrees-with-sarkozy>. Acesso em: 27 mar. 2014. BAUMAN, R. 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