Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/Br.)
Curso de Psicologia
V Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e
XI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental - Pôster 42
ESQUIZOFRENIA COMO PATHOS E TRATAMENTO CLÍNICO EM FREUD
Aline Silva da Costa. [email protected]
Resumo
O propósito dessa pesquisa é analisar a possibilidade de tratamento clínico em Freud para o sujeito esquizofrênico
a partir de um levantamento bibliográfico. As contribuições que abordarão o tema serão as de Freud e as da
Psicopatologia Fundamental. Dizia Freud que devido à dificuldade de se estabelecer laço transferencial na psicose,
o tratamento clínico psicanalítico estaria comprometido. Essa afirmação é válida, por exemplo, quando o paciente
está em surto. No entanto, ao sair da crise, qual tratamento clínico é possível? Há análise para psicoses graves
como a esquizofrenia? A proposta desse trabalho é elaborar uma compreensão teórica em resposta a essas perguntas.
Introdução
O entendimento da Esquizofrenia amplia-se quando relacionada à palavra pathos e seus derivados. Esquizofrenia
como “paixão” remete-nos ao delírio como solução de continuidade e tentativa de restabelecimento. “Sofrimento”,
“paixão”, “passividade”, “algo da ordem do excesso” ajudam-nos a pensar que a interpretação do eu na loucura
está sob as influências de aspectos sociais, históricos e culturais. Quanto ao tratamento clínico aqui abordado,
refere-se ao método inaugurado por Freud, que consiste na livre-associação do paciente e na escuta de atenção
flutuante do analista e posterior interpretação do conteúdo inconsciente fornecido pelo analisando. Freud menciona
como duas características fundamentais da Esquizofrenia a megalomania e os desvios do interesse do mundo
externo, ou seja, a retirada de libido de pessoas e coisas sem que haja uma substituição por outros na fantasia.
Metodologia
O presente estudo tem como método a revisão bibliográfica de textos de Freud e da Psicopatologia Fundamental.
Resultado
Freud desqualifica o tratamento clínico tipicamente trabalhado com neuróticos para psicóticos, o que inclui sujeitos
esquizofrênicos. Pois, de acordo com o autor, esses pacientes não podem ser curados pelos esforços terapêuticos, e tornam-se
inacessíveis à influência da psicanálise devido à incapacidade de transferência. Isso nos faz reconhecer o limite da clínica em
alguns casos. No entanto, psicanalistas posteriores a Freud afirmam que há transferência na psicose. Por exemplo, Aulagnier e
Labas sugerem uma retificação à posição freudiana, propondo que na psicose a transferência é total como reprodução da
indiferenciação mãe e filho, e isso dificulta o manejo da transferência, e também da contratransferência do analista. Pacientes
esquizofrênicos em hospitalização podem ser tratados por um trabalho multidisciplinar. Ao sair da internação talvez haja continuidade
do tratamento com o apoio de um AT – Acompanhante Terapêutico, um psiquiatra que será responsável principalmente por
administrar a medicação e possivelmente estabilizar o quadro clínico de forma que exista condição para que a intervenção
psicanalítica possa proporcionar uma reconstrução do laço social.
Conclusão
Para Freud não há tratamento clínico possível para a Esquizofrenia. Não há como usar a técnica analítica da neurose nessa psicose.
No entanto, o trabalho multidisciplinar tem sido uma contribuição na modalidade de tratamento na clínica da Esquizofrenia. O trabalho
conjunto do AT, do médico e do analista tem sido de grande importância no acolhimento desses pacientes cujo sofrimento está
relacionado a essa psicopatologia. A reedificação do laço social é uma das possibilidades de tratamento clínico em psicanálise para
a Esquizofrenia.
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DIA: 07/07/2012
HORA: 12:00h às 13:30h
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