Como percebemos uma ameaça altera as respostas cerebrais e

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Como percebemos uma ameaça
altera as respostas cerebrais e
comportamentais?
Mirtes Garcia Pereira
Laboratório de Neurofisiologia do Comportamento
Universidade Federal Fluminense
[email protected]
http://www.uff.br/labnec/
Ameaça e Comportamento
• O comportamento defensivo frente à ameaça é essencial para a sobrevivência
do indivíduo
Variedade de respostas defensivas
PROXIMIDADE EM RELAÇÃO AO PERIGO !!
Congelamento
Fuga
Luta
Ratner, 1967
Como estudar as respostas defensivas
em humanos no laboratório?
University of Florida, Gainesville, FL
NIMH Center for the Study of Emotion
and Attention, Gainesville, FL
International Affective
Picture System (IAPS)
Aumento da atividade em áreas visuais evocada por estímulos
emocionais
Privilégio no processamento
Sensorial
Bradley et al, 2003
Os estímulos emocionais não devem impactar apenas a entrada
sensorial
Emotions are adaptive insofar
they prompt
actions that are beneficial
EmoçãoasPredispõe
a Ação
to the organism
Darwin, C. R. 1872. The expression of the emotions in man and animals.
Adaptação do modelo “stage predator” para humanos por
Lang et al (1997)
Cascata Defensiva
Induzidas por um estímulo aversivo
Pré-encontro
Pós-encontro
Proximidade do Ataque
“Congelamento”
CONGELAMEN
TO
Aumento da
Sudorese
Ação
Ostensiva
FUGA
LUTA
GLÂNDULAS
SUDORÍPARAS
Amplitude de Resposta
Inibição
do
Reflexo
REFLEXO DE
SOBRESSALTO
A medida em que a ameaça aumenta, as
estratégias defensivas variam e mudam
de um congelamento passivo para um
comportamento ativo de fuga ou luta, se
o escape não é possível.
Potenciação do
Reflexo de
Sobressalto,
preparação para
reflexos
defensivos
FREQÜÊNCIA
CARDÍACA
Desaceleraçã
o cardíaca
Aceleração
Cardíaca
Aumento da
atenção
CALMO
ATIVADOS
Intensidade Emocional
Volunteers stood on a stabilometric platform while viewing a sequence of
mutilation pictures During the experiment, they presented reduced area of body
sway suggesting a freezing-like response.
Outros estímulos negativos podem
influenciar o comportamento de
maneira diferente em laboratório?
Ameaças percebidas como de
diferentes magnitudes evocariam
outras respostas defensivas ?
Subjects: 90 (60 female)
20
20 stimuli (10 neutral and10 threat), repeated twice.
Fernandes Jr et al, 2013
Visualização das imagens e classificação na escala de
ameaça
Ameaça
Blanchard et al., 2001
Threat perception ratings (threat – neutral)
Reaction time (threat – neutral)
Fernandes Jr et al, 2013
Ação
Imobilização
Atenção
distância
intensidade
A resposta desencadeada pelo estímulo de
ameaça depende de outros fatores?
Fernandes Jr et al, 2013
Neural correlates
Metodologia
Teste comportamental (tempo de reação)
Ressonância magnética funcional (RMf)
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HU, UFRJ)
Departamento de Radiologia- Professor Tiago Arruda Sanchez
Metodologia- Estímulos
• 84 fotografias
• As imagens foram adquiridas da empresa Gettyimages©, do catálogo IAPS,
e do catálogo gerado da contratação de um fotógrafo e da participação de
modelos para esta finalidade.
• Para as comparações de interesse fizemos um balanceamento quanto a:
1. Etnicidade
2. Número de pessoas
3. Gênero
4. Brilho, contraste e freqüência
espacial da imagem foi controlada
segundo a metodologia de
Bradley et al., 2007
Stimulus
Threat direct toward
Neutral Paired
21 pictures
(presented twice)
21 pictures
(presented twice)
Stimulus
Threat directed away from observer
21 pictures
(presented twice)
Neutral Paired
21 pictures
(presented twice)
Parâmetros de aquisição das imagens
Image Acquisition
•
1.5 Tesla MRI scanner (Magnetom Avanto).
•
BOLD images: gradient echo EPI single-shot sequence
25 axial slices (TR = 2000 ms, TE = 40 ms, FOV = 256 mm, 4 mm thick, TR/TE=2000/40 ms,
IST=80 ms, FOV=256 mm; 64×64 matrix, 4×4×4.6 mm voxel dimensions).
•
T1-weighted: TR = 2730 ms, TE= 3,27 ms, TR/TE= 2730/3.27 ms, 128 slices, 0.6 mm gap, FOV=
250 mm, voxel dimensions 1.33 x 1 x 1.33 mm.
•
195 volumes/run.
Paradigma Experimental
Análise dos dados
Pré-processamento das Imagens
de Ressonância Magnética
Funcional e Analise Estatística
fMRI: relative measure
•During a standard fMRI experiment, hundreds of volumes or scans
comprising brain activations at thousands of locations (voxels) are
acquired.
…
…
…
t1
Brain scans
acquired during
task 1
…
tn
Brain scans
acquired during
task 2
…
Brain scans
acquired during
task 1
Brain scans
acquired during
task 2
time
Brain scan
3D matrix of voxels
Pré-processamento
Dado bruto
Realinhamento
espacial
Pré-processamento
Dado bruto
Realinhamento
espacial
Co-registro
Pré-processamento
Dado bruto
Cérebro-padrão
MNI
Realinhamento
espacial
Co-registro
Normalização
Pré-processamento
Dado bruto
Realinhamento
espacial
Co-registro
Normalização
Suavização
Pré-processamento
Dado bruto
Realinhamento
espacial
Co-registro
Normalização
Suavização
Análise
estatística
model
specification
single
voxel
time
series
Sinal BOLD
+
x1
+
x2
erro
=
e
y  x11  x2  2  e
Standard Statistical Analysis (mass-univariate)
Input
BOLD signal
...
Time
Output
Voxel-wise
GLM model
estimation
Independent
statistical
test at each
voxel
Correction
for
multiple
comparisons
Univariate Statistical
Parametric Map
Voxel wise analysis
Análise de região de interesse (ROI)
Análise estatística
Primeiro nível: As condições experimentais foram usadas como
regressores na análise de General Linear Model (GLM)
Cue onset
β1
Ameaça direcionada
β2
Neutra direcionada
Cue onset Cue onset
β3
Ameaça não-direcionada
β4
Neutra não-direcionada
Análise estatística
Segundo nível: ANOVA 2x2
Factors: Direction (direct ; non-direct)
Emotion (threat ; neutral)
ROIs => selecionadas a partir do Main Effect of Emotion
As análises dos dados foram feitas no AFNI (Cox, 1996).
Efeito principal de Emoção
Efeito principal de Emoção
Interação entre direcionamento e emoção
Middle/inferior temporal gyrus
Directed towards
Directed away
0.35
0.30
0.55
Beta parameters
Beta parameters
0.40
Directed towards
Directed away
0.50
0.45
0.40
threat
neutral
threat
neutral
Interação entre direcionamento e emoção
Suplemental Motor Area
Precentral Gyrus
Directed towards
Directed away
0.14
0.12
0.15
Beta parameters
Beta parameters
0.16
Directed towards
Directed away
0.13
0.11
0.09
0.10
0.07
threat
neutral
threat
neutral
Sinal BOLD médio para todas as condições
– Unassumed shape model
Suplemental Motor Area
Interação entre direcionamento e emoção
Insula
Beta parameters
0.09
Directed towards
Directed away
0.07
0.05
0.03
0.01
threat
neutral
Sinal BOLD médio para todas as condições
– Unassumed shape model
Insula
Existe relação entre o nível de atividade
destas áreas e o comportamento (tempo
de reação)?
Correlação entre a atividade cerebral e o
comportamento
Insula
Suplemental Motor Area
50
50
25
25
25
0
0
0
-25
RT
50
RT
RT
Middle/inferior
temporal gyrus
-25
-25
-50
-50
-50
-75
-75
-75
-100
-0.2
-0.1
0.0
0.1
Beta parameters
0.2
0.3
-100
-0.1
-100
0.0
0.1
0.2
Beta parameters
0.3
-0.1
0.0
0.1
Beta parameters
0.2
0.3
O direcionamento do estimulo de ameaça modula as respostas defensivas evocadas.
Estudos com outras medidas encontraram resultados compatíveis (Flykt et al, 2007;
Hugdahl and Johnsen (1989); Grèzes et al. (2013).
Estímulos de ameaça direcionados foram julgados como mais intensos, próximos, difíceis
de escapar e de esconder e provavelmente evocaram uma preparação motora mais
intensa: tempo de reação mais rápido e aumento da atividade nos circuitos motores.
Mobbs et al. (2007, 2010) também demonstraram um recrutamento de áreas motoras
para estímulos de ameaça intensos e próximos.
Características individuais podem modificar
este padrão de reatividade cerebral?
Correlação entre a atividade cerebral e o traço de
afeto negativo
Trabalhos prévios demonstraram que indivíduos com maior traço de NA apresentam maior
reatividade emocional (Haas et al., 2008) e vivenciam mais emoções negativas (Clark et al.,
1994)
As correlações foram observadas somente para ameaça não direcionada. Provavelmente a
ameaça direcionada evoca uma resposta mais homogênea entre os participantes.
Em resumo:
Estímulos emocionais engajam atenção e têm processamento sensorial
privilegiado
Atenção
e evocam comportamentos variados
A percepção subjetiva do grau de ameaça do estímulo
modifica a resposta do indivíduo
Estímulo
Resposta
As respostas evocadas por um estímulo dependem da
variabilidade individual, dentre eles, traços de personalidade
e história prévia de trauma
COLABORADORES DO LABNEC
LINPES (UFRJ)
Eliane Volchan
Ivan Figueira
Fátima Erthal
UCL
UFPEl
Janaina MourãoMiranda
Carolina
Menezes
Universidade de
Granada
Jaime Villa
Dept Radiologia
(UFRJ)
Tiago Arruda
Sanchez
University of
Maryland
Luiz Pessoa
UFRGS
Lisiane Bizarro
LABNEC
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