Stella Faccenda ODISSEIA: UMA ANALISE MITOLOGICA DA EPOPEIA Trabalho de Conclusao DE HOMERO. de Curso Curso de Letras - PortuguesJlngles Ci€mcias Tuiuti Humanas, do obten9ao Parana, CURITIBA 2009 Letras e Artes como requisito do grau de Licenciatura. Orientadora: apresentado - da Faculdade Prof,- Irene Boschiero. da ao de Universidade parcial para a SUMARIO INTRODUC;;AO .................................................................•...........................•.................................. 1 1.0 MITOLOGIA 5 GREGA 2.0 MITO .................................................................•.•.................................................................... 8 2.1 DEFINIC;;AO 8 2.2 CARACTERiSTICAS E FUNC;;OES .......•...........................••..................................•....•.......... 9 2.3 TRANSMISSAO .................................................................................•................•.................. 10 2.4 DIFERENTES II PROPOSITOS ATRA YES DOS CICLOS ...........................•....................... 2.5 AS GRANDES FASES DO MITO 14 2.6 MITO E FILOSOFIA ...........................................................•..........•...................................... 16 3.0 HOMERO ..............................••..............................................................................................• 20 4.0 ODISSEIA .....................................................................................................................•........ 25 4.1 ULISSE8, SEU RETORNO DE TROIA E OUTROS MITOS ............•.•.............•....•......•.... 29 4.2 RESUMO DOS CANTOS 49 5.0 BANCO DE lMAGENS ............................................................•......................•..................... 55 6.0 CONCLUSAO 59 REFERENCIAS E ANALISE FINAL BIBLIOGRAFICAS 63 Resumo o objetivo existentes, deste trabalho a Odisseia e, posteriormente, fornecer mundo essencial de uma das maiores na obra. mitol6gica 0 trabalho tern na mitologia que possam da Odisseia. apresenta-se a contextualizayao da Odisseia informayoes precisamente, uma analise auxiliar 0 ate chegar intuito de analisar grega. as leitores de seu Pretende-se, de Iiteratura de Ulisses e de e contextualizar com esse classica, 0 estudo, ou, mais 0 estudo se torna relevante a medida que ana lisa urn tema as origens do rnundo e ao auto-conhecimento Mitologia grega a analise urn resumo dos cantos da do retorno do homem, mito. Palavras-chave: epopeias Para tal, parte-se de uma analise da mitologia analises e definiyoes, e, na sequencia, outros mitos presentes fantastico realizar do mito em si, bem como de Homero, poema. Apes as devidas epopeia e de Homero. Grega; Mito; Homero; Odisseia; Ulisses. proporcionado pelo INTRODUCAO Naa apenas pessoas mitos. no mundo se questionam Nao podemos respeito nos permite acerca dos misterios mergulhar curiosidade mas tambem que envolvem a Odisseia de Homero. de cabec;a no mundo da mitologia, a respeito Atraves da do estudo Filosofia proporcionassem, no campo Mitologia foi ou que se aproximassern muitas grega e seus mais representativas a a leitura dessa epopeia alam de nos despertar dos mites e de seus autores realizado e da cotidiana, a mitologia Ter acesso mundo e ter acesso as origens e ao conhecimento Hist6ria, na realidade falar de mito, sem citar urna das obras dessa simbologia, imensa literinia, poetas. urna Desvendar esse de si proprio. da Literatura passivel da defini~ao Grega, acessa 0 das Biografias, a informa~es e da contextualizayao da que de mito, bem como de alguns dos rnisterias de Homero e de sua abra, a Odisseia. o fantastico mundo da mitologia realizac;aa de urna pesquisa, objetivo desse universo cren~ trabalho. mergulhamos alguns no estudo canceitos da melhor as origens, No que diz respeito riqueza um grande interesse temas ainda outros assuntos 0 mito deixou de ser apenas para fazer parte do nosso cotidiano, e designando entender cantudo, par Sl s6 ja desperta de detalhes que enriquecem a explica~ao norteando da atualidade. para a das origens nosso comportamento, A partir do momenta que 0 mito passu!, 0 do nossa em que passamos a bern como a nos mesmos. a Homero, varios questionamentos como: Homero foi um unica autor, ou um conjunto de paetas? se Hornero de fato existiu. sobre Informa~6es veridicas 0 sao realizados, tais Ha ainda quem questione seu nascimento, a sua vida e a sua morte sao disputados atribui9ao alguns estudiosos A que acreditam leitura organizadas leitura par muitos locais que desejam da epopaia no que diz nao narrados. Ah~m do homerico, mesmo nos fornece a respeito do conhecimento mais, porque, Ate a existem inforrna96es e cempreensae profunda varias e explica90es claras, dos mitos que ela narra, diticultando it interpreta9ao respeite a aquisi9<io tal honra. mesmo parque, existem que a obra fai escnta por uma mulher. de forma seqOencial, impedindo possuir e questianada, de seu nome como autor da Odisseia fatos, au ainda, por tras dos acontecimentos versoes a mito sofre variayoes dos a sua dos mites narrados no com a passar das epocas nela poema e de sua transmissao. Dessa forma, mundo da mitologia existencia realizar e de seus mitos, do poeta Homero, mitos apresentados o pretende-se desse trabalho um pouco da profundidade esse possa a buscarem fornecer informa96es complexo a relacionadas de forma organizada alguns dos Marcelo P. Marques, e tentar fazer com que leitore5 as quais auxiliem a compreensao possa despertar 0 interesse a respeito do tema no texto classico "nao devemos mas pensar a partir dele. Aceitar a autonomia outros sistemas as hip6teses 0 de signos. Compreender possam e da riqueza que 0 tema tern a oferecer. E, por tim, que este trabalho ainda mais informayoes Segundo explorar na Odisseia. desejo da realizayao estudo que possa alam de anali5ar bern como contextualizar experimentar mundo fantastico. um estudo buscar Que desse dos leitores integral. a que esta atms do mito, dos mitos: ve-Ios em sua irredutibilidade que eles sempre significam, a sim, 0 que dizem. Interpretar, tentar nao traduzir. surpreender inesgotavel esfor~o Nao buscar, a logos reserva de sentido. de interpreta~ao mesmos." (MARQUES, 0 mito Que as reflexoes dos mitos, que verdadeiro, mas Pensar mito como uma que seguem nao e mais entraremos 0 contribuam do que no mundo da mitologia a seu objeto de estudo, seus principais suas perspectivas do discurso no logos. para esse a decifrac;ao de nos 1994, p.13). No primeiro capitulo a sua defini~ao, no mito, a reverso no mito e e sua importancia. autores fundamentals grega, buscando autores, Para isso, serao realizadas explicar suas origens, alem de referencias a alguns no estudo dessa ciencia, tais como: Pierre Grimal, Junito Brandao e Paul Die\. o segundo capitulo com suas caracteristicas, prop6sitos atraves tarefa necessitou abordara fun¢es a mito em si, partindo e formas de transmissao, dos ciclos, suas grandes de uma grande pesquisa tais como: Sonia Viegas, Marcelo Marques, hipoteses. como capitulo tres trata do poeta e sua morte. eJaboradas par grandes estudiosos. concep"ao Vidal-Naquet de alguns autores, e Arist6teles. 0 alem de abordar as seus Pierre Vldal-Naquet autores eVictor Essa importantes, Jabouille, com que gira em torno do mito. Homero Como ja foi dito, nao sabemos foi sua vida seguindo fases e sua relal(c1o com a filosofia. ern teorias de diversos o objetivo de tentar explicar a complexidade o de sua definiyao, e de todos as seus questionamentos bern ao certo quem foi Homero, que temos Esse capitulo tais como: Robert sao apenas abordara hip6teses tais hip6teses, Aubreton, Alberto e cnde nasceu, a respeito, baseadas Manguel, na Pierre o capitulo qualro Irabalha com e contextualiza-Ia, historica, atravas permitindo-nos urn acesso traz ricas informaC;6es a respeito foi essencial Brandao, e a 0 acesso enciclopedia hip6teses sobre mais profundo Odisseia, buscando a obra ao textc. 0 sub-capitulo de Ulisses aos Ires volumes (eitos breve resumo dos cantos da epopeia, buscando Grega, e de Junito Na sequencia, situar brevemente Quiros do her6i na ohra. Para tal do livra Mitologia Grega, de Pierre Grimal. seguinte e de diversos alguns dos mites que aparecem de Mitologia explora-Ia e de sua evoluc;ao aqui e analisar as grandes de forma organizada pesquisa poema homerico do mito do retorno contidos na Odisseia. 0 objetivo contextualizar 0 de diversas 0 ha urn leitor na historia e nos acontecimentos. o quinto capitulo dos personagens nos fornece urn banco de imagens, e dos mitos da Odisseia, desses relatos. 0 sexto capitulo finais a respeito encerra dos temas abordados homerica e dos milos. acerca da queslao 0 trabalho que podemos tim dos tempos que estamos dentro de um epftome de todD Northrop alguns mental e considerat;6es e dos questionamentos um mundo em si mesma, .. 0 ilustram uma imagem com as conclusoes no estudo "A obra de Homere compoe estudar ate as quais nos proporcionando e ainda sentir 0 cosmo literario. Frye, The Secular Scripture and other writings, 1975. It realizados 1.0. MITOLOGIA A definiyao GREGA de mitologia e algo bastante inumeras caracteristicas, as quais desempenharam, papel importantissimo na historia Segundo complexo, Pierre Grimal, "Oil-se em voga nos paises 0 nome de mitologia de lingua religiao em que se adoram muitos deuses - Mitologia narrativas, ate hoje, um grega ao conjunto representativQs grega entre os seculos homarices e nossa era, epoca a que se reportam as poemas Cristo". (GRIMAL, e desempenham origens e do mundo. fantasticos e lendas cujos textos e monumentas estavam que possui diversas tres OU quatro 0 de relatos nos mostram de tim do paganismo - seculos depois de Jesus 2009, pag. 7). refere-se enunciados ao conjunto de mitos de um grupo social especifico, miticos e relatos, transmitidos pralicas ao longo de uma tradicao. Alem disso, refere-se tambem a urn discurso sobre essas narrativas, ou seja, uma filosofia e da ciencia, que estuda a origem, a natureza e Falar de que IX ou VIII antes mitologia nos leva a pesquisas hist6ricas 0 desenvolvimento e interpretayao area da dos mitos. de textos, provenientes das mais variadas fontes. A mitologia pode ser vista atraves de duas perspectivas: 1. A apresentayc30 de urn corpus mitico, ou 2. 0 estudo dos mitos. Como uCiencia dos Mitos", ela surge na Grecia antiga, como uma necessidade de refiex3o, deuses e dos herois, atraves da interpretayao de interrogar das epopeias, 'Iliada' e a 'Odisseia', que sao de autoria de Homero. as historias dos como por exemplo, a Todos as povos criaram as quais eram transmitidas veridicas. abordavam das (versao variado, antiga diversos explicar 0 descrito Portuguesa) - a mitologia a um exemple suficiente mitol6gicas autores e artistas plasticos, ultrapassa os e superando no livro Mitolegia limites, desafios conjunto Grega, de mitos dos feitos dos deuses para demonstrar narradas que pais humana. enquanto As narrativas quase as origens do mundo e memoraveis - em seu prefacio, e complexo. e hist6rias heroi a sua evoluc;ao - proporc;oes ao mundo das religioes, buscando lutando em batalhas Victor Jabouille heterogeneo aventuras humanas. mas sem perder a sua caracteristica Segundo Gracia atitudes durante em geraCao, tomando forc;as que iam ah~m do humano, a lugares fantasticos, impossiveis, Grimal au relatos fabulosos, Essas lendas, na maioria das vezes, pertenciam as conseqOencias viajando lendas, de gerayao serviram essa como a urn corpus e dos her6is da afirmac;ao. fonte alem de terem sido tomadas de Pierre Todas as de inspirac;ao para como referencia para o cotidiano. o conhecimento abordagem batizar 0 da mitologia geral da problematica complexo grega e essencial de todo a universo basico do psiquismo humano, 0 como ponto de partida para uma mitico. A ela recorreu complexo que a utilizou para nomear um de seus projetos de explorac;ao espacial: vida esta repleta a de elementos que remetem procura de uma visao poetica e maravilhosa Dessa forma, a fazer parte 0 cotidiano. Apolo. A nossa ou que recorrem a ela a da vida e dos seres. mito deixou de pertencer do nosso mitologia Freud para de Edipo; alem da NASA, As hist6rias a esfera dos deuses da mitologia, e her6is e passou contadas de diversas formas, desenvolveram-se algo universal, em todas as culturas, como veremos a seguir. durante as epocas, tornando a mito 2.0. MITO 2.1. o divina, milo. na Grecia, conversa, humana, conto, DEFINICAO rumor, estoria, e designado pela palavra caisa dita, proposito, uma seqOencia discursa, de palavras ficc;:ao, tabula, narrativa, Segundo Eliade, nos tempos a mito signifiea primordia is, sendo, sempre a uma criac;ao, isto efetuado ritualmente e t ato de fala, relato, a origem de alga; sagradas e e que tern um efeite pratico, mensagem, opiniao, pensamento, um corpo de narrativas do fen6meno. que eontam e verdadeiras; 0 e uma que se referem-se um tipo de saber vivenciado, operat6rio fala naD dita, fala afirmarn a complexidade portanto, palavra, palavra que tam um sentido, trama, intenc;ao, resoluc;:ao, etc. Os pr6prios dicionarios passou myth as, que significa: caisa pensada, isto e, eficacia social. (EllA DE, 1972, p. 7-23) o mito e alga vivo, a que faz parte do que as gregos seja, a realidade originaria. amplitude o mito e poetica uma compreensao (VIEGAS, considerado do universa, pensamento, Torneu-se Sonia Viegas, guarda na qual esta presente evolutivo. mito contem de physis, au uma verdade de abrangencia, da realidade de como 1994, p.41) uma imagem, ele se propagou 0 uma busca de apreensao urn simbolo, mas que nem por issa deve fonte de reflexao, chamavam e viva. Segundo Sua linguagem maxima, um processo misterios emergente pelo mundo atraves de temas, imagens urn meio de expressar ser tornado dos tempos, e sentimentos. como veridico. entre a razao e a Segundo as Do fe. Pierre Grimal, "E devido ao mito que: 0 sagrado perdeu seus terrores, e a poesia pOde se fazer sabedoria." 2.2. (GRIMAL, CARACTERlsTICAS Os principais ha um sistema rnais profunda obselVaremos nao nascem de fonna organizada, autores organizarem De acordo com Marcelo magico de nomeayao. alem de tornar real 0 em conjuntos Marques, A re-efetuayao o e apresentado. com varias entradas mito opera atraves de representayoes enquanto miticamente ritual das narrativas urna ordern, contra a qual se delirnita urna des-ordern. e vivo e transmitirem-nas a realidade, mundo e dar sentido ao vivido. simb6licas, e vivenciado. uma analise entre os autores. divinas, que s6 pode ser experimentado uma fa mitica no mundo, tal como ele de correspondemcias por fixas e fazerem pois se fizermos contradi90es e Esquilo - e utilizado Os mitos como urn sistema, eles surgem ao acaso. E cabe aos essas inforrnayaes mundo vivo de potlmcias Pindaro caracteristicas e equivocada, Mas essa ideia e comparativa, Hesiodo, mitico organizado todos, devido ao fato dos deuses e her6is apresentarem parte de lendas conhecidas. reflexao E FUNCOES autores da rnitologia grega - Hornero, nos dao uma perceP9clo inicial de que a as almas se abriram 2009, p. 11). A narrativa 0 mito Ele adiante. estruturada, lorna presentes e urn sistema e como (MARQUES, os deuses, em que vigora urn jogo de imagens e niveis de sentido, cuja apreensao e um dentro de urn sistema e que estrutura 1994, p.13). se da pela vivencia. mitica nao e nem verdadeira, Ele nem falsa, pois 10 elas sao preservadas possibilitando A funyao entre si, com 0 manter e do mito poetica prilticas socials, que pessoas Ate fil6sofos, baseados 2.3. combinam divino e como urn meio poetica. a sua vida cotidiana, e norteador Tamanha a tornando-o das conceP90es morais. a utilizar 0 mito como urn meio para tentar e desconhecidas. TRANSMISSAO mito e uma narrativa rituais e em situayees sociais mundo genealogicamente, de ele se apresenta a mistura·lo da imaginayao na razao, passaram explicar coisas complexas Ambas seus acontecimentos. humana atraves da sua for~ passaram dos pensamentos, religiosa. ao homem a acesso ao conhecimento Dessa forma, atua sobre a existemcia sua propon;ao, encontrar diversas tempo, t da hist6ria, revelando companheiro as relac;6es e operantes e ao mesmo de 51 proprio. de investigayao o mito o vivas objetivo de proporcionar ao conhecimento importante para a coesao de um grupo dentro de um sistema de regras. preservada pela tradiyao especificas. Os relatos oral, que miticos e revivida transmitidos onde 0 modelo basico para a compreensao parentesco. Ou seja, conhecer e explicar alguma atraves de pensam do universo coisa no sao significa a sua origem. A preservac;ao e a transmissao atraves de personagens profetas e os poetas - individuos sociais do sentido especlficos, considerados mitico tais como: mestres no mundo 0 pai, 0 sao realizadas rei, os videntes, da sabedoria, que possuem os 0 11 acesso exclusivo treinamentos A as origens, composi9iio dos recitativas, que facilitavam transmitidas de gera9ao aedo que recitava composiyao, Sendo percebemos cantos urna narrativa, a mitologia que nem a formac;ao as mites que narram as aventuras nascem formados. conexao de epis6dios Esses conjuntos causas rochedo; e 0 das conjunto independentes. origens proprio. fixado atraves 0 terceiro a medida recria9ao precisas de sob 0 urna mesmo ha as forma canonica, prop6sito. (mitos Alguns teogonicos). que cidos divinos e heroicos, evoluyao, pois nao junta mente lendario e com a a novela, definido pela intriga. excemtrico; dessa que eram ritual religiosa. tipo de relata etiologicas), religioso formulas por parte do de regras a ser relatos elementares, (historias de Esses ciclos sao fracionados, de uma longa passam Apesar tern Alem desses, sem valor cosmico, lendarios ou [ong05 DOS CICLOS dos deuses de urn heroi especifico. do real: urn ritual ou urn nome ATRAVES descritos religiosas. alguma na economia nascimento Eles sao resultados situada em locais determinados, surpreendente e feita se dava dentro PROPOSITOS do mundo era havendo e enraizadas urn divina, e que eram preservadas, Mesmo classica todos oral seu trabalho DIFERENTES au inspira980 e versificacao. a memorizar;ao em gera9ao. serviram de suporte as crenyas das de heran~, na tradi9iio conven-;:oes arraigadas 2.4. abordam atraves em tecnicas de memorizayao que objetivam urn costume; classificacrao ou seja, estudos explicar a forma em categorias, algo de um devemos 12 lembrar que urna mesma revelac;ao mitica, ou seja, etiologica) lenda pode adquirir 0 mito teogonico, 0 carater de um romance ou a lend a dos estudos pode se finalizar em cicio au em novela. Dessa forma, au de urna das origens (lenda mito se revela como 0 algo em constante transforma~ot mutavel de acordo com a fantasia ou com as exig€mcias de cada um. Os granctes tentarem explicar mites teogonicos mundo e 0 a Arnor (Eros) seria 0 serviram religioso, de apaio poder sobre A 0 0 elemento a necessidade em diversas dos povos Os 9reg05 acreditavam de que Essas lendas, que "substituic;:6es" de gerac;:6es no mundo, muitas vezes de urna forma nada pacifica. - composta pelas divindades a Cron~, mas que provem dos Titas - engloba desempenhar urn papel nos cic10s divin~s, gerayao compreende tambem divindades her6icos informayOes Sobre a criayao como, por exemplo, do homern, existem urna pessoa au raya especifica, deixando lendas que a explicarn, de lade outros hornens 0 humano e0 segundo pai dos homens, humane em seu imperio e se acostuma essa da criac;ao nao urn ato criador unico. par seu pr6prio rnerito as honras dos deuses. 0 Alem disso, que as lendas a respeito homens adquirem nao e que van tais como: 0 sol, a lua, a aurora, olhos dos gregos, a lenda de Prometeu, Pierre Grimal, que nao sao conectadas todos os monstros e nas novelas. naturalistas, as astros, as ventos, entre outros. Percebemos constituem com de seus deuses. motor do Universo em seu principia. consistiam gera-rBo pre-olimpica diretamente surgiram nascimento "divino mas apenas e outras degradado", E as deuses, e sim, urn mestre a ele na medida do possive1. sabre rayas. Aos onde os segundo que encontra 0 13 Os ciclos dos olimpicos instalou - que, devido a revolu9ao no poder a gera980 estabelecem reune 0 urna genealogia maior numero profundas dos Cronidas, e apresentam de elementos p~r Zeus, lendas diversas e revela que e a que informac;:6es mais urn valor local. 0 cicio de Zeus de origens Os ciclos her6icos sao relatos de aventuras deuses. provocada a respeito da religiao helenica. reunidos Como celeste filhos de Crono - apresentam com mais I"clui-se cautela, tambem conseqOencia diferentemente urna serie de regressos, desses cieles, ha tende!ncias morais e simb6licas. o de Hercules, 0 transformador dinamismo e a compreensao de vai ser implantado A busca pelo conhecimento A descriyao her6is da Mitologia sendo considerado inconsciente, pais nao e nem de origens mascarados par 0 maior numero 0 cicio dos Atrides, da consciencia facetas interrnediario Sempre consciencia que pessoal importancia alga novo e coletiva, e algum 2000, p.11) individual e coletiva do ser humano e dos diversos Grega pode auxiliar nessa busca. sua missao, mas do her6i e de extrema personalidade. em nossa das inumeras aos e a mais famosa. liberada 0 cicio tebano, do dinamismo nossa relativos de Ulisses. her6ico devera estar ativado" (VARGAS, bem complexa. origens, dos Argonautas, de Teseu e as aventuras e estruturac;ao mais as seis maiores ciclos, que inspiraram sao: a expedi~o UA presenya na evoluc;ao mitica das herois da epaca, dos cielos cnde a Odisseia urna materia religiosas, embora encontremos explicac;:oes de obras liternrias vividas par grandes da incoerencia entre um deus e nem humano, 0 her6i 0 comportamentos e aquele mundo e dos que vive para a da consciencia e sim, a trayo que une 0 e 0 mundo 14 dos homens e dotados mundo divino. as herois sao considerados 0 de forte carga emocional, urna vida nova e enriquecendo transforma98o o cicio simbolos trazendo para as intinitas 0 da infinitas nao podendo ser FASES DO MITO variayaes de acordo mesma ao longo do tempo. epico compreende detalhes, ao ser construido, dificuldades com as epocas, Os mites helemicos urn nucleo historico, que de alguma que deram origens a amplifica90es se tornava nas explicac;oes passaram urn resumo de urna civilizayao. dos contos folcl6ricos, Os contos populares na hist6ria diferentes, como per geografico, no caso completarem exemplo: dos explicayoes, que um dado Argonautas. e assim, para dar uma interpretayao uma migrayao. Esse trabalho atraves Em outros casos, 0 pode levar historico, no cicio folcloricos nasceram po is e interpretac;oes troiano; ou um dado eram utilizados muitos dos mitos, de urn povoamento e uma p~r completo, a variac;oes Temas nucleo original e de em todas as as divindades. provavelmente simbolica em criava da imaginayao nutrem os mitos, mas na~ os explicam um elemento se dividiu sem tim. 0 cicio, que sao encontrados partes, desde os ciclos her6icos ate nos mitos relacionados par tres ou "solistica". maneira e explicat;6es e soluc;oes para as mesmas, soluc;oes prontas selecionadas ha sempre sempre possibilidades lases: 1. A idade epica; 2. A idade tragica; 3. A idade filosofica, inumeros serviam da transforma98o, transformador, a nossa consciencia AS GRANDES o mito recebe grandes potencial humana. 2.5. considerado grande para que muito antigo ou de especificidade cultural. 15 Na Mpre-historia" dos mitos percebe-se no qual foram se agregando, figuras mlticas adquiriam elaborado constituia como experiemcias. e resultado Essa refiexao julgamento mais tarde, da a~o e 0 e instrumentas nascimenta religiasa, a e caracteristica experimentado uma fase epica, filos6fica (GRIMAL, forma e multo mais dos personagens, pais e5sa 2009, que os mites ate a munde atualmente das vezes, com suas mentiras. esses naD taz Somente problemas pela critica da moral. as mitos, entao, e mais considerada Os mitos tragicos paixoes um relato, guardam e sim, de suas origens da tragedia. Mesmo que e sofrimentos comuns, 0 heroi tragico ele vive em um maior e ~exemplar". ~A historia dos mitos nao se apresenta Foi dessa mesmo ela nao exclusivo. mito tern sua origem, rnediterraneo se preocupam 0 mito, mundo 0 de educac;ao moral por exceh§ncia. parte, onde tudo e mais terrivel, ou sofislica." sabre VI, com a idade filosofica, da tragedia, a qual tenha se humanizado, refletlr viver e, na malaria e os herois passarao uma reflexao sabre um episodio uma grandeza e as epopeias aceita plena mente, por volta do tim do seculo Com objetivo cnde as pessoas. do individuo. nac olha a personagem a ser analisados se tornarao exemplas mundo homericos como meio confusD, e populares, se tornando da ayBo, do que com a psicologia a ele. Ulisses come~rao tinha do sagrado historicos viva e acabaram ou romance, Os poemas com a desenvolvimento pSicologia com a tempo, elementos urna realidade epopeia narrac;ao urna como uma evoluc;ao continua, uma fase tragica e, eventualmente, pois cada uma fase pag. 105). helenicos canhecido. se prepagaram por todo 0 dominic A partir do seculo III antes de nossa 16 era, a pensamento grego passou a ser cada vez mais dominado pel a filosofia, a qual questionau as mites novamente, mas de Dutra maneira. Nos mites buscava-se a revela~ao sabre a natureza do mundo. Ele era considerado expressar sim, 0 verdades principia racionais. Par exemplo: de naD era mais 0 vencedor dos Titas e abstrato da razao. 2.6. MITO E FILOSOFIA A filosofia foi ao encontro verdade Zeus urna forma simb61ica secreta. Imaginavam norma is do cotidiano. das doutrinas mfticas, que as lend as eram Essa pOSii(aD foi adotada buscando extrair dos mites urna urna versao distorcida pelos racionais e pelos de hilbitos fil6sofos do seculo XVIII. No final do seculo objetivo era uracionalizar" mundo lendario foi reduzido Esse esfor~o de tentar que continha IV, antes de nossa era, cutra os mitos, excluindo as propor~6es racionalizar tendencia suas caracterfsticas humanas, onde 0 surgiu, fantasticas. fantastico na qual 0 Assim, 0 nao habitava. os mitos, depois de retirar toda a substancia em cada urn deles, acabou por tirar tambem viva dos mitos a sua raZ;3O de existir. Foi no seculo XIX que a rnitologia seriedade, e estudioso considerada a ser tratada um objeto de estudo e de conhecimento. de poem as sanscritos, ter encontrado antiga come~ou as formas primitivas proporcionou das cren~as com respeito e Max MOeller, lingOista essa nova visao de mito. Ele pensou e dos mitos, nas quais 0 homem 17 primitiv~, impression ado com as fen6menos names, com vida 0 passar do tempo, no universo foi sendo primitiva dos mites e Com Essa ideia consiste a explicado de de participar independente considerado As originaram Essa explicac;:ao Esses habito, a da origem nao que essas interpretac;:6es J.W.B Mannhardt e J.G. Frazer de uma fase nova, chamada e da nac;:ao. Ou seja, luz de urn mito de uma Dutra conserva forma. simples e hoje sabe-se a nomeil-Ios. A partir desse humano a sao identicas, pode ser as de praticas urn mito 9re90 teve comparativo". nac;:ao e cultura, pais ambos respondem humano. Aos poucos, a lembranc;a e mitologia de "0 metoda na crenc;a de que as ac;:6es do espirito do pavo exigemcias do pensamento lenditrio dessa passou humanos. primitivas. as trabalhos oportunidade dramatizada considerada podem ser consideradas da natureza, foram se tornando ou romano Frazer conseguiu rea is. Assim, mostrar que um ate os mitos deixaram grandes temas, de ser um milagre. pesquisas lendas, realizadas como apos per exemplo: ritos de iniciaC;ao, ritos funerarios, proporcionando uma explicalfiio Frazer trouxeram ritos de passagem etc. Esse metodo de uma classe classifica e categoriza para tal. Porem, esse metodo comparativo os quais para outra, as lendas, nao satisfaz a todas as explica90es. Essa busca por uma explicalfiio importante, que e a caracteristica novo metodo, G. Dumezil. denominado "metodo geral fez com que se perdesse (mica e individual sociologico", 0 aspecto de cada lenda. Assim, tendo como representante mais surgiu 0 urn frances Para essa escola, a comparaC;ao deve ser feita entre povos que possuam a 18 mesma origem, 0 mesma grau de parentesco, sera derivada desses pavos crencas e pn3ticas comuns. 0 ou linguas semelhantes, Sendo assirn, a estudioso deve focar em descobrir conjunto comum de crenyas e ritos. Fai dessa forma exemplo, que lodos as dominios "poc;oes da imortalidade". metoda encontra "indo-europeus Jung, ressacralizado inconsciente arquetipos. imagens entre coletivo primordiais" povos antigos, humana e constituido lendas, bem definidas, (JUNG, analisado p.73). Dessa par de preparar explica90es, esse um de JUNG, atraves do conceito para a estruturac;c3o e desenvolvimento fol (uma remitizado, imagem). e dos seus correlatos, possui tambem forma, a mitologia temos um conjunto 0 mito como "0 os de uma seria um "subconsciente n dos as aspirac;oes, enfim, tudo aquilo que a De fato, no mito hi!: incestos, dos mitos proporcionou Nessa perspectiva, simbolizadas. mito arquetipo per ser horrivel. etc. Essa psicanalise algo multo serio com a coletivo. os temores, recusava, indoles como possui instint05, psicanalistas livre de preconceitos. como a se tarnar Brandao, pela soma dos instintos 1984, 0 qual representaria consciente Junito do inconsciente de alguns traic;oes, assassinatos, analitica a ser de conteudos Aos olhos antigas Segundo Assim como cada individuo exteriorizac;ao moral Quiros. e passou uma tradi~o em algumas esse mostrou, em explicar as mites helemicos. Desde as fins do secula XIX, a mito passou Freud, que Dumezil possuiam n Porem, apesar do sucesso dificuldade pois a mitologia evoluc;ao que surgiu em urn conjunto de produto de uma Em suma, de arquetipo uma vida nova as os mitos adquirem aprendemos (imagem), de nossa consciemcia a importancia individual posic;oes com a psicologia dos mitos e coletiva. 19 Para conduir esse capitulo, podemos afirmar que as hist6rias desenvolve contadas como - desde uma tragedia, ate 0 mito, entao, abrange todas urna fabula de Esopo. Ele se epopeia e tenta explicar as origens, que sao transmitidas entre familias e cidades. Ele e a manifestac;aoda arie, em toda a sua forma de criac;ao, representando 0 irracional do pensamento espirito. 0 mito "aD tern fronteiras, e integrando-se a todas as atividades ele esta em tada a parte, sendo essencial a vida. do 20 3.0. HOMERO Homero e considerado atribui a cria~o urn dos principais das obras lliada e Odisseia. autares da mitologia Porem. falar a respeito grega, ao qual se de Homero nao e uma tarefa facil, em virtude de trabalharmos em eima de hip6teses e naD de fatos concretes. Alguns estudiosos questionam se Homero fenomenal, ou se foi um conjunto de varios nascimento, a data e desenvolvimento Ha somente A imagem hip6teses, paetas. Alem dissa, de sua vida tambem de Homero as quais veremos nos e familiar museu de Munique, a qual representa cego. escultura Porem, se foi urn unico poeta 0 local de seu sao questionados. naD ha uma res posta correta que possa ser comprovada essas perguntas, como veridica. 0 de fato existiu, essa 0 atraves a seguir. de uma escultura autor como um homem nao representa Para e tamada urn retrato conservada cabeludo, tiel do autor, no barbudo e sim, e uma inspira~ao em um modelo do seculo V a.C., epaca da arte grega. A localizac;ao que sete cidades Esmirna, afirmava do lugar do nascimento gregas Colofon, Salam ina, que Homere Hino de Apolo, qual Homere a homa Rodes, Argos de Homere e nao de ter sido esse e Atenas. Uma precisa, das tradi<;6es a Homere, era conhecido como a obra "do homem Quias". Esse mesmo local mostra aos seus visitantes e seus descendentes cantar seus poemas. mas sabe-se local. Sao elas: Quios, antigas havia nascido na ilha de Quios, pois, no final do seculo VII a.C, 0 atribuido vive na escarpada disputam - os Homeridas - supostamente Dutra hipotese que afirma 0 nascimento cego que uma rocha na sentavam para do poeta ern Quios e a de 21 que a lingua dos poemas do autor era a ~j6nica", falada pelos primeiros estabeleceram na costa ocidental o local da Asia menor e, inclusive, da morte do poeta tambem e disputado. de sepultamento de Homero, poeta havia escolhido A ilha de Cos afirmou ser porem, Chipre contestou, dizia que urna nativa de Chipre chamada ser enterrado Temisto greg05, que se em Quias. alegando que a tradiyao teria sido a mae de Homero, 0 lugar cipriota e que 0 ao lado de sua mae, em Chi pre. No secula V a.C., Her6doto, 0 pai da Historia, duvidou que a autoria da lliada e da Odisseia fosse atribuida a Homero, si. Esquilo, um dos pais da tragedia, banquetes de Homero", sugerindo Para as antigos Homero. 9reg05, Ele era considerado mas nunca duvidou declareu a sua inspirac;ao nos poemas nao havia nenhuma duvida um homem, de carne e osso, poetas, atraves da composic;ao da existencia do poeta em que suas pe9as eram "fatias dos grandes 0 das obras que contemplavam homericos. sabre a existencia qual se tornou 0 de maior dos a cultura grega: a lIfada, a Odisseia e varios outros hin~s. Ambos lliada, os poemas uma decada de Homero comec;am depois de um periodo depois do comeC;o do sitio de Troia; depois da queda da cidade - a qual foi considerada acontecimentos testemunhados. de dez anos: na na Odisseia, a primeiro uma dt§cada ponto convencional Os poemas de Homero sao considerados compositor e interprete de canc;oes epicas. 0 dos inicio de todas as nossas narrativas. Homero denominado era um rapsodo, "aedo", palavra que vem do grego aoid6s, que significa Tambem "cantor". Dos 22 primeiros maiaria bardos (paetas, trovadores) era cega e que viajavam publicos de cidade e em cortes reais. Sabemos, esses bardos e rapsodos cantavam Na decada de 1930, e rapsodos Baseado podem ter side cantadas ph6rm;nx, de entonac;6es e cadencias sempre nesses estudos, acompanhados MUlisses das mil astClcias". Esse estilo Milman Parry. Os epitetos sua recita9ao, permitem estender au restringir a narrativa para acompanhar de se vestirem e com elegancia. que jamais fai superada. sao apos a deusa a sua Homero, de seu as de bardos dos textos, na elabora9ao Os personagens constantemente e Ihe fornece da obra eram repetidos, Mestilo formular", exemplo: descoberto 0 aedo durante pausas, a as quais os bardos nao utilizavam mais a lira e sim, uma bengal a emblematica, Homero se tornou par vontade. 0 padrao de excelencia Uma ordem, sem data, atribuida Atena, na Panateneia. - atraves com semelhan~as tem como fun9ao repousar declara que tanto a lliada, quanto a Odisseia de homenagem gestas de her6is". baicimicos, denominado suas palavras, em lugares em suas obras, que populares com ados um carc3ter automatico, Em IV a.C., tres seculas instrumental Homero que a com a ajuda de urn instrumento do poema. que e as formulas que adquire se apresentando na improvisa9ao dos trechos de epitetos, exceto Parry sugere que a lliada e a Odisseia parecida para auxilia-Ios muito, Milman Parry descobriu de gerac;ao em gera980, corda, chamado proprio - varios cantores de urna maneira quais eram transmitidas 0 "sabre os feitos dos homens, estudo sabre as bardos da ex-Iugoslavia ao estilo do Homero. em cidade, segundo norte-americano 0 nao sabemas a Solon, Pisistrato eram cantadas alem em sua arte, ou Hiparco na integra em urn festival 23 Com exemplos 0 sistema de esenta de composi'fces Os poem as homericos aferecidas literarias podem pela escrita, poemas em rolos de papira roles de papiro. Se Homero pela provavelmente, maior modernos, empreendedores, determinado escritas Grecia, alfabeticamente, tivemos por volta do secula VIII. a aproveitarem comprimento, as primeiros as possibilidades consistancia e harmonia. 0 urn alcance mais ample da obra. Para alguns estudiosos cernerciantes a chegado ter side as primeiros tais como: poema escrito possibilitava dos alfabetica passivel escreveu de que Homero tenha escrito as Jonios do seculo do Egito. que trouxeram quantidade a divisao e para casa VII a fantastica de fatc sua obra, seu comprimento texto que urn papiro podia da obra em 24 cantos (dos dois poemas) 0 telda a. C., eram invenc;ao dos deve ter side canter. Portanto, pode ter side uma conseqCu3ncia dessa limitat;ao de espa90. Os gregas: poemas canonicos, mundo. Homero comuns que ofereciam ofereciam factuais. que escondiam era uma alegoria elementos comuns. uma visao dos deuses Esses argumentavam as tornaram como cidades textos cidadaos do de sustentam 0 que as lendas eram histariador Para os historiadores, Paul Veyne, "0 mito era uma deformar;ao 0 mundo homerico e um mundo poetico. 0 verdadeiro menos de verdades hist6ricas. assunto e a terra dos homens ft se e dos her6is, uma prova poetica. Segundo filos6ficas. unificadores poemas que essas lendas eram vers6es Par outro lado, alguns fil6sofos de verdades de Homero dois e deuses De urn lado, historiadores acontecimentos alegorias de hist6rias nos ensina a arte da sobrevivencia. e 0 mundo dos deuses, na qual a Odisseia 24 No secula VI a.C, Homero ja havia se tornado informava 0 maior dos paetas e toda a cultura e COnCeP9aO grega do mundo, atraves 0 mestre que de relatos de mortais, deuses e her6is. Os seres humanos, segundo a poeta, tin ham que depender propria Inteligencia Homero e astucia, e nao do comportamento instavel dos deuses. se sua A obra de serviu como meio de informayao, conhecimento e analise do comportamento, das virtudes e dos erros humanos. Assim, Homero deu origem a varias biografras, escritas par diversos Qutros autores, as quais honravam a famoso poeta. Porem, escritas, 0 fata dessas biografias terem side naD significa que elas sejam veridicas e nem que 0 poeta de tata existiu. Alguns estudiosos acreditam que Homero nunea existiu. Qutros pensam que ele naD era apenas uma pessoa, e sim, um conjunto de paetas. Segundo Alberto Manguel, "talvez Homero naD tenha sido urn homem, e sim, a nome que as bardos antigos deram a arte deles, transformando uma atividade atemporal numa pessoa lendaria primordial." (MANGUEL, p.38). 2S 4.0. ODISSEIA A Odisseia, considerada contando grandes de Homero, esta entre as primeiras urn mito. Ela se caracteriza da lingua grega, e do super-human~, hist6rias de combate entre deuses e deusas; e narrando aventuras herois, muitos considerados fazem parte de familias homem, ampliando-os 0 a urna proporyao Alguns considerada de Odisseu a reconquista criticos posteriormente universal tres conjuntos: abarda de divindades as debates e desafios de que do atraves do mito. 1. Telemaquia: composta e 0 protagonista; ern seu retorno a pelos quatro cantos 2. Regresso, cantos 5 a pcHria; 3. Itaea, cantos 13 a do palacio pelo heroi em ftaca. sugerem que foram compilados. inicialmente A hip6tese, foram escritos apesar de ter 0 tres poem as, seu fundamento, que nao foi verdadeira. Foi em 1488 a primeira vez que a Odisseia 0 ou seja, filhos A epopeia filho de Odisseu (Telemaco) 12: que narram as aventuras 24: que mostram semi-deuses, nobres hist6ricas. A obra compreende iniciais, no qual Entre epopeias pela mistura do humane momento em que foram fixados foi impressa, e impressos, em Florenc;a, na Italia. esses textos provavelmente varia ram um pouco. Os 26 mil versos tem uma forma chamada e formado por seis medidas. Cada medida e composta uhexametro" dactilo, UHex" significa seis em grego e "metron" p~r uma silaba longa e duas silabas onde cada verso significa breves, medida. denominado 26 dactilo, au entao, par duas longa5, denominado Ha urn urn espondeu. aeente mel6dico, em forma de canto. No inicio da obra, a poeta se dirige a uma divindade, que pode expressar males padeceu, tudo. "0 homem depois de arrasar inspira as atos dos mortais. mal, que provocam acompanhara, que muitos e quem Troia, cidade sacra." (Od I, p.13) A divindade A obra introduz a interven~o a Musa, que sabe tude e 6 MUS8, a multifacetado, uma ideia de merito e demerito, de bern e dos deuses. Se as seres sao bons, a divindade os casa contra rio, darao a eles castigos. Temas a presenya palacio de Ulisses; sereias ao cantarem grandeza canta-me, de varios aedos na obra: ha urn entre as Feaceos; a proprio Ulisses a sua melodia, se torna entre do aedo, os quais eram capazes urn ao cantar Qutros. A Odisseia de reproduzir as suas aborda as epopeias outro no aventuras; a respeito de forma as da oral, com variac;6es minim as. A present;a, feminina dos fundadores composta e constante da filologia moderna, para um publico feminino. e intensa na obra. 0 ingles Richard em 1713, sugeriu que a Odisseia Bentley, um havia Samuel Butler, escritor da epoca vitoriana, side chegou a propor que a obra havia sido escrita por urna mulher. Tudo na obra se passa como se o mundo feminino destrutivas; Clitemnestra, fosse duplo, como, por exemplo: as sereias sao cantoras, em Itaca temos as servas fieis e as infil3is; ha Penelope, a mulher adultera, a composiC;ao e caracterizac;ao etc. Todas essas presenc;as femininas do heroi Ulisses. mas a mulher fiel, e contribuem para 27 A Odisseia narra as aventuras apas a guerra de Troia. A narrativa apesar do heroi estar envolvido forma resumida, narrador passando esperteza mais e o Ulisses her6i capitulo for~as tempestades, navega~ao, obstaculos com 0 auxilio que parquet par forte, inumeras bonito, Nao ha nenhum essas qualidades, impedi-Io de alimento, Dessa rochas forma, que 0 de chegar ao lan~adas, protegem, a sua patria. como Atena, muito de sua aventuras tais que como: pai, esposo, ser amante, posteriormente, no 0 her6i na obra, e sim, seu ventos destin~, fortes ele se ve obrigado para poder retornar dos deuses contra de her6i em herois da epoea. guerreiro, exercito 0 ao seu redor suas exigiram eram como urn dos principais astuto, tentam outros. e desafios transforma as pessoas pais e eontado dez anos, tudo outro. Homero aquelas mesmo a sua patria, de memorizac;ao, rei, lider, entre outros - como veremos que escassez entre 0 seu regresso a capacidade que duraram maior - caracterizado do her6i. natureza tempo esperto, contando pais Ulisses narra consagravam estrangeiro, a respeito da 0 e inteligente, conquistador, urn e sabedoria impressionavam cavalheiro, aventuras, dedicando inteligemcia, em aventuras de urn evento para de suas pr6prias experiemcias, de Ulisses, nao ultrapassa tais como: ou contrarios a superar todos Mas com a sua inteligencia ele consegue superar a esses e ate 0 impossive!. Segundo Donaldo vitorioso por ser quem SchOler, doutor em Letras e tradutor e." leitor escolha a sua favorita. (Telemaquia, da Odisseia, pag. 9). Suas multiplas "Odisseu faces permitem que e 0 28 Enquanto considerada 0 a iliada e considerada da guerra, a Odisseia poema da paz, pais term ina com a paz estabelecida familias dos pretendentes A Odisseia nos libera para a fantasia em contata padr6es de confinamento. pode entre Ulisses ser e as martos par ele. lermos a obra, temes a oportunidade de entrarmos urn poema com 0 e a imaginayao, contidas de viver sonhos assustadores, nossa eu interior mais intimo, no fantastico. Ao rices au reais, al8m libertando-nos dos 29 4.1. ULISSES, o vocabulo grega "Ulikses", Ulisses Arcisio, 0 grego "Odysseus" alraves nasceu o ea 0 na ilha de (taea, nome Ulisses. Do lado paterno, Do lado malerno, 0 nascimento MITOS primeira fonte de Ulisses. A forma dialetal e filho de Laerte e de Anticleia. qual era filho de Zeus. surpreendida naa DE TROIA E OUTROS do lalim "Ulixes", nos deu qual seu bisav6 era Hermes. Ulisses SEU RETORNO avo chamava-se seu seu avo chamava-se Aul6lico, do her6i foi urn tanto quanta no monte Nerito, do complicado. em urn dia que sua mae tal por um temporal. nome Odisseu, nome originou-se dado ao heroi, possui algumas da interpretac;ao impediu a mae do her6i de descer 0 fora visitar 0 neto recem-nascido mulheres que encontrara palavra, 0 temos e "por ter se irritado com muitos pela terra fecunda", o nome de UOdysseus", que lembrava Alguns estudiosos Urna delas diz que pelo caminho", 0 0 que monte Nerito. Outra versao diz que avo do heroi, Aut6lico, eu me zango". vers6es. da frase grega uZeus chavia aconselhou 0 verbo "Odyssomai", dizem significado "Iuminoso". considerado urn her6i homens aos pais do her6i a/he que, ao analisar Mas nao se sabe que significa e "eu me irrito, derivado da ao certo a etirnologia de 0 radical e darem 0 Odysseus. Ulisses coragem Durante e e inteligencia. Desde muito cheio jovem de malicia, 0 her6i deu urna estada na corte de seu avo Aut6lico, foi ferido por urn javali, 0 quallhe habilidade, inicio deterrninar;ao, as suas Ulisses participou aventuras. de uma cac;ada e gerou urna cicatriz acirna do joe/ho, que selViu para 0 30 reconhecimento do heroi na Odisseia. par urna de suas escravas, quando esse chegou a Itaca disfar9ado. A pedido de seu pai (Laerte), Ulisses foi a Messena, urna parte do rebanho de seu pai, que havia sido furtado. Ulisses encontrou resolveram, com 0 com 0 intuito de reclamar Na corte do rei Orsiloco, lfita (filho de Eurito) e herdeiro do areo paterno. como pacto de amizade, Os dais her6is trocar de armas. Ulisses deu a lfita sua espada e lan~, enquanto ifita a presenteou com urn areo divino - utilizado para matar todos as pretendentes usurpadores na Odisseia. Ulisses recebeu do pai, que se recolheu reino de par se sentir velho demais e cansado, itaea, com todas as suas riquezas, constituida hero;, com a objetivo pretendentes de se casar, cortejou dela era excessiv~, lcario. Hit duas versoes foi por Tindaro voltou-se Helena, para Penelope, para como Ulisses conseguiu (pai de Helena), em forma de gratidilo outra, afirma que a her6i a conseguiu principal mente de rebanhos. mas percebendo como premia, que 0 numero prima de Helena, a mao de Penelope: por um conselho ap6s ter ganhado a 0 de filha de uma, diz que dado pelo heroi; uma corrida de carros. Do casamento de Ulisses e Penelope nasceu Telemaco, 0 qual ainda era muito novo na ocasiao da guerra de Troia. 0 heroi tentou evitar a sua ida para a guerra, por falta de coragem, mas par amar de louco para escapar inteligencia inventiva do juramenta par excelencia nao it esposa e ao filho. Em seu plano, Ulisses se fingiu de ter que ir para a guerra, e primo heroi, teve a ideia de coloear Telemaco de Ulisses, mas Palamedes, desconfiado na frente das rodas do arado. da loucura Ulisses, a do agindo 31 de forma sa, deteve as animais a tempo de salvar seu filho e foi, assim, desmascarado par Palamedes, acontecimento. tendo a que if Inclusive, guerra. no decorrer Ulisses nunca perdoou primo 0 da guerra de Tr6ia a her6i vingou-se par tal cruelmente de Palamedes. Junto ao conselheiro Miisco, enviado aqueia. Ap6s a guerra de Troia, longo e dificil regresso Helena e com 0 retornou dias, com Quando Eles participaram destruiyao de conciliar tomou 0 0 rumo reinos. Menelau da guerra um sacerdote mar, partiu na armada primeiro navegaram com presentes do eram uma tribo belicosa arrasaram-na, se engajou Ulisses que junto com sua da deusa seguiu, 0 ao mar. Na la permaneceu as grayas 0 para mas mais Atena. uma forte rei de ftaca foi parar em Tracia, na regiao dos Cicones. de Troia de uma de suas cidades marujos somente respectivos a Tr6ada e se uniu a Agamemnon, objetivo os separou e Os Cicones seus 0 Agamemnon tempestade a seus per Laerte, Ulisses her6i e as outros reis aqueus se apresentaram velho sabia Nestor. As naus de Ulisses ilha de Tenedos, alguns 0 como da Tracia, aliados par Ulisses. juntamente que tin ham como de Priamo, Desembarcando com alguns 0 heroi Cicon. que justificaria na cidade, de seus habitantes, a Ulisses e poupando de Apolo, Marao, que deu ao rei de Itaca doze jarras do melhar vinho. Num contra-ataque rapido, os Cicones eliminaram alguns gregos, que seguiram em direyao ao mar. Os aqueus viajaram rurno ao suI. Dois dias depois avistaram mas urn vento forte os lanyou ao largo da ilha de Citera. Durante enfrentaram dificuldades no mar, ate que, no decimo dia, 0 cabo de Maleia, nove dias, os marujos chegaram ao pais dos 32 Lotafagos alimentavam (provavelmente em algum lugar da costa da Africa de f10res (Od. IX). 0 Lota era urn fruto saboroso, fazia com que a pessoa que marujos aqueus provaram 0 provasse, naD desejasse do norte), que se magico e amnestico, que mais retornar a sua patria. Tres do Iota. aE aquele que saboreava 0 doce fruto do Iota, Nao mais queria frazer notrcias nem voltar, Mas preferia permanecer ali entre as Lot6fagos, Comendo do regresso" /oto, esquecido (Od. IX, 94-97) Ulisses conseguiu posteriormente, traze-Ios chegaram "Dali continuamos e chegamos a terra dos ciclopes - identificada dos soberbos ciclopes, infensos nos deuses imortais, nao pfantam, mas tudo Ihes nasce sem semear nem lavrar" (Od. IX, 105-109) no navio. Dati partiram com a Sidlia. viagem, de coray8o triste, a terra que, confiados de volta e prendeHos as leis. nem lavram, e, 33 Com seus doze melhores homens, Ulisses decidiu explorar levando consigo urna das jarras de vinho que havia ganhado de Marao. aquela Ulisses e seus homens entraram em urna gruta, na qual havia gordos rebanhos. homens aguardaram 0 dono da regiao, Na explora<;ao, La, as cavern a e dele esperavam hospitalidade. No final da tarde, 0 ciclope Polifemo, dono da gruta, chegou ao local. "Era urn monstro hOffendo, em nada semelhante a urn homem que come paD, mas antes a um pieD a/candorado de (Od.lX, altos montes, que aparece iso/ado dos oulros" 190-192) Polifemo era filho de Posidon com a amante Toasa. Era urn ciclope gigante de urn 56 olho, que ocupava urna tertii regiao cnde 0 solo gerava abundantes plantayoes par conta pr6pria, fornecendo um pasto farto para as gordas ovelhas e bodes. 0 gigante, ao chegar a sua gruta, ja foi devorando seis dos marujos de Ulisses, ate que rei de itaca teve uma brilhante ideia. 0 0 her6i resolveu oferecer a Polifemo um pouco do vinho de Marao. 0 gigante, que nunca havia provado a bebida, gostou e bebeu em excesso, ate embriagar-se. que respondeu "Ninguemft. Antes de dormir, 0 gigante perguntou ao her6i 0 seu nome, 0 cic[ope, entao, prometeu que comeria WNinguem par n ultimo, em retribui(f6l0 ao vinho, e assim dormiu. Nesse momenta, Ulisses afiou uma estaca, unico olho do Ciclope, cegando-o. aqueceu-a ao fogo e enfiou-a no 0 Ciclope, acordado pela dor terrivel, urrou e rugiu, 34 chamando seus vizinhos, esses se agruparam incomodando, as Qutros Cicio pes, para que viessem ajuda-Io. ao lado de fora de sua cavern a e perguntaram quem quem a tinha ferido, sua (mica res posta toi que "Ninguem" e "Ninguem" 0 estava ferindo. Sendo assim, eles acabaram Mas quando 0 estava a incomodava a tendo como laueo e se retiraram. Ao amanhecer, homem toi amarrado Ulisses e seus homens embaixo a afastou a pedra, ele sentou-se Ulisses, mas esses passaram seus companheiros correram se preparam de urn dos carneiros entrada para fugir da caverna: do ciclope. da caverna, tentando a salvo por suas maos, Quando agarrar a tripulayao presos aos animais. ate a praia e embarcaram cada a 9i9ante cega de Ulisses e em suas naus. Ao tomarem uma certa distancia da ilha, Ulisses grita para Polifemo: "Ouve Cic/ope! Se um dia, qua/quer dos mortais inquiririr-te sobre a raZBo vergonhosa dize ter sido 0 potente que de Laertes e filho Polifemo sem acerta-Ia. ergueu Polifemo 0 a/ho vazado, e que em {taca tem a morada .• (p. 168) urn enorme rochedo e lan~ou-o Oali, a tropa continuou triste pelos companheiros acontecimento, de estares com Odisseu, eversor de cidades, viagern, feliz por ter escapado que haviarn sido devorados divide sua desgra~a contra a nau de Odisseu, pelo temivel com seu pai, Posidon. da morte, Ciclope. mas porem, Apes esse Esse, enfurecido, 3S se prop6e a impedir obstaculos, como forma de vingant;:a. Os Helenos possivelmente ao maximo navegaram 0 retorno em direy30 de Odisseu itaca, enviando-o a ilha E61ia, reino do Senhor diversos dos Ventos - Lipari, na costa oeste da Italia Meridional. "Chegamos entao a i1ha E61ia. Ali habitava E%, filho de Hip6tes, caro aos deuses imortais, cingida em foda a volta por infragive/ (Od.X, a numa ilha flutuante, muralha de bronze .. 1-4) Eolo acolheu Ulisses e sua tripula~o com hospitalidade durante urn meso Na partida, deu ao hero; urn saco (urn odre) contendo todos as ventos desfavoraveis. apenas a brisa que as levaria de volta deixando de fora a patna, denominada de Zefiro. A tripulat;Ao assim partiu navegando no mar por nove dias. No decima, quando conseguiram avistar urn sinal longe de itaca, 0 her61, exausto, adormeceu. Seus homens, desconfiados que Eolo havia Ihe dado um saco de ouro, abriram 0 odre de ventos destavoraveis, deixando todos escaparem. A tripula~o fol jogada imediatamente ao sentido contrario do qual estavam, chegando novamente Eolo, que dessa vez nao as acolheu com hospltalidade. a ilha de 0 Dono dos ventos disse que provavelmente as Deuses nao desejavam a retorno de Ulisses e sua tripula~o, portanto nao havia nada que ele pudesse fazer. Entristecido, cidade da habitavam Ulisses Lestrig6nia, voltou terra a regiao de F6rmias, dos a navegar, gigantes chegando - no setimo e antrop6fagos dia - aLamos, lestrigoes, ao sui de Laclo, ou 0 porto siciliano povos de Leontinos. que Os 36 Lestrigiles eram uma tribo de canibais, que, sob a ordem de seu rei, precipitaram-se arremessando Oestruiram em seguida de cima dos rochedos, levantou-se e 0 gigante Antifates, estrepito logo urn deles e blocos de pedra sobre a frota ancorada todas as naus, menes a de Ulisses, -Depois, 0 sabre as homens enviados por Ulisses, devorando logo das naus das naus que 0 que estava lanyaram sobre n6s pedras grito medonho em seu porto. mais distante. imensas. dos que morriam se partiam. E os lestrigoes, cortando os homens como se fassem peixes, levavam-nos (Od. para um trisle banquete. X, 121-124) Assim, com urn unico navio. localizayao " e impassivel, 0 heroi navegou em direcao a ilha de Eeia, cuja mas podendo ser identificada com Malta au com urna ilha situada na entrada do Mar Adriatico, contribuindo com a fantastica geografia mitica de Homero. A ilha fabulosa era residencia da feiticeira Circe - filha de Helio e Perseida, irma do valente Eetes. Ulisses enviau vinte e tres de seus tripulantes para explorarem lugar. Quando esses chegaram ao palacio da maga foram recebido cordialmente ela, que os fez sentar e preparou-Ihes uma poyao.Em magica, os transformou em animais semelhantes a seguida, 0 por com sua varinha porcos. 0 unico que escapou do encantamento foi Euriloco. que nao havia entrado no palacio da bruxa. 37 Ulisses aproximava ensinou ao heroi denominada Quando se dirigiu do Palacio, 0 ao local, Hermes segredo no palacio, busea para escapar m61i, que deveria entrou em apareceu, ser colocada de seus companheiros. sob a forma do feiti~o, dando-Ihe a planta na POIY80 que a feiticeira Circe ja foi logo Ihe dando Quando de um adolescente. a bebida, se Esse magica faria a Ulisses. tocando-o com a varinha e dizendo toda confiante: ·Va agora deitar com as Quiros companheiros na pocilga" (Od. X, 320) Porem, a bruxa ficou surpresa com 0 - exigiu desfrutou periodo, Circe quando viu que sua magica her6i. Ulisses, com sua espada nas maos - conforme que a feiticeira a forma de um ano de hospitalidade normal aconselhado Ulisses a alma do adivinho a ir aD mundo Tiresias, para saber Itaca. "Ali esta a terra e a cidade dis Cimerios, cobertas pela bruma jamais recebem (Od. XI, 14-16) de seus companheiros em seu palacio a heroi partiu em direlfSo ao mundo ctonio, havia consultar devolvesse e pelas nuvens: um (mica raio do sol brilhante." naD havia funcionado Hermes havia aconselhado e de seu amor. a mundo das como das sombras, sombras, com eles fariam 0 e ainda Ap6s esse a Hades. objetivo para retornar de a 38 Ulisses, chegando ao local, deixou a nau junto aos bosques consagrados a Persefone e, a beira-mar, por Circe. Quando "... 0 0 abriu urn fossa e realizou sangue penetrou as sacrificios no fossa, as almas vieram rituais aconselhados a tona. sangue negro corria e logo as a/mas dos mortos, subindo do Hades, se ajuntaram. " (Od. XI, 36-37) Ulisses Tiresias, pode conversar que informou urn barco estrangeiro. nao possuia com muitas sombras a Ulisses que ele regressaria e, especialmente, E que depois, ele partiria novamente, as habilidades da navegayao. com a adivinho a sua patria sQzinho, em eima de a procura de urn povo que E que, alern disso, ele faria urn sacrificio a Posidon e morreria velho, feliz e em terra firme. De volta, ainda urna pequena aos conselhos e Caribdes, na ilha de Eeia, Ulisses ouviu atento de Circe a respeito de como passar pelas Sereias e pelos monstros ah~m da proibi-;:ao de comerem nova aventura, que sereias, localizadas sereias antrop6tagas atirariam permanemcia 0 levou em direyao possivelmente tentariam ao oeste. no Mediterraneo encantar todos nos recites, devorando-os. seus companheiros aos seus tripulantes deveriam que 0 as vacas de Helio. Ulisses 0 Ocidental, atraves encontro pr6ximo de seus toi com as a Sorrento. cantos. Para evitar que isso acontecesse, tapar os ouvidos deixassem her6i Seu primeiro com cera. E, se caso 0 Cila partiu para uma As Depois, Ulisses e her6i ordenasse ouvir os cantos - por nao resistir a tentayao - 39 esses deveriam amarra-Io ao mastro. Quando a "au se aproximou. as sereias iniciaram seu canto. "Aproxima-fe daqui, preclaro Detem a nau para escutares Uiisses, gl6ria ilustre dos aqueus! nossa voz. Jamais a/guem passou par aqui, em escura nave, sem que primeiro Quvisse a voz mellflua que sa; de nossas bacas. Somente parliu ap6s se haver de/eitado com ela e de fiear sabendo muitas eoisas. Em verdade sabemos tudo .. (Od. XII, 184 - 189) As sereias eram tithas do rio Aqueloo principia, duas: Partenope quatro: Tetes, Redne, Molpe e Telxiope. cortejo de Persefone. Quando para que elas pudessem sereias e meio passaros, se tornaram tocava lira; Leuc6sia dem6nios cantava homens, prenderem-nos as sereias pediram transformou-as do asas aos deuses, em monstros. irritada Meio na parte de cima e peixe na parte de baixo, as marinhos. Eram habeis musicas e Ugia tocava f1auta. Utilizavam e devortl-los. Eram, a e Ligia; e depois na terra, na agua e no ar. Demeter, a rapto de Persefone, au mulher ou de Esterope. Leucosia Eram jovens muito belas, que participavam Hades a raptou, procurar Persefone par elas nao terem impedido mulheres e de Melpomene e Ligia; depois tn§s: Partenope, e cantoras: Partenope 0 canto para atrairem as 40 Passados cabe93s, pelas sereias, que habitava quantidade de agua, provavelmente escondiam seria devorando devorado as dais monstros Sicilia. Seguindo as aqueus urn rochedo) Cila par Dutro. A localizat;ao como (urn monstro (urn monstro, tudo que nela estivesse). e defendida a canselho enfrentariam e Caribdes 0 Quem do escapasse penhasco estreito de Messina, de Circe, Ulisses decidiu de seis que absorvia grande de urn, em que se entre a Italia e a passar mais perte de Cila, mas mesmo assim perdeu seis de seus companheiros. Apes enfrentarem as monstros, direc;ao a ilha de Helio, chamada fon;a dos ventos. Nessa terra Ulisses ja tinha sido advertido resistiram Quando e devoraram 0 pastavam vacas que nao poderia barco voltou a navegar, do banquete e seus companheiros La, permaneceram do Deus come-las, uma tempestade a navio, onde somente das vacas. Agarrando-se "Partin do daJi errei par nove dias; na decima noite para a ilha de Oglgia, onde mora Calipso, de linda Cabeleira .. (Od. XII, 447-449) estava em par sagradas. seus homens nao feita a desgrac;a. e, Zeus - a pedido de sobreviveu, aos destroc;os, levar pelos ventos. os deuses conduziram-me Ulisses urn mes, que eram parem, se formou navegaram durante Sol, as mel hares vacas do Deus. Assim Helio - com seu raio, destruiu participado Ulisses Trinacia. par nao ter a her6i se deixou 41 e A ilha de Ogigia semi-morto, foi acolhido, Atena, que protegia a Hermes, Ulisses 0 Quando na regiao que ela deixasse necessario para construir filho Polifemo - enviou uma tempestade, e sacudiu 0 fez descer Posidon reuniu mar. Transformou e, envolvendo na costa solicitou a Zeus que enviasse a Ulisses estava quase chegando "Assim dizendo, Ceuta, marroquina. cuidado e amado pela ninfa Calipso durante Ulisses, ninta, pedindo material imaginada 0 uma jangada. 0 de a 0 her6i partiu. - querendo vingar seu a qual quebrou a jangada empunhou atraves Cal ipso forneceu No quinto dia, sua patria, Posidon as nuvens, dez anos. Param, uma mensagem, her6i partir. Assim, 0 heroi, do heroi. fridente lodos as ventos em procelas em nuvens a terra e 0 mar, a neUe do ceu." (Od. V, 291-294) Ulisses se agarrou a uma prancha da jangada e ao veu precioso que 0 protegia, dado por Ino Leucott~ia. Apos tres dias no mar, alcanryou terra firme, a ilha dos Feaceos (provavelmente Nausicaa enxoval a ilha de Corfu). - filha dos reis Alcinoo de casamento aguas, despertando pois 0 0 Esgotado, e Arete 0 heroi - inspirada dormiu no rio. La, ela e suas companheiras heroi, que solicitou heroi estava nu, e convidou-o ajuda a conhecer na mata. par Atena, decidiu comec;aram A princesa lavar 0 a brincar seu nas it princesa. Eta the deu comida e roupa, 0 palacio. 42 Os Feaceos Ulisses excelente Oemodoco levavam hospitalidade. que cantasse levando Alcinoo 0 e tranqGila. urn banquete, alegando Ulisses 0 rei, ofereceu se casasse 0 muito, heroi narrou todas com sua filha, de sua esposa a ao aedo se emocionou que vivera. Assim, que Ulisses a saudade Alcinoo, rei de Itaca solicitou 0 de Troia. sabre as aventuras 0 rei sugeriu heroi recusou, rei embarcou Durante as acontecimentos a perguntar as suas aventuras. Porem, urna vida luxuosa Nausicaa. e filho. No dia seguinte, a Ulisses em urna das "aus, que a levaria de volta 0 patria, acompanhado de presentes. "Ela corria com tanta seguran98 e firmeza, que, nem mesma a falcao, a mais ligeira das aves, poderia segui-Ia. n (Od. XIII, 86-87) Em urna adormecido noite, na praia, vigilante, transformou as marujos com Laerte ja nao reinava muito decidiu Ulisses estava alcanc;aram escondidos 0 °que atinge pai partira. Itaca, em uma deixando 0 oliveira. her6i Posidon, em urn grande rochedo. ausente, mais. Sua mae Anticleia ~o que combate, crianc;a quando de Alcinoo presentes a nau que retornava Em Itaca, quando Telemaco, seus a devido guerra havia morrido distancia", Quando a de saudades filho de Ulisses completou partir em busca do pai, com a orientayao de Tr6ia, dezessete seu pai do filho. e Penelope, anos, era Telemaco de Atena - pois os pretendentes de 43 Penelope planejavam mata-Io. Todos julgavam e oito pretendentes passaram a usufruir que Ulisses estava marto. Assim, das propriedades banquetes, bern como a cortejar a mao de Penelope. a Ulisses, eram humilhados. pois fidelidade, 0 escolher urn novo marido, para Laerte, a Os subordinados esposa de Ulisses, aparece cento com festas do pal,kio, como 0 e fieis simbolo da esperou durante vinte anas. Pressionada pelos pretendentes para mortalha mas Penelope, do heroi, Penelope ela escolheria noite ela desfazia 0 trabalho. prometeu que quando acabasse um deles como marido. Assim, de tecer uma de dia ela tecia, 0 plano durou tres anas, ate uma de suas servas a denunciarem. Quando primeiro a acordou, passar por desconhecido, palacio, Ulisses tai disfan;:ado de mendigo casa de Eumeu, seu porqueiro, para atualizar-se para entao, elaborar ° rnais per Atena. 0 her6i decidiu fiel de seus servos. de tudo que estava urn plano para retornar 0 fidelidade de Eumeu, reconheceu, Ulisses pode contar com a fidelidade mesrno disfaryado e, na sequencia, acontecendo seu reinado. momenta, ja esta de volta em ftaca. Pai e filho se reconhecessem as ore/has: era Argos que a paciente Uiisses havia eriado antes de ir para Abandonado a sagrada ilion (...) na ausencia nesse AIE~mda do seu cao, Argos, aE um cao, que estava deitado, erguendo a cabeqa, erir;ou em seu Telernaco, no porcariyo. morreu. de seu senhor, rolava diante do portal ir Ele pretendia que a 44 sobre as estrumes das mulas e dos bois. Ali estava deitado Argos, comido das carraY8s. Venda aproximar-se Fa/taram-Ihe {oryas para chegar ate ande estava Este, voltando (Od. XVIII, a cauda e baixou a cabeY8. Uiisses, agitou 0 seu senhor. a cabe9a, chorou .. 291 - 304) Ulisses foi mal recebido em seu palacio, disfar9ado de mendigo, pelo pretendente AntinoD. divertimento dos pretendentes. passasse 0 heroi foi insultado par novos vexames. saber quem ele realmente "Saudades Penelope interferiu 0 recebeu a lutar com apressam eu me defendo com ardis. 0 seguramente, mendigo lro, para para evitar que com muita hospitalidade, era. Ela falava da saudade de UJisses me consomem as pretendentes (Od, XIX, e obrigado Telemaco 0 0 pai mas sem que sentia de seu marido: docemente 0 coray8o. minhas nupcias: n 136 - 137) Eurich§ia, uma fiel ama do heroi, quase colocou a plano a perder, pais ao lavar as pes de Ulisses, par ordem de Penelope, a criada reconheceu a cicatriz na perna do 45 heroi. Porem, ele logo pediu silemcio a ela, antes que 0 segredo fosse revelado, e 0 plano perdido. "Esia cicafriz, pais, reconheceu-a e apa/pou com a ancia, tao logo a palma da mao e, largando-Ihe a perna bateu na bacia: 0 bronze cantou 0 0 tocou pe, e inclinando-se a bacia, a agua entomou-se .. (Od. XIX, 467-470) A hora da vinganc;:a se aproximava. pretendentes Atena inspirou Penelope 0 areo de Ulisses, para a celebrac;ao que daria inicio todos eles. Segue a proposta "Escutai-me, de casamento ilustres pretendentes Dutro pretexto, a nao ser Animo, paiS, pretendentes: Apresentarei tomando-o 0 0 de Penelope: (.. .) nao podeis apresentar desejo de me tomar par esposB. 0 premia do combate grande areo do divino Ulisses nas maos, conseguir esta a vista! e aquele que, arma-/o mais faci/mente, e fizer passar uma flecha pelo orificio dos doze machados, A este eu seguirei ... " a apresentar a aos eliminac;ao de 46 (Od. XXI, 68-77) o orgulhoso Antinoo "Levantai-vas Da esquerda comanda a organizat;ao para a prova. em ordem, companheiros, para a direita. " (Od. XXI, 141) Nenhum dos pretendentes a vontade de seu senhor, poderosa chamada mendigo tentasse mana, conseguiu estica-Io, que Ihe advem de sua origem. Em todos os sen/idos (...J Dos menDS a prava do areo e as pretendentes a(...) 0 astuto Uiisses, contudo, Armou-o ao no caso, Ulisses. IS50 aconteee 0 0 Penelope areo 56 obedece a urna energia insistiu se viram obrigados para que 0 a permitir. e inspecionou grande areo, sem dificuldade pretendentes, apenas tomou pais devido alguma. porem, se apossou uma grande magoa e mudaram de cor ... " (Od.404-412) Ulisses disparou orifida. Depois, a fJecha e abandonou 0 naD errou nenhum dos machados, seu disfarce de mendigo e tomou desde 0 primeiro novamente sua 47 aparencia primeiro. de her6i. E assim, deu inicio ao exterminio A morte atingiu todos as pretendentes. quatro. Doze escravas Penelope detalhadamente 0 da cama, construido de algo 0 que leito conjugal, apenas que aquete era 0 seu marida. Assim, ele teve que somente eles sabiam. 0 rei de Itaca descreveu que ele mesma havia feito. 0 grande detalhe no mesmo instante, corar;aoamante, reconhecendo desfaleceram era 0 pe as joelhos as sinais que Ulisses Dera sem hesitar. Correu direta para ele com as lagrimas E lan,ou foram poupados foi 0 com urn tronco de oliveira. "(.. .) e a Penelope, E Dos servos, Antinoo infieis fcram enforcadas. resistia em acreditar the dar urna prova dos pretendentes. as bra,os nos a/hos em tome de seu pesco,o .. (Od. XXIII, 205-208) Como estava de madrugada, a pouco para amanhecer, para que 0 heroi e sua amada tivessem Os parentes entes queridos. contra todos. dos pretendentes Ulisses, Teh~maco, 0 episodio teria intervenc;ao da propria deusa. mortos, arm ados, foram protestar Laerte e outros side Atena prolongou a noite, mais tempo para matar a saudade. uma imensa - orientados extermina98.0, e vingar por Atena se nao seus - lutaram fosse a 48 "Fifho de Laerte, da estirpe de Zeus, Ulisses fecundo em recursos, suspende Assim falou Atena Depois, 0 combate (.. ). e ele obedeceu de cora,ao alegre. entre as duas partes, foi ce/ebrado um pacta solene para as tempos futuros, obra de Palas Atena, filha de Zeus, portador (Od. XXIV, da Egide." 542-547) Oessa forma, cumprem-se as profecias de Tiresias, as quais diziam que Ulisses morreria em terra firme, feliz e tranqOilo. A paz volta a reinar em itaca, gra~as imposi~o de Palas Atena. a 49 4.2. RESUMO DOS CANTOS Canto I Atenas questiona Zeus por que ele esqueceu de Posidon impedira 0 Ulisses. Zeus responde que a ira retorno do her6i Ulisses a itaca, mas que agora, com 0 afastamento de Posidan, porque esse estava visitando as etiopes, Ulisses poderia dar inicio ao seu regresso. Atena, disfan;ado como Mentes, visita Teh§maco, Ulisses, instruindo-o a procurar noticias de seu pai, para tomar medidas filho de contra os pretendentes. Canto II Telemaco surtiu 0 convoca uma assembh~ia para denunciar as pretendentes, efeito desejado. de Atena (disfar~ada Sendo assim, Telemaco de Mentor) - para parte - em segredo Pilos, em busca de a qual nao e acompanhado Nestor, para obter informa90es de seu pai. Canto III o rei Nestor diz nao ter informa90es de Ulisses, mas conta 0 regresso de Qutros her6is. Ele ordena que seu filho Pisistrato acompanhe Telemaco ate Esparta. Canto IV Em Esparta, no palacio recebidos pelo rei e por Helena, de Menelau, Telemaco e seus companheiros de volta ao trono. Menelau sao conta que Ulisses era 50 mantido cativo pela ninfa Calipso. Enquanto sabendo a respeito da viagem de Telemaco, issa, Penelope que pretendem e as pretendentes ficam mata-Io quando ele voltar. Canto V e Hermes liberte 0 enviado a Cal ipso, par ordem her6i. A ninfa fomece navega em ao her6i material dos Deuses, solicitando para ele construir que a ninfa urna jangada. Ulisses direc;ao a sua patria, porem, Posidon 0 faz naufragar em urna tempestade. Nu e ferido, Ulisses consegue chegar a terra dos Feaceos. Canto VI Ulisses hospitalidade, e descoberto e a princesa pela princesa 0 Nausicaa convida para conhecer 0 e suas criadas. 0 her6i implora palacio. Canto VII Ulisses pede aos pais de Nausicaa, a regressar. a rei Alcinoo e a rainha Arete, que 0 ajudem 0 heroi conta algumas de suas aventuras. 0 rei sugere que Ulisses case com Nausicaa, porem 0 heroi recusa, por desejar voltar a sua patria e rever sua familia. Canto VIII o rei Alcinoo oferece uma festa, na qual 0 aedo Demodoco de Ulisses na guerra de Troia. canta sobre os feitos 0 her6i chora de emoyao. Durante uma exibiyao atletica, zombam de Ulisses, e ele e foryado a mostrar suas habilidades. 51 Canto IX Ulisses revela seu nome e conta tode 0 resto de sua historia: companheiros partiram de Troia, atacaram desembarcaram na ilha dos Ciclopes. como conseguiu escapar do gigante. Tracia, chegaram como ele e seus a terra dos lot6fa905 0 her6i narra como toi capturado e par Polifemo e Canto X Ulisses chegaram continua a sua hist6ria, contando ao retorno, 0 qual foi aberto pelos companheiros enviaram como ele a ilha do deus Eclc, que lhes deu urn saco contendo tada a tripulayao dos lestrigoes, libertando de volta a ilha. Depois desse episodio, cnde 11 navias fcram Circe, que transformou de Ulisses, e seus destruidos. companheiros as ventos desfavoraveis tai5 ventos que eles atingiram Par fim, chegaram a a ilha ilha da feiticeira alguns dos homens de Ulisses em porcos. Apos um ano, Ulisses resotveu partir, seguindo 0 conselho em busca do adivinho Tiresias, de Circe, que orientou 0 heroi a viajar ao Hades, para obter informac;:oes de como regressar a Itaca. Canto XI Ulisses relata a sua visita orientac;:oes. Ulisses tambem Agamemnon, Aquites e Hercules. teve ao hades, onde a oportunidade Tiresias de falar the deu provisoes com mae, sua 0 e rei 52 Canto XII Ulisses conclui entre as monstros sua hist6ria aos Feaceos, Cila e Caribdes, na ilha do deus Sol, que navegou 0 qual guardava contando que perdeu entre as sereias seu gada. Embora muitos homens e que desembarcou advertidos que naD poderiam comer as vacas sagradas, as tripulantes de Ulisses comeram algumas. Zeus, como punic;ao, destruiu a ilha chegar as navios com um raio, sobrevivendo somente Ulisses, que vagou ate de Cal ipso. Canto XIII o rei Alcinoo envia Ulisses em uma de suas naus, repleto de presentes, direc;:aoa Itaca. Os marinheiros Feaceos adormecido. disfar",ndo-o Atena aparece para 0 her6i, 0 ern deixam na praia, enquanto ele estava propondo ajuda-Io contra as pretendentes, de mendigo. Canto XIV Ulisses, disfaryado, e recebido pelo porqueiro Eumeu e inventa hist6rias sabre si mesmo. Canto XV Teh§maco volta para casa e evita cair na armadilha conta a Ulisses a hist6ria de sua vida. dos pretendentes. Eumeu S3 Canto XVI a cabana Telemaco chega dais planejam do porqueiro Eumeu, cnde Ulisses se revela a ele. Os como se ]ivrar dos pretendentes. Canto XVII Telemaco voila ao palacio e tala com Penelope. humilham Ulisses, que estava disfar~do reconhece e, na seqOencia, Os prelendenles de mendigo. Argos, 0 insullam cao fiel de Ulisses, e 0 morre. Canto XVIII Ira, mendigo presentes de verdade, dos pretendentes. e Ulisses brigam em uma luta. Penelope Qutros pretendentes insultam recebe Ulisses. Canto XIX Orientados par Atena, Ulisses e Telemaco heroi, disfar~dot conta a Penelope heroi, lava seus pes e 0 que retiram todas as armas do sa lao. 0 encontrou seu marido. Euricieia. reconhece atraves a fiel criada do de uma cicatriz. Canto XX Ulisses, impaciente, nac consegue donnir. Os pretendentes continuam a zombar do her6i. S4 Canto XXI Penelope traz 0 areo de Ulisses e sua mao em casamento: anunda a prova, cnde as pretendentes devem 0 vencedor ganharia atirar urna f1echa atraves a de varios oriffcios. lodos tentam, mas fracassam. Ulisses atira com seu areo e aeerta. Canto XXII Ulisses revela sua identidade continua a matanc;:a, com infieis sao enforcadas 0 aos pretenctentes auxflio de Eumeu, e mata primeiro Antinoo. Depois, Telemaco entre Qutros. Doze criadas tambem. Canto XXIII Euricleia acreditar. conta a Penelope 0 her6i Par fim, Penelope e posto 0 que Ulisses havia voltado, mas a rainha se recusa a a prova, tendo que falar alga que somente as dais sabiam. reconhece. Canto XXIV As almas dos pretendentes Parentes dos pretenctentes Itaca. chegam ao hades. Ulisses visita seu pai, Laerte. planejam vingan~, mas Atena imp6e paz duradoura a S5 5.0. BANCO DE IMAGENS 1. Busto de Homero. C6pia romana de um original grego do periodo helenistico. 0 aedo cego visto pelos gregos e romanos. 2. Um rapsodo. Anfora a.C. atica com figuras vermelhas atribuidas ao pintor Cleofrades, c. 480 56 3. Mascara Museu mortuaria Nacional 4. Ulisses vasa 0 de DUro do rei Agamemnon. de Atenas. olho do Ciclope Polifemo. Museu de EIElusis. 57 5. Ulisses Quve 0 canto das sereias. Vaso grego do seculo V a.C. 58 6. Zeus. Escultura grega do seculo IV a.C. 59 6.0. CONCLUSAO De acordo com a origem, 0 hist6ricas nascimento ao conjunto uma gerayao. evolu9ao, FINAL estudo proposto, 0 e provenientes tambem E ANALISE 0 Mitologia desenvolvimento refere-se a uma ciencia que estuda dos mitos, atraves de grandes de mites de urn grupo social especifico, Todos buscando pesquisas das mais variadas fontes. Ah~m dissa, Mitolegia as povos explicar criaram lendas, as origens transmitidos ou relatos do mundo fabulosos, refere-se ao longo de durante e as conseqOencias a sua das atitudes humanas. Essas hist6rias corpo de narrativas sempre a cria~o urn simbolo, fantasticas que eontam fazem 0 parte do que chamamos que se passou nos tempos e as origens. Alem dessa definiyao, temos e de mito, que primordiais, um referindo-se mito como uma imagem, 0 ou seja, urn meio de explicar os misterios do universo. A narrativa mitica elas sao preservadas nao pode ser considerada para manter vivas diversas nem verdadeira, nem talsa, praticas possibilitando sociais, pois a inser930 de um grupo denlro de um sislema de regras. A fun930 do milo e lanlo poelica quanta religiosa, entre si, com hom em forma, 0 0 revelando o situac;oes pois ambas se combinam acesso ao conhecimento mito se apresenta como divino 0 objetivo e ao conhecimento urn meio importante de proporcionar de si pr6prio. de investigayao ao Dessa da hist6ria, seus acontecimentos. mito e preservado socia is especificas. alguns personagens atraves da tradiyao Essa preserva~ao sociais especificos, tais como: oral, que ocorria e transmissao 0 pai, 0 em eram rituais realizadas rei, os videntes, e em por os profetas 60 e, principalmente, possuiam as poetas - indivlduos exclusivo as origen5, 0 acesso lon905 treinamentos em tecnicas de memorizac;ao A cornposi~o recitativas, dos cantos que facilitavam erarn transmitidas considerados atraves de a de gera~o do aedo que recitava oral era feita atraves que divina, seu trabalho de a medida e que eram preselVadas em gerac;ao. Mesmo havendo urna narrativa, da sabedoria, ou e versificac;ao. na tradi~o memorizat;ao mestres heranc;a, ou inspirayao alguma f6mnulas em quem recriayclo por parte se dava dentro de regras precisas de composic;ao. Urn dos principais mitos toi Hornero. autores da mitologia Porem, tomadas como veridicas, baseadas nas pesquisas nae possuimos grega, responsavel informac;oes a respeito desse grande autor. Temos apenas Dentre essas possibilidades, na verdade, poetas). temos os gregos que acreditavam que acreditam E por tim, ainda qualquer o dos possam ser possibilidades, ha que Homero aqueles era 0 que questionarn e seus argumentos, que Homero era ha alguns autores que acreditam que, se tratava de urn grupo de poetas, devido urn possu; suas teorias que de grandes estudiosos. urn unico poeta, homern de carne e osso. Porem, tam bern aqueles pela transmissao concretas, porem, a cornplexidade nome dado a se Homere da obra. Existern arte dos bardos de fato existiu. nao ha prova concreta (dos Cada que tome uma das versoes veridica. local de nascirnento ah§m de haver controversias do autor tarnbern e disputado entre sete cidades entre a data de seu nascimento. Independente gregas, de tais 61 questionamentos ha urn Homero, autor dos grandes poemas Esse poeta era chamado Ou ainda de aeda, palavra desses sistematica, urn dos poemas aventuras 0 contando mostram Acredita-se que a maio ria de cidade em cidade, de uma composi9ao esta entre as primeiras a capacidade 0 historias her6is. A epopeia de Odisseu aborda pelo os debates composta a her6i pais apesar e contado contando peJa mistura entre deuses e 0 protagonista; em seu retorno de memoriza'Yao, da do e deusas; e desafios e do atraves do mito. 1. Telemaquia: do palacio dez anos, tudo se mel6dica epopeias do her6i Ulisses, de combate universal tres conjuntos: a reconquista que duraram Ulisses, qualidades, de canr;oes epicas. musical. filho de Odisseu (Telemaco) 12: que narram as aventuras evento para Ucantor". viajam atraves de Homero a uma proporyao A obra compreende iniciais, no qual ultrapassa e que e interprete urn mito. Ela narra as aventuras de grandes homem, ampliando-os aventuras que ja existiu, a sua patria, ap6s a guerra de Troia. Ela se caracteriza humano e do super-human~, 24: que cegos de urn instrumento lingua grega, considerada narrando compositor os mitos lendarios, acompanhada seu regresso de rapsodo, eram propagando A Odisseia, urn dos maio res paetas que ern 9re90 significa paetas cantores apresentando, considerado lJiada e Odisseia. pelos quatro cantos 2. Regresso, cantos 5 a patria; 3. Itaca, cantos em itaca. A narrativa do her6i estar de forma resumida, nao envolvido passando 13 a em de um outro. um dos maiores tais como: ser her6is cavalheiro, ja existentes, inteligente, e caracterizado esperto, astuto, por forte, inumeras bonito, 62 guerreiro. virtudes pai, esposo, as quais serviam descrevem amante, conquistador, de exemplo lutando em batalhas mas sem perder a sua caracteristica o e modelo de conduta um her6i, que ultrapassava desconhecidos, estrangeiro, as limites memoraveis rei, lider, da epoca. do universa, e superando que buscava explicar homem em si. Tais relates lendarios, fantasia e para a imaginayao, conhecimento desafios libertando-nos a lugares impossiveis, humana. as origens primordiais como as contidos contidas dos seus mitos, temes ricos ou reais, ah3m de entrarmos Qutros, Suas aventuras viajando acesso a mitologia grega e aos mitos nos permite mergulhar misterioso, entre na Odisseia, no fantastico. em contato com bern como a nos liberam para a Ao lermos a obra e tomarmos a oportunidade dos pad roes de confinamento. em urn rnundo do universa, de viver 0 nosso sonhos eu interior assustadores, mais intimo, 63 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ARIST6TELES, HORAcIO, LONGINO. A Poetica eMssica. Sao Paulo: Editora Cultrix, 2005. AUBRETON, Paulo, Robert. /ntrodu9Bo a Homero. Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao 1968. BRANOAo, Junito de Souza. Mit%gia Grega volume /. Rio de Janeiro: BRANOAo, Junito de Souza. Mitologia Grega volume II. Rio de Janeiro: Vozes, BRANOAO, Junito de Souza. Mitologia Grega volume III. 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