odisseia uma analise mitologica da epopeia de homero - TCC On-line

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Stella Faccenda
ODISSEIA:
UMA ANALISE
MITOLOGICA
DA EPOPEIA
Trabalho
de
Conclusao
DE HOMERO.
de
Curso
Curso de Letras - PortuguesJlngles
Ci€mcias
Tuiuti
Humanas,
do
obten9ao
Parana,
CURITIBA
2009
Letras
e Artes
como
requisito
do grau de Licenciatura.
Orientadora:
apresentado
- da Faculdade
Prof,- Irene Boschiero.
da
ao
de
Universidade
parcial
para
a
SUMARIO
INTRODUC;;AO .................................................................•...........................•..................................
1
1.0 MITOLOGIA
5
GREGA
2.0 MITO .................................................................•.•....................................................................
8
2.1 DEFINIC;;AO
8
2.2 CARACTERiSTICAS
E FUNC;;OES .......•...........................••..................................•....•..........
9
2.3 TRANSMISSAO .................................................................................•................•..................
10
2.4 DIFERENTES
II
PROPOSITOS
ATRA YES DOS CICLOS ...........................•.......................
2.5 AS GRANDES FASES DO MITO
14
2.6 MITO E FILOSOFIA ...........................................................•..........•......................................
16
3.0 HOMERO ..............................••..............................................................................................•
20
4.0 ODISSEIA .....................................................................................................................•........
25
4.1 ULISSE8, SEU RETORNO DE TROIA E OUTROS MITOS ............•.•.............•....•......•.... 29
4.2 RESUMO DOS CANTOS
49
5.0 BANCO DE lMAGENS ............................................................•......................•.....................
55
6.0 CONCLUSAO
59
REFERENCIAS
E ANALISE FINAL
BIBLIOGRAFICAS
63
Resumo
o
objetivo
existentes,
deste trabalho
a Odisseia
e, posteriormente,
fornecer
mundo
essencial
de uma das maiores
na obra.
mitol6gica
0 trabalho tern
na mitologia
que possam
da Odisseia.
apresenta-se
a contextualizayao
da Odisseia
informayoes
precisamente,
uma analise
auxiliar
0
ate chegar
intuito de analisar
grega.
as leitores
de seu
Pretende-se,
de Iiteratura
de Ulisses
e de
e contextualizar
com esse
classica,
0
estudo,
ou, mais
0 estudo se torna relevante a medida que ana lisa urn tema
as origens do rnundo e ao auto-conhecimento
Mitologia
grega
a analise
urn resumo dos cantos da
do retorno
do homem,
mito.
Palavras-chave:
epopeias
Para tal, parte-se de uma analise da mitologia
analises e definiyoes,
e, na sequencia,
outros mitos presentes
fantastico
realizar
do mito em si, bem como de Homero,
poema. Apes as devidas
epopeia
e
de Homero.
Grega; Mito; Homero; Odisseia;
Ulisses.
proporcionado
pelo
INTRODUCAO
Naa apenas
pessoas
mitos.
no mundo
se questionam
Nao podemos
respeito
nos permite
acerca dos misterios
mergulhar
curiosidade
mas tambem
que envolvem
a Odisseia
de Homero.
de cabec;a no mundo da mitologia,
a respeito
Atraves
da
do estudo
Filosofia
proporcionassem,
no campo
Mitologia
foi
ou que se aproximassern
muitas
grega e seus
mais representativas
a
a
leitura dessa epopeia
alam de nos despertar
dos mites e de seus autores
realizado
e da
cotidiana,
a mitologia
Ter acesso
mundo e ter acesso as origens e ao conhecimento
Hist6ria,
na realidade
falar de mito, sem citar urna das obras
dessa simbologia,
imensa
literinia,
poetas.
urna
Desvendar
esse
de si proprio.
da Literatura
passivel
da defini~ao
Grega,
acessa
0
das Biografias,
a
informa~es
e da contextualizayao
da
que
de mito,
bem como de alguns dos rnisterias de Homero e de sua abra, a Odisseia.
o
fantastico
mundo da mitologia
realizac;aa de urna pesquisa,
objetivo
desse
universo
cren~
trabalho.
mergulhamos
alguns
no estudo
canceitos
da
melhor as origens,
No que diz respeito
riqueza
um grande interesse
temas ainda outros assuntos
0 mito deixou
de ser apenas
para fazer parte do nosso cotidiano,
e designando
entender
cantudo,
par Sl s6 ja desperta
de detalhes
que enriquecem
a explica~ao
norteando
da atualidade.
para a
das origens
nosso comportamento,
A partir do momenta
que
0
mito
passu!,
0
do
nossa
em que
passamos
a
bern como a nos mesmos.
a Homero,
varios
questionamentos
como: Homero foi um unica autor, ou um conjunto
de paetas?
se Hornero de fato existiu.
sobre
Informa~6es
veridicas
0
sao
realizados,
tais
Ha ainda quem questione
seu nascimento,
a sua vida e
a sua morte sao disputados
atribui9ao
alguns estudiosos
A
que acreditam
leitura
organizadas
leitura
par muitos
locais que desejam
da
epopaia
no que
diz
nao
narrados.
Ah~m do
homerico,
mesmo
nos
fornece
a respeito
do conhecimento
mais,
porque,
Ate a
existem
inforrna96es
e cempreensae
profunda
varias
e
explica90es
claras,
dos mitos que ela narra, diticultando
it interpreta9ao
respeite
a aquisi9<io
tal honra.
mesmo parque, existem
que a obra fai escnta por uma mulher.
de forma seqOencial,
impedindo
possuir
e questianada,
de seu nome como autor da Odisseia
fatos,
au
ainda,
por tras dos acontecimentos
versoes
a mito sofre variayoes
dos
a sua
dos
mites
narrados
no
com a passar das epocas
nela
poema
e de sua
transmissao.
Dessa forma,
mundo
da mitologia
existencia
realizar
e de seus mitos,
do poeta Homero,
mitos apresentados
o
pretende-se
desse trabalho
um pouco da profundidade
esse
possa
a buscarem
fornecer
informa96es
complexo
a
relacionadas
de forma organizada
alguns dos
Marcelo
P. Marques,
e tentar fazer com que leitore5
as quais
auxiliem
a compreensao
possa despertar
0
interesse
a respeito do tema no texto classico
"nao devemos
mas pensar a partir dele. Aceitar a autonomia
outros sistemas
as hip6teses
0
de signos. Compreender
possam
e da riqueza que 0 tema tern a oferecer.
E, por tim, que este trabalho
ainda mais informayoes
Segundo
explorar
na Odisseia.
desejo da realizayao
estudo
que possa
alam de anali5ar
bern como contextualizar
experimentar
mundo fantastico.
um estudo
buscar
Que
desse
dos leitores
integral.
a que esta atms do mito,
dos mitos: ve-Ios em sua irredutibilidade
que eles sempre significam,
a
sim, 0 que dizem.
Interpretar,
tentar
nao traduzir.
surpreender
inesgotavel
esfor~o
Nao buscar,
a logos
reserva
de sentido.
de interpreta~ao
mesmos."
(MARQUES,
0
mito
Que as reflexoes
dos mitos,
que
verdadeiro,
mas
Pensar
mito como
uma
que seguem
nao e mais
entraremos
0
contribuam
do que
no mundo da mitologia
a seu objeto de estudo, seus principais
suas perspectivas
do discurso
no logos.
para esse
a decifrac;ao
de nos
1994, p.13).
No primeiro capitulo
a sua defini~ao,
no mito, a reverso
no mito e
e sua importancia.
autores fundamentals
grega, buscando
autores,
Para isso, serao realizadas
explicar
suas origens,
alem de
referencias
a alguns
no estudo dessa ciencia, tais como: Pierre Grimal, Junito Brandao
e Paul Die\.
o
segundo
capitulo
com suas caracteristicas,
prop6sitos
atraves
tarefa necessitou
abordara
fun¢es
a mito em si, partindo
e formas de transmissao,
dos ciclos, suas grandes
de uma grande pesquisa
tais como: Sonia Viegas,
Marcelo
Marques,
hipoteses.
como
capitulo
tres trata do poeta
e sua
morte.
eJaboradas par grandes estudiosos.
concep"ao
Vidal-Naquet
de alguns
autores,
e Arist6teles.
0
alem de abordar
as seus
Pierre Vldal-Naquet
autores
eVictor
Essa
importantes,
Jabouille,
com
que gira em torno do mito.
Homero
Como ja foi dito, nao sabemos
foi sua vida
seguindo
fases e sua relal(c1o com a filosofia.
ern teorias de diversos
o objetivo de tentar explicar a complexidade
o
de sua definiyao,
e de todos as seus questionamentos
bern ao certo quem foi Homero,
que
temos
Esse capitulo
tais como:
Robert
sao
apenas
abordara
hip6teses
tais hip6teses,
Aubreton,
Alberto
e
cnde nasceu,
a respeito,
baseadas
Manguel,
na
Pierre
o capitulo
qualro Irabalha com
e contextualiza-Ia,
historica,
atravas
permitindo-nos
urn acesso
traz ricas informaC;6es a respeito
foi essencial
Brandao,
e
a
0
acesso
enciclopedia
hip6teses
sobre
mais profundo
Odisseia,
buscando
a obra
ao textc.
0 sub-capitulo
de Ulisses
aos Ires volumes
(eitos
breve resumo dos cantos da epopeia,
buscando
Grega,
e
de Junito
Na sequencia,
situar brevemente
Quiros
do her6i
na ohra. Para tal
do livra Mitologia
Grega, de Pierre Grimal.
seguinte
e de diversos
alguns dos mites que aparecem
de Mitologia
explora-Ia
e de sua evoluc;ao
aqui e analisar as grandes
de forma organizada
pesquisa
poema homerico
do mito do retorno
contidos na Odisseia. 0 objetivo
contextualizar
0
de diversas
0
ha
urn
leitor na historia e
nos acontecimentos.
o
quinto
capitulo
dos personagens
nos fornece
urn banco de imagens,
e dos mitos da Odisseia,
desses relatos. 0 sexto capitulo
finais a respeito
encerra
dos temas
abordados
homerica
e dos milos.
acerca da queslao
0
trabalho
que podemos
tim dos tempos
que estamos dentro de um epftome de todD
Northrop
alguns
mental
e considerat;6es
e dos questionamentos
um mundo em si mesma, ..
0
ilustram
uma imagem
com as conclusoes
no estudo
"A obra de Homere compoe
estudar ate
as quais
nos proporcionando
e ainda sentir
0
cosmo literario.
Frye, The Secular Scripture and other writings,
1975.
It
realizados
1.0.
MITOLOGIA
A definiyao
GREGA
de mitologia e algo bastante
inumeras caracteristicas,
as quais desempenharam,
papel importantissimo na historia
Segundo
complexo,
Pierre Grimal, "Oil-se
em voga
nos paises
0
nome de mitologia
de lingua
religiao em que se adoram muitos deuses -
Mitologia
narrativas,
ate hoje, um
grega ao conjunto
representativQs
grega entre os seculos
homarices e
nossa era, epoca a que se reportam as poemas
Cristo". (GRIMAL,
e desempenham
origens e
do mundo.
fantasticos e lendas cujos textos e monumentas
estavam
que possui diversas
tres
OU
quatro
0
de relatos
nos mostram
de
tim do paganismo
-
seculos depois de Jesus
2009, pag. 7).
refere-se
enunciados
ao conjunto
de mitos de um grupo social especifico,
miticos e relatos, transmitidos
pralicas
ao longo de uma tradicao. Alem
disso, refere-se tambem a urn discurso sobre essas narrativas, ou seja, uma
filosofia e da ciencia, que estuda a origem, a natureza e
Falar
de
que
IX ou VIII antes
mitologia
nos
leva
a
pesquisas
hist6ricas
0
desenvolvimento
e
interpretayao
area da
dos mitos.
de
textos,
provenientes das mais variadas fontes.
A mitologia pode ser vista atraves de duas perspectivas:
1. A apresentayc30
de
urn corpus mitico, ou 2. 0 estudo dos mitos. Como uCiencia dos Mitos", ela surge na
Grecia
antiga, como uma necessidade
de refiex3o,
deuses e dos herois, atraves da interpretayao
de interrogar
das epopeias,
'Iliada' e a 'Odisseia', que sao de autoria de Homero.
as historias dos
como por exemplo,
a
Todos as povos criaram
as quais eram transmitidas
veridicas.
abordavam
das
(versao
variado,
antiga
diversos
explicar
0
descrito
Portuguesa)
- a mitologia
a um exemple
suficiente
mitol6gicas
autores e artistas plasticos,
ultrapassa
os
e superando
no livro Mitolegia
limites,
desafios
conjunto
Grega,
de mitos
dos feitos dos deuses
para demonstrar
narradas
que
pais
humana.
enquanto
As narrativas
quase
as origens do mundo e
memoraveis
- em seu prefacio,
e complexo.
e hist6rias
heroi
a sua evoluc;ao -
proporc;oes
ao mundo das religioes,
buscando
lutando em batalhas
Victor Jabouille
heterogeneo
aventuras
humanas.
mas sem perder a sua caracteristica
Segundo
Gracia
atitudes
durante
em geraCao, tomando
forc;as que iam ah~m do humano,
a lugares fantasticos,
impossiveis,
Grimal
au relatos fabulosos,
Essas lendas, na maioria das vezes, pertenciam
as conseqOencias
viajando
lendas,
de gerayao
serviram
essa
como
a urn corpus
e dos her6is da
afirmac;ao.
fonte
alem de terem sido tomadas
de Pierre
Todas
as
de inspirac;ao
para
como referencia
para
o cotidiano.
o conhecimento
abordagem
batizar
0
da mitologia
geral da problematica
complexo
grega e essencial
de todo a universo
basico do psiquismo
humano,
0
como ponto de partida para uma
mitico. A ela recorreu
complexo
que a utilizou para nomear um de seus projetos
de explorac;ao espacial:
vida esta repleta
a
de elementos
que remetem
procura de uma visao poetica e maravilhosa
Dessa forma,
a fazer
parte
0
cotidiano.
Apolo. A nossa
ou que recorrem
a ela
a
da vida e dos seres.
mito deixou de pertencer
do nosso
mitologia
Freud para
de Edipo; alem da NASA,
As hist6rias
a esfera
dos deuses
da mitologia,
e her6is e passou
contadas
de diversas
formas,
desenvolveram-se
algo universal,
em todas as culturas,
como veremos
a seguir.
durante
as epocas,
tornando
a mito
2.0.
MITO
2.1.
o
divina,
milo. na Grecia,
conversa,
humana,
conto,
DEFINICAO
rumor,
estoria,
e designado
pela palavra
caisa dita, proposito,
uma seqOencia
discursa,
de palavras
ficc;:ao, tabula,
narrativa,
Segundo
Eliade,
nos tempos
a mito signifiea
primordia is, sendo,
sempre a uma criac;ao, isto
efetuado
ritualmente
e
t
ato
de
fala,
relato,
a origem de alga;
sagradas
e
e que tern um efeite pratico,
mensagem,
opiniao,
pensamento,
um corpo de narrativas
do fen6meno.
que eontam
e verdadeiras;
0
e uma
que se
referem-se
um tipo de saber vivenciado,
operat6rio
fala
naD dita, fala
afirmarn a complexidade
portanto,
palavra,
palavra
que tam um sentido,
trama,
intenc;ao, resoluc;:ao, etc. Os pr6prios dicionarios
passou
myth as, que significa:
caisa pensada,
isto
e,
eficacia social.
(EllA DE, 1972, p. 7-23)
o
mito e alga vivo, a que faz parte do que as gregos
seja, a realidade
originaria.
amplitude
o
mito
e
poetica
uma compreensao
(VIEGAS,
considerado
do universa,
pensamento,
Torneu-se
Sonia Viegas,
guarda
na qual esta presente
evolutivo.
mito contem
de physis,
au
uma verdade
de abrangencia,
da realidade
de
como
1994, p.41)
uma imagem,
ele se propagou
0
uma busca de apreensao
urn simbolo,
mas que nem por issa deve
fonte de reflexao,
chamavam
e viva. Segundo
Sua linguagem
maxima,
um processo
misterios
emergente
pelo mundo
atraves
de temas, imagens
urn meio de expressar
ser tornado
dos tempos,
e sentimentos.
como
veridico.
entre a razao e a
Segundo
as
Do
fe.
Pierre Grimal,
"E
devido ao mito que:
0
sagrado perdeu seus terrores,
e a poesia pOde se fazer sabedoria."
2.2.
(GRIMAL,
CARACTERlsTICAS
Os principais
ha um
sistema
rnais profunda
obselVaremos
nao nascem de fonna organizada,
autores organizarem
De acordo
com Marcelo
magico
de nomeayao.
alem de tornar real
0
em conjuntos
Marques,
A re-efetuayao
o
e apresentado.
com varias entradas
mito opera atraves de representayoes
enquanto
miticamente
ritual das narrativas
urna ordern, contra a qual se delirnita urna des-ordern.
e vivo
e transmitirem-nas
a realidade,
mundo e dar sentido ao vivido.
simb6licas,
e vivenciado.
uma analise
entre os autores.
divinas, que s6 pode ser experimentado
uma fa mitica no mundo, tal como ele
de correspondemcias
por
fixas e fazerem
pois se fizermos
contradi90es
e Esquilo -
e utilizado
Os mitos
como urn sistema, eles surgem ao acaso. E cabe aos
essas inforrnayaes
mundo vivo de potlmcias
Pindaro
caracteristicas
e equivocada,
Mas essa ideia
e comparativa,
Hesiodo,
mitico organizado
todos, devido ao fato dos deuses e her6is apresentarem
parte de lendas conhecidas.
reflexao
E FUNCOES
autores da rnitologia grega - Hornero,
nos dao uma perceP9clo inicial de que
a
as almas se abriram
2009, p. 11).
A narrativa
0 mito
Ele
adiante.
estruturada,
lorna presentes
e urn sistema
e como
(MARQUES,
os deuses,
em que vigora
urn jogo de imagens
e niveis de sentido,
cuja apreensao
e um
dentro de urn sistema
e
que estrutura
1994, p.13).
se da pela vivencia.
mitica nao e nem verdadeira,
Ele
nem falsa, pois
10
elas
sao
preservadas
possibilitando
A funyao
entre si, com
0
manter
e
do mito
poetica
prilticas
socials,
que pessoas
Ate fil6sofos,
baseados
2.3.
combinam
divino e
como
urn meio
poetica.
a sua vida cotidiana,
e norteador
Tamanha
a
tornando-o
das conceP90es
morais.
a utilizar 0 mito como urn meio para tentar
e desconhecidas.
TRANSMISSAO
mito e uma narrativa
rituais e em situayees
sociais
mundo genealogicamente,
de
ele se apresenta
a mistura·lo
da imaginayao
na razao, passaram
explicar coisas complexas
Ambas
seus acontecimentos.
humana atraves da sua for~
passaram
dos pensamentos,
religiosa.
ao homem a acesso ao conhecimento
Dessa forma,
atua sobre a existemcia
sua propon;ao,
encontrar
diversas
tempo,
t
da hist6ria, revelando
companheiro
as relac;6es
e operantes
e ao mesmo
de 51 proprio.
de investigayao
o mito
o
vivas
objetivo de proporcionar
ao conhecimento
importante
para
a coesao de um grupo dentro de um sistema de regras.
preservada
pela tradiyao
especificas.
Os relatos
oral, que
miticos
e
revivida
transmitidos
onde 0 modelo basico para a compreensao
parentesco.
Ou
seja,
conhecer
e explicar
alguma
atraves
de
pensam
do universo
coisa
no
sao
significa
a sua origem.
A preservac;ao
e a transmissao
atraves
de personagens
profetas
e os poetas - individuos
sociais
do sentido
especlficos,
considerados
mitico
tais como:
mestres
no mundo
0 pai,
0
sao
realizadas
rei, os videntes,
da sabedoria,
que possuem
os
0
11
acesso
exclusivo
treinamentos
A
as
origens,
composi9iio
dos
recitativas,
que facilitavam
transmitidas
de gera9ao
aedo que recitava
composiyao,
Sendo
percebemos
cantos
urna narrativa,
a mitologia
que
nem
a formac;ao
as mites
que narram as aventuras
nascem
formados.
conexao
de epis6dios
Esses conjuntos
causas
rochedo;
e
0
das
conjunto
independentes.
origens
proprio.
fixado
atraves
0 terceiro
a medida
recria9ao
precisas
de
sob
0
urna
mesmo
ha as
forma
canonica,
prop6sito.
(mitos
Alguns
teogonicos).
que
cidos divinos e heroicos,
evoluyao,
pois nao
junta mente
lendario
e
com a
a novela,
definido pela intriga.
excemtrico;
dessa
que eram
ritual religiosa.
tipo de relata
etiologicas),
religioso
formulas
por parte do
de regras
a ser relatos elementares,
(historias
de
Esses ciclos sao fracionados,
de uma longa
passam
Apesar
tern
Alem desses,
sem valor cosmico,
lendarios
ou [ong05
DOS CICLOS
dos deuses
de urn heroi especifico.
do real: urn ritual
ou urn nome
ATRAVES
descritos
religiosas.
alguma
na economia
nascimento
Eles sao resultados
situada em locais determinados,
surpreendente
e
feita
se dava dentro
PROPOSITOS
do mundo
era
havendo
e enraizadas
urn
divina,
e que eram preservadas,
Mesmo
classica
todos
oral
seu trabalho
DIFERENTES
au inspira980
e versificacao.
a memorizar;ao
em gera9ao.
serviram de suporte as crenyas
das
de heran~,
na tradi9iio
conven-;:oes arraigadas
2.4.
abordam
atraves
em tecnicas de memorizayao
que
objetivam
urn costume;
classificacrao
ou seja, estudos
explicar
a forma
em categorias,
algo
de um
devemos
12
lembrar
que urna mesma
revelac;ao mitica, ou seja,
etiologica)
lenda pode adquirir
0
mito teogonico,
0
carater de um romance
ou a lend a dos estudos
pode se finalizar em cicio au em novela. Dessa forma,
au de urna
das origens
(lenda
mito se revela como
0
algo em constante transforma~ot mutavel de acordo com a fantasia ou com as
exig€mcias de cada um.
Os
granctes
tentarem explicar
mites
teogonicos
mundo e
0
a Arnor (Eros) seria
0
serviram
religioso,
de apaio
poder sobre
A
0
0
elemento
a necessidade
em diversas
dos
povos
Os 9reg05 acreditavam
de
que
Essas lendas, que
"substituic;:6es" de gerac;:6es no
mundo, muitas vezes de urna forma nada pacifica.
- composta
pelas divindades
a Cron~, mas que provem dos Titas - engloba
desempenhar
urn papel nos cic10s divin~s,
gerayao compreende
tambem
divindades
her6icos
informayOes
Sobre a criayao
como, por exemplo,
do homern, existem
urna pessoa au raya especifica,
deixando
lendas que a explicarn,
de lade outros hornens
0
humano
e0
segundo
pai dos homens,
humane em seu imperio e se acostuma
essa
da criac;ao nao
urn ato criador unico.
par seu pr6prio rnerito as honras dos deuses.
0
Alem disso,
que as lendas a respeito
homens adquirem
nao e
que van
tais como: 0 sol, a lua, a aurora,
olhos dos gregos,
a lenda de Prometeu,
Pierre Grimal,
que nao sao conectadas
todos os monstros
e nas novelas.
naturalistas,
as astros, as ventos, entre outros. Percebemos
constituem
com
de seus deuses.
motor do Universo em seu principia.
consistiam
gera-rBo pre-olimpica
diretamente
surgiram
nascimento
"divino
mas apenas
e outras
degradado",
E as deuses,
e sim, urn mestre
a ele na medida do possive1.
sabre
rayas. Aos
onde os
segundo
que encontra
0
13
Os ciclos dos olimpicos
instalou
- que, devido a revolu9ao
no poder a gera980
estabelecem
reune
0
urna genealogia
maior numero
profundas
dos Cronidas,
e apresentam
de elementos
p~r Zeus,
lendas
diversas
e revela
que
e
a que
informac;:6es
mais
urn valor local. 0 cicio de Zeus
de origens
Os ciclos her6icos sao relatos de aventuras
deuses.
provocada
a respeito da religiao helenica.
reunidos
Como
celeste
filhos de Crono - apresentam
com mais
I"clui-se
cautela,
tambem
conseqOencia
diferentemente
urna serie de regressos,
desses
cieles,
ha
tende!ncias morais e simb6licas.
o de Hercules,
0
transformador
dinamismo
e a compreensao
de
vai ser implantado
A busca pelo conhecimento
A descriyao
her6is da Mitologia
sendo
considerado
inconsciente,
pais nao
e nem
de origens
mascarados
par
0 maior numero
0 cicio dos Atrides,
da consciencia
facetas
interrnediario
Sempre
consciencia
que
pessoal
importancia
alga
novo
e coletiva,
e
algum
2000, p.11)
individual
e coletiva do ser humano
e dos diversos
Grega pode auxiliar nessa busca.
sua missao,
mas
do her6i e de extrema
personalidade.
em nossa
das inumeras
aos
e a mais famosa.
liberada
0 cicio tebano,
do dinamismo
nossa
relativos
de Ulisses.
her6ico devera estar ativado" (VARGAS,
bem complexa.
origens,
dos Argonautas,
de Teseu e as aventuras
e estruturac;ao
mais
as seis maiores ciclos, que inspiraram
sao: a expedi~o
UA presenya
na evoluc;ao
mitica
das
herois da epaca,
dos cielos
cnde a Odisseia
urna materia
religiosas, embora encontremos explicac;:oes
de obras liternrias
vividas par grandes
da incoerencia
entre
um deus e nem humano,
0 her6i
0
comportamentos
e aquele
mundo
e
dos
que vive para a
da consciencia
e sim, a trayo que une
0
e
0
mundo
14
dos homens e
dotados
mundo divino. as herois sao considerados
0
de forte carga
emocional,
urna vida nova e enriquecendo
transforma98o
o cicio
simbolos
trazendo
para as intinitas
0
da
infinitas
nao podendo
ser
FASES DO MITO
variayaes
de acordo
mesma ao longo do tempo.
epico compreende
detalhes,
ao ser construido,
dificuldades
com as epocas,
Os mites helemicos
urn nucleo historico,
que de alguma
que deram origens a amplifica90es
se tornava
nas explicac;oes
passaram
urn resumo
de urna civilizayao.
dos contos folcl6ricos,
Os contos populares
na hist6ria
diferentes,
como
per
geografico,
no
caso
completarem
exemplo:
dos
explicayoes,
que
um dado
Argonautas.
e assim,
para dar uma interpretayao
uma migrayao.
Esse trabalho
atraves
Em outros casos,
0
pode
levar
historico,
no cicio
folcloricos
nasceram
po is
e interpretac;oes
troiano;
ou
um dado
eram
utilizados
muitos
dos mitos,
de urn povoamento
e uma
p~r completo,
a variac;oes
Temas
nucleo original
e de
em todas as
as divindades.
provavelmente
simbolica
em
criava
da imaginayao
nutrem os mitos, mas na~ os explicam
um elemento
se dividiu
sem tim. 0 cicio,
que sao encontrados
partes, desde os ciclos her6icos ate nos mitos relacionados
par tres
ou "solistica".
maneira
e explicat;6es
e soluc;oes para as mesmas,
soluc;oes prontas selecionadas
ha sempre
sempre
possibilidades
lases: 1. A idade epica; 2. A idade tragica; 3. A idade filosofica,
inumeros
serviam
da transforma98o,
transformador,
a nossa consciencia
AS GRANDES
o mito recebe
grandes
potencial
humana.
2.5.
considerado
grande
para
que
muito antigo ou de
especificidade
cultural.
15
Na Mpre-historia"
dos mitos percebe-se
no qual foram se agregando,
figuras mlticas adquiriam
elaborado
constituia
como
experiemcias.
e resultado
Essa refiexao
julgamento
mais tarde,
da a~o
e
0
e instrumentas
nascimenta
religiasa,
a
e caracteristica
experimentado
uma fase epica,
filos6fica
(GRIMAL,
forma
e
multo mais
dos personagens,
pais e5sa
2009,
que os mites
ate a munde atualmente
das vezes,
com suas mentiras.
esses
naD
taz
Somente
problemas
pela critica da moral. as mitos, entao,
e
mais considerada
Os mitos tragicos
paixoes
um relato,
guardam
e sim,
de suas origens
da tragedia.
Mesmo que
e sofrimentos
comuns,
0
heroi tragico
ele vive em um
maior e ~exemplar".
~A historia dos mitos nao se apresenta
Foi dessa
mesmo
ela nao
exclusivo.
mito tern sua origem,
rnediterraneo
se preocupam
0 mito,
mundo
0
de educac;ao moral por exceh§ncia.
parte, onde tudo e mais terrivel,
ou sofislica."
sabre
VI, com a idade filosofica,
da tragedia,
a qual
tenha se humanizado,
refletlr
viver e, na malaria
e os herois passarao
uma reflexao sabre um episodio
uma grandeza
e as epopeias
aceita plena mente,
por volta do tim do seculo
Com
objetivo
cnde as
pessoas.
do individuo.
nac olha a personagem
a ser analisados
se tornarao exemplas
mundo
homericos
como
meio confusD,
e populares,
se tornando
da ayBo, do que com a psicologia
a ele. Ulisses
come~rao
tinha
do sagrado
historicos
viva e acabaram
ou romance,
Os poemas
com a desenvolvimento
pSicologia
com a tempo, elementos
urna realidade
epopeia
narrac;ao
urna
como uma evoluc;ao continua,
uma fase tragica
e, eventualmente,
pois cada
uma fase
pag. 105).
helenicos
canhecido.
se prepagaram
por todo
0
dominic
A partir do seculo III antes de nossa
16
era, a pensamento
grego passou
a ser cada vez mais dominado
pel a filosofia,
a qual
questionau as mites novamente, mas de Dutra maneira. Nos mites buscava-se a
revela~ao sabre a natureza do mundo. Ele era considerado
expressar
sim,
0
verdades
principia
racionais.
Par exemplo:
de
naD era mais 0 vencedor dos Titas e
abstrato da razao.
2.6.
MITO E FILOSOFIA
A filosofia foi ao encontro
verdade
Zeus
urna forma simb61ica
secreta.
Imaginavam
norma is do cotidiano.
das doutrinas
mfticas,
que as lend as eram
Essa pOSii(aD foi adotada
buscando
extrair dos mites urna
urna versao distorcida
pelos
racionais
e pelos
de
hilbitos
fil6sofos
do
seculo XVIII.
No final do seculo
objetivo era uracionalizar"
mundo
lendario
foi reduzido
Esse esfor~o de tentar
que continha
IV, antes
de nossa era, cutra
os mitos, excluindo
as propor~6es
racionalizar
tendencia
suas caracterfsticas
humanas,
onde
0
surgiu,
fantasticas.
fantastico
na qual 0
Assim, 0
nao habitava.
os mitos, depois de retirar toda a substancia
em cada urn deles, acabou
por tirar tambem
viva
dos mitos a sua raZ;3O de
existir.
Foi no seculo XIX que a rnitologia
seriedade,
e estudioso
considerada
a ser tratada
um objeto de estudo e de conhecimento.
de poem as sanscritos,
ter encontrado
antiga come~ou
as formas
primitivas
proporcionou
das cren~as
com respeito
e
Max MOeller, lingOista
essa nova visao de mito. Ele pensou
e dos mitos,
nas quais
0 homem
17
primitiv~,
impression ado com as fen6menos
names, com
vida
0
passar do tempo,
no universo
foi sendo
primitiva dos mites
e
Com
Essa ideia consiste
a
explicado
de
de participar
independente
considerado
As
originaram
Essa
explicac;:ao
Esses
habito, a
da origem
nao
que essas interpretac;:6es
J.W.B
Mannhardt
e J.G.
Frazer
de uma fase nova, chamada
e da
nac;:ao.
Ou seja,
luz de urn mito de uma Dutra
conserva
forma.
simples e hoje sabe-se
a nomeil-Ios.
A partir desse
humano
a
sao identicas,
pode
ser
as
de praticas
urn mito 9re90
teve
comparativo".
nac;:ao e cultura, pais ambos respondem
humano. Aos poucos,
a lembranc;a
e mitologia
de "0 metoda
na crenc;a de que as ac;:6es do espirito
do pavo
exigemcias do pensamento
lenditrio
dessa
passou
humanos.
primitivas.
as trabalhos
oportunidade
dramatizada
considerada
podem ser consideradas
da natureza,
foram se tornando
ou romano
Frazer conseguiu
rea is. Assim,
mostrar que um ate
os mitos
deixaram
grandes
temas,
de ser
um milagre.
pesquisas
lendas,
realizadas
como
apos
per exemplo:
ritos de iniciaC;ao, ritos funerarios,
proporcionando
uma explicalfiio
Frazer
trouxeram
ritos de passagem
etc. Esse metodo
de uma classe
classifica
e categoriza
para tal. Porem, esse metodo comparativo
os
quais
para outra,
as lendas,
nao satisfaz
a todas as explica90es.
Essa busca por uma explicalfiio
importante,
que e a caracteristica
novo metodo,
G. Dumezil.
denominado
"metodo
geral fez com que se perdesse
(mica e individual
sociologico",
0
aspecto
de cada lenda. Assim,
tendo
como representante
mais
surgiu
0
urn
frances
Para essa escola, a comparaC;ao deve ser feita entre povos que possuam
a
18
mesma origem,
0
mesma grau de parentesco,
sera
derivada
desses pavos
crencas
e pn3ticas comuns.
0
ou linguas semelhantes,
Sendo assirn, a estudioso
deve focar em descobrir
conjunto
comum de crenyas e ritos. Fai dessa forma
exemplo,
que
lodos as dominios
"poc;oes da imortalidade".
metoda encontra
"indo-europeus
Jung,
ressacralizado
inconsciente
arquetipos.
imagens
entre
coletivo
primordiais"
povos antigos,
humana
e constituido
lendas,
bem definidas,
(JUNG,
analisado
p.73).
Dessa
par
de preparar
explica90es,
esse
um
de JUNG, atraves do conceito
para a estruturac;c3o e desenvolvimento
fol
(uma
remitizado,
imagem).
e dos seus correlatos,
possui tambem
forma,
a mitologia
temos
um conjunto
0 mito
como
"0
os
de
uma
seria
um "subconsciente
n
dos
as aspirac;oes, enfim, tudo aquilo que a
De fato,
no mito hi!: incestos,
dos mitos proporcionou
Nessa perspectiva,
simbolizadas.
mito
arquetipo
per ser horrivel.
etc. Essa psicanalise
algo multo serio com
a
coletivo.
os temores,
recusava,
indoles
como
possui instint05,
psicanalistas
livre de preconceitos.
como
a se tarnar
Brandao,
pela soma dos instintos
1984,
0 qual representaria
consciente
Junito
do inconsciente
de alguns
traic;oes, assassinatos,
analitica
a ser
de conteudos
Aos olhos
antigas
Segundo
Assim como cada individuo
exteriorizac;ao
moral
Quiros.
e passou
uma tradi~o
em algumas
esse
mostrou,
em explicar as mites helemicos.
Desde as fins do secula XIX, a mito passou
Freud,
que Dumezil
possuiam
n
Porem, apesar do sucesso
dificuldade
pois a mitologia
evoluc;ao que surgiu em urn conjunto de
produto de uma
Em suma,
de arquetipo
uma vida nova as
os mitos adquirem
aprendemos
(imagem),
de nossa consciemcia
a importancia
individual
posic;oes
com a psicologia
dos mitos
e coletiva.
19
Para conduir esse capitulo, podemos afirmar que
as hist6rias
desenvolve
contadas
como
- desde
uma tragedia,
ate
0
mito, entao, abrange todas
urna fabula
de Esopo.
Ele se
epopeia e tenta explicar as origens, que sao transmitidas entre
familias e cidades. Ele
e
a manifestac;aoda arie, em toda a sua forma de criac;ao,
representando
0
irracional do pensamento
espirito. 0 mito
"aD tern fronteiras,
e integrando-se
a todas as atividades
ele esta em tada a parte, sendo essencial a vida.
do
20
3.0.
HOMERO
Homero
e considerado
atribui a cria~o
urn dos principais
das obras lliada e Odisseia.
autares da mitologia
Porem. falar a respeito
grega, ao qual se
de Homero
nao e
uma tarefa facil, em virtude de trabalharmos em eima de hip6teses e naD de fatos
concretes.
Alguns estudiosos
questionam
se Homero
fenomenal, ou se foi um conjunto de varios
nascimento,
a data e
desenvolvimento
Ha somente
A imagem
hip6teses,
paetas. Alem
dissa,
de sua vida tambem
de Homero
as quais veremos
nos e familiar
museu de Munique,
a qual representa
cego.
escultura
Porem,
se foi urn unico poeta
0
local de seu
sao questionados.
naD ha uma res posta correta que possa ser comprovada
essas perguntas,
como veridica.
0
de fato existiu,
essa
0
atraves
a seguir.
de uma escultura
autor como um homem
nao representa
Para
e tamada
urn retrato
conservada
cabeludo,
tiel do autor,
no
barbudo
e sim,
e
uma
inspira~ao em um modelo do seculo V a.C., epaca da arte grega.
A localizac;ao
que sete cidades
Esmirna,
afirmava
do lugar do nascimento
gregas
Colofon,
Salam ina,
que Homere
Hino de Apolo,
qual Homere
a homa
Rodes,
Argos
de Homere
e
nao
de ter sido esse
e Atenas.
Uma
precisa,
das
tradi<;6es
a Homere,
era conhecido
como a obra "do homem
Quias". Esse mesmo local mostra aos seus visitantes
e seus descendentes
cantar seus poemas.
mas sabe-se
local. Sao elas:
Quios,
antigas
havia nascido na ilha de Quios, pois, no final do seculo VII a.C, 0
atribuido
vive na escarpada
disputam
- os Homeridas
- supostamente
Dutra hipotese que afirma 0 nascimento
cego que
uma rocha na
sentavam
para
do poeta ern Quios e a de
21
que a lingua dos poemas do autor era a ~j6nica", falada pelos primeiros
estabeleceram
na costa ocidental
o local
da Asia menor e, inclusive,
da morte do poeta tambem e disputado.
de sepultamento
de Homero,
poeta havia escolhido
A ilha de Cos afirmou ser
porem, Chipre contestou,
dizia que urna nativa de Chipre chamada
ser enterrado
Temisto
greg05, que se
em Quias.
alegando
que a tradiyao
teria sido a mae de Homero,
0
lugar
cipriota
e que
0
ao lado de sua mae, em Chi pre.
No secula V a.C., Her6doto, 0 pai da Historia, duvidou que a autoria da lliada e
da Odisseia
fosse atribuida
a Homero,
si. Esquilo, um dos pais da tragedia,
banquetes
de Homero", sugerindo
Para as antigos
Homero.
9reg05,
Ele era considerado
mas nunca duvidou
declareu
a sua inspirac;ao nos poemas
nao
havia nenhuma
duvida
um homem, de carne e osso,
poetas, atraves da composic;ao
da existencia
do poeta em
que suas pe9as eram "fatias dos grandes
0
das obras que contemplavam
homericos.
sabre
a existencia
qual se tornou
0
de
maior dos
a cultura grega: a lIfada, a
Odisseia e varios outros hin~s.
Ambos
lliada,
os poemas
uma decada
de Homero comec;am depois de um periodo
depois
do comeC;o do sitio de Troia;
depois da queda da cidade - a qual foi considerada
acontecimentos
testemunhados.
de dez anos: na
na Odisseia,
a primeiro
uma dt§cada
ponto convencional
Os poemas
de Homero
sao considerados
compositor
e interprete
de canc;oes epicas.
0
dos
inicio de
todas as nossas narrativas.
Homero
denominado
era um rapsodo,
"aedo",
palavra
que vem do grego
aoid6s,
que significa
Tambem
"cantor".
Dos
22
primeiros
maiaria
bardos
(paetas,
trovadores)
era cega e que viajavam
publicos
de cidade
e em cortes reais. Sabemos,
esses bardos e rapsodos
cantavam
Na decada de 1930,
e rapsodos
Baseado
podem ter side cantadas
ph6rm;nx,
de entonac;6es
e cadencias
sempre
nesses estudos,
acompanhados
MUlisses das mil astClcias". Esse estilo
Milman
Parry. Os epitetos
sua recita9ao,
permitem
estender
au restringir a narrativa
para acompanhar
de se vestirem
e
com elegancia.
que jamais fai superada.
sao
apos
a deusa
a sua
Homero,
de seu
as
de
bardos
dos textos,
na elabora9ao
Os personagens
constantemente
e Ihe fornece
da obra eram
repetidos,
Mestilo formular",
exemplo:
descoberto
0 aedo durante
pausas,
a
as quais
os bardos
nao utilizavam
mais a lira
e sim, uma bengal a emblematica,
Homero se tornou
par
vontade.
0
padrao de excelencia
Uma ordem, sem data, atribuida
Atena, na Panateneia.
- atraves
com semelhan~as
tem como fun9ao repousar
declara que tanto a lliada, quanto a Odisseia
de homenagem
gestas de her6is".
baicimicos,
denominado
suas palavras,
em lugares
em suas obras, que
populares
com ados
um carc3ter automatico,
Em IV a.C., tres seculas
instrumental
Homero
que a
com a ajuda de urn instrumento
do poema.
que
e as formulas
que adquire
se apresentando
na improvisa9ao
dos trechos
de epitetos,
exceto
Parry sugere que a lliada e a Odisseia
parecida
para auxilia-Ios
muito,
Milman Parry descobriu
de gerac;ao em gera980,
corda, chamado
proprio
- varios cantores
de urna maneira
quais eram transmitidas
0
"sabre os feitos dos homens,
estudo sabre as bardos da ex-Iugoslavia
ao estilo do Homero.
em cidade,
segundo
norte-americano
0
nao sabemas
a Solon, Pisistrato
eram cantadas
alem
em sua arte,
ou Hiparco
na integra em urn festival
23
Com
exemplos
0
sistema
de esenta
de composi'fces
Os poem as homericos
aferecidas
literarias
podem
pela escrita,
poemas
em
rolos
de papira
roles de papiro. Se Homero
pela
provavelmente,
maior
modernos,
empreendedores,
determinado
escritas
Grecia,
alfabeticamente,
tivemos
por volta do secula VIII.
a aproveitarem
comprimento,
as primeiros
as possibilidades
consistancia
e harmonia.
0
urn alcance mais ample da obra.
Para alguns estudiosos
cernerciantes
a
chegado
ter side as primeiros
tais como:
poema escrito possibilitava
dos
alfabetica
passivel
escreveu
de
que Homero
tenha escrito
as Jonios do seculo
do Egito.
que trouxeram
quantidade
a divisao
e
para casa
VII
a fantastica
de fatc sua obra, seu comprimento
texto
que
urn papiro
podia
da obra em 24 cantos (dos dois poemas)
0 telda
a. C., eram
invenc;ao
dos
deve ter side
canter.
Portanto,
pode ter side uma
conseqCu3ncia dessa limitat;ao de espa90.
Os
gregas:
poemas
canonicos,
mundo.
Homero
comuns
que ofereciam
ofereciam
factuais.
que escondiam
era uma alegoria
elementos
comuns.
uma visao
dos deuses
Esses
argumentavam
as
tornaram
como
cidades
textos
cidadaos
do
de
sustentam
0
que as lendas eram
histariador
Para os historiadores,
Paul Veyne,
"0
mito
era uma deformar;ao
0 mundo homerico e um mundo poetico. 0 verdadeiro
menos de verdades
hist6ricas.
assunto
e a terra dos homens
ft
se
e dos her6is,
uma prova poetica. Segundo
filos6ficas.
unificadores
poemas
que essas lendas eram vers6es
Par outro lado, alguns fil6sofos
de verdades
de Homero
dois
e deuses
De urn lado, historiadores
acontecimentos
alegorias
de
hist6rias
nos ensina a arte da sobrevivencia.
e
0
mundo dos deuses,
na qual a Odisseia
24
No secula VI a.C, Homero ja havia se tornado
informava
0
maior dos paetas e
toda a cultura e COnCeP9aO grega do mundo,
atraves
0
mestre que
de relatos de mortais,
deuses e her6is. Os seres humanos, segundo a poeta, tin ham que depender
propria Inteligencia
Homero
e astucia,
e nao do comportamento
instavel dos deuses.
se sua
A obra de
serviu como meio de informayao, conhecimento e analise do comportamento,
das virtudes e dos erros humanos.
Assim,
Homero deu origem a
varias biografras, escritas par diversos Qutros
autores, as quais honravam a famoso poeta. Porem,
escritas,
0
fata dessas biografias terem side
naD significa que elas sejam veridicas e nem que 0 poeta de tata existiu.
Alguns estudiosos acreditam que Homero nunea existiu. Qutros pensam que ele naD
era apenas uma pessoa, e sim, um conjunto de paetas. Segundo
Alberto Manguel,
"talvez Homero naD tenha sido urn homem, e sim, a nome que as bardos antigos deram
a arte
deles, transformando uma atividade atemporal numa pessoa lendaria primordial."
(MANGUEL,
p.38).
2S
4.0.
ODISSEIA
A Odisseia,
considerada
contando
grandes
de Homero,
esta entre as primeiras
urn mito. Ela se caracteriza
da lingua
grega,
e do super-human~,
hist6rias de combate entre deuses e deusas; e narrando aventuras
herois,
muitos
considerados
fazem parte de familias
homem, ampliando-os
0
a urna proporyao
Alguns
considerada
de Odisseu
a reconquista
criticos
posteriormente
universal
tres conjuntos:
abarda
de divindades
as debates
e desafios
de
que
do
atraves do mito.
1. Telemaquia:
composta
e 0 protagonista;
ern seu retorno
a
pelos quatro cantos
2. Regresso,
cantos 5 a
pcHria; 3. Itaea, cantos 13 a
do palacio pelo heroi em ftaca.
sugerem
que
foram compilados.
inicialmente
A hip6tese,
foram
escritos
apesar de ter
0
tres
poem as,
seu fundamento,
que
nao foi
verdadeira.
Foi em 1488 a primeira vez que a Odisseia
0
ou seja, filhos
A epopeia
filho de Odisseu (Telemaco)
12: que narram as aventuras
24: que mostram
semi-deuses,
nobres hist6ricas.
A obra compreende
iniciais, no qual
Entre
epopeias
pela mistura do humane
momento
em que foram
fixados
foi impressa,
e impressos,
em Florenc;a, na Italia.
esses
textos
provavelmente
varia ram um pouco.
Os 26 mil versos tem uma forma chamada
e formado
por seis medidas.
Cada medida
e composta
uhexametro"
dactilo,
UHex" significa seis em grego e "metron"
p~r uma silaba
longa e duas silabas
onde cada verso
significa
breves,
medida.
denominado
26
dactilo, au entao, par duas longa5, denominado
Ha urn
urn espondeu.
aeente mel6dico,
em forma de canto.
No inicio da obra, a poeta se dirige a uma divindade,
que pode expressar
males padeceu,
tudo. "0 homem
depois de arrasar
inspira as atos dos mortais.
mal, que provocam
acompanhara,
que muitos
e quem
Troia, cidade sacra." (Od I, p.13) A divindade
A obra introduz
a interven~o
a Musa, que sabe tude e
6 MUS8, a multifacetado,
uma ideia de merito e demerito,
de bern e
dos deuses. Se as seres sao bons, a divindade os
casa contra rio, darao a eles castigos.
Temas a presenya
palacio
de Ulisses;
sereias
ao cantarem
grandeza
canta-me,
de varios aedos na obra: ha urn entre as Feaceos;
a proprio
Ulisses
a sua melodia,
se torna
entre
do aedo, os quais eram capazes
urn ao cantar
Qutros. A Odisseia
de reproduzir
as suas
aborda
as epopeias
outro no
aventuras;
a respeito
de forma
as
da
oral,
com variac;6es minim as.
A present;a, feminina
dos fundadores
composta
e constante
da filologia
moderna,
para um publico feminino.
e intensa na obra. 0 ingles Richard
em 1713, sugeriu
que a Odisseia
Bentley, um
havia
Samuel Butler, escritor da epoca vitoriana,
side
chegou
a propor que a obra havia sido escrita por urna mulher. Tudo na obra se passa como se
o mundo
feminino
destrutivas;
Clitemnestra,
fosse
duplo,
como,
por exemplo:
as sereias
sao cantoras,
em Itaca temos as servas fieis e as infil3is; ha Penelope,
a mulher adultera,
a composiC;ao e caracterizac;ao
etc. Todas essas presenc;as femininas
do heroi Ulisses.
mas
a mulher
fiel, e
contribuem
para
27
A Odisseia
narra as aventuras
apas a guerra de Troia. A narrativa
apesar do heroi estar envolvido
forma resumida,
narrador
passando
esperteza
mais e
o
Ulisses
her6i
capitulo
for~as
tempestades,
navega~ao,
obstaculos
com
0
auxilio
que
parquet
par
forte,
inumeras
bonito,
Nao ha nenhum
essas
qualidades,
impedi-Io
de alimento,
Dessa
rochas
forma,
que
0
de chegar
ao
lan~adas,
protegem,
a
sua patria.
como Atena,
muito
de
sua
aventuras
tais
que
como:
pai, esposo,
ser
amante,
posteriormente,
no
0 her6i na obra, e sim,
seu
ventos
destin~,
fortes
ele se ve obrigado
para poder retornar
dos deuses
contra
de
her6i em
herois da epoea.
guerreiro,
exercito
0
ao seu redor suas
exigiram
eram
como urn dos principais
astuto,
tentam
outros.
e desafios
transforma
as pessoas
pais
e eontado
dez anos, tudo
outro. Homero
aquelas
mesmo
a sua patria,
de memorizac;ao,
rei, lider, entre outros - como veremos
que
escassez
entre
0
seu regresso
a capacidade
que duraram
maior
-
caracterizado
do her6i.
natureza
tempo
esperto,
contando
pais Ulisses narra
consagravam
estrangeiro,
a respeito
da
0
e
inteligente,
conquistador,
urn
e sabedoria
impressionavam
cavalheiro,
aventuras,
dedicando
inteligemcia,
em aventuras
de urn evento para
de suas pr6prias
experiemcias,
de Ulisses,
nao ultrapassa
tais
como:
ou contrarios
a superar
todos
Mas com a sua inteligencia
ele consegue
superar
a
esses
e
ate 0
impossive!.
Segundo
Donaldo
vitorioso por ser quem
SchOler, doutor em Letras e tradutor
e."
leitor escolha a sua favorita.
(Telemaquia,
da Odisseia,
pag. 9). Suas multiplas
"Odisseu
faces permitem
que
e
0
28
Enquanto
considerada
0
a iliada
e considerada
da guerra,
a Odisseia
poema da paz, pais term ina com a paz estabelecida
familias dos pretendentes
A Odisseia
nos libera para a fantasia
em contata
padr6es de confinamento.
pode
entre Ulisses
ser
e as
martos par ele.
lermos a obra, temes a oportunidade
de entrarmos
urn poema
com
0
e a imaginayao,
contidas
de viver sonhos assustadores,
nossa eu interior
mais intimo,
no fantastico.
Ao
rices au reais, al8m
libertando-nos
dos
29
4.1.
ULISSES,
o vocabulo
grega "Ulikses",
Ulisses
Arcisio,
0
grego "Odysseus"
alraves
nasceu
o
ea
0
na ilha de (taea,
nome Ulisses.
Do lado paterno,
Do lado malerno,
0 nascimento
MITOS
primeira fonte de Ulisses. A forma dialetal
e filho de Laerte e de Anticleia.
qual era filho de Zeus.
surpreendida
naa
DE TROIA E OUTROS
do lalim "Ulixes", nos deu
qual seu bisav6 era Hermes.
Ulisses
SEU RETORNO
avo chamava-se
seu
seu avo chamava-se
Aul6lico,
do her6i foi urn tanto quanta
no monte
Nerito,
do
complicado.
em urn dia que sua mae
tal
por um temporal.
nome Odisseu,
nome originou-se
dado ao heroi, possui algumas
da interpretac;ao
impediu a mae do her6i de descer
0
fora visitar 0 neto recem-nascido
mulheres
que encontrara
palavra,
0
temos
e "por ter se irritado com muitos
pela terra fecunda",
o nome de UOdysseus", que lembrava
Alguns
estudiosos
Urna delas diz que
pelo caminho",
0
0
que
monte Nerito. Outra versao diz que avo do heroi,
Aut6lico,
eu me zango".
vers6es.
da frase grega uZeus chavia
aconselhou
0 verbo "Odyssomai",
dizem
significado
"Iuminoso".
considerado
urn her6i
homens
aos pais do her6i a/he
que, ao analisar
Mas nao se sabe
que significa
e
"eu me irrito,
derivado
da
ao certo a etirnologia
de
0
radical
e
darem
0
Odysseus.
Ulisses
coragem
Durante
e
e inteligencia.
Desde
muito
cheio
jovem
de malicia,
0 her6i deu
urna estada na corte de seu avo Aut6lico,
foi ferido por urn javali,
0
quallhe
habilidade,
inicio
deterrninar;ao,
as suas
Ulisses participou
aventuras.
de uma cac;ada e
gerou urna cicatriz acirna do joe/ho, que selViu para 0
30
reconhecimento
do heroi na Odisseia.
par urna de suas escravas,
quando
esse chegou
a Itaca disfar9ado.
A pedido de seu pai (Laerte),
Ulisses foi a Messena,
urna parte do rebanho de seu pai, que havia sido furtado.
Ulisses encontrou
resolveram,
com
0
com
0
intuito de reclamar
Na corte do rei Orsiloco,
lfita (filho de Eurito) e herdeiro do areo paterno.
como pacto de amizade,
Os dais her6is
trocar de armas. Ulisses deu a lfita sua espada e
lan~, enquanto ifita a presenteou com urn areo divino - utilizado para matar todos as
pretendentes
usurpadores
na Odisseia.
Ulisses recebeu do pai, que se recolheu
reino de
par se sentir velho demais e cansado,
itaea, com todas as suas riquezas, constituida
hero;, com a objetivo
pretendentes
de se casar, cortejou
dela era excessiv~,
lcario. Hit duas versoes
foi por Tindaro
voltou-se
Helena,
para Penelope,
para como Ulisses conseguiu
(pai de Helena), em forma de gratidilo
outra, afirma que a her6i a conseguiu
principal mente de rebanhos.
mas percebendo
como premia,
que
0
numero
prima de Helena,
a mao de Penelope:
por um conselho
ap6s ter ganhado
a
0
de
filha de
uma, diz que
dado pelo heroi;
uma corrida de
carros.
Do casamento
de Ulisses e Penelope
nasceu Telemaco,
0
qual ainda era muito
novo na ocasiao da guerra de Troia. 0 heroi tentou evitar a sua ida para a guerra,
por falta de coragem,
mas par amar
de louco para escapar
inteligencia
inventiva
do juramenta
par excelencia
nao
it esposa e ao filho. Em seu plano, Ulisses se fingiu
de ter que ir para a guerra,
e primo
heroi, teve a ideia de coloear Telemaco
de Ulisses,
mas Palamedes,
desconfiado
na frente das rodas do arado.
da loucura
Ulisses,
a
do
agindo
31
de forma sa, deteve as animais a tempo de salvar seu filho e foi, assim, desmascarado
par Palamedes,
acontecimento.
tendo
a
que if
Inclusive,
guerra.
no decorrer
Ulisses
nunca
perdoou
primo
0
da guerra de Tr6ia a her6i vingou-se
par
tal
cruelmente
de Palamedes.
Junto ao conselheiro
Miisco, enviado
aqueia. Ap6s a guerra de Troia,
longo e dificil
regresso
Helena e com
0
retornou
dias, com
Quando
Eles participaram
destruiyao
de conciliar
tomou
0
0
rumo
reinos.
Menelau
da guerra
um sacerdote
mar,
partiu
na armada
primeiro
navegaram
com presentes
do
eram uma tribo belicosa
arrasaram-na,
se engajou
Ulisses
que
junto
com sua
da deusa
seguiu,
0
ao mar. Na
la permaneceu
as grayas
0
para
mas
mais
Atena.
uma
forte
rei de ftaca foi parar em Tracia, na regiao dos Cicones.
de Troia
de uma de suas cidades
marujos
somente
respectivos
a Tr6ada e se uniu a Agamemnon,
objetivo
os separou e
Os Cicones
seus
0
Agamemnon
tempestade
a seus
per Laerte, Ulisses
her6i e as outros reis aqueus se apresentaram
velho sabia Nestor. As naus de Ulisses
ilha de Tenedos,
alguns
0
como
da Tracia,
aliados
par Ulisses.
juntamente
que tin ham como
de Priamo,
Desembarcando
com alguns
0
heroi Cicon.
que justificaria
na cidade,
de seus
habitantes,
a
Ulisses
e
poupando
de Apolo, Marao, que deu ao rei de Itaca doze jarras do melhar
vinho. Num contra-ataque
rapido, os Cicones
eliminaram
alguns gregos,
que seguiram
em direyao ao mar.
Os aqueus viajaram
rurno ao suI. Dois dias depois avistaram
mas urn vento forte os lanyou ao largo da ilha de Citera. Durante
enfrentaram
dificuldades
no mar,
ate que,
no decimo
dia,
0
cabo de Maleia,
nove dias, os marujos
chegaram
ao pais
dos
32
Lotafagos
alimentavam
(provavelmente
em algum
lugar da costa da Africa
de f10res (Od. IX). 0 Lota era urn fruto saboroso,
fazia com que a pessoa que
marujos aqueus provaram
0
provasse,
naD desejasse
do norte),
que se
magico e amnestico,
que
mais retornar a sua patria. Tres
do Iota.
aE aquele que saboreava
0
doce fruto do Iota,
Nao mais queria frazer notrcias nem voltar,
Mas preferia permanecer
ali entre as Lot6fagos,
Comendo
do regresso"
/oto, esquecido
(Od. IX, 94-97)
Ulisses conseguiu
posteriormente,
traze-Ios
chegaram
"Dali continuamos
e chegamos
a terra dos ciclopes - identificada
dos soberbos
ciclopes,
infensos
nos deuses imortais, nao pfantam,
mas tudo Ihes nasce sem semear nem lavrar"
(Od. IX, 105-109)
no navio. Dati partiram
com a Sidlia.
viagem, de coray8o triste,
a terra
que, confiados
de volta e prendeHos
as leis.
nem lavram,
e,
33
Com seus doze
melhores
homens,
Ulisses
decidiu
explorar
levando consigo urna das jarras de vinho que havia ganhado de Marao.
aquela
Ulisses e seus homens entraram em urna gruta, na qual havia gordos rebanhos.
homens aguardaram
0
dono da
regiao,
Na explora<;ao,
La, as
cavern a e dele esperavam hospitalidade. No final da
tarde, 0 ciclope Polifemo, dono da gruta, chegou ao local.
"Era urn monstro hOffendo, em nada semelhante
a urn homem que come paD, mas antes a um pieD
a/candorado de
(Od.lX,
altos montes, que aparece iso/ado dos oulros"
190-192)
Polifemo era filho de Posidon com a amante Toasa.
Era urn ciclope gigante de
urn 56 olho, que ocupava urna tertii regiao cnde 0 solo gerava abundantes
plantayoes
par conta pr6pria, fornecendo um pasto farto para as gordas ovelhas e bodes. 0
gigante, ao chegar a sua gruta, ja foi devorando seis dos marujos de Ulisses, ate que
rei de itaca teve uma brilhante ideia.
0
0 her6i resolveu oferecer a Polifemo um pouco do
vinho de Marao. 0 gigante, que nunca havia provado a bebida, gostou e bebeu em
excesso, ate embriagar-se.
que respondeu
"Ninguemft.
Antes de dormir, 0 gigante perguntou ao her6i 0 seu nome,
0 cic[ope, entao, prometeu que comeria WNinguem par
n
ultimo, em retribui(f6l0 ao vinho, e assim dormiu.
Nesse momenta,
Ulisses afiou uma estaca,
unico olho do Ciclope, cegando-o.
aqueceu-a
ao fogo e enfiou-a
no
0 Ciclope, acordado pela dor terrivel, urrou e rugiu,
34
chamando
seus vizinhos,
esses se agruparam
incomodando,
as Qutros Cicio pes, para que viessem
ajuda-Io.
ao lado de fora de sua cavern a e perguntaram
quem
quem a tinha ferido, sua (mica res posta toi que "Ninguem"
e "Ninguem"
0
estava ferindo.
Sendo assim, eles acabaram
Mas quando
0
estava
a incomodava
a tendo como
laueo e se
retiraram.
Ao amanhecer,
homem toi amarrado
Ulisses e seus homens
embaixo
a
afastou a pedra, ele sentou-se
Ulisses,
mas esses passaram
seus companheiros
correram
se preparam
de urn dos carneiros
entrada
para fugir da caverna:
do ciclope.
da caverna,
tentando
a salvo por suas maos,
Quando
agarrar
a tripulayao
presos aos animais.
ate a praia e embarcaram
cada
a 9i9ante cega
de
Ulisses
e
em suas naus. Ao tomarem
uma certa distancia da ilha, Ulisses grita para Polifemo:
"Ouve Cic/ope! Se um dia, qua/quer dos mortais inquiririr-te
sobre
a raZBo vergonhosa
dize ter sido
0
potente
que de Laertes
e filho
Polifemo
sem acerta-Ia.
ergueu
Polifemo
0
a/ho vazado,
e que em {taca tem a morada .• (p. 168)
urn enorme
rochedo e lan~ou-o
Oali, a tropa continuou
triste pelos companheiros
acontecimento,
de estares com
Odisseu, eversor de cidades,
viagern,
feliz por ter escapado
que haviarn sido devorados
divide sua desgra~a
contra a nau de Odisseu,
pelo temivel
com seu pai, Posidon.
da morte,
Ciclope.
mas
porem,
Apes esse
Esse, enfurecido,
3S
se prop6e
a impedir
obstaculos,
como forma de vingant;:a.
Os Helenos
possivelmente
ao maximo
navegaram
0
retorno
em direy30
de Odisseu
itaca,
enviando-o
a ilha E61ia, reino do Senhor
diversos
dos Ventos
-
Lipari, na costa oeste da Italia Meridional.
"Chegamos entao
a i1ha E61ia. Ali habitava E%,
filho de Hip6tes, caro aos deuses imortais,
cingida em foda a volta por infragive/
(Od.X,
a
numa ilha flutuante,
muralha de bronze ..
1-4)
Eolo acolheu Ulisses e sua tripula~o
com hospitalidade durante urn meso Na partida,
deu ao hero; urn saco (urn odre) contendo todos as ventos desfavoraveis.
apenas a brisa que as levaria de volta
deixando de fora
a patna, denominada de Zefiro. A tripulat;Ao assim partiu
navegando no mar por nove dias. No decima, quando conseguiram avistar urn sinal longe de
itaca, 0 her61, exausto, adormeceu. Seus homens, desconfiados que Eolo havia Ihe dado um
saco de ouro, abriram
0
odre de ventos destavoraveis, deixando todos escaparem. A tripula~o
fol jogada imediatamente ao sentido contrario do qual estavam, chegando novamente
Eolo, que dessa vez nao as acolheu com hospltalidade.
a ilha de
0 Dono dos ventos disse que
provavelmente as Deuses nao desejavam a retorno de Ulisses e sua tripula~o,
portanto nao
havia nada que ele pudesse fazer.
Entristecido,
cidade
da
habitavam
Ulisses
Lestrig6nia,
voltou
terra
a regiao de F6rmias,
dos
a navegar,
gigantes
chegando
- no setimo
e antrop6fagos
dia - aLamos,
lestrigoes,
ao sui de Laclo, ou 0 porto siciliano
povos
de Leontinos.
que
Os
36
Lestrigiles
eram uma tribo de canibais, que, sob a ordem de seu rei,
precipitaram-se
arremessando
Oestruiram
em seguida
de cima dos rochedos,
levantou-se
e
0
gigante Antifates,
estrepito
logo urn deles e
blocos de pedra sobre a frota ancorada
todas as naus, menes a de Ulisses,
-Depois,
0
sabre as homens enviados por Ulisses, devorando
logo das naus
das naus que
0
que estava
lanyaram
sobre n6s pedras
grito medonho
em seu porto.
mais distante.
imensas.
dos que morriam
se partiam. E os lestrigoes,
cortando os homens como se fassem peixes,
levavam-nos
(Od.
para um trisle banquete.
X, 121-124)
Assim, com urn unico navio.
localizayao
"
e
impassivel,
0
heroi navegou em direcao
a ilha de Eeia, cuja
mas podendo ser identificada com Malta au com urna ilha
situada na entrada do Mar Adriatico, contribuindo com a fantastica geografia mitica de
Homero.
A ilha fabulosa
era residencia
da feiticeira
Circe - filha de Helio e Perseida,
irma do valente Eetes. Ulisses enviau vinte e tres de seus tripulantes para explorarem
lugar. Quando esses chegaram
ao palacio da maga foram recebido cordialmente
ela, que os fez sentar e preparou-Ihes
uma poyao.Em
magica, os transformou em animais semelhantes
a
seguida,
0
por
com sua varinha
porcos. 0 unico que escapou do
encantamento foi Euriloco. que nao havia entrado no palacio da bruxa.
37
Ulisses
aproximava
ensinou
ao heroi
denominada
Quando
se dirigiu
do Palacio,
0
ao
local,
Hermes
segredo
no palacio,
busea
para escapar
m61i, que deveria
entrou
em
apareceu,
ser colocada
de
seus
companheiros.
sob a forma
do feiti~o,
dando-Ihe
a planta
na POIY80 que a feiticeira
Circe ja foi logo Ihe dando
Quando
de um adolescente.
a bebida,
se
Esse
magica
faria a Ulisses.
tocando-o
com a
varinha e dizendo toda confiante:
·Va agora
deitar com as Quiros companheiros
na pocilga"
(Od. X, 320)
Porem, a bruxa ficou surpresa
com
0
- exigiu
desfrutou
periodo,
Circe
quando viu que sua magica
her6i. Ulisses, com sua espada nas maos - conforme
que a feiticeira
a forma
de um ano de hospitalidade
normal
aconselhado
Ulisses
a alma do adivinho
a ir aD mundo
Tiresias,
para saber
Itaca.
"Ali esta
a terra e a cidade dis Cimerios,
cobertas pela bruma
jamais
recebem
(Od. XI, 14-16)
de seus companheiros
em seu palacio
a heroi partiu em direlfSo ao mundo ctonio,
havia
consultar
devolvesse
e pelas nuvens:
um (mica raio do sol brilhante."
naD havia funcionado
Hermes havia aconselhado
e de seu amor.
a mundo
das
como
das sombras,
sombras,
com
eles fariam
0
e ainda
Ap6s
esse
a Hades.
objetivo
para retornar
de
a
38
Ulisses, chegando ao local, deixou a nau junto aos bosques consagrados a
Persefone
e, a beira-mar,
por Circe. Quando
"... 0
0
abriu urn fossa e realizou
sangue penetrou
as sacrificios
no fossa, as almas vieram
rituais aconselhados
a tona.
sangue negro corria e logo as a/mas dos mortos,
subindo do Hades, se ajuntaram. "
(Od. XI, 36-37)
Ulisses
Tiresias,
pode conversar
que informou
urn barco estrangeiro.
nao possuia
com muitas sombras
a Ulisses que ele regressaria
e, especialmente,
E que depois, ele partiria novamente,
as habilidades
da navegayao.
com a adivinho
a sua patria sQzinho, em eima de
a procura de urn povo que
E que, alern disso, ele faria urn sacrificio
a
Posidon e morreria velho, feliz e em terra firme.
De volta, ainda urna pequena
aos conselhos
e Caribdes,
na ilha de Eeia, Ulisses
ouviu atento
de Circe a respeito de como passar pelas Sereias e pelos monstros
ah~m da proibi-;:ao de comerem
nova aventura,
que
sereias,
localizadas
sereias
antrop6tagas
atirariam
permanemcia
0
levou em direyao
possivelmente
tentariam
ao oeste.
no Mediterraneo
encantar
todos nos recites, devorando-os.
seus companheiros
aos seus tripulantes
deveriam
que
0
as vacas de Helio. Ulisses
0
Ocidental,
atraves
encontro
pr6ximo
de seus
toi com as
a Sorrento.
cantos.
Para evitar que isso acontecesse,
tapar os ouvidos
deixassem
her6i
Seu primeiro
com cera. E, se caso
0
Cila
partiu para uma
As
Depois,
Ulisses e
her6i ordenasse
ouvir os cantos - por nao resistir
a tentayao
-
39
esses deveriam
amarra-Io
ao mastro. Quando
a "au se aproximou.
as sereias
iniciaram
seu canto.
"Aproxima-fe
daqui, preclaro
Detem a nau para escutares
Uiisses, gl6ria ilustre dos aqueus!
nossa voz. Jamais a/guem
passou par aqui, em escura nave, sem que primeiro
Quvisse
a voz mellflua que sa; de nossas bacas.
Somente parliu ap6s se haver de/eitado
com ela
e de fiear sabendo muitas eoisas. Em verdade sabemos tudo ..
(Od. XII, 184 - 189)
As sereias eram tithas do rio Aqueloo
principia,
duas: Partenope
quatro: Tetes, Redne, Molpe e Telxiope.
cortejo de Persefone.
Quando
para que elas pudessem
sereias
e meio passaros,
se tornaram
tocava lira; Leuc6sia
dem6nios
cantava
homens, prenderem-nos
as sereias
pediram
transformou-as
do
asas aos deuses,
em monstros.
irritada
Meio
na parte de cima e peixe na parte de baixo, as
marinhos.
Eram habeis musicas
e Ugia tocava f1auta. Utilizavam
e devortl-los.
Eram, a
e Ligia; e depois
na terra, na agua e no ar. Demeter,
a rapto de Persefone,
au mulher
ou de Esterope.
Leucosia
Eram jovens muito belas, que participavam
Hades a raptou,
procurar Persefone
par elas nao terem impedido
mulheres
e de Melpomene
e Ligia; depois tn§s: Partenope,
e cantoras:
Partenope
0 canto para atrairem
as
40
Passados
cabe93s,
pelas
sereias,
que habitava
quantidade
de agua,
provavelmente
escondiam
seria
devorando
devorado
as dais monstros
Sicilia. Seguindo
as aqueus
urn rochedo)
Cila
par Dutro.
A localizat;ao
como
(urn monstro
(urn monstro,
tudo que nela estivesse).
e defendida
a canselho
enfrentariam
e Caribdes
0
Quem
do
escapasse
penhasco
estreito de Messina,
de Circe, Ulisses decidiu
de seis
que absorvia
grande
de urn,
em
que
se
entre a Italia e a
passar mais perte de Cila, mas
mesmo assim perdeu seis de seus companheiros.
Apes
enfrentarem
as monstros,
direc;ao a ilha de Helio, chamada
fon;a
dos ventos.
Nessa
terra
Ulisses ja tinha sido advertido
resistiram
Quando
e devoraram
0
pastavam
vacas
que nao poderia
barco voltou a navegar,
do banquete
e seus companheiros
La, permaneceram
do Deus
come-las,
uma tempestade
a navio, onde somente
das vacas.
Agarrando-se
"Partin do daJi errei par nove dias; na decima noite
para a ilha de Oglgia,
onde mora Calipso, de linda Cabeleira ..
(Od. XII, 447-449)
estava
em
par
sagradas.
seus homens
nao
feita a desgrac;a.
e, Zeus - a pedido de
sobreviveu,
aos destroc;os,
levar pelos ventos.
os deuses conduziram-me
Ulisses
urn mes,
que eram
parem,
se formou
navegaram
durante
Sol,
as mel hares vacas do Deus. Assim
Helio - com seu raio, destruiu
participado
Ulisses
Trinacia.
par nao ter
a her6i se deixou
41
e
A ilha de Ogigia
semi-morto,
foi acolhido,
Atena, que protegia
a
Hermes,
Ulisses
0
Quando
na regiao
que ela deixasse
necessario
para construir
filho Polifemo - enviou uma tempestade,
e sacudiu
0
fez descer
Posidon reuniu
mar. Transformou
e, envolvendo
na costa
solicitou a Zeus que enviasse
a
Ulisses estava quase chegando
"Assim dizendo,
Ceuta,
marroquina.
cuidado e amado pela ninfa Calipso durante
Ulisses,
ninta, pedindo
material
imaginada
0
uma jangada.
0
de
a
0
her6i partiu.
- querendo
vingar seu
a qual quebrou a jangada
empunhou
atraves
Cal ipso forneceu
No quinto dia,
sua patria, Posidon
as nuvens,
dez anos. Param,
uma mensagem,
her6i partir. Assim,
0 heroi,
do heroi.
fridente
lodos as ventos em procelas
em nuvens a terra e
0
mar,
a neUe do ceu."
(Od. V, 291-294)
Ulisses se agarrou
a uma prancha da jangada
e ao veu precioso
que
0
protegia,
dado por Ino Leucott~ia. Apos tres dias no mar, alcanryou terra firme, a ilha dos Feaceos
(provavelmente
Nausicaa
enxoval
a ilha de Corfu).
- filha dos reis Alcinoo
de casamento
aguas, despertando
pois
0
0
Esgotado,
e Arete
0 heroi
- inspirada
dormiu
no rio. La, ela e suas companheiras
heroi, que solicitou
heroi estava nu, e convidou-o
ajuda
a conhecer
na mata.
par Atena,
decidiu
comec;aram
A princesa
lavar
0
a brincar
seu
nas
it princesa. Eta the deu comida e roupa,
0
palacio.
42
Os Feaceos
Ulisses excelente
Oemodoco
levavam
hospitalidade.
que cantasse
levando Alcinoo
0
e tranqGila.
urn banquete,
alegando
Ulisses
0 rei, ofereceu
se casasse
0
muito,
heroi narrou todas
com sua filha,
de sua esposa
a
ao aedo
se emocionou
que vivera. Assim,
que Ulisses
a saudade
Alcinoo,
rei de Itaca solicitou
0
de Troia.
sabre as aventuras
0 rei sugeriu
heroi recusou,
rei embarcou
Durante
as acontecimentos
a perguntar
as suas aventuras.
Porem,
urna vida luxuosa
Nausicaa.
e filho. No dia seguinte,
a
Ulisses em urna das "aus, que a levaria de volta
0
patria, acompanhado
de presentes.
"Ela corria com tanta seguran98
e firmeza,
que, nem mesma a falcao, a mais ligeira das aves,
poderia segui-Ia.
n
(Od. XIII, 86-87)
Em urna
adormecido
noite,
na praia,
vigilante, transformou
as marujos
com
Laerte ja nao reinava
muito
decidiu
Ulisses
estava
alcanc;aram
escondidos
0
°que
atinge
pai partira.
Itaca,
em
uma
deixando
0
oliveira.
her6i
Posidon,
em urn grande rochedo.
ausente,
mais. Sua mae Anticleia
~o que combate,
crianc;a quando
de Alcinoo
presentes
a nau que retornava
Em Itaca, quando
Telemaco,
seus
a
devido
guerra
havia morrido
distancia",
Quando
a
de saudades
filho de Ulisses
completou
partir em busca do pai, com a orientayao
de Tr6ia,
dezessete
seu pai
do filho.
e Penelope,
anos,
era
Telemaco
de Atena - pois os pretendentes
de
43
Penelope
planejavam
mata-Io. Todos julgavam
e oito pretendentes
passaram
a usufruir
que Ulisses estava marto. Assim,
das propriedades
banquetes, bern como a cortejar a mao de Penelope.
a Ulisses, eram humilhados.
pois
fidelidade,
0
escolher
urn novo marido,
para Laerte,
a
Os subordinados
esposa de Ulisses, aparece
cento
com festas
do pal,kio,
como
0
e
fieis
simbolo
da
esperou durante vinte anas. Pressionada pelos pretendentes para
mortalha
mas
Penelope,
do heroi,
Penelope
ela escolheria
noite ela desfazia
0
trabalho.
prometeu
que quando
acabasse
um deles como marido.
Assim,
de tecer uma
de dia ela tecia,
0 plano durou tres anas, ate uma de suas servas a
denunciarem.
Quando
primeiro
a
acordou,
passar por desconhecido,
palacio,
Ulisses tai disfan;:ado de mendigo
casa de Eumeu,
seu porqueiro,
para atualizar-se
para entao, elaborar
° rnais
per Atena. 0 her6i decidiu
fiel de seus servos.
de tudo que estava
urn plano para retornar
0
fidelidade
de Eumeu,
reconheceu,
Ulisses
pode contar com a fidelidade
mesrno disfaryado
e, na sequencia,
acontecendo
seu reinado.
momenta, ja esta de volta em ftaca. Pai e filho se reconhecessem
as ore/has: era Argos que a paciente Uiisses havia
eriado antes de ir para
Abandonado
a sagrada ilion (...)
na ausencia
nesse
AIE~mda
do seu cao, Argos,
aE um cao, que estava deitado, erguendo a cabeqa,
erir;ou
em seu
Telernaco,
no porcariyo.
morreu.
de seu senhor, rolava diante do portal
ir
Ele pretendia
que a
44
sobre as estrumes
das mulas e dos bois.
Ali estava deitado Argos, comido das carraY8s.
Venda aproximar-se
Fa/taram-Ihe
{oryas para chegar ate ande estava
Este, voltando
(Od. XVIII,
a cauda e baixou a cabeY8.
Uiisses, agitou
0
seu senhor.
a cabe9a, chorou ..
291 - 304)
Ulisses foi mal recebido em seu palacio, disfar9ado de mendigo, pelo
pretendente
AntinoD.
divertimento
dos pretendentes.
passasse
0 heroi foi insultado
par novos vexames.
saber quem ele realmente
"Saudades
Penelope
interferiu
0
recebeu
a lutar com
apressam
eu me defendo com ardis.
0
seguramente,
mendigo
lro, para
para evitar que
com muita hospitalidade,
era. Ela falava da saudade
de UJisses me consomem
as pretendentes
(Od, XIX,
e obrigado
Telemaco
0
0
pai
mas sem
que sentia de seu marido:
docemente
0
coray8o.
minhas nupcias:
n
136 - 137)
Eurich§ia, uma fiel ama do heroi, quase colocou a plano a perder, pais ao lavar as
pes de Ulisses,
par ordem
de Penelope,
a criada
reconheceu
a cicatriz
na perna do
45
heroi. Porem,
ele logo pediu silemcio a ela, antes que 0 segredo
fosse
revelado,
e
0
plano perdido.
"Esia cicafriz, pais, reconheceu-a
e apa/pou com
a ancia, tao logo
a palma da mao e, largando-Ihe
a perna bateu na bacia:
0
bronze cantou
0
0
tocou
pe,
e inclinando-se
a bacia, a agua entomou-se ..
(Od. XIX, 467-470)
A hora da vinganc;:a se aproximava.
pretendentes
Atena
inspirou
Penelope
0 areo de Ulisses, para a celebrac;ao que daria inicio
todos eles. Segue a proposta
"Escutai-me,
de casamento
ilustres pretendentes
Dutro pretexto,
a nao ser
Animo, paiS, pretendentes:
Apresentarei
tomando-o
0
0
de Penelope:
(.. .) nao podeis apresentar
desejo de me tomar par esposB.
0
premia do combate
grande areo do divino Ulisses
nas maos, conseguir
esta
a vista!
e aquele que,
arma-/o mais faci/mente,
e fizer passar uma flecha pelo orificio dos doze machados,
A este eu seguirei ... "
a apresentar
a
aos
eliminac;ao de
46
(Od. XXI, 68-77)
o orgulhoso
Antinoo
"Levantai-vas
Da esquerda
comanda
a organizat;ao
para a prova.
em ordem, companheiros,
para
a direita. "
(Od. XXI, 141)
Nenhum dos pretendentes
a vontade de seu senhor,
poderosa
chamada
mendigo tentasse
mana,
conseguiu
estica-Io,
que Ihe advem de sua origem.
Em todos os sen/idos
(...J Dos
menDS
a prava do areo e as pretendentes
a(...) 0 astuto Uiisses, contudo,
Armou-o
ao
no caso, Ulisses. IS50 aconteee
0
0
Penelope
areo 56 obedece
a urna energia
insistiu
se viram obrigados
para que 0
a permitir.
e inspecionou
grande areo,
sem dificuldade
pretendentes,
apenas tomou
pais
devido
alguma.
porem,
se apossou uma grande magoa
e mudaram de cor ... "
(Od.404-412)
Ulisses disparou
orifida.
Depois,
a fJecha e
abandonou
0
naD errou nenhum dos machados,
seu
disfarce
de mendigo
e tomou
desde 0 primeiro
novamente
sua
47
aparencia
primeiro.
de her6i. E assim, deu inicio ao exterminio
A morte atingiu todos as pretendentes.
quatro. Doze escravas
Penelope
detalhadamente
0
da cama, construido
de algo
0
que
leito conjugal,
apenas
que aquete era 0 seu marida. Assim, ele teve que
somente
eles
sabiam.
0
rei de
Itaca
descreveu
que ele mesma havia feito. 0 grande detalhe
no mesmo instante,
corar;aoamante,
reconhecendo
desfaleceram
era
0
pe
as joelhos
as sinais que Ulisses
Dera sem hesitar. Correu direta para ele com as lagrimas
E lan,ou
foram poupados
foi 0
com urn tronco de oliveira.
"(.. .) e a Penelope,
E
Dos servos,
Antinoo
infieis fcram enforcadas.
resistia em acreditar
the dar urna prova
dos pretendentes.
as bra,os
nos a/hos
em tome de seu pesco,o ..
(Od. XXIII, 205-208)
Como estava de madrugada,
a pouco para amanhecer,
para que 0 heroi e sua amada tivessem
Os parentes
entes queridos.
contra
todos.
dos pretendentes
Ulisses,
Teh~maco,
0 episodio
teria
intervenc;ao da propria deusa.
mortos,
arm ados, foram protestar
Laerte e outros
side
Atena prolongou
a noite,
mais tempo para matar a saudade.
uma
imensa
- orientados
extermina98.0,
e vingar
por Atena
se
nao
seus
- lutaram
fosse
a
48
"Fifho de Laerte, da estirpe de Zeus,
Ulisses
fecundo
em recursos, suspende
Assim falou Atena
Depois,
0
combate
(.. ).
e ele obedeceu de cora,ao alegre.
entre as duas partes,
foi ce/ebrado
um pacta solene para as tempos futuros,
obra de Palas Atena, filha de Zeus, portador
(Od. XXIV,
da Egide."
542-547)
Oessa forma, cumprem-se
as profecias de Tiresias, as quais diziam que Ulisses
morreria em terra firme, feliz e tranqOilo. A paz volta a reinar em itaca, gra~as
imposi~o
de Palas Atena.
a
49
4.2.
RESUMO DOS CANTOS
Canto
I
Atenas questiona Zeus por que ele esqueceu
de Posidon impedira
0
Ulisses. Zeus responde que a ira
retorno do her6i Ulisses a itaca,
mas que agora,
com
0
afastamento de Posidan, porque esse estava visitando as etiopes, Ulisses poderia dar
inicio ao seu regresso.
Atena,
disfan;ado
como Mentes,
visita Teh§maco,
Ulisses, instruindo-o a procurar noticias de seu pai, para tomar medidas
filho de
contra os
pretendentes.
Canto
II
Telemaco
surtiu
0
convoca uma assembh~ia para denunciar as pretendentes,
efeito desejado.
de Atena
(disfar~ada
Sendo assim, Telemaco
de
Mentor)
- para
parte - em segredo
Pilos,
em
busca
de
a qual
nao
e acompanhado
Nestor,
para
obter
informa90es de seu pai.
Canto III
o rei Nestor
diz nao ter
informa90es de Ulisses, mas conta
0
regresso de Qutros
her6is. Ele ordena que seu filho Pisistrato acompanhe Telemaco ate Esparta.
Canto
IV
Em Esparta,
no palacio
recebidos pelo rei e por Helena,
de Menelau,
Telemaco
e seus companheiros
de volta ao trono. Menelau
sao
conta que Ulisses era
50
mantido
cativo
pela ninfa Calipso.
Enquanto
sabendo a respeito da viagem de Telemaco,
issa, Penelope
que pretendem
e as pretendentes
ficam
mata-Io quando ele voltar.
Canto V
e
Hermes
liberte
0
enviado
a Cal ipso, par ordem
her6i. A ninfa fomece
navega em
ao her6i material
dos Deuses,
solicitando
para ele construir
que a ninfa
urna jangada.
Ulisses
direc;ao a sua patria, porem, Posidon 0 faz naufragar em urna tempestade.
Nu e ferido, Ulisses consegue
chegar
a terra
dos
Feaceos.
Canto VI
Ulisses
hospitalidade,
e
descoberto
e a princesa
pela princesa
0
Nausicaa
convida para conhecer
0
e suas criadas.
0 her6i implora
palacio.
Canto VII
Ulisses pede aos pais de Nausicaa,
a regressar.
a rei Alcinoo
e a rainha Arete, que 0 ajudem
0 heroi conta algumas de suas aventuras.
0 rei sugere que Ulisses case
com Nausicaa,
porem
0
heroi recusa, por desejar voltar a sua patria e rever sua familia.
Canto VIII
o
rei Alcinoo
oferece uma festa, na qual 0 aedo Demodoco
de Ulisses na guerra de Troia.
canta sobre os feitos
0 her6i chora de emoyao. Durante uma exibiyao atletica,
zombam de Ulisses, e ele e foryado a mostrar suas habilidades.
51
Canto IX
Ulisses
revela seu nome e conta tode 0 resto de sua historia:
companheiros
partiram
de Troia, atacaram
desembarcaram
na ilha dos Ciclopes.
como conseguiu
escapar do gigante.
Tracia,
chegaram
como ele e seus
a terra dos lot6fa905
0 her6i narra como toi capturado
e
par Polifemo
e
Canto X
Ulisses
chegaram
continua
a sua
hist6ria,
contando
ao retorno, 0 qual foi aberto pelos companheiros
enviaram
como
ele
a ilha do deus Eclc, que lhes deu urn saco contendo
tada a tripulayao
dos lestrigoes,
libertando
de volta a ilha. Depois desse episodio,
cnde 11 navias fcram
Circe, que transformou
de Ulisses,
e seus
destruidos.
companheiros
as ventos desfavoraveis
tai5 ventos que
eles atingiram
Par fim, chegaram
a
a ilha
ilha da feiticeira
alguns dos homens de Ulisses em porcos. Apos um ano, Ulisses
resotveu partir, seguindo
0
conselho
em busca do adivinho Tiresias,
de Circe, que orientou
0
heroi a viajar ao Hades,
para obter informac;:oes de como regressar
a Itaca.
Canto XI
Ulisses
relata
a sua
visita
orientac;:oes.
Ulisses
tambem
Agamemnon,
Aquites e Hercules.
teve
ao
hades,
onde
a oportunidade
Tiresias
de
falar
the deu
provisoes
com
mae,
sua
0
e
rei
52
Canto XII
Ulisses
conclui
entre as monstros
sua hist6ria
aos Feaceos,
Cila e Caribdes,
na ilha do deus Sol,
que navegou
0 qual guardava
contando
que perdeu
entre as sereias
seu gada. Embora
muitos
homens
e que desembarcou
advertidos
que
naD poderiam
comer as vacas sagradas, as tripulantes de Ulisses comeram algumas. Zeus, como
punic;ao, destruiu
a ilha
chegar
as navios com um raio, sobrevivendo
somente
Ulisses,
que vagou ate
de Cal ipso.
Canto XIII
o
rei Alcinoo envia Ulisses em uma de suas naus, repleto de presentes,
direc;:aoa Itaca. Os marinheiros Feaceos
adormecido.
disfar",ndo-o
Atena
aparece
para
0
her6i,
0
ern
deixam na praia, enquanto ele estava
propondo
ajuda-Io
contra
as pretendentes,
de mendigo.
Canto XIV
Ulisses, disfaryado,
e recebido
pelo porqueiro
Eumeu e inventa hist6rias
sabre si
mesmo.
Canto XV
Teh§maco volta para casa e evita cair na armadilha
conta a Ulisses a hist6ria de sua vida.
dos pretendentes.
Eumeu
S3
Canto XVI
a cabana
Telemaco chega
dais planejam
do porqueiro Eumeu, cnde Ulisses se revela a ele. Os
como se ]ivrar dos pretendentes.
Canto XVII
Telemaco
voila
ao palacio
e tala com Penelope.
humilham Ulisses, que estava disfar~do
reconhece e, na seqOencia,
Os prelendenles
de mendigo. Argos,
0
insullam
cao fiel de Ulisses,
e
0
morre.
Canto XVIII
Ira, mendigo
presentes
de verdade,
dos pretendentes.
e Ulisses
brigam em uma luta. Penelope
Qutros pretendentes
insultam
recebe
Ulisses.
Canto XIX
Orientados par Atena, Ulisses e Telemaco
heroi, disfar~dot
conta a Penelope
heroi, lava seus pes e
0
que
retiram todas as armas do sa lao. 0
encontrou seu marido. Euricieia.
reconhece atraves
a fiel criada
do
de uma cicatriz.
Canto XX
Ulisses, impaciente, nac consegue donnir. Os pretendentes continuam a zombar
do her6i.
S4
Canto XXI
Penelope
traz
0
areo de Ulisses e
sua mao em casamento:
anunda a prova, cnde
as pretendentes
devem
0
vencedor
ganharia
atirar urna f1echa atraves
a
de varios
oriffcios. lodos tentam, mas fracassam. Ulisses atira com seu areo e aeerta.
Canto XXII
Ulisses revela sua identidade
continua
a
matanc;:a, com
infieis sao enforcadas
0
aos pretenctentes
auxflio
de Eumeu,
e mata primeiro Antinoo.
Depois,
Telemaco entre Qutros. Doze criadas
tambem.
Canto XXIII
Euricleia
acreditar.
conta a Penelope
0 her6i
Par fim, Penelope
e posto
0
que Ulisses
havia voltado,
mas a rainha se recusa a
a prova, tendo que falar alga que somente
as dais sabiam.
reconhece.
Canto XXIV
As almas dos pretendentes
Parentes dos pretenctentes
Itaca.
chegam
ao hades. Ulisses visita seu pai, Laerte.
planejam vingan~, mas Atena imp6e paz duradoura
a
S5
5.0.
BANCO DE IMAGENS
1. Busto de Homero.
C6pia romana de um original grego do periodo
helenistico.
0 aedo cego visto
pelos gregos e romanos.
2. Um rapsodo.
Anfora
a.C.
atica com figuras
vermelhas
atribuidas
ao pintor
Cleofrades,
c.
480
56
3.
Mascara
Museu
mortuaria
Nacional
4. Ulisses vasa
0
de
DUro
do rei Agamemnon.
de Atenas.
olho do Ciclope Polifemo.
Museu de EIElusis.
57
5.
Ulisses Quve
0
canto das sereias.
Vaso grego do seculo V a.C.
58
6. Zeus.
Escultura
grega do seculo IV a.C.
59
6.0.
CONCLUSAO
De acordo com
a origem,
0
hist6ricas
nascimento
ao conjunto
uma gerayao.
evolu9ao,
FINAL
estudo proposto,
0
e
provenientes
tambem
E ANALISE
0
Mitologia
desenvolvimento
refere-se
a uma ciencia que estuda
dos mitos, atraves de grandes
de mites de urn grupo social especifico,
Todos
buscando
pesquisas
das mais variadas fontes. Ah~m dissa, Mitolegia
as povos
explicar
criaram
lendas,
as origens
transmitidos
ou relatos
do mundo
fabulosos,
refere-se
ao longo de
durante
e as conseqOencias
a sua
das atitudes
humanas.
Essas hist6rias
corpo de narrativas
sempre a cria~o
urn simbolo,
fantasticas
que eontam
fazem
0
parte do que chamamos
que se passou
nos tempos
e as origens. Alem dessa definiyao,
temos
e
de mito, que
primordiais,
um
referindo-se
mito como uma imagem,
0
ou seja, urn meio de explicar os misterios do universo.
A narrativa
mitica
elas sao preservadas
nao pode ser considerada
para
manter
vivas
diversas
nem verdadeira,
nem talsa,
praticas
possibilitando
sociais,
pois
a
inser930 de um grupo denlro de um sislema
de regras. A fun930 do milo e lanlo poelica
quanta religiosa,
entre si, com
hom em
forma,
0
0
revelando
o
situac;oes
pois ambas se combinam
acesso
ao conhecimento
mito se apresenta
como
divino
0
objetivo
e ao conhecimento
urn meio
importante
de proporcionar
de si pr6prio.
de investigayao
ao
Dessa
da hist6ria,
seus acontecimentos.
mito e preservado
socia is especificas.
alguns personagens
atraves
da tradiyao
Essa preserva~ao
sociais especificos,
tais como:
oral, que
ocorria
e transmissao
0
pai,
0
em
eram
rituais
realizadas
rei, os videntes,
e em
por
os profetas
60
e, principalmente,
possuiam
as poetas
-
indivlduos
exclusivo
as
origen5,
0 acesso
lon905 treinamentos
em tecnicas de memorizac;ao
A cornposi~o
recitativas,
dos
cantos
que facilitavam
erarn transmitidas
considerados
atraves de
a
de gera~o
do aedo que recitava
oral
era
feita
atraves
que
divina,
seu trabalho
de
a medida
e que eram preselVadas
em gerac;ao. Mesmo havendo
urna narrativa,
da sabedoria,
ou
e versificac;ao.
na tradi~o
memorizat;ao
mestres
heranc;a, ou inspirayao
alguma
f6mnulas
em quem
recriayclo por parte
se dava dentro de regras precisas
de
composic;ao.
Urn dos principais
mitos toi Hornero.
autores da mitologia
Porem,
tomadas
como veridicas,
baseadas
nas pesquisas
nae possuimos
grega, responsavel
informac;oes
a respeito desse grande autor. Temos apenas
Dentre essas possibilidades,
na verdade,
poetas).
temos os gregos que acreditavam
que acreditam
E por tim, ainda
qualquer
o
dos
possam
ser
possibilidades,
ha
que Homero
aqueles
era
0
que questionarn
e seus argumentos,
que Homero
era
ha alguns autores que acreditam que,
se tratava de urn grupo de poetas, devido
urn possu; suas teorias
que
de grandes estudiosos.
urn unico poeta, homern de carne e osso. Porem,
tam bern aqueles
pela transmissao
concretas,
porem,
a cornplexidade
nome dado
a
se Homere
da obra. Existern
arte dos bardos
de fato existiu.
nao ha prova concreta
(dos
Cada
que tome
uma das versoes veridica.
local de nascirnento
ah§m de haver controversias
do autor tarnbern
e disputado
entre sete cidades
entre a data de seu nascimento.
Independente
gregas,
de tais
61
questionamentos
ha urn Homero,
autor dos grandes poemas
Esse poeta era chamado
Ou ainda de aeda, palavra
desses
sistematica,
urn dos poemas
aventuras
0
contando
mostram
Acredita-se
que a maio ria
de cidade
em cidade,
de uma composi9ao
esta entre as primeiras
a capacidade
0
historias
her6is.
A epopeia
de Odisseu
aborda
pelo
os debates
composta
a
her6i
pais apesar
e contado
contando
peJa mistura
entre deuses
e 0 protagonista;
em seu retorno
de memoriza'Yao,
da
do
e deusas;
e desafios
e
do
atraves do mito.
1. Telemaquia:
do palacio
dez anos, tudo
se
mel6dica
epopeias
do her6i Ulisses,
de combate
universal
tres conjuntos:
a reconquista
que duraram
Ulisses,
qualidades,
de canr;oes epicas.
musical.
filho de Odisseu (Telemaco)
12: que narram as aventuras
evento para
Ucantor".
viajam
atraves
de Homero
a uma proporyao
A obra compreende
iniciais, no qual
ultrapassa
e que
e interprete
urn mito. Ela narra as aventuras
de grandes
homem, ampliando-os
aventuras
que ja existiu,
a sua patria, ap6s a guerra de Troia. Ela se caracteriza
humano e do super-human~,
24: que
cegos
de urn instrumento
lingua grega, considerada
narrando
compositor
os mitos lendarios,
acompanhada
seu regresso
de rapsodo,
eram
propagando
A Odisseia,
urn dos maio res paetas
que ern 9re90 significa
paetas cantores
apresentando,
considerado
lJiada e Odisseia.
pelos quatro cantos
2. Regresso,
cantos 5 a
patria; 3. Itaca, cantos
em
itaca.
A narrativa
do her6i estar
de forma resumida,
nao
envolvido
passando
13 a
em
de um
outro.
um dos maiores
tais
como:
ser
her6is
cavalheiro,
ja existentes,
inteligente,
e
caracterizado
esperto,
astuto,
por
forte,
inumeras
bonito,
62
guerreiro.
virtudes
pai,
esposo,
as quais serviam
descrevem
amante,
conquistador,
de exemplo
lutando
em batalhas
mas sem perder a sua caracteristica
o
e modelo de conduta
um her6i, que ultrapassava
desconhecidos,
estrangeiro,
as limites
memoraveis
rei,
lider,
da epoca.
do universa,
e superando
que buscava
explicar
homem em si. Tais relates lendarios,
fantasia e para a imaginayao,
conhecimento
desafios
libertando-nos
a lugares
impossiveis,
humana.
as origens
primordiais
como as contidos
contidas
dos seus mitos, temes
ricos ou reais, ah3m de entrarmos
Qutros,
Suas aventuras
viajando
acesso a mitologia grega e aos mitos nos permite mergulhar
misterioso,
entre
na Odisseia,
no fantastico.
em contato
com
bern como
a
nos liberam para a
Ao lermos a obra e tomarmos
a oportunidade
dos pad roes de confinamento.
em urn rnundo
do universa,
de viver
0
nosso
sonhos
eu interior
assustadores,
mais
intimo,
63
REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
ARIST6TELES,
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