12 de Fevereiro de 2007

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conferências
ENTRADA GRATUITA LEVANTAMENTO DE SENHA DE ACESSO 30 MINUTOS ANTES
DE CADA SESSÃO, NO LIMITE DOS LUGARES DISPONÍVEIS
As Religiões
dos Filhos de Abraão
Rembrandt. Abraão e Isaac, 1634. Óleo sobre tela. 158 x 117 cm, Hermitage, São Petersburgo.
Em paralelo ao ciclo de música que
chamámos “Os Filhos de Abraão”, pedimos
a cinco crentes de cinco religiões monoteístas que se reconhecem na filiação do
Patriarca, que viessem explicar a sua fé.
Que viessem dizer, por palavras que todos
entendam, em que acreditam, porque acreditam e como acreditam. Talvez, sabendo,
nós possamos compreender melhor. Porque
pelo menos uma certeza se impõe: desde os
tempos mais longínquos e nas civilizações
mais diversas, que o homem, que muitos
homens, estabelecem uma relação com
uma transcendência.
12 de Fevereiro
Testemunhar Deus com os Seis Sentidos:
Islão e muçulmanos para além dos textos e dos
exotismos por AbdoolKarim Vakil
Que sabemos nós, crentes ou não, da
religião dos outros? Porque há milhões
de pessoas, sensíveis, inteligentes, boas,
que regem as suas vidas pela fé num Deus
único, e que através dessa fé acreditam que
a sua vida e o mundo têm um sentido, uma
coerência, que de outra forma não teriam?
Que razões têm essas pessoas?
E não é verdade que, por desconhecermos a fé do outro, naquilo que ela tem
de explicável, nos parece que a vida dele
assenta em práticas e crenças injustificáveis no mundo actual? Como se a fé dos
outros fosse qualquer coisa de primitivo,
ou mesmo perigoso.
Desconhecer aquilo que é um elemento
fundamental da vida das pessoas, é não as
compreender, é permitir que se instale em
nós o preconceito e a intolerância.
Mais do que da história do Islão ou da
Civilização islâmica, ou da religião
islâmica enquanto sistema de doutrinas e
textos, é do Islão enquanto forma de vida,
e dos sentidos e expressões que assume e
em que se traduz na cultura material, das
práticas, dos sons, e dos gestos que dão
forma e identidade ao ser muçulmano/a
que vamos falar.
Se querem realmente conhecer melhor
o Islão e os muçulmanos, esqueçam por
uma noite (ou pelo menos 40 minutos)
as tão urgentes questões que (vos dizem
que) sempre quiseram saber mas tinham
medo de perguntar, e exponham-se antes à
experiência de ouvir um muçulmano falar
sobre o que ele considera importante e significativo e belo e difícil e problemático e
frustrante acerca da sua religião; abram-se
a tentar sentir, e compreender os sentidos
e os significados do que, para um muçulmano, é ser muçulmano.
AbdoolKarim Vakil é professor de
história portuguesa contemporânea no
departamento de Estudos Portugueses e
Brasileiros do King’s College de Londres.
Tem trabalhado sobre questões de
nacionalismo, historiografia e discursos
de identidade nacional; representações
do Islão e muçulmanos no imaginário
português; e história das relações do
poder com as comunidades muçulmanas
durante o período colonial e na actualidade. Foi coordenador dos Simpósios do
Instituto Muçulmano de Londres, modera
um cibergrupo de debate de académicos
e activistas muçulmanos na Inglaterra e
colabora no jornal The Muslim News. Um
diálogo a três vozes em que participou com
Ester Mucznick e António Matos Ferreira,
e coordenado por António Marujo, será
brevemente publicado pela editora Pedra
da Lua.
‘Do Outro ao Diverso’, um texto seu
onde os interessados poderão encontrar
uma visão de síntese sobre a história e
actualidade das comunidades muçulmanas
em Portugal, está disponível online através
da site da Revista Lusófona de Ciência das
Religiões (Ano III, nº5/6, 2004).
Próxima conferência:
26 de Fevereiro · Caminhos da Ortodoxia
por Ivan Moody
2ªFEIRAS 2007 · JANEIRO 29 · FEVEREIRO 5, 12 E 26 · MARÇO 5 SALA 2 · 18H30
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