Física (prova comentada)

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FÍSICA
DADOS
g = 10 m/s2
G = 6,6.10-11 N.m2/kg2
água = 1,0 g/cm3
sen 45 o 
2
2
l/40 = 9.109 N.m2/C2
cágua= 1,0 cal/gºC
cos 45 o 
2
2
c = 3.108 m/s
LF(água) = 80 cal/g
tg 45 o  1

R
i
V '   '  r 'i
v 2  v02  2ad
P
E
t
V    ri
a
1
f
i
p'

o
p

1
p
B
 0i
2r
B
 0i
2R
44)  
1
p'
'
 B
t
45)   Blv
46) E  mc 2
47) m 
m0
1
v2
c2
01) Leia com atenção o texto abaixo.
Chamados popularmente de “zeppelins”, em homenagem ao famoso
inventor e aeronauta alemão Conde Ferdinand von Zeppelin, os
dirigíveis de estrutura rígida constituíram-se no principal meio de
transporte aéreo das primeiras décadas do século XX. O maior e mais
famoso deles foi o “Hindenburg LZ 129”, dirigível cuja estrutura tinha
245 metros de comprimento e 41,2 metros de diâmetro na parte mais
larga. Alcançava a velocidade de 135 km/h e sua massa total incluindo o combustível e quatro motores de 1100 HP de potência
cada um - era de 214 toneladas. Transportava 45 tripulantes e 50
passageiros, estes últimos alojados em camarotes com água corrente
e energia elétrica.
O “Hindenburg” ascendia e mantinha-se no ar graças aos 17 balões
menores instalados no seu bojo, isto é, dentro da estrutura, que
continham um volume total de 20 000 m3 de gás Hidrogênio e deslocavam igual volume de ar ( Hidrogênio = 0,09 kg/m3 e ar = 1,30 kg/m3).
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. Era graças à grande potência dos seus motores que o dirigível
“Hindenburg” mantinha-se no ar.
02. O Princípio de Arquimedes somente é válido para corpos mergulhados em líquidos e não serve para explicar por que um balão sobe.
04. O empuxo que qualquer corpo recebe do ar é causado pela variação
da pressão atmosférica com a altitude.
08. É possível calcular o empuxo que o dirigível recebia do ar, pois é
igual ao peso do volume de gás Hidrogênio contido no seu interior.
16. Se considerarmos a massa específica do ar igual a 1,30 kg/m 3, o
empuxo que o dirigível recebia do ar era igual a 2,60 x 105 N.
32. A força ascensional do dirigível dependia única e exclusivamente dos
seus motores.
64. Deixando escapar parte do gás contido nos balões, era possível
reduzir o empuxo e, assim, o dirigível poderia descer.
Gabarito: 84 (04 + 16 + 64)
Número de acertos: 330 (4,6%)
Grau de dificuldade previsto: Fácil
Grau de dificuldade obtido: Médio
OBJETIVO DA QUESTÃO: Identificar, compreender e aplicar o Princípio
de Arquimedes em uma situação real: o vôo de um balão dirigível.
SOLUÇÃO:
01. Incorreta. O empuxo, e não os seus motores, mantinha o dirigível
flutuando.
02. Incorreta. O princípio de Arquimedes é válido para líquidos e gases.
04. Correta. No ar, o empuxo é devido à variação da pressão atmosférica.
08. Incorreta. O empuxo não é igual ao peso do volume do gás hidrogênio contido nos balões, e sim, igual ao peso do volume de ar
deslocado.
16. Correta. E = argVgas = 1,30 x 10 x 2,0x10 N = 2,60 x 105 N.
32. Incorreta. A força ascensional dependia do empuxo e não exclusivamente dos seus motores.
64. Correta. Deixando escapar parte do gás, reduzia-se o empuxo, o que
permitia controlar a altitude do dirigível.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão requer a identificação e compreensão das idéias e
princípios físicos envolvidos em uma situação real, descrita em um
pequeno texto sobre o vôo de um balão dirigível. Além da compreensão
do texto, é necessário conhecer, compreender e aplicar o Princípio de
Arquimedes. Apenas 4,61% dos candidatos apresentou resposta
totalmente correta, indicando um nível de dificuldade maior do que o
esperado. Entretanto, observando a ocorrência de respostas, verificamos
que as proposições corretas (04, 16 e 64) apresentam freqüências muito
maiores do que as incorretas. A maior parte dos candidatos (19,85%)
assinalou como corretas as proposições 04 e 64, mostrando uma
compreensão clara dos fenômenos físicos envolvidos na situação, porém,
não foram capazes de calcular corretamente o empuxo (proposição 16).
Um percentual razoável dos candidatos (12,24%) considerou correta
apenas a proposição 64, demonstrando não reconhecer a variação da
pressão atmosférica como causa do empuxo e não ser capaz de calcular
corretamente o valor do empuxo. Apesar de simples, os resultados
indicam que o cálculo do valor do empuxo aumentou o grau de dificuldade da questão para os candidatos.
02) Um ratinho afasta-se de sua toca em busca de alimento, percorrendo
uma trajetória retilínea. No instante t = 11 s, um gato pula sobre o
caminho do ratinho e ambos disparam a correr: o ratinho retornando
sobre a mesma trajetória em busca da segurança da toca e o gato
atrás do ratinho. O gráfico da figura representa as posições do ratinho
e do gato, em função do tempo, considerando que no instante t = 0, o
ratinho partiu da posição d = 0, isto é, da sua toca.
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) sobre o movimento do
ratinho e do gato:
01. No instante t = 10 s o ratinho encontra-se a 10 m da sua toca, isto é,
do seu ponto de partida.
02. O ratinho deslocou-se com velocidade constante entre os instantes
t = 5,0 s e t = 7,0 s.
04. O movimento do ratinho foi sempre retilíneo e uniforme, tanto na ida
como na volta.
08. O gato encontrava-se a 5,0 metros do ratinho quando começou a
persegui-lo.
16. O ratinho parou duas vezes no seu trajeto de ida e volta até a toca.
32. O ratinho chega 1,0 segundo antes do gato que, portanto, não consegue alcançá-lo.
64. O gato percorre uma distância maior que a do ratinho, em menor
tempo, por isso alcança-o antes que ele possa chegar à toca.
Gabarito: 56 (08+ 16 + 32)
Número de acertos: 1.547 (21,60%)
Grau de dificuldade previsto: Fácil
Grau de dificuldade obtido: Fácil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Interpretar a representação gráfica da
posição, em função do tempo do movimento de dois corpos, numa
trajetória retilínea.
SOLUÇÃO:
01. Incorreta. Pelo gráfico é simples verificar que no instante t = 10 s, o
ratinho encontrava-se a 9,0 m de sua toca.
02. Incorreta. Como o gráfico fornecia posição versus distância, o ratinho
permaneceu parado entre t = 5,0 s e t = 7,0 s.
04. Incorreta. Como a curva apresentada no gráfico não é retilínea, o
movimento não pode ser uniforme, mas sim variado.
08. Correta. O gráfico mostra de forma clara que o gato estava a 5,0 m
do ratinho no instante em que começou a persegui-lo.
16. Correta. Pelo gráfico, pode-se constatar que a posição do ratinho não
mudou nos intervalos de tempo entre 5,0 s e 7,0 s e entre 10 s e 11 s.
32. Correta. O gráfico deixa claro que o ratinho volta à origem (sua toca)
em t = 16 s, ao passo que o gato atinge a origem em t = 17 s.
64. Incorreta. O gato percorre 14 metros em seis segundos e o ratinho
percorre 9 metros em cinco segundos, porém este atinge a toca (origem) um segundo antes do gato que, portanto, não o alcança.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A solução desta questão exige a interpretação correta dos dados
apresentados em um gráfico que fornece a posição do ratinho e do gato,
em função do tempo. Um grande percentual de candidatos (21,57%)
interpretou corretamente os dados fornecidos sob forma gráfica, assinalando a resposta associada às três proposições corretas. Entretanto,
quase a metade dos candidatos considerou correta a proposição 02,
interpretando de forma errônea o gráfico e concluindo que o ratinho
manteve velocidade constante entre os instantes 5,0 s e 7,0 s. Tendo em
vista o nível primário dos conhecimentos necessários e a simplicidade da
questão, isto pode significar uma deficiência em interpretação de gráficos, de forma geral, ou o gráfico da posição de um móvel em função do
tempo, uma vez que parece ter sido confundido com o gráfico da velocidade em função do tempo.
03) Descendo um rio em sua canoa, sem remar, dois pescadores levam
300 segundos para atingir o seu ponto de pesca, na mesma margem
do rio e em trajetória retilínea. Partindo da mesma posição e
remando, sendo a velocidade da canoa, em relação ao rio, igual a 2,0
m/s, eles atingem o seu ponto de pesca em 100 segundos. Após a
pescaria, remando contra a correnteza do rio, eles gastam 600
segundos para retornar ao ponto de partida.
ponto
de
partida

VCR
ponto
de
pesc
a
d

Considerando que a velocidade da correnteza VCR é constante, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. Quando os pescadores remaram rio acima, a velocidade da
canoa, em relação à margem, foi igual a 4,00 m/s.
02. Não é possível calcular a velocidade com que os pescadores
retornaram ao ponto de partida, porque a velocidade da
correnteza não é conhecida.
04. Quando os pescadores remaram rio acima, a velocidade da
canoa, em relação ao rio, foi de 1,50 m/s.
08. A velocidade da correnteza do rio é 1,00 m/s.
16. O ponto de pesca fica a 300 metros do ponto de partida.
32. Não é possível determinar a distância do ponto de partida até ao
ponto de pesca.
64. Como a velocidade da canoa foi de 2,0 m/s, quando os pescadores remaram rio abaixo, então, a distância do ponto de partida
ao ponto de pesca é 200 m.
Gabarito: 28 (04 + 08 + 16)
Número de acertos: 722 (10%)
Grau de dificuldade previsto: Difícil
Grau de dificuldade obtido: Médio
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar os conhecimentos sobre movimento
relativo (composição de movimentos) no deslocamento de uma canoa em
um rio.
SOLUÇÃO:
d = VCRt1 ,
d = ( VCR+2,0)t
d = ( Vc – VCR)t3
Vc = d/t3 + VCR
t1 = 300 s
t2 = 100 s
t3 = 600 s
VCR = (2,0 x 100)/ (300-100)
VCR = 1,0 m/s
d = 1,0 x 300 = 300 m
Vc = (300/600 + 1,0 )
Vc = 1,5 m/s
01. Incorreta. A velocidade rio acima é 1,5 m/s.
02. Incorreta. Os dados fornecidos permitiam que se calculasse a velocidade da canoa rio acima.
04. Correta. A solução mostra que a velocidade rio acima é 1,5 m/s.
08. Correta. O cálculo mostra que a velocidade da correnteza é 1,0 m/s.
16. Correta. A distância percorrida é 300m.
32. Incorreta. Como foi mostrado acima, é possível calcular a distância do
ponto de partida ao ponto de pesca.
64. Incorreta. Esta proposição ignora a velocidade da correnteza do rio.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão trata da composição de movimentos, estando relacionada com o quotidiano, em situações reais do deslocamento de uma
pessoa em um trem em movimento, de um avião em relação à terra ou
em relação ao vento. Conceitualmente fácil, a questão foi prevista como
difícil face aos cálculos envolvidos; entretanto, 10% dos candidatos
acertaram totalmente a questão, sendo obtido grau médio de dificuldade.
É importante observar que 13% consideraram como corretas as proposições 08 e 16, não conseguindo calcular a velocidade com que os pescadores remaram rio acima. Uma parcela significativa dos candidatos (23%)
considerou como correta apenas a proposição 64, que é incorreta,
porque ignora a velocidade da correnteza do rio. Apesar da freqüência de
respostas corretas ser maior do que a esperada, os resultados mostram
que a composição de movimentos não é compreendida de forma clara
pelos candidatos.
04) Um pára-quedista abandona o avião e inicia sua queda, em pleno ar,
no instante t = 0. Cai livremente - submetido somente à força de
resistência do ar e à força peso - até o instante t2, quando abre o
pára-quedas. O gráfico abaixo representa a velocidade vertical do
pára-quedista em função do tempo.
V (m/s)
0
t1
t2
t3
t (s)
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. A aceleração do pára-quedista tem valor constante, desde o
instante em que abandona o avião (t = 0) até o instante em que
o pára-quedas abre (t = t2).
02. Entre os instantes t1 e t2, a força de resistência do ar tem valor
igual ao da força peso.
04. Desde o instante em que o pára-quedista abandona o avião
(t = 0) até o instante t1, a força de resistência do ar aumenta,
desde zero até um valor igual ao da força peso.
08. Durante toda a queda, a aceleração do pára-quedista é constante e igual à aceleração da gravidade.
16. Entre os instantes t2 e t3, a força de resistência do ar sobre o
pára-quedista e seu pára-quedas apresenta valores maiores do
que a força peso do conjunto, e a força resultante tem sentido
contrário ao do movimento do pára-quedista.
32. Em nenhum instante, a força de resistência do ar apresentou
maior intensidade do que a da força peso do pára-quedista.
64. Ao atingir o solo, a energia cinética do pára-quedista é igual à
energia potencial gravitacional ao abandonar o avião, porque a
energia mecânica se conserva.
Gabarito: 22 (02 + 04 + 16)
Número de acertos: 1.017 (14,20%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Médio
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar a primeira e a segunda lei de Newton
e a conservação da energia ao movimento de queda de um páraquedista.
SOLUÇÃO:
01. Incorreta. Pelo gráfico podemos ver que a velocidade não varia
linearmente com o tempo, indicando que a aceleração é variável.
02. Correta. Entre os instantes t1 e t2, observa-se que a velocidade do
pára-quedista permanece constante, e portanto a força resultante
sobre ele deve ser nula. Assim, a força de resistência do ar tem valor
igual ao da força peso, pois são as duas forças que atuam no sistema
pára-quedas mais pára-quedista.
04. Correta. Observa-se, a partir do gráfico, entre os instantes t = 0 e t 1,
que a velocidade aumenta até um valor máximo, a partir do qual
torna-se constante, indicando, claramente, que a força resistiva
aumenta até equiparar-se à força peso, pois a força resultante
vertical é nula.
08. Incorreta. A aceleração é variável, apresentando valor nulo entre os
instantes t1 e t2 , e invertendo o seu sentido entre os instantes t 2 e t3;
o que se pode constatar diretamente do gráfico.
16. Correta. Pelo gráfico, observa-se que entre os instantes t2 e t3 a
velocidade do sistema decresce muito rapidamente, mostrando que
a força resistiva tornou-se, bruscamente, maior que a força peso,
diminuindo em intensidade até igualar-se novamente à força peso,
levando o sistema a uma nova velocidade constante a partir do
instante t3.
32. Incorreta. O gráfico mostra, claramente, que a força resistiva tornouse maior do que a força peso entre os instante t2 e t3.
64. Incorreta. Como temos uma situação com a presença de uma força
dissipativa – a força de resistência do ar –, está claro que não ocorre
conservação de energia mecânica.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
Para a solução desta questão de mecânica, o aluno deveria
aplicar corretamente a primeira e a segunda lei de Newton, a partir de
dados, fornecidos graficamente, a respeito da velocidade do sistema.
Como a questão considera a força de resistência do ar – uma força
dissipativa –, não ocorre a conservação da energia mecânica e os
candidatos demonstraram conhecimento muito bom deste fato, pois o
percentual de alunos que considerou correta a proposição 64, que afirma
a conservação da energia mecânica, foi baixo (1,02%).
Um contingente significativo dos candidatos (15%) acertou totalmente a questão, considerando as três proposições corretas, o que mostra que o grau de dificuldade obtido foi fácil. Porém, 8,5% das respostas
considerou apenas as proposições 02 e 04 como corretas, ignorando o
fato (mostrado no gráfico) de que a força de resistência do ar assume
valores maiores do que a força peso, em um certo intervalo de tempo da
queda. Da mesma forma, 5,5% dos candidatos consideraram como
corretas apenas as proposições 02 e 16, não compreendendo que a força
de resistência do ar varia com a velocidade, aumentando desde zero até
um valor igual ao da força.
05) Um avião descreve uma curva em trajetória circular com velocidade
escalar constante, num plano horizontal, conforme está representado


na figura, onde F é a força de sustentação, perpendicular às asas; P
é a força peso;  é o ângulo de inclinação das asas em relação ao
plano horizontal; R é o raio de trajetória. São conhecidos os valores:
 = 45º; R = 1 000 metros; massa do avião = 10 000 kg.

F
R


P
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S), considerando, para
efeito de cálculos, apenas as forças indicadas na figura.
01. Se o avião descreve uma trajetória curvilínea, a resultante das
forças externas que atuam sobre ele é, necessariamente,
diferente de zero.
02. Se o avião realiza movimento circular uniforme, a resultante das
forças que atuam sobre ele é nula.
04. A força centrípeta é, em cada ponto da trajetória, a resultante das
forças externas que atuam no avião, na direção do raio da
trajetória.
08. A força centrípeta sobre o avião tem intensidade igual a
100 000 N.
16. A velocidade do avião tem valor igual a 360 km/h.
32. A força resultante que atua sobre o avião não depende do ângulo
de inclinação das asas em relação ao plano horizontal.
Gabarito: 29 (01 + 04 + 08 + 16)
Número de acertos: 230 (3,2%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Difícil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar as leis de Newton a um avião em
movimento circular uniforme.
SOLUÇÃO :
Da figura apresentada temos as relações: Fsen = Fc e Fcos = mg,
onde F é a força de sustentação e F c a força centrípeta. Assim, Fc = mg
tg e como tg = 1, temos: Fc = mg = 10x10000 N = 105 N. Temos,
também, a relação: mv2/R = Fc = m. Podemos, então, calcular:
v2 = Rg = 1000 x 10 = 104 , ou seja, v = 100 m/s = 360 Km/h.
01. Correta. Um corpo, ao descrever uma trajetória curvilínea, necessariamente está sujeito a uma força, pois o seu vetor velocidade está
variando com o tempo.
02. Incorreta. Ao realizar um movimento circular uniforme, o avião está
sujeito à força centrípeta, que é a força resultante sobre ele.
04. Correta. A força centrípeta é a força resultante e está na direção do
raio da trajetória.
08. Correta. O cálculo da força centrípeta, detalhado acima, mostra que
o valor é 105N.
16. Correta. O resultado para a velocidade, v  Rg , fornece 100 m/s =
360Km/h.
32. Incorreta. Pelo cálculo delineado acima, vemos que F c = mgtg, logo,
a força centrípeta (que é a força resultante) depende do ângulo de
inclinação das asas em relação ao plano horizontal ().
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão aborda forças em trajetórias curvilíneas, tendo por
objetivo demonstrar a necessidade da inclinação das asas de um avião
para realizar uma trajetória curvilínea e o cálculo da força resultante
centrípeta e a velocidade em um movimento circular uniforme, fornecidos
o raio da trajetória, o ângulo de inclinação das asas em relação ao plano
horizontal e à massa da aeronave. O índice de acerto foi baixo, uma vez
que apenas 3,21% das respostas consideraram as quatro proposições
corretas (01, 04, 08, 16), e uma análise dos acertos parciais explica este
resultado. Verifica-se que aproximadamente 15% dos candidatos consideraram como corretas apenas as proposições 01 e 04, mostrando uma
compreensão conceitual clara sobre forças em trajetórias curvilíneas; um
percentual menor (4,95%) considerou corretas apenas as proposições 04
e 08, desconhecendo, aparentemente, que deve haver uma força resultante, não nula, quando um corpo descreve uma trajetória curvilínea
qualquer; um percentual equivalente (4,97%) considerou como corretas
as proposições 01, 04 e 08, sendo que a proposição 08 exigia o cálculo
da força centrípeta. Assim, como a proposição 16 implicava no cálculo da
velocidade do avião, reduziu-se mais ainda o percentual de respostas
associadas às quatro proposições corretas (01, 04, 08, 16). Depreendese que os candidatos, em geral, apresentam um conhecimento qualitativo
do conteúdo, mas têm dificuldade em efetuar os cálculos, quantificando o
fenômeno físico em questão.
06) As esferas A e B da figura têm a mesma massa e estão presas a fios
inextensíveis, de massas desprezíveis e de mesmo comprimento,
sendo L a distância do ponto de suspensão até o centro de massa
das esferas e igual a 0,80 m. Inicialmente, as esferas encontram-se
em repouso e mantidas nas posições indicadas.
A
L
B
Soltando-se a esfera A, ela desce, indo colidir, de forma
perfeitamente elástica, com a esfera B. Desprezam-se os efeitos da
resistência do ar.
Assinale a(s) proposição (ões) CORRETA(S):
01. Durante o movimento de descida da esfera A, sua energia mecânica
permanece constante e é possível afirmar que sua velocidade no
ponto mais baixo da trajetória, imediatamente antes de colidir com a
esfera B, é 3,0 m/s.
02. Não é possível calcular o valor da velocidade da esfera A, no instante
em que colidiu com a esfera B, porque não houve conservação da
energia mecânica durante seu movimento de descida e também
porque não conhecemos a sua massa.
04. A velocidade da esfera A, no ponto mais baixo da trajetória,
imediatamente antes de colidir com a esfera B, é 4,0 m/s.
08. Considerando o sistema constituído pelas esferas A e B, em se
tratando de um choque perfeitamente elástico, podemos afirmar que
há conservação da quantidade de movimento total e da energia
cinética total do sistema.
16. Imediatamente após a colisão, a esfera B se afasta da esfera A com
velocidade igual a 4,0 m/s.
32. Após a colisão, a esfera A permanece em repouso.
64. Após a colisão, a esfera A volta com velocidade de 4,0 m/s, invertendo o sentido do seu movimento inicial.
Gabarito: 60 (04 + 08 + 16 + 32)
Número de acertos: 691 (9,7%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Médio
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar os princípios da Conservação da
Energia e da Quantidade de movimento.
SOLUÇÃO: Utilizando a conservação de energia temos: mv2/2 = mgl
ou v = ( 2gl )1/2, com os dados fornecidos temos v = ( 2 x 10 x 0,80 ) 1/2
m/s = 4,0 m/s, como sendo a velocidade da esfera A, imediatamente
antes de colidir com a esfera B.
01. Incorreta. O cálculo mostra que a velocidade é 4,0 m/s.
02. Incorreta. Como a resistência do ar é desprezada, existe a conservação da energia mecânica e, além disso, a velocidade da esfera não
depende de sua massa como observamos nos cálculos acima.
04. Correta. Como vimos acima, pela conservação da energia mecânica
a velocidade da esfera é 4,0 m/s.
08. Correta. Tratando-se de uma colisão perfeitamente elástica, a quantidade de movimento total do sistema e a energia cinética total se
conservam.
16. Correta. Como o choque é perfeitamente elástico, toda a quantidade
de movimento da esfera A é transferida para a esfera B (bem como
sua energia cinética). É possível calcular as velocidades das esferas,
imediatamente após a colisão, aplicando a conservação da quantidade de movimento e a conservação da energia cinética ao sistema.
32. Correta. Se a esfera A transfere sua quantidade de movimento e a
energia cinética para a esfera B, então, necessariamente, ela deve
permanecer em repouso após a colisão.
64. Incorreta. Esta proposição contraria de forma bastante explícita o
princípio da conservação da quantidade de movimento, na situação
em que a esfera B permanecesse em repouso. Se admitirmos algum
movimento da esfera B, após a colisão, conservando, assim, a quantidade de movimento, então não seria satisfeito, em hipótese alguma,
o princípio da conservação da energia.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
É uma questão clássica que serve como exemplo de aplicação
dos princípios fundamentais da conservação da energia mecânica e da
quantidade de movimento. Um percentual de 9,65% dos candidatos
acertou totalmente a questão, reconhecendo as quatro proposições.
Alguns comentários também se fazem necessários no que concerne aos
acertos parciais. Um percentual um pouco maior (10,36%) considerou
como corretas apenas as proposições 04, 16 e 32, ignorando a proposição 08, que afirma os princípios da conservação da energia e da
quantidade de movimento do sistema constituído pelas duas esferas, em
um choque perfeitamente elástico. Por outro lado, um percentual também
significativo (7,55%) considerou como corretas, apenas as proposições
08 e 32, indicando que não conseguiu efetuar corretamente o cálculo da
velocidade da esfera antes da colisão, mesmo demonstrando conhecer,
conceitualmente, os princípios de conservação envolvidos no problema.
A freqüência das respostas associadas às proposições, portanto, parece
demonstrar que existe dificuldade, por parte dos candidatos, em aplicar
os princípios de conservação a sistemas constituídos de dois ou mais
corpos interagindo entre si, como ocorre nas colisões.
07) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. A água é usada para refrigerar os motores de automóveis, porque o
seu calor específico é maior do que o das outras substâncias.
02. Quando uma certa massa de água é aquecida de zero grau a 4
graus Celsius, o seu volume aumenta e a sua densidade diminui.
04. Devido à proximidade de grandes massas de água, em Florianópolis,
as variações de temperatura entre o dia e a noite são pequenas ou
bem menores do que em um deserto.
08. Em um deserto a temperatura é muito elevada durante o dia e sofre
grande redução durante a noite, porque a areia tem um calor
específico muito elevado.
16. A transpiração é um mecanismo de controle de temperatura, pois a
evaporação do suor consome energia do corpo humano.
32. Em um mesmo local, a água numa panela ferve a uma temperatura
maior, se ela estiver destampada.
Gabarito: 21 ( 01 + 04 + 16)
Número de acertos: 575 (8%)
Grau de dificuldade previsto: Fácil
Grau de dificuldade obtido: Médio
OBJETIVO DA QUESTÃO: Compreender o conceito de calor específico
e os fenômenos de mudança de fase e comportamento anômalo da água.
SOLUÇÃO:
01. Correta. É um fato experimental conhecido, que a água é uma substância com calor específico elevado, tendo, na realidade, um dos
maiores calores específicos entre uma gama de substâncias conhecidas.
02. Incorreta. A água apresenta um comportamento oposto ao da maioria
das substâncias conhecidas, neste intervalo de temperatura, isto é,
seu volume diminui e sua densidade aumenta.
04. Correta. Este fato deve-se ao elevado calor específico da água (má
condutora de calor).
08. Incorreta. Neste caso, a situação se inverte, ou seja, as grandes
variações de temperatura em um deserto devem-se, justamente, ao
baixo calor específico da areia.
16. Correta. Para que haja evaporação de um líquido é necessário que o
mesmo absorva calor de alguma fonte. No caso, a fonte de calor é o
corpo humano.
32. Incorreta. Devido à pressão, a água ferve a uma temperatura maior.
É o que ocorre nas “panelas de pressão”.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
As proposições dessa questão abordam fenômenos físicos
associados a situações reais, que fazem parte do mundo natural e
vivencial. A questão apresenta o elevado calor específico da água,
qualidade útil para refrigeração e essencial para assegurar as pequenas
variações de temperatura entre o dia e a noite nas regiões litorâneas
(essencial, também, para o equilíbrio de temperatura da Terra), o
comportamento anômalo da água, o fenômeno da transpiração do corpo
humano e a ebulição da água em uma panela. Assim, era esperado que
o grau de dificuldade da questão fosse fácil, o que não se verifica na
análise das respostas. O percentual de acertos totais, considerando
como corretas as proposições 01, 04 16, foi de apenas 8,02%. Interessante é observar que um percentual maior (8,81%) considerou como
corretas apenas as proposições 04 e 16, indicando um desconhecimento
acerca do elevado calor específico da água. De maneira similar, um outro
percentual (6,91%) considerou corretas apenas as proposições 01 e 04,
demonstrando, assim, ignorar o fato de que um líquido necessita de calor
para evaporar. A freqüência de respostas, associadas às proposições
corretas, demonstra dificuldade em associar os conhecimentos de
termologia às situações reais do mundo natural e do quotidiano.
08) Considere um espelho esférico côncavo com um objeto à sua frente,
situado a uma distância do foco igual a duas vezes a distância focal,
conforme está representado na figura abaixo.
F
objeto
foco
Em relação à imagem fornecida pelo espelho, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. Como não foi fornecida a distância focal, não podemos afirmar nada
sobre a posição da imagem.
02. A distância da imagem ao foco é igual à metade da distância focal.
04. A imagem é real, invertida e seu tamanho é igual à metade do tamanho do objeto.
08. A distância da imagem ao espelho é igual a uma vez e meia a distância focal.
16. A distância da imagem ao espelho é igual a duas vezes a distância
focal.
32. A imagem é real, direita e seu tamanho é igual a um terço do tamanho do objeto.
64. A distância da imagem ao foco é igual à distância focal e a imagem é
real e invertida.
Gabarito: 14 (02 + 04 + 08)
Número de acertos: 1.049 (14,6%)
Grau de dificuldade previsto: Fácil
Grau de dificuldade obtido: Fácil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar os conhecimentos sobre espelhos
esféricos para, dado a posição de um objeto em relação a um espelho,
determinar a distância da imagem e suas características.
SOLUÇÃO: O ponto de partida é usarmos :
1 1 1
  '.
f
p p
No caso p = 2,0 f + 1,0 f = 3,0 f e, substituindo na equação, temos:
Da mesma forma, temos
a
1
1
1

 ,
f 3f p
3
p ,  f  1,5 f
2
i  p,
o que fornece:
a 
o
p
 1,5 f
1

3,0 f
2
01. Incorreta. Os cálculos acima demonstram que podemos obter a posição da imagem.
02. Correta. O resultado acima mostra que a imagem está a 1,5 f do espelho, logo, necessariamente, deve estar a uma distância de 0,5 f do
foco.
04. Correta. Os cálculos de p’ e de a demonstram que a imagem é real,
invertida e seu tamanho é igual à metade do tamanho do objeto.
08. Correta. O cálculo de p’ confirma esta proposição.
16. Incorreta. Ver o resultado para p’.
32. Incorreta. Ver o resultado para a.
64. Incorreta. Ver resultado para p’.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão requer a determinação da imagem de um objeto em
um espelho esférico côncavo, fornecida a distância do objeto ao foco. De
modo geral, pelo percentual de acertos totais da questão (14,64%),
depreende-se que os candidatos possuem domínio satisfatório das
equações dos espelhos esféricos. Um contingente de 7,87% considerou
como correta apenas a proposição 04, demonstrando algum conhecimento básico sobre o assunto e, possivelmente, construíram geometricamente, a imagem. Importante é, também, observar o elevado percentual de respostas (8,39%) associadas apenas à proposição 64, que continha uma afirmação absurda para a questão.
09) No circuito a ba ix o representado, temos du as ba t eri as d e f or ç as e l etr om otr i zes 1 = 9,0 V e 2 = 3,0 V, cujas resistências
internas valem r1 = r2 = 1,0 . São conhecidos, também, os valores
das resistências R1 = R2 = 4,0  e R3 = 2,0 . V1, V2 e V3 são
voltímetros e A é um amperímetro, todos ideais.
1
V11
V
r1
– +
V3
R1
R2
R3
2
r2
A
– +
V2
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. A bateria 1 está funcionando como um gerador de força eletromotriz
e a bateria 2 como um receptor, ou gerador de força contraeletromotriz.
02. A leitura no amperímetro é igual a 1,0 A.
04. A leitura no voltímetro V2 é igual a 2,0 V.
08. A leitura no voltímetro V1 é igual a 8,0 V.
16. Em 1,0 h, a bateria de força eletromotriz 2 consome 4,0 Wh de
energia.
32. A leitura no voltímetro V3 é igual a 4,0 V.
64. A potência dissipada por efeito Joule, no gerador, é igual 1,5 W.
Gabarito: 27 (01 + 02 + 08 + 16)
Número de acertos: 136 (1,9%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Difícil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar os conhecimentos sobre circuitos de
corrente contínua, para determinar as correntes e tensões em um circuito
simples.
SOLUÇÃO:
01. Correta. Pela figura vê-se que as baterias estão em série e como a
corrente tem o sentido de 1 (9,0 V) para 2 (3,0 V), esta última
funciona como receptor.
02. Correta. Da equação do circuito temos i = (9,0 – 3,0)/(1,0 + 1,0 + 2, 0
+ 2,0) = 1,0 A. Lembramos que as duas resistências, R1 e R2, estão
em paralelo e têm o mesmo valor de 4,0 ; logo, a resistência equivalente tem valor de 2,0 .
04. Incorreta. Aqui deve ser lembrado que 2 serve como receptor e,
portanto, a leitura do voltímetro V2 não é V2 = 3,0 – 1,0 x 1,0 = 2 V,
mas sim, V2 = 3,0 + 1,0 x 1,0 = 4,0 V.
08. Correta. Neste caso temos V1 = 9,0 – 1,0 x 1,0 = 8,0 V.
16. Correta. Calculamos a potência pela expressão P = Vi , e desde que
sobre o receptor temos V2 = 3,0 + 1,0 x 1,0 = 4,0 V com uma corrente de 1,0 A , obtemos o valor da potência igual a 4,0 W e a energia
consumida em uma hora será Pt = 4,0 Wh.
32. Incorreta. Como R1e R2 estão em série, a resistência equivalente é de
2,0  e, como a corrente é de 1,0 A, temos V3 = 2,0 x 1,0 = 2,0 V.
64. Incorreta. A resistência interna do gerador é de 1,0  sendo percorrido por uma corrente de 1,0 A; logo, a potência dissipada é de
1,0 W.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
O percentual de respostas, considerando associado as quatro
proposições corretas (01, 02, 08 e 16) foi baixo (1,90%), indicando que
poucos candidatos efetuaram corretamente todos os cálculos envolvidos
na questão. Um percentual bem maior (6,6%) considerou apenas a
proposição 01 como correta, distinguindo, acertadamente, a bateria
receptor e a bateria gerador no circuito. Um grupo menor (4,48 %), além
de identificar o gerador, foi capaz de calcular a corrente no circuito,
associando sua resposta às proposições 01 e 02. Um percentual ainda
menor de candidatos (3,77%) considerou, além das proposições 01 e 02,
a proposição 08, demonstrando, também, a capacidade de cálculo da
voltagem nos terminais do gerador. Observa-se, portanto, que a proposição 16 foi pouco considerada como correta, mostrando desconhecimento
sobre o cálculo da energia consumida, já que a operação matemática é
muito simples.
A questão apresenta um circuito simples, exigindo a aplicação de
conhecimentos sobre força eletromotriz, geradores e receptores. Ocorre
que o conteúdo situa-se no final do programa de eletrodinâmica e implica
outros conhecimentos, como pré-requisitos, sobre lei de Ohm, associações de resistores, potência elétrica e instrumentos elétricos de medida.
A questão é abrangente e requer a realização de cálculos para identificar
as proposições corretas sobre a leitura em um amperímetro e em três
voltímetros ligados ao circuito elétrico. Cálculos que dependem de um
primeiro resultado – a determinação do valor da corrente elétrica no
circuito, isto é, a leitura do amperímetro – e da identificação do gerador.
Nossa compreensão é que tais aspectos, acrescidos do fato de tratar-se
de conteúdo situado no final do programa de eletricidade, como referido,
aumentaram o grau de dificuldade da questão. Entretanto, em que pesem
os fatores que ampliaram, no nosso entendimento, o grau de dificuldade
da questão, é evidente o fraco conhecimento dos candidatos sobre o
assunto. Não foi exigido memorização de conhecimentos, mas identificação dos dispositivos do circuito e das expressões necessárias para
cálculo das medidas, fornecidas na prova.
10) Uma espira retangular de fio condutor é posta a oscilar, no ar,
atravessando em seu movimento um campo magnético uniforme,
perpendicular ao seu plano de oscilação, conforme está representado na figura abaixo. Ao oscilar, a espira não sofre rotação (o plano
da espira é sempre perpendicular ao campo magnético) e atravessa
a região do campo magnético nos dois sentidos do seu movimento.
X X
X X
B
X X X X
X X
X X
X X X X
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. Como a espira recebe energia do campo magnético, ela levará mais
tempo para atingir o repouso do que se oscilasse na ausência dos
ímãs.
02. O campo magnético não influencia o movimento da espira.
04. Parte da energia mecânica será convertida em calor por efeito Joule.
08. A espira levará menos tempo para atingir o repouso, pois será freada
pelo campo magnético.
16. O sentido da corrente induzida enquanto a espira está entrando na
região do campo magnético, é oposto ao sentido da corrente induzida
enquanto a espira está saindo da região do campo magnético.
32. Os valores das correntes induzidas não se alteram se substituímos a
espira retangular por uma espira circular, cujo raio seja a metade do
lado maior da espira retangular.
64. As correntes induzidas que aparecem na espira têm sempre o mesmo
sentido.
Gabarito: 28 ( 04 + 08 + 16)
Número de acertos: 235 (3,3%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Difícil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Identificar, compreender e aplicar as leis de
Faraday e de Lenz ao movimento de uma espira condutora, posta a
oscilar, em uma região onde está definido um campo magnético uniforme.
SOLUÇÃO :
01. Incorreta. Ocorre justamente o contrário, pois as correntes induzidas
na espira tendem a se opor à variação do fluxo magnético, isto quer
dizer, as forças que atuam sobre a espira (de origem magnética) têm
sempre sentido contrário ao movimento (quando a espira está
entrando ou saindo da região onde está definido o campo magnético).
02. Incorreta. Quando a espira está entrando ou saindo da região do
campo B, ocorre variação de fluxo magnético, o que faz surgir na
espira correntes induzidas que alteram o seu movimento.
04. Correta. Mesmo sendo constituída de material condutor, a espira
apresenta uma certa resistência e, com a presença de correntes
induzidas, devido ao seu movimento em um campo magnético, ocorre
conversão de energia mecânica em calor por efeito Joule.
08. Correta. Como as correntes, induzidas na espira, tendem a se opor à
variação do fluxo magnético, as forças sobre a espira têm sentidos
opostos ao movimento, quando ela está entrando ou saindo do
campo magnético, o que irá frear a espira. Portanto, a espira levará
menos tempo para parar. Devido a este fato, esta configuração é
denominada de freio magnético.
16. Correta. Pela lei de Lenz, o sentido da corrente induzida é tal que o
campo magnético, que ela cria, sempre se opõe à variação do fluxo
magnético através da espira. Quando a espira está entrando na
região de campo magnético, o fluxo está aumentando e, quando a
mesma está saindo da região de campo magnético, o fluxo está
diminuindo, portanto as correntes induzidas devem necessariamente
ter sentidos opostos.
32. Incorreta. O fluxo magnético (o campo magnético é uniforme) é proporcional à área da espira que, sendo circular e de raio igual ao lado
maior da espira retangular, tem, necessariamente, área maior.
64. Incorreta. Esta proposição viola a lei de Lenz, pois em um momento o
campo magnético criado pela corrente induzida estaria se opondo à
variação do fluxo magnético e, em outro, estaria se adicionando à
variação do fluxo magnético.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
As leis de Faraday e de Lenz, abordadas na questão, explicam
importantes fenômenos eletromagnéticos, permitindo um grande número
de invenções, como o telégrafo, motores elétricos, geradores, transformadores, rádio, radar, televisão, computadores etc., que muito contribuíram para o desenvolvimento da sociedade, tornando mais simples
inúmeras tarefas do quotidiano. A análise das proposições implica o
conhecimento conceitual e a compreensão destas leis fundamentais do
eletromagnetismo, não exigindo, entretanto, a realização de cálculos.
O percentual de acertos (3,28%), isto é, respostas incluindo todas
as proposições corretas (04, 08 e 16), foi baixo. É compreensível, quando
observamos que um percentual de 11,18% das respostas inclui, como
corretas, apenas as proposições 08 e 16, ou seja, não considera que as
correntes induzidas na espira condutora geram calor por efeito Joule
como qualquer resistência em um circuito elétrico. Um percentual razoável dos candidatos (10,22%), reconheceu como corretas as proposições
01 e 16, demonstrando conhecimento da lei de Lenz, mas não identificando que o surgimento de forças de origem magnética sobre a espira
tendem a freá-la, como um grupo menor de candidatos (6,77%) que
reconheceu como correta apenas a proposição 16. Apesar do satisfatório
índice de acertos parciais, consideramos elevada a freqüência de
respostas associadas às proposições incorretas 01, 32 e 64, principalmente pela relevância do conteúdo abordado na questão.
11) Uma espira circular, de raio R, e um fio retilíneo longo estão
dispostos conforme está representado na figura abaixo. A espira está
contida no plano XY, seu centro coincide com a origem do sistema de
eixos ortogonais (X, Y e Z) e ela é percorrida por uma corrente I1. O
fio é paralelo ao eixo X, está a uma distância 2R da origem e contido
no plano ZX, que é perpendicular ao plano da espira. O fio é
percorrido por uma corrente I2 = 2I1, sendo I1 a corrente na espira
circular.
Z
2R
R 0
I2
Y
I1
X
Assinale a(s) proposição(ões) que apresenta(m) o valor do vetor
indução magnética e a(s) que apresenta(m) sua direção e sentido
CORRETAMENTE.
 I
01
01. B 
3R

Z
B
02.
60o
Y
2  0I1
04. B 
2R
Z

B
08.
16. Β 
Y
3  0I1
4R
Z

B
32.
45o
Y
Gabarito: 36 (04 + 32)
Número de acertos: 1.054 (14,7%)
Grau de dificuldade previsto: Difícil
Grau de dificuldade obtido: Fácil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Aplicar os resultados conhecidos para o
cálculo de campos magnéticos, a fim de determinar o campo magnético
resultante, devido às correntes em um condutor retilíneo longo e em uma
espira circular.
SOLUÇÃO: Utilizando a regra da mão direita, determinamos a direção e
o sentido dos campos devidos ao fio e a espira, como mostrado na figura
abaixo:
Bespira
BR

Bfio
Temos os resultados para os campos magnéticos no centro de uma
espira condutora de raio R e a uma distância r de um fio condutor
retilíneo longo, ambos percorridos por correntes:
Bespira = 0I1/2R
e
Bfio = 0I2/2r
No caso temos: I2 = 2I1 e também r = 2R, logo,
Bfio = 0 2 I1 /2 2R = 0 I1/ 2R
Ou seja:
| Bfio| = | Bespira |
Assim temos para : tg  = | Bespira |/ | Bfio | = 1 , ou  = 450.
O módulo do campo resultante é :
| BR | = [ | Bfio|2 + | Bespira |2 ]1/2 = 21/2 | Bfio|
| BR | = 21/2 0 I1/ 2R .
Portanto, considerada a solução, dentre as proposições apresentadas,
estão corretas as proposições 04 e 32, sendo as demais incorretas.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
Essa questão é uma aplicação direta dos resultados conhecidos
para o cálculo de campos magnéticos, devidos à distribuição de corrente
elétrica em um fio condutor e em uma espira circular, para determinar o
vetor campo magnético resultante. Os resultados mostram 14,72% das
respostas associadas às proposições corretas 04 e 32, demonstrando
bom conhecimento sobre o assunto. Era esperado um grau de dificuldade
maior, por parte dos candidatos. Porém, um percentual de 9,75% dos
candidatos respondeu como correta apenas a proposição 32, não
conseguindo efetuar corretamente o cálculo do módulo do vetor campo
magnético; assim 6,80% consideraram apenas a proposição 04 como
correta, não determinando a direção e o sentido do campo resultante. Um
percentual elevado das respostas (11,09%) identificou como correta
apenas a proposição 08 (incorreta), demonstrando falta de conhecimento
a respeito de campos magnéticos produzidos por correntes em fio e
espira condutores, além do caráter vetorial do campo magnético.
12) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
01. A Teoria da Relatividade afirma que a velocidade da luz não depende
do sistema de referência.
02. A Mecânica Clássica não impõe limitação para o valor da velocidade
que uma partícula pode adquirir pois, enquanto atuar uma força
sobre ela, haverá uma aceleração e sua velocidade poderá crescer
indefinidamente.
04. A Teoria da Relatividade não limita a velocidade que uma partícula
pode adquirir.
08. Tanto a Mecânica Clássica como a Teoria da Relatividade asseguram
que a massa de uma partícula não varia com a velocidade.
16. Pela Teoria da Relatividade podemos afirmar que a luz se propaga
no vácuo com velocidade constante c = 300.000 km/s, independentemente da velocidade da fonte luminosa ou da velocidade do
observador; então é possível concluir que a luz se propaga em todos
os meios com velocidade constante e igual a c.
32. A Teoria da Relatividade permite concluir que quanto maior for a
velocidade de uma partícula, mais fácil será aumentá-la, ou seja,
quanto maior for a velocidade, menor será a força necessária para
produzir uma mesma aceleração.
Gabarito: 03 (01 + 02)
Número de acertos: 188 (2,6%)
Grau de dificuldade previsto: Médio
Grau de dificuldade obtido: Difícil
OBJETIVO DA QUESTÃO: Compreender os limites de validade da
mecânica clássica e os princípios da mecânica relativística.
SOLUÇÃO:
01. Correta. Este é um dos postulados da teoria da relatividade e que se
confirma experimentalmente.
02. Correta. Segundo a mecânica clássica, cedendo-se uma quantidade infinita de energia para um corpo, este irá adquirir velocidade
infinita. O mesmo não ocorre na teoria da relatividade, onde é
necessária uma quantidade infinita de energia para um corpo tender
à velocidade da luz, que é a velocidade máxima que um corpo
poderia atingir, teoricamente.
04. Incorreta. Segundo a teoria da relatividade, um corpo não pode atingir
velocidades superiores à velocidade da luz no vácuo.
08. Incorreta. Na mecânica clássica, a massa de um corpo não varia com
a velocidade, entretanto, na teoria da relatividade, a massa varia com
a velocidade.
16. Incorreta. A velocidade da luz no vácuo é constante e igual a c,
porém, em meios materiais ela, depende do índice de refração do
meio.
32. Incorreta. Esta proposição afirma exatamente o contrário do que
afirma a Teoria da Relatividade, isto é, quanto maior for a velocidade
partícula, maior será a força necessária para produzir uma mesma
aceleração.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
O conhecimento da física moderna é essencial para o entendimento dos grandes avanços tecnológicos realizados no último século,
daí a importância do conteúdo abordado na questão. A análise das
respostas demonstra que os candidatos apresentam fraco conhecimento
do assunto.
Apenas 2,62% dos candidatos acertaram completamente a questão, identificando as proposições corretas 01 e 02. Um percentual maior
(4,98%) considerou como corretas as proposições 02 e 32, assim como
um segundo grupo (4,58%) considerou como corretas as proposições 04
e 32 e um terceiro grupo (4,48%) identificou como corretas as proposições 08 e 32, indicando desconhecer os princípios da Relatividade.
Observamos, ainda, um grupo equivalente (4,72%), que considerou
apenas a proposição 32 como correta. Esses dados mostram que houve
uma grande dispersão nas respostas dos candidatos, decorrente, provavelmente, de uma fraca compreensão dos limites da mecânica clássica e
dos princípios fundamentais da teoria da relatividade.
CONCLUSÃO
A prova privilegiou os conhecimentos conceituais e os aspectos qualitativos dos fenômenos físicos,
abordando fenômenos físicos associados a situações reais que fazem parte do mundo natural e do quotidiano.
Nenhuma questão aberta, do tipo “resolva o problema e anote o resultado” foi aplicada, porque a banca considera
que privilegia apenas a quantificação dos fenômenos físicos, em detrimento dos aspectos conceituais e
qualitativos. Assim, mesmo as questões que incluem proposições que exigem a realização de cálculos para
quantificar os fenômenos e expressar valores das grandezas físicas envolvidas, a resposta correta inclui as
justificativas conceituais, presentes, sempre, nas demais proposições da questão.
Considerando como vantajosa ao candidato e, também, a validade dos acertos parciais, a Prova
privilegiou a abrangência, envolvendo o maior conteúdo possível do programa, fazendo uso, sempre que possível,
do número máximo de proposições. Outras características são a presença maior de proposições corretas e a
preocupação em não induzir os candidatos a erros, através de afirmações dúbias.
Constatou-se, em algumas questões, discrepância entre o grau de dificuldade previsto e o obtido, mas
uma análise geral permite concluir que a prova apresentou um grau médio de dificuldade.
De um ponto de vista mais amplo, é importante continuar investindo em questões que associem a Física
às situações reais e ao quotidiano, preconizadas nos Parâmetros Curriculares Nacional, para estimular um
processo de ensino e aprendizagem motivador que possibilite a compreensão dos fenômenos naturais e das
grandes mudanças tecnológicas que fazem parte da sociedade contemporânea.
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