Microeconomia Arilton Teixeira [email protected] 2012 1 Bibliografia • Mankiw, cap. 21. • Pindyck & Rubinfeld, caps. 3 e 4. 2 Mercados: Consumidores e Produtores P S(P, tech., insumos) E P* D(P, renda, outros) Q* Q 3 1 Curva de Oferta • Como construir a curva de oferta? Quais seus principais determinantes? • O que faz a curva de oferta se deslocar? • Como o progresso técnico afeta a curva de oferta? E os impostos? 4 Curva de Demanda • Como construir a curva de demanda? Quais seus principais determinantes? • O que faz a curva de demanda se deslocar? • Como o aumento da renda disponível afeta a curva de demanda? E os impostos? 5 Consumidor • A curva de demanda do mercado é fruto da agregação das curvas dos consumidores individuais. • Como as curvas individuais são geradas? 6 2 • Para construir as curvas de demanda, ou o comportamento dos consumidores, os economistas usam uma abordagem axiomática. • Ou seja, toma-se como dado que os consumidores possuem preferências. • Sabem fazer escolhas entre diferentes cestas de consumo. 7 • Estamos interessados em descrever quais a escolhas o consumidor fará em determinadas condições, dada sua renda e os preços. • Assim é suficiente sabermos sobre suas preferências. Ou seja, os consumidores são simplesmente suas escolhas. 8 Preferências • As preferências são regras de escolha que permitem aos indivíduos ordenar cestas possíveis. • Para transformar estas regras num objeto matemático tratável (ou seja, que pode ser representado por uma função), devemos assumir que as preferências possuem algumas propriedades. 9 3 Hipóteses • Preferências são: – Completas: para quaisquer duas cestas, o consumidor sabe qual é a melhor; – Transitivas: se a cesta A é preferível a B e a cesta B é preferível a C, então A é preferível a C. 10 Função utilidade • A função utilidade ordena as cestas disponíveis. Ou seja, se u ( x) > u ( y ) Então, o consumidor prefere a cesta x à cesta y. • O consumidor passa a ser representado pela função u(x). 11 Curva de Indiferença • É o conjunto de cestas que dão ao indivíduo o mesmo nível de satisfação. • Ou seja, o indivíduo é indiferente entre todas as cestas pertencentes a uma mesma curva de indiferença. 12 4 Gráfico z z1 Aumento de Satisfação A U2 > U1 B z2 U2 C z3 x1 x2 x3 U1 x 13 Propriedades das Curvas de Indiferença • Propriedade 1: quanto mais distante da origem, maior o nível de satisfação; • Propriedade 2: as curvas de indiferença se inclinam para baixo; • Propriedade 3: As curvas de indiferença não se cruzam; • Propriedade 4: as curvas de indiferença são convexas em relação aos eixos; 14 Formatos das Curvas de Indiferença • As curvas de indiferença podem ter diferentes formatos. • Estes formatos dependem dos bens serem substitutos ou complementares. 15 5 Exemplo: Substitutos Perfeitos z z3 z2 Aumento de Satisfação z1 U1 U2 U3 x1 x2 x3 x 16 Exemplo: Complementares Perfeitos z Aumento de Satisfação U3 U2 U1 x 17 Taxa Marginal de Substituição • Definição: é a quantidade de um bem que estamos dispostos a dar em troca de uma unidade de outro bem, mantendo nossa satisfação constante. • A TMgS é o preço (relativo) máximo que estamos dispostos a pagar por um bem. 18 6 TMgS é a inclinação da curva de Indiferença Gráfico z z1 A TMgS vai caindo à medida que nos Deslocamos do ponto A para o ponto C A B z2 C z3 x1 x2 U1 x3 x 19 Observação • TMgS é a inclinação da curva de Indiferença. • Como vocês verão em matemática, a TMgS é a Derivada da Curva de Indiferença. 20 Preço Relativo • Definição: É o preço de um bem, expresso em unidades de outro bem. 21 7 Exemplo • Suponha dois bens coca cola e empada. O preço da coca é R$ 1.6 e o preço da empada é R$ 0.80. • Qual o preço relativo da coca (preço da coca relativo ao preço da empada)? 22 • O preço relativo da coca indica quantas empadas devemos pagar para termos uma coca. • Neste caso, o preço relativo é Pc 1.6 = =2 Pe 0.8 • Ou seja, precisamos de 2 empadas para comprarmos uma coca. 23 Objetivo do Consumidor • Assumiremos que o consumidor sempre prefere mais a menos (ou seja, o consumidor nunca está saciado). • A restrição que o individuo se confronta é sua renda. Ou seja, escolher cestas de bens que ele mais goste, respeitando sua restrição orçamentária. 24 8 Observações • O crédito permite que o indivíduo amplie sua cesta de consumo além de sua renda presente. • O marketing tenta gerar no indivíduo a necessidade de consumo afetando suas preferências: celular, marcas específicas, etc. 25 • As preferências dos indivíduos vão mudando ao longo da vida: o mesmo indivíduo (com mesma renda e se defrontando com os mesmos preços) escolhe cestas diferentes em idades diferentes. 26 O Problema do Consumidor • Em termos formais, os indivíduos devem resolver o seguinte problema. Max u(x) sujeito a p⋅x = y • Onde y é a renda, x é uma lista de com quantidade de mercadorias e p é a lista de 27 preços. 9 Restrição Orçamentária • Os indivíduos não podem comprar tudo que querem, pois não têm recursos. • Ao montante de bens que o consumidor pode comprar com a sua renda, damos o nome de restrição orçamentária: p⋅ x = y 28 Observações • A lista x pode conter títulos. Se nos vendemos títulos, então, tomamos dinheiro emprestado. Se compramos título estamos emprestando dinheiro. • Assim, não necessariamente gastamos todo nosso dinheiro em bens de consumo. 29 Restrição Orçamentária – 2 z Bens y pz p x x + pz z = y y px x 30 10 Problema do Consumidor • Suponha um mundo onde existam apenas 2 bens: x e z. Max u(x, z) sujeito a px ⋅ x + pz ⋅ z = y 31 Solução Gráfica z y pz Ponto que maximiza a utilidade. Em E temos P TMgS = x pZ A B F E U3 U2 U1 U0 C y px x 32 Exemplo: Complementares Perfeitos A solução é o ponto B. Nos casos de bens perfeitamente complementares a solução é sempre No corner. z A U3 B U2 C U1 x 33 11 A Função Demanda • A solução do problema do consumidor nos dá escolhas ótimas. Estas escolhas dependem dos preços dos bens e da renda do consumidor. • Representamos estas escolhas ótimas como x = Dx(p, y) 34 • x = Dx ( p, y) é chamada função demanda marshalliana. • A função demanda pode ser representada graficamente nos eixos de preços e quantidades. 35 Demanda Marshaliana p Dx(p, y) q 36 12 Lei da Demanda • Lei de Demanda: ceteris paribus, uma redução do preço aumenta a quantidade demandada. • Ou seja, a Curva de Demanda é negativamente inclinada. 37 Curva de Demanda Preço Queda do preço Curva de Demanda Quantidade Aumento de Quantidade 38 Bens Normais e Inferiores • Um bem é dito normal, se a quantidade demandada aumenta com o aumento da renda. • Um bem é dito inferior, se a quantidade demandada reduz com o aumento da renda. 39 13 P Mudanças na Renda Bens Normais y y D’ D” D Q 40 P Mudanças na Renda Bens Inferiores y y D’ D” D Q 41 Exercício • O que acontece com a quantidade demandada de x se a renda do consumidor aumentar? • O que acontece com a quantidade demandada de x se o preço de um outro bem aumentar (diminuir)? 42 14 Renda e Demanda • A variação da renda pode deslocar a curva de demanda para a esquerda ou para a direita, dependendo do bem ser normal ou inferior. • Podemos usar o instrumental anterior para analisar a relação entre renda e demanda.43 Solução: bens normais z Conclusão: Quando a renda aumenta e ambos os bens são normais a quantidade demandada dos dois bens aumenta. y pz E’ z’ z1 E U2 y U0 x1 x’ z x y px 44 Solução: bens normais e inferiores Conclusão: Quando a renda aumenta a quantidade demanda do bem normal aumenta e a do bem inferior diminui. E’ y pz z1 z’ E y U0 x1 y px U2 x’ 45 15 Bens Substitutos e Complementares • Dois bens x e z são chamados substitutos se o aumento do preço de um deles gera aumento na quantidade demandada do outro. • Dois bens x e z são chamados complementares se o aumento do preço de um deles gera queda na quantidade demandada do outro. 46 Bens Complementares p pz pz Dx ' Dx Dx " q 47 Bens Substitutos p pz pz Dx ' Dx " Dx q 48 16 Preço e Quantidade Ótima • O que acontece com a quantidade ótima dos diversos bens quando o preço de um deles muda, mantendo-se tudo o mais constante? 49 z y pz Solução: bens substitutos pz E’ z’ E z1 x’ x1 z y pz 50 Solução: bens complementares Conclusão: Quando o preço de z cai a quantidade demandada de z aumenta. Se o bem x e z forem complementares a quantidade demandada de x também aumenta. pz E’ z’ z1 y px Conclusão: Quando o preço de z cai a quantidade demandada de z aumenta. Se o bem x e z forem substitutos a quantidade demandada de x cai. U2 U0 x E U0 U2 x1 x’ y px x 51 17 Efeito Renda e Efeito Substituição • Quando o preço de um bem muda, ele afeta a quantidade demanda, devido ao deslocamento da restrição orçamentária e dos preços relativos. • Quando o preço de um bem muda seu efeito pode ser dividido em dois: efeito substituição (ES) e efeito renda (ER). 52 Efeito Substituição e Renda z Restrição Orçamentária Final Restrição Orçamentária inicial Restrição orçamentária Intermediária Bem X ES = x” – x1 ER = x’ – x” pz E’ z’ z” z1 E” E U2 U1 Bem Z ES = z” – z1 ER = z’ – z” x” x’ x1 53 x Definição • Efeito Renda: mudança no consumo devido a mudança de curva de indiferença provocado pela mudança da renda mantido os preços relativos constantes. • Efeito Substituição: alteração no consumo quando a mudança de preço provoca deslocamento do ponto ótimo ao longo da mesma curva de indiferença. 54 18 z y pz Derivando a Curva de Demanda E1 E2 E3 p1 > p2 > p3 px p1 p2 x y p2 y p1 y p3 A B C p3 x1 x2 x3 Curva de Demanda x 55 Bens de Giffen • Existem bens cuja curva de demanda não obedece a lei da demanda: quantidade demandada e preços variam na mesma direção. • Quando o preço aumenta a quantidade demanda também aumenta. • Estes bens são conhecidos como Bens de 56 Giffen. z y pz Bem de Giffen pz y p'z E’ z1 z’ U0 E U2 x1 x’ y px Conclusão: Quando o preço de z aumenta a quantidade demandada de z aumenta. x 57 19 Oferta de Trabalho • Os trabalhadores tem que decidir como alocar seu tempo. • Para cada hora adicional de trabalho, abrimos mão de uma hora adicional de lazer. • Como as horas são alocadas em lazer e trabalho? 58 Custo de Oportunidade do Lazer • O salário é o custo de oportunidade do lazer: deixamos de ganhar uma hora adicional para cada hora dedicada ao lazer. • Ao mesmo tempo, o salário e o número de horas trabalhadas afetam nossa restrição orçamentária (e nosso consumo). • A soma destes dois efeitos determinam quantas horas queremos trabalhar. 59 Consumo 1o. Caso: ES > ER Restrição Orçamentária após Aumento do salário W Restrição Orçamentária inicial E2 C2 C’ C1 E’ U2 E U1 L’ L2 L1 100 Lazer ES = L’ – L1 ER = L2 – L’ Consumo ES = C’ – C1 ER = C2 – C’ Lazer 60 Trabalho 20 Curva de Oferta de Trabalho • O ES > ER, logo o aumento de salário gerou um aumento no numero de horas ofertadas para trabalhar. • A curva de oferta de trabalho é positivamente inclinada. 61 Curva de Oferta de Trabalho W Oferta de Trabalho Horas 62 Consumo 2o. Caso: ES < ER W Restrição Orçamentária após aumento do salário Lazer ES = L’ – L1 ER = L2 – L’ Restrição Orçamentária inicial C2 C’ C1 E2 E’ E U1 L’ L1 L2 100 U2 Consumo ES = C’ – C1 ER = C2 – C’ Lazer 63 Trabalho 21 Curva de Oferta de Trabalho • O ES < ER, logo o aumento de salário gerou uma redução no número de horas ofertadas para trabalhar. • A curva de oferta de trabalho é negativamente inclinada. 64 Curva de Oferta de Trabalho W Oferta de Trabalho Horas 65 Poupança e Taxa de Juros • Qual o efeito que um aumento na taxa de juros pode ter sobre a poupança? • Veremos que o aumento dos juros pode aumentar ou diminuir a poupança, dependendo do ES e do ER. 66 22 Consumo Velhice ES > ER r y(1+r) z’ z1 E’ E U2 U0 x’ x1 y Consumo Velhice Conclusão: O ES reduz o consumo na juventude e é maior que o ER. Neste caso, a poupança e o consumo na velhice aumentam e o consumo na juventude cai. Consumo na Juventude 67 ES < ER r Conclusão: O ES reduz o consumo na juventude, mas é menor que o ER. Neste caso, o consumo na juventude e na velhice aumentam, mas a poupança cai. y(1+r) E’ z’ z1 E U0 U2 x1 x’ y Consumo Juventude 68 23