Monografia Mirela 2008

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CENTRO EDUCACIONAL SÃO CAMILO - SUL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONDUTAS DE ENFERMAGEM A PACIENTES
CRÍTICOS
MIRELA PEREIRA ANDRADE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
ARARANGUÁ, JUNHO DE 2008
1
MIRELA PEREIRA ANDRADE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação da Universidade
do Extremo Sul Catarinense - UNESC em convênio com o Centro
Educacional São Camilo – Sul para a obtenção do título de
especialista em Condutas de Enfermagem a Pacientes Críticos
Orientadora: Profa. Ms. Maria Augusta da Fonte
ARARANGUÁ, JUNHO DE 2008
2
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu MIRELA PEREIRA ANDRADE, RG 4961993 CIC 047.176.249-04 Conselho
Regional de Enfermagem, declaro para os devidos fins e sob as penas da lei, que o
trabalho que versa sobre infarto agudo do miocárdio com o título “Assistência de
Enfermagem a Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio Internados em Unidade de
Terapia Intensiva” é de minha única e exclusiva autoria, estando a Universidade do
Extremo Sul Catarinense – UNESC e a USC – Centro Educacional São Camilo –
RS autorizados a divulgá-lo, mantendo cópia em biblioteca, sem ônus referentes a
direitos autorais, por se tratar de exigência parcial para certificação de especialista em
Condutas de Enfermagem a Pacientes Críticos.
Criciúma, 30 de junho de 2008
_____________________________________
Assinatura do aluno
COREN – SC N°. 148677
3
RESUMO
O infarto cardíaco, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é a principal causa
de morte no mundo ocidental apesar dos avanços em seu tratamento. Portanto, é
fundamental o seu reconhecimento para que possa ser efetuado o tratamento
apropriado e reduzir o risco de morte e seqüelas. Deste modo, este estudo monográfico
aborda o conceito de infarto, por que ocorre, fatores de risco, sintomas e diagnóstico,
tratamento, prevenção e a reabilitação após o IAM (infarto agudo do miocárdio). O
objetivo final deste estudo é o de promover ações educativas para esclarecer a
população para reconhecer os sintomas e habilitar os serviços de pronto atendimento
para o tratamento adequado e ágil do paciente vítima de um IAM. Para a realização
deste trabalho foram identificadas as principais linhas teóricas sobre o IAM bem como
os tipos de tratamento e formas de prevenção recomendadas publicadas em livros e
artigos. Valendo-nos de uma revisão crítica de tais documentos foi possível ressaltar as
similaridades e diferenças conceituais existentes quanto à assistência de enfermagem à
vítima de IAM. Assim, pelo relevante número de ocorrências atendidas nos hospitais do
nosso país, e até mesmo por ocorrerem casos, hoje, em indivíduos jovens, nossa
preocupação em estudar o tema justifica o presente trabalho.
Palavras-chave: assistência de enfermagem; infarto agudo do miocárdio (IAM);
orientação da população.
4
ABSTRACT
The cardiac infarct, known as cardiac attack, is the main cause of death in the western
world, although the improvement on its medical treatment. So, it is fundamental its
recognition in order to accomplish the appropriate treatment to reduce the death risk and
sequelae. This monograph study the infarct conception approaches, why it happens, risk
factors, symptoms and diagnosis, treatment, precaution and rehabilitation after AMI
(acute myocardial infarction).The final aim of this study is to promote educative actions
to clarify population in order to recognize the symptoms and to qualify the first aid
services to adequate treatment of the acute myocardial infarction patient. In order to
accomplish this work, were identified the main theory about acute myocardial infarction,
as well as the treatment kinds and ways to prevent it, published in books and articles.
Reviewing such materials it was possible to distinguish the similarities and differences
concepts in relation to the nurse assistance to the acute myocardial infarction victim.
Thus, due to the considerable number of victims of our country, once young people are
being affected, justified our worry about studying the subject.
Key words: nurse assistance, AMI (acute myocardial infarction), clarify population.
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LISTA DE ABREVIATURAS
IAM – Infarto Agudo do Miocárdio
AHA – América Heart Association
LDL – Colesterol de baixa densidade
VLDL – Colesterol de baixíssima densidade
HDL – Colesterol de alta densidade
UTI – Unidade de Tratamento Intensivo
AAS – Ácido acetil salicílico
ECA – Enzima da conversão da angiotensina
SME – Serviço de emergência
PS – Pronto socorro
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 11
2.1 HISTÓRICO DO IAM ............................................................................................................ 11
2.2 CONCEITO DE IAM.............................................................................................................. 12
2.3 ETIMOLOGIA DE INFARTO/ENFARTE ............................................................................ 13
2.4 O QUE É O INFARTO E POR QUE OCORRE..................................................................... 14
2.5 FATORES DE RISCO DO IAM............................................................................................. 17
2.6 QUADRO CLÍNICO DO IAM ............................................................................................... 18
2.7 AVALIAÇÃO DO RISCO DE IAM....................................................................................... 20
2.8 TRATAMENTO DO IAM ...................................................................................................... 21
2.9 COMPLICAÇÕES APÓS O IAM .......................................................................................... 25
2.10 PREVENÇÃO DO IAM........................................................................................................ 26
2.11 PROGNÓSTICO DO IAM.................................................................................................... 30
2.12 CUIDADOS HOSPITALARES A PACIENTES ENFARTADOS ...................................... 30
2.14 PROTOCOLO DE PRONTO ATENDIMENTO A PACIENTES ENFARTADOS............ 36
2.15 TROMBÓLISE PRÉ-HOSPITALAR ................................................................................... 37
CONCLUSÃO.............................................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
A trombose coronariana é conhecida como causa de morte desde o início do
século XIX. Através de experiências com animais, onde uma artéria coronária era
ligada, e delimitadas observações de necropsia em seres humanos era considerada
uma essência clínica fatal.
Em 1901, o alemão Krehl expôs quem nem sempre a trombose
coronariana motivava morte repentina e ou que poderia intricar-se com formação de
aneurisma ventricular e ruptura miocárdica. Anos mais tarde esses estudos foram
confirmados por Obrastov, Strazhesko e Herrich, que expuseram as características
clínicas do infarto agudo do miocárdio e construíram o diagnóstico diferencial em
relação à angina de peito.
A partir do momento que ficou manifestado ser possível sobreviver a um IAM
(infarto agudo do miocárdio) as atenções se voltaram para a sua terapêutica.
Na década de 50, o IAM já era considerado a maior causa de morte nos
países desenvolvidos e um grande problema de saúde pública.
Desde 1994 o IAM vem sendo usado para se aludir a pacientes que se
apresentam com dor torácica isquêmica, sendo que elas denotam, não apenas o que é
exposto pelo paciente, mas bem como, um processo contínuo. Em linhas gerais, este
termo se refere a uma condição em que não se tem a certeza de que é uma crise
anginosa ou um infarto em andamento.
Trabalhos da América Heart Association (AHA), revelaram que de 5 milhões
de pessoas que foram avaliadas nos serviços de emergência dos EUA, em 1999,
devido a um quadro de dor torácica, em 2 milhões foi feito o diagnóstico de Síndrome
Coronariana Aguda, sendo que destes 500.000 foram hospitalizados com diagnóstico
de angina instável, e 1,5 milhões sofreu IAM sendo que 1/3 destes morreu.
Síndromes coronarianas agudas reúnem num todo as situações em que o
médico não pode em tempo hábil definir se é apenas uma crise anginosa ou um infarto
agudo do miocárdio.
8
O infarto cardíaco é a principal causa de morte no mundo ocidental apesar
dos avanços em seu tratamento. Atualmente apresenta uma taxa de mortalidade em
torno de 8 a 10%.
É fundamental o seu reconhecimento para que possa ser efetuado o
tratamento apropriado, redução do risco de morte e seqüelas.
O infarto do miocárdio é popularmente conhecido como ataque cardíaco,
sendo na maioria das vezes o causador de uma enorme parcela de internações
hospitalares, e até mesmo óbitos, não só aqui no Brasil, bem como no mundo inteiro.
Isso tem feito com que médicos e serviços de saúde venham a promover melhorias nos
cuidados dos pacientes que apresentam risco de sofrer um infarto do miocárdio, bem
como ao estudo e ampliação de medidas que pressagiem a ocorrência de infarto do
miocárdio em pessoas que já sofreram um ataque.
Como todo órgão em nosso organismo, o coração precisa de oxigênio
para que suas células funcionem adequadamente. É por meio dos vasos sanguíneos,
mais categoricamente, das artérias, que o oxigênio chega aos diversos órgãos do
nosso corpo. Cada órgão exibe sua artéria específica e, no caso do coração, elas são
chamadas artérias coronárias e são duas: a coronária direita e a esquerda.
A aterosclerose é uma doença que atinge as artérias, levando à formação de
placas de gordura em sua parede. São diversos fatores de risco para o seu
desenvolvimento, como pressão alta, diabetes, níveis elevados de colesterol no
sangue, tabagismo, obesidade, idade avançada, sexo masculino e história familiar
positiva. Essas placas vão crescendo para dentro das artérias, diminuindo o espaço
para a passagem de sangue.
Fortuitamente, a placa pode sofrer uma rachadura ocasionando a coagulação
do sangue no local, diminuindo ainda mais a passagem do sangue podendo até cessála. Neste caso, é quando ocorre o infarto agudo do miocárdio, o sangue é impedido de
passar pela placa de gordura e pelo coágulo aderido a ela. A cessação prolongada do
fluxo de sangue faz com que as células que dependem dessa artéria acabem
morrendo, formando então a região enfartada. Essa região “morta” não contrai mais,
podendo levar a redução da função do coração.
9
Sujeitos que já sofreram um infarto do miocárdio tem enormes chances de
apresentarem um novo infarto, de modo que devem ser submetidos a uma série de
cuidados, com o intuito de diminuir esse risco. É de máxima importância que a pessoa
siga as recomendações médicas, delas depende o bom estado físico após esse evento.
Portanto, é necessário que tenhamos em mente que mesmo depois de um infarto do
miocárdio a pessoa pode levar uma vida relativamente normal, sendo capaz de realizar
a maioria das atividades que era habilitado anteriormente, não subsistindo motivos para
pensar que passará o resto da vida confinado a uma cama.
Este estudo monográfico pretende abordar o conceito de infarto, por que
ocorre, fatores de risco, sintomas e diagnóstico, tratamento, prevenção e a reabilitação
após o IAM.
O objetivo da presente abordagem é o de promover ações educativas para
esclarecer a população em reconhecer os sintomas e habilitar os serviços de pronto
atendimento para o tratamento adequado e ágil do paciente vítima de um IAM.
Foram identificadas as linhas teóricas sobre o IAM emitidas em publicações
de diversos autores analisados neste estudo, bem como, os tipos de tratamentos,
formas de prevenção recomendadas em casos de IAM nas obras revisadas.
Todo o estudo foi respaldado em documento, livros e artigos relacionados
com o tema em questão, de forma direta e discursiva.
Valendo-nos de uma revisão crítica das principais linhas teóricas que
permitem ressaltar as similaridades e diferenças conceituais existentes e que abordam
a assistência da enfermagem à vítima de IAM.
Pelo relevante número de ocorrências atendidas nos hospitais do nosso país,
e até mesmo por ocorrerem casos, hoje, em indivíduos jovens, nossa preocupação em
estudar o tema justifica o presente trabalho.
Este estudo foi dividido em subtítulos comportando os diferentes momentos e
aspectos do IAM, passando por sintomas, atendimento de emergência e subseqüente,
risco, cuidados e enfermagem, prevenção, entre outras informações muito importantes.
Nesse sentido, conhecer mais profundamente a história do IAM e tudo que o
envolve, dentro dos aspectos físicos e emocionais, permite um maior nível de
10
informação para o cuidado de enfermagem, resultando em melhor nível de atuação nas
unidades hospitalares e Unidades de Terapia Intensiva.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. HISTÓRICO DO IAM
Desde o início do século XIX, a trombose coronariana era conhecida como
causa de morte entre os seres humanos.
O alemão Krehl, em 1901, observou que a trombose coronariana nem
sempre causava morte repentina, mas que poderiam ocorrer complicações tais como
formação de aneurisma ventricular e ruptura miocárdica. Anos mais tarde, Obrastov,
Strazhesko e Herrick, a partir destas observações confirmaram e comentaram as
características clínicas do infarto agudo do miocárdio determinando a diferença com
relação à angina do peito.
A partir do momento que ficou definido ser possível sobreviver a um infarto
agudo do miocárdio, as atenções se voltaram para a prática de meios adequados para
aliviar ou curar os pacientes.
No ano de 1929, Samuel Levine publicava o primeiro livro direcionado
exclusivamente ao tema. O livro discorria sobre a freqüência e o risco de várias
arritmias e a importância de sua descoberta precoce, bem como indicava-se o uso de
quinidina nas taquicardias ventriculares e de adrenalina nos bloqueios cardíacos e
síncope.
Na década de 50, o infarto agudo do miocárdio já era considerado a maior
causa de mortalidade nos países desenvolvidos e um enorme problema de saúde
pública para os mesmos.
Na segunda metade do século XX, arraigados por Desmond Julian na GrãBretanha, apareceram as unidades de tratamento coronarianas. Estas foram
responsáveis por um dos maiores avanços isolados no tratamento do infarto, pois as
taxas de mortalidade reduziram de 30% para 15% nas primeiras horas de ação,
auxiliando uma melhor avaliação no diagnóstico e manejo das arritmias, para o começo
12
da monitorização cardíaca contínua, para o desenvolvimento das manobras de
ressuscitação cardiopulmonar e dos desfibriladores externos e para melhor treinamento
de médicos e enfermeiros.
Tais
avanços
se
desenvolveram
ainda mais
com
a monitorização
hemodinâmica através do cateter de Swan-Ganz e com a utilização do balão de contra
pulsação aórtica, contribuindo no manejo agressivo da insuficiência cardíaca e do
choque cardiogênico.
Apareceram também as unidades intensivas móveis, providas com
material necessário e pessoal treinado na detecção e tratamento das arritmias fatais,
principalmente a fibrilação ventricular.
2.2 CONCEITO DE IAM
Nesta sessão será abordado de modo sucinto o conceito do IAM (Infarto
Agudo do Miocárdio).
O infarto do miocárdio faz parte de um grupo de doenças chamado doenças
isquêmicas do coração. Caracteriza-se pela morte da musculatura miocárdica devido à
insuficiência de movimento alternativo do sangue para uma parte do músculo cardíaco.
Assim sendo, as células sofrem necrose por falta de suporte nutritivo. A cessação do
fluxo coronário geralmente ocorre por causa do estreitamento súbito de uma artéria
coronária pelo ateroma, ou pela obstrução total de uma coronária por embolo ou
trombo. Dentro desse contexto, Porto (1998, p. 608), assinala que é considerado um
episódio de infarto quando “o paciente que apresenta pelo menos dois dos três critérios
clássicos: quadro clínico sugestivo, alterações eletrocardiográficas compatíveis,
elevação enzimática de pelo menos duas vezes em relação aos valores normais.”
13
2.3 ETIMOLOGIA DE INFARTO/ENFARTE
in fartu = cheio, atulhado; infarcire = inchar.
Sinonímia: Enfarte (mas nunca infarte nem enfarto) = necrose que se instala
após interrupção do fluxo sanguíneo.
O infarto agudo do miocárdio é uma cardiopatia isquêmica. Ocorre por
deficiência perfussional do tecido cardíaco resultando em necrose da parede
miocárdica. De modo mais detalhado, pode-se dizer que é um processo pelo qual o
tecido miocárdico é destruído em regiões do coração privadas de suprimento
sanguíneo, após o fechamento da artéria coronariana ou de uma de seus ramos por um
trombo, ou obstrução da luz do vaso por aterosclerose (obstrução dos vasos
principalmente das artérias).
Um infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco,
ocorre quando artérias (artérias coronárias) que suprem de sangue a parede do
coração se entopem de repente, em geral, por um pequeno trombo (coágulo
sanguíneo). Os coágulos sanguíneos geralmente se formam dentro das artérias
coronárias já estreitadas pela aterosclerose, um problema onde placas de gordura
ficam aderidas ao longo das paredes internas dos vasos sanguíneos.
A partir do momento em que a região suprida por aquela artéria coronária
deixa de receber sangue, as respectivas células (fibras musculares) entram em colapso,
e começam a morrer. Esta situação interfere na capacidade do coração em bombear o
sangue para os tecidos, em maior ou menor grau, de acordo com o tamanho e
localização do infarto; ou ainda, compromete áreas que controlam as batidas do
coração causando arritmias, às vezes fatais. Geralmente 25% dos infartos levam à
morte súbita, com a perda da vítima em fração de segundos ou minutos, muitas vezes
não dando tempo de se obter socorro.
A base dos sintomas que irão se desenvolver após o infarto e as chances de
sobrevivência dependem do local e da extensão do entupimento da artéria coronária.
14
2.4 O QUE É O INFARTO E POR QUE OCORRE
Segundo Julian e Cowan (2000, p. 116), “O termo infarto designa a necrose
do miocárdio que se instala secundariamente à interrupção aguda do fornecimento de
sangue através das coronárias”.
A destruição do músculo do coração é motivada, geralmente, por depósitos
de placas de ateroma nas artérias coronárias. Desse modo, essas placas nada mais
são do que o amontoado de células no interior dos vasos sanguíneos. Lesões dos
próprios vasos, assim como depósitos de gordura que vão desenvolvendo-se com o
tempo, constituem-se verdadeiras “rolhas” no interior das artérias do coração.
O infarto do miocárdio está mais repetidamente unido a uma causa
mecânica, ou seja, suspensão do fluxo sanguíneo para uma área específica por causa
da obstrução total parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação. A
dimensão da necrose depende de muitos fatores que possam ter ocorrido tais como o
tamanho da artéria lesada, tempo de desenvolvimento da obstrução e desenvolvimento
da circulação colateral.
O infarto significa a morte de uma parte do músculo cardíaco (miocárdio), por
falta de oxigênio e irrigação sanguínea. A oxigenação necessária ao funcionamento do
coração sucede por um conjunto de vasos sanguíneos, as chamadas artérias
coronárias. Quando uma dessas artérias que irrigam o coração impede o abastecimento
de sangue e oxigênio ao músculo, redundando em um processo de destruição
irreversível, podem ocasionar parada cardíaca (morte súbita), morte tardia ou
insuficiência cardíaca com sérias limitações de atividades físicas.
Os pacientes que passam por um infarto, são comumente do sexo masculino,
pois são mais facilmente vulneráveis que as mulheres. Isso porque, acredita-se que as
mulheres possuam uma eficácia protetora que é a produção de hormônios (estrógeno),
tanto que após a menopausa, pela falta de produção desse hormônio, a circunstância
de infarto na mulher cresce de sobremaneira.
O infarto do miocárdio pode também ocorrer em pessoas que têm as artérias
coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam um espasmo,
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contraindo-se violentamente e também produzindo um déficit parcial ou total de
oferecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído.
Segundo o médico cardiologista MARTINEZ (2001) em entrevista a Dráuzio
Varela:
Infarto é o entupimento agudo de uma artéria do coração por um coágulo, um
trombo, que se desprende de um ateroma, isto é, de uma placa de gordura que
se deposita na parede da artéria, e bloqueia a circulação sanguínea. Privada
de oxigenação, essa área sofre lesões irreversíveis (necroses) que
caracterizam o infarto do miocárdio. A gravidade desse acidente vascular está
proporcionalmente ligada à importância e extensão da musculatura cardíaca
que deixou de ser irrigado.
Existem diversos fatores causadores do infarto do miocárdio. Entre eles
podemos detectar o fator idade, pois é depois dos 50 anos que ocorrem ou aumentam
ainda mais as incidências dos casos de infarto. Outro fator também que contribui é o
colesterol: quanto maior o volume de colesterol no sangue maior a probabilidade de
enfartar.
Existem 03 tipos de colesterol: o de baixa densidade (LDL), o de muita baixa
densidade (VLDL), e o de alta densidade (HDL). O HDL conhecido como bom
colesterol, possui efeito protetor para o infarto do miocárdio, recomendado mantê-lo em
níveis altos no sangue. O LDL por sua vez, o mau colesterol, como é popularmente
conhecido, deve ser observado, pois em níveis elevados no sangue aumenta a
probabilidade de infarto.
Geralmente, a pessoa tem o colesterol alto devido a doenças hereditárias,
fazendo com que o organismo não consiga produzir as enzimas imprescindíveis para
desmanchar a gordura. Por este motivo é que há casos de jovens tendo infarto. É
fundamental e necessário detectar se existem casos desse tipo na família, pois quando
essas doenças são tratadas antecipadamente, pode-se evitar que essas pessoas
sofram o infarto. Sobre isso, Nobre e Serrano Jr. (2005, p. 29), assinalam em seus
estudos que “Evidências observacionais demonstram resultados da importância da
história familiar coronária para o risco do IAM. [...] O conhecimento da história familiar
do indivíduo pode auxiliar os esforços de diretrizes preventivas.
16
Tem-se o diabetes também como uma doença que aumenta a chance de
infarto do miocárdio. Como este pode ser transmitido hereditariamente, novamente é
imprescindível verificar se existem casos na família e tratar a doença precocemente. “O
diabete melito deve ser interpretado como um importante e independente fator de risco
a ser prevenido, visando a reduções no risco de IAM”. (NOBRE e SERRANO JR, 2005,
p. 29).
A hipertensão (pressão alta) e a obesidade fazem o coração bombear mais,
exigindo mais sangue, o que também é um dos fatores para o aumento do risco de
infarto do miocárdio. Sobre isso, Nobre e Serrano Jr. (2005, p. 29), asseguram que:
A pressão arterial correlaciona-se intensamente com risco vascular. [...] dados
obtidos na região metropolitana de São Paulo reforçam a necessidade de
prevenção primária da HAS, permitindo assim a diminuição do risco
cardiovascular da população, com conseqüentes reduções das taxas de IAM,
e provavelmente de acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e
insuficiência renal.
O marasmo, o estresse, a ansiedade e a falta de prática física, também
contribuem na produção do infarto.
O fumo está intrinsecamente arraigado com o infarto do miocárdio: os
fumantes são em número 60% mais vulneráveis de sofrer infarto do que os não
fumantes. O fumo causa não somente a destruição de vasos do coração, como também
aumenta a chance de formar trombose (coágulos de sangue). Essa propensão de
provocar coágulos aumenta ainda mais em mulheres que tomam anticoncepcionais,
principalmente, entre os 30 e 40 anos de idade. Nobre e Serrano Jr. (2005, p. 27),
nesse contexto, alertam que “A importância do tabagismo vem sendo demonstrada ao
longo dos alunos por uma série de evidencias intra e interpopulacionais”.
Subsistem algumas causas que levam à obstrução das artérias coronárias,
entretanto, em primeiro lugar está a aterosclerose a qual se constitui pelo acúmulo de
gordura na parede das artérias, formando verdadeiras placas, que podem vir a obstruir
o vaso e impedir o fluxo de sangue a partir daquele local. Geralmente essa obstrução
acontece quando a placa se rompe e a ela associam-se plaquetas, procedendo um
coágulo (trombo) e fechando a artéria. Nesse sentido Nobre e Serrano Jr. (2005, p. 29),
afirma que “Existe [...] grande interesse em compreender como os fatores genéticos
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promovem ou previnem a aterosclerose, permitindo que a epidemiologia molecular
forneça embasamento para a prática da medicina preventiva.”
Desse modo, infarto do miocárdio é a necrose de uma parte do músculo
cardíaco causada pela ausência de irrigação sanguínea que leva nutrientes e oxigênio
ao coração.
2.5 FATORES DE RISCO DO IAM
Os fatores de risco cardiovasculares, especificamente, são as condições ou
hábitos que atacam o coração ou as artérias, entre os quais estão a hipertensão
arterial, as dislipidemias (altos níveis de colesterol LDL e triglicérides), o fumo, o
diabetes, o estresse, o sedentarismo, a obesidade, a alimentação gordurosa e a
hereditariedade. Aproximadamente de 40 a 60% dos casos de pacientes enfartados
estão associados à hipertensão arterial.
Sobre os fatores de risco Mesquita e Clare (2002, p. 152), complementam
ainda a importância de “Avaliar passado de IAM, angioplastia, revascularização e
catetterismo prévio. História de doença cerebrovascular e periférico. Medicações de uso
(AAS, anti-hipertensivos, anticoagulentes)”.
O infarto do miocárdio é uma doença provocada por diversos fatores que
agem em conjunto e ao mesmo tempo. STEFANINI (2004), médico cardiologista, em
entrevista concedida a Dráuzio Varela destaca entre eles: 1) hereditariedade - casos na
família de doenças coronárias; 2) pressão arterial - deve ser mantida dentro do nível 14
por 9, limites adequados para prevenir futuras doenças cardíacas; 3) diabetes controlar o nível de açúcar no sangue, pois os diabéticos às vezes sofrem infartos
subclínicos que são os que não apresentam o sintoma convencional de dor no peito; 4)
colesterol - o controle das gorduras tem de ser sistemático e permanente; 5) triglicérides
- estes geralmente sofrem quando há aumento da ingestão de carboidratos; 6)
tabagismo - a nicotina do cigarro é um dos fatores mais agressivos de risco das
doenças cardíacas; 7) estresse - o estresse crônico aumenta a probabilidade de infarto
quando associado a outros fatores de risco.
18
2.6 QUADRO CLÍNICO DO IAM
Ainda que IM, na maioria das vezes, apareça associado a fenômenos que
indicam um quadro cardíaco, pode também acontecer sem que se evidencie sintoma
algum. Pode ocorrer principalmente em pacientes que tenham um histórico de
diabéticos, ou que façam uso de beta-bloqueadores, ou até no período pré e pósoperatório.
É comum, em casos de IAM, o paciente queixar-se de dor torácica
insistente e repentina, com intensidade variada localizada sobre a região inferior do
esterno (parte central e posterior do peito) e abdômen superior. A dor vai tornando-se
mais grave até ficar quase insustentável. Mesmo quando a pessoa está acordando ou
fazendo pouco esforço também pode surgir o mal-estar o qual pode atingir o ombro e o
braço esquerdo, as costas, o pescoço e a mandíbula, os dois últimos são atingidos em
poucos casos.
O paciente sente uma violenta dor e um aperto no peito que se estendem
de 30 minutos a algumas horas e, estes, não são aliviados pelo repouso ou pela
nitroglicerina. Quanto aos sintomas associados, se incluem aumento da freqüência
respiratória, palidez, sudorese abundante, fria e pegajosa, tonteira e confusão mental e,
algumas vezes, uma sensação de opressão torácica. Também pode haver, por reflexo
vagal, náuseas e vômitos e, morte iminente.
Dentro desse campo de considerações, Porto (2002, p. 610), enfatiza que o
“paciente com suspeita de infarto agudo do miocárdio deve ser avaliado o mais
rapidamente possível quando da chegada ao hospital/pronto socorro, se possível nos
10 primeiros minutos, mas nunca demorando mais de 20 minutos”.
Assim, Coelho e Cirillo (2008, p. 1), alertam que “um grande desafio para o
médico que trabalha nas unidades de emergência é o atendimento dos pacientes com
suspeita de infarto do miocárdio”, em função dos equívocos não raramente cometidos,
o que leva a muitas queixas e reclamações a respeito do atendimento médico.
Na verdade, é necessário que se realize o diagnóstico diferencial da dor
torácica, pois muitos pacientes se apresentam com queixa precordialgia. (COELHO e
CIRLLO, 2008, p. 1).
19
Ao ser examinado, o paciente, na maioria das vezes, se mostra ansioso,
excitado, mexendo-se para encontrar uma posição de bem-estar e alívio.
Sobre isso, Coelho e Cirillo (2008, p. 1), ressaltam que:
Existe uma grande dificuldade do médico que está atendendo a emergência
em discriminar pacientes com IM dentre aqueles admitidos com dor torácica. O
médico da emergência não deve internar pacientes que não tenham o
diagnóstico, mas não pode liberar pacientes para casa sem afastar o IM.
Exemplo da importância deste fato: um hospital de Chicago, de 115.000
atendimentos clínicos na emergência, sete mil foram de pacientes com dor
torácica, sendo que 4.100 destes foram internados com suspeita clínica de IM.
Em 200 se confirmou a presença de isquemia miocárdia.
Entretanto, há que se ter cuidado com o diagnóstico, pois há um grande
número de pacientes liberados das emergências hospitalares de forma inadequada,
sendo que embora a avaliação não fosse a de IM, na verdade era.
É fundamental que o paciente com IM tenha seu diagnóstico e tratamento
implementado o mais breve possível pelos serviços de urgência e emergência. Sobre
isso, Coelho e Cirillo (2008, p. 1), alertam que “os requisitos básicos para o correto
diagnóstico e tratamento do paciente com IM” deve ser disponibilizado nas unidade de
emergências, tais como o médico ter formação que o capacite para o correto
diagnóstico e tratamento do paciente acometido de IM; deve estar preparado para
administrar o trombolítico, conhecer suas contra indicações e eventuais complicações;
deve receber treinamento periódico para Reanimação Cardiopulmonar, Cardioversão e
Desfibrilação; disponibilização da interpretação eletrocardiográfica, mesmo em forma de
fax; a unidade de emergência deve contar com a estrutura e equipamentos básicos que
são indispensáveis para qualquer atendimento de emergência ou urgência, que são
eles: material de reanimação, cardiopulmonar, cardioversos-desfibrilador, monitor,
eletrocardioógrafo e os medicamentos necessários, equipes de enfermagem e de apoio
médico disponíveis e treinadas. (COELHO e CIRILLO, 2008, p. 2).
Também Porto (2002, p. 609), esclarece que “o quadro clínico pode ser
extremamente variável, havendo, inclusive, uma incidência expressiva de infarto agudo
do miocárdio sem dor”, sendo, portanto necessário considerar a dor acima do umbigo
20
de qualquer pessoa, ou com manifestações de súbito comprometimento do sistema
circulatório, com dor atípica ou mesmo sem dor.
Na continuação, abordar-se-á a avaliação do risco.
2.7 AVALIAÇÃO DO RISCO DE IAM
Mesquita e Clare (2002, p. 151), ressaltam que de acordo com a Organização
Mundial de Saúde, “o IMA continua um desafio apesar de todo o tratamento terapêutico.
[...] a cada 100 doentes infartados, 62 chegam ao hospital e somente 50 estarão vivos
no primeiro mês e 40 no primeiro ano”.
Nesse sentido, quando o paciente não apresenta complicação após o infarto
agudo do miocárdio, comumente pode retornar para casa após alguns dias de
internação hospitalar, exceto em casos que tenha ocorrido alguma complicação maior,
então é necessária observação por um período mais prolongado. Para que o indivíduo
possa receber alta, antes de tudo, deve ser submetido a alguns exames que ajudam o
médico a diagnosticar a possibilidade de um novo infarto, bem como o grau da
aterosclerose. Entre eles pode-se citar o teste ergométrico, feito em esteira,
ecocardiograma e cateterismo cardíaco.
É de suma importância que o paciente e sua família tenham um diálogo
aberto e franco com o médico, pois naquele momento todos os aspectos da doença e o
plano de tratamento serão explicados. É fundamental um acompanhamento médico
rigoroso, bem como também um mudança do estilo de vida e a adoção de
medicamentos.
É pertinente ressaltar, conforme afirmam Smeltzer & Bare (2002, p. 608), a
importância do cuidado domiciliar e comunitário em relação ao autocuidado aos
pacientes:
O meio mais eficaz para aumentar a probabilidade de o paciente aderir a um
regime de autocuidado após a alta é fornecer a educação adequada sobre o
processo patológico e facilitar o envolvimento do paciente em um programa de
21
reabilitação cardíaca. Trabalhar com os pacientes no desenvolvimento dos
planos para satisfazer suas necessidades específicas estimula mais ainda o
potencial para a complacência.
Na verdade, a mudança no estilo de vida do paciente durante a
convalescença e a cura é imprescindível após o evento do IM. O período de cuidados
maiores duram de 6 a 8 semanas, sendo ao paciente cabe a modificação das
atividades, com a finalidade de recuperação completa. Entretanto, convém ressaltar
que a adaptação a uma crise cardíaca é um processo contínuo e, via de regra, requer
uma modificação no estilo de vida, bem como algumas específicas.
Porto (2002), destaca que a reabilitação do paciente enfartado inclui a
prescrição de exercícios físicos com educação sobre medidas que modifiquem, então,
os fatores de risco, que trazem inúmeros benefícios quanto à qualidade de vida.
Entretanto, naturalmente, a prescrição dos exercícios deve ser supervisionada, sempre
que possível, por profissionais especializados.
Porto (2002, p. 613), chama a atenção, ainda, para o ponto de vista de
reintegração social, assinalando que o “suporte mais efetivo é o familiar. Os familiares
devem saber da importância do seu apoio, incluindo-se a observação de que a
necessidade do mesmo é maior e dura mais tempo do que os familiares imaginam”.
Assim, sabe-se que a qualidade do suporte psicológico é muito importante,
inclusive, facilita a adesão do paciente ao tratamento, conforme tratar-se-á no próximo
capítulo.
2.8 TRATAMENTO DO IAM
O tratamento rápido do infarto agudo do miocárdio tem como finalidades
reduzir a lesão do tecido afetado, a cicatrização da área afetada, o resguardo da
totalidade do tecido miocárdio normal e evitar complicações fatais.
Quando o tratamento é feito logo após o infarto, acredita-se que se possa
reduzir energicamente a lesão do músculo do coração. Livrar a lesão do tecido do
22
miocárdio e aliviar a dor se consegue através de repouso e medicamentos para diminuir
o trabalho cardíaco e recuperar o fluxo sanguíneo. A administração de agentes
trombolíticos objetivam desmanchar possíveis trombos ou através da anginoplastia.
Neste momento os médicos, de modo geral, optam pela administração da dolantina por
ser uma droga de efeito analgésico potente. Também podem ser utilizados
antiarritmicos, mais seu uso ainda é discutido.
Porto (2002, p. 610), assegura que:
Uma vez hospitalizado, o paciente deve ser monitorizado de forma contínua,
na derivação com maior supradesnivelamento. O diagnóstico do infarto deve
ser confirmado com a confirmação de ECGs e dosagens enzimáticas seriadas.
Nesta fase impõe-se o controle intensivo do paciente, pois a maioria dos
reinfartos ocorre nas primeiras 24 horas.
Nessa fase o paciente precisa ser vigiado o tempo todo. Para que seu
músculo cardíaco não sinta ausência de sangue é preciso que se administrem oxigênio
e drogas que reduzam a dor causada pela baixa concentração de oxigênio circulante.
Assim, nesse período crítico deve-se limitar a permanência do paciente na
UTI pelo período mínimo de 72 horas (setenta e duas horas), pois neste momento há a
necessidade de se monitorar continuamente o infarto devido a varias circunstancias de
complicações que possam vir a ocorrer.
Vencida essa fase, preferencialmente transfere-se a paciente para um leito
privativo, limitando-se o número de visitas, mas permitindo que ele sente-se em uma
poltrona por períodos breves. A liberação para o paciente sentar-se começa pelo quarto
ou quinto dia, aumentando gradativamente o tempo.
Cabe aqui ressaltar, que a movimentação antecipada permite uma melhora
considerável do bem-estar psicológico do paciente, além de diminuir a incidência de
trombo embolia. Mesmo assim, há que se ter o cuidado de observar o paciente para ver
se não houve nenhuma alteração no seu quadro clínico decorrente desta atividade
física.
A alimentação deverá ser sódica e leve. Deve-se ter todo o cuidado na
comida que o paciente vai ingerir deste momento em diante: o mesmo deve seguir uma
dieta rigorosa evitando alimentos que contribuam para o risco de um novo IAM. À
23
medida em que as condições clinicas do paciente permitirem, a dieta será liberada.
Deve-se ter também a precaução no momento da evacuação, o paciente não deve
fazer esforço excessivo, nestes casos deve-se fazer uso de laxantes suaves.
O uso de tranqüilizantes servirá para diminuir as causas que angustiam o
paciente tais como: a dor, a própria internação, por estar na UTI, medo da morte, entre
outros, pois todas estas situações elevam os batimentos cardíacos e a pressão.
Depois que a pessoa sofre um infarto é necessário avaliar o prejuízo
causado, saber qual a dimensão do miocárdio que foi atingida pela morte do tecido
(necrose)
e
qual
coronária
esta
entupida.
Desse
modo,
são
utilizados
o
ecocardiograma, teste ergométrico e a cineangiocoronariografia.
A recuperação do fluxo na coronária atacada pode ser alcançada através de
cirurgia ou angioplastia. Nas cirurgias são feitas postes de veia safena ou mamária
criando uma via alternativa de passagem do sangue para irrigar o miocárdio. Na
angioplastia, penetra-se um balão apropriado dentro da artéria para esmagar a placa
ateromatosa que está entupindo a artéria.
Todo indivíduo que sofre um infarto agudo do miocárdio apresenta grande
risco de recorrência. Existem alguns medicamentos que ajudam a reduzir esse risco,
devendo ser utilizados diariamente. Alguns, além disso, ajudam a tratar os episódios de
dor. As medicações mais habitualmente empregadas após o infarto são:
• AAS: usada para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos,
principalmente nas placas de gordura nas artérias;
• Oxigênio através de um cateter nasal ou máscara;
• Medicamento para dor como os derivados da morfina;
• Beta-bloqueadores usados para reduzir a demanda de oxigênio pelo
coração como propanolol, atenolol, brisopolol, metoprolol.
• Antagonistas do cálcio utilizados com os mesmos objetivos que os betabloqueadores em pessoas que não toleram o uso desses últimos, como por exemplo
verapamil, diltiazem, nifedipina, entre outros.
• Nitratos (nitroglicerina) para aumentar o fluxo de sangue para o coração.
Tratamento da dor na forma de comprimidos sublinguais.
24
• Inibidores da ECA (enzima da conversão da angiotensina) são
extremamente importantes, ajudam o coração a trabalhar de forma mais eficaz,
principalmente, porque abaixam a pressão sanguínea reduzindo os danos causados
pelo infarto ao coração captopril, enalapril.
• Inibidores dos receptores IIb e IIIa são medicamentos que bloqueiam a
ligadura entre as plaquetas pelo fibrinogênio, reduzindo a coagulação, tirofipam, por
exemplo.
• Estatinas ajudam a reduzir os níveis de gordura no sangue, principalmente o
colesterol, como, por exemplo, sinvastatina, pravastatina, atovastatina.
O cateterismo cardíaco é indicado para quando se estabelece o diagnóstico
do infarto agudo do miocárdio e, portanto, o paciente é considerado candidato ao
tratamento para reperfusão da coronária lesada.
A reperfusão é melhor quando feita mecanicamente. O paciente é
encaminhado ao setor de hemodinâmica para fazer um cateterismo cardíaco. Um
cateter é enfiado por um vaso sanguíneo de grande calibre em direção ao coração. Um
contraste é injetado para localizar o bloqueio na artéria coronária, é assim que será feito
o diagnóstico preciso da lesão e sua localização.
Logo que se detecta a localização da lesão, uma angioplastia coronariana
será feita na tentativa de desbloquear a artéria coronária. Nela, um cateter que tem um
pequeno balcão na ponta é introduzido através do bloqueio, e então o balão é insuflado
para esmagar o coágulo e a placa. A maioria dos cateteres com balão também tem uma
malha de arame, chamada o stent na ponta. Logo que o balão é insuflado, o stent
permanece em seu lugar para manter a artéria aberta.
A reperfusão também pode ser feita com remédios que dissolvam o coágulo
(a
trombólise)
chamados
agentes
trombolíticos.
Estes
medicamentos
são
freqüentemente usados quando não é possível fazer uma angioplastia imediata.
A reabilitação cardíaca compreende um conjunto de intervenções com
benefício comprovado nos pacientes que já tiveram um infarto. A prática regular de
atividade física, mudanças no estilo de vida e acompanhamento psicológico são
componentes essenciais na reabilitação do paciente quando aplicados em conjunto.
25
É de nosso conhecimento que a prática de exercícios físicos está ligada à
manutenção da saúde cardiovascular. A maioria dos pacientes, vítima de um infarto do
miocárdio,
são capazes de se exercitar pouco tempo depois do acontecimento,
entretanto a intensidade e duração dessa atividade física devem ser determinadas com
base na gravidade do evento cardíaco o que permite a criação de um programa
adequado para cada paciente.
O exercício mais apropriado é a atividade aeróbica, incluindo a prática de
caminhadas, ciclismo, remada, entre outros. A freqüência é de três a cinco vezes por
semana, sempre acompanhados de um período inicial de aquecimento e um período de
relaxamento após cada exercício. Os indivíduos com doenças mais graves devem
exercitar-se sob supervisão médica.
Talvez, o componente da reabilitação mais difícil de ser seguido seja a
modificação do estilo de vida. É importante destacar que a adoção de hábitos
alimentares saudáveis, a perda de peso e a diminuição dos níveis de colesterol
reduzem os fatores de risco. Deve-se reduzir a ingestão de carnes vermelhas,
especialmente as muito gordurosas, óleos animais, manteigas, margarinas, bebidas
alcoólicas e aumentar a ingestão de verduras, frutas, legumes e óleos sem colesterol azeite de oliva de preferência. A interrupção do tabagismo é de fundamental
importância, ajudando a reduzir a incidência de varias outras doenças.
A depressão é bastante comum entre os pacientes que já sofreram um infarto
do miocárdio, nesse caso, o acompanhamento psicológico, com o objetivo de ajudar a
diminuir o nível de estresse e a lidar com as situações difíceis, é fundamental e tem sido
apoiado pelos estudos que sugerem uma ligação entre o estudo emocional e a
ocorrência de eventos que levam ao infarto.
2.9 COMPLICAÇÕES APÓS O IAM
Num prazo de vinte e quatro horas após o infarto podem ocorrer as
complicações mais letais que são as arritmias. Temendo essas complicações é que
26
foram criadas as UTIs coronarianas. Neste local, o paciente receberá todos os cuidados
necessários para perceber antecipadamente e prevenir com tratamentos específicos
essas arritmias.
Nesse contexto, Porto (2002, p. 612), destaca que três das complicações
mais temidas são: ruptura de músculo papilar, ruptura do septo interventricular e ruptura
da parede livre do ventrículo esquerdo.
2.10 PREVENÇÃO DO IAM
Um dos maiores índices de morte é o IAM. Entretanto, devido a mudanças
nos hábitos alimentares e exercícios físicos que as pessoas vêm praticando, tais
índices estão diminuindo.
O primeiro passo fundamental para combater
a doença é a dieta na qual
se evita a ingestão de colesterol e triglicérides. É costumeiro fazer-se dosagem dos
mesmos a cada cinco anos, para procurar mantê-los dentro do nível normal. Quando os
níveis de colesterol e triglicérides estiverem altos, deve-se iniciar imediatamente um
tratamento através de dieta e/ou do uso de remédios que diminuem a concentração
desses elementos na corrente sangüínea.
O exercício físico possui um papel preponderante na prevenção do IM, não
apenas para melhorar o condicionamento do corpo, mas para ajudar a manter o peso
ideal. Aconselha-se a fazer caminhadas durante meia hora cada, no mínimo três vezes
por semana. Quando se pratica o exercício físico, o coração trabalha mais, fator que
favorece uma circulação colateral, podendo salvar o paciente quando uma artéria
importante do coração encontra-se bloqueada.
O vício de fumar deve ser deixado imediatamente, não somente para evitar o
IM, como outras doenças que o cigarro causa, como o câncer de pulmão.
O estresse também merece cuidados, pois, na maioria das vezes, é ele
responsável pela hipertensão arterial. Diversas atividades podem ser utilizadas para
27
diminuir o estresse como massagens, ioga, exercícios físicos em geral, esportes e
meditação. Portanto, suprimindo-se os fatores de tensão, reduz-se o risco de IM.
Diante do exposto acima torna-se claro que a melhor maneira de prevenir o
infarto é reduzir a exposição aos fatores de risco.
O primeiro passo é controlar a alimentação. A dieta deve ser composta de
carnes magras, peixes e aves, e muita verdura e legumes. Os óleos recomendados são
os de origem vegetal sendo que o azeite de oliva é o mais indicado, pois é rico em HDL
(o colesterol bom que protege a formação de placas nas artérias).
Para prevenir o IM é necessário manter um cronograma de atividade física
regular, sempre sob orientação médica, mudar os hábitos para a diminuição do
estresse, parar de fumar (o cigarro favorece a formação de placas ateroscleróticas nas
artérias) e consumir moderadamente o álcool.
Os portadores de hipertensão devem estar atentos ao controle da pressão
arterial e reduzir o sal da comida. Os diabéticos, também, devem redobrar os cuidados
com o infarto. Os níveis de colesterol devem ser medidos periodicamente e as mulheres
que fumam não devem usar anticoncepcionais orais.
A prevenção, a identificação precoce e o controle adequado dos fatores de
risco diminuem a probabilidade de um ataque cardíaco.
Diante de todos esses pontos expostos é preciso ressaltar, segundo o site
Portal do Coração (2008,p. 1) que:
Se você é fumante, parar de fumar diminui muito o risco de ocorrer um infarto
do miocárdio ( IM ). Este risco diminui 50% em dois anos , podendo tornar-se
igual ao de alguém que nunca fumou em 7 a 12 anos. O estudo INTERHEART
( estudo sobre a importância dos fatores de risco no IM ) demonstrou que nos
fumantes , o risco relativo de um IM dobra a partir de 5 a 10 cigarros por dia .
Este risco aumenta em até oito vezes, nos indivíduos que fumam cerca de
duas carteiras por dia ( 40 cigarros ).
Recomenda-se a realização de atividade física aeróbicas (andar, correr,
pedalar, dançar, nadar e fazer hidroginástica), pelo menos 3 vezes por semana ( 5 a 7
vezes para os indivíduos que precisam perder peso ), por no mínimo 30 minutos , com
uma intensidade moderada (ao fazer o exercício você fica um pouco ofegante , mas
consegue falar frases inteiras ) . As atividades físicas do dia-a-dia ( ex: caminhar por 15
28
minutos para ir ao trabalho e mais 15 minutos para voltar do trabalho ), também trazem
resultados positivos.
É fundamental, então, alimentar-se de uma forma saudável, ingerindo-se um
quantidade de calorias diárias, que lhe ajude a atingir um peso adequado. A ingesta
diária de frutas , verduras e legumes, ajuda a prevenir um infarto do miocárdio ( IM ) . é
importante também limitar a ingesta de sal em menos de seis gramas ao dia (cerca de
seis colheres rasas de chá de sal, ou seja, 4 colheres rasas de chá de sal para o
preparo dos alimentos, mais duas colheres de sal próprio dos alimentos). É importante
evitar os alimentos ricos em colesterol (menos de 300mg de colesterol ao dia), os quais
são exclusivamente de origem animal (derivados do leite com alto teor de gordura,
gordura aparente das carnes , gema dos ovos , pele das aves , miúdos , embutidos e
certos
frutos do mar ). As gorduras saturadas (frituras) devem ser evitadas
e as
gorduras trans ou hidrogenadas, encontradas em alguns produtos industrializados
como molhos, sorvetes, bolos e certos biscoitos, é altamente recomendada a ingestão
peixe, principalmente os ricos em ácidos graxos ômega 3 (sardinha, truta, salmão e
bacalhau), pelo menos duas vezes por semana.
Os fitoesteróis são substâncias antioxidantes de origem vegetal que podem
ser encontradas em margarinas enriquecidas, que são uma ótima opção para substituir
a manteiga ou as margarinas com gorduras hidrogenadas. Procure ingerir alimentos
ricos em fibras (cereias, frutas, verduras e legumes). Derivados da soja, grão integrais ,
nozes, assim como outros alimentos, apresentam efeitos comprovadamente benéficos
sobre as gorduras do sangue e a aterosclerose (leia as páginas sobre alimentos
funcionais ).
A ingesta regular de bebidas alcoólicas , como o vinho tinto , não deve ser
estimulada com o objetivo de prevenir um infarto do miocárdio ( IM ) . Se você é homem
e costuma beber, procure restringir a ingesta de álcool em 30 gramas de etanol por dia
(700 ml de cerveja = 2 latas de 350 ml ou 300 ml de vinho = 2 taças de 150 ml ou 100
ml de destilado = 3 doses de 30 ml) . Se você é mulher, essa ingesta deverá ser de 15
gramas de etanol , ou seja, 50% da quantidade permitida para homens. O álcool é
calórico, pode aumentar os níveis de açúcar, ácido úrico e triglicerídeos, além de poder
causar dependência física e psíquica (alcoolismo ).
29
Manter o peso ideal é fundamental. Um índice de massa corporal ( IMC =
peso dividido pela altura ao quadrado ) inferior a 25 kg/m2
e uma circunferência
abdominal inferior a 94 cm nos homens e 80 cm nas mulheres , são as metas a serem
obtidas quando o assunto é peso e medidas. Para uma perda de peso , uma dieta
hipocalórica e a prática diária de exercícios físicos , são fundamentais. A utilização de
medicamentos poderá ser útil. A cirurgia bariátrica pode ser indicada para casos
selecionados.
Consultar regularmente o médico de confiança é outra medida. Retornando
ao consultório para as reavaliações clínicas dentro do tempo estipulado por seu médico.
Realizar todos os exames complementares solicitados pelo seu médico.O resultado
destes exames serão fundamentais para avaliação do seu quadro clínico e ,
conseqüentemente , para a definição de um plano de prevenção e tratamento
adequado para você.
Para o combate dos fatores de risco para o infarto do miocárdio ( IM ) , como a
hipertensão arterial , as dislipidemias , o diabete melito , a obesidade , o hábito
de fumar , entre outros ( leia a página sobre fatores de risco cardiovascular ) ,
poderá ser necessária a utilização de medicamentos. A maioria destas drogas
serão de uso contínuo e indefinido. Use as medicações prescritas por seu
médico regularmente. Não pare de usá-las sem a sua permissão.Evite trocas no
balcão das farmácias.
Combater o estresse e a depressão é essencial à saúde do coração. Estas
duas situações aumentam o seu risco de você sofrer de um infarto do miocárdio ( IM ).
Provavelmete será necessária a avaliação de um profissional especializado na área,
como um psiquiatra ou psicólogo. Exercícos físicos, técnicas de relaxamento,
psicoterapia e o uso de medicamentos , poderão ser necessários.
Dedique pelo menos um dia da semana totalmente voltado para si prórpio e
o convívio junto de seus familiares.
Permanecer a maior parte do tempo possível junto das pessoas que se ama e
viver em paz e harmonia com o mundo à volta.
30
2.11 PROGNÓSTICO DO IAM
O tempo de duração dos sintomas do ataque do coração varia de pessoa
para pessoa. Em aproximadamente 15% dos casos, o paciente pode ter uma lesão
permanente ao chegar ao hospital, e outros 15% morrem depois que chegam à
emergência. Dentre os 70% que sobrevivem à hospitalização, aproximadamente 4%
poderá morrer dentro do primeiro ano depois da alta, em geral por um novo infarto.
Porém, este risco não é o mesmo para todas as idades.
Toda pessoa deve procurar imediatamente um serviço de cardiologia de
emergência se sentir dor no peito, mesmo se ela parece somente com uma indigestão
ou se é muito jovem para ter um ataque do coração.
Em geral, os infartados apresentam palidez e sudorese em excesso,
conforme já citou-se. No caso da angina, a dor é geralmente em forma de aperto ou
sensação de sufocação. Quanto mais cedo, o doente coronariano receber atendimento
médico, mais serão suas chances de sucesso. Após 12 horas da ocorrência, as
chances passam a ser muito remotas. Como as doenças coronarianas são traiçoeiras,
pois muitas vezes não produzem sintomas, por isso, a prevenção ainda é o melhor
caminho.
2.12 CUIDADOS HOSPITALARES A PACIENTES ENFARTADOS
Vários são os cuidados a serem tomados com relação ao paciente enfartado
conforme abaixo seguem relacionados.
- De imediato, o paciente, é encaminhado para a UTI, pois necessita ser
monitorado o tempo todo para o caso de eventuais complicações;
- Observação do paciente para avaliar e/ou visualizar continuamente a
freqüência do batimento cardíaco a fim de detectar antecipadamente o aparecimento de
arritmias;
31
- A comunicação rápida do surgimento de dores torácicas (com ou sem
irradiação), dispnéias, palpitações, desmaios, transpirações excessivas, entre outros;
- Anotação da hora, duração e existência de fatores antecipados e brandos;
- Avaliação dos níveis de consciência do paciente e sua orientação no tempo e
no espaço;
- Comunicação imediata de qualquer alteração de consciência que podem ser
produzidas por medicamentos, choque cardiogênico iminente, má perfusão cerebral.
- Verificação do pulso periférico, freqüência, ritmo e volume - qualquer alteração
deve ser comunicada o mais rápido possível.
- Observar os distúrbios cardiovasculares que são refletidos nos valores e
parâmetros encontrados. Por exemplo: um pulso rápido (P>140) indica redução do
débito cardíaco. Um pulso lento (P<60) pode indicar bloqueio cardíaco. Um pulso
irregular pode ser sinal de arritmias e a ausência de pulso pode sugerir tromboembolia.
- O volume da urina também deve ser controlado e anotado (>ml/hora). A
retenção líquida é um alerta precoce de choque cardiogênico.
Neste contexto, Smeltzer e Bare (2002, p. 606), ressaltam sobre o processo
de enfermagem com o paciente enfartado: “Um dos aspectos mais importantes dos
cuidados do paciente com um IM é o histórico de enfermagem. Isso estabelece uma
linha basal sobre o estado atual do paciente, de maneira que qualquer desvio pode ser
notado de imediato”. Essa abordagem será discorrida no próximo subtítulo.
2.13 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ENFARTADO
A prática do cuidado permeia há algum tempo, mesmo antes da existência
da enfermagem, pois o cuidado desenvolvido pelas mulheres da antiguidade era como
forma terapêutica. Sendo este cuidado direcionado aos seus filhos ou maridos, que
encontravam em suas mulheres um sujeito relacionado ao cuidado.
Waldow (1999, p. 22) afirma que:
32
Os primeiros seres a praticar a medicina foram às mulheres, não porque eram
as enfermeiras naturais de seus homens e crianças, tampouco porque
realizavam os partos, mas devido à sua conexão tão próxima com o solo
(através da agricultura). Essas experiências deu-lhes conhecimento das
plantas, frutos, raízes, e sementes, capacitando-as a desenvolver a arte de
cuidar e medicar.
Ressalta-se que o cuidado como era executado pelas mulheres, já era de
forma terapêutica. Acredita-se que esse fato não se dava somente por esta ser do
gênero feminino, mas pelo conhecimento da agricultura e por utilizar os frutos retirados
da terra como forma coadjuvante na prática do cuidado.
As atividades de práticas de cuidados realizados como: tomar conta, cuidar,
tratar; garantiam ou mantinham as funções vitais do organismo, mesmo sem o
conhecimento científico. Sendo assim, executando as práticas de cuidado desde o
nascimento até a morte.
Para Waldow (1999, p. 22), desde os primórdios, foi a mulher quem primeiro
tratou no sentido de cuidar e medicar.
As mulheres ao longo do tempo, além de desempenhar os cuidados
relacionados às funções reprodutivas, as mesmas prestavam cuidados as pessoas
incapacitadas e aos idosos, bem como cuidar da educação dos filhos, ao cuidado com
as funções do lar, o preparo da alimentação da família e em algumas culturas e
costumes ao preparo de medicamentos caseiros.
Com a visão científica, o cuidado vem sendo aprimorado, e atualmente a
enfermagem é conhecida como a arte de cuidar, sendo ela um conhecimento científico.
Segundo Waldow (1999, p. 51), o cuidado compreende ou inclui também o
sentido da afeição, preocupação, assim como o de responsável pelas pessoas
necessitadas.
O cuidado sempre se fez presente na história da humanidade, sendo ele de
diversas formas, como; forma de viver e forma de relacionamento interpessoal. Pois o
significado do cuidado atribuído à enfermagem possui uma dimensão bem mais ampla
e científica acerca do cuidado, o qual era designado às mulheres na antiguidade.
A enfermagem surge depois, e começa a ser lapidada, adquirindo espaço
como ocupação distinta, com a formalização do seu ensino, realizada por Florence
Nightingale.
33
Antes do surgimento da enfermagem era apenas desenvolvido treinamento
das pessoas, com o objetivo desenvolver as atividades de conforto, administração de
medicamentos e de limpeza da unidade, bem como serviços desempenhados na
cozinha e lavanderia.
Segundo Waldow (1999, p.52), o cuidar foi por um período, característica da
enfermagem, e hoje, tenta-se resgatá-lo tanto no seu conhecimento como em sua arte.
Ressalta-se que, os aspectos históricos desta prática de cuidado
desenvolvidos pela enfermagem destacam-se em vários países do mundo, onde
sempre predominou o sexo feminino para exercer essa atividade.
No Brasil essa prática de cuidado ganha destaque principalmente por Ana
Neri, a percussora da enfermagem brasileira. Observa-se forte orientação para o
aspecto técnico que predomina o cuidado no Brasil.
O aprendizado das técnicas de enfermagem nas escolas também ganha
destaque, com isso surge o atendente, auxiliar e o técnico de enfermagem, os quais
desenvolvem ações de cuidado sob a ótica e a supervisão do profissional enfermeiro, o
qual passa a desenvolver ações de supervisão e procedimentos mais complexos,
atribuídos somente a este profissional.
Segundo nota Waldow (1999, p. 55), apesar da lei número 7.498/96,
disciplinando o exercício da enfermagem, os atendentes deveriam estar totalmente
extintos em 1996. Em muitos locais e no interior, onde a fiscalização torna-se mais
difícil, os atendentes ainda são encontrados.
Para Waldow (1999, p. 56), em sua trajetória, a enfermagem tem sido
associada ao termo cuidado e, no Brasil mais comumente, o termo assistir. Os termos
são utilizados de forma indiferenciada na realidade brasileira, mas algumas diferenças
podem ser observadas.
Ressalta-se a importância da utilização deste termo, pois o cuidado em uma
visão ampla também referencia o estar presente, o permanecer ao lado, o socorrer, ou
seja, estar por perto de quem necessita de cuidados.
No Brasil a enfermagem possui uma visão diferenciada no aspecto do cuidar,
o grande diferencial que a categoria vivencia é um afastamento dos profissionais
enfermeiros em relação ao paciente. Isso se dá pela formação universitária, portanto o
34
cuidado direto ao paciente passou a ser desenvolvido pelos demais membros da equipe
de enfermagem, já citados acima.
Waldow (1999, p. 57) afirma que:
È necessário apontar que isso contribui mais ainda para a desvalorização do
cuidado no Brasil; por longo tempo o maior contingente de trabalhadoras na
enfermagem, responsáveis pela maioria das ações, era constituído por
atendentes de enfermagem, categoria não profissional, sem preparo profissional.
Ressalta-se que esse aspecto predomina bastante em nosso país, já que o
cuidado direto ao paciente é atribuído á categoria de enfermagem sem formação
universitária. E sendo atribuídos ao enfermeiro segundo o COFEN (Conselho Federal
de Enfermagem) as atividades de liderança, organização e planejamento das tarefas,
controle da equipe de enfermagem e gastos, bem como procedimentos mais
complexos, de forma a tornar o serviço de enfermagem mais prático e econômico.
A enfermeira brasileira, para atender a demanda e controlar as atividades,
assume totalmente a função administrativa, ou melhor, de gerenciamento.
Conseqüentemente, as escolas de auxiliares de enfermagem sofrem um
incremento. Auxiliares de enfermagem são preparados para prestarem o
cuidado de enfermagem, auxiliados, nas tarefas menos complexas, pelos
atendentes de enfermagem. No final da década de 60, surge o técnico de
enfermagem (WALDOW, 1999, p. 59).
Observa-se bastante no Brasil esse tipo de prática realizada pelo enfermeiro,
já que em nosso país o COFEN legaliza o exercício do auxiliar e do técnico de
enfermagem, que desempenha o papel de cuidador, sob a ótica do enfermeiro.
O cuidado de enfermagem desde o seu início, sofreu mudanças em vários
aspectos, principalmente técnico, porém segundo Waldow (1999, p. 59) em meados da
década de 60 e 70, inicia-se uma nova fase no desenvolvimento da enfermagem,
denominado teorias de enfermagem. Várias tentativas são realizadas por algumas
lideranças na enfermagem mundial no sentido de humanizar a assistência ou o
cuidado. A enfermagem então busca seu status de ciência e, com isso sua identidade.
Na atualidade a enfermagem já possui o status de ciência, porém permanece
numa busca constante para a humanização em seu serviço, pois perante todos os
35
avanços tecnológicos a enfermagem ganhou seu espaço e sua identidade, juntamente
com a alta tecnologia na área da saúde. Diante disso, o cuidado se tornou uma atitude
técnica, e os aspectos humanos foram perdendo espaço.
Agora a enfermagem está resgatando o cuidar humano que se desvinculou
de sua arte, contudo, buscando maneiras e técnicas mais holísticas na arte de cuidar,
que consiste na essência da enfermagem.
A enfermagem tem como objetivos promover e intervir com ações, através da
visita domiciliária, na promoção de saúde, sendo esta realizada de forma que o familiar
seja avaliado em um contexto geral, respeitando seus princípios, fazendo com que o
enfermeiro possa resgatar todas as informações possíveis, para elaborar um plano de
cuidados aos familiares.
Em caso de necessidade de internação de um paciente enfartado ou mesmo
em nível ambulatorial, a enfermagem tem um papel fundamental, prestando cuidados
pertinentes com a situação e a especificidade do caso.
Reibnitz et al. (2001, p. 38), enfocam que o cuidado da Enfermagem é algo
fundamental para sua reabilitação:
pode-se prever a necessidade do cuidado de Enfermagem a partir da
observação da situação clínica do cliente; quando identifica-se e atende-se as
necessidades físicas e emocionais do cliente ajuda-se não só na recuperação
dele, mas de sua família também; e deve-se sempre pensar que o cliente
geralmente não está sozinho, ou seja, ele faz parte de uma família.
O paciente enfartado precisa ser continuadamente observado para possíveis
complicações, sendo de imediato encaminhado para a unidade de tratamento intensivo.
Os cuidados de enfermagem consistem em:
Monitorizar o paciente. Avaliar e/ou visualizar continuamente a freqüência e o
ritmo cardíaco. Afim de detectar precocemente o aparecimento de arritmias.
Observar e comunicar imediatamente o aparecimento de dor torácica (com ou
sem irradiação), dispnéia, palpitações, desmaio, transpiração excessiva. Anotar a hora,
duração e se há fatores precipitantes e atenuantes.
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Avaliar níveis de consciência, orientação no tempo e espaço. Alterações de
consciência podem ser produzidas por medicamentos, choque cardiogênico iminente,
má perfusão cerebral. Comunicar imediatamente qualquer alteração.
Verificar pulso periférico, freqüência, ritmo e volume. Qualquer alteração deve
ser comunicada rapidamente. Os distúrbios cardiovasculares são refletidos nos valores
e parâmentros encontrados. Ex: um pulso rápido (P>140) regular, porém fraco, indica
redução do débito cardíaco. Um pulso lento (P<60 )pode indicar bloqueio cardíaco. Um
pulso irregular pode sugerir arritmias. Ausência de pulso pode indicar tromboembolia.
Verificar e anotar volume urinário (>40ml/hora). A oligúria é um sinal precoce do
choque cardiogênico.
Fazer balanço hídrico. Anotar líquidos infundidos, ingeridos e perdidos (diarréia,
suor, sangue, urina e vômitos ). A atenção cuidadosa para o volume hídrico evitará
sobrecarga cardíaca e pulmonar.
Administrar medicamentos de acordo com a prescrição médica. Observar e
comunicar efeitos colaterais (hipotensão, depressão respiratória e diminuição da
acuidade mental.
Oferecer dieta de acordo com a prescrição (branda, hipossódica e hipocalórica).
Normalmente nas primeiras 12hs o paciente permanece em jejum.
Assegurar repouso absoluto no leito (o repouso diminui o consumo de oxigênio
pelo miocárdio).
Proporcionar ambiente repousante e tranquilizante, limitando o número e o
tempo das visitas (o estresse aumenta o consumo de oxigênio pelo miocárdio)
Promover conforto físico ao paciente, dispensando-lhe cuidados individualizados
de enfermagem.
2.14 PROTOCOLO DE PRONTO ATENDIMENTO A PACIENTES ENFARTADOS
A preservação do miocárdio depende do tempo de atendimento para que se
obtenha o melhor resultado nas primeiras horas. O atendimento imediato e urgente é
fundamental neste momento. A demora do paciente ou do serviço médico de
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emergência (SME), aumenta consideravelmente o tempo para o início da terapia de
reperfusão. O retardo diminui a eficácia da trombólise o que faz com que aumente
ainda mais a taxa de mortalidade. A maior demora encontra-se entre idosos, mulheres,
diabéticos e hipertensos.
O primeiro passo para evitar o desconhecimento dos sintomas é educar o
paciente, fazendo campanhas com distribuição de panfletos, palestras entre outras
formas de levar informações precisas a toda população e faixa etária.
O médico e familiares de pacientes que apresentam disfunção cardíaca
devem intensificar o esclarecimento sobre a necessidade de procurar atendimento caso
surjam os sintomas.
2.15 TROMBÓLISE PRÉ-HOSPITALAR
Existem controvérsias na eficácia da administração de trombolíticos para
pacientes com IAM antes da chegada ao hospital. Os trombólitos são considerados
como uma forma de preservar o miocárdio e diminuir a área enfartada. Entretanto,
ainda que não sejam definitivos, estudos apontam que não é o antes ou após a
chegada ao hospital que conta na aplicação do trombolítico, mas sim que seja feita a
sua administração dentro dos 70 minutos. Mesmo assim fica o alerta: o atendimento
rápido diminuir os casos de morte.
O corpo do serviço médico de emergência (SME), pode encurtar o tempo
porta-agulha que seria o intervalo entre a chegada do paciente ao pronto-socorro (PS) e
a administração do agente trombolítico. Todo pronto socorro deve determinar um
protocolo para atendimento de paciente com dor torácica e suspeita de IAM.
O médicos têm se referido ao espaço existente entre o tempo de chegada do
paciente ao PS, delimitando com precisão a terapia de reperfusão e início dos agentes
tromboliticos como intervalo “porta-droga”. Todo PS deve atingir a meta de não
ultrapassar mais de 30 minutos para proceder entre a avaliação e o início de tratamento
trombolítico nos pacientes com evidencia de trombose coronariana, sem critérios de
38
exclusão. Para que estes objetivos sejam atingidos, os itens relacionados na avaliação
imediata devem ser postos em prática, sempre que possível, em 10 minutos.
Os protocolos definidos pelos PS devem proteger tanto a avaliação como o
início do tratamento em geral.
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CONCLUSÃO
Este estudo monográfico possibilitou aprofundar o tema do IAM. Ao finalizar
este trabalho, pode-se dizer que o objetivo foi alcançado e que o momento de
aprendizagem e conhecimento por que se passou, serão com certeza de grande
utilidade para o desempenho das funções inerentes ao profissional de enfermagem, o
que resultará em uma atuação profissional rápida, adequada e eficiente trazendo
benefícios a pacientes enfartados que procuram o serviço hospitalar.
Através das publicações pesquisadas e analisadas, constatou-se que o
atendimento precoce é, ainda, a melhor maneira de evitar a morte e amenizar possíveis
seqüelas. Portanto, se faz necessário que os profissionais de saúde busquem
aperfeiçoar-se dentro das novas tecnologias com o fim de salvar vidas.
Apesar dos avanços terapêuticos das últimas décadas, as doenças
cardiovasculares ainda continuam sendo, no Brasil, a primeira causa de morte, isto
porque grande parte dos pacientes não recebe o tratamento adequado.
A criação das Unidades Coronarianas e a introdução do tratamento de
reperfusão através de fibrinolíticos ou angioplastia primária foram de essencial
importância para reduzir a mortalidade e as complicações relacionadas à doença.
Entretanto, apenas os pacientes, como pudemos ver no decorrer do estudo, admitidos
nos serviços de emergência precocemente são os que podem se beneficiar com as
técnicas terapêuticas hoje disponíveis.
Portanto, o prognóstico dos pacientes depende, primordialmente, da agilidade
em encontrar um serviço médico e da eficiência desse procedimento para obter a
reperfusão coronariana o mais rápido possível.
O sintoma mais relevante do IAM é a dor ou desconforto intenso atrás do
osso esterno que, na maioria das vezes, é referido como aperto, opressão, peso ou
queimação. Costumeiramente esses sintomas vêm seguidos de náuseas, vômitos,
sudorese, palidez e sensação de morte iminente. Tais desconfortos têm duração acima
de vinte minutos, entretanto dores com duração abaixo de vinte minutos podem ser
suposição de angina no peito. Vale ressaltar que pacientes diabéticos, idosos e
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mulheres têm maior propensão de apresentarem uma dor ou desconforto atípico, isto é,
com características e intensidade diferentes dos outros.
O suprimento de sangue para o coração se dá por meio das artérias
coronárias. Deste modo, o entupimento de uma artéria coronária e/ou de um de seus
ramos causa obstrução do fluxo sangüíneo para o músculo cardíaco.
Ora, o coração é um órgão vital no processo de bombeamento de
substâncias energéticas para todo o organismo e qualquer patologia que neutralize a
sua nutrição afetará todo o balanço energético do organismo, podendo acarretar o
comprometimento de toda a funcionalidade dos sistemas de preservação da vida.
Assim sendo, em casos de IAM, deve ser urgente a busca por um tratamento eficaz
para evitar e/ou diminuir complicações daí decorrentes.
Conforme a bibliografia consultada, o IAM continua sendo líder de
mortalidade no mundo todo, e, ainda que tenha havido grande redução de morte
hospitalar decorrente da introdução de novas tecnologias, a questão da mortalidade
pré-hospitalar permanece quase que estagnada, com números semelhantes aos de
quarenta anos atrás. Este fato constitui-se num desafio às autoridades de saúde pública
e levam milhares de vidas em plena idade produtiva ocasionando inúmeros prejuízos à
sociedade.
Os autores consultados explicam que dois terços das mortes súbitas por
doenças coronarianas acontecem fora do hospital e, grande parte, em duas horas após
o início dos sintomas. Muitas dessas ocorrências fatais poderiam ser evitadas se o
paciente recebesse atendimento imediato e apropriado. Portanto, o diagnóstico precoce
e o tratamento adequado reduzem a possibilidade de morte arrítmica e melhoram a
função ventricular esquerda após o infarto. Dessa forma, o tempo e a qualidade da
atenção médico-hospitalar são fatores essenciais logo nos primeiros minutos da
manifestação dos sintomas.
A questão do retardo da atenção médica está não apenas ligada ao paciente,
que nem sempre reconhece e hesita em aceitar a gravidade de sua condição, mas,
também, a fatores quanto à disponibilidade de transporte e possibilidade de acesso à
rede hospitalar. Um sistema de atendimento médico-emergencial carente do ponto de
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vista de recursos materiais e humanos pode ser altamente lesivo para os pacientes que
sofrem um IAM.
Especialistas em IAM sugerem que diversas ações sejam efetuadas a fim de
diminuir o retardo pré-hospitalar por parte do paciente na busca de um adequado
atendimento por serviço médico de emergência o que é imprescindíveil para evitar a
perda de vidas dentro e fora do hospital. Para isto é preciso melhorar o atendimento pré
e intra-hospitalar com o objetivo de permitir que as decisões tomadas resultem em
atendimento rápido e eficiente nos primeiros minutos após o início dos sintomas.
O estudo e a pesquisa sobre IAM com certeza não se encerram aqui. Esperase que este trabalho, além de reforçar a importância do tema, possa contribuir para o
esclarecimento, especialmente, dos profissionais em saúde no sentido de proporcionar
à população um atendimento rápido, adequado e eficiente.
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