FARMACOLOGIA DA ANGINA Vamos começar hoje com a doença que mais mata no mundo inteiro, que é a doença coronariana. Vamos iniciar com a fisiologia e depois passamos para o tratamento farmacológico. Do grego: angina = estrangular e do latim: pectoris = peito, portando, a dor anginosa é uma dor em aperto, que geralmente irradia para o membro superior esquerdo, região mandibular (as vezes até dor epigástrica se for infarto inferior) surge durante esforço ou stress (durante o frio também é comum), pode vir acompanhada de sudorese, náuseas e vômitos, dura alguns minutos e alivia com repouso ou nitrato sublingual. É uma doença extremamente prevalente. Nas mulheres varia de 7 à 14% da população e nos homens de 7 à 15%. A maior prevalência está nos EUA e a menor está na França. Além da prevalência, a mortalidade também é muito alta (a cada 30 casos de angina, haverá pelo menos um infarto e a mortalidade do infarto nas primeiras horas é de quase 50%). A angina pode ser dividida didaticamente em tipos: Angina típica: Angina estável – ocorre aos esforços, dura minutos e alivia com repouso e nitrato sublingual. Apesar da placa de aterosclerose, ainda existe um fluxo sanguínio. Angina instável – Ocorre no repouso ou esforço mínimo. É a intermediária entre a angina estável e o infarto. Na instável, a placa se rompeu e formou um trombo temporário que não deu tempo de causar necrose. O paciente tem dor em repouso, pode ser aliviada com nitrato e é uma emergência. A duração geralmente é menor que 20 minutos mas pode durar mais, sendo necessário pediar enzimas e eletro para diagnóstico diferencial com infarto. É considerada síndrome coronariana aguda, assim como o infarto. Angina atipica ou de Prinzmetal : não está relacionada à placa de ateroma. Ocorre por espasmos temporários que levam à isquemia do miocardio. É mais prevalente em mulheres e jovens. Alivia com nitrato sublingual. Algumas drogas de abuso também pode levar a esses espasmos como a cocaína. Isquemia silenciosa – o paciente não sente nada. Ocorre geralmente em pacientes diabéticos. Essa divisão didática é importante pois alguns fármacos como os beta-bloqueadores pioram o vaso espasmo, logo não podemos usar esses fármacos em pacientes com agina de Prinzmetal. Existe uma classificação da sociedade canadense que também é muito importante. Ela pontua o paciente de 1 a 4 e com isso fica mais facil de ver a gravidade e a progressão da doença. Como é feito o diagnóstico? O paciente chegou na emergência com uma dor precordial típica. Interna-se o paciente e realiza teste bioquímico para dosar as enzimas (CPK-MB, troponina TI, mioglobina), ECG. Se houver duas dessas três alterações (dor precordial, alteração bioquimica e alteração de ECG), considera-se que o paciente está infartando. Antigamente fazia-se trombolítico, mas atualmente utiliza-se mais a angioplastia primária e em alguns casos, a cirurgia. Em testes de rotina, pode-se fazer o teste ergométrico, que é mais específico para homens, já que em mulheres ocorre muito falso-positivo, e não se sabe o por quê. Para pacientes que não podem fazer teste de esforço, injeta-se drogas que aceleram o coração como dipiridamol e dobutamina e também tem o ECO de exercício e de stress farmacológico.( OBS: o ECG de repuso não é sensível, logo não se deve descartar uma doença coronariana se o ECG de repouso for negativo). Aqui nós temos a progressão de uma placa. É um vaso normal. Depois aparece a placa que vai progredindo até se romper, expõe o colágeno, estimulando as plaquetas a aderir, agregar, atrair fatores de coagulação até formar um trombo. Nesses estágios iniciais, o endotélio já pode estar disfuncional. Como se vê isso? Injeta-se um fármaco vasodilatador pela braquial e realiza-se um Doppler. Se não dilatar como deveria, já pode se dizer que há disfunção endotelial. Temos 3 vasos principais: o tronco da coronaria esquerda se bifurca em a. descendente anterior e a. circunflexa e a a.coronaria direita que irriga a parte lateral e inferior do coração. Geralmente os casos mais graves de infarto ocorre por obstrução da a.descendente anterior, causando arritmias e morte súbita. Aqui é um cateterismo mostrando o vaso integro e depois uma lesão. O que causa a dor anginosa? Um desiquilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio. O que controla a oferta? O fluxo coronariano na diástole e a resistência periférica. Por outro lado, a demanda é controlada pela frequencia cardíaca (que aumenta no stress, exercício físico, hipertireoidismo, drogas de abuso), contratiliadade (quanto mais hipertrofiado o coração, maior a força de contração e necessidade de oxigênio) e a tensão parietal, que é a pré e a pós-carga). Logo o desequilíbrio desses fatores levam a angina. O mais comum é a obstrução do fluxo coronário, no entanto, pacientes com hipertireoidismo podem ter angina pelo aumento da frequência cardíaca. Slide: quanto mais tempo o coração ficar na diastole, maior será o fluxo sanguíneo coronariano. Fármacos como o beta-bloqueador e o verapamil, que diminuem a frequancia cardíaca, aumentando o tempo de diástole. Antigamente o tratamento para angina era a flebotomia, uma vez que diminui a volemia a portanto a sobrecarga cardíaca, o que diminui o trabalho cardíaco. Hoje em dia temos três possibilidades: angioplastia (que é tratamento de escolha para infarto agudo com poucos vasos comprometidos), cirurgia de revascularização (muitos vasos comprometidos – pode-se usar a safena, a braqueal e a mamaria. A artéria é melhor pois mimetiza bem a a. coronária), e o tratamento farmacológico. Tudo isso deve ser aliado à mudança do estilo de vida. Pergunta: se utilizar a arteria é melhor por que se usa mais as veias? R: Porque a safena é mais longa e é classicamente usada. As artérias são mais recentes. No caso da mamária é até melhor porque só faz uma anastomose. Mas tudo começou com a safena e as poucos vem se utilizando as artérias. O tratamento farmacológico Os nitratos são os farmacos mais antigos. Os beta-bloqueadores foram criados nos anos 60, assim como os antagonistas dos canais de cálcio, a trimetazidina há 2 décadas, o nicorandi há uma década e a ranolazina é a mais recente. Ainda não tem no mercado brasileiro. O histórico dos nitratos... O primeiro dessa classe a ser descoberto foi a nitroglicerina. Ela foi descoberta por um italiano em 1847, mas ficou mundialmente conhecida por Alfred Nobel, que em 1863 descobriu a dinamite. No final de sua vida, Nobel apresentou angina pectoris e teve prescrita a nitroglicerina. Ele descreveu “....que seria ironia o fato de ter sido prescrita a nitroglicerina para ser usada internamente . Ele ficou com tanto remorso de ter destruido tanta coisa que doou toda sua herança para o prêmio Nobel que todo ano acontece na Suécia. A nitroglicerina também é utilizada em ataques terroristas.... Mais um pouquinho de história... Em 1867, Brunton demonstrou que o nitrito de amilo aliviava a angina, na verdade, ele tinha um efeito parecido com a flebotomia, pois promovia uma vasodilataçao, aliviando os sintomas da angina. Como era inalado, era muito difícil conseguir a dosagem correta. E ai em 1879,William Murrel demonstrou que os efeitos da nitroglicerina eram semelhantes aos do nitrito de amilo,empregando-a por vias sublingual. Hoje em dia, o nitrito de amilo nem é mais utilizado, por conta da dificuldade de dosagem correta desse fármaco, já que era inalado; ele foi totalmente substituído pela nitroglicerina sublingual no tratamento da angina. Vocês viram na primeira aula que nós fisiologicamente produzimos o óxido nítrico(via endógena), e eu vou explicar essa via pra voces entenderem o mecanismo de ação do nitrato. A arginina plasmática, que se encontra em torno de 100 micromolar, vai ser transformada no endotélio em oxido nítrico e citrolina(?) pela enzima oxido nítrico sintase. O oxido nítrico vai ativar a guanilato ciclase, levando a um aumento do GMPc e diminuição do cálcio intracelular. Entao para a via endógena do oxido nítrico eu preciso de argina, de um endotélio integro(porque é ali que fica a NO Sintase) e do músculo liso(para que o NO possa ativar a guanilato ciclase, produzir GMPc e reduzir o calcio)...essa é uma via endogena normal! Os nitratos tiveram seu mecanismo esclerecido só nos anos 80; eles não dependem de arginina plasmática e não dependem do endotélio. O nitrato a nível de músculo liso vai se ligar(sofrer oxidaçao) ao grupo sulfidrila e vai formar o nitroso tiol. Diferente da via endógena, eu não preciso de arginina e não preciso de endotélio, nem da NO sintase. O nitrato vai junto com o grupo da sulfidrila(que vem da cisteína) formar o nitroso tiol no músculo liso.O nitroso tiol se transforma em oxido nítrico, que a partir daí é semelhante a via endógena....o NO vai ativar a guanilato ciclase, levar ao aumento de GMPc e levar a uma redução do cálcio intracelular. De que maneira ele consegue reduzir esse cálcio intracelular no músculo liso? Existem várias proteínas dependentes do GMPc que vão fazer essa redução do cálcio. Proteínas dependentes ddo GMPc que vão: 1) jogar pra fora o cálcio (expulsar o cálcio), 2)vão seqüestrar o cálcio no retículo, 3) vão fechar os canais de cálcio impedindo a entrada desse íon. Ela se refere ao slide acima: Aqui nós temos veias, arteríolas e artérias. Com dose baixa de nitratos, as 1as a dilatarem são as veias. Depois, com doses intermediárias, dilatam as artérias e, por fim, com doses maiores, as arteríolas dilatam. Então é muito difícil reduzir a pressão arterial: tem que dar dose muito alta pra vencer a resistência. Por que as veias são as 1as a dilatarem? parece que as veias tem mais grupos sulfidrilas que poderiam produzir mais o óxido nítrico. Alguém faz uma pergunta inaudível. Principal mecanismo dos nitratos: por dilatarem as veias, o principal mecanismo será a redução do retorno venoso/da pré-carga e, com isso, do trabalho cardíaco e da necessidade de oxigênio. Além disso, numa dose intermediária teremos uma vasodilatação coronariana, tanto das artérias epicárdicas quanto das colaterais. E por último, com uma dose bem maior, eu vou dilatar as arteríolas de resistência, diminuir pós-carga e a pressão arterial. Mas a principal ação dos nitratos é diminuir a pré-carga (o coração vai precisar trabalhar menos, vai necessitar de menos oxigênio). Em vários livros, dizem que o nitrato tem efeito Robin-wood. Mas como é isso? EFEITO ROBIN-WOOD: nós temos a aorta e nós temos 2 artérias coronárias. Essa artéria aqui está ocluida. Como ela está ocluida, as arteríolas la em baixo...ela pausa: como é o controle das arteríolas numa situação de hipóxia? Oq vai acontecer abaixo da obstrução? Vasodilatação às custas de bradicinina, prostaciclina, prolactato (?). Então, localmente as arteríolas se dilatam pela isquemia local. Essa região que tem a oclusão, as arteríolas la no final vão estar muito vasodilatadas por mediadores locais. Então, sangue que sai do lado normal será deslocado através do vaso colateral pra essa região aqui, porque essa região aqui está tão dilatada que a resistência é muito menor. (OBS: quando ela diz “essa região aqui” se refere ao sítio pós-oclusão.) Então fluxo sanguineo vai sair da coronária normal, passa pelo vaso colateral que também está dilatado, e pras arteríolas do lado ocluido, porque essas arteríolas estão tão dilatadas que a resistência encontrada aqui é muito menor que no lado sadio. Então efeito Robin-wood é o desvio do sangue do lado bom pra o lado ruim. OUTROS EFEITOS DOS NITRATOs: -usados em caso de espasmo -usados em casos de pacientes que tem espasmo de esôfago, para relaxamento da musculatura lida do mesmo -tem uma atividade anti-agregante plaquetária, porque o GMPc nas plaquetas também vai diminuir o cálcio intracelular e isso diminui a atividade plaquetária -nitrato leva a uma melhora na função endotelial VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: -Via oral, sendo mais comum a sublingual -Transdérmica -Parenteral As duas últimas são usadas em caso de angina crônica TEMOS 4 TIPOS NO MERCADO: -isordil = dinitrato de isossorbida -monosordiol=mononitrato de isossorbida -nitroglicerina -propatilnitrato=sustrat O efeito sublingual é imediato EXEMPLOS: Emergenia -> dar nitrato intravenosa QUE SITUAÇÕES EU USO NITRATO? -angina estável, angina instável, angina de prinzmetal -IAM EFEITOS COLATERIAS: -cefaléia -hipotensão postural (por redução de retorno venoso) -taquicardia reflexa (por isso é interessante associar beta-bloqueador) -edema periférico (devido a vasodilatação) -dermatite(raro) TOLERÂNCIA HEMODINÂMICA AO NITRATO:existem várias teorias q dizem q o uso de nitrato a longo prazo diminuem seus efeitos.A principal teoria diz q, a longo prazo, há uma depleção dos grupamentos sulfidrila não havendo mais grupamento para realizar a reação de oxidação dos nitratos, não levando a formação de óxido nítrico.Outras teorias q explicam essa tolerância são: -alteração da biotransformação dos nitratos -ativação do SRAA -produção de radicais livres q destroem o óxido nítrico Então,para q essa tolerância não se estabeleça é necessário um intervalo na administração do nitrato de 10-12 hrs noturnas para q se recupere o efeito do fármaco(administrando-o às 9-15-21hrs).Não adianta usar esse fármaco de 8 em 8 hrs,já q ele perderá seu efeito devido o estabelecimento da tolerância hemodinâmica.No paciente com angina noturna é necessário associar um outro fármaco para cobrir o período noturno. Fosfosdiesterase A fosfosdiesterase é uma enzima que destrói o AMPc e GMPc, portanto reduz a meia-vida. Nitratos Os nitratos levam a formação de NO que estimula a adenilato ciclase e aumenta o AMPc. Interação medicamentosa: Inibidores das fosfodiesterases + nitratos Essa classe de fármacos (Inibidores das fosfodiesterases) inibem a fosfodiesterase 5. Inibindo esta , os AMPc permanecerão por muito tempo e em grande quantidade no local de ação. A grande quantidade de AMPc causará diminuição do cálcio intracelular, provocando vasodilatação maciça. Haverá ereção no corpo cavernoso. No entanto, a fosfodiesterase também está localizada no mm liso vascular, então haverá hipotensão, podendo evoluir para o choque. *Impotência: a causa é a aterosclerose que impede o fluxo sanguíneo no corpo cavernoso e c/ isso a ereção. Tratamento O tratamento neste caso é a reposição volêmica, já que há diminuição do retorno venoso (pq a vasodilatação ocorre principalmente nas veias). Se não melhorar, devemos administrar vasoconstritores (noradrenalina e adrenalina). Uso de viagra Se o paciente quiser usar viagra, deveremos suspender o nitrato e substituí-lo por outro fármaco. Ação no mm esquelético A fosfodiesterase 5 está em maior quantidade no corpo cavernoso e no mm liso vascular, por isso não atinge o mm esquelético ou atinge-o pouco. Arginina/ óxido nítrico A arginina é o precursor do NO. Esta tem sido vendida para que as pessoas fiquem fortes, mas são vendidas como se fossem o NO que é um gás. Antagonista dos canais de cálcio/ angina O cálcio é muito importante para a contração cardíaca. O verapamil , primeiro vasodilatador da classe dos antagonista dos canais de cálcio, tem como mecanismo de ação bloquear a entrada de cálcio. São divididos em 2 sub-classes: 1)Diidropiridínicos(DHP) Tem como grande exemplo a nifedipina(adalat). Este fármaco foi usado por muito tempo para o controle da PA na emergência. Cada vez aparece uma nova dipina , mas com o mesmo mecanismo. Efeito causam vasodilatação maciça. Uso em emergência Era comum o paciente chegar no hospital com crise hipertensiva , sendo administrado adalat que fazia a pressão cair tanto que provocava taquicardia reflexa, fazendo o paciente entrar em choque, por isso está entrado em desuso a administração de adalat nas emergências. 2)Não diidropiridínicos( NãoDHP) É o verapamil e diltiazem. Efeito Agem no coração diminuindo o trabalho cardíaco, de forma semelhante aos -bloqueadores. Ação na angina Agem de 2 formas: ↓Demanda, principalmente o verapamil, em relação cardíaco(↓FC,↓contratilidade e dilata as artérias-↓pós-carga). ↑ oferta de O2-levam ao aumento da oferta de O2 semelhante aos nitratos, pq eles fazem vasodilatação das artérias coronárias(epicárdicas e colaterais). ao diltiazem, diminuindo o trabalho Pode-se concluir que eles tem efeitos semelhante aos nitratos e aos beta-bloqueadores. Não DHP X DHP A diferença entre eles é que o DHP tem um papel muito mais importante no mm liso vascular do que o verapamil e diltiazem. Em compensação, os não DHP tem um efeito cardíaco muito mais importante. Canais de cálcio/ sítio de ligação Aqui nos temos os canais de cálcio na membrana celular, cada fármaco se liga em um sítio diferente. Aqui o diltiazem, o grupo da nifedipina e o verapamil. Basicamente impedem a entrada de cálcio do meio extra celular para o intra celular. Uso Nos 3 tipos de angina: instável, estável e variante(pq diminuem o espasmo). Não utilizo IMP: não podem ser usados nas primeiras horas do IAM, pq aumentam a mortalidade. - bloqueadores Função Tem como função: diminuir o trabalho cardíaco. Sub classes É uma classe que é sub-dividida em 6 sub classes: Não seletivos: propanolol (mais comum) Seletivos: atenolol (mais comum) Não seletivos com antagonista alfa 1: caverdilol Antagonista - 1 com produção de óxido nítrico: nebivolol Antagonista - 1 + antagonista alfa 1 Antagonista - 1 + Agonista -2 Todos eles são muito eficazes. A diferença está no custo e na potência. Custo O propanolol e atenolol tem na farmácia popular e custam um real. Já os mais novos, caverdilol e nebivolol são mais caros . Potência O caverdilol é 10 vezes mais potente que o propanolol que é usado como fármaco padrão, pq foi o primeiro a ser lançado. Uso São todos muito eficazes para o tratamento da angina estável e instável Não utilizo Não utilizar na angina variável, pq piora os espasmos Mecanismo de ação Eles bloqueiam o receptor 1. Normalmente a adrenalina e noradrenalina se ligam ao receptor 1 que é um receptor acoplado à proteína GS(estimulatória) que estimula a adenilato ciclase que faz com que haja aumento de AMPc, que estimula a PKA(ptn quinase A) que vai fosforilar o canal de cálcio, levando a abertura dos canais de cálcio, aumentando o cálcio intracelular. Então se bloqueia o receptor 1, não haverá a entrada de cálcio. Atenção!!!!!!!!! Devemos saber a ação do - bloqueador na isquemia - bloqueador/ isquemia O - bloqueador age na isquemia reduzindo o consumo de O2. Ele faz tudo para que o coração trabalhe menos (↓FC, ↓contratilidade, ↓pós- carga). Portanto, podemos concluir que o principal efeito é diminuir a demanda. - bloqueador/ IAM Em casos de IAM o - bloqueador estabiliza as membranas plasmáticas e diminui as arritmias . Esses dois efeitos diminuem a mortalidade em pacientes infartados. O AAS e - bloqueadores salvam muitas vidas nas primeiras horas do IAM, porque há a liberação de várias catecolaminas que vão aumentar o consumo de O2 e as chances de arritmias. Indiretamente também aumentam a oferta de O2, porque diminuindo a FC, aumentam o tempo de diástole. Interação medicamentosa: - bloqueador com Verapamil Não podemos associar - bloqueador com Verapamil, porque haverá disfunção esquerda muito grave , já que os dois diminuem muito a contratilidade. Metabolização São muito metabolizados pelo fígado. O propanolol é lipossolúvel, então atravessa a barreira hematoencefálica. Já o atenolol é hidrossolúvel. Apesar de serem da mesma classe, as 6 subclasses são muito diferentes Atenção!!!! A tabela abaixo pode cair na prova -bloqueador X nitratos X não DHTs. O -bloqueador tem como maior efeito: diminuir a demanda de O2 (↓FC, ↓contratilidade). Nitratos: diminuem tanto a oferta quanto a demanda. Isso também ocorre com os Não DHTs. Nicorandil Efeitos Tem 2 efeitos distintos: liberam NO e ativam os canais de potássio. Então provocam: vasodilatação coronária e periférica; ↓ retorno venoso; ↓ consumo de O2; ↓resistência vascular periférica. Agem tanto nas artérias quanto nas veias. Nicorandil X nitratos Eles agem mais nas artérias do que os nitratos( efeito maior nas veias). Não é usado como primeira linha. A primeira linha é: nitratos, antagonista dos canais de cálcio e - bloqueadores. Via de administração A via de administração é oral, por isso não é usado na emergência. Meia vida A meia vida é de 8 hs. Biodisponibilidade Tem boa biodisponibilidade. Efeitos colaterais Causa efeitos semelhantes aos nitratos: cefaléia, hipotensão e tonteira. Mas não causa tolerância hemodinâmica por ter efeito nos canais de potássio, que é uma vantagem. Trimetazidina(vastarel) Não se sabe exatamente o seu mecanismo de ação. É um fármaco usado quando nada mais está dando certo. Hipótese do mecanismo de ação bloqueia a transformação dos ácidos graxos livres em energia, desviando a produção de energia para a via glicolítica que é mais eficaz para a produção de energia com menor gasto de oxigênio. Custo É caro e não é usado como primeira linha. Não causa alteração hemodinâmica. Em estudo comprovou-se que diminue o número de anginas por semana. Indicação Angina estável associada com a terapêutica convencional. Via de administração Via oral Efeitos colaterais Praticamente sem efeitos colaterais. Ranolazina Ainda está em estudo. Tem mais efeito antiarrítmico que antiisquêmico. Age nos canais de sódio diminuindo a troca de sódio por cálcio, logo diminui as arritmias. Não existe no Brasil.