O CONSUMO DE INIBIDORES DE APETITE E SEUS EFEITOS EM MULHERES DE APUCARANA GALIAN, L.C.F.; BRANDÃO, N. Resumo A obesidade vem crescendo a cada dia e, com ela surgem vários tipos de tratamentos. O objetivo do trabalho foi analisar o consumo dos inibidores de apetite em mulheres da cidade de Apucarana-Pr. A pesquisa foi realizada em duas clínicas de endocrinologia, com 90 mulheres que faziam tratamento para obesidade. O fármaco mais utilizado foi à sibutramina (54,7%) e, dos efeitos colaterais o mais citado foi à alteração no humor (24%). O uso dos fármacos trouxe também vários outros efeitos colaterais. Descritores: medicamentos, mulheres, obesidade Abstract Obesity is growing every day and with it come several types of treatments. The objective of this study was to analyze the consumption of appetite suppressants in women from the city of Apucarana-PR. The research was conducted in two endocrinology clinic, with 90 women who were being treated for obesity. The most commonly used drug was sibutramine (54.7%), and the most cited side effect was the change in mood (24%). The use of drugs brought several side effects. Keywords: drugs, women, obesity Introdução Com o aumento da globalização o perfil socioeconômico das pessoas foram mudando. Entre essas mudanças está a alimentação. Vários tipos de alimentos são ofertados no dia a dia. Alimentos de fácil prepararo que substituem o lugar de uma refeição saudável e com isso, acabam levando a obesidade. A obesidade por sua vez, pode levar também a vários outros problemas de saúde. No entanto, além da obesidade e suas doenças, existem também por parte da população, principalmente pelas mulheres, a preocupação com a imagem corporal. E, com isso surgiram várias alternativas para a perda de peso, como por exemplo, os medicamentos para emagrecer. Esses medicamentos como qualquer outro tem seus efeitos colaterais. Porém, devido ao uso exagerado e seus efeitos colaterais, esses fármacos tem sido bem questionados ultimamente, levando até a proibição de alguns. O objetivo desse trabalho é analisar o uso e mostrar quais são os possíveis efeitos colaterais desses inibidores de apetite, além de investigar se houve ou não mudanças no hábito alimentar. Referenciais Teórico-metodológicos Os inibidores de apetite vêm sendo utilizados de maneira abusiva, prejudicando a saúde daqueles que realmente precisam dele para ajudar no tratamento da obesidade. De modo geral, as pessoas obesas costumam testar diversos tipos de tratamento para perder peso, e, quando se trata de emagrecer, são feitos vários tratamentos sem o menor cuidado e com possíveis efeitos adversos, são sugeridos como fórmulas mágicas sem grandes esforços (ZOTTIS e LABRONICI, 2003). Os inibidores de apetite são estabelecidos como símbolos, para alcançar o corpo magro tão desejado. Existe um alto consumo desses fármacos no Brasil, e são usados principalmente por mulheres (MELO, 2011). Uma alimentação saudável também contribui muito para a perda de peso e não tem efeitos colaterais se seguida corretamente. Portanto, o trabalho visa conhecer o consumo desses inibidores e a alimentação por parte das pessoas que o utilizam. O trabalho foi realizado em duas clínicas de endocrinologia da cidade de Apucarana-PR, com 90 pessoas. A pesquisa foi feita através de um questionário e, envolveu somente mulheres adultas, de 20 a 59 anos, que faziam tratamento para a obesidade e sem nenhuma patologia associada. Conclusão Dos 90 questionários aplicados, somente 28 foram considerados aptos para a pesquisa. Dentre os medicamentos mais utilizados, o mais citado foi a sibutramina, 23 vezes (54,7%), seguido pela anfepramona, 10 (23,8%), e o femproporex, 9 (21,5%) (tabela 1). Tabela 1. Uso dos Medicamentos Medicamentos Porcentagem de uso (%) Sibutramina 54,7 Anfepramona 23,8 Femproporex 21,5 Mazindol 0 Total 100 Fonte: Autora do trabalho, 2012 No estudo de Feltrin et. al., (2009), os fármacos mais utilizados foram os medicamentos com princípio ativo do femproporex com 53,09%, da anfepramona 30,29% e contendo mazindol 16,62%. Para Martins et. al., (2011), as drogas mais utilizadas foram a anfepramona, cloridrato de femproporex e sibutramina, que juntas representavam 40,5%. Com relação aos efeitos colaterais, o mais citado no presente estudo foram as alterações no humor citados 17 vezes (24%), insônia 12 vezes (17%), taquicardia 9 vezes (13%), ansiedade e dor de cabeça, ambos citados 8 vezes (11%), euforia 7 vezes (10%), depressão 5 vezes (7%), dependencia e falta de ar, ambos citados 3 vezes (4%) (gráfico 1). Gráfico 1. Efeitos colaterais 24% 4% 4% 7% 10% 11% 17% 13% 11% Alterações no Humor Insonia Taquicardia Ansiedade Dor de Cabeça Euforia Depressão Dependencia Falta de ar Fonte: Autora do trabalho, 2012 Segundo Moreira e Junior (2012), além dos anorexígenos não terem efetividades comprovadas, eles podem provocar vários efeitos colaterais como insônia, ansiedade, depressão, euforia, dor de cabeça, tremor, taquicardia, hipertensão, dor torácica, arritmias, e reações menos intensas como náusea, vômito, boca seca, constipação e diarreia. Pode-se notar que muitas pessoas já passaram por um nutricionista porém, não seguem a dieta passada pelo mesmo. Entretanto, 23 (82%) relataram que houve mudanças na alimentação após o uso do fármaco. Foi observado que muitos das pacientes utilizaram até mais que um medicamento para emagrecer e também que esses fármacos lhes causaram mais do que um tipo de efeito colateral, podendo até mesmo, ser prejudicial a saúde. Além disso, muitos já fizeram tratamento nutricional mas, não o seguiram corretamente, levando a desistencia. Diante disso, torna-se importante mostrar os benefícios que uma alimentação saudável pode trazer junto com a pratica de atividades fisicas, pois, são maiores e melhores em comparação com o uso de fármacos. Portanto, somente com uma reeducação alimentar e mudanças no estilo de vida é possível ter uma boa perda de peso e sem riscos associados à saúde. Referencias FELTRIN, Andrieli Cassel, ZORDAN, Graziela, WAGNER, Fernanda, SCHMITT, Gabriela Cristina, BOLIGON, Aline Augusti, DELAMOLLE, Naiane, ATHAYDE, Margareth Linde, VAUCHER, Lauren Crossetti, Medicamentos anorexígenos: panorama da dispensação em farmácias comerciais de Santa Maria(RS), Saúde, Santa Maria, v. 35, n. 1, p 46-51, 2009. MARTINS, Maria do Carmo de Carvalho e, FILHO, Manoel Dias de Souza, Moura, Felipe Scipião, CARVALHO, Ribeiro de, MÜLLER, Marina Costa, NEVES, Rebeka Valença, MOUSINHO, Patrícia Coelho, LIMA, Iúri Paz, Uso de drogas antiobesidade entre estudantes universitários, Revista Associação Médica Brasileira, Teresina, PI, v. 57, n. 5, p. 570-576, abr./jun. 2011. MELO, Cristiane Magalhães de, OLIVEIRA, Djenane Ramalho de, O uso de inibidores de apetite por mulheres: um olhar a partir da perspectiva de gênero, Ciência & Saúde Coletiva, Viçosa, MG, v. 16, n. 5, p. 2523-2532, 2011. MOREIRA, Amanda Pauliane Alves, JÚNIOR, Elias Borges do Nascimento, Anorexígenos: controle rígido ou proibição de seu uso?, Centro Universitário Newton Paiva, Minas Gerais, 2012. ZOTTIS, Carolina, LABRONICI, Liliana Maria, O corpo obeso e a percepção de si, Curitiba, 2003. 19p. Monografia- Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde Departamento de Enfermagem, 2003.