PREVALÊNCIA, TRATAMENTO E CONTROLO DA DIABETES

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PREVALÊNCIA, TRATAMENTO E CONTROLO DA DIABETES MELLITUS
NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS EM PORTUGAL. RESULTADOS
DO ESTUDO VALSIM
Nuno Cortez-Dias; Susana Martins; Adriana Belo; Manuela Fiúza
Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria, EPE; Sociedade Portuguesa
de Cardiologia
Objectivos: Avaliar a prevalência, tratamento e controlo da Diabetes Mellitus (DM)
entre os utentes dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal.
Métodos: O Estudo VALSIM foi um estudo analítico transversal decorrido nos CSP,
que envolveu 721 médicos de família segundo distribuição representativa de todas as
regiões do país. Os primeiros dois utentes adultos de cada dia de consulta foram
convidados a participar, independentemente do motivo da consulta e da presença de
factores de risco cardiovascular. O critério de inclusão foi a presença de doseamentos de
colesterol-HDL, triglicéridos e glicemia realizados no último ano. Foi aplicado um
questionário para avaliação de dados sociodemográficos, clínicos (incluindo terapêutica
hipoglicemiante oral e insulinoterapia) e laboratoriais (incluindo HbA1C). A DM foi
definida por glicémia em jejum ≥126mg/dL ou terapêutica antidiabética.
Resultados: Foram avaliados 16.856 indivíduos (58,1±15,1 anos; 61,6% mulheres),
tendo sido identificados 3.215 diabéticos. Entre os utentes dos CSP, a prevalência de
DM ajustada ao sexo e idade foi de 14,9%, sendo superior nos homens (H:16,8%;
M:13,2%) e aumentando com a idade. Entre os diabéticos, 90,2% estavam sob
tratamento antidiabético, dos quais 89% cumpriam apenas terapêutica oral, 6%
insulinoterapia e 5% ambas. Dispôs-se da determinação da HbA1C em 2.673 diabéticos
(83,1% da população diabética estudada). Destes, 51,7% tinham HbA1C <7%, e em
37,5% havia controlo óptimo da DM (HbA1C <6,5%). Cerca de 48,3% tinham DM não
controlada (HbA1C ≥7%), e em 6,7% a HbA1C era mesmo superior a 10%. O controlo
da DM foi discretamente melhor nos homens, em que a proporção de DM controlada foi
de 53,2% (vs M: 50%) e a de DM muito mal controlada (HbA1C ≥8%) de 24,6% (vs M:
28,1%).
Conclusões: Entre a população diabética seguida nos CSP em Portugal, 9,8% não estão
tratados e 48,3% não estão controlados. Estes resultados destacam a necessidade de
implementar estratégias preventivas para melhorar o tratamento da DM, tendo em vista
a efectiva redução do risco cardiovascular desta população.
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