Capítulo 3 - Embrapa Soja

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Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
145
Capítulo 3
pragas que Atacam Plântulas,
Hastes e Pecíolos DA SOJA
Clara Beatriz Hoffmann-Campo
Lenita Jacob Oliveira†
Flavio Moscardi†
Beatriz Spalding Corrêa-Ferreira
Ivan Carlos Corso
1. INTRODUÇÃO
A cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill] é atacada por
diversos organismos, desde a semeadura até a colheita. Até o
início da década de 1990, as pragas mais importantes se resumiam a insetos que se alimentavam de folhas e vagens. Porém,
com a rápida expansão da cultura rumo a novas regiões, em
especial aquelas cultivadas pela primeira vez no país, verificou-se
um aumento na ocorrência de pragas que habitam outros nichos
ecológicos (plântulas, hastes e pecíolos). Estes organismos
aparentemente substituíram seus hospedeiros preferenciais anteriores, adaptando-se à soja e redundando no surgimento de novas
pragas.
†
†
Lenita Jacob Oliveira – autora falecida em dezembro de 2008.
Flavio Moscardi – autor falecido em julho de 2012.
146
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
Utilizando outra linha de raciocínio, avalia-se que o uso de
inseticidas de amplo espectro para o controle de insetos desfolhadores e sugadores de sementes, porém com ação limitada
sobre aqueles que utilizam fontes de alimento e habitam nichos
ecológicos diferentes como as hastes da soja, podem ter sido
responsáveis pela mudança da condição de algumas pragas
secundárias para pragas chaves.
Adicionalmente, a monocultura ou a sucessão soja-trigo,
praticada por anos seguidos, nas mesmas áreas, acompanhadas
da mudança do sistema de manejo convencional para semeadura
direta, favoreceram o aumento populacional de insetos e outros
organismos que passam, pelo menos, uma das fases de seu ciclo no
solo. Em geral, esses insetos usam o solo apenas para se proteger,
considerando-se que atacam no início do desenvolvimento da
cultura da soja (V1-V3). Entretanto, dependendo da intensidade
do ataque, o dano pode ser irreversível, exigindo replantio total da
área ou de parte dela, quando o ataque ocorre em reboleiras.
A maioria dos insetos que atacam plântulas, hastes
e pecío­los pertencem às ordens Coleoptera e Lepidoptera.
Na ordem Coleoptera, são relatados gêneros e espécies
pertencentes às famílias Curculionidae, Chrysomelidae e
Tenebrionidae. Na ordem Lepidoptera, são citados gêneros
e espécies pertencentes às famílias Pyralidae, Noctuidae e
Tortricidae. Além de insetos de diferentes ordens e famílias,
as plântulas, as hastes e pecíolos da planta de soja, também
têm sido atacadas por outros artrópodes, como os piolhos-decobra, ou moluscos (caracóis), pertencentes à classe Diplopoda
e Gastropoda, respectivamente.
A seguir, descrevem-se as pragas mais importantes que
atacam plântulas hastes e pecíolos da planta de soja, juntamente com sua distribuição geográfica, plantas hospedeiras e
danos.
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
147
2. INSETOS-PRAGA QUE ATACAM PLÂNTULAS, HASTES E
PECÍOLOS
2.1. Sternechus subsignatus Boheman, 1836 (Coleoptera:
Curculionidae)
J.J. da Silva
Bicudo-da-soja, cascudo-da-soja ou tamanduá-da-soja são
os nomes comuns de S. subsignatus (Figura 1). Esse coleóptero pertence à tribo Sternichini (MENDES, 1957) e, segundo
Silva et al. (1968), foi inicialmente descrito como Sternechus
mrázi Voss, 1934. O potencial de danos de S. subsignatus é
grande, pois tanto as larvas como os adultos causam danos
que, dependendo da época do ataque, podem ser irreversíveis,
(HOFFMANN-CAMPO et al., 1990). O adulto, principalmente o
macho, raspa o caule e desfia os tecidos no local do ataque.
Quando a população é alta e ocorre na fase inicial da cultura,
ocorre ruptura do caule na região do ataque, interrompendo a
circulação de seiva (Figura 2), ocasionando morte das plantas e
podendo redundar em perda total de partes da lavoura. Quando
o ataque acontece mais tarde, com o caule lignificado, e com
o desenvolvimento das larvas na haste principal, forma-se uma
galha de tecido modificado e muito frágil, podendo o caule
Figura 1. Adulto de Sternechus subsignatus.
(a)
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
(b)
C.B. Hoffmann-Campo
148
Figura 2. Característica de danos causados por Sternechus subsignatus: raspa­
gem (a) e quebra de haste (b).
quebrar pela ação do vento e das chuvas, causando desde o
acamamento até a morte de plantas e, consequentemente, diminuindo a população de plantas da cultura.
Distribuição geográfica e estacional
S. subsignatus é nativo do Brasil e apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo em parte da Mata Atlântica e do
Cerrado, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Espirito Santo e Bahia (Rosado-Neto,
1987). O primeiro registro desse curculionídeo em soja data de
1973, atacando lavouras no Rio Grande do Sul (CORSEUIL et al.,
1974). Na década de 1990, foi relatado causando problemas na
região tradicional de cultivo da soja, nos Estados do Paraná, de
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, principalmente em áreas
de semeadura direta ou cultivo mínimo, onde são comuns, além
de monocultura, temperaturas mais amenas, principalmente à
noite (HOFFMANN-CAMPO et al., 1991).
Na Argentina, S. pinguii (Fabricius, 1787), um inseto fenotipicamente semelhante à S. subsignatus, foi observado em soja
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
149
nas províncias de Salta, na safra 1987/88 (COSTILLA; VENDITTI,
1990), Tucuman, em 1998 (SALAS et al., 2002) e em Santa Fé,
safra 1999/00 (SOSA, 2002). Entretanto, o polimorfismo molecular
intraespecífico, obtido através de análises de RAPD e DNA mitocondrial, sugerem que os exemplares relatados na Argentina são, de
fato, pertencentes à espécie S. subsignatus (SOSA-GÓMEZ et al.,
2008). Em 2009, S. subsignatus foi considerada uma das pragas
mais importantes do noroeste argentino (CAZMUZ et al., 2009).
No Brasil, S. subsignatus se expandiu muito e atingiu lavou­ras de soja, no Oeste da Bahia, na safra 1997/98 (HOFFMANNCAMPO et al., 1999), no sul do Maranhão, na safra 2003/2004
(M. C. Meyer, comunicação pessoal), e no Mato Grosso do Sul
(GOMEZ, 2000). No Oeste da Bahia, o inseto tem sido observado em locais onde ocorrem temperaturas mais baixas, principalmente à noite, o que, aparentemente, favoreceu a sua adaptação,
considerando-se que na safra 1998/99 já infestava uma área de
aproximadamente 16.000 ha, ainda antes da semeadura da soja,
sobre uma planta invasora, o feijão miúdo (Vigna sp).
O inseto apresenta uma geração por ano, que se inicia
no final de outubro (Figura 3), quando os primeiros adultos
aparecem no campo. Porém, em amostras de solo, foram encontrados adultos imóveis, nas câmaras pupais, desde o início de
outubro, na região Sul, enquanto na Bahia são observados desde
meados de agosto (M. Tamai, dados não publicados). Na região
Sul, dependendo da época de semeadura, o pico populacional
dos adultos ocorre no mês de dezembro (HOFFMANN-CAMPO et
al., 1988a, 1988b, 1989; HOFFMANN-CAMPO; GARCIA, 1993),
mas são encontrados, embora com menor intensidade, até a
maturação da soja.
No Rio Grande do Sul, os picos populacionais em safras diferentes (1991/92 e 1992/93) ocorreram do final de outubro até o
fim de dezembro (LORINI et al. 1997, 2000). Na safra seguinte,
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
G.L.M. Rosa
150
Figura 3. Ciclo de desenvolvimento de Sternechus subsignatus.
Fonte: Hoffmann-Campo et al. (1991), Lorini et al. (2000).
a emergência dos adultos iniciou em meados de novembro, não
sendo possível registrar a densidade populacional durante a safra
(1993/94). Os primeiros ovos, dependendo da época de semeadura, são encontrados em novembro e dezembro e, após alguns
dias, são encontradas as primeiras larvas, que são observadas
em idades variadas durante o ciclo da soja (HOFFMANN-CAMPO
et al., 1990; LORINI et al., 2000).
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
151
Em Mauá da Serra-PR, onde grande parte dos resultados de
flutuação e comportamento foi obtida, a hibernação das larvas
inicia em fevereiro (HOFFMANN-CAMPO et al., 1991), enquanto,
no Rio Grande do Sul, a hibernação pode ocorrer a partir de
janeiro (HOFFMANN-CAMPO et al., 1999; LORINI et al., 2000).
Essa diferença de início de hibernação possivelmente está relacionada com a época de semeadura e a temperatura do solo,
porém os trabalhos disponíveis não confirmam estas hipóteses.
A transformação em pupas ocorre no solo. Nos levantamentos
realizados, as primeiras pupas foram encontradas, no Paraná,
de meados de outubro até meados de dezembro (HoffmannCampo et al., 1991) e, na Bahia, do início de julho ao final de
agosto (M. TAMAI, dados não publicados).
Plantas hospedeiras
É um inseto oligófago, cuja alimentação é restrita a apenas
algumas espécies de leguminosas (HOFFMANN-CAMPO et al.,
1991; SILVA, 1997), sendo os hospedeiros preferenciais a soja,
o feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), o lab-lab (Dolichos lablab L.), o
feijão-bravo-do-Ceará ([Canavalia brasiliensis (Mart)] e o guandu
(Cajanus cajan L.). A literatura sobre plantas hospedeiras de
S. subsignatus é escassa. Inicialmente, o inseto foi considerado
praga da cultura do feijão (SILVA et al.,1968) e, mais tarde,
praga esporádica (CORSEUIL et al. 1974) ou secundária da soja
(PANIZZI et al., 1977).
Em estudos realizados no campo experimental da Embrapa
Soja, em Londrina-PR, para avaliar o desempenho do tamanduáda-soja em 23 leguminosas, com testes de múltipla escolha,
obser­vou-se que, embora o inseto tenha se alimentado e ovipositado em 13 das plantas testadas, o número de galhas (indicador de
desenvolvimento de larvas) foi expressivo apenas em feijão-bravodo-Ceará e soja (HOFFMANN-CAMPO et al., 1991). No Rio Grande
152
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
do Sul, segundo Silva (1997), na condição de campo, o inseto se
reproduziu e desenvolveu em feijão (Phaseolus vulgaris L.), guandu
anão (Cajanus sp L.), lab-lab e soja. Porém, em crotalária (Crotalaria
juncea L.), girassol (Helianthus annus L.), milheto [Pennisetum
glaucum (L.)], milho (Zea mays L.), mucuna-preta (Stizolobium
aterrimum Piper et Tracy) e sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench],
o inseto não completou o seu ciclo de vida. Segundo Lorini et al.
(2000), plantas como o milho, o sorgo, o girassol, a mucuna-preta, a
mucuna-cinza (Mucuna cinerea Piper & Tracy), a fava (Vicia faba L.)
e a crotalária não são atacadas pelo inseto. No feijoeiro, S. subsignatus tem causado dano na região de Barreiras-BA, Unaí-MG, no
Estado do Mato Grasso do Sul e na região Sul do Brasil (QUINTELA,
2002b). Segundo os mesmos autores, os aspectos biológicos e os
danos de S. subsignatus no feijoeiro são semelhantes aos da soja.
Aspectos bioecológicos e comportamentais
Os adultos (Figura 1) são gorgulhos de, aproximadamente,
8 mm de comprimento, de coloração preta, com faixas amarelas
na parte dorsal do tórax próximo à cabeça (pronoto) e nos élitros
(asas duras), formadas por pequenas escamas. Em situações
de excesso de umidade, essas listras podem assumir a coloração
creme. Habitualmente, durante o dia, os adultos são encontrados
sob a folhagem da soja, nas partes baixas da planta ou sob restos
da cultura anterior, movimentando-se para as partes mais altas
das plantas durante a noite, para o acasalamento (SILVA et al.,
1998). Entretanto, Guedes et al. (1999) observaram, na região de
Pinhal Grande-RS, que a movimentação de adultos para a parte
superior da planta se inicia às 15 h, com pico entre 20 e 22 h.
Em laboratório, a longevidade média das fêmeas e dos
machos foi de 118,7 e 69,4 dias, respectivamente (HOFFMANNCAMPO et al., 1991); em avaliações realizadas aos 60 dias, 80%
das fêmeas e 40% dos machos estavam vivos. A longevidade
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
153
(a)
(b)
C.B. Hoffmann-Campo
das fêmeas foi semelhante (119 dias) nos experimentos realizados por Lorini et al. (2000), porém, nessa situação, os machos
duraram, em média, 109 dias.
A infestação do inseto na lavoura é relativamente lenta.
Inicialmente, os adultos se alimentam próximo ao local onde
emergem do solo (HOFFMANN-CAMPO et al., 1996a), provavelmente constituindo-se em uma estratégia usada pelo inseto
para economizar energia, depois do longo período de hibernação
sem se alimentar. Ainda, é preciso considerar a ocorrência de um
feromônio de agregação, com cinco compostos específicos de
machos, que atraem ambos os sexos (AMBROGI; ZARBIN, 2008;
AMBROGI et al., 2009; BERGMANN et al., 2009).
O hábito alimentar de machos e fêmeas é diferente. Os
machos desfiam a epiderme no sentido longitudinal (Figura 2a)
e, às vezes, atingem o córtex. As fêmeas fazem um anelamento
característico na haste principal da planta, onde são postos os
ovos (Figura 4a), de coloração amarela, que são protegidos por
fibras do tecido cortado.
Em laboratório, o número médio de ovos por fêmea foi de
291,2, em 160 dias. O número médio diário de ovos foi de 1,7,
sendo observada a maior quantidade de ovos nos primeiros
Figura 4. Anelamento causado pelas fêmeas e detalhe do ovo (a) e larva (b) de
Sternechus subsignatus.
154
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
100 dias (HOFFMANN-CAMPO et al., 1991). O período médio de
incubação dos ovos foi de 11 dias, com variação de 8 a 14 dias
(LORINI et al., 2000).
As larvas têm o corpo cilíndrico, levemente curvado (curculioniformes) (Figura 4b), são ápodes (sem patas), com coloração
geral branco-amarelada e cabeça castanho-escura. Com o crescimento das larvas, formam-se galhas caulinares, que podem
ultrapassar o diâmetro da haste ou dos ramos. Devido ao canibalismo, dificilmente é encontrada mais do que uma larva por galha;
quando isto ocorre, elas são separadas por barreiras feitas com
restos de tecidos e dejetos (HOFFMANN-CAMPO et al., 1999).
A maioria dos ovos e das larvas é encontrada na parte mediana
da haste principal, normalmente entre o quinto e o sexto entrenó
da soja, com menor intensidade nos ramos laterais e pecíolos da
planta (Tabela 1).
Tabela 1. Número de ovos e larvas de Sternechus subsignatus, em diferentes
estruturas e seções das plantas de soja, em condições de campo.
Estrutura da planta
Número
Ovos
Larvas
Haste principal
1,50 ± 0,80 a
1,61 ± 0,85 a
Ramos laterais
0,20 ± 0,45 b
0,22 ± 0,47 b
Pecíolos
0,02 ± 0,15 c
0,01 ± 0,12 c
22,1
21,7
Terço superior
0,14 ± 0,35 b
0,09 ± 0,29 b
Terço médio
1,36 ± 0,66 a
1,46 ± 0,65 a
Terço inferior
0,23 ± 0,47 b
0,32 ± 0,57 b
CV (%)
22,8
22,7
CV (%)
Seção da planta
1
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente
pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05).
Fonte: Silva et al. (1998).
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
155
Em avaliações realizadas no campo e em casa de vegetação, em Londrina-PR, as larvas na fase ativa passaram por
cinco ínstares (Tabela 2). A determinação do número de ínstares
foi feita através de modelo linear obtido pela constante de Dyar
(1890), devido à dificuldade de visualização do desenvolvimento das larvas, que ficam protegidas no interior das galhas
(HOFFMANN-CAMPO et al., 1991). Nesses experimentos, o
período em que a larva ativa se alimenta no interior da galha,
durou, aproximadamente, 25 dias. Entretanto, em ensaios de
laboratório, desenvolvidos em Passo Fundo-RS, a duração média
das larvas nas plantas foi de 44 dias (LORINI et al., 2000).
Tabela 2. Largura da cápsula cefálica das larvas de cada instar e razão média
de crescimento, durante o desenvolvimento larval de S. subsignatus (material
biológico do campo).
Largura da cápsula cefálica (mm)
Ínstar
Intervalo de
variação
Média ±EP
Razão de
crescimento
I
0,39 – 0,60
0,521 ± 0,046 (272)*
1,372
II
0,61 – 0,86
0,716 ± 0,065 (186)
1,389
II
0,87 – 1,17
0,994 ± 0,075 (193)
1,506
IV
1,18 – 1,78
1,498 ± 0157 (372)
1,317
V
1,79 – 2,24
1,971 ± 0114 (316)
Média da Razão de crescimento
1,396
Constante de Dyar (calculada)
1,438
Coeficiente de determinação
99,99
Fonte: Hoffmann-Campo et al. (1991).
No quinto ínstar, a larva movimenta-se para o solo, onde
hiberna em câmaras (Figura 5a), geralmente entre 5 e 10 cm de
profundidade, podendo ser encontrada em até 25 cm (HOFF­MANNCAMPO et al., 1990; SILVA 1999). As larvas hibernantes não
se alimentam, mas, quando perturbadas ou expostas ao sol, se
movimentam muito, pois apresentam fototropismo negativo.
(a)
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
(b)
C.B. Hoffmann-Campo
156
Figura 5. Larva hibernante (a) e pupa (b) de Sternechus subsignatus.
As pupas são branco-amareladas, do tipo livre e, quando vistas
dorsalmente, mostram os primórdios das asas (Figura 5b). O
período pupal médio foi de 17 e 14 dias, em ensaios realizados
no Paraná (HOFFMANN-CAMPO et al., 1991) e no Rio Grande
do Sul (LORINI et al., 2000), respectivamente.
2.2. Crocidosema (Epinotia) aporema (Walsingham, 1914)
(Lepidoptera: Tortricidae)
Crocidosema aporema, até 1994, citada na literatura como
Epinotia aporema (POWELL et al., 1995), é uma praga popularmente chamada de broca-das-axilas. Devido aos seus hábitos
alimentares em plantas de soja, o inseto pode causar danos
econômicos consideráveis à cultura, quando ocorre em plantas
com 25 a 30% de ponteiros atacados (TECNOLOGIAS..., 2011).
Nos estádios iniciais, a larva ataca os brotos foliares. À medida
que as larvas se desenvolvem, os folíolos apicais atacados
permanecem ligados entre si por fios de seda, formando uma
espécie de cartucho (Figura 6a) que caracteriza o ataque do
inseto (CORRÊA-FERREIRA, 1980); os folíolos atacados podem
secar e morrer. As larvas, então, se locomovem dos tecidos em
decomposição para as axilas das folhas, onde penetram nos
pecío­los e haste, obstruindo o fluxo de seiva da planta. As larvas
podem também atacar botões florais (LILJESTHRÖM et al., 2001)
(b)
(c)
157
J.J. da Silva
(a)
Embrapa Soja
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
Figura 6. Dano (a), larva (b) e adulto (c) de Crocidosema aporema.
e, eventualmente, vagens. Quando em alta incidência durante
o estádio vegetativo, a praga pode reduzir a altura da planta,
aumentando a formação de ramos secundários e diminuindo
a altura de inserção das primeiras vagens, o que aumenta as
perdas na colheita (FOERSTER et al., 1983; IANNONE et al.,
1987). Entretanto, esses parâmetros parecem ser menos afetados
quando o inseto ocorre em estádios subsequentes da soja
(FOERSTER et al., 1983; GAZZONI; OLIVEIRA, 1979; IANNONE;
PARISI, 1978).
Distribuição geográfica e estacional
A broca-das-axilas ocorre nas Américas, sendo encontrada
desde o sudeste dos Estados Unidos até a Argentina (BIEZANKO,
1961; CLARK, 1954; OLALQUIAGA FAURÉ, 1953; RIPA, 1981).
No Brasil, Biezanko (1961) fez o primeiro relato dessa espécie,
no Rio Grande do Sul. Entretanto, até 1973, o inseto foi considerado como de baixa importância econômica para a cultura da
soja, mas, a partir desse ano, sua importância aumentou nos
estados do Sul do País (CORRÊA-FERREIRA, 1980; CORRÊA;
SMITH, 1976). Atualmente, C. aporema é considerada como
praga secundária da soja, apresentando maior incidência em
áreas localizadas na região Sul, com temperaturas mais amenas,
como ocorre em Ponta Grossa-PR e algumas regiões de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
158
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
A praga apresenta quatro gerações por ano: as duas
primeiras em plantas hospedeiras cultivadas ou espontâneas e as
duas últimas em soja (CORRÊA-FERREIRA, 1980). De meados de
1970 a meados de 1980, o inseto foi registrado causando danos
econômicos, desde a região central até o sul do Brasil (entre 16o S
e 32o S) (CORRÊA-FERREIRA, 1980); em algumas áreas, foi considerada a praga mais frequente. Entretanto, a partir da década
seguinte, a praga passou a ter menos importância em soja.
Um dos primeiros levantamentos populacionais do inseto foi
realizado em Ponta Grossa-PR, mostrando que larvas de C. aporema
são detectadas desde 26 de dezembro, durante o estádio vegetativo
V5, até o estádio de maturação da soja (R8), sendo a maior incidência
larval verificada em fevereiro, durante o estádio de florescimento
(R2) (CORRÊA; SMITH, 1976). Nesse levantamento, C. aporema
foi a segunda espécie mais abundante entre 16 espécies de lepidópteros detectadas nas amostragens. Entretanto, outros estudos
mostraram que a abundância e a incidência estacional do inseto
podem se alterar entre os anos, provavelmente devido à prevalência de fatores bióticos e abióticos, os quais variam em cada
safra. Como exemplo, um inverno rigoroso pode reduzir a disponibilidade de plantas hospedeiras para a multiplicação do inseto, antes
de sua invasão às lavouras de soja. Outros aspectos que podem
afetar a praga são as datas de plantio, práticas culturais, ocorrência
de inimigos naturais, entre outros fatores.
Durante a safra de 1975/76, em levantamentos conduzidos
em sete áreas experimentais de soja em Ponta Grossa, Tibagi e
Castro-PR, C. aporema foi mais abundante nos estádios vegetativos, com incidência baixa desde o início do florescimento até o
final do ciclo da cultura (SANTOS, 1978; SANTOS et al., 1979).
Nessa mesma região, na safra seguinte, Calderon e Foerster
(1974) observaram que o número médio de larvas de C. aporema
em soja aumentou no início de janeiro, atingindo o pico no final de
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
159
fevereiro (final do estádio vegetativo), mas decrescendo substancialmente nos estádios subsequentes da cultura. As infestações
do inseto foram mais severas em cultivares semeadas mais tarde
do que naquelas semeadas mais cedo (SANTOS, 1978).
Plantas hospedeiras
A incidência de C. aporema, aparentemente, é restrita
a plantas leguminosas (CORRÊA-FERREIRA, 1980). No Peru,
foi citada como praga de amendoim (Arachis hypogaea L.)
(MONTERO, 1967). No Uruguai, foi encontrada alimentando-se
de alfafa (Medicago sativa L.), fava, soja, feijão, ervilha (Pisum
sativum L.) e trevo (Trifolium polymorphum Poir.) (BIEZANKO et
al., 1974; MOREY, 1972). No Chile, foi considerada praga importante de alfafa e trevo (CABALLERO, 1972). Na Argentina, tem
importância econômica em soja (KOCH; WATERHOUSE, 2000;
RIZZO, 1972), sendo também observada em grãos armazenados
(HAYWARD, 1958), em trevo branco (Melilotus alba Medik)
(PEREYRA; SANCHEZ, 1998), em tremoço (Lupinus albus L.), em
duas espécies de caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp e V. radiata
L.] e duas espécies de siratro (Macroptilium atropurpureum L. e
M. lathyroids L.) (IANNONE et al., 1987), feijão, ervilha, fava,
amendoim, além de soja (KOCH; WATERHOUSE, 2000).
No Brasil, Biezanko (1961) citou como plantas hospedeiras
do inseto a alfafa, o feijão, a soja e o trevo. No Estado do Paraná,
o tremoço foi observado como planta hospedeira preferencial do
inseto, durante os meses de inverno (F. Moscardi, comunicação
pessoal).
A adequação nutricional de plantas hospedeiras de
C. aporema tem sido pouco estudada. Na Argentina, Pereyra
e Sanchez (1998) conduziram estudos em laboratório comparando tremoço, feijão, fava, trevo branco e soja. O inseto apresentou melhor desempenho (eficiência de conversão alimentar e
peso de pupas) nos três primeiros hospedeiros, indicando que a
160
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
soja e o trevo branco podem ser considerados como hospedeiros
menos adequados ao desenvolvimento do inseto. Os autores
sugerem que os hospedeiros mais adequados podem ser utilizados como culturas armadilhas, para o manejo do inseto em
agroecossistemas de produção de soja.
Aspectos bioecológicos e comportamentais
O ciclo biológico de C. aporema consiste de ovo, cinco estádios larvais, pupa e adulto. Em V. faba (fava), segundo dados
obtidos por Morey (1972), o estágio de ovo dura cerca de cinco
dias, a fase larval de 14 a 20 dias e a fase pupal de 12 a 16 dias.
Em temperaturas entre 21 oC e 24 oC, o período de ovo a adulto
dura 35 e 40 dias, respectivamente. As durações de cada fase
do inseto, alimentando-se de soja, no laboratório, a 25 oC, são
apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3. Duração média das diferentes fases de Crocidosema aporema em
laboratório a 25 ± 1 oC. Fase larval alimentada com folhas da cultivar de soja
Davis.
1
Fase
Duração média (dias)
Intervalo (dias)
Pré-oviposição
5,9
3–9
Oviposição
8,7
1 – 15
Pós-oviposição
2,3
0–7
Ovo
4,0
NI1
Estágio larval
15,0
NI
Primeiro ínstar
2,9
2–5
Segundo ínstar
1,9
1–3
Terceiro ínstar
2,0
1–4
Quarto ínstar
2,3
1–4
Quinto ínstar
4,1
3–6
Pré-pupa
1,9
NI
Pupa
9,6
NI
Ovo a adulto
28,1
NI
NI = Não informado pelos autores.
Fonte: Adaptada de Iede e Foerster (1982).
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
161
Quando o inseto foi alimentado com a dieta artificial de Greene
et al. (1976) modificada, a duração do estádio larval foi menor, ou
seja, 11,64±0,49 dias. A duração da fase pupal, que variou conforme o sexo dos indivíduos foi de 8,51±0,69 e 9,41±0,65 dias
para as fêmeas e machos, respectivamente (ARNEODO et al.,
2010).
Os adultos ovipositam nos folíolos tenros dos brotos terminais da soja. Os ovos são muito pequenos, medindo, aproximadamente, 0,47 x 0,31 mm; têm formato oval e cor amarelo-clara.
As larvas recém-eclodidas apresentam coloração amarelo-esverdeada, com cabeça e carapaça protorácica de cor preta brilhante,
e, segundo Liljesthrom et al. (2001), pode ocorrer mais de uma
por broto. À medida que se desenvolve, a larva se torna de coloração bege ou amarelada (Figura 6b), mas quando totalmente
desenvolvida (cerca de 1,10 cm), próxima à transformação em
pupa, muda sua cor para avermelhada. A fase de pupa ocorre no
solo entre 1 a 2 cm de profundidade, próximo ao colo da planta.
Os adultos são mariposas pequenas que medem, aproximadamente, 14 mm de envergadura (Figura 6c). Quando em
repouso, as asas permanecem paralelas ao corpo, sendo as
anteriores de coloração cinza a marrom-escuro, com manchas
prateadas (SOSA-GÓMEZ et al., 2010). Os machos são escuros
nas laterais das asas e de cor clara no dorso, ocorrendo o oposto
nas fêmeas (CORRÊA-FERREIRA, 1980).
As fêmeas depositam, em média, 181 ovos, com a fertilidade média de 78,3%. Os períodos de pré-oviposição e de oviposição duram, aproximadamente, 5,9 e 8,7 dias, respectivamente
(IEDE; FOERSTER, 1982). Esses parâmetros biológicos do inseto
em soja também foram estudados por Sanchez et al. (1997), que
observaram uma fecundidade média de 119 ovos/fêmea e um
período de pré-oviposição e de oviposição de 3,25 e 12,25 dias,
respectivamente.
162
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
2.3. E
lasmopalpus lignosellus Zeller 1848 (Lepidoptera:
Pyralidae)
Essa espécie é popularmente chamada broca-do-colo ou
lagarta elasmo e pode causar danos consideráveis no primeiro
ano de cultivo em áreas recém-abertas, nos cerrados do Brasil
Central (PANIZZI et al., 1977). Sua incidência é geralmente cíclica,
principalmente, em anos com estiagem prolongada em áreas
com solo arenoso, na fase inicial das lavouras. Essa espécie
foi descrita originalmente como Pempelia lignosella Zeller 1848
(VIANA, 2004). Porém, desde a descrição original, várias sinonímias
foram relatadas, tais como: Elasmopalpus angustellus Blanchard
1852; Pempelia lignosella incautella Zeller 1872; Pempelia lignosella tartarella Zeller 1872; Daypyga carbonella Hulst, 1888;
Elasmopalpus lignosellus (Zeller) Hulst, 1890 e Elasmopalpus
lignosellus tartarellus (Zeller) Hulst, 1890 (LUNGINBILL; AINSLE
1917, citado por VIANA, 2004).
Distribuição geográfica
A praga tem ampla distribuição em lavouras de soja nas
regiões temperadas e tropicais das Américas, sendo utilizados
na descrição da espécie exemplares oriundos do Brasil, Uruguai,
Colômbia e Estados Unidos (LUNGINBILL; AINSLE 1917; RILEY,
1882 citados por VIANA, 2004). No Brasil, surtos de E. lignosellus
em soja têm sido frequentes em vários estados, tanto na região
Sul (RS, SC e PR), Sudeste (SP e MG), Centro-Oeste (MS, MT e
GO) quanto Nordeste (MA e PI).
Plantas hospedeiras
A lagarta-elasmo é polífaga, alimentando-se de diversas
plantas cultivadas ou silvestres, pertencentes a cerca de 14 famílias (CHALFANT et al., 1982, citado por VIANA, 2004), em especial gramíneas e leguminosas (CORSEUIL; TERHORST 1965).
No Brasil, Gallo et al. (2002) citam essa lagarta como praga de
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
163
amendoim, arroz (Oryza sativa L.), cana-de-açúcar (Saccharum
offiinarum L.), feijão, milho, soja, sorgo, trigo (Triticum vulgare L.)
e outros cereais de inverno, e viveiros de Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze 1898.
Aspectos bioecológicos e comportamentais
(a)
(b)
P.R.V. da S. Pereira
No Brasil, os aspectos morfológicos e biológicos de
E. lignosellus foram revisados por autores como Gallo et al.
(1978), Gazzoni (1981), Nakano et al. (2001) e Viana (2004). O
adulto é uma mariposa pequena com 15 a 25 mm de envergadura, geralmente mais ativo à noite. Os machos, normalmente
menores que as fêmeas, apresentam coloração marrom com
manchas escuras nas asas anteriores (Figura 7a), enquanto as
fêmeas são de coloração cinza (Figura 7b). Os ovos, inicialmente
branco-amarelados e posteriormente avermelhados ou róseoescuros, são colocados no solo, próximos à planta. A eclosão
das lagartas ocorre em 2 ou 3 dias, enquanto a fase larval dura
de 8 a 42 dias, dependendo da temperatura.
Figura 7. Adulto macho (a) e fêmea (b) de Elasmopalpus lignosellus.
As lagartas, nos primeiros ínstares, têm a cor amarelo-palha
ou levemente rosada, com uma faixa avermelhada no dorso e, no
máximo desenvolvimento, tornam-se esverdeadas a amareladas
164
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
(a)
(b)
(c)
P.R.V. da S. Pereira
ou, ainda, verde-azuladas, com anéis e faixas marrom ou marromavermelhado (Figura 8a). Inicialmente, as lagartas alimentam-se
de matéria orgânica do solo ou raspam o tecido vegetal e, em
seguida, penetram na planta na altura do colo, logo abaixo do nível
do solo, onde cavam uma galeria ascendente. Junto ao orifício de
entrada, as lagartas tecem casulos cobertos com excrementos,
restos vegetais e partículas de terra. Nos últimos ínstares, as
lagartas podem medir entre 15 a 20 mm de comprimento, são
muito ativas e saltam quando tocadas.
Figura 8. Larva (a), pupa (b) e dano (c) de Elasmopalpus lignosellus.
A pupa apresenta coloração inicial amarelada ou verde,
nos segmentos abdominais, passando a marrom, na extremidade (Figura 8b). Próximo da eclosão do adulto, a pupa assume
a coloração preta. Essa fase ocorre no solo e, em geral, dura
entre 7 e 10 dias, quando emergem os adultos. A longevidade
média das fêmeas fecundadas é de 10 dias enquanto as não
fecundadas e os machos duram 21 ou 22 dias, respectivamente
(LEUCK, 1966).
A lagarta elasmo prefere solos arenosos e necessita de um
período de seca prolongado durante as fases iniciais da cultura.
Inicia seu ataque logo após a germinação da soja, podendo se
estender por 30 a 40 dias, causando morte de plantas e falhas
nas linhas de plantas na lavoura, que podem medir de 30 a 60 cm.
Quando o ataque ocorre no início do desenvolvimento da soja,
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
165
os ponteiros das plantas novas atacadas murcham em poucas
horas e as plantas morrem em 2 a 3 dias. Plantas com mais de
25 cm de altura suportam melhor o ataque; nesse caso, a lagarta
não consegue abrir galerias, mas danifica o tecido do colo, retardando o desenvolvimento e aumentando a probabilidade de quebra
da planta por ventos e chuva (Figura 8c) (TONET et al., 2000).
Quando a planta atacada está mais lignificada, a lagarta se
alimenta apenas da parte exterior do caule, tornando-a menos
resistente a danos posteriores, por chuvas fortes, vento ou
implementos agrícolas (GAZZONI, 1981). Durante seu desenvolvimento, a mesma lagarta pode cortar e broquear o colo de até
três plantas de soja. O ataque geralmente ocorre em reboleiras,
comprometendo cerca de 10 a 50% da área de soja atacada.
A intensidade de danos da lagarta-elasmo está relacionada
com períodos de temperatura elevada e de déficit hídrico no solo.
A umidade do solo afeta diretamente a escolha do local de oviposição, a eclosão das lagartas e a mortalidade de lagartas recémeclodidas (VIANA, 1981, citado por VIANA, 2004). Em áreas não
irrigadas, mas com boa distribuição de chuvas pós-plantio, a infestação pela lagarta-elasmo é baixa devido ao controle feito pela
umidade do solo, sendo um fator abiótico que pode ser utilizado
no manejo da lagarta elasmo, considerando-se que pode afetar
negativamente qualquer uma das fases de desenvolvimento da
praga (VIANA, 2004). Da emergência das plantas até que atinjam
a altura média de 35 cm, são observadas lagartas pequenas, que
são mais sensíveis à alta umidade (VIANA; COSTA, 1995).
Nas áreas de semeadura direta, a ocorrência de E. lignosellus
tem sido menor. A presença de palha na superfície funciona como
proteção contra radiação solar, impedindo o aquecimento do solo
e, consequentemente, a perda de umidade. Nas áreas de plantio
convencional, em condições normais, a temperatura do solo é favorável à lagarta-elasmo. Entretanto, períodos longos de estiagem
166
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
pro­vocam o aquecimento a níveis letais para a praga (BIANCO,
1985). Alternativamente, as larvas podem também se alimentar
de resíduos vegetais em decomposição oriundos do preparo
do solo. Assim, logo após essa operação, as lavouras poderão
sofrer danos significativos, em função da migração da população residente no material em decomposição para as plantas
recém-emergidas (VIANA, 2004).
2.4.Ceresa brunnicornis (Germar, 1835) e C. fasciatithorax
Remes-Lenicov, 1973 (Hemiptera: Membracidae)
No Brasil, a ocorrência de cigarrinhas na cultura da soja é
bastante restrita. A literatura registra o dano desses insetos em
soja, em 1991, na região de Erebango-RS (GASSEN, 2003), e na
safra 2002/03, foi constatada a ocorrência de membracídeos,
causando danos significativos em algumas lavouras do Rio Grande
do Sul (SALVADORI et al., 2006a, 2006b). Mais recentemente, a
partir da safra 2006/07, foram constatadas também em soja, em
lavouras do Maranhão (D. Klepker, comunicação pessoal), Piauí
(BORTOLOZZO et al., 2006), Tocantins (ZANELLA, 2007) e no
norte do Paraná (J.M. da COSTA, comunicação pessoal).
Essas cigarrinhas pertencem à ordem Hemiptera e família
Membracidae, sendo conhecidas vulgarmente pelos nomes de
búfalo-da-soja, cigarrinha-búfalo, periquito-da-soja, cigarrinhaperiquito, além dos termos três-cornos, funil-da-soja e soldadinho,
também mencionados na literatura (BORTOLOZZO et al., 2006).
No Brasil, foram registradas duas espécies de membracídeos
atacando a cultura da soja, C. brunnicornis, no Sul, e C. fasciatithorax, no Nordeste (GASSEN, 2003; SALVADORI et al.,
2007). São insetos bastante semelhantes morfologicamente, no
comportamento e nos danos causados às plantas de soja e similares também, às cigarrinhas da espécie Spissistilus festinus (Say,
1830), citada como praga de importância econômica para a soja
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
167
em algumas regiões dos Estados Unidos (KOGAN; TURNIPSEED,
1987; MITCHELL; NEWSOM, 1984; MUELLER; DUMAS, 1975;
SPARKS; NEWSOM, 1984).
Distribuição geográfica e hospedeiros
A literatura registra uma ampla distribuição geográfica de
C. brunnicornis sendo citada, no Brasil, nos estados do Rio Grande
do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina e na Argentina.
Além da soja, essa praga pode causar danos em acácias (Acacia
spp), alfafa, trigo e batata (Solanum tuberosum L.), enquanto
C. fasciatithorax tem uma distribuição mais restrita, sendo
citada sua ocorrência na Bolívia e, mais recentemente, no Brasil
(ANDRADE, 2004; SALVADORI et al., 2006b, 2007). Embora
a ocorrência dessas cigarrinhas já tenha sido constatada em
lavouras de soja de vários municípios do Sul, da região CentroOeste e Nordeste, poucas são as constatações de danos às
lavouras nas últimas safras. O monitoramento, assim como indicações de níveis de ação e manejo desses insetos sugadores,
ainda são aspectos pouco conhecidos e precisam de mais investigação para as nossas condições.
Aspectos bioecológicos e comportamentais
Segundo a literatura, estas cigarrinhas colocam seus ovos
no solo, próximo à região do colo da planta (BORTOLOZZO et al.,
2006) ou ovipositam endofiticamente na base da haste das plantas
de soja (SALVADORI et al., 2007). Após um período de incubação
de cerca de 5 a 8 dias, eclodem as ninfas. Estas apresentam coloração marrom-esverdeada ou acinzentada, dependendo do estádio,
e caracterizam-se pelo aspecto bizarro, em função da presença de
uma série de espinhos dorsais (Figura 9a). Segundo Salvadori et al.
(2007), é comum encontrar ninfas de diferentes estádios e colorações agrupadas, alimentando-se junto ao colo da planta. Após um
período aproximado de 2 a 3 semanas, surgem os adultos.
(a)
P.R.V. da S. Pereira
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
(b)
(c)
P.R.V. da S. Pereira
168
Figura 9. Ninfa (a), adulto (b) e dano (c) causado por Ceresa sp.
Os adultos medem de 6 a 8 mm de comprimento (Figura 9b),
sendo as fêmeas ligeiramente maiores que os machos. Ambos
têm coloração amarelada a marrom-esverdeada e apresentam
um aspecto triangular com três espinhos, sendo dois superiores bem desenvolvidos. Possuem dois pares de asas membranosas, parcialmente escondidas sob o pronoto, e patas robustas
(ANDRADE, 2004). Os adultos fazem voos curtos e têm o hábito
de saltar. São bastante ágeis e têm grande poder de disseminação para novas áreas.
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
169
Adultos e ninfas localizam-se na região do colo da planta, na
altura do solo ou um pouco acima da superfície, alimentando-se
das plantas. São insetos sugadores que, ao introduzir o seu estilete
nos tecidos da planta, sugam a seiva. Esses insetos alimentamse fazendo perfurações adjacentes e muito próximas uma das
outras, na haste das plantas, provocando uma depressão anelar
em torno da haste (Figura 9c). Esta lesão dificulta a translocação
da seiva, além de causar pontos de fragilidade que favorecem a
quebra da haste, à medida que a planta cresce ou é submetida a
algum tipo de impacto (SALVADORI et al., 2006b, 2007).
Os danos são causados pelos adultos e ninfas a partir de
segundo ou terceiro ínstar, normalmente observados na haste
principal da planta (V3-Vn), podendo também atacar ramos e
pecíolos das folhas, no período reprodutivo de soja. O anelamento (Figura 9c), causado no caule da soja pelas cigarrinhas,
pode ser confundido com o dano causado pelo bicudo da soja
S. subsignatus ou pelos danos tardios da lagarta elasmo (E. lignosellus) e lagarta rosca (A. ipsilon) (BORTOLOZZO et al., 2006).
Excepcionalmente, as ninfas, em períodos de estiagem, podem
deslocar-se para as rachaduras do solo e sugar as partes subterrâ­
neas das plantas.
3. Outros Insetos que Atacam Plântulas, Hastes e
PecíoloS
3.1. Chalcodermus sp. (Coleoptera: Curculionidae)
O bicudinho ou manhoso, como é chamado vulgarmente
o Chalcodermus sp. (Figura 10a), é observado em lavouras de
soja desde a década de 1990. As larvas do inseto são brancas,
e o adulto é um besouro de coloração preto-brilhante, com cerca
de 5 mm. No Rio Grande do Sul, esse inseto é chamado de
anelador-­da-haste e ocorre em ervilhaca (Vicia sativa L.), feijão
(a)
(b)
J.J. da Silva
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
A.A. dos Santos
170
Figura 10. Adulto de Chalcodermus sp. (a) e adulto de Myochrous armatus (b).
e outras leguminosas. Esporadicamente é encontrado em soja,
em áreas isoladas, podendo causar danos severos, caracterizados por anelamentos estreitos nas hastes e pecíolos de folhas,
causando a quebra e queda das partes atacadas (TONET et al.,
2000).
Nas safras 1996/97 e 1997/98, populações do in­seto
consideradas elevadas pelos agricultores ocorreram em lavouras
isoladas de soja na região Sudoeste do Paraná e, também, em
Santa Catarina. Aparentemente, não foram observados danos à
produção ou à qualidade da semente de soja que possam ser atribuídos ao inseto (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
Espécies desse gênero são consideradas pragas importantes em outras leguminosas como caupi e feijão. Em caupi,
os danos causados pelo inseto resultam do desenvolvimento
de larvas nos grãos e perfurações nas vagens pelos adultos,
reduzindo a qualidade e o valor comercial do pro­duto (SANTOS;
QUINDERÉ, 1988).
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
171
3.2. Myochrous armatus (Coleoptera: Chrysomelidae)
Os adultos (Figura 10b), conhecidos como cascudinhos,
são besouros de aproximadamente 5 mm de comprimento por
3 mm de largura. Apresentam coloração preto-fosca com variações de marrom ao acinzentado, que dependem do tipo de solo
onde vivem, uma vez que a coloração é mudada pelas partículas
do solo que se aderem ao seu corpo. A margem lateral da parte
anterior do tórax do adulto apresenta dentes, e o corpo é recoberto por escamas curtas e robustas. As larvas são amarelas e
vivem no solo (SOSA-GÓMEZ et al., 2010). Possuem o hábito
de ficar inertes quando tocados, simulando morte. Nas horas
mais quentes do dia, abrigam-se sob torrões e na vegetação
morta (ROEL; DEGRANDE, 1989).
O inseto é polífago, alimen­tando-se de plantas de diversas
famílias, entre as quais braquiárias, fedegoso (Cassia occidentalis L.), leiteiro (Euphorbia heterophylla L.), feijão e milho (ROEL;
DEGRANDE, 1989), mas os maiores prejuízos têm sido observados
na cultura da soja (DEGRANDE; VIVAN, 2010). Ocasionalmente,
altas populações têm sido detectadas em soja no Mato Grosso
do Sul. O adulto ataca a base do caule, causando tombamento
e morte da plântula. Em plantas mais desenvolvidas, o dano é
menor, pois o inseto ataca os pecíolos, provocando murcha dos
folíolos. As larvas se alimentam de raízes, mas raramente estes
insetos ocasionam danos que provoquem prejuízos econômicos à
soja (SOSA-GÓMEZ et al., 2010).
3.3. Blapstinus sp. (Coleoptera: Tenebrionidae)
O coleóptero Blapstinus sp. tem sido observado em áreas
isoladas dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, cortando
plântulas e hastes de plantas jovens de soja (HOFFMANNCAMPO et al., 2000). Na Argentina, é referido como praga de
girassol. O adulto, conhecido como ligeirinho (Figura 11a), é
(b)
P.R.V. da S. Pereira
(a)
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
A.A. dos Santos
172
Figura 11. Adulto de Blapstinus sp. (a) e lagarta de Agrotis sp. (b).
um besouro pequeno (cerca de 1 cm de comprimento) de coloração geral preta ou marrom-escura e vive na superfície ou em
pequenas profundidades no solo. Quando perturbados, podem
ficar inertes, com aparência de mortos. Costumam se proteger
do sol e calor, escondendo-se sob torrões ou na palhada, ficando
mais expostos ao entardecer e à noite.
Tanto adultos como larvas, as quais são conhecidas como
falsas-larvas-arame, consomem sementes, partes subterrâneas
de plantas e ma­terial orgânico, resultando em falhas na linha de
semeadura. As larvas perfuram raízes e caules causando danos
semelhantes aos de brocas, como murcha e morte de plântulas.
Algumas vezes, consomem a parte externa da base de plantas
(TONET et al., 2000).
O ataque, especialmente em soja, ocorre em períodos
de estiagem (SALVADORI, 1999), e os danos são mais significativos apenas quando a população é elevada e ocorre em
períodos de seca. Nessa situação, a planta não se desenvolve
adequadamente, e a elevação da temperatura do solo aumenta
a atividade biológica do inseto. A fase de germinação e de
plântula da soja são as mais críticas ao dano da praga (TONET
et al., 2000).
Os ataques são mais intensos em períodos de seca. Nesses
casos, podem provocar falhas e desuniformidade na lavoura,
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
173
devido ao atraso no desenvolvimento das plantas sobreviventes, que também são mais propensas à quebra (TONET et
al., 2000).
3.4. Agrotis spp. (Lepidoptera: Noctuidae)
O gênero Agrotis é cosmopolita e suas lagartas (Figura 11b),
durante as horas mais quentes do dia, permanecem sob torrões
ou restos culturais. O hábito de se enrolar deu origem ao seu
nome vulgar “lagarta-rosca”. A espécie Agrotis ipsilon (Hufnagel,
1767) é a mais citada em plantas cultivadas no Brasil, mas outras
espécies também foram registradas (GALLO et al., 1988), sendo
nove delas no Rio Grande do Sul (CORSEUIL; SPECHT, 2005).
Essas lagartas são polífagas, de hábito noturno, alimentando-se de várias plantas cultivadas, tais como a soja, o milho,
o repolho (Brassica oleracea L.), a colza (Brassica napus L.), o
rabanete (Raphanus sativus L.), a beterraba (Beta vulgaris L.),
o moranguinho (Fragaria vesca L.) e a alface (Lactuca sativa L),
além de invasoras, como a língua-de-vaca, o picão branco (Bidens
pilosa L.), o mastruço ou mentruz [Coronopus didymus (L.)
Smith] (Link; Pedrolo, 1987), a batata, o algodão (Gossypium
hirsutum L.), amendoim, o feijão, o fumo (Nicotiana tabacum L.),
a mamona (Ricinus communis L.), as crucíferas, as cucurbitáceas,
as solanáceas, várias hortaliças e plantas ornamentais (GALLO et
al., 2002). Sua ocorrência é comum em áreas com palhada. Os
adultos são mariposas com 35 mm de envergadura, com asas
anteriores marrons, com algumas manchas pretas, e as posteriores
semitransparentes. Os ovos, de coloração branca, são colocados
nas folhas, e uma fêmea pode colocar, em média, 1000 ovos.
As lagartas são de coloração geral pardo-acinzentada em tons
escuros, podendo atingir 45 mm, no máximo desenvolvimento.
Em média, a fase larval é de 30 dias, findos os quais a lagarta se
transforma em pupa no solo, onde permanece por 15 dias.
174
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
Nos primeiros ínstares, as lagartas consomem o limbo
foliar e o pecíolo, sem cortar o caule. Entretanto, os danos à
soja são, geralmente, causados por lagartas nos últimos ínstares
que, além de cortar a haste de plântulas na região do colo,
podem seccioná-la pouco abaixo da superfície do solo, causando
morte das plantas jovens (TONET et al., 2000); em plantas mais
desenvolvidas, o seccionamento é parcial, e a morte ocorre
apenas quando a lesão é grande. No Rio Grande do Sul, Link e
Pedrolo (1987) observaram que as lagartas de terceiro e quarto
ínstares danificam, principalmente, plantas invasoras e, nos
últimos ínstares, atacam plantas cultivadas.
3.5. Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)
(a)
(b)
(c)
J.J. da Silva
O ataque de S. frugiperda em plântulas tem sido eventualmente observado, porém, em algumas situações, danos
econômicos podem ocorrer, quando coincide a ocorrência de
lagartas de último ínstar (Figura 12a) com as plantas recémemergidas. As lagartas cortam as plântulas rente ao solo,
causando sua morte e falhas na lavoura com sintomas semelhantes aos da lagarta-rosca (A. ipsilon). Surtos de S. frugiperda
na cultura da soja costumam estar associados a períodos mais
secos (DEGRANDE; VIVAN, 2010).
Figura 12. Lagarta (a), adulto fêmea (b) e macho (c) de Spodoptera frugiperda.
Embora as plantas de soja recém-emergidas possam
ser atacadas por outras lagartas do gênero Spodoptera, que
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
175
perfuram ou destroem os cotilédones e as folhas (TONET et
al., 2000), a espécie mais comumente observada nessa fase
de desenvolvimento da cultura tem sido S. frugiperda, conhecida como lagarta-militar. Em lavouras de soja, especialmente
na fase inicial da cultura, essas lagartas são encontradas no
solo durante o dia, sob restos culturais ou torrões. À noite ou
em dias nublados, S. frugiperda alimenta-se ativamente das
plântulas.
Os adultos apresentam dimorfismo sexual, mas, em geral,
a envergadura das asas varia entre 32 e 38 mm (SOSA-GÓMEZ
et al., 2010). As fêmeas possuem asas anteriores de coloração
cinza-amarronzada (Figura 12b), enquanto nos machos são mais
escuras e com listras mais claras, próximas às margens das
asas, e pontos brancos próximos ao centro (Figura 12c).
4. Outros OrganismoS que Atacam Plântulas,
Hastes e Pecíolos
4.1. Lesmas e caracóis
As lesmas (Figura 13a) e os caracóis (Figura 13b) são animais
pertencentes ao Filo Mollusca, Classe Gastropoda, com algumas
espécies de importância médica e várias espécies de importância
agrícola. Em geral, desenvolvem-se em ambientes úmidos e de
temperaturas amenas a frias, em solos com alto teor de matéria
orgânica, sendo muito sensíveis à desidratação e aos raios solares.
Outra característica dessas pragas é que, por onde se deslocam,
deixam um rastro de muco branco, às vezes misturado com fezes,
que, em algumas culturas, pode depreciar e/ou inviabilizar a comercialização do produto (CHIARADIA; MILANEZ, 1999). As lesmas
apresentam o corpo nu, e os caracóis uma capa ou concha de
carbonato de cálcio, denominada “valva”, que lhes serve de abrigo
e proteção contra predadores (GALLO et al., 1970).
(a)
(b)
J.J. da Silva
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
Arquivo Embrapa Soja
176
Figura 13. Lesma (a) e caracol (b).
Distribuição geográfica e plantas hospedeiras
As lesmas são mencionadas atacando lavouras de países
das Américas, como Estados Unidos, México, Honduras, Nicarágua,
Argentina e Chile, e da Europa, como Inglaterra, Alemanha e Itália.
No Brasil, existem 670 espécies de moluscos terrestres identificadas, sendo algumas espécies consideradas pragas agrícolas
(SIMONE, 1999), com relatos de sua ocorrência, principalmente,
em hortaliças, mas, também, em soja, feijão, milho, fumo, café
(Coffea arábica L.), banana (Musa spp.) e mandioca (Manihot
esculenta Crantz), desde a região Sul até a Bahia e o Maranhão.
A principal espécie que ataca o feijão e a soja é Sarasinula
linguaeformis (Semper, 1885) (Mollusca, Veronicellidae), mas
outras espécies pertencentes aos gêneros Derocerus, Limax
e Phyllocaulis podem ocorrer nestas culturas (QUINTELA,
2002a).
Os caracóis são menos referidos em culturas do que as
lesmas, à exceção da ocorrência em hortas e jardins. Os que
atacam a soja possuem tamanho diminuto (cerca de 1,5 cm)
e pertencem à espécie Bulimulus sp. (Mollusca, Bulimulidae)
(GASSEN, 2002). Já as lesmas são maiores, variando entre 3 e
8 cm, conforme a espécie.
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
177
Aspectos bioecológicos e comportamentais
As lesmas e os caracóis possuem biologia e hábitos semelhantes. São hermafroditas e capazes de autofecundação, embora
existam espécies que raramente se autofecundam. Podem colocar
de 300 a mais de 1.000 ovos, dependendo da espécie, que
podem permanecer viáveis por longos períodos (SOSA-GÓMEZ et
al., 2010). Segundo Gassen (2002), a viabilidade dos ovos das
lesmas pode chegar a seis meses e as posturas têm, em média,
80 ovos. A postura dos caracóis é cerca de 50 ovos, de coloração branco-leitosa, forma esférica, demandando um período de
incubação de quatro semanas. Os ovos são colocados em fendas
no solo, embaixo de entulhos ou junto ao solo, sob touceiras de
plantas daninhas (GOMEZ et al., 1998).
Tanto as lesmas quanto os caracóis possuem hábitos
noturnos. O período de maior atividade, quando buscam os
alimentos, ocorre nas primeiras horas da noite. Entretanto, em
dias nublados, pode haver considerável atividade diurna, principalmente dos caracóis. Nos períodos secos, permanecem
inativos, em fendas, enterrados no solo, ou sob a palhada de
lavouras com semeadura direta (QUINTELA, 2002a).
Em lavouras de soja, a ocorrência de lesmas ou caracóis tem
sido esporádica e localizada (TONET et al., 2000). Sua ocorrên-­
cia tem sido associada a áreas de semeadura direta, devido às
condições de maior umidade propiciadas pela palhada, e podem
causar redução no estande da lavoura, pois ocasionam morte de
plântulas recém-emergidas. Tanto os caracóis como as lesmas
raspam o tecido do caule das plântulas. Caracóis foram observados em grande quantidade (15-30 indivíduos) sobre uma única
folha, de plantas pequenas de soja, em várias lavouras da região
de Campo Mourão-PR, no ano agrícola de 2005/06 (CORSO,
2006), possivelmente afetando a fotossíntese desses folíolos e
podendo prejudicar o desenvolvimento adequado das plantas.
178
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
As lesmas comem cotilédones, partes dos folíolos ou, até
mesmo, folhas inteiras da soja. Assim, as plantas jovens sem
cotilédones, sem folhas e sem a parte apical, com o tempo,
definham e morrem (TONET et al., 2000). Quando o ataque é
mais tardio, até as vagens podem ser atacadas (DI STEFANO;
YOKOYAMA,1998). Os caracóis podem, ainda, ocorrer no final
do ciclo da soja, por ocasião da colheita e, quando em alta população, provocam o embuchamento das colhedoras e exalam um
mau cheiro no ar (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
4.2. Piolho-de-cobra
J.J. da Silva
Os “piolhos-de-cobra” (Figura 14), ou “mil-pés”, como
também são conhecidos, pertencem à classe Diplopoda e se
caracterizam por apresentar o corpo cilíndrico e dividido em
vários segmentos (de 20 a mais de 100 segmentos). Possuem
duas antenas curtas, olhos simples e dois pares de patas em cada
segmento do corpo (SOSA-GÓMEZ et al., 2010). Não devem ser
confundidos com os artrópodos da classe Quilopoda, também
conhecidos por lacraias ou centopeias, os quais são predadores
e possuem apenas um par de pernas por segmento do corpo. No
Sul do Brasil, o seu ciclo biológico completa-se em um ano, e os
adultos vivem vários meses, em plantas como soja, amendoim,
café, colza, milho, ou pepino (I.C. Corso, comunicação pessoal).
Figura 14. Piolho-de-cobra.
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
179
Os ovos, de cor clara, são colocados de forma agrupada no solo,
geralmente durante o verão. São protegidos individualmente por
terra endurecida, aparentando sementes, sendo que cada fêmea
pode ovipositar mais de 200 ovos (LOPES, 2002).
Distribuição geográfica e plantas hospedeiras
Os piolhos-de-cobra podem ocorrer em todos os continentes, exceto na Antártica. As espécies de piolho-de-cobra
mais conhecidas são as da família Julidae, sendo as mais abundantes, em soja, Plusioporus setifer (Brölemann, 1902), tendo
sido observados no Norte do Paraná e Sudoeste de São Paulo
(DOMICIANO; FONTES, 2001), e Julus sp., no Paraná e no Mato
Grosso do Sul (ÁVILA, 1995; CORSO et al., 2001; DEGRANDE;
ÁVILA, 1999). Esta última espécie também foi relatada como
prejudicial à cultura do milho (GASSEN, 1996, citado por LINK;
LINK, 2001).
Aspectos bioecológicos e comportamentais
Os diplópodos servem de alimento para alguns ácaros,
aranhas, dípteros, escorpiões, formigas e, também, para animais
superiores, como aves, lagartos, roedores e sapos. Quando
perturbados, ou mesmo em repouso, podem se proteger enrolando o corpo e formando uma espiral plana. A cada dois
segmentos, existe um par de glândulas que produzem uma
secreção de composição variável (geralmente, cianeto de hidrogênio), que é uma substância tóxica, usada para repelir os seus
predadores (JORDÃO; NAKANO, 2006).
Ocorrem em áreas com abundância de palha e sem preparo
do solo, concentrando-se na linha do sulco de semeadura da
soja, por causa do solo mais solto, amolecido pelo sulcador da
semeadora. Isso facilita a sua penetração nas camadas superficiais do solo, para proteção contra fatores ambientais adversos,
como o calor. Por isso, são mais ativos à noite, escondendo-se
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
180
debaixo da palhada, nas horas mais quentes do dia. Esses artrópodos ocorrem em baixa incidência, em áreas de semeadura
convencional. Porém, em sistemas de semeadura direta, suas
populações podem alcançar 30 a 40 indivíduos/m2, causando
danos severos à soja (SOSA-GÓMEZ et al., 2010).
Preferencialmente, alimentam-se de sementes de soja em
germinação, podendo atacar plântulas recém-emergidas, ingerindo pedaços de cotilédones e folhas de plantas jovens. Dessa
forma, provocam grandes falhas na lavoura, devido à morte
das plantas (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000; TONET, 2000),
podendo haver necessidade de nova semeadura.
5. Manejo Integrado de Pragas Que Atacam
Plântulas, Hastes E Pecíolos
As plantas de soja possuem uma excepcional capacidade
de recuperação de danos, mesmo em seus estágios iniciais de
desenvolvimento (Figura 15) (BUENO et al., 2010; GAZZONI;
Produtividade (kg ha-1)
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
Test.
R1C
R2C
R2C+1F
R2C+2F
R1F
R2F
CAF
CB
DT
DT+G
Figura 15. Produtividade da soja após diferentes tratamentos em estágios
iniciais do desenvolvimento. Testemunha (Test.); Remoção de 1 (R1C) e de 2
cotilédones (R2C); Remoção de 2 cotilédones + 1 folha unifoliolada (R2C +
1F); Remoção de 2 cotilédones + 2 folhas unifolioladas (R2C + 2F); Remoção
de 1 (R1F) ou de 2 folhas unifolioladas (R2F); Corte abaixo das folhas unifo­
lioladas (CAF); Corte do broto das folhas trifolioladas (CB); Desfolha total,
incluindo-se as folhas trifolioladas (DF) e Desfolha total + retirada da gema
apical (DT + G).
Fonte: Adaptada de Bueno et al. (2010).
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
181
MOSCARDI, 1998; REICHERT; COSTA, 2003). Esses autores
constataram que as reduções na produção ocorrem apenas em
três situações: quando a desfolha é tão intensa ao ponto de
destruir plantas (100% de desfolha); desfolha total aliada à
destruição da gema apical; quando ocorre a destruição dos dois
cotilédones e das duas folhas unifolioladas. Segundo Bueno et al.
(2012), contrariamente à crença de muitos produtores, a soja de
hábito de crescimento indeterminado se mostrou mais tolerante
à injúria de pragas nas fases iniciais de seu desenvolvimento.
Devido à diversidade de hábitos das pragas que atacam
plântulas, hastes e pecíolos, as ações de manejo adequadas
são diferentes para cada espécie. Assim sendo, serão descritas
segundo as características de cada organismo.
5.1. Manejo integrado de Sternechus subsignatus
Decréscimo de produtividade das plantas de soja pode
ocorrer a partir de 20% de plantas atacadas por S. subsignatus
(SILVA, 2000). Ainda, experimentos no campo conduzidos em
gaiolas na região de Londrina-PR, por três safras sucessi­vas
para avaliar o efeito de diferentes níveis de infestação de
S. subsignatus sobre algumas características agronômicas da soja
(HOFFMANN-CAMPO et al., 1990), indicaram que o nível de dano,
a partir do qual as medidas de controle são justificadas, é atingido
quando, no exame de plantas de soja com duas folhas trifolioladas, for encontrado um adulto por metro linear de fileira de soja
(TECNOLOGIAS..., 2011). Plantas com cinco folhas trifolioladas
(V5, próximo à floração), toleram até dois adultos/m linear. No
entanto, como as variáveis econômicas mudam com a flutuação no
preço de venda do produtor e a escolha do inseticida cujos preços
também podem variar, Hunt et al. (1995) elaboraram uma matriz
de nível econômico de danos para Cerotoma trifurcata (Forster,
1771), que refletem o efeito dessas mudanças. Nessa complexa
matriz, que aborda as fases VC (cotilédone), V1 e V3, é possível
182
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
observar que o menor nível econômico de danos na primeira fase é de
2,15 insetos/planta e o maior 5,99 que são duas e mais de quatro
vezes maiores, respectivamente, em comparação com o proposto
por Kogan (1976), ou seja, 1,33 insetos/planta, em função da
conjuntura econômica. Silva (2000), em experimentos de campo,
sem gaiolas, concluiu que o nível de controle de Sternechus é mais
drástico em comparação com o proposto por Hoffmann-Campo et
al. (1990), sugerindo 0,4 adultos/m de fileira, como indicador para
controle químico, de V2 até V5, para um custo de aplicação equivalente a 25,6 gramas de soja ou R$ 0,0064/2 m2.
A ocorrência de fungos, como Beauveria bassiana (Bals.)
Vuill. (LORINI et al., 1990), e de bactérias atuando como controle
biológico desta praga foi observada por Lorini et al. (2000), porém
não foram encontradas referências à ocorrência de parasitoides
ou predadores. O controle adequado dessa praga só pode ser atingido com a utilização de um conjunto de técnicas: (i) a rotação de
culturas; (ii) planta armadilha para oviposição; (iii) controle mecânico e/ou químico na bordadura; (iv) época de semeadura e em
situações muito críticas, embora não seja indicado pela pesquisa;
e (v) o preparo de solo (HOFFMANN-CAMPO et al.,1999; LORINI
et al., 2000). A integração dessas medidas é fundamental para o
controle mais duradouro e eficaz da praga em questão.
Para a adoção eficiente de algumas táticas de controle,
como a rotação de culturas, torna-se necessária a previsão da
população que irá ocorrer na área, a qual é avaliada através de
amostragens de solo. A rotação de culturas é a técnica mais
indicada para reduzir populações de insetos de ciclo longo e com
limitada capacidade de dispersão (PITRE; PORTER, 1989), como
é o caso de S. subsignatus. Segundo Bottrell (1979), quanto
mais restrito for o número de hospedeiros, maior a eficiência
da rotação de culturas para o seu controle. Portanto, nas áreas
em que a população de larvas hibernantes é elevada, deve-se
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
183
fazer rotação de culturas, substituindo-se a soja por espécies
de plantas não hospedeiras (Tabela 4), das quais o inseto não
se alimenta, ou por espécie hospedeira não preferencial, da qual
o inseto se alimenta em menor intensidade. Em todas as espécies não hospedeiras ou hospedeiras não preferenciais, o inseto
não se desenvolve e, consequentemente, interrompe o seu ciclo
biológico, que o força a sair da área, caminhando ou voando, em
busca de alimento.
Tabela 4. Espécies vegetais para rotação de culturas ou cultura armadilha em
área com infestação de Sternechus subsignatus.
Espécies vegetais
Não hospedeira
Não preferencial
Preferencial
Zea mays
(milho)
Mucuna sp.
(mucuna)
Glycine max
(soja)
Sorghum bicolor
(sorgo)
Leucaena spp.
(leucena)
Phaseolus vulgaris
(feijão)
Helianthus annus
(girassol)
Vigna angularis
(feijão adzuk)
Dolichos lablab
(lab-lab)
Pennisetum glaucum
(milheto)
Cajanus sp
(guandu-anão)
Crotalaria juncea
(crotalária)
Cajanus cajan
(guandu)
Sesbania punicea
(sesbânia)
Vigna unguiculata
(caupi)
Cassia occidentalis
(fedegoso)
Stizolobium aterrimum
(mucuna-preta)
Mucuna cinerea
(mucuna-cinza)
Vicia faba
(fava)
Fonte: Hoffmann-Campo et al. (1991; 1996a), Lorini et al. (2000), Silva (1997).
184
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
O inseto alimenta-se apenas de leguminosas (HOFFMANNCAMPO et al., 1996a; SILVA, 1997; LORINI et al., 2000),
porém, em algumas delas, embora os adultos efetuem a oviposição, as larvas não se desenvolvem, sendo, assim, a técnica
de rotação de culturas muito importante para a diminuição de
populações da praga.
Resultados de pesquisas com rotação de culturas, realizadas por Silva (1996), visando ao controle de S. subsignatus,
mostraram que o percentual de plantas atacadas é significativamente menor e a produtividade maior ao final do período de
rotação (soja-milho-soja), quando comparados ao monocultivo
(soja-soja-soja). Adicionalmente, há a vantagem da redução
drástica de larvas hibernantes nas áreas de milho; sendo assim,
rotação de culturas com milho é altamente recomendada para
sistemas equilibrados de produção e essencial em áreas com
ataques frequentes de S. subsignatus.
Nas bordas da lavoura de milho, ou outra planta não
hospedeira, deve-se semear uma hospedeira (cultura-armadilha)
para atrair os insetos que saem do solo nas áreas de milho à
procura de alimento. Para evitar a disseminação dos adultos
através do voo, nesse local deve-se optar pelo controle químico
(TECNOLOGIAS..., 2011), especialmente durante os meses de
novembro e dezembro, quando a maior parte dos adultos sai do
solo. Se a cultura-armadilha escolhida for a soja, repetir a aplicação de inseticidas químicos sempre que o inseto atingir os níveis
de dano econômico. Porém, como há necessidade de aplicações
sucessivas, em curto intervalo de tempo, não se recomenda a utilização do mesmo ingrediente ativo em todas as aplicações, alternando-se entre os que são registrados no MAPA e que tenham
sido eficientes no controle da praga constantes das recomendações oficiais da pesquisa. Esse procedimento pode prevenir o surgimento de resistência do inseto àquele produto químico.
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
185
Como a maioria dos adultos se encontra em acasalamento
na parte superior das plantas entre 22h e 02h, as pulverizações
noturnas poderiam ser as mais indicadas. Porém, destaca-se que
ainda não há informações de pesquisa seguras sobre essas aplicações, pois as informações obtidas não são válidas para todos os
inseticidas. Como no estabelecimento da cultura da soja, durante a
noite, podem ser registradas temperaturas inferiores a 18 °C, pode
ocorrer o aumento da viscosidade dos inseticidas, dificultando a
quebra de gotas e, assim, comprometendo a sua eficiência.
O inseto apresenta características que lhe permitem
escapar e sobreviver à ação dos inseticidas, mesmo após a aplicação, tais como: i) ovos e larvas em desenvolvimento ficam
protegidos dentro da haste principal; ii) larvas hibernantes vivem
dentro do solo, onde também se localizam as pupas; iii) prolongado período de emergência dos adultos e intensos movimentos
de entrada–saída, ao amanhecer e entardecer, em áreas de soja
adjacentes a áreas de milho e mato (SILVA, 1996, 1999); iv) baixo
efeito residual dos inseticidas; e v) comportamento dos adultos
de permanecerem escondidos, durante o dia, nas partes baixas
das plantas, entre as folhas ou na palhada da cultura anterior.
Embora alguns inseticidas, normalmente de amplo espectro
de ação, tenham sido eficientes na redução de populações de
S. subsignatus (LORINI et al., 2000; OLIVEIRA; HOFFMANNCAMPO, 1984), o uso do controle químico, isoladamente, em
área total, não é a maneira mais apropriada para o controle
deste inseto. O tratamento de sementes com inseticidas para
o controle de S. subsignatus foi investigado por alguns grupos
de pesquisa (CARVALHO et al., 2011; CASMUZ et al., 2009;
CORSO et al., 2001, 2002; LORINI et al., 2000; Salvadori
et al., 1999), sendo estes produtos indicados para utilização em
áreas de rotação de cultura com plantas não hospedeira numa
bordadura de 40 a 50 m (TECNOLOGIAS..., 2011).
186
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
Outras medidas para aumentar a eficiência de controle
podem ser utilizadas no manejo de S. subsignatus. A espécie
não hospedeira ou hospedeira não preferencial deve ser circundada por uma hospedeira preferencial (cultura-armadilha),
semeada em uma borda de 23 m (SILVA et al., 1998) a 30 m
(HOFFMANN-CAMPO et al., 1996b), para atrair e manter os
insetos neste local da lavoura. Essa técnica pode ser associada
aos controles mecânico ou químico. O controle mecânico é feito
através da eliminação das plantas hospedeiras, com roçadeira,
antes de as larvas, que se encontram em seu interior, entrarem
em hibernação no solo (HOFFMANN-CAMPO et al., 1999). Isso
deve ser feito aproximadamente 45 dias após a observação dos
primeiros ovos nas plantas.
A época de semeadura também pode ser uma medida para
evitar que o inseto atinja populações capazes de causar danos econômicos. Em experimentos realizados em quatro safras consecutivas
(HOFFMANN-CAMPO et al., 1988a, 1988b, 1989; HOFFMANNCAMPO; GARCIA, 1993), quando a soja foi semeada em outubro,
os insetos não atingiram o nível de controle durante o desenvolvimento da cultura. Nesse caso, a cultura se encontrava próxima
ou no estádio reprodutivo, em que a planta pode tolerar até dois
adultos por 1 m de fileira de soja, sem diminuir o seu rendimento.
Segundo os autores supracitados, quando a soja foi semeada a
partir de meados de novembro, ou seja, na época tradicionalmente utilizada pelos agricultores, os adultos atingiram o nível
de controle, provavelmente por estarem perfeitamente sincronizados com a maior fonte de recurso alimentar. Esta observação
necessita ser devidamente circunstanciada, pois podem ocorrer
comportamentos diferentes do inseto devido às condições climáticas diferenciadas. Nos plantios que ocorrem no final da época
recomendada (em dezembro), há possibilidade de ocorrência de
populações altas da praga, no estádio vegetativo da soja, que é
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
187
o período mais suscetível da planta ao seu ataque. Sendo assim,
a escolha da época de semeadura torna-se um fator importante
no manejo integrado da praga (HOFFMANN-CAMPO; GARCIA,
1993).
O preparo do solo, efetuado exclusivamente para controle
da praga, não é recomendado. Porém, quando essa técnica for
utilizada para o controle de doenças e na lavoura tenham sido
registradas altas populações de larvas hibernantes ou pupas,
o agricultor deve considerar que a maioria das larvas (90%)
hibernam entre 5 cm e 15 cm de profundidade. Portanto, implementos que revolvem o solo superficialmente não serão úteis
na redução de populações do tamanduá-da-soja. Resultados de
experimentos (OLIVEIRA; HOFFMANN-CAMPO, 1996; SILVA;
KLEIN, 1997) com diversos implementos indicaram redução das
populações de larvas hibernantes de S. subsignatus e larvas de
escarabeídeos em todos os tratamentos, com a maior população
registrada em semeadura direta e a menor quando o preparo do
solo foi efetuado com arado de aiveca.
5.2. Manejo integrado de Crocidosema aporema
Os níveis de ação para o controle de C. aporema (broca-dasaxilas) foram estudados por vários autores na década de 1980.
Iannone e Parisi (1978) compararam o ataque de C. aporema
em diferentes cultivares de soja e distintos estádios fenológicos
da cultura, observando uma redução de 7,4% na produtividade
da cv. Lee e 28% de redução na produtividade da cv. Clark
63, quando submetidas a 70% de infestação pelo inseto até
o final do florescimento. A resposta diferencial de cultivares
de soja ao dano do inseto foi, também, avaliada por outros
autores (GAZZONI; OLIVEIRA, 1979; IANNONE; MARTA,1987;
LOURENÇÃO; MIRANDA, 1983). Estes últimos não observaram
diferenças nos níveis de dano, em relação a diferentes épocas de
188
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
plantio da cultura e a produtividade da soja não foi afetada, quando
29% das plantas foram atacadas pelo inseto. Por outro lado,
Foerster et al. (1983) avaliaram o efeito do dano de C. aporema
à soja, através da comparação de plantas expostas ao ataque do
inseto durante as diferentes fases de desenvolvimento. Nesse
estudo, a alta incidência de plantas atacadas (cerca de 80%)
durante os estádios vegetativos não afetou significativamente
a produtividade da soja, que, por outro lado, foi mais afetada
(cerca de 12% de redução na produtividade) quando a incidência
do inseto ocorreu no estádio de floração. Os autores concluíram
que a aplicação de inseticidas para o controle do inseto deve ser
restrita ao final do estádio vegetativo da soja e somente quando
50% das plantas são atacadas.
Na Argentina, quando a precipitação foi adequada ao
desenvolvimento da soja, 40% de plantas atacadas, durante
o estádio vegetativo (até V6), não resultou em redução significativa da produtividade da cultura (IANNONE et al., 1987).
Nestas condições, uma redução pequena na produtividade foi
observada apenas quando houve 70% de plantas danificadas.
Já em condições de estresse hídrico, os autores observaram
que 57% de plantas atacadas, durante o estádio vegetativo,
resultaram em aproximadamente 20% de redução na produtividade da soja. Em geral, os resultados obtidos por Iannone et al.
(1987), na Argentina, são concordantes com os de Foerster et
al. (1983), no Brasil, uma vez que os primeiros autores também
observaram reduções significativas de produtividade quando o
inseto ocorreu a partir do final do estádio vegetativo até o final
do estádio de florescimento da cultura.
De acordo com a literatura revisada, a soja pode tolerar e/
ou se recuperar de danos causados por larvas de C. aporema em
diferentes estádios fenológicos da planta. Considerando que o
pico de incidência do inseto, geralmente, coincide com o final do
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
189
estádio vegetativo e o florescimento da cultura, o nível de ação
atualmente recomendado no Brasil com base no exame visual
de plantas (CORRÊA-FERREIRA, 1980) é de 30% de ponteiros
de plantas de soja atacados pelo inseto (TECNOLOGIAS...,
2011). Embora haja necessidade de estudos mais recentes para
indicar o real nível de controle, considerando-se principalmente a
mudança de hábito de crescimento das cultivares de soja atuais,
o nível de dano no estágio reprodutivo da soja também não está
totalmente estabelecido, pois não se sabe como a produtividade
pode ser relacionada ao percentual de vagens atacadas pelo
inseto. Embora, Iannone et al. (1987) tenham sugerido que o
nível de dano econômico nos estádios R3 a R5 seria de 5 a 7%
de plantas com vagens atacadas, os dados de campo apresentados mostraram que a produtividade obtida em parcelas submetidas ao ataque do inseto, durante esses estádios da planta,
foi reduzida em cerca de 9,4%, sem, no entanto, haver diferença estatística em relação à testemunha (plantas protegidas
de dano). Plantas de soja, normalmente, compensam perdas de
10 a 15% de vagens de R3 a R5, sem haver redução significativa na produtividade (KOGAN; TURNIPSEED, 1980; SINCLAIR
et al., 1997). Portanto, pode-se assumir como seguro um nível
de ação de 10% de vagens atacadas por larvas de C. aporema,
para o controle do inseto em soja.
Agentes de controle biológico da broca das axilas foram
relatados no Chile, em alfafa, como a bactéria do gênero
Streptococcus e o vírus de granulose do gênero Baculovirus
(RIPA, 1981) e parasitoides são descritos no Capítulo 8, que
trata do controle biológico de insetos relacionados à soja, no
Brasil. Havendo necessidade de controle, as populações larvais
de C. aporema são controladas através da aplicação de inseticidas químicos quando o nível de ação é atingido. Apesar
do hábito do inseto, diferentes inseticidas foram eficientes
190
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
para seu controle (FOERSTER, 1978; OLIVEIRA et al., 1988).
Entretanto, devido às elevadas doses necessárias para propiciar
80% ou mais de controle do inseto, a maioria desses produtos
químicos é altamente prejudicial às populações de inimigos naturais dessa praga. Os inseticidas com menor impacto sobre os
predadores devem ter prioridade de utilização contra C. aporema
(TECNOLOGIAS..., 2011). Produtos que agem apenas por ingestão
(biológicos e inseticidas do grupo dos reguladores de crescimento)
são, geralmente, ineficientes para o controle de populações de
C. aporema.
5.3. Manejo integrado de Elasmopalpus lignosellus
O primeiro passo para o manejo adequado de E. lignosellus
é sua detecção precoce na lavoura. Os métodos utilizados para
monitorar esse inseto são relatados por Viana (2004), tais como
extração e contagem de ovos no solo, uso de feromônios para
detecção de atividade do inseto adulto, detecção de infestações em hospedeiros alternativos, como alguns tipos de feijão
e de ervilha, semeados antes da cultura principal e avaliação
de plantas atacadas. Segundo o autor, esse último método
frequentemente falha em detectar infestações da praga para que
medidas de controle possam ser empregadas, em tempo hábil.
A possibilidade de monitorar os adultos com semioquímicos
é um dos métodos promissores para o manejo da praga (VIANA,
2004). Pesquisas que relacionaram a abundância de adultos com
a ocorrência de lagartas, em amendoeira, indicaram que, para
cada adulto detectado na lavoura, podem se esperar 13 larvas
por metro, após uma semana. Relatos sobre o feromônio sexual
de fêmeas de E. lignosellus existem desde a década de 1970 nos
Estados Unidos (LYNCH et al., 1984; PAYNE; SMITH, 1975).
Três formulações sintéticas do feromônio sexual, duas
importadas dos E.U.A. e outra produzida no Brasil pela UFSCar,
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
191
foram testadas em lavouras de milho por Pires et al. (1992), em
Sete Lagoas-MG, e os autores referiram ineficiência do método
para a captura de machos de elasmo. Os autores concluíram
que devem existir diferenças entre o feromônio das fêmeas
dos E.U.A. e daquelas que ocorrem em Sete Lagoas, indicando
a necessidade de mais pesquisas, inclusive sobre o aspecto
comportamental da espécie, para continuidade dos trabalhos.
Em função da dificuldade de previsão de ocorrência ou
detecção da praga no início do ataque, muitas vezes o controle
é feito de forma preventiva. Na prática, a decisão de controlar
a praga tem sido tomada com base na análise conjunta de uma
série de informações, tais como histórico de ocorrência na
área, fatores edafoclimáticos favoráveis ou desfavoráveis à sua
biologia, presença de inimigos naturais e sequência de plantio de
culturas hospedeiras (VIANA, 2004).
Em locais com alta probabilidade de ocorrência do inseto,
o controle da lagarta-elasmo pode ser realizado através do tratamento de sementes com inseticidas ou aplicação de inseticidas
no sulco de semeadura. O tratamento de sementes é mais
eficiente, prático e de menor custo. A eficiência de controle
do tratamento de sementes de soja com inseticidas varia entre
50 e 95%, dependendo das condições climáticas. Quando o
ataque é detectado após a emergência das plantas, em lavouras
não tratadas preventivamente com inseticidas, pode-se efetuar
uma pulverização de inseticidas com bicos do tipo leque, em
alto volume, com o jato dirigido para o colo das plantas. Essas
pulverizações devem ser noturnas ou realizadas nas horas mais
frescas do dia. Em soja, a eficiência de controle dessas pulverizações varia de 20 a 60%, dependendo das condições climáticas e do estádio da planta.
Experimentos com pulverizações em plantas de soja,
atacadas por elasmo no início do desenvolvimento (V2 e V3),
192
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
demonstraram, após 72 h, controle de 25 e 33% respectivamente (GOMEZ; ÁVILA, 2001). Entretanto, períodos de seca
favorecem a praga e dificultam a ação eficiente de inseticidas.
Para a cultura do milho, o dano causado por lagartas com
até 10 dias de idade pode ser reduzido com a irrigação (VIANA;
COSTA, 1995). Viana (2004) relata que, para milho, o controle
químico realizado através de irrigação por aspersão é um método
alternativo ao tratamento de sementes. Assim, a irrigação, em
áreas onde há essa possibilidade, pode integrar o manejo da
praga, não só diminuindo a intensidade de danos como aumentando a eficiência das pulverizações de inseticidas após a emergência das plantas. Existem inseticidas registrados no Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para controle desta
praga em várias culturas, inclusive para a soja, disponíveis no
Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários-AGROFIT (http://agrofit.
agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).
Medidas que estimulam o crescimento das plantas ou
que as tornem mais vigorosas podem torná-las mais tolerantes
ao ataque dessa praga e de outras que atacam as plântulas.
Algumas medidas recomendadas para o manejo da praga em
milho e sorgo por All et al. (1982, citado por VIANA, 2004)
também podem auxiliar no manejo em soja: i) assegurar a
adequada decomposição dos resíduos de plantas nos quais a
lagarta sobrevive; ii) utilizar semeadura direta ou inseticida no
plantio, se houver presença de insetos no local, em áreas onde
uma cultura hospedeira suceder outra; iii) monitorar a lavoura
a cada 2-3 dias durante o período de suscetibilidade, aplicando
medidas de controle quando 5 a 10% das plantas estiverem
infestadas.
A resistência genética é outra alternativa para o manejo da
lagarta-elasmo que vem sendo estudada. Entretanto, a maioria
dos estudos tem se limitado a identificar fontes de resistência em
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
193
outras plantas como amendoim (LYNCH, 1990), arroz (FERREIRA
JUNIOR et al., 1998) e milho (VIANA; GUIMARÃES, 1997). Em
soja, Link e Santos (1974) avaliaram dez cultivares e nenhuma
fonte de resistência foi identificada. Entretanto, existem alguns
trabalhos mostrando que cultivares geneticamente modificadas poderão ser uma alternativa para controle dessa praga.
Pesquisas realizadas nos E.U.A. mostram que a linhagem de soja
transgênica, que expressa o gene sintético cry1Ac de Bacillus
thuringiensis kurstaki (Jack-Bt), foi quatro vezes mais resistente
a infestações naturais de lagarta-elasmo que a mesma linhagem
Jack não transformada (WALKER et al., 2000).
5.4. Manejo integrado de Ceresa brunnicornis e
Ceresa fasciatithorax
Como a ocorrência destas cigarrinhas em soja é relativamente recente, não existem muitas informações a respeito de
seu manejo na cultura. Porém, segundo Zanella (2007), o monitoramento constante da lavoura, especialmente em áreas com
infestações de plantas daninhas é fundamental para a constatação do momento de entrada da praga e seu acompanhamento
na cultura. Segundo Zanella (2007) medidas de controle são indicadas quando forem encontrados 20% das plantas com ninfas.
Porém, como se trata de uma praga esporádica, existe ainda
muita carência de informações relacionadas ao seu controle;
inclusive, no Brasil ainda não existem inseticidas registrados no
MAPA para o controle das cigarrinhas.
5.5. Manejo integrado de outros insetos que atacam plântulas,
hastes e pecíolos
5.5.1. Chalcodermus bimaculatus
A semeadura realizada em condições adequadas, garantindo a germinação e instalação rápida de plantas, é suficiente
194
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
para garantir o escape da cultura da soja ao ataque de adultos e
larvas dessa praga (TONET et al., 2000).
Em locais sujeitos a surtos desta praga, existem algumas
alternativas para minimizar o problema. Entre elas pode-se citar
o monitoramento das áreas com leguminosas de inverno, a antecipação da dessecação dessas plantas e a semeadura de plantas
não hospedeiras, como milho e sorgo. O controle com inseticidas pode ser uma opção emergencial de controle da praga
(TONET et al., 2000). Alternativas de controle de C. bimaculatus
vêm sendo estudadas, como a utilização de entomopatógenos.
Em casa telada, conídios dos fungos B. bassiana e Metarhizium
anisopliae (Metshnikoff) Sorokin, na dose equivalente a 240 g/ha,
conferiram aproximadamente 70% de mortalidade de larvas de
C. bimaculatus (QUINTELA; ROBERTS, 1992).
5.5.2. Agrotis sp.
Em caso de haver necessidade de controle, recomenda-se
que os inseticidas sejam pulverizados com jato dirigido para a
base da planta, preferencialmente à noite, quando as lagartas
estão mais ativas, logo após o aparecimento dos primeiros
sintomas de ataque. Nos E.U.A., o feromônio sexual dessa
espécie foi identificado em 1979 (HILL et al., 1979) e, desde
então, vem sendo empregado no monitoramento e coleta massal
em armadilhas adesivas, reduzindo as aplicações de inseticidas
para seu controle (VILELA; PEREIRA, 2005).
A eliminação de plantas daninhas hospedeiras da praga,
como a língua-de-vaca (Rumex spp.) e o caruru (Amaranthus spp.),
através da dessecação antecipada em áreas onde foi constatada
a presença da praga, impede que as mariposas realizem novas
posturas, e a falta de alimento poderá determinar a interrup­ção do
ciclo da praga ou levá-la a um desenvolvimento anormal (TONET
et al., 2000). Além disso, o inseto possui alguns inimigos naturais
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
195
que, possivelmente, ajudam a manter as suas populações em níveis
baixos, sem causar grande prejuízo às culturas. Gallo et al. (2002)
relatam que a porcentagem de parasitismo no campo, por microhimenópteros e moscas, varia de 10 a 20%.
5.6. Manejo integrado de outros organismos que atacam
plântulas, hastes e pecíolos
5.6.1. Lesmas e caracóis
Pouco se sabe a respeito dos níveis de ação para o manejo
de lesmas e caracóis, em soja. Hammond (2000) verificou em
ensaios com dano simulado de lesmas à soja e concluiu que
o maior impacto no rendimento foi causado pela redução no
estande de plantas. Por outro lado, desfolha de 50% nas folhas
unifolioladas causou pequeno impacto na produtividade. Em
outras culturas, existem níveis de danos baseados em número
de indivíduos. No feijão, o nível de controle para lesmas é de
0,25 lesmas/m2 ou 0,4 lesmas/armadilha/noite, em que 1 lesma/
armadilha/noite pode causar redução de 11% no rendimento
da cultura (DISTEFANO; YOKOYAMA, 1998). Em áreas com
problemas com lesmas e caracóis, algumas medidas gerais
podem ser tomadas para evitar ou reduzir a infestação desses
organismos. A diminuição dos locais de abrigo, através da eliminação de entulhos, dejetos de animais domésticos etc., próximos
à lavoura, de restos culturais, como montes de palha de feijão ou
de soja, processadas com trilhadoras estacionárias, são algumas
dessas medidas que podem ser utilizadas em pequenas propriedades (GOMEZ et al., 1998; QUINTELA, 2002a). Segundo
Chiaradia e Milanez (1999), a manutenção de boa drenagem do
terreno a ser semeado com soja, principalmente de várzeas ou
das partes mais baixas da lavoura, onde há um acúmulo maior
de água no solo, ajudam a diminuir a possibilidade de esses
organismos atingirem populações elevadas.
196
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
A dessecação no período de entressafra afeta a sobrevivência de moluscos, pois dificulta a oviposição e o desenvolvimento dos espécimes jovens, devido à redução da umidade da
camada superficial do solo e à falta de alimento no ambiente
(GOMEZ et al., 1998). Nas áreas com histórico de ataques
elevados de moluscos, a adoção de práticas de manejo de plantas
de cobertura, como a adubação verde, de culturas como o naboforrageiro (crucífera) e as leguminosas em geral, devem ser
evitadas, pois favorecem a proliferação desses moluscos, pelas
suas qualidades alimentares e por proporcionarem ambiente
favorável na superfície do solo (TONET et al., 2000). Embora não
seja uma tática indicada, a literatura registra que a utilização de
grade leve pode contribuir para diminuir a população de lesmas,
através da sua exposição aos predadores e ao sol, pois possuem
fototropismo negativo (DI STEFANO; YOKOYAMA, 1998).
O controle químico com moluscicidas tem sido eficaz no
controle desses organismos (CORSO, 2006; CORSO et al.,
2003), assim como o cloreto de sódio, a cal virgem ou hidratada, produtos à base de cobre (Cu) e ácido bórico têm sido
utilizados nas bordaduras da lavoura (CHIARADIA; MILANEZ,
1999; MILANEZ; CHIARADIA, 1999; QUINTELA, 2002a). A
aplicação de iscas a lanço, junto com o calcário, o adubo ou,
até mesmo, com quirera (=quirela) de milho é também sugerida,
considerando-se que estes veículos facilitam a sua distribuição
na lavoura (DI STEFANO; YOKOYAMA, 1998).
Em geral, o uso de inseticidas granulados, aplicados no
sulco de semeadura, é menos eficiente do que iscas, para o
controle de lesmas e caracóis. O controle químico convencional,
com a aplicação de produtos fitossanitários sobre as folhas da
planta, não é indicado. Aplicações de uréia ou mesmo de sulfato
de cobre, preferencialmente à noite, são alternativas sugeridas
por vários autores (CHIARADIA; MILANEZ, 1999; CORSO et al.,
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
197
2003; DI STEFANO; YOKOYAMA, 1998; QUINTELA, 2002a).
No entanto, não há produtos registrados no Brasil, para controle
desses moluscos, em soja, considerando-se que há poucos trabalhos de avaliação, com análise estatística adequada e, assim, os
resultados têm sido muito variáveis. O uso de inseticidas de
contato para o seu controle, muitas vezes, provoca nas lesmas
e caracóis a liberação de uma secreção de defesa, dando a eles
um aspecto que pode, erroneamente, ser interpretado como o
início da morte (DI STEFANO; YOKOYAMA, 1998).
5.6.2. Piolhos-de-cobra
Redução de 40% no estande e, ainda, danos nos cotilédones em 73% das plântulas emergidas, podem ocorrer com
infestação média de 9 piolhos-de-cobra/m de fileira (CORRÊAFERREIRA; MOSCARDI, 1985). Adicionalmente, segundo observações realizadas por Lopes (2002), 5 espécimes/m já causam
prejuízo à cultura da soja.
A melhor alternativa para o manejo de piolho-de-cobra é a
rotação de cultura com o milho, que não é um alimento preferencial, sendo, assim, pouco atacado pela praga. O controle químico
do piolho-de-cobra com inseticidas tradicionais, para pulverização sobre as plantas, é difícil, mesmo quando aplicados diretamente sobre o seu corpo (CORRÊA-FERREIRA; MOSCARDI,
1985). Essa baixa eficiência pode ser explicada pelo hábito de
permanecerem junto ao solo, debaixo de palhada, sendo difícil de
serem atingidos pelos produtos, além de apresentarem espessa
camada de quitina, que reveste o seu corpo.
Pesquisas realizadas por Corso (1987), Link e Link (2001)
e Lopes et al. (2002) indicaram que inseticidas misturados às
sementes possuem alta eficiência sobre a praga. E aparecem como
uma boa alternativa para o seu manejo em áreas com histórico
de ocorrência permanente de piolho-de-cobra, considerando-se
198
Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga
a alta sensibilidade destes organismos a diversos produtos
químicos. Isso também pode ser uma boa alternativa para as
situações de necessidade de ressemeadura de partes da lavoura
danificadas (reboleiras) pelo seu ataque, com queda acentuada
do estande de plantas. Porém, poucos inseticidas para o tratamento de sementes de soja estão registrados no MAPA.
Outra forma de redução do impacto dos seus danos à soja,
no caso de a rotação de culturas e o uso do controle químico
não serem adequados, pode ser a semeadura da lavoura com
densidade 40-50% maior que a normalmente utilizada pelo agricultor. Dessa forma, pode haver a compensação da redução
de estande de plantas atacadas e mortas pelo piolho-de-cobra.
Porém, para evitar acamamento causado pela alta população de
plantas, essa tática deve apenas ser adotada onde a ocorrência
de piolho-de-cobra é muito provável.
6. Considerações Finais
A maioria das pragas que atacam plântulas, hastes e pecío­los
da soja é de difícil controle através de métodos convencionais,
como o químico. Adicionalmente, como o ataque ocorre logo após
a emergência da planta, sem muitas reservas que possivelmente
já se esgotaram após a formação das folhas unifolioladas, assim
como a redução da capacidade fotossintética, podem redundar
em danos que, na sua maioria, são definitivos e irrecuperáveis. No
entanto, o conhecimento dos aspectos biológicos, hospedeiros,
distribuição e do histórico de ocorrência das pragas permitem a
definição de medidas de controle, que vão desde a escolha de
plantas não hospedeiras para compor o sistema de rotação de
culturas até a utilização do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos. Como essas pragas ocorrem precocemente
na lavoura e têm grande capacidade de causar dano quando em
altas populações, a pesquisa com o controle biológico, cultivares
Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja
199
resistentes, além de estudos para o adequado monitoramento,
especialmente daquelas pouco perceptíveis devem ser incrementadas para propiciar um manejo mais adequado.
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