APAS comenta o resultado do PIB de 2016

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APAS comenta o resultado do PIB de 2016
Para Associação, resultado reflete o passado e 2017 pode ser diferente
A APAS - Associação Paulista de Supermercados - avalia que o resultado do PIB
(Produto Interno Bruto) em 2016 reflete a má condução da política econômica
do governo federal ao longo dos últimos anos, que impactou na redução da
produção, do investimento, do emprego e da renda.
Segundo Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS, o
resultado demonstra um passado crítico, vivenciado em 2016, porém, que não
sinaliza a tendência futura de crescimento da economia brasileira em 2017,
mesmo de forma gradual e lenta.
Em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,6% em relação a 2015, atingindo
R$ 6,2 trilhões no ano. Em 2015, a economia já havia recuado 3,8%. Vale
ressaltar que, desde 1931, a economia brasileira não registrava duas quedas
consecutivas no PIB.
A situação econômica atual é impensável e inaceitável para uma economia do
tamanho da brasileira, que está entre as 10 maiores do mundo - e já esteve
entre as seis.
“O descaso de governos passados e descompasso da política econômica por
parte do Governo Federal, tanto do ponto de vista da política fiscal - com
excessivos gastos e má gestão dos gastos - e pela falta de coordenação da
política monetária, fez a economia entrar em um cenário deplorável, que levará
anos para se recompor e trazer crescimento da renda das famílias”, afirmou.
O economista explicou também que todos os setores apresentaram queda e até
a agropecuária, que registra crescimento anual, teve resultado negativo (-6,6%).
Outro destaque negativo é a indústria, que teve queda anual de 3,8% e da
Formação Bruta de Capital Fixo com queda de 10,2%, o que é dramático, já que,
em 2015, havia sido registrado queda de 14,1%.
Mariano ressaltou que a piora na formação bruta de capital fixo é preocupante,
uma vez que, sem investimento, a economia demora mais para sair da crise, e,
para ter investimento, deve haver confiança, que é o fator importante para a
retomada dos investimentos produtivos por parte dos empresários. A equipe
econômica atual está atuando neste sentido e, por meio da redução gradual da
taxa de juros, busca alcançar estes objetivos.
“Do ponto de vista do setor supermercadista, o destaque negativo é a queda no
consumo das famílias, que atingiu -4,2%, o que prejudica o desempenho do
varejo brasileiro e, consequentemente, impactou o setor” diz.
O economista da APAS explicou também que o comércio apontou queda de
6,3%, e os reflexos são sentidos em todos os segmentos, incluindo o setor
supermercadista, que sofre com a redução da atividade econômica. A
consequência é a redução do emprego e da renda da população, tendo
contribuído para a diminuição do ritmo de vendas dos supermercados. Em
2016, a queda no faturamento do setor paulista foi de 2,73%.
Ao longo de 2015 e 2016 foi verificado um alinhamento maior entre a indústria
de alimentos e bebidas e o varejo supermercadista, no sentido de contribuir
para que o desempenho das vendas não seja tão impactado diante deste
cenário econômico que se deteriora dia após dia.
“Cair 2,73% enquanto o PIB caiu 3,6% demonstra algum ritmo diferenciado do
setor de supermercados, que pode ser caracterizado pelas negociações
constantes entre varejo e indústria, no sentido de oferecer mais promoções aos
consumidores para que o consumo não seja afetado de maneira tão expressiva,
porém, isso prejudicou a margem das empresas supermercadistas”.
O ponto de atenção que pode passar despercebido é que, diante desta crise
toda, o consumo do governo caiu apenas 0,6% em 2016, após cair apenas 1,1%
em 2015. Isso demonstra que a má gestão do dinheiro público inibe a redução
dos gastos públicos. Assim, o ajuste fiscal é fundamental para que tenhamos um
comportamento dos gastos públicos condizentes com o desempenho da
economia nos próximos anos.
Para Rodrigo Mariano, a união entre desemprego e a queda de renda têm
afetado de maneira expressiva as vendas de supermercados. O PIB per capita,
por exemplo, registrou queda de 4,4% em relação a 2015, e atingiu R$ 30.407.
Vale ressaltar que, se compararmos com 2014, houve queda de 4,6% e, em
2014 na comparação com o ano anterior, foi registrada queda de 0,8%. Ou seja,
a população brasileira está empobrecendo, o que inibe um crescimento
sustentável ao longo do tempo.
Por fim, Mariano destaca que a condução da política econômica deve estar
voltada para o crescimento da produção do emprego e da renda, com a
manutenção da inflação sob controle. Assim, haverá ganhos reais na renda da
população com reflexos positivos para o consumo e investimento, e a
consequente retomada do crescimento econômico.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista
no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem
1.387 associados, que somam mais de 3.133 lojas.
Gestão de relações com a mídia APAS – Associação Paulista dos Supermercados
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