Maria é uma das milhares de Agentes Comunitárias de Saúde que trabalham nos municípios brasileiros. Todos os dias, ela visita sua comunidade para saber como anda a saúde dos moradores. Olá, Cícero, como vai? Estou vendo que você nunca perde a oportunidade de jogar bola. E na escola, tudo bem? Já sei ler tudinho, dona Maria. A senhora veio visitar algum doente? Muito bem, Cícero! Vim para acompanhar o Dr. Carlos na visita a algumas pessoas que estão com sintomas de LEISHMANIOSE. Quer vir conosco? Leish... O quê? Mas que nome complicado! 2 Leishmaniose, Cícero, é o nome de uma doença grave, que aparece o ano todo. Tem cura, mas, se não for tratada a tempo, pode até levar à morte. Olá, Maria! Estou vendo que hoje temos um ajudante. É o Cícero, dr. Carlos. Ele quer saber mais sobre algumas doenças. Quem sabe não será um futuro agente de saúde? Pois bem, Cícero, nós vamos até a sua comunidade para examinar alguns moradores. No caminho, vou lhe falar um pouco sobre a LEISHMANIOSE. Ela foi descoberta em 1903, e esse nome difícil vem do Dr. Leishman, o seu descobridor. Essa doença pode afetar pessoas, cachorros e animais silvestres, como a raposa, o rato, o gambá, o tamanduá e até o bicho-preguiça. 3 E como se pega essa doença? Uma pessoa pode passar para outra? FLE – BÓ – TO – MO! Nossa! Cada nome difícil! Não, Cícero, ela só é transmitida por um parasita muito pequenino chamado LEISHMâNIA, que entra no nosso corpo pela picada do mosquito FLEBÓTOMO. Esse mosquitinho também é conhecido como birigüi ou mosquito-palha. Só as fêmeas picam (geralmente à tarde ou à noite), pois precisam de sangue para produzir seus ovos. Quando chupam o sangue de uma pessoa ou de um animal contaminado, levam junto a LEISHMâNIA. E aí, quando picam pessoas ou animais sadios, transmitem o parasita para eles. 4 Sabe, Cícero, a LEISHMANIOSE é uma doença difícil de ser controlada. Antes era vista apenas em florestas ou ˜ regioes rurais afastadas, mas agora ela está chegando a áreas urbanas. Dona Maria, por que isso está acontecendo? Porque com o desmatamento e a mudança das famílias para as cidades, o mosquito vai buscar alimento nas casas mais próximas e ataca inclusive animais de estimação, como os cães. Contaminados, eles podem transmitir a doença. Mas todo cão transmite a LEISHMANIOSE? Não, Cícero, só aqueles que foram contaminados pela picada do mosquito FLEBÓTOMO. 5 Bom dia, seu José! Hoje o Dr. Carlos bem-vindos! veio comigo fazer as visitas. Trouxemos Vocês chegaram na hora até o Cícero para certa. Naquela casa ali ajudar. tem uma menina que não está se sentindo bem há dias. Então, vamos lá. Venha, Cícero! No caminho eu explico como a LEISHMANIOSE se desenvolve dentro de nós. Quando a LEISHMâNIA entra no nosso corpo, ela consegue chegar, pelo sangue, ao fígado, ao baço e até à medula óssea. Uma vez instalada, ela começa a se multiplicar e a atacar as células desses órgãos, causando a doença. 6 E a doença aparece logo depois que o mosquito pica? Nos animais pode variar entre 3 e 10 meses, mas também levar anos para se desenvolver. E lembre-se: o cuidado deve ser maior com crianças e animais, pois eles são alvos fáceis desse mosquito. Não, Cícero, depois da picada, a doença pode levar de 2 a 4 meses para aparecer. Em alguns casos, pode chegar a 2 anos. E nos animais, Dr. Carlos? Bom dia, dona Rosa, soube que sua filha não está passando bem. Posso examiná-la? Claro, Dr. Carlos! Não sei o que ela tem. 7 O que a menina está sentindo? Parecem ser sintomas da LEISHMANIOSE, mas vamos primeiro fazer uns exames para ter certeza, dona Rosa. Está fraquinha, cansada e sem ânimo há várias semanas e com febre alta há vários dias. Emagreceu e está com diarréia. Notei um pouco de sangue nas fezes e na boca. Tem tosse seca e a barriga parece inchada. Vou dar uma picadinha na ponta do dedo dela, para colher um pouco de sangue e mandar para o laboratório analisar. Precisamos tratar logo, antes que a doença chegue a órgãos importantes. Mas preste atenção: o tratamento da LEISHMANIOSE é longo e tem de ser feito direitinho. E como é esse tratamento, doutor? 8 Bem, quando a doença é descoberta, o paciente é tratado ˜ com injeçoes e deve ter acompanhamento médico. Em alguns casos, o doente fica internado. O tempo de tratamento depende de cada caso, mas, em geral, dura alguns meses, com bons resultados. Depois que eLA melhorar nunca mais vAI pegar essa doença? Não é porque ela foi contaminada uma vez que ficará protegida para sempre contra a LEISHMANIOSE. 9 Até logo e muito obrigada por tudo, doutor. Até logo, e fique tranqüila. Assim que os resultados dos exames ficarem prontos, voltaremos aqui. Dr. Carlos, dona Maria! Minha mãe pediu para vocês irem lá em casa ver meu irmãozinho. Vamos lá, então. Você vem conosco, Cícero? Claro, Dr. Carlos! Quero saber mais sobre essa doença. Quer dizer que os sintomas da LEISHMANIOSE são aqueles que a menina estava sentindo, não é? E quais são os sintomas nos animais? 10 Nos animais os sintomas são: perda de pêlos em orelhas e focinho, conjuntivite, emagrecimento, desânimo, tristeza no olhar e crescimento acentuado das unhas. Mas é preciso levá-lo ao veterinário para confirmar a doença. Infelizmente, ainda não existe tratamento ou vacina para os animais e, por isso, se eles estiverem contaminados, terão de ser sacrificados. MATAR O CACHORRO? E não existe uma forma de impedir que os animais sejam contaminados? A melhor forma de proteger seu animal da contaminação é cuidar bem dele, alimentando-o e mantendo-0 sempre limpo, bem como o local onde ele vive. Sempre que possível, leve-o ao veterinário. 11 Ô de casa! Podemos entrar? Entre, dona Maria. Que bom vê-la! Será que o Dr. Carlos poderia examinar meu filho, para ver se a ferida que ele tem na mão está sarando? Está bem melhor, sim. A senhora tem feito sempre a limpeza da ferida e levado o menino todos os dias para tomar injeção no Posto de Saúde? Tenho sim, doutor. Eles têm tratado da ferida e dado injeção para que a doença não se espalhe pelo corpo todo. 12 A LEISHMANIOSE CUTÂNEA é a forma da doença que afeta a pele, causando feridas no rosto, nos braços e nas pernas. Se não for bem tratada pode causar sérias deficiências físicas. Uma pessoa pode ter várias feridas com as beiradas levantadas, que demoram para curar e deixam cica– trizes que nunca desaparecem. O seu filho está com LEISHMANIOSE CUTÂNEA, mas existem dois tipos dessa doença: a LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA e a VISCERAL, que também é conhecida como CALAZAR. A LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA causa feridas seguidas da destruição das membranas e do tecido do nariz, da boca e da garganta. Ela pode levar à morte por infecção das vias respiratórias. A LEISHMANIOSE VISCERAL ou CALAZAR é a mais perigosa, porque, se não for tratada, pode levar à morte. É difícil descobri-la, pois os sintomas são parecidos com os de outras doenças. Neste caso, o paciente tem diarréia, febre, a barriga cresce, o baço e o fígado incham e a pessoa começa a perder peso, ficando fraca. 13 Você pode ajudar a impedir o aumento da LEISHMANIOSE. Mantenha limpa toda a área em volta de sua casa E não deixe restos de comida. Queime ou recolha o lixo em sacos plásticos. Não deixe acumular pedaços de madeira, garrafas, pedras e nem mesmo frutas caídas e apodrecidas no quintal. Para impedir a entrada do FLEBÓTOMO em sua casa, coloque telas bem fechadinhas nas janelas, pois esse mosquito é muito pequeno. O uso do mosquiteiro também é muito importante. 14 Fique atento. Sempre que souber de algum caso na comunidade, avise o agente de saúde para que ele solicite a aplicação de inseticidas no telhado, nas paredes de dentro e de fora da casa, nos galinheiros e em outras dependências. E o mais importante: se você notar feridas no corpo ou tiver alguns dos sintomas citados, procure imediatamente o Posto de Saúde mais próximo para fazer os exames necessários e iniciar rapidamente o tratamento contra a leishmaniose, evitando ˜ assim suas complicaçoes. Essa é uma doença perigosa e difícil de ser prevenida e tratada. Mas se nos unirmos para impedir que o mosquito transmissor encontre lugares para se reproduzir e sobreviver, poderemos ter bons resultados na prevenção da LEISHMANIOSE. É NECESSÁRIO CONHECER BEM ESSA DOENÇA, PARA PODER COMBATÊ-LA. 15 Realização: Diretoria de Comunicação – Sanofi-aventis Brasil Consultoria Técnica: Otamires Alves da Silva - Pesquisadora Titular - PhD Saúde Pública Depto. Parasitologia – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz Desenhos e edição: Angela Motta Diagramação e arte: Publicis Brasil Apoio: Projeto Bandeira Científica Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Serviço: Este material tem finalidade exclusivamente educativa e preventiva da leishmaniose no Brasil. A iniciativa é complementar ao Programa de Acesso a Medicamentos do Grupo sanofi-aventis. O presente documento reflete o melhor entendimento da literatura disponível sobre a doença e as informações nele contidas não devem servir de subsídio ou estímulo para automedicação e tampouco devem substituir o diagnóstico de um médico devidamente habilitado. Se você identificar alguns dos sintomas descritos neste material, procure o Posto de Saúde mais próximo. Realização: Apoio: