como conseqüência, fornecedores de fertilizantes do mundo não conseguiram acompanhar o ritmo de crescimento da demanda por adubos. O consumo de fertilizantes no Brasil representa menos de 6% do total mundial, ocupando o quarto lugar no ranking do mercado internacional, depois da China, Índia e Estados Unidos. Diferente do Brasil, na China e na Índia os fertilizantes são subsidiados, a logística é privilegiada e a segurança alimentar é definida como segurança nacional. No Brasil, as importações representam 74% do suprimento de fertilizantes (Figura 11), ou seja, o país encontra-se altamente dependente do mercado internacional e, em função disso, a indústria nacional adota preços comparáveis ao do mercado internacional (price taker). Assim, caso não haja expansão na capacidade de produção agrícola, a necessidade por importações tenderá a aumentar (Figura 12). Nota: “Produção de fósforo” inclui produção com matérias-primas internacionais. Figura 11. Consumo brasileiro de nitrogênio, fósforo e potássio e quantidades supridas por produção nacional e por importação em 2007, em milhões de toneladas (Mt). Fonte: ANDA, SIACESP. Figura 13. Entregas de produtos e nutrientes ao consumidor final. Dados de 2008 correspondem ao primeiro trimestre. Fonte: ANDA, SIACESP. Para melhorar este cenário e reduzir os custos dos produtos vendidos aos agricultores é necessária uma política específica para regular o mercado, ampliar a produção brasileira e diminuir os impostos nas importações de adubos. Entre os desafios a serem enfrentados, podem ser citados: alta taxa de juros (a maior do mundo: 11,75% ao ano); aumento da inadimplência e renegociações de dívidas; falta de subsídios; barreiras internacionais; déficit logístico e de infra-estrutura; desbalanço no consumo de N, P e K; inconsistência no consumo de calcário; dívida de R$ 131 bilhões (US$ 73 bilhões) oriundas de diferentes programas de crédito rural (bancos, tradings, fornecedores de insumos); ausência de seguro agrícola/climático. Além disso, a capacidade de escoamento do mercado brasileiro é rudimentar, prejudicando principalmente os produtores distantes do mercado consumidor ou dos portos, e a capacidade de armazenamento é deficiente, forçando o agricultor a vender seu produto em momentos muitas vezes inadequados, por não ter onde armazená-lo. Por outro lado, as oportunidades do mercado agrícola são imensas e o setor de fertilizantes revela-se estratégico, tendo em vista a vocação do Brasil como potência agrícola em alimentos e bioenergia. Portanto, é preciso buscar, com urgência, maior autosuficiência nacional neste insumo. BIORREGULADORES, AMINOÁCIDOS E EXTRATOS DE ALGAS: VERDADES E MITOS João Domingos Rodrigues, UNESP, Botucatu, SP, email: mingo@ibb. unesp.br Notas: • Produção = amônia, rocha fosfática e KCl. • Necessidade de importação: consumo menos importação. • Produção em 2012 considera projetos em implementação. Figura 12. Demanda e oferta de fertilizantes no Brasil, em milhões de toneladas (Mt). Fonte: Dados de 2002: ANDA e IFA; 2007 a 2012, dados estimados. A maior venda de adubos realizada no país no primeiro trimestre de 2008 (Figura 13), a despeito do aumento dos preços, é explicada pelo plantio de milho safrinha. Também está havendo antecipação da safra de verão e compra antecipada de safras. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 O milho ocupa importante papel na alimentação humana e, com o advento do etanol, a demanda por este cereal tem aumentado muito nos Estados Unidos. No Brasil, a média de produtividade do milho está em torno de 3 t ha-1, muito abaixo daquela alcançada em áreas com adoção de alta tecnologia, como nos Estados Unidos, que é de cerca de 9 t ha-1 de milho, muito aquém ainda do seu potencial genético produtivo, que é de cerca de 38 t ha-1. Desta forma, torna-se estratégico o emprego de novas tecnologias que proporcionem aumentos de produtividade, melhorem o aproveitamento dos recursos disponíveis, visando sustentabilidade dos sistema agrícolas, e evitem prejuízos ao ambiente. Os componentes da produtividade do milho, tais como número de plantas por unidade de área, número de fileiras por espiga, número de grãos por fileira e massa de grãos, são determinados por processos fenológicos como germinação, desenvolvimento vegetativo, florescimento, granação e maturação. Apesar de o milho apresentar elevado potencial produtivo, fatores bióticos e abióticos influenciam sua capacidade de produção. Dentre estes fatores, os 15 hormônios vegetais desempenham função importante. Estes são compostos orgânicos, não nutrientes, de ocorrência natural, produzidos nas plantas em baixas concentrações (10-4 M), que promovem, inibem ou modificam processos fisiológicos e morfológicos dos vegetais, podendo uniformizar a germinação, controlar o desenvolvimento vegetativo, promover florescimento, auxiliar no processo de enchimento de grãos e antecipar ou atrasar a maturação (Figura 14). Até recentemente, apenas seis tipos de hormônios eram considerados: auxinas, giberelinas, citocininas, retardadores, inibidores e etileno. Contudo, hoje, outras moléculas com efeitos similares têm sido descobertas, tais como, brassinosteróides, ácido jasmônico (jasmonatos), ácido salicílico (salicilatos) e poliaminas. Para que haja resposta, promoção, inibição ou alteração metabólica do vegetal a um determinado hormônio, este deve: a) estar em quantidade suficiente nas células adequadas, b) ser reconhe- cido e capturado por receptores específicos localizados na membrana plasmática de células vegetais e c) ter seus efeitos amplificados por mensageiros secundários (geralmente um mineral, normalmente Ca ou P) (Figura 15). Assim, diferentes respostas fisiológicas, como floração, germinação, crescimento, alongamento, acontecem em função das diferentes enzimas formadas por cada um dos reguladores que são aplicados. Por isso, é importante sempre manter na planta, primeiro, o equilíbrio nutricional, e depois o hormonal. Com os inúmeros benefícios obtidos a partir da aplicação de reguladores vegetais sobre as plantas cultivadas, combinações desses produtos têm sido estudadas. Além disso, raramente os hormônios vegetais agem sozinhos, mesmo quando uma resposta no vegetal é atribuída à aplicação de um único regulador vegetal, o tecido que recebeu a aplicação contém hormônios endógenos que contribuem para as respostas obtidas. As inter-relações no desenvolvimento vegetal resultam da combinação de muitos sinais, da ação conjunta de muitas dessas substâncias. As sementes constituem o principal veículo de multiplicação de espécies cultivadas. Além disso, a população de plantas, um dos componentes da produtividade, em uma determinada área cultivada, é determinada, entre outros fatores, pela germinação de sementes, que começa com a absorção de água e termina com o alongamento do eixo embrionário. Práticas de manejo que permitam maximizar o potencial fisiológico das sementes após a semeadura são de grande importância para a obtenção de elevadas produtividades. A principal razão para o uso de reguladores vegetais em milho tem sido promover melhor germinação de sementes, visando reduzir falhas no estande e melhorar o desenvolvimento do sistema radicular, pois como os recursos de solos, água e nutrientes estão irregularmente distribuídos, quanto maior a habilidade das plantas em distribuir seu sistema radicular no solo, melhor sua capacidade em explorar eficientemente estes recursos. As raízes das plantas terrestres estão envolvidas na aquisição de água e nutrientes disponíveis no solo, sustentação da planta, síntese de hormônios vegetais e funções de armazenamento. A B Nos últimos anos, os biorreguladores, os aminoácidos e os extratos de algas têm estado em evidência e despertado o interesse dos produtores pelo potencial em promover aumentos de produtividade. • Biorreguladores Os biorreguladores ou reguladores vegetais são compostos orgânicos, naturais ou sintéticos que, em pequenas quantidades, promovem ações similares aos grupos de hormônios vegetais conhecidos. Essas substâncias podem ser aplicadas diretamente nas plantas (folhas, frutos, sementes), provocando alterações nos processos vitais e estruturais com a finalidade de incrementar a produção, melhorar a qualidade e facilitar a colheita, mesmo sob condições ambientais adversas. O único regulador de crescimento vegetal do grupo químico citocinina + giberelina + ácido indolbutírico registrado para a cultura do milho no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o Stimulate®, da Stoller do Brasil, contendo em sua formulação 90 mg L-1 de cinetina (citocinina), 50 mg L-1 de ácido indolbutírico (auxina) e 50 mg L-1 de ácido giberélico (giberelina). Figura 14. Funções dos hormônios vegetais no crescimento vegetativo (A) e no crescimento reprodutivo e na senescência (B). Legenda: AX = auxina, CK = citocinina, GA = giberelina, BR = brassinosteróide, ABA = ácido abscísico, ET = etileno, JA = ácido jasmônico. 16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 Entre os fatores que regulam o processo germinativo, a presença de hormônios e o equilíbrio entre eles, promotores e inibidores, exercem papel fundamental (Figura 15). O desenvolvimento do eixo embrionário é mediado por auxinas e citocininas e o aumento tanto no número como no tamanho das células é decorrente da síntese protéica realizada pelo embrião. De maneira geral, as giberelinas estão envolvidas na transcrição genética, as citocininas na tradução e as auxinas na permeabilidade das membranas. O ácido giberélico, por regular a expressão do gene da α-amilase, a qual hidrolisa o amido, tem a função de regulação na mobilização de reservas do endosperma durante o desenvolvimento de plântulas. Quanto à produção de grãos, a relação fonte/dreno tem sido a principal determinante. Neste caso, sabe-se do papel das citocininas na promoção do movimento de nutrientes. Inúmeros trabalhos mostram que os nutrientes são preferencialmente transportados e acumulados em tecidos tratados com citocininas, havendo uma provável alteração na relação fonte-dreno. Experimento com aplicação de Stimulate® em tratamento de sementes, na concentração de 10 ml kg-1, mostrou-se eficiente na promoção de melhor desempenho das sementes no processo germinativo, proporcionando maior número de plântulas normais. Também registrou-se melhor resposta dos sistemas radiculares das plantas originadas de sementes pré-tratadas com o biorregulador, aumentando significativamente o crescimento das raízes (Figura 16). A fotossíntese também depende dos hormônios, assim como dos nutrientes, os quais, na forma iônica, ativam as enzimas. O principal hormônio que atua na fotossíntese é a citocinina, que age na diferenciação do cloroplasto, na síntese da enzima rubisco – responsável pela transformação do carbono inorgânico em orgânico – , na síntese de clorofila, na expansão foliar e na inibição da degradação da clorofila (inibe a senescência). A giberelina inibe ou retarda a degradação da clorofila. A auxina regula a abertura das folhas e é responsável pela partição e movimento de assimilados no floema. • Aminoácidos São metabólitos primários das plantas, constituintes das proteínas. Para a síntese de proteínas, aminoácidos individuais são acoplados por ligações peptídicas. Figura 16. Efeito de Stimulate® na germinação de sementes, no número de plântulas normais e no comprimento de raízes de milho. Fonte: VIEIRA e CASTRO (2000). Figura 15. Mecanismos de ação dos hormônios e reguladores na planta. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 Embora as plantas possam conter mais de 300 aminoácidos diferentes, apenas 20 são necessários para a síntese de proteína, quais sejam: fenilalanina, tirosina, triptofano, hidroxiprolina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, ornitina, valina, alanina, arginina, aspartato, asparagina, cisteína, glutamato, glutamina, glicina, prolina e serina. A importância dos aminoácidos para as plantas está ligada aos metabolismos primário e secundário. Há aminoácidos que são preponderantes na composição das proteínas vegetais, como metionina, lisina, glicina e ácido glutâmico. Há, também, funções particulares, em que aminoácidos específicos estão presentes, como, por 17 exemplo, a glicina está presente na formação da clorofila, o ácido glutâmico é um aminoácido-chave no crescimento e funcionamento dos meristemas e na frutificação, a prolina e a hidroxiprolina são responsáveis pela fertilidade do grão de pólen e pela consistência das paredes celulares, a asparagina e o glutamato promovem a conexão entre o ciclo do carbono e o do nitrogênio nas plantas, influenciando a síntese de açúcares e de proteínas, entre outros. Os aminoácidos são considerados aditivos pelo MAPA e têm seu uso aprovado em fertilizantes, em geral como estabilizantes da formulação. O uso destes produtos em pulverizações foliares está se tornando cada vez mais freqüente, embora haja controvérsias quanto à absorção pelas plantas, pois os resultados apresentados na literatura científica existente não são consistentes, talvez em função do reduzido número de trabalhos publicados. No entanto, há citações de que as plantas podem absorver aminoácidos pelas raízes e pelas folhas. Os aminoácidos podem formar complexos com cátios como Zn, Cu, Mn e Fe, protegendo-os e aumentando sua disponibilidade para as plantas. • Extratos de algas Produtos comerciais à base de Ascophyllum nodosum, por exibirem ação semelhante aos hormônios vegetais, tem sido usados para aplicações foliares ou no solo, inclusive na agricultura orgânica. Esta alga é encontrada exclusivamente em águas temperadas do hemisfério norte. Por ter se adaptado a condições de sobrevivência bastante adversas – águas com temperaturas extremamente baixas no inverno, imersão total na água salgada na maré alta e intensa exposição ao solo na maré baixa – acredita-se que desenvolveu estratégias de sobrevivência, como a síntese de compostos anti-estresse. Assim como os aminoácidos, o extrato de alga é considerado aditivo pelo MAPA e tem seu uso aprovado em fertilizantes, em geral como estabilizante da formulação. Auxinas e citocininas podem ser identificadas e quantificadas em extratos de algas, porém, há controvérsias na pesquisa sobre a possibilidade de haver uma relação direta entre os níveis de citocinina de extratos de algas e os níveis deste hormônio no tecido das plantas que receberam a aplicação do extrato. As respostas parecem depender da espécie de planta e da composição das substâncias húmicas e extratos de algas presentes nos produtos. Assim, há necessidade de mais estudos para elucidar o mecanismo de ação e os efeitos dessas substâncias bem como a de padronização do extrato de alga em relação à concentração dos hormônios. PLANTAS DE COBERTURA E ROTAÇÃO DE CULTURAS NO SISTEMA PLANTIO DIRETO Ademir Calegari, Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR, Londrina, PR, email: [email protected] O declínio dos níveis de fertilidade natural dos solos geralmente está relacionado com o uso intensivo e inadequado das áreas exploradas, o que, por sua vez, não permite às plantas manifestarem todo seu potencial genético. Este manejo inadequado tem contribuído para o processo de degradação da matéria orgânica, causando desequilíbrio nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, acelerando a erosão e diminuindo a produtividade das culturas. Normalmente, as áreas mantidas sem cobertura verde ou morta são as mais predispostas aos efeitos desfavoráveis das 18 precipitações excessivas e, certamente, às perdas de solo e nutrientes por erosão e lixiviação. Com as evidências marcantes do efeito estufa, as mudanças climáticas provocarão alterações nas distribuições e níveis de precipitação, incorrendo em maiores riscos de perdas de solo e nutrientes. Dessa forma, é fundamental que o solo seja mantido coberto com resíduos vegetais, que o preparo seja mínimo (plantio direto) e que o perfil do solo apresente condições favoráveis à infiltração de água, práticas estas que devem ser integradas a outras de conservação do solo e da água, como uso de terraços, curvas de nível, cultivos em faixas, rotação de culturas, canal escoadouro e outras. Atualmente, a tendência é o manejo dos agrossistemas de forma a serem produtivos, competitivos e sustentáveis a longo prazo. Assim, são priorizados os sistemas que integram e contribuem para maior biodiversidade; equilíbrio no uso, reciclagem, e aproveitamento de nutrientes e manutenção e/ou recuperação das características químicas, físicas e biológicas do solo, como, por exemplo, o plantio direto, a adubação verde e a rotação de culturas. Com a redução do revolvimento do solo e a adição de matéria orgânica há um balanço positivo de carbono no solo, conduzindo a um sistema sustentável de produção. No planejamento do cultivo de plantas a serem usadas como cobertura do solo ou adubação verde é de fundamental importância conhecer com profundidade a espécie a ser utilizada, o histórico da área a ser cultivada, as condições edafoclimáticas específicas, o sistema de produção em curso, onde será implantada a planta de cobertura, bem como as finalidades propostas (suprimento de N, descompactação, aumento de C orgânico do solo, diminuição de pragas e doenças, controle de invasora, e outras). Diversos trabalhos de pesquisa com diferentes espécies de adubos verdes de primavera/verão e outono/inverno no sistema de plantio direto, realizados em diferentes condições agroecológicas do Paraná, têm mostrado a eficiência destes sistemas no equilíbrio e melhoria das características do solo. Entre as espécies testadas, destacam-se: aveia preta (Avena strigosa), tremoço (Lupinus sp.), ervilhaca peluda e comum (Vicia villosa e V. sativa), nabo forrageiro (Raphanus sativus), ervilha (Pisum sativum), mucuna (Mucuna pruriens), crotalária (Crotalaria juncea), guandu (Cajanus cajan), capim Moha-IAPAR (Setaria italica), caupi (Vigna unguiculata), milheto (Penissetum americanum), calopogonio (Calopogonium mucunoides), amendoim forrageiro (Arachis pintoi), entre outras. As plantas de cobertura poderão ser plantadas em cultivo singular ou em associações. Pode-se fazer uso do consórcio de gramíneas e leguminosas (Figura 17) ou, ainda, misturar duas, três ou mais espécies (Figura 18). Além de apresentarem importante efeito melhorador das propriedades físicas do solo (agregação, estruturação), produzem resíduos de relação C/N intermediária que favorece a mineralização de N e promovem maior equilíbrio e acúmulo de C no perfil do solo ao longo dos anos. No caso de cultivos singulares, a decomposição das leguminosas resultará em maiores riscos de perdas de N (mineralização, lixiviação), quando comparada à das gramíneas. Quando os resíduos de gramíneas são mesclados com resíduos de leguminosas normalmente não há problemas com imobilização de N, e a mineralização paulatina favorecerá a disponibilidade e a absorção dos nutrientes pelas plantas. Os nutrientes deixados pelas plantas de cobertura às culturas posteriores podem ser aproveitados em quantidades variáveis, de acordo com os seguintes fatores: INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008