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IMPORTÂNCIA DA POPULARIZAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA: O CASO DO
ZIKA VÍRUS E MICROCEFALIA(1)
Mayara Marques de Souza(2), João Pedro Sperluk Arce(3), Francielle Casarotto(4),
Liane da Silva de Vargas(5), Pâmela Billig Mello-Carpes(6)
(1)
Trabalho executado com recursos do Edital Proext/MEC 2016, Novos Talentos/CAPES, STEM CAPES/British
Council/Newton Fund, Pró-Reitoria de Extensão/Unipampa;
(2)
Acadêmico do curso de Enfermagem e bolsista PROEXT/MEC; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS;
maysza02@gmail;
(3)
Acadêmico do curso de Enfermagem e bolsista PROEXT/MEC; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS;
[email protected];
(4)
Acadêmico do curso de Fisioterapia e bolsista PROEXT/MEC; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS;
[email protected];
(5)
Coorientador; Universidade Federal do Pampa; [email protected]
(6)
Orientador; Universidade Federal do Pampa; [email protected]; [email protected];
Palavras-Chave: divulgação científica, cérebro, dano cerebral.
INTRODUÇÃO
A neurociência se ocupa do estudo do Sistema Nervoso (SN), incluindo a anatomia e o
funcionamento normal e patológico do cérebro, órgão principal desse sistema (GUYTON, 2011), sendo a
divulgação dos seus conceitos de extrema relevância. Tal importância pode ser percebida em situações
como a da propagação do zika vírus e os casos de microcefalia por ele causados.
No início do ano de 2015 foi identificado um surto de infecções pelo vírus zika (transmitido pelo
mosquito Aedes) na região nordeste do Brasil. A maior parte da população infectada por este vírus não
apresentou sintomas típicos de contaminação e raramente evoluiu para quadros graves (MOREIRA;
OLIVEIRA, 2016). Coincidentemente, junto a este surto de zika vírus, na mesma região, surgiram relatos de
muitos casos de microcefalia, condição neurológica na qual o cérebro e o crânio do recém-nascido se
apresentam medidas menores que o normal; tal fato levou à suspeita de que poderia haver relação entre as
duas condições (MOREIRA; OLIVEIRA, 2016), o que foi posteriormente comprovado.
Segundo Schram (2016), tendo em vista o modo de transmissão do vírus, sabe-se que este pode ser
evitado pela conscientização da população acerca dos cuidados de prevenção. Nesse contexto,
considerando a relação da microcefalia com o zika vírus, bem como suas graves consequências para o
desenvolvimento do cérebro e a saúde, destaca-se a importância em popularizar a neurociência, permitindo
que as pessoas tenham conhecimentos fidedignos sobre este tema e que possam fazer a diferença,
mudando hábitos do dia-a-dia que auxiliem no combate ao mosquito transmissor.
Neste sentido, o objetivo deste trabalho é relatar atividades de popularização da neurociência
relacionadas ao tema microcefalia e zika vírus, realizadas em Uruguaiana/RS.
DESENVOLVIMENTO
As atividades de popularização da ciência aqui relatadas foram realizadas durante dois eventos:
Semana Internacional do Cérebro (SIC), que ocorreu em março de 2016, e Ação Cívico-Social (ACISO),
ocorrida em junho de 2016 na cidade de Uruguaiana/RS. O contexto destas ações foi elaborado
antecipadamente por componentes da equipe do “Programa de Popularização da Neurociência POPNEURO”, que é composta por discentes dos cursos de graduação em Educação Física, Enfermagem,
Farmácia e Fisioterapia, e do curso de pós-graduação em Bioquímica, sob coordenação docente.
O tema proposto, microcefalia e zika vírus, foi definido com base na situação de alta prevalência de
casos de contaminação pelo vírus pelo Brasil e de suas sequelas. Foram planejadas atividades dialógicas e
interativas, e foi preparado um calendário contendo informações sobre microcefalia e sua relação com o
vírus Zika, pensando na utilidade deste material e que seria uma forma de deixar a informação ao alcance
de todos. O conteúdo do calendário foi explicado no intuito de compartilhar essas informações com clareza
(Figura 1).
Durante a SIC a ação foi realizada junto a uma turma de 5º ano em uma escola da rede pública
municipal de Uruguaiana/RS. Neste momento, a turma foi questionada sobre os conhecimentos prévios
sobre microcefalia e zika vírus, sendo feita uma breve explanação teórica sobre o tema, abordando as
características da microcefalia, o que pode causá-la, as consequências a curto e longo prazo, tratamentos,
Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
relação com o vírus zika e métodos de prevenção. O tempo médio para essa intervenção foi de 30 a 45
minutos, sendo realizado na própria sala de aula.
A ACISO, por sua vez, foi promovida pela 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada "Brigada Charrua" em
parceria com a Prefeitura Municipal de Uruguaiana, e teve por finalidade proporcionar a uma comunidade
carente do município (Marduque), atendimentos e informações diversas. No sentido da divulgação de
informações, o grupo extensionista (Figura 1) foi convidado para integrar esta equipe, no âmbito de realizar
uma divulgação científica de temas diversos da neurociência, dentre elas a microcefalia. Assim, o material
foi distribuído aos indivíduos da comunidade, que receberam informações, sendo possível sanar dúvidas
que iam surgindo no decorrer da explicação.
Figura 1 – Calendário Microcefalia e grupo de extensionista em um dos eventos (ACISO).
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
A utilização desta abordagem, com distribuição de material impresso (calendário) teve por finalidade
compartilhar informações além do momento da divulgação, considerando que este é um material útil e que
geralmente fica exposto em algum ambiente, o que pode despertar a curiosidade de diversas pessoas,
influenciando a leitura e a disseminação de conhecimentos científicos fidedignos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante as atividades propostas percebeu-se grande interesse e envolvimento dos alunos (na SIC)
e da população participante (na ACISO). Pôde-se observar que o aprendizado ocorreu de forma
significativa, pois o público demonstrou interesse pela temática abordada, apresentando interatividade
durante a explanação do tema, relatando sobre o material ser útil e criativo, expondo suas dúvidas mediante
os muitos mitos que se espalharam dentre a população, de forma que foi possível desmistificar as crenças e
conscientizar o público sobre a importância da divulgação e popularização dos conhecimentos científicos.
Tais ações influenciam a melhoria dos hábitos de cuidado à saúde, conscientizando a população
sobre medidas de prevenção e promovendo a popularização da neurociência de uma forma compreensível
e atrativa, conquistando a atenção do público. Neste sentido, ressalta-se a reflexão das autoras Ferreira e
Queiroz (2012) que mencionam a relevância da popularização da ciência, que acreditam que, além de
simplificar o conhecimento científico, a popularização pode contribuir para criação de hábitos e
comportamentos além do ambiente escolar.
CONCLUSÕES
Percebeu-se que ações como as executadas são eficientes e consideradas de significativa
importância pela população, sendo este um recurso interessante para promover a popularização de temas
de interesse público.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Luciana Nobre de Abreu; QUEIROZ, Salete Linhares. Textos de Divulgação Científica no Ensino de
Ciências: uma revisão. Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Santa Catarina, v. 5, n. 1, p.3-31, maio 2012.
GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 6ª Edição. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
MOREIRA, Andréia de Santana Silva; OLIVEIRA, Paula Araújo Borba de. INFECÇÃO PELO ZIKA VÍRUS E
MALFORMAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. Unifeso, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.1-4, maio 2016.
SCHRAM, Patrícia Cintra Franco. Zika Virus and Public Health. J. Hum. Growth Dev., [s.l.], v. 26, n. 1, p.7-8, 28 abr.
2016.
Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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