título do resumo - EAIC | UEPG - Universidade Estadual de Ponta

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EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA MORFOLOGIA DO TECIDO
ADIPOSO BRANCO E MARROM DE RATOS OBESOS ALIMENTADOS
COM DIETA DE CAFETERIA
Maiara Mikuska Cordeiro (PROVIC/UEPG), Dionizia Xavier Scomparin
(Orientadora), e-mail: [email protected].
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento Biologia Geral
Fisiolopatologia, obesidade, exercício.
Palavras-chave: Diabetes mellitus tipo II, exercicio, obesidade, incretinas,
analogos GLP-1.
Resumo:
O excesso de tecido adiposo corporal está diretamente relacionado a
resistência à insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do
tratamento com o análogo do GLP1 em ratos obesos obtidos pelo pela
ingestão de uma dieta hipercalórica chamada dieta de cafeteria. Animais
machos foram obtidos do biotério da Universidade aos 21 dias de vida e
foram divididos em 4 grupos associados ao exercício físico: Grupo Dieta de
cafeteria (DIETA EXE), Grupo com ração comercial (CONT. EXE), Grupo
animais dieta que receberam injeções subcutâneas aos 80 dias de vida de
GLP1: DIETA EXE GLP-1 e CONT. EXE GLP-1, sendo que nestes dois
últimos grupos os animais aos 90 dias foram sacrificados, qual foi coletado
o sangue, estoques de tecido adiposo para avaliar a obesidade, quais
apresentaram alto taxa de hipertrofia de seus adipócitos, não verificando
diminuição com o tratamento no grupo DIETA EXE GLP-1. A comparação
entre grupos foi feita através do teste ANOVA, seguida pelo pós-teste de
Bonferroni (p<0,05). Ao final dos 90 dias de ingestão de dieta hipercalórica,
o peso final dos grupos CONT. EXE (340,8 ± 15,63) CONT. EXE GLP1(331±10,86), DIETA EXE(361,0 ±12,28), qual obteve-se um aumento
(p<0,05) nos triglicerídeos do grupo DIETA EXE e diminuição no grupo
tratado com exercício aliado ao fármaco. Concluímos desta forma que o
tratamento com análogo de GLP-1 associado ao fármaco não obteve
potencialização em relação a diminuição efetiva nos estoques de gordura em
animais tratados com dieta, mas proporcionou diminuição em alguns dados
bioquímicos.
Introdução
A obesidade está entre os males que afetam a saúde da humanidade
durante o século XXI sendo considerada como a principal causa de mortes
evitáveis (PAULI.; et al.; 2008). Isso se deve pelo fato do alto estoque de
gordura presente no corpo do individuo, associado a falta de exercício tendo
assim como resultado o sobrepeso qual é um fator promotor da obesidade e
de outras doenças entre elas a com destaque a diabetes mellitus tipo II.
(CESARETTI; 2006).
Um fármaco sintético encontra-se em teste para regular a insulina
destes pacientes que sofrem com a diabetes, este fármaco é produzido
através de hormônios chamadas incretinas, hormônios intestinais liberados
após a ingestão alimentar têm sido implicadas na fisiopatologia da
hiperglicemia do diabetes tipo II, em especial o GLP-1 “glucagon likepeptide-1( LYRA et. Al., 2006). O hormônio GLP-1 é secretado nas células L
no intestino, precisamente no íleo e duodeno. Os efeitos desse hormônio
são; realizar saciedade, suprimir a produção de glucagon, estimular a
secreção de insulina nas células pancreáticas β, ampliar a eliminação de
glicose, desacelerar o esvaziamento gástrico, aumentar a sensibilidade a
insulina (CHACRA, 2006).
Sendo assim o presente trabalho testa a hipótese de como este
fármaco age em animais que foram alimentados a base de uma dieta,
chamada de dieta de cafeteria aliada ao exercício físico, qual deve
esperasse que o exercício aliado ao fármaco tenha efeitos positivos sobre a
redução nos estoques de gordura bem como em dados bioquímicos como
glicemia, colesterol e triglicerídeos.
Materiais e métodos
Foram utilizados 36 ratos Wistar provenientes da Universidade
Estadual de Ponta Grossa, com 21 dias de vida mantidos com água e ração
balanceada (Nuvilab®) com livre acesso ao alimento (ad libittum), mantidos
no ciclo de luz artificial de 12 horas claro 12 horas escuro alocados em
gaiolas contendo 3 animais. Com isso foram separados 4 grupos para os
experimentos, sendo estes:
Grupo CONTROLE EXE; animais que receberam ração comercial e
realizaram o exercício físico.
Grupo DIETA EXERCITADO grupo qual foi submetido á uma dieta
hipercalórica aliada ao exercício.
Grupo CONTROLE EXERCITADO GLP-1; animais que receberam
ração comercial aliada ao exercício, sendo que estes foram submetidos à
aplicação de injeções subcutânea de análogos de GLP1 na concentração de
14 mcg. As aplicações iniciaram-se apenas aos dez dias que antecedem a
eutanásia dos mesmos, qual ocorreu aos noventa dias.
Grupo DIETA EXERCITADO GLP-1; animais que receberam dieta de
cafeteria e realizaram o e exercitado de natação; além de aplicações
subcutâneas de GLP-1, utilizando o mesmo método do grupo anterior.
A dieta admistrada aos animais é chamada de hipercalórica e
consiste no inicio dos 30 dias de vida até os 90 dias de vida do animal. Após
esse período em que os animais são considerados obesos, neste momento
há o sacrifício dos animais. Qual é durante o sacrifício ocorre a coleta dos
órgãos para analise histológicas das gorduras: mesentérica, perigonadal,
retroperitonial e interescapular, além de sangue para a dosagens de
bioquímicos. Os resultados foram obtidos através de análises estastíticas de
média ± erro padrão da média expressos entre dois grupos utilizado o teste
ANOVA one-way e pós-teste de Bonferroni.
Resultados e Discussão
Parâmetros fisiológicos e metabólicos
A obesidade foi avaliada pelo cálculo do Índice de Lee
e pela retirada de depósitos de gordura da cavidade abdominal
(mensentérica, epididimal e retroperitoneal). O peso do tecido marrom
interescapular também foi avaliado. Todos os dados foram expressos em
peso total da gordura por animal (gramas). Os dados foram mensurados e
encontram-se sumarizados na tabela 1.
Além disso amostras de sangue foram coletados para dosagens
bioquímicas. As concentrações plásmaticas de triglicerídeos (mg/dL) e
colesterol total (mg/dL) foram determinadas pelo método enzimático-Trinder.
Os animais que foram alimentados com a dieta hipercalórica não tiveram
aumento significativo da massa corporal DIETA EXE , DIETA EXE GLP-1.
Mostrando-se controverso aos estudos já realizados como ZHANG (et al.;
2010) qual mostraram que animais alimentados com dieta
hipercalorica/cafeteria apresentam um aumento de peso final maior. Este
resultado pode ser explicado pelo fato que os animais realizaram exercício
físico, desta forma o efeito do exercício físico promoveu esse balanço
energético adequado da quantidade ingerida e quantidade gasta.
Tabela 2. Parâmetros morfofisiológicos analisados, baseados em
análises estatísticas em ±EPM.
PESO
CNA
INDICE DE LEE
CONT. EXE
340,8 ± 15,63
22,7
2,48
CONT. EXE GLP-1
331,0 ±10,86
22,56
2,49
DIETA EXE
361,0 ±12,28
22,8
2,47
DIETA
EXE
GLP-1
352,5 ±9,775
23,08
2,46
Com relação a glicemia e colesterol total não foram encontradas
diferenças significativas de p<0,05 entre animais Controles e Dietas.
Estudos que utilizam técnicas de biologia molecular mostram que o
treinamento físico promove um aumento da atividade da tirosina-quinase dos
receptores de insulina, aumento da
translocação dos transportadores de
glicose do músculo esquelético (GLUT-4),
aumento da fosforilação dos substratos do
receptor de insulina (IRS-1 e 2) e de sua
associação à PI3-kinase (CORTRIGHT;
DOHM, 1997; LUCIANO et al., 2002).
Sendo assim, dependendo da severidade
da doença, estas adaptações moleculares
podem ou não ser refletidas em menores
concentrações de glicose, sendo dados
que se assemelham com os dados obtidos
neste estudo.
Já nós triglícérides, notou-se diferenças
significativas, segundo o pós-teste de
Bonferroni, onde os níveis de triglicerides sofreram maiores alterações.
Onde os grupos CONT. EXE, CONT EXE GLP-1 são diferentes do grupo
DIETA EXE, qual mantém níveis altos em relação ao grupo que recebeu o
tratamento com GLP-1. Sabe-se que o treinamento físico promove um
aumento da utilização dos lipídeos para o metabolismo energético e
aumento da atividade das enzimas-chave de mobilização e oxidação dos
lipídios, podendo reduzir as concentrações circulantes desses substratos, e
em especial dos AGLs em animais diabéticos treinados (KRAUS et al.,
2002).Como os estoques de gordura estão inteiramente associados ao
progresso na resistência a insulina, agravando desta maneira o quadro de
insulino-dependentes. Os resultados obtidos verificaram que os estoques de
gordura mesentérica para o grupo Controle Exercitado mostrou-se diferentes
para os demais grupos exceto para o grupo Controle Exercitado GLP-1 qual
se deve pelo fato do análogo de GLP-1 ser admistrado nestes animais,
produza um efeito de saciedade, visto que foi comprovado em 1996, por
Turton e colaboradores em que observaram esse fato em ratos que foram
submetidos ao jejum. (TURTON et al.; 1996)
Conclusões
Dessa forma concluímos que o exercício físico aliado ao tratamento com
GLP 1 não obteve potencialização na diminuição dos estoques de gordura,
todavia pode-se verificar que o grupo que recebeu tratamento com análogo
de GLP-1 e realizou exercício físico houve diminuição de seus níveis de
triglicerídeos em relação ao grupo que recebeu a dieta e realizou o exercício.
Referências:
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__CARPINELLI, A. R.; PICINATO, M C.; STEVANATO, E.; OLIVEIRA, H R.;
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__CHACRA, A. R. Efeito fisiológicas das incretinas. Johns Hopkins
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__CONVIGTON, D. S.; XUE, H.; PIZZINI, R. Streptozotocin and alloxan are
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__ TURTON, M.D.; O'SHEA, D.; GUNN I, BEAK S. A.; et al. A role for
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__ZHANG, N.; HUAN, Y.; HUANG H. et al. Atorvastatin improves insulin
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