Equilíbrio alimentar é fundamental para uma boa saúde As escolhas feitas durante as refeições estão diretamente relacionadas à qualidade de vida e, consequentemente, com a saúde como um todo. A boa alimentação deve estar presente em todas as etapas da vida, pois uma criança com hábitos errados, no futuro poderá ser um adulto que se alimenta de maneira errada, por esse motivo é fundamental ter um olhar mais cuidadoso com os nutrientes que são ingeridos diariamente. A nutricionista na unidade IOP no Oncoville, Karen Cardoso Inamassu, conta que a maioria das pessoas se alimenta por prazer e não por necessidade. “Atualmente o acesso aos mais diversos tipos de alimentos é mais fácil, porém é necessário se alimentar com aqueles produtos que realmente tragam benefícios para a dieta. É recomendado evitar gordura saturada e açúcar, além de buscar o fracionamento e equilíbrio de nutrientes. Quanto mais colorida for a alimentação, mais rica em vitamina e mineral. ” O consumo de alimentos industrializados também deve ser evitado ao máximo, porém é difícil tirá-los totalmente da dieta, por essa razão, na hora de comprar é preciso ter atenção. “Quando estiver comprando algum produto, verifique a rotulagem, porque nela estão presentes todas as informações sobre aquele determinado alimento. É de extrema importância ver os componentes e a quantidade presente em cada item, possibilitando conhecer o que de fato o alimento traz em sua composição”, salienta a nutricionista. O marketing dos alimentos hoje em dia está em torno de “alimentos milagrosos”, mas isso não existe. Segundo Karen, alguns alimentos estão relacionados à prevenção, como tomate, frutas vermelhas, chá verde e mais recentemente o cranberry e blueberry. “Todos estão associados ao efeito oxidante, mas eles isolados não resolvem, principalmente sem a associação a uma alimentação equilibrada. ” Alimentação durante e depois do tratamento Uma dieta balanceada é indicada para todas as pessoas, independentemente da idade. Mas quando estamos falando de pacientes oncológicos, os cuidados com o que é ingerido na dieta são ainda mais importantes. De acordo com a nutricionista e responsável pelo setor de Nutrição do IOP na unidade Mateus Leme, Vanessa Arantes, quando o paciente consegue se alimentar bem apresenta uma melhor resposta ao tratamento. “Para elaborarmos uma dieta para o paciente, antes precisamos verificar o estado em que ele se encontra e qual o tumor que está sendo tratado. Para pacientes em tratamento de câncer de mama, colo de útero e ovário, por exemplo, é mais comum fazer uma reeducação alimentar. Quando são pacientes que tratam de câncer do intestino, pâncreas, pulmão, cabeça e pescoço, por exemplo, precisamos avaliar qual linha seguir, verificando o estado nutricional, pois podem apresentar dificuldades para se alimentar. Então, sugerimos uma dieta com mais calorias e proteínas e ainda, quando necessário, alguns suplementos nutricionais.” Com o passar dos anos, os pacientes estão mais conscientes sobre a alimentação durante o tratamento, porém é preciso tomar cuidado com as informações que se encontram na internet ou em redes sociais, pois muitas vezes não existem estudos científicos que comprovam a veracidade do que está sendo exposto, por essa razão deve-se sempre discutir com o especialista as formas de nutrição e quais alimentos são os mais indicados para cada caso. “Depois do tratamento, o paciente também deve manter os hábitos saudáveis, com equilíbrio dos nutrientes, do consumo de carboidratos e proteínas. A restrição total de certos alimentos não é muito indicada, pois como devemos pensar em levar o equilíbrio para a vida toda, e é mais fácil variar a alimentação para que ela se torne um estilo de vida, prevenindo doenças e melhorando a sua qualidade”, finaliza Vanessa Arantes.