MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA TECNOLOGIA DE SEMENTES E COMPORTAMENTO DA PLASTICIDADE DE PLANTAS DE SOJA FRENTE A FALHAS E DUPLAS DENTRO DE UMA POPULAÇÃO JONAS FARIAS PINTO PELOTAS - 2010 JONAS FARIAS PINTO COMPORTAMENTO DA PLASTICIDADE DE PLANTAS DE SOJA FRENTE A FALHAS E DUPLAS DENTRO DE UMA POPULAÇÃO Tese apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Silmar Teichert Peske, Dr., como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Doutor em Ciências. PELOTAS - 2010 Dados de catalogação na fonte: (Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744) P659c Pinto, Jonas Farias Comportamento da plasticidade de plantas de soja frente a falhas e duplas dentro de uma população. UFPEL, 2010 / Jonas Farias Pinto; orientador Silmar Teichert Peske - Pelotas, 2011. 43f.: il..- Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2010. 1.Glycine Max (L) Merril 2.Falhas e duplas I.Peske, Silmar Teichert (orientador) II. Título. CDD 633.34 3.Estande de lavoura JONAS FARIAS PINTO COMPORTAMENTO DA PLASTICIDADE DE PLANTAS DE SOJA FRENTE A FALHAS E DUPLAS DENTRO DE UMA POPULAÇÃO BANCA EXAMINADORA Aprovada em:_____/_____/_____ __________________________________________ Prof. Silmar Teichert Peske, Dr; __________________________________________ Profa Maria Angela André Tillmann, Dra __________________________________________ Prof. Luis Osmar Braga Schuch, Dr. __________________________________________ Engo Agro Geri Eduardo Meneghello, Dr. __________________________________________ Engo Agro Demócrito Amorim Chiesa Freitas, Dr. __________________________________________ Prof. Hilton Grimm, Dr. DEDICATÓRIA A minha esposa, Roseli Kraemer. Aos meus pais, Edegar e Marisa Pinto. Aos meus irmãos, Jairo e André Pinto. Pelo amor, compreensão, incentivo e apoio em todos os momentos. AGRADECIMENTOS A Deus, pela vida a qual propicia momentos como este. À Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - UFPel e ao Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Aos professores Silmar Peske e Luis Osmar Braga Schuch, pela orientação do trabalho e amizade. A todos os professores do Programa de Ciência e Tecnologia de Sementes, em especial à Profa. Maria Ângela André Tillmann e ao Prof. Francisco Amaral Villela, pelos ensinamentos e amizade. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, pelo apoio, amizade e presteza. A todos os amigos e colegas, pela imprescindível colaboração, amizade, apoio e incentivo no decorrer da jornada e a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. Ao colega Alexandre Levien, pela amizade e apoio no desenvolvimento da tese e de outros trabalhos durante o decorrer do curso. A todos os bolsistas e estagiários, em especial aos colegas Marlon Scursone e Winicius Menegaz, cuja ajuda e amizade foram muito importantes para a execução deste trabalho. Ao meu tio, Dalceu Farias e família, por todo apoio, estimulo e momentos compartilhados. Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos e suporte financeiro. A todos meus sinceros agradecimentos. RESUMO PINTO, Jonas Farias. Comportamento da plasticidade de plantas de soja frente a falhas e duplas dentro de uma população. 2010. 25f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. As semeadoras foram desenvolvidas para propiciar uma distribuição homogênea das sementes no campo. Falhas no equipamento, sementes mal padronizadas e utilização de sementes de baixa qualidade favorecem para o surgimento de falhas e de plantas duplas em uma lavoura. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento e os efeitos de falhas e duplos na produtividade da soja. Foram semeadas sementes de soja, cultivar CD 226 RR. Utilizou-se o espaçamento de 6,5cm entre plantas e 50cm entre linhas. A semeadura foi realizada manualmente utilizando-se 3 sementes por cova, dez dias após o início da emergência foram realizados desbastes deixando uma planta por cova, duas plantas por cova (plantas duplas) e a ocorrência de falhas de plantas que compuseram os tratamentos da seguinte forma: PIN - Planta Individual Normal; PII Planta Individual Isolada; PIF 13 - Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm; PIF 26 - Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm; PIF 39 - Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm; PIF 45,5 - Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm; PDN - Planta Dupla Normal; PDI - Planta Dupla Isolada; PDF 13 - Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm, PDF 26 - Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm; PDF 39 - Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm; PDF 45,5 - Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm. No estádio fenológico R8 foram avaliadas as seguintes característica no campo: altura de plantas (cm), número de ramificações por planta, diâmetro do caule (mm). Em laboratório determinou-se o número de legumes por planta, número de sementes por planta, peso das sementes por planta (g) e produtividade por unidade de área (kg.ha-1). Com base nos resultados, obtiveram-se as seguintes conclusões: falhas de 1 a 7 plantas consecutivas por metro linear causam reduções na produtividade de 6 a 38%; o aumento da produção das plantas localizadas nas bordas das falhas não compensa a perda de produção causada pela falta de plantas; a ocorrência de até uma planta dupla por metro linear não diminui a produtividade. Palavras-chave: Glycine max (L) Merrill; falhas e duplas; estande de lavoura. ABSTRACT PINTO, Jonas Farias. Behavioral plasticity of soybean plants against faults and double within a population. 2010. 25f. Tese (Doutorado) – Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. The seeder are designed to provide an even distribution of seeds in the field. Equipment failure, bad standardizing seeds and use of low quality seed to favor the emergence of faults and double plants in a crop. This study aimed to evaluate the behavior and the effects of faults and double plants on soybean productivity. Have been sown soybean seeds, variety CD 226 RR. Spacing of 6,5cm between plants and 50cm between rows were used. Sowing was done manually using three seeds per hole, ten days after the onset of the emergency were performed thinning leaving one plant per hole, two plants per hole (twin plants) and the occurrence of failures that made up the treatment plant as follows: PIN - Normal Individual Plan; PII Isolated Single Plant, PIF 13 - Individual Plant located on the edge of failure 13cm; PIF 26 - Individual Plant located on the edge of failure 26cm; PIF 39 - Individual Plant located on the edge of failure 39cm; PIF 45,5 - Single Plant located on the edge of failure 45,5cm; NDP - Plant Normal Double; PDI - Dual Isolated Plant, PDF 13 Double Plant located on the edge of failure 13cm, PDF 26 - Double Plant located on the edge of failure 26cm ; PDF 39 - Double Plant located at the edge of failure 39cm; PDF 45,5 - Double Plant located on the edge of failure 45,5cm. In the developmental stage R8 was evaluated in the field the following characteristics: plant height (cm), number of branches per plant and stem diameter (mm). In the laboratory we determined the number of pods per plant, number of seeds per plant, seed weight per plant (g) and productivity per unit area (kg.ha-1). Based on the results we obtained the following conclusions: failures from 1 up to 7 consecutive plants per linear meter cause reductions of 6 up to 38% in productivity; Increased production plant located on the edges of fault does not offset the loss of production caused the lack of plants; the occurrence of until one double plant per meter does not decrease productivity. Key-Words: Glycine max (L) Merril; double faults; seeding stand. viii LISTA DE FIGURAS Página Figura 1. Produtividade em kg.ha-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Individual Normal - PIN); 13cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm - PIF 13); 26cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm - PIF 26); 39cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm PIF 39) e 45,5cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm - PIF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010 ................................. 31 Figura 2. Produtividade em g.planta-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Individual Normal - PIN); 13cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm - PIF 13); 26cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm - PIF 26); 39cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm PIF 39) e 45,5cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm - PIF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010 ................................. 31 Figura 3. Produtividade em kg.ha-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Dupla Normal - PDN); 13cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm - PDF 13); 26cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm - PDF 26); 39cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm PDF 39) e 45,5cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm - PDF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010 ............................... 33 Figura 4. Produtividade em g.planta-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Dupla Normal - PDN); 13cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm - PDF 13); 26cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm - PDF 26); 39cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm PDF 39) e 45,5cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm - PDF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010 ............................... 34 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Descrição dos tratamentos ............................................................... 25 Tabela 2. Características agronômicas: DC - Diâmetro do caule (mm), AP Altura da planta (cm) e NR - Número de ramificações/planta, em doze diferentes arranjos de plantas de soja. UFPel, Pelotas/RS, 2010 ................................................................................................ 27 Tabela 3. Características agronômicas: NV - Número de vagens/planta, NSP - Número de sementes por plantas e PS – Peso das sementes (g.planta-1) em doze diferentes arranjos de plantas de soja. UFPel, Pelotas/RS, 2010............................................................................. 28 Tabela 4. Número de plantas individuais por metro linear, plantas por área, produtividade por planta e por área e o percentual de produtividade comparado com o PIN (Planta Individual Normal), considerado tratamento padrão. UFPel, Pelotas/RS, 2010 ............. 30 Tabela 5. Número de plantas duplas e individuais por metro linear, plantas por área, produtividade por planta, produtividade por área e o percentual de produtividade comparado com o PIN (Planta Individual Normal), considerado tratamento padrão. UFPel, Pelotas/RS, 2010............................................................................. 33 Tabela 6. Número de plantas individuais esperadas e observadas no local da falha, PPP – Produção por planta (g.planta-1), produção esperada (g.planta-1) e observada (g.planta-1) e produção potencial (%) de plantas de soja no local de ocorrência de falhas e duplas. UFPel, Pelotas/RS, 2010............................................................................. 35 Tabela 7. Número de plantas duplas e individuais esperadas e observadas no local da falha, PPP – Produção por planta (g.planta-1), produção esperada (g.planta-1) e observada (g.planta-1) e produção potencial (%) de plantas de soja no local de ocorrência de falhas e duplas. UFPel, Pelotas/RS, 2010 .................................. 36 SUMÁRIO Página COMISSÃO EXAMINADORA .......................................................................... 2 DEDICATÓRIA ............................................................................................... 3 AGRADECIMENTOS ....................................................................................... 4 LISTA DE TABELAS ....................................................................................... 5 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 6 RESUMO ......................................................................................................... 8 ABSTRACT ..................................................................................................... 9 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 12 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 27 5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 38 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 39 1 INTRODUÇÃO A soja (Glycine max (L.) Merrill), é uma cultura de grande importância no cenário agrícola mundial, sendo utilizada tanto na alimentação humana como animal, com relevante papel sócio-econômico, além de se constituir em matériaprima indispensável para impulsionar diversos complexos agroindustriais, e, ultimamente como fonte de biocombustível. No Brasil, é âncora na balança comercial, sendo a principal cultura do agronegócio e da exportação agrícola brasileira. Pela sua grandeza, diversas pesquisas são realizadas, na busca de cultivares adaptadas, mais produtivas, com maior percentagem de proteína, melhor qualidade de óleo além da busca constante por maiores rendimentos em relação à produtividade por área cultivada. Ao longo dos anos 90, programas nacionais de melhoramento genético de soja desenvolveram cultivares com maior potencial de produtividade, porem mais exigente em ambiente e manejo. As principais características dessas novas cultivares são a melhor arquitetura de planta, a superior relação fonte-dreno, a maior adaptação regional e um maior número de vagens por planta, devido à maior capacidade de ramificação das mesmas. Atualmente, o Brasil dispõe de cultivares de soja com potenciais de produtividade que chegam a 6.000 kg de grãos por hectare. Dentro de uma população de plantas, a competição geralmente ocorre por nutrientes minerais, luz, água e a competição interespecífica. O conhecimento desses fatores e suas inter-relações, também favorecem as informações para predizer o desempenho das espécies, nas comunidades, num ambiente em constantes mudanças naturais (RAVEN et al., 2001). A soja tolera uma ampla variação na população de plantas, alterando mais a sua morfologia que o rendimento (GAUDÊNCIO et al., 1990). Reis et al. (1977), dizem que a população é o fator determinante para o arranjo das plantas no ambiente de produção e influencia o crescimento da soja. Estudos de arranjo de plantas, com novas disposições na lavoura, permitem minimizar a competição intra específica e maximizar o aproveitamento dos recursos ambientais. Essas modificações no arranjo podem ser feitas por meio da variação do espaçamento 11 entre plantas dentro da linha de semeadura e da distância entre linhas (PIRES et al. 1998). Um aspecto de importância, para obter alta produtividade, é realizar uma boa semeadura, com distribuição espacial adequada e uniforme das sementes, e neste quesito, a semeadora assume um importante papel. As semeadoras foram desenvolvidas para propiciar uma distribuição homogênea das sementes no campo. Falhas no equipamento, sementes mal padronizadas e utilização de sementes de baixa qualidade favorecem o surgimento de falhas e de plantas duplas em uma lavoura. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o comportamento e os efeitos de falhas e duplos na produtividade da soja. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A soja (Glycine max. (L.) Merrill), é uma Fabaceae domesticada pelos chineses há cerca de cinco mil anos. Seu ancestral mais antigo, a soja selvagem, crescia principalmente nas terras baixas e úmidas nas proximidades dos lagos e rios da China Central. Há três mil anos, a soja se espalhou pela Ásia, onde começou a ser utilizada como alimento. Foi no início do século XX, que passou a ser cultivada comercialmente (EMBRAPA-SOJA, 2004). Esta fabacea é uma espécie de grande interesse socioeconômico, em função dos teores elevados de proteína (40%) e óleo (20%), da produtividade dos grãos e da possibilidade de adaptação a ambientes diversos. É uma cultura anual de autopolinização, pertencente à família Fabaceae, gênero Glycine, subgênero Soja e espécie Glycine max (L.) Merrill. Evidências históricas e geográficas mostram que seu provável lugar de origem seja o Vale do Rio Amarelo (XU et al., 1989). Foi disseminada posteriormente para a Europa, América do Norte e América do Sul. No Brasil, foi introduzida na Bahia em 1882, e depois, na região Sul do país, onde apresentou melhor adaptação face às condições bioclimáticas, mais semelhantes àquelas das regiões tradicionais de cultivo (VERNETTI, 1983). O agronegócio brasileiro é responsável, por 33% do produto interno bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. O PIB do setor chegou ao redor de R$ 710 bilhões em 2009 (CNA, 2010). Dentre as principais culturas, do agronegócio, situa-se a soja, como principal cultura de exportação. Os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que a soja foi responsável pela exportações no ano de 2009 em grãos, farelo e óleo por US$ 18 bilhões, representando 9,1% de toda exportação brasileira nesse ano. O volume exportado do complexo soja aumentou de 39 milhões de toneladas, em 2008, para 46 milhões de toneladas, em 2009 (CNA, 2010). A soja é considerada um dos principais componentes econômicos para o agronegócio brasileiro, sendo produzida em diversas regiões do país sob as mais variadas condições edafoclimáticas. O Brasil produz atualmente 68 milhões de toneladas de soja, ocupando uma área de 23 milhões de hectares (CONAB, 2010). Além de sua importância econômica, a soja é responsável pela posição de destaque do país no 13 cenário mundial, na produção de alimentos, sendo considerado o segundo maior produtor dessa oleaginosa, apresentando grande probabilidade de assumir a primeira nas próximas décadas. O reconhecimento nutricional da soja para a humanidade é acentuado, pelo fato de ser uma excelente fonte protéica, substituir a proteína animal e poder ser cultivada em quase todas as regiões do mundo. Pela importância da soja no agronegócio brasileiro, procura-se aumentar a produtividade por área cultivada, sendo que altos rendimentos somente são obtidos se as condições forem favoráveis em todos os estádios da cultura. Desta maneira, a época de semeadura recomendada para a região de produção, escolha das cultivares melhores adaptadas a essa região, uso de densidade de semeadura e espaçamento adequados, o monitoramento e o controle de plantas invasoras, doenças e pragas, além da redução de perdas na colheita e no beneficiamento, temse constituído em estratégias de manejo para obtenção de elevadas produtividades (LUDWIG et al., 2008). Peske (2009), escrevendo sobre a conscientização do valor da semente, diz que no Brasil, de 1970 aos dias de hoje, o melhoramento genético e os avanços em biotecnologia, são responsáveis por mais de 300% do ganho na produtividade das grandes culturas e que só na soja, a produção passou de 1.000 quilos, para 3.300 quilos por hectare. O melhoramento genético da soja é realizado, em geral, para atender a objetivos específicos de cada região de cultivo. O processo de seleção e recomendação de genótipos, em programas de melhoramento de plantas, é freqüentemente realizado avaliando-se o desempenho dos genótipos em diferentes locais, anos e épocas de semeadura. Nessas condições, normalmente o desempenho relativo dos genótipos quase sempre varia de um ambiente para outro, devido a interação genótipo x ambiente (PELUZIO et al., 2000). Sendo assim tornam-se imprescindíveis os trabalhos na área de melhoramento, na busca de cultivares superiores. O conhecimento das forças de interação entre as espécies dentro de uma comunidade de plantas, segundo Freckleton e Watkinson (2001), é de fundamental importância para compreender como as comunidades são estruturadas, mesmo sendo difícil quantificar essas forças. Para exemplificar essas forças de interação verifica-se que mesmo com cultivares de soja possuindo potenciais de produtividade 14 de até 6.000 quilos de grãos por hectare, ainda depara-se com níveis de produtividade abaixo da média nacional, que se encontra ao redor de 2.600 quilos por hectare, o que é confirmado por Peske et al. (2010). Ritchie et al., (1994); Constantin e Oliveira (2005); Ludwig et al. (2008); Brugnera et al. (2006), reforçam que altos rendimentos somente serão obtidos se as condições forem favoráveis em todos os estádios de cultivo. Portanto, época de semeadura recomendada para a cultivar e a região, uso de espaçamento e densidades adequadas ás cultivares, monitoramento e controle de plantas daninhas, pragas e doenças, além da redução ao mínimo das possíveis perdas durante a colheita, transporte, beneficiamento e armazenamento, são condições básicas de manejo para a obtenção de elevadas produtividades. Como o potencial de rendimento da soja é determinado geneticamente, e o quanto deste potencial será atingido na lavoura dependerá do efeito de fatores limitantes que estarão atuando em algum momento durante o ciclo da cultura. O efeito desses fatores pode ser minimizado pela adoção de um conjunto de práticas de manejo, que faz com que a comunidade de plantas tenha o melhor aproveitamento possível dos recursos ambientais (HEIFFIG et al., 2006). Por isso, a população adequada de plantas é um fator determinante para um perfeito arranjo das plantas de soja, pois influencia no crescimento, inserção de vagens, numero de ramificações e de legumes (GAUDÊNCIO et al., 1990). A combinação da densidade de plantas na linha, com o espaçamento entre linhas, define a população de plantas da cultura, a qual influencia em algumas características agronômicas da planta de soja (URBEN FILHO e SOUZA, 1993), bem como, pode modificar a produção de grãos (LAM-SANCHEZ e VELOSO, 1974). Não menos importante, é a qualidade física, fisiológica e sanitária da semente pois, como Barros e Peske (1998) informam, a semente é um meio de se levar ao produtor todo o potencial de um cultivar, tanto genético como em qualidade física, fisiológica e sanitária. Na qualidade fisiológica das sementes, representada pela germinação e vigor, é importante ressaltar o vigor das mesmas, que pode afetar o desempenho e a regeneração das plantas. Sementes de alto vigor apresentam maior velocidade nos processos metabólicos, propiciando emissão mais rápida e uniforme da raiz primária no processo de germinação, maiores taxas de crescimento e produzindo plântulas 15 com maior tamanho inicial (SCHUCH et al., 1999). Em soja, Vanzolini e Carvalho (2002) também verificaram que as sementes mais vigorosas produziram maior comprimento da raiz primária, melhor desenvolvimento e comprimento total das plântulas. Em seu trabalho Egli (1993), constatou que as plantas de soja emergidas primeiro, sempre obtiveram vantagem competitiva sobre as plantas emergidas posteriormente, tanto em posições alternadas, como na mesma fileira. Esta superioridade refletiu em maior rendimento por planta, e conforme constataram Nafziger et al. (1991), o aumento na proporção de plantas emergidas antecipadamente no dossel, reduziu o rendimento das plantas que emergiram mais tarde. O estudo dos efeitos do vigor das sementes, sobre os estádios iniciais do desenvolvimento das plantas de soja, demonstrou grande importância, pois compreendem o período de estabelecimento da cultura. O crescimento inicial precoce pode resultar em maior captura de luz pelas folhas, favorecendo para o índice de área foliar máximo seja atingido mais rapidamente (SIDDIQUE et al., 1990). Além disso, proporciona maior e mais rápido sombreamento da superfície do solo, ocorrendo desta forma, menor evaporação de água do solo, a qual pode ser aproveitada na transpiração e crescimento das plantas. Aliado a isso, as plantas com maior tamanho inicial e taxas de crescimento, possuem maior capacidade competitiva, proporcionando o fechamento mais rápido dos espaços entre as linhas e favorecendo o controle das plantas daninhas. Khah et al. (1989), trabalhando com plantas isoladas, observaram diferenças na produção de matéria seca entre diferentes níveis de vigor, e que esta diferença foi gradativamente aumentando com o avanço no crescimento das plantas, correspondendo o melhor vigor à plantas de maior tamanho inicial. Nesse sentido, Siddique et al. (1990) diz que o crescimento inicial precoce resulta em maior captura de luz pelas folhas. Assim, cultivares de ciclo mais longo revelaram maiores produções de matéria seca e mobilização de fotoassimilados, resultando em maior produção, pela maior exposição à radiação solar. O rendimento máximo a ser alcançado pela soja é determinado pela otimização da capacidade da planta em maximizar a interceptação da radiação solar durante os estádios vegetativo e reprodutivo iniciais, sendo esse acúmulo de matéria seca dependente de muitos fatores como condições meteorológicas, data de 16 semeadura, genótipo, fertilidade do solo, população de plantas e espaçamento entre linhas (WELLS, 1991 e 1993). Além da captação da radiação solar, o potencial produtivo da soja depende das condições do meio em que as plantas irão se desenvolver. Assim, alterações relacionadas à população de plantas, dentre outros, podem reduzir ou aumentar os ganhos em rendimento (TOURINO, 2000). Esses ganhos estão relacionados, além da população de plantas, ao arranjo das mesmas na lavoura. A utilização de novas disposições das plantas permite minimizar a competição intra-específica, maximizando o aproveitamento dos recursos ambientais. As modificações no arranjo podem ser feitas por meio da variação do espaçamento entre as plantas na linha de semeadura e da distância entre linhas (PIRES et al., 1998). Há, como relatam Rambo et al. (2003), diversos trabalhos avaliando a competição entre plantas e seu rendimento de grãos, em função do arranjo populacional. Esses autores verificaram, ainda, que a maior competição entre plantas ocorre na linha de semeadura e desta forma a distribuição das sementes no solo se torna um elemento fundamental. Os rendimentos obtidos com a modificação do arranjo de plantas se devem às mudanças morfofisiológicas, podendo essas serem melhor entendidas pela análise dos componentes do rendimento e da morfologia da planta. No trabalho realizado por Board et al. (1990), observou-se que para uma mesma população de plantas, a diminuição do espaçamento entre linhas da soja aumenta o número e o comprimento dos ramos, fato esse confirmado também por Rambo, (2004). No entanto, com trabalho semelhante, Board et al. (1990) observaram que o tamanho do grão e o número de grãos por vagem não foram afetados pelo arranjo de plantas. Explicaram que isso ocorreu em função desses componentes serem determinados no final do ciclo reprodutivo da soja e que, tanto o número de grãos por vagem como o peso do grão tem controle genético substancial e por isso apresentaram pequena variação. Contrariamente a essa afirmação, os resultados obtidos por alguns autores, tais como Pires et al. (1998), Thomas et al. (1998) e Maehler (2000), o peso do grão variou em função da interação do fator espaçamento entre linhas e população de plantas. Moore (1991) observou que o peso e o tamanho dos grãos aumentaram quando o espaçamento entre plantas era eqüidistante, e que esse aumento ocorreu também com a diminuição da população. 17 Pereira (1989) salienta, que numa baixa população de plantas, ou seja, com espaçamento mais amplo, a produção individual por planta é maior, embora por área seja menor. Aumentando-se a população através da redução do espaçamento, a produção por planta diminui, entretanto existe um aumento na produção por área. O decréscimo na produção por planta é compensado pelo aumento do número de plantas por área. A produção por unidade de área é máxima quando a população é ideal. A partir daí, o decréscimo na produção individual não é compensado pelo aumento de plantas por área. Porém, alguns autores, como Rubin (1997) e Pires et al. (1998), utilizando populações que variaram de 08 até 63 plantas.m², mencionam que a população de plantas não interfere na produtividade da soja, resultados esses confirmados por Maehler (2000). No entanto, segundo Lam-Sanchez e Veloso (1974) e Urben Filho e Souza (1993), a combinação da densidade de plantas na linha de semeadura com o espaçamento entre linhas, influencia algumas características agronômicas da planta de soja, bem como pode modificar a produtividade final. Quando plantas de soja estão sob competição, seu comportamento é dependente da densidade da cultura. Sob competição, as plantas tendem a incrementar sua altura, como forma de maximizar a captação da radiação e sombrear as plantas daninhas e as menos vigorosas. Nessa situação o acúmulo de massa seca é reduzido, bem como a área foliar e a relação folhas/ramos. Além disso, alguns índices são normalmente alterados, como a razão de área foliar e a área foliar específica, que auxiliam na descrição do comportamento das plantas sob competição. Todo o estresse causado à cultura tende a se refletir em alterações morfofisiológicas na planta, com reflexo direto na produtividade (LAMEGO et al., 2005). Ao reduzir o espaçamento entrelinhas com as novas cultivares, sem o devido ajuste da densidade das plantas na linha, o produtor poderá estar contribuindo para o acamamento da cultura. Por outro lado, se o ajuste da densidade resultar em poucas plantas por metro, estas poderão crescer com menos altura e ramificar mais, porém, com maior probabilidade de aumentar as perdas de colheita, pela baixa inserção das vagens, reduzindo a produção. Um dos objetivos da modificação no arranjo de plantas, pela diminuição da distância entre as linhas, é encurtar o tempo para a cultura interceptar 95% da radiação solar incidente, e com 18 isso, incrementar a quantidade de luz captada por unidade de área e de tempo (BOARD e HARVILLE, 1992; BOARD et al., 1992). O manejo exercido pelo homem atua como agente gerenciador e modificador do sistema planta-ambiente, visando à melhor interação deste sistema, seja através da escolha da espécie ou cultivares melhores adaptadas ao ambiente, seja pela adequação (correção) do ambiente, quando este se apresenta com algum fator limitante à produção, desde que esse fator seja, economicamente, passível de melhora (CÂMARA e HEIFFIG, 2000). A densidade ideal de plantas para cada cultivar depende principalmente das características da cultivar, tais como: ciclo biológico, altura da planta, hábito de crescimento, índice de acamamento e período juvenil (GILIOLI et al., 1984). Essas características agronômicas são influenciadas pelo espaçamento e densidade de plantio, como comprovado em diversos trabalhos (ROSOLEM et al., 1983; NAKAGAWA et al., 1987; URBEN FILHO e SOUZA, 1993). Os espaçamentos entre as linhas e a densidade de plantas nas linhas podem ser alterados, com a finalidade de estabelecer o arranjo mais adequado à obtenção de maior produtividade e adaptação à colheita mecanizada (TOURINO et al., 2002). Hoje isso é possível devido a alta tecnologia das máquinas de plantio, sendo possível utilizar espaçamentos mais adequados para cada tipo de cultura e tamanho de semente. A colheita, que se constituía em uma limitação, hoje encontra-se facilitada devido ao surgimento de máquinas colhedoras de alto desempenho, com plataformas que possibilitam a colheita em diferentes condições de terrenos ou de tamanho de plantas. A modernização das máquinas semeadoras, melhorando sua precisão, aliada à significativa melhoria na qualidade das sementes produzidas no país, além de sua classificação por tamanho, bem como a adoção do tratamento das sementes contribuíram muito para melhoria do estande de lavoura, e em conseqüência para a produtividade (WATANABE, 2004). Porém, segundo Endres (1996), o acúmulo de plantas em alguns pontos da lavoura, pode provocar o desenvolvimento de plantas mais altas, menos ramificadas, com menor produção individual, diâmetro de haste reduzido, e, portanto, mais propensas ao acamamento. Por outro lado, espaços vazios deixados na linha, além de facilitar o desenvolvimento de plantas daninhas, levam ao estabelecimento de 19 plantas de soja com porte reduzido. O estande produzido dessa forma pode acarretar redução na produtividade, além de dificuldades por ocasião da colheita mecanizada. O espaçamento entre as linhas e a densidade de plantas, nas linhas, pode ser manipulado, com a finalidade de estabelecer o melhor arranjo, ou seja, o mais adequado à obtenção de uma maior produtividade e a melhor adaptação à colheita mecanizada. No arranjo em que o espaçamento entre linhas é igual ao espaçamento entre plantas dentro das linhas, têm sido observados aumentos na produtividade da soja (IKEDA, 1992; EGLI, 1994). Dessa forma, existe a necessidade de se fazer a semeadura em linhas, com espaçamentos bem definidos (EMBRAPA, 1997). Uma das alternativas para a obtenção de uma boa semeadura é o uso de sementes classificadas. A classificação das sementes por tamanhos realizada durante o processo de beneficiamento, facilita a semeadura mecanizada e contribui para o estabelecimento de populações adequadas de plantas. De maneira apropriada, Schuch e Peske (2008), relatam que nas lavouras altamente produtivas, as plantas se encontram submetidas a elevado grau de competição. Acrescentam também, que muito tem sido feito em todos os aspectos agronômicos, principalmente no melhoramento genético, com o objetivo de obter-se cultivares cada vez mais produtivas e com tolerância aos estresses bióticos e abióticos. Para esses autores, as falhas de plantas que ocorrerem nas lavouras, podem ser ocasionadas pela baixa qualidade das sementes, como também pelo processo de semeadura, em que a semente não foi depositada no local a ela destinada, ocorrendo às falhas. De outra parte, pode ocorrer a deposição de duas sementes no mesmo o local, resultando as chamadas plantas duplas, o que aumenta a competição entre as mesmas, acarretando redução na produção. 3 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Área Experimental e Didática do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas (FAEM/UFPel), localizado no município de Capão do Leão – RS e as avaliações foram realizadas no Laboratório Didático de Análise de Sementes da mesma instituição. O solo do local é classificado como Planossolo Hidromórfico Eutrófico Solódico (STRECK et al., 2008). Foram coletadas amostras de solo e analisadas no Laboratório de Análise de Solos da FAEM/UFPel. Os resultados obtidos indicaram: argila: 16%; matéria orgânica: 2,59%; pH em água: 5,3; Al3+ : 0,4 me.100ml-1; índice de SMP: 6,0; Na: 20 mg.kg-1 ; Ca2+ : 2,4 me.100ml-1; Mg2+ : 0,9 e.100ml-1; P: 13,5 mg.kg-1; K: 36 mg.kg-1. A adubação foi realizada de acordo com as recomendações da Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (CQFS, 2004) para a cultura da soja. Foram utilizadas sementes de soja (Glycine max L. Merril) da cultivar CD 226 RR, semeadas na 2º quinzena de novembro de 2009. A semeadura foi realizada com abertura manual dos sulcos com distribuição de 15 sementes por metro linear, eqüidistante entre si a 6,5cm e profundidade no solo de 3 a 4cm. Foram utilizas três sementes por cova com espaçamento de 50cm entre linhas. A utilização de mais de que uma semente por cova foi devido à necessidade de garantir-se a emergência mínima de uma planta por cova, e também para possibilitar a ocorrência de duas plantas por cova (plantas duplas). Previamente à semeadura, as sementes foram inoculadas com Bradyrhizobium japonicum, na proporção de 150ml de inoculante para 50kg de sementes. A dessecação das plantas daninhas na área do experimento foi obtida com a aplicação de Glifosato (720g.kg-1), na dose de 2,5L.ha-1. Os tratos culturais seguiram as recomendações técnicas indicadas para a cultura. Para o controle de invasoras, devido a cultivar utilizada ser transgênica, foi realizada uma aplicação em pós-emergência no estádio vegetativo V6 classificação proposta por Fehr e Caviness (1977), do herbicida Glifosato (720g.kg-1) na dose de 2,0L.ha-1. O controle de insetos foi feito com a aplicação do inseticida Teflubenzuron 21 (150g.L), na dose de 50mL.ha-1, sendo realizado duas aplicações durante o ciclo da cultura. Para o controle da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) e das doenças de final de ciclo, foi efetuada uma aplicação de fungicida Piraclostrobina + Epoxiconazole (133g.L + 50g.L), na dose de 0,5L.ha-1, de forma preventiva no estágio reprodutivo R5 (inicio do enchimento dos grãos) (FEHR e CAVINESS, 1977). As aplicações dos produtos químicos foram feitas por meio de um pulverizador costal de bico cônico, com volume de calda de aproximadamente 200L.ha-1. Passados dez dias do inicio da emergência foram realizados desbastes a fim de possibilitar que as plantas ficassem distribuídas nos diferentes arranjos que compuseram os tratamentos. Foram estipulados doze tratamentos, conforme descrição abaixo: 1. Planta Individual Normal (PIN) Plantas individuais com distribuição de 15 plantas por metro linear, espaçamentos eqüidistantes entre si de 6,5cm na linha de semeadura, sem plantas duplas e sem falhas, correspondendo a uma população de 300 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média de duas plantas individuais com distribuição normal sem falhas. 2. Planta Individual Isolada (PII) Plantas distantes uma das outras na linha de semeadura por uma distância mínima de um metro, equivalendo a, no máximo, duas plantas por metro quadrado, correspondendo a uma população de 20 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média de duas plantas isoladas. 3. Planta Individual localizada em borda de Falha de 13cm (PIF 13) Duas plantas individuais localizadas em falha de 13cm (falha de 1 planta); as demais (12 plantas) espaçadas 6,5cm entre si, com uma distribuição final de 14 plantas por metro linear, equivalendo a 280 mil plantas por hectare. Os resultados 22 deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas individuais localizada na borda da falha. 4. Planta Individual localizada em borda de Falha de 26cm (PIF 26) Duas plantas individuais localizadas em falha de 26cm (falha de 3 plantas); as demais (10 plantas) espaçadas 6,5cm entre si, com uma distribuição final de 12 plantas individuais por metro linear, equivalendo a 240 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas individuais localizada na borda da falha. 5. Planta Individual localizada em borda de Falha de 39cm (PIF 39) Duas plantas individuais localizadas em falha de 39cm (falha de 5 plantas); as demais (8 plantas) espaçadas 6,5cm entre si, com uma distribuição final de 10 plantas individuais por metro linear, equivalendo a 200 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas individuais localizada na borda da falha. 6. Planta Individual localizada em borda de Falha de 45,5cm (PIF 45); Duas plantas individuais localizadas em falha de 45,5cm (falha de 7 plantas); as demais (6 plantas) espaçadas 6,5cm entre si, com uma distribuição final de 8 plantas individuais por metro linear, equivalendo a 160 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas individuais localizada na borda da falha. 7. Plantas Duplas Normais (PDN) Duas plantas na mesma cova na linha de semeadura, sem a presença de falhas. As plantas duplas normais apresentavam espaçamentos eqüidistantes de 6,5cm na linha de semeadura em relação às outras plantas. Neste tratamento, obteve-se 15 plantas por metro linear. (14 plantas individuais e uma dupla), 23 equivalendo a uma população de 320 mil plantas por hectare (280 mil = 14 plantas individuais + 40 mil = uma planta dupla). Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. 8. Planta Dupla Isolada (PDI) Duas plantas na mesma cova e não ocorrendo outras plantas na linha de semeadura e nas linhas adjacentes numa distância mínima de um metro, equivalendo a uma população de 40 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. 9. Plantas Duplas localizada em borda de Falha de 13cm (PDF 13) Plantas duplas em falha de 13cm (falha de 1 planta), distribuição final de 14 plantas por metro linear, sendo 12 plantas individuais com população de 240 mil plantas por hectare, distanciadas 6,5cm entre si e 2 plantas duplas localizadas na borda da falha com população de 80 mil plantas por hectare, equivalendo a uma população final de 320 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. 10. Plantas Duplas localizada em borda de Falha de 26cm (PDF 26) Plantas duplas em falha de 26cm (falha de 3 plantas), distribuição final de 12 plantas por metro linear, sendo 10 plantas individuais com população de 200 mil plantas por hectare, distanciadas 6,5cm entre si e 2 plantas duplas localizadas na borda da falha com população de 80 mil plantas por hectare, equivalendo a uma população final de 280 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. 24 11. Plantas Duplas localizada em borda de Falha de 39cm (PDF 39) Plantas duplas em falha de 39cm (falha de 5 plantas), distribuição final de 10 plantas por metro linear, sendo 8 plantas individuais com população de 160 mil plantas por hectare, distanciadas 6,5 cm entre si e 2 plantas duplas localizadas na borda da falha com população de 80 mil plantas por hectare, equivalendo a uma população final de 240 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. 12. Plantas Duplas localizada em borda de Falha de 45,5cm (PDF 45,5) Plantas duplas em falha de 45,5cm (falha de 7 plantas), distribuição final de 8 plantas por metro linear, sendo 6 plantas individuais com população de 120 mil plantas por hectare, distanciadas 6,5 cm entre si e 2 plantas duplas localizadas na borda da falha com população de 80 mil plantas por hectare, equivalendo a uma população final de 200 mil plantas por hectare. Os resultados deste tratamento foram apresentados considerando-se a média das duas plantas que compunham a planta dupla. Visando facilitar a apresentação e discussão dos resultados, os tratamentos serão denominados segundo as siglas apresentadas conforme resumo na Tabela 1. No estádio fenológico R8 (maturação plena) (FEHR e CAVINESS, 1977), foram avaliadas as seguintes características no campo: altura de plantas (cm), número de ramificações por planta, diâmetro do caule (mm). A altura de plantas foi determinada com o auxilio de uma régua graduada, a partir da superfície do solo até o ápice da planta, sendo o resultado expresso em centímetros. O número de ramificações foi determinado contando-se todas as ramificações que possuíam vagens e que saiam da haste principal de cada planta. A avaliação do diâmetro do caule foi realizada com auxílio de um paquímetro digital, ao nível do solo, sendo o resultado expresso em milímetros. Após as avaliações no campo as plantas foram colhidas manualmente e identificadas de acordo com os tratamentos estipulados e levadas ao Laboratório 25 Didático de Analise de Sementes – LAS/FAEM/UFPel, para as seguintes avaliações: número de legumes por planta, número de sementes por planta, peso das sementes por planta (g.planta-1) e produtividade por unidade de área (kg.ha-1). O número de vagens e o número de sementes de cada planta foram obtidos pela contagem manual em todas as plantas colhidas. Não se considerou a variação do número de sementes por vagem. TABELA 1 – Descrição dos tratamentos. Número 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Sigla PIN PII PIF 13 PIF 26 PIF 39 PIF 45,5 PDN PDI PDF 13 PDF 26 PDF 39 PDF 45,5 Tratamentos Planta Individual Normal Planta Individual Isolada Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm Planta Dupla Normal Planta Dupla Isolada Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm As sementes de cada planta foram contadas e pesadas, sendo o peso expresso em grama por planta. Foi determinado o grau de umidade, segundo a metodologia descrita nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Os pesos foram corrigidos para 13% de umidade. Esses valores foram transformados em kg.ha-1, sendo determinada a produção por área, de acordo com a população de cada tratamento. A produção por área para os tratamentos composto por falhas, foi considerada como se houvesse uma falha por metro linear. Para as demais plantas foram utilizados os níveis de produtividade obtidos pelas plantas individuais normais. Para os tratamentos com plantas duplas foi adotado o mesmo critério, ou seja, como se a presença de duplas, ou de duplas associadas a falhas ocorresse na proporção de uma ocorrência por metro linear. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com 4 repetições. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância pelo teste F. Quando os tratamentos foram significativos, as médias foram comparadas 26 pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Realizou-se análise de regressão polinomial separadamente para plantas individuais e para plantas duplas. A análise estatística dos dados foi realizada com auxílio do software Winstat versão 2.11 (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2004). 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Tabelas 2 e 3 são apresentados os dados referentes ao desempenho dos doze tratamentos nas seis variáveis observadas. TABELA 2 – Características agronômicas: DC - Diâmetro do caule (mm), AP - Altura da planta (cm) e NR - Número de ramificações.planta-1, em doze diferentes arranjos de plantas de soja. UFPel, Pelotas/RS, 2010. Nr TRAT DC AP NR 1 PIN 8,1 d 83,1 a 5,2 c 2 PII 11,3 a 74,5 a 8,9 a 3 PIF 13 8,5 c 80,7 a 5,4 c 4 PIF 26 8,7 c 82,1 a 6,6 b 5 PIF 39 9,3 b 78,4 a 6,9 b 6 PIF 45,5 9,6 b 74,3 a 7,0 b 7 PDN 6,5 e 82,1 a 3,6 d 8 PDI 8,8 c 77,0 a 6,4 b 9 PDF 13 6,9 e 80, 8 a 4,3 d 10 PDF 26 7,1 e 80,1 a 4,3 d 11 PDF 39 7,6 d 69,3 a 4,8 c 12 PDF 7,9 d 78,2 a 5,4 c 6,3 10,9 15,02 45,5 CV (%) PIN- Planta Individual em espaçamento normal; PII - Planta Individual Isolada; PIF 13 - Planta Individual em borda de falha de 13cm; PIF 26 - Planta Individual em borda de falha de 26cm; PIF 39 Planta Individual em borda de falha de 39cm; PIF 45,5 - Planta Individual em borda de falha de 45,5cm; PDI - Planta Dupla Isolada; PDN - Planta Dupla em espaçamento Normal; PDF 13 - Planta Dupla em borda de falha de 13cm; PDF 26 - Planta Dupla em borda de Falha de 26cm; PDF 39 Planta Dupla em borda de falha de 39cm; PDF 45,5 - Planta Dupla em borda de falha de 45,5cm. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Verifica-se que o tratamento PII (Planta Individual Isolada), apresenta resultados superiores, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos nas variáveis DC (diâmetro do caule) e NR (numero de ramificações.planta-1) a variável AP (altura de plantas) não foi encontrada diferença significativa entre todos os tratamentos. Este resultado é esperado, pois, estando isolada a planta pode 28 expressar todo o seu potencial, uma vez que não há competição com outras plantas por água, nutrientes e luz. Nesta condição, a planta não enfrenta obstáculos para emitir um grande número de ramificações, diferentemente de quando há outras plantas localizadas próximas, que condicionam para o crescimento vertical. Embora não tenha sido observada diferença estatística no crescimento final, era esperado que as plantas isoladas apresentassem menor altura em relação às plantas em competição com outras. Provavelmente, este comportamento ocorreu pelo hábito de crescimento da cultivar utilizada. Os resultados são corroborados por Urben Filho e Souza, (1993), que estudando diferentes densidades de semeadura, afirmam que a característica altura de planta e outras características agronômicas são função da cultivar que se está selecionando. TABELA 3 – Características agronômicas: NV - Número de vagens/planta, NSP Número de sementes por plantas e PS – Peso das sementes (g.planta1 ) em doze diferentes arranjos de plantas de soja. UFPel, Pelotas/RS, 2010. Nr 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 TRAT PIN PII PIF 13 PIF 26 PIF 39 PIF 45,5 PDN PDI PDF 13 PDF 26 PDF 39 PDF NV 53 c 119 a 56 c 72 b 81 b 85 b 34 d 67 c 40 d 39 d 45 d 56 c NSP 88 c 182 a 92 c 114 b 124 b 137 b 54 d 108 b 65 d 63 d 72 d 95 c 45,5 CV (%) 18,72 19,63 PS 12,0 c 25,4 a 12,8 c 15,6 c 16,0 c 19,6 b 7,5 d 14,8c 9,2 d 8,9 d 9,7 d 12,7 c 19,86 PIN- Planta Individual em espaçamento normal; PII - Planta Individual Isolada; PIF 13 - Planta Individual em borda de falha de 13cm; PIF 26 - Planta Individual em borda de falha de 26cm; PIF 39 Planta Individual em borda de falha de 39cm; PIF 45,5 - Planta Individual em borda de falha de 45,5cm; PDI - Planta Dupla Isolada; PDN - Planta Dupla em espaçamento Normal; PDF 13 - Planta Dupla em borda de falha de 13cm; PDF 26 - Planta Dupla em borda de Falha de 26cm; PDF 39 Planta Dupla em borda de falha de 39cm; PDF 45,5 - Planta Dupla em borda de falha de 45,5cm. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. A maior produtividade por planta foi observada em PII (planta individual isolada), equivalendo a 25,4g.planta-1. Isso se deve a um maior número de 29 ramificações (8,9), maior número de vagens por planta (119) e sementes por planta (182). Supondo que, em uma lavoura de soja com população de 300.000 plantas por hectare, cada planta produzisse 25,4g, seria alcançada uma produção de 7.720 kg.ha-1. Essa alta capacidade que uma planta pode chegar a produzir mostra o potencial produtivo que a soja pode alcançar. Por outro lado, as menores produções por planta foram observadas em todos os tratamentos com plantas duplas, à exceção de PDI e PDF 45,5 que apresentaram produções intermediárias. A alteração na produtividade foi semelhante à relatada por Tourino, (2000), concluindo que as alterações relacionadas à população de plantas, dentre outros fatores, podem reduzir ou aumentar os ganhos em rendimento. Comparado os tratamentos com plantas individuais, o tratamento padrão PIN (Planta Individual Normal), no qual todas as plantas estão eqüidistantes uma das outras, apresentou valores inferiores ou equivalentes para diâmetro do caule, altura de plantas, número de ramificações por planta, número de legumes por planta e número de sementes por planta. Para peso de sementes, o tratamento PIN foi significativamente inferior aos tratamentos PII (planta individual isolada) e PIF 45,5 (Planta Individual em borda de falha de 45,5cm) e equivalente aos demais. Comparado aos tratamentos com plantas duplas, na maioria das situações o tratamento PIN foi superior ou equivalente, inclusive para produção de sementes. O tratamento PII foi o único equivalente ou superior aos demais, indicando ser este o melhor arranjo para a produção individual de plantas na condição e para a cultivar estudada. Relativamente à presença de plantas duplas, considerando-se a produção de sementes, os arranjos criados resultaram em valores equivalentes ou inferiores ao tratamento PIN, indicando desvantagem para essa situação, a qual é de ocorrência comum em condições de lavoura. O tratamento PDI (Planta Dupla Individual), com 14,8g.planta-1, foi o tratamento com a maior produtividade por planta, não diferindo estatisticamente do tratamento PDF 45,5 (12,7g.planta-1). Comparando PDI com o tratamento PDN (Planta Dupla Normal), verificou-se que a produtividade por planta aumentou em 97% ou 7,3g.planta-1. Os tratamentos PDF 13, PDF 26 e PDF 39 tiveram seus resultados semelhantes em quase todas as características agronômicas avaliadas, com 30 exceção das avaliações diâmetro do caule e número de ramificações por planta, onde o tratamento PDF 39 diferiu-se significativamente dos demais tratamentos. Na Tabela 4 é apresentada uma simulação da população, da produtividade por planta e por área, considerando a ocorrência de uma das falhas testadas a cada metro linear. Transpondo esses mesmos arranjos para uma área de 10.000m2 (um hectare), e considerando a ocorrência de uma falha por metro linear, verifica-se que a produção por área diminuiu linearmente com o acréscimo no tamanho das falhas (Figura 1), embora observe-se que com o aumento do tamanho das falhas ocorreu um acréscimo linear da produtividade individual das plantas das bordas das falhas (Figura 2). Assim, constata-se que à medida que aumenta o tamanho das falhas, a produtividade por planta também aumenta. Porém, essa compensação apresentada pelo aumento da produção das plantas individuais das bordas das falhas, não foi suficiente para manter o nível de produtividade por área das populações de soja. TABELA 4 – Número de plantas individuais por metro linear, plantas por área, produtividade por planta e por área e o percentual de produtividade comparado com o PIN (Planta Individual Normal), considerado tratamento padrão. UFPel, Pelotas/RS, 2010. Plt.m-1 Trat. Plt.ha-1 g.planta-1 Kg.ha-1 % PIN 15 pl. indiv. normal 300 mil 12,0 3.600 100 PII 1 pl. indiv. isolada 20 mil 25,4 508 14,1 2 pl. indiv. borda 40 mil 12,8 512 12 pl. indiv. normal 240 mil 12,0 2.880 PIF 13 14 Total PIF 26 12 PIF 39 40 mil 15,6 624 10 pl. indiv. normal 200 mil 12,0 2400 PIF 45,5 240 mil 3.024 2 pl. indiv. borda 40 mil 16,0 640 8 pl. indiv. normal 160 mil 12,0 1.920 Total 8 3.392 2 pl. indiv. borda Total 10 280 mil 200 mil 2.560 2 pl. indiv. borda 40 mil 19,6 784 6 pl. indiv. normal 120 mil 12,0 1.440 Total 160 mil 2.224 94,2 84,0 71,1 61,7 PIN- Planta Individual em espaçamento normal; PII - Planta Individual Isolada; PIF 13 - Planta Individual em borda de falha de 13cm; PIF 26 - Planta Individual em borda de falha de 26cm; PIF 39 Planta Individual em borda de falha de 39cm; PIF 45,5 - Planta Individual em borda de falha de 45,5cm. 31 4.000 3.200 -1 2.400 a h . g k 1.600 y = -34,272x + 3851,1 R² = 0,991 800 0 0 6,5 13 19,5 26 32,5 39 45,5 Espaçamento/falhas (cm) FIGURA 1 – Produtividade em kg.ha-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Individual Normal - PIN); 13cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm - PIF 13); 26cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm - PIF 26); 39cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm - PIF 39) e 45,5cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm - PIF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010. 20,0 g.planta-1 16,0 12,0 y = 0,1728x + 10,708 R² = 0,9069 8,0 4,0 0,0 0 6,5 13 19,5 26 32,5 39 45,5 Espaçamento/falhas (cm) FIGURA 2 – Produtividade em g.planta-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Individual Normal - PIN); 13cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 13cm - PIF 13); 26cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 26cm - PIF 26); 39cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 39cm - PIF 39) e 45,5cm (Planta Individual localizada em borda de Falha 45,5cm - PIF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010. O tratamento padrão PIN, no qual não há falhas e as plantas estão eqüidistantes entre si, a produtividade por planta foi de 12,0g.planta-1 o que equivale a uma produção de 3.600kg.ha-1. Já o tratamento PIF 45,5 (Planta Individual em borda de falha 45,5cm) no qual ocorre uma falha de 7 plantas por metro linear, 32 mesmo com a produtividade por planta das plantas da borda da falha maior que o tratamento PIN isso não foi o suficiente para compensar a falta das plantas, o que acarretou uma diminuição de 62% na produção por hectare. Pereira (1989) descreveu que numa baixa população de plantas, com espaçamento mais amplo, a produção individual por planta é maior, embora por área seja mais baixa, resultados que foram confirmados neste estudo. No tratamento PII (Planta Individual Isolada) considerou-se, para fins de simulação que não haveria competição se houvesse até duas plantas por metro quadrado. Nota-se que a produtividade por planta (25,4g.planta-1) foi o dobro comparado ao tratamento PIN, porém extrapolando essa produtividade para rendimento por hectare, chega-se a uma resultado de apenas 508kg.ha-1, ou seja, 14% do total observado em PIN. Analisando-se o comportamento dos tratamentos que envolvem a presença de plantas duplas (Tabela 5) entre os tratamentos PDN, PDF 13 (Plantas Duplas localizadas em borda de Falha de 13cm), PDF 26 (Plantas Duplas localizadas em borda de Falha de 26 cm), PDF 39 (Plantas Duplas localizadas em borda de Falha de 39cm) e PDF 45,5 (Plantas Duplas da borda da Falha de 45cm) verifica-se que o desempenho foi semelhantes aos tratamentos com plantas individuais. Ao extrapolar os dados para produção por área, considerando a ocorrência de falhas e plantas duplas por metro linear, verifica-se redução linear da produção por área com o aumento do tamanho das falhas (Figura 3), concordando com Resende et al. (2004), que estudando diferentes populações de plantas, observaram que o aumento na densidade alterou significativamente o rendimento de grãos. De forma semelhante ao ocorrido com plantas individuais, aumentando o tamanho das falhas com plantas duplas, a produtividade na borda da falha aumentou linearmente (Figura 4). O incremento na produtividade com o aumento no espaçamento também foi verificado por Peixoto et al. (2000), ao concluírem que independentemente da densidade, as cultivares apresentam tendência de compensação no rendimento de grãos, porém até um determinado limite. Assim, de forma semelhante ao ocorrido com as plantas individuais, a compensação apresentada pelo aumento da produção das plantas duplas na borda das falhas, não foi suficiente para manter o nível de produtividade por área das populações de soja. 33 TABELA 5 – Número de plantas duplas e individuais por metro linear, plantas por área, produtividade por planta, produtividade por área e o percentual de produtividade comparado com o PIN (Planta Individual Normal), considerado tratamento padrão. UFPel, Pelotas/RS, 2010. ] Plt.m-1 Trat. Plt.ha-1 g.planta-1 kg.ha-1 % PIN 15 pl. indiv. Normal 300 mil 12,0 3.600 100% PDI 1 pl. dupla isolada 40 mil 14,8 592 16,4 1 pl. Dupla 40 mil 7,5 300 14 pl. individ. normal 280 mil 12,0 3.360 15 PDN Total 14 PDF 13 320 mil 2 pl. dupl borda falha 80 mil 9,2 736 12 pl. individ. normal 240 mil 12,0 2.880 Total 12 PDF 26 320 mil PDF 39 80 mil 8,9 712 10 pl. individ. normal 200 mil 12,0 2.400 280 mil 8 PDF 45,5 80 mil 9,7 776 8 pl. individ. Normal 160 mil 12,0 1.920 240 mil 86,4 2696 2 pl. dupl dupla falha 80 mil 12,7 1.016 6 pl. individ. normal 120 mil 12,0 1.440 Total 100,4 3.112 2 pl. dupl borda falha Total 101,7 3.616 2 pl. dupl borda falha Total 10 3660 200 mil 74,9 2.456 68,2 PIN- Planta Individual em espaçamento normal; PDI - Planta Dupla Isolada; PDN - Planta Dupla em espaçamento Normal; PDF 13 - Planta Dupla em borda de falha de 13cm; PDF 26 - Planta Dupla em borda de Falha de 26cm; PDF 39 -Planta Dupla em borda de falha de 39cm; PDF 45,5 - Planta Dupla em borda de falha de 45,5cm. 4000 3200 -1 2400 a h . g 1600 k y = -32,26x + 3946,8 R² = 0,9876 800 0 0 6,5 13 19,5 26 32,5 39 45,5 Espaçamento/falhas (cm) FIGURA 3 – Produtividade em kg.ha-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Dupla Normal - PDN); 13cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm - PDF 13); 26cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm - PDF 26); 39cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm - PDF 39) e 45,5cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm - PDF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010. 34 16,0 g.planta-1 12,0 8,0 y = 0,0985x + 7,03 R² = 0,7102 4,0 0,0 0 6,5 13 19,5 26 32,5 39 45,5 Espaçamento/falhas (cm) FIGURA 4 – Produtividade em g.planta-1 em diferentes espaçamentos de falhas de plantas de soja: 6,5cm (Planta Dupla Normal - PDN); 13cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 13cm - PDF 13); 26cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 26cm - PDF 26); 39cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 39cm - PDF 39) e 45,5cm (Planta Dupla localizada em borda de Falha 45,5cm - PDF 45,5). UFPel, Pelotas/RS, 2010. Comparando o tratamento PDN com o tratamento PDF 45,5 nota-se que a produtividade por planta aumenta de 7,5 para 12,7g.planta-1, porém olhando a produção por área há uma inversão, o tratamento PDF 45,5 teve uma diminuição na produção de 1.204kg.ha-1, ou seja, 67% a menos que o tratamento PDN. O fato de ter plantas duplas (duas plantas na mesma cova) mesmo com falhas resulta na diminuição da produtividade, devido à alta competição entre as mesmas. Embora o tratamento PDN não tenha reduzido a produção por área em comparação ao tratamento PIN, deve-se salientar que o aumento na densidade populacional pode gerar um maior custo com sementes, alem propiciar maior incidência de doenças, conforme relatado por Domingues (2010). Realizou-se uma simulação da redução na produtividade apenas no local de ocorrência da falha. Para tanto foi considerado: “Plantas esperadas”: quantidade de plantas existentes no local caso não houvesse falhas; “Plantas observadas”: quantidade de plantas existentes no local com as falhas encontradas. Para fins de cálculo da “produção esperada” multiplicou-se a produção de uma planta PIN pelo número de plantas observadas. Já para a “produção observada” multiplicou-se o número de plantas observadas pela produção das plantas localizadas nas bordas das respectivas falhas. A variação no percentual de produção foi calculada tomandose por base a produção obtida pelas plantas PIN (100%). 35 Verifica-se que, com a falha de apenas uma planta (Tratamento PIF 13) a produtividade atinge apenas 71% do obtido sem a presença de falhas (Tabela 6). Quando há falha de sete plantas consecutivas, apesar da compensação apresentada pelas plantas das bordas, que produzem 63% a mais que as plantas individuais em espaçamento normal, a produção por área fica reduzida a apenas 36% do total estimado para a área. Estes dados evidenciam a importância da necessidade de uma boa distribuição e qualidade de sementes para o sucesso de uma lavoura comercial. TABELA 6 – Número de plantas individuais esperadas e observadas no local da falha, PPP – Produção por planta (g.planta-1), produção esperada (g) e observada (g) e produção potencial (%) de plantas de soja no local de ocorrência de falhas e duplas. UFPel, Pelotas/RS, 2010. Produção Produção Produção Esperada observada potencial 12,0 12 12 100 2 12,8 36 25,6 71,1 5 2 15,6 60 31,2 52,0 PIF 39 7 2 16,0 84 32 38,1 PIF 45,5 9 2 19,6 108 39,2 36,3 Plantas Plantas esperadas observada PIN 1 1 PIF 13 3 PIF 26 Tratamento PPP PIN- Planta Individual em espaçamento Normal; PIF 13 - Planta Individual em borda de Falha de 13cm; PIF 26 - Planta Individual em borda de Falha de 26cm; PIF 39 - Planta Individual em borda de Falha de 39cm; PIF 45,5 - Planta Individual em borda de Falha de 45,5cm. A presença de falhas e duplas pode provocar significativas alterações na capacidade produtiva da cultura, conforme demonstrado nos resultados obtidos, concordando com afirmações de Ikeda (1992) e Egli (1994), ao afirmarem que em arranjo onde o espaçamento entre linhas é igual ao espaçamento entre plantas, dentro das linhas, são observados aumentos na produtividade da soja. Simulação semelhante foi realizada com as plantas duplas (Tabela 7). Considerando somente o local em que há a presença de uma planta dupla a produção aumenta, mas não de maneira proporcional a quantidade de semente utilizada. Nos demais arranjos, com plantas duplas nas bordas de falhas o comportamento manteve a mesma tendência apresentada na presença de falhas com plantas individuais. 36 TABELA 7 – Número de plantas duplas e individuais esperadas e observadas no local da falha, PPP – Produção por planta (g.planta-1), produção esperada (g) e observada (g) e produção potencial (%) de plantas de soja no local de ocorrência de falhas e duplas. UFPel, Pelotas/RS, 2010. Plantas Plantas Produção Produção Produção esperadas observadas esperada observada Potencial PIN 1 1 12,0 12 12 100 PDN 1 2 7,5 12 15 125 PDF 13 3 4 9,2 36 36,8 102 PDF 26 5 4 8,9 60 35,6 59 PDF 39 7 4 9,7 84 38,8 46 PDF 45,5 9 4 12,7 108 50,8 47 Tratamento PPP PIN- Planta Individual em espaçamento Normal; PDN - Planta Dupla em espaçamento Normal; PDF 13 - Planta Dupla em borda de Falha de 13cm; PDF 26 - Planta Dupla em borda de Falha de 26cm; PDF 39 -Planta Dupla em borda de Falha de 39cm; PDF 45,5 - Planta Dupla em borda de Falha de 45,5cm. Os tratamentos com plantas individuais foram superiores aos tratamentos com plantas duplas na produtividade em gramas por planta, porém foram inferiores na produção por área. Porém em ambas as situações verifica-se redução na produtividade por área, com exceção da ocorrência de plantas duplas normais. Neste caso o acréscimo verificado é, proporcionalmente, inferior ao acréscimo de semente utilizada. Ficou evidente nos resultados encontrados, que a formação de um estande em uma lavoura com a presença de falhas e de plantas duplas gera redução na produtividade e essa redução está associada, principalmente, ao tamanho das falhas. Para evitarmos tal problema necessitamos ter uma distribuição uniforme das plantas ao longo da linha, ou seja, uma distribuição onde todas as plantas fiquem exatamente a uma mesma distância uma da outra, evitando também a deposição de duas sementes em um mesmo local, a chamada plantas duplas. Nessa situação, duas plantas tentam ocupar o mesmo espaço, e o que se observa é um elevado grau de competição entre as mesmas, com alta redução na produtividade. Estas situações são corriqueiramente encontradas em nossas lavouras, a maioria dos 37 agricultores não dá a devida atenção aos problemas de desuniformidade e quando isso ocorre é porque o problema, visualmente, é alarmante. Vários mecanismos podem ser utilizados para que a distribuição das plantas no campo se aproxime ao máximo possível de uma distribuição ideal, para isso temos que ter: lotes de sementes de alta qualidade (vigor e germinação); semeadoras com sistemas eficientes de distribuição das sementes; profundidade de semeadura ideal; umidade do solo adequada; controle de pragas e doenças e uso de produtos que possam reduzir o atrito entre as sementes como grafite ou polímeros, garantindo assim uma melhor distribuição. Certamente a adoção destas ações contribuirá para alcançar uma maior produtividade na cultura da soja. 5 CONCLUSÕES • Falhas de 1 a 7 plantas consecutivas por metro linear podem causar reduções na produtividade de 6 a 38%; • O aumento da produção das plantas localizadas nas bordas das falhas não compensa a perda de produção causada pela falta de plantas; • A ocorrência de até uma planta dupla por metro linear não diminui a produtividade. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, A.C.S.A.; PESKE, S.T. Produção de sementes de arroz. In: PESKE, S.T.; NEDEL, J.L.; BARROS, A.C.S.A. Produção de arroz irrigado. Pelotas: Editora Universitária, 1998, p.351-412. BOARD, J.E.; HARVILLE, B.G. Explanations for greater light interception in narrow vs. widerow soybean. Crop Science, Madison, v.32, n.1, p.198-202, 1992. BOARD, J.E.; HARVILLE, B.G.; SAXTON, A.M. Narrowrow seedyield enhancement indeterminate soybean. Agronomy Journal, Madison, v.82, n.1, p.64-68, 1990. BOARD, J.E.; KAMAL, M.; HARVILLE, B.G. 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