PISA EM FOCO 27 educação política educação política educação política educação política educação política educação política educação política A escola que o aluno frequenta é importante? • Sistemas educacionais bem-sucedidos são capazes de garantir que todos os alunos alcancem um alto patamar de sucesso na escola. • Entre os países da OCDE, cerca de 60% da variação geral de desempenho dos estudantes em cada país pode-se atribuir a diferenças no grau de sucesso que se pode esperar de estudantes que frequentam a mesma escola. • Cerca de 40% da variação no desempenho estudantil, nos países da OCDE, observa-se entre escolas; mas, nos países de alto desempenho, essas diferenças são geralmente menores do que nos países que pontuam em torno da média da OCDE. A pontuação de um país ou economia nos testes do PISA indica o desempenho médio dos estudantes daquele país e, por sua vez, a capacidade daqueles estudantes de participar plenamente da sociedade e de contribuir significativamente para uma economia global cada vez mais baseada no conhecimento. Uma análise de dados coletados por meio do PISA também revela o grau em que os estudantes de um país ou economia em particular – ou mesmo de uma escola específica – diferem em termos de proficiência em leitura, matemática e ciência. O desempenho médio varia consideravelmente entre sistemas educacionais, do mesmo modo que ocorre com as diferenças ou variações no desempenho estudantil. Em alguns sistemas educacionais, a maioria dos estudantes possui níveis similares de proficiência; em outros, o desempenho estudantil varia de forma bem mais ampla. Um alto desempenho para todos os estudantes e todas as escolas é possível. Uma análise dos resultados do PISA mostra que os países e economias podem atingir elevado desempenho médio sem apresentar grandes disparidades de desempenho estudantil. Os sistemas educacionais na Coreia do Sul e em Xangai, na China, por exemplo, não apenas apresentam desempenho acima da média em leitura, mas também diferenças relativamente pequenas entre as pontuações dos estudantes com maiores e menores desempenhos. Eles não são os únicos sistemas educacionais que compartilham desse perfil: em 10 dos 17 países e economias que possuem desempenho acima da média em leitura, as variações em desempenho são menores do que a variação média observada entre os países da OCDE. PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013 1 PISA EM FOCO Variação interescolar e intraescolar de desempenho estudantil em leitura Representada como um percentual da variação de desempenho estudantil dentre os países da OCDE Variação total como proporção da variação média dos países da OCDE 100 Nota: Os países estão classificados em ordem decrescente da variação total (intra e interescolar) como uma proporção da variação global de desempenho estudantil dentre os países da OCDE. Fonte: banco de dados OCDE PISA 2009, Tabela II.5.1. 12http://dx.doi.org/10.1787/888932343627 80 60 40 20 0 20 40 Percentual de variação intraescolar e interescolar 2 As escolas possuem desempenhos muito diferentes umas das outras... Os países e economias diferem quanto à origem das diferenças de desempenho dos estudantes. Será que as variações resultam de diferenças de desempenho entre os estudantes que frequentam uma mesma escola ou entre estudantes de escolas diferentes? Dentre os países da OCDE, cerca de 60% da variação global de desempenho dos estudantes pode ser atribuído a diferenças no grau de sucesso que se pode esperar de estudantes que frequentam a mesma escola, enquanto cerca de 40% da variação global pode ser atribuído a diferenças no desempenho esperado dos estudantes que frequentam escolas diferentes. Entre as nações de desempenho elevado, uma variação considerável entre escolas somente é observada em três países: Bélgica, Japão e Holanda. Diferenças entre escolas respondem por somente 8% da variação de desempenho estudantil na Finlândia, 10% na Noruega e menos de 20% na Estônia, Islândia e Polônia. Maiores variações de desempenho entre escolas não necessariamente implicam maiores desigualdades entre elas; mas grandes disparidades de desempenho de estudantes e de escolas podem sinalizar desigualdades sociais inaceitáveis, caso essas diferenças sejam relacionadas a características da escola ou do aluno, tais como situação socioeconômica, origem imigrante ou idioma falado em casa. Média da OCDE 42% 135 147 106 154 77 148 144 114 104 112 94 131 116 120 124 91 116 79 114 105 102 98 95 94 89 81 108 83 110 95 113 87 100 81 115 84 94 80 96 67 105 105 86 72 101 113 122 87 74 66 93 94 112 86 51 88 92 80 74 106 60 81 96 86 Média OCDE 65 % Argentina Trinidad e Tobago Itália Catar Turquia Bulgária Israel Panamá Alemanha Peru Hungria Dubai (EAU) Áustria Bélgica Luxemburgo Holanda Japão Chile Uruguai Grécia Brasil República Tcheca Eslovênia Romênia Croácia Sérvia EUA México Cingapura Jordânia Quirguistão Colômbia Montenegro Hong Kong-China Albânia Tunísia Eslováquia Liechtenstein Cazaquistão Macau-China Irlanda Reino Unido Taiwan Coreia Suíça Austrália Nova Zelândia Portugal Xangai-China Azerbaijão Rússia Canadá Suécia Lituânia Indonésia Espanha Polônia Estônia Letônia Islândia Tailândia Dinamarca Noruega Finlândia Variação interescolar Variação intraescolar PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013 60 80 100 PISA EM FOCO Mudanças no desempenho global em leitura e na variação de desempenho estudantil entre 2000 e 2009 Mudança de variação e de pontuação em leitura -5000 Mudança na variação de desempenho estudantil entre 2000 e 2009 Desempenho diminuiu Variação diminuiu Desempenho aumentou Variação diminuiu Letônia -4000 Alemanha -3000 Dinamarca Noruega Liechtenstein Romênia -2000 Estados Unidos Suíça Polônia Portugal Chile Nova Zelândia Bélgica Canadá Rússia República Tcheca Hungria Tailândia Austrália Grécia Finlândia Argentina México Hong Kong-China Irlanda Espanha Israel Islândia Itália Suécia Brasil Coreia -1000 0 1000 Indonésia Albânia Peru 2000 Bulgária Japão 3000 Desempenho diminuiu Variação aumentou Desempenho aumentou Variação aumentou 4000 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 Diferença de pontuação em leitura no PISA entre 2000 e 2009 Nota: Países em que tanto a mudança em variação quanto a mudança de pontuação em leitura são estatisticamente significantes estão identificados em tom mais escuro. Fonte: banco de dados OCDE PISA 2009, Tabelas V.2.1 e V.4.1. 12http://dx.doi.org/10.1787/888932360005 ...e algumas políticas educacionais ampliam essas diferenças. Diferenças de desempenho entre escolas podem resultar de muitos fatores. Por exemplo, na Alemanha, grandes diferenças no desempenho esperado dos estudantes que frequentam escolas diferentes estão relacionadas às políticas dos sistemas educacionais de selecionar os estudantes para diferentes objetivos educacionais, geralmente de caráter vocacional ou acadêmico, com base nas notas dos alunos. Na Itália, variações no desempenho esperado dos alunos que frequentam escolas distintas são geralmente associadas a diferenças nos perfis das comunidades a que as escolas atendem. Tais diferenças incluem contrastes socioeconômicos entre estudantes que frequentam escolas urbanas e aqueles que frequentam escolas rurais e/ou distinções entre as políticas dos sistemas educacionais federais ou regionais. A variação também pode estar relacionada a características do sistema escolar que são mais difíceis de serem quantificadas, tais como diferenças na qualidade ou na efetividade da instrução fornecida. PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013 PISA EM FOCO Melhorar o desempenho de um país é algo que se pode alcançar melhorando o desempenho de todos os estudantes. O PISA também investiga como as variações de desempenho dos estudantes têm evoluído ao longo do tempo. Dentre os países da OCDE, a variação média no desempenho dos estudantes em leitura reduziu-se em 3% entre 2000 e 2009, dado que a maioria dos países que obtiveram uma melhora de desempenho durante este período conseguiu isso aumentando o desempenho dos estudantes com fraco aproveitamento. Dentre os países cujo desempenho médio em leitura mudou entre 2000 e 2009, Chile, Alemanha, Hungria, Indonésia, Letônia, Liechtenstein, Polônia e Portugal registraram crescimentos acentuados no desempenho médio e diminuições substanciais na variação de desempenho dos alunos. Coreia do Sul e Brasil obtiveram crescimento tanto em desempenho médio quanto em variação global de desempenho. Na Suécia, o desempenho médio diminuiu nesse período, ao passo que a variação no desempenho dos estudantes aumentou. Já na República Tcheca, os níveis de ambos, desempenho médio e variação global, diminuíram. As proporções relativas de variação entre e dentro das escolas permaneceram similares para a maioria dos países entre 2000 e 2009. Dos países que obtiveram melhoras de desempenho durante o período, somente a Polônia registrou um decréscimo expressivo na variação entre escolas, enquanto a Suécia registrou um grande aumento. Para concluir: O desempenho global de um país ou economia no PISA é apenas uma medida da efetividade de seu sistema educacional. O grau de variação de desempenho do aluno entre e dentro das escolas fornece uma indicação muito mais clara da medida em que o sistema educacional é bem-sucedido em oferecer uma educação de qualidade para todos os seus estudantes. Os resultados do PISA mostram que alto desempenho ou melhorias rápidas podem ser atingidos sem a ampliação do hiato de desempenho que separa os estudantes de maior e de menor rendimento. Para mais informações: Entre em contato com: Pablo Zoido ([email protected]) Veja: OECD (2010), Resultados do PISA 2009, Superando o Ambiente Socioeconômico: Equidade em Oportunidades de Aprendizagem e Resultados (Volume II), Publicação da OCDE. Visite: www.pisa.oecd.org www.oecd.org/pisa/infocus No próximo mês: O que faz com que as escolas urbanas sejam diferentes? A qualidade da tradução para o Português e sua fidelidade ao texto original são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, Brasil. Disponível em: www.inep.gov.br. 4 PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013