O USO DA PRESSÃO POSITIVA EM PACIENTES NO PÓSOPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA The use of positive expiratorypressurein patients in the immediate postoperative period of cardiac surgery Fabianne Silveira Cardoso 1, Fabíola Maria Ferreira da Silva 2 1 Fisioterapeuta pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC MINAS, Belo Horizonte/MG; Especializada em Fisioterapia Manual pelo Instituto de Educação Continuada – IEC, Belo Horizonte/MG, Pós-graduanda em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva pelo CEAFI, Goiânia/GO. 2Fisioterapeuta pela Universidade do Triângulo – UNITRI, Uberlândia/MG; Especializada em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Hospital Nossa Senhora de Lourdes – HNSL e Especializada em Fisioterapia em Cardiologia: da UTI a Reabilitação pela UNIFESP, São Paulo/SP, Docente do CEAFI Pós-graduação, Goiânia/GO. Endereço para correspondência: Rua S-06, 155, apto 701, Bela Vista - Goiânia/GO, Brasil CEP: 74823470 Email: [email protected] RESUMO Introdução: A cirurgia cardíaca é responsável por otimizar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes cardiopatas, no entanto complicações pulmonares ainda são frequentes e representam importante causa de morbidade e mortalidade para pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. O uso da Pressão Positiva tem sido uma das técnicas de fisioterapia utilizadas na prevenção ou reversão das complicações pulmonares no pósoperatório de cirurgia cardíaca. Objetivo:Descrever o uso da pressão positiva e seus efeitos na prevenção e/ou tratamento das complicações pulmonares em pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Método: Foi realizada revisão de literatura, utilizadas como referências publicações em inglês e português contidas nas seguintes fontes de dados: BIREME, SciELO, LILIACS e PUBMED, de 2000 à 2015. Resultados:Foram incluídos e tabelados oito ensaios clínicos randomizados com amostra composta por pacientes adultos que receberam fisioterapia respiratória com pressão positiva para o tratamento de complicações pulmonares após cirurgia cardíaca. Conclusão: Há evidência da eficácia do uso da pressão positiva nesse grupo de pacientes, porém não está esclarecidas qual a melhor técnica a ser utilizada. Ressalta-se a heterogeneidade dos estudos e protocolos citados e a necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas. Descritores: Cirurgia cardíaca, pressão positiva, fisioterapia, complicações pós-operatórias. ABSTRACT Introduction: Cardiac surgery is responsible for optimal survival and quality of life of cardiac patients, however pulmonary complications are still frequent and represent an important cause of morbidity and mortality for patients in cardiac surgery postoperative. The use of Positive Pressure has been one of physiotherapy techniques used in the prevention or reversal of pulmonary complications after cardiac surgery. Objective: To describe the use of positive pressure and its effects in the prevention and / or treatment of pulmonary complications in patients in the immediate postoperative period of cardiac surgery. Method: literature review was performed, used as reference publications in English and Portuguese included in the following data sources: BIREME, SciELO, Liliacs and PUBMED, from 2000 to 2015.Results: We included and tabulated eight randomized clinical trials with a sample of adult patients who received physiotherapy positive pressure for the treatment of pulmonary complications after cardiac surgery. Conclusion: There is evidence of the effectiveness of the use of positive pressure in this group of patients, but it is not clear what the best techniques to use. It emphasizes the heterogeneity of the studies cited and protocols and the need to develop new research. Descriptors: Cardiac surgery, positive pressure, physical therapy, postoperative complications 2 INTRODUÇÃO Estatísticas recentes apontam as doenças cardíacas como uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. A intervenção cirúrgica é responsável pela remissão de sintomas, melhora da sobrevida e qualidade de vida dos pacientes 1. No entanto, inúmeras complicações estão associadas às cirurgias cardíacas, incluindo às de origem pulmonar, as quais levam à necessidade de cuidados intensivos, bem como de suporte ventilatório por tempo prolongado e representam importante causa de mortalidade para pacientes no pós-operatório 2. As complicações respiratórias nessa população apresentam fisiopatologia multifatorial. Existem fatores relacionados ao pré-operatório do paciente como idade, sexo, doença pulmonar prévia e hábitos de vida como: tabagismo, etilismo e obesidade. No pós-operatório os fatores contribuintes surgem pela combinação dos efeitos da circulação extracorpórea (CEC), anestesia, sedação, trauma cirúrgico e drenos que implica em redução da complacência do tórax, padrão respiratório restritivo com redução da expansibilidade torácica e respiração superficial, o que somado á disfunção diafragmática, culminam com a redução de volumes e capacidades pulmonares, hipoventilação e hipoxemia 3. As atelectasias e pneumonias são as principais complicações pulmonares causadas por essas alterações, o que pode levar à insuficiência respiratória e complicações secundárias 4. As atelectasias estão relacionadas à deterioração nas trocas gasosas e à diminuição dos volumes pulmonares, reduzindo a capacidade residual funcional (CRF) e a complacência pulmonar. A pneumonia é atribuída à ineficácia da tosse, redução do pico de fluxo expiratório, redução da mobilidade e fadiga muscular, associados à mudança do padrão respiratório fisiológico e diafragmático, para uma respiração mais superficial e predominantemente torácica, responsáveis pela redução da expansibilidade dos lobos pulmonares inferiores. Prejuízos na reinsuflação pulmonar culminam na perpetuação ou agravamento do quadro favorecendo processos infecciosos 5. 3 Tendo em vista o quadro de disfunção pulmonar associado ao pósoperatório de cirurgia cardíaca e suas repercussões, a fisioterapia respiratória tem sido amplamente requisitada com o intuito de reverter ou amenizar tal quadro, evitando o desenvolvimento de complicações pulmonares, com a utilização de técnicas variadas. O arsenal de fisioterapia respiratória engloba diversas técnicas de desobstrução brônquica e expansão pulmonar5,6. Para o recrutamento com expansão dos alvéolos colapsados, a pressão positiva tem sido utilizada em níveis crescentes, de forma isolada ou associada às diversas manobras e técnicas. Incluem o uso da pressão positiva em vias aéreas: ventilação não invasiva (VNI), Pressão positiva com dois níveis de pressão (BIPAP), Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP) e Pressão Positiva Intermitente (RPPI)6. Há evidências que a pressão positiva favorece a abertura de alvéolos colapsados, promovendo melhora da oxigenação arterial e da ventilação-perfusão através da redução da resistência de fluxo de ar e da complacência, refletindo melhora da mecânica respiratória, bem como do transporte de oxigênio6. Diante da incidência das complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca e a importância da fisioterapia em sua prevenção e tratamento, o objetivo desse trabalho foi de realizar uma revisão bibliográfica e reunir estudos relevantes sobre o uso de pressão positiva e sua eficácia na prevenção de complicações respiratórias de cirurgia cardíaca. MÉTODO Foi realizada revisão de literatura, utilizadas como referências publicações em inglês e português, cujos descritores foram cirurgia cardíaca, pressão positiva, fisioterapia e complicações pós-operatórias; contidas nas seguintes fontes de dados: BIREME, SciELO, LILIACS e PUBMED, publicados entre 2003 à 2015. Pesquisa secundária por meio de lista de referência dos artigos identificados também foi realizada. Foram encontrados 30 artigos, porém, somente 8 preencheram os critérios de inclusão: estudos clínicos com população adulta submetida á cirurgia cardíaca e tratamento de fisioterapia 4 com pressão positiva comparando as diferentes técnicas e suas particularidades. RESULTADOS Foram incluídos e tabelados (Tabela 1) oito ensaios clínicos randomizados com amostra composta por pacientes adultos submetidos à Cirurgia cardíaca (CC) que receberam fisioterapia respiratória com pressão positiva para o tratamento de complicações pulmonares no pós-cirúrgico. Os ensaios selecionados tiveram como objetivo a comparação da efetividade do uso de pressão positiva (CPAP, RPPI, VNI) na reversão das alterações pulmonares com a fisioterapia convencional e uso de Incentivadores Respiratórios (IR). Tabela1. Autores Objetivos Borgui et al. 2005 Avaliar os efeitos da PEEP e Intervenção Fisioterapêutica (IF) na fase I reabilitação cardíaca sobre o comportamento da função pulmonar e força muscular inspiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca. n=24, divididos: Comparar o efeito da aplicação da pressão positiva intermitente e contínua em pacientes no pósoperatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. n=40, 33 sexo masculino, divididos: Muller 2006 Grupo Estudo Conclusão Grupo 1= PEEP associada à IF; Idade= ± 59.9 anos. Grupo 2= IF; idade ± 55,9 anos. Grupo 1= CPAP Grupo Reanimador Müller 2= de . Romanini et al. 2007 Analisar o efeito fisioterapêutico da aplicação da (RPPI) e (IR) em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio. n=40, divididos: Grupo 1= RPPI, 12 sexo masculino. Grupo 2= IR, sexo masculino. 14 Associação de PEEP à intervenção fisioterapêutica foi mais eficiente em minimizar as complicações, em comparação com a intervenção fisioterapêutica sozinho. Quando se busca a reexpansão pulmonar, a pressão intermitente (Reanimador de Muller) foi mais efetiva pela forma mais rápida de ação e, apresentou menores índices de dispneia, frequência. Respiratória e atividade de musculatura acessória O RPPI mostrou-se mais eficiente em comparação ao IR; entretanto, para melhorar a força dos músculos respiratórios, o IR foi mais efetivo. 5 Auler Jr. et al 2007 Lopes et al. 2008 Avaliar os efeitos da manobra de recrutamento alveolar na oxigenação e volume corrente exalado em pacientes com hipoxemia no pós-operatório imediato de intervenção cirúrgica cardíaca Demonstrar os benefícios da utilização VNI no processo de interrupção da ventilação mecânica, no pós-operatório de cirurgia cardíaca. n=40 29 sexo masculino Idade ± 62 anos n=100 Idade: 20 e 80 anos nos dois grupos. Grupo estudo= VNI por 30 minutos As MRA foram efetivas na correção da hipoxemia e aumento do VT exalado em pacientes sob ventilação mecânica no pós-operatório imediato de intervenção cirúrgica cardíaca. O uso da VNI por 30 minutos após extubação produziu melhora na oxigenação do pacientes em pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Grupo controle=cateter nasal de O2 Franco et al 2011 Olper et al. 2011 Avaliar a segurança e a adesão da aplicação preventiva do BiPAP associado a Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) no PO imediato de revascularização do miocárdio. n=26 Avaliar a eficácia da VNI no tratamento da insuficiência respiratória aguda no pós operatório. n=85, divididos: 20, sexo masculino Grupo Controle= FRC Grupo BiPAP= FRC + BIPAP Grupo 1=CPAP BiPAP® pode ser benéfico restabelecendo a função pulmonar mais, principalmente a capacidade vital, de forma segura, sendo bem aceita pelos paciente, devido ao maior conforto em relação à sensação de dor durante a execução da técnica. VNI é viável, segura e eficaz no tratamento da insuficiência respiratória aguda pós-operatório. Grupo 2= BiPAP 41% sexo feminino Idade ± 65 anos Borges et al. 2013 Comparar os efeitos de diferentes níveis de pressão expiratória positiva final na mecânica respiratória e nos índices de oxigenação no pósoperatório imediato de revascularização do miocárdio. n=136, divididos: Grupo A=5 cmH2O Grupo B=8 cmH2O Grupo C=10 cmH2O Níveis mais elevados de PEEP no pós-operatório imediato de revascularização do miocárdio incrementaram os valores de complacência pulmonar e melhoraram os índices de oxigenação, acarretando menor frequência de hipoxemia. 6 IR: Incentivador Respiratório; VT: volume corrente; RPPI: Respiração por pressão positiva intermitente; FRC: Fisioterapia respiratória convencional; VNI: ventilação não invasiva; PO: Pós- operatório; IF: Intervenção fisioterapêutica DISCUSSÃO A importância de um protocolo fisioterapêutico no pós-operatório de intervenção para a cirurgia cardíaca tem sido justificada por alguns autores por apresentar resultados relevantes que demonstram redução da incidência de doenças pulmonares e complicações. Além disso, a aplicação de pressão positiva demonstrou ser eficaz no restabelecimento de volumes pulmonares e da resolução de atelectasia. A pressão positiva tem indicações bem estabelecidas sendo indicadas para aumentar a oxigenação, prevenir ou reverter complicações como atelectasia após intervenção cardíaca. Os quadros de hipoxemia desses pacientes ocorrem comumente devido frações de shunt intrapulmonar, causados por alvéolos colapsados 1, 2. Diferentes métodos são propostos para realização da pressão positiva no pós-operatório de cirurgia cardíaca. De acordo com a literatura encontrada, a manobra mais utilizada no pós-operatório de cirurgia cardíaca é a insuflação sustentada para recrutamento alveolar. A técnica consiste na aplicação do CPAP com níveis de pressão que variam de 30 à 45cmH2O por 30 à 45 segundos 3,4. Borgui et al., avaliaram os efeitos da PEEP e intervenção fisioterapêutica na fase I de reabilitação cardíaca sobre o comportamento da função pulmonar e força muscular inspiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca, demonstrando sua eficácia, porém os volumes pulmonaresnão foram completamente restabelecida até o quinto dia de PO, sugerindoa necessidade de continuar o tratamento após o período de internação5. Auler et. al, verificaram melhora significativa da oxigenação arterial após a manobra de recrutamento alveolar em 40 pacientes hipoxêmicos no pós operatório de intervenção cardíaca, com pressões de 20,30, e 40cmH2O por 30 segundos6. Resultados semelhantes foram descritos por Tusman et al. os 7 resultados após manobras de recrutamento alveolar, indicaram melhor eficiência da troca gasosa e consequentemente, do quadro de hipoxemia7. Estes achados podem ser explicados pelo efeito do recrutamento sobre shunt e espaço morto, tendo em vista que durante a aplicação do protocolo não houve instabilidade clínica, hemodinâmica e/ou ventilatória. Esses autores verificaram que, no pós-operatório de cirurgia cardíaca, a manobra de recrutamento alveolar combinada com a manutenção da PEEP resulta em aumento do volume pulmonar exalado e melhora da oxigenação6,7. Muller (2006)comparou o efeito da aplicação da pressão positiva intermitente e contínua em pacientes no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. O Reanimador de Muller foi mais efetivo quanto à reexpansão pulmonar com menor carga de trabalho imposta pela forma mais rápida de ação e, consequentemente, apresentou menores índices de dispnéia, frequência respiratória (FR) e atividade de musculatura acessória8. Entretanto, Oikkonen et al. não verificaram diferença na aplicação de RPPI em relação à fisioterapia convencional associada ao uso de IR ao analisar PaO2, Capacidade Vital, PEF e presença de atelectasias nas radiografias. Um achado semelhante foi observado no estudo de Mendes et al.que utilizou RPPI associada à fisioterapia convencional comparada a fisioterapiaconvencional apenas, não sendo verificadasuperioridade da RPPI sobre a fisioterapia convencionalna comparação intergrupo. Porém, foram observadosvalores intragrupos, significativamente menoresno 5º PO, de CV, CVF, VEF1, PEF, FEF 25-75%,favoráveis ao grupo submetido a fisioterapia convencional,em comparação à situação pré-operatória9. Entretanto em outro estudo, Matte et al.compararam o uso de Incentivador Respiratório com um grupo que fez uso de CPAP e outro grupo deVNI, todos associados à fisioterapia convencional.Nesse estudo, o uso da VNI causou uma melhora significativanas variáveis VT, VEF1, PaO2, bem comouma diminuição significativa no shunt intra pulmonar10. Pazzianoto et al.também mostraram que aCPAP contribuiu para a melhora significativa da PaO2 em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, melhorado índice de troca gasosa e SatO2, demonstrando eficácia na reversão 8 da hipoxemiae na melhoria da perfusão tecidual11. Em contrapartida, Mendes et al. não verificaram superioridadeda VNI na modalidade CPAP, comparadaà fisioterapia convencional, ao analisarem as variáveisCV, CVF, VEF1, PEF, FEF 25-75% e força muscularinspiratória no 5° PO12. Franco et al. comparou BIPAP e Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC). Todos os pacientes foramavaliados quanto: capacidade vital, permeabilidade das viasaéreas, pressões respiratórias máximas, saturação deoxigênio, frequência cardíaca, frequência respiratória,volume minuto, volume corrente, pressões arterial sistólicae diastólica. As avaliações foram realizadas durante a internação no pré-operatório, imediatamente após a extubação, e nas 24 e 48horas após extubação. O BIPAP mostrou superioridade quanto à capacidade de restabelecer a capacidade vital mais rapidamente quando comparado à FRC13. Corroborando com esses resultados, Lopes et al., realizaram um estudo prospectivo, randomizado e controlado que comparou VNI ao cateter nasal de O2 pós extubação por 30 minutos. Foram analisadas as variáveis antropométricas, os tempos correspondentes à anestesia, cirurgia e circulação extracorpórea, bem como o tempo necessário para a supressão da ventilação mecânica invasiva. A utilização da VNI por 30 minutos após extubação promoveu melhora da hipoxemia, comprovada pela PaO214. Um estudo semelhante, Olper et al., avaliou a eficácia da VNI comparado ao CPAP no tratamento da insuficiência respiratória aguda no pósoperatório e concluíram que a VNI é segura e eficaz no tratamento da insuficiência respiratória aguda do pós-operatório de cirurgia cardíaca15. Borges et al., comparou os efeitos de diferentes níveis de pressão expiratória positiva final na mecânica respiratória e nos índices de oxigenação no pós-operatório imediato de revascularização do miocárdio e concluíram que os níveis elevados de PEEP incrementam os valores de complacência pulmonar e melhoram os índices de oxigenação, acarretando menor frequência de hipoxemia16. Romanini et al., compararam a efetividade do efeito fisioterapêutico da pressão positiva intermitente (RPPI) e do incentivador respiratório (IR). O RPPI mostrou-se mais eficiente em comparação ao IR; entretanto, para melhorar a força dos músculos respiratórios, o IR foi mais efetivo 17. 9 Diante deste estudo, sugere-se que a pressão positiva apresenta benefícios superiores à fisioterapia convencional e ao Incentivador Respiratório em relação a melhora da hipoxemia e restabelecimento de capacidades pulmonares no pós-operatório de cirurgia cardíaca, porém não esclarece qual a melhor técnica a ser utilizada. Portanto, sobre cirurgia cardíaca ainda faltam estudos que esclareçam qual a técnica mais efetiva para o pós-operatório, ou se associação delas é mais efetiva. CONCLUSÃO Complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgia cardíaca são observadas com frequência. Destacam-se entre elas a atelectasia e a hipoxemia. A pressão positiva pode ser considerada um importante adjuvante na prática clínica, sendo um método efetivo na correção de atelectasia, melhora da oxigenação e restauração de volumes e capacidades pulmonares. Valores ideais de pressão de via aérea e padronização da técnica a ser utilizada ainda persistem sem um consenso na literatura. Dessa forma novos estudos são necessários para que se possa avaliar melhor seu impacto e estabelecer diretrizes mais definidas para seu emprego, a fim de assegurar a eficácia da pressão positiva para pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Celebi S, Koner O, Menda F, Korkut K, Suzer K, Cakar N. The pulmonar and hemodynamic effects of two diferente recruitment maneuvers after cardiac surgery. Anesth Analg. 2007;104(2):384-90. 2. Garutti I, Martinez G, Cruz P, Piñeiro P, Olmedilla L, de la Gala F. The impacto lung recruitment on hemodynamics during one-lung ventilation. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2009;23(4):506-8. 3. Malbouisson LMS, Brito M, Carmona MJC, Auler Jr JOC. 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