1 INTRODUÇÃO A incidência de doenças cardiovasculares vem

Propaganda
1 INTRODUÇÃO
A incidência de doenças cardiovasculares vem aumentando a
cada ano no Brasil e são responsáveis por cerca de 30% de todos os óbitos, o
tempo de atendimento e a escolha do tratamento podem fazer a diferença para
o prognóstico e qualidade de vida do paciente.
A terapêutica para cardiopatas vem se modificando a cada ano
com aprimoramento de procedimentos clínicos e cirúrgicos que buscam
resultados mais rápidos e eficientes com tempo de intervenção e riscos
menores.
A cirurgia cardíaca foi um dos maiores eventos benéficos das
últimas décadas, as técnicas foram se aperfeiçoando no decorrer dos anos, o
intra e pós-operatório foi se tornando mais promissor e com resultados
bastante positivos. O pós-operatório passou a ser menos traumático e a
recuperação se tornou mais rápida e sem complicações, houve queda da
mortalidade nos procedimentos cirúrgicos em resposta a novas técnicas de
aperfeiçoamento e drogas utilizadas.
Como o coração é considerado simbolicamente a própria vida, a
indicação destas cirurgias trazem aos pacientes diversos sentimentos, como o
medo da perda da autonomia, invalidez e morte; ansiedade e angústia muitas
vezes conseqüentes da falta de conhecimento e preocupações com familiares.
Os cuidados de enfermagem são essenciais para recuperação do
paciente que será submetido à cirurgia cardíaca, em conseqüência o
profissional
enfermeiro
vem
desenvolvendo
e
aprimorando
seus
conhecimentos, sugerindo novas alternativas de assistência através de uma
metodologia própria de trabalho, ou seja, em busca de um método científico
fundamentado
no
processo
de
enfermagem,
resposta
a
vários
questionamentos referentes à qualidade do cuidado e ao acréscimo científico
da profissão
O plano de assistência de enfermagem precisa garantir apoio e
suprir as necessidades de diálogo e escuta junto ao paciente e familiar, deve
ser elaborado junto a equipe multiprofissional respeitando cada etapa e
dificuldade individual apresentada pelo cliente no período perioperatório.
Há alguns anos o enfermeiro tinha um olhar dirigido para os
aspectos gerenciais, mas, estudos recentes vêm modificando essa visão e
alertando para a necessidade de uma assistência direta e completa durante
todo o período de internação. A interação enfermeiro e o paciente devem ser
priorizados ocorrendo uma assistência individualizada e criteriosa, em que
humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem.
A sistematização de enfermagem é um recurso que possibilita
uma assistência com nível elevado de qualidade, pois permite a organização e
direcionamento do cuidado a ser prestado ao paciente e admite que ele integre
de forma participativa de todo o processo do cuidado.
A visita pré-operatória permite dar o primeiro passo para
sistematização da assistência quando se realiza a coleta de dados,
identificando fragilidades de cada paciente e assegurando à satisfação das
necessidades físicas e psicológicas do paciente.
Buscamos neste trabalho evidenciar através de uma revisão
integrativa se uma assistência da equipe multiprofissional com ênfase no
enfermeiro voltada para a orientação no pré-operatório de cirurgia cardíaca
pode fazer a diferença, principalmente, no sentido de um pós-operatório sem
complicações e mais tranqüilo emocionalmente para o paciente.
2 OBJETIVO
Identificar os efeitos de orientações da equipe multidisciplinar
realizadas ao paciente no pré- operatório de cirurgia cardíaca e qual sua
contribuição no pós-operatório.
3 METODOLOGIA
Nesse estudo optou-se pelo uso do método de revisão integrativa,
que admite a utilização de pesquisas realizadas sobre o tema de interesse,
sendo capaz de sintetizar um determinado assunto ou referencial teórico
permitindo uma ampla análise critica sobre o assunto e melhor entendimento e
compreensão da questão.
Essa revisão integrativa será conduzida pela seguinte questão:
Quais os efeitos das orientações dadas ao paciente no pré-operatório de
cirurgia cardíaca e sua contribuição no trans e pós-operatório?
A seleção da amostra para a pesquisa bibliográfica foi realizada
de fevereiro a agosto de 2012 por meio de exploração das bases de dados,
LILACS, SCIELO, IBICT e revistas da área de saúde, através dos descritores:
cirurgia torácica, orientação e enfermagem perioperatória.
Para inclusão dos estudos foram estabelecidos os seguintes
critérios, publicação em português de artigos científicos, teses e dissertação
com pesquisa de campo que tratam do tema orientação à paciente no período
pré-operatório de cirurgia cardíaca em adultos, que tivesse em adequação com
as questões norteadoras e que fornecessem dados para o desenvolvimento do
estudo, no período de 2004 a 2012.
Foram
selecionados
para
integrar
essa
revisão
quatro
dissertações e quatro artigos científicos, o instrumento para reunir e sintetizar
as informações chave, foram dados sobre o ano de publicação, objetivo,
resultados e conclusão.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quadro 1: Categorização dos resultados obtidos após orientação,
relacionado a conclusão dos autores citados.
CATEGORIAS
1
Quanto ao nível de ansiedade, medo e angustias.
2
Sentimentos imediatos ao despertar após a cirurgia
3
Relato quanto ao nível de dor no pós-operatório.
4
Relacionado ao tempo de internação.
5
Contribuição para o autocuidado.
Relacionado à primeira categoria o sentimento de ansiedade e medo esta
sempre presente no período pré-operatório de cirurgia cardíaca devido às
dúvidas e incertezas relacionada à realização do procedimento. Após
orientações no préoperatório percebeu-se redução no nível de ansiedade,
medo e angústia.
O conhecimento auxilia no controle da ansiedade, reduzindo as
incertezas, angústias, medos e fantasias, isso ocorre quando as informações
são dadas conforme o interesse do paciente.
Quanto à categoria dois o conhecimento adquirido através
da informação fornecida pelo profissional de saúde torna o paciente mais apto
a enfrentar a cirurgia, auxiliando-o também a manter-se calmo ao despertar da
anestesia, foi realizada uma pesquisa quando se comparou dois grupos, um
que recebeu informações detalhadas sobre o procedimento com orientações
especificas e técnicas e outro com informações inespecíficas sem minúcias,
segundo os próprios pacientes ao acordarem da anestesia estavam mais
tranqüilos, analisando os dados concluiu que as informações técnicas e as
inespecíficas tiveram o mesmo efeito.
Resultado semelhante obteve, quando ao analisar os
prontuários dos pacientes orientados e confrontar com os não orientados sobre
o procedimento a que seriam submetidos observou que os que receberam
orientação despertaram mais tranqüilos após a cirurgia e se apresentaram mais
integrados a equipe e participativo.
Referente à terceira categoria, o nível de dor está relacionado ao
fator psicológico inerente a cada individuo de acordo com a sua personalidade,
humor e as circunstâncias envolvidas, por meio das orientações é possível
reduzir o nível de dor, desconfortos e incômodos, sendo comprovados por meio
de estudos realizados, que ao avaliarem os pacientes no pós operatório
identificaram que houve redução da dor levando o paciente a contribuir com
seu plano terapêutico.
Na quarta categoria o tempo de internação observou-se redução
dos dias de internação em até uma semana com os pacientes que foram
orientados.
A última categoria analisada demonstra que orientações no préoperatório são capazes de modificar o comportamento dos clientes os tornando
mais participativos no seu autocuidado, estudos demonstram que a assistência
de enfermagem realizada com excelência, promove a capacidade do
autocuidado pelo paciente, bem como a participação dos seus familiares.
5 CONCLUSÃO
Diante do material utilizado para elaborar essa revisão integrativa,
podemos concluir que a orientação pré-operatória é eficaz e contribui para o
bem estar do paciente amenizando diversos tipos de sentimentos e
preocupações que o acompanham nesse período.
Apesar de alguns vieses, todos mostraram que quando se dedica um
tempo para estar ao lado do paciente esclarecendo suas dúvidas e dando
apoio emocional ele se sente mais seguro e confiante para enfrentar a cirurgia,
o pós-operatório passa a ser esperado com menos temor, e muitas vezes
refletindo no tempo de permanência hospitalar e redução da dor.
Apesar de sabermos a importância da Sistematização de Enfermagem e
acreditarmos que é uma ferramenta para a elaboração das orientações ao
paciente que será submetido à cirurgia cardíaca, infelizmente não foi
constatado em nosso estudo, bibliografias que façam o uso da Sistematização
na orientação pré operatória de cirurgia cardíaca.
De todos os artigos incluídos em nossa revisão a maioria foi
desenvolvida por enfermeiros, sendo apenas um por fisioterapeuta que
descreve ações de orientação no pré-operatório. A interação multidisciplinar é
imprescindível na recuperação do paciente, no entanto, não encontramos
artigos que demonstrem a atuação de outros profissionais em conjunto, o que
julgamos necessários para a integração do cuidado.
Dos estudos dessa revisão a maioria abordava os sentimentos e
emoções que envolvem a realização dessa cirurgia, reconhecemos sua
importância, pois auxilia no planejamento do cuidado, porém, não encontramos
artigos atuais que falem sobre os benefícios fisiológicos conseguidos em
conseqüência de uma boa orientação. Podemos sugerir ainda a criação de
protocolo de orientação, pois a Enfermagem administra o cuidado ao paciente
de forma holística e humana e a orientação faz parte de nossas funções.
Trabalhamos com poucos artigos, o que reforça a importância de se
fazer novas pesquisas sobre o tema.
Download