A FORMAÇÃO RETICULAR NO CONTROLE DA ATIVIDADE ELÉTRICA CORTICAL PELO SISTEMA ATIVADOR RETICULAR ASCENDENTE (SARA) Suany Regina da Silva Vanderlei1, Julyana Mayra Rodrigues Paes Barrêtto de Oliveira2, Renata Salgueiro Nobre Pessoa3, Luana Thamires Rapôso da Silva4, Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de Melo5, Cássia Regina Oliveira Santos6, Géssica Giselle Almeida Silva7, Gabryella Maria Silva do Monte8, Alexandre Rodrigues de Paula Júnior9 e Marleyne José Accioly Lins Amorim10 Introdução A Formação Reticular ocupa a parte central do Tronco Encefálico. Estende-se um pouco ao Diencéfalo e aos níveis mais altos da Medula Espinhal. A Formação Reticular tem uma estrutura intermediária entre substância branca e substância cinzenta, denominada substância reticular constituída por grupos de neurônios e axônios grandes com vários tipos de neurotransmissores. É dividida em zona magnocelular, considerada a zona efetuadora da Formação Reticular onde originam as vias ascendentes e descendentes, e zona parvocelular. A Formação Reticular influencia quase todos os setores do Sistema Nervoso Central, como o Controle da Atividade Elétrica Cortical: Regulação do Sono e da Vigília. Os trabalhos de Bremer (1936), Moruzzi e Magoun (1949) mostram que a Formação Reticular é capaz de ativar o Córtex Cerebral criando o conceito de Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), que o ritmo normal de sono e vigília depende de mecanismos localizados no Tronco Encefálico, que existe na Formação Reticular um sistema de fibras ascendentes que se projetam no Córtex Cerebral com ação ativadora. O Córtex Cerebral tem uma atividade elétrica espontânea sendo detectada em exames de eletrocorticograma ou eletrocefalograma. Os traçados de vigília apresentam ondas de alta freqüência e baixa amplitude (dessincronizados), enquanto os traçados de sono apresentam baixa freqüência e alta amplitude (sincronizados). Bremer, analisando potenciais corticais em gatos, verificou que um cérebro isolado (secção entre os dois colículos no Mesencéfalo) possui apenas traçados de sono, enquanto um encéfalo isolado (secção entre a Medula Oblonga e a Medula Espinhal) o animal dorme e acorda. Moruzzi e Magoun mostraram que um animal sobre anestesia ligeira acorda quando se estimula a Formação Reticular e um animal dorme (coma) quando se destrói a parte mais cranial da Formação Reticular. A ação do Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), sobre o Córtex Cerebral se faz através das conexões da Formação Reticular com os núcleos inespecíficos do Tálamo que modificam os potenciais elétricos de territórios muito grandes do Córtex Cerebral e não apenas de áreas específicas. Sabe-se também que os impulsos sensoriais que chegam ao Sistema Nervoso Central pelos nervos espinhais e cranianos passam pela Formação Reticular e ativam o Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), _______________ 1. Primeiro Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Bolsista de Extensão. E-mail: [email protected]. 2. Segundo Autor é Discente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. 3. Terceiro Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. 4. Quarto Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Bolsista de Extensão. 5. Quinto Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitor na Disciplina de Anatomia Veterinária dos Animais Domésticos. 6. Sexto Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. 7. Sétimo Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. 8. Oitavo Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. 9. Nono Autor é Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitor na Disciplina de Anatomia Topográfica Veterinária. 10. Décimo Autor é Professor Associado do Departamento de Morfologia e Fisiologia animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. principalmente através de fibras espino-reticulares ou conexões dos núcleos dos nervos cranianos. Os impulsos nervosos sensoriais chegam ao Córtex Cerebral, seja através de vias relacionadas com modalidades específicas de sensação, seja através do SARA, em que esses impulsos perdem sua especificidade e se tornam apenas ativadores corticais. Os animais acordam quando submetidos a estímulos sensoriais não pela chegada de impulsos nervosos na área auditiva do Córtex Cerebral, mas pela ativação de todo o Córtex Cerebral pelo Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), que é ativado por fibras que se destacam da própria via auditiva. O próprio Córtex Cerebral, através de conexões córtico-reticulares, é capaz de ativar a Formação Reticular, mantendo assim a sua própria ativação [1]. Material e métodos Para realização desse trabalho, utilizou-se um Cão (Canis familiaris) jovem, macho, sem raça definida, doado pelo Centro de Vigilância Ambiental do Recife (CVA), onde a prática de dissecção nesse animal foi guiada por literatura específica [2] e atlas ilustrativo [3]. Utilizaram-se materiais apropriados como pinças, tesouras e bisturis, fundo fotográfico de cor verde e máquina fotográfica digital. A captura das imagens foi realizada com a finalidade de demonstrar as estruturas e localizações de maior interesse neste trabalho. Imagens autorais foram editadas com suas respectivas obras e autores [4]. reticulares são polimodais sendo ativados com muita facilidade por qualquer informação aferente. Os neurônios reticulares, especialmente do Mesencéfalo, projetam-se para centros mais elevados, os núcleos talâmicos inespecíficos, e deste para o Córtex Cerebral causando um estado de alerta ou de atenção geral, sem função cognitiva. Simples estimulação de neurônios reticulares pode despertar animais que estavam dormindo. Atribui-se a esta região da Formação Reticular a função de ativação do Córtex Cerebral e a manutenção do estado de vigília denominada de Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). Não basta possuirmos uma via sensorial especifica e áreas associativas para percebermos as coisas que vemos ou ouvimos, interpretamos ou analisamos. É necessário possuir certo estado de ativação do Córtex Cerebral. O Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), e o Córtex Cerebral possuem conexões recíprocas e é por isso que até certo ponto, esse mecanismo nos permite inibir voluntariamente o sono normal [5]. Assim, através da deste trabalho, foi enfocado a importância da Formação Reticular no controle elétrico cortical via um Sistema Ativador Reticular Ascendente localizado no Tronco Encefálico, que constitui o Sistema Nervoso Central, propondo os estudos dos conhecimentos neuroanatmicos. Agradecimentos Agradecemos pela atuante orientação da Professora Marleyne José Afonso Accioly Lins Amorim, Associada do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Chefe do Departamento de Anatomia. Resultados e Discussão Este trabalho é mais um estudo orientado na aprendizagem da disciplina de anatomia, seja anatomia humana, ou anatomia veterinária, para que esta se torne mais dinâmica e eficiente no entendimento da importância da neuroanatomia, possibilitando um melhor diagnóstico das anormalidades. Das vias sensoriais especificas, parte dos impulsos sensoriais segue para Formação Reticular do Tronco Encefálico através de vias colaterais onde as informações se especificam. É que os neurônios Referências [1] [2] [3] [4] [5] MACHADO, ANGELO B. M. 2006. Neuroanatomia Funcional Editora: Atheneu. p. 163, 195-197, 246. EVANS & deLAHUNTA. 2001. Guia para dissecção do cão Editora: Guanabara Koogan S.A. STANLEY H. DONE, PETER C. GOODY, SUSAM A. EVANS & NEIL C. STICKLAND. 2002. Anatomia Veterinária do Cão e do Gato. Editora: Manole LTDA. http://www.sbsono.com.br/hypnos/IConsensodeInsonia.pdf Homepage: http://www.ibb.unesp.br/departamentos/Fisiologia Fig. 01 – Locais de ativação cortical promovidos pelo SARA [4] Fig. 02 – Traçados de Sono e de Vigília [4] Fig. 03 – Imagem dorsal do SNC mostrado a secção de um encéfalo isolado Fig. 04 – Imagem dorsal do SNC mostrando a secção de um cérebro isolado