USO DE PROPENTOFILINA EM TATU-MIRIM (Dasypus septemcinctus) COM SINAIS NEUROLÓGICOS Almeida, M. R. C.1; Amaral, R. G.1; Batista, J. S.1; Cunha, D. S.1; Oliveira, M. L. B.1; Monteiro, R. V. 1 1 Universidade de Brasília [email protected] [email protected] Palavras chave: cingulata,vasodilatador, terapêutica neurológica INTRODUÇÂO: A propentofilina é um vasodilatador periférico e cerebral da classe da metilxantina, que aumenta o fluxo sanguíneo, frequentemente utilizada na medicina veterinária para o tratamento da incoordenação motora e outros sinais apresentados na Disfunção Cognitiva Canina (DCC) (1, 3). Em animais silvestres não existem estudos que comprovem a sua eficácia. Assim, o objetivo deste resumo é relatar o uso de propentofilina em um tatu-mirim, que apresentou melhora clínica significativa após a terapêutica. RELATO DE CASO: Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília um Dasypus septemcinctus jovem pesando 420 g, apresentando diarreia líquida e fétida, desidratação a cerca de 10%, hipotermia, incoordenação motora, incapacidade de manterse em pé e alimentar-se sozinho. O tratamento do animal durante os primeiros 7 dias consistiu de dexametasona (0,25 mg/kg) via IM, metronidazol (25 mg/kg), sulfametoxazol e trimetoprima (40 mg/kg), via oral, todos BID. Também foram realizados nos primeiros dias fluidoterapia com 10 mL de soro fisiológico via SC (SID), alimentação enteral forçada e aquecimento do animal. Todos os sinais clínicos foram revertidos ao final de 15 dias de tratamento, com exceção da incoordenação motora. O animal ainda apresentava desequilíbrio, incapacidade de manter-se em estação e não se alimentava sozinho. Optouse então pelo início do tratamento com propentofilina 3 mg/kg, BID, dose mínima para cães (2). A partir do 4º dia de tratamento o animal apresentou evolução gradativa e ao final de 15 dias encontrava-se com locomoção perfeita, sem outros sinais neurológicos e alimentandose normalmente. DISCUSSÂO: Não existem experimentos que demonstrem a eficácia deste fármaco em tatus. Neste caso foi usada a droga propentofilina em doses preconizadas para cães com o objetivo de reverter o quadro neurológico encontrado. Esta droga também é usada para prevenir a desordem metabólica cerebral durante a anóxia, diminuir o edema cerebral e normalizar a função glial da citotoxicidade (1). Desta forma sugerimos que a propentofilina pode ser usada em casos neurológicos onde espera-se benefícios com a melhora da perfusão cerebral conferida por este fármaco. CONCLUSÂO: Não existem publicações do uso da propentofilina em tatus. Embora não se possa afirmar que este medicamento foi eficaz, frente à melhora clínica do animal após o uso da propentofilina, com controle de temperatura, interesse em alimentar-se sozinho, capacidade de permanecer em pé e andar, podemos sugerir o uso deste medicamento em situações clínicas onde deseja-se uma melhor perfusão do SNC como em situações de citotoxidade cerebral, anóxia, edema cerebral e outros (2). REFERÊNCIAS: 1. YAMADA, K.; et. Al. Propentofylline improves learning and memory deficits in rats induced by b-amyloid-(1-40). European Journal of Pharmacology, v. 349, p. 15-22, 1998. 2. PANTOJA, L. N. Contribuição ao diagnóstico clínico da disfunção cognitiva canina. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2010. 3. Frank, D. Cognitive Dysfunction in Dogs. Hill´s European Symposia on Canine Brain Ageing, 2002.