REESTRUTURAÇÃO DO PPP (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO) Adelice Ferreira Silva ¹ RESUMO O presente trabalho partiu da necessidade de compreender e conhecer melhor o Projeto Político Pedagógico, tendo em ótica o tema Reestruturação do PPP da Escola municipal Infantil da ABEG em Porto Nacional-TO. O objetivo deste é fazer uma abordagem sobre a atuação e a importância do PPP dentro da instituição escolar, bem como sua intervenção família/escola. Este trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica e de campo vinculado a uma abordagem teórica e prática que venha proporcionar subsídios acerca das questões que norteiam o PPP, sua aplicabilidade é compreender o seu significado, qual sua relação com a escola e fazer uma reflexão sobre alguns quesitos que devem orientar esta proposta pedagógica. PALAVRAS CHAVE: Prática Pedagógica. Gestão democrática. Realidade Escolar. ABSTRACT This work started from the need to understand and learn more about the Pedagogical Political Project, taking into perspective the issue of PPP School Restructuring Municipal Children's Abega in Porto Nacional -TO. The objective is to make an approach on the role and importance of PPP within school as well as its family intervention / school. This work was compiled from literature and field tied to a theoretical approach and practice that will provide subsidies to the issues that guide the PPP, its applicability is to understand its meaning, what is your relationship with the school and to reflect on some questions that should guide this educational proposal. KEYWORDS: Teaching Practice. Democratic management. Reality School Aluna do Curso de Pós-graduação Escola de Gestores – Pólo de Porto Nacional, To. Atuo na Rede Pública Municipal de educação na Escola Infantil da ABEG na função de Coordenadora Pedagógica. II INTRODUÇÃO Entende-se que o Projeto Político-Pedagógico é a identidade da escola, um documento em construção coletiva permanente, que busca metas comuns para a realidade da escola, procurando solucionar problemas, beneficiar a qualidade da educação, trazer a comunidade para a escola e efetivar ações que estabeleça o comprometimento de todos. Permite avaliar o que foi feito, trazendo mudanças, trabalhar conceitos, tornando-se instrumento propício de transformações. No presente trabalho pode-se admitir, a exemplo de Veiga (1995): “O projeto político-pedagógico é a própria organização do trabalho pedagógico da escola como um todo, sendo construído e vivenciado em todos os seus momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.” O PPP da escola ABEG necessita de reestruturação, apesar de ter sido elaborado pela equipe escolar e comunidade, o Projeto ainda pode melhorar. A reformulação do Projeto Político-Pedagógico é uma das metas da escola, objetivando a maior participação entre pais, funcionários, professores e comunidade com a construção do conhecimento e o futuro da escola. O PPP é uma ação pedagógica abrangendo projetos pedagógicos e a contemplação dos temas transversais, com o objetivo de envolver o conhecimento historicamente produzido numa reflexão crítica da realidade social, na busca da cidadania. Segundo Veiga (1995): “Um projeto político pedagógico, ultrapassa a dimensão de uma proposta pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.” A escola ABEG mesmo com tantas dificuldades, oferece uma educação com qualidade, pois, possibilita aos educandos compreender as relações sociais que os excluem em seus espaços de contradição, de modo a organizar-se para construir as bases de uma sociedade mais justa e democrática. O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de gestão e de compromisso político e pedagógico coletivo. Não é feito para ser mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como referência para as lutas da escola. É um resumo das condições e funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma – sob o olhar atento do poder público. (FREITAS et al., 2004, p. 69) III Neste estudo, procurou-se enfocar qual a importância do projeto político pedagógico dentro da Unidade Escolar, pois se julgou importante discutir sobre a escola em seu cotidiano sendo um lugar de inúmeras e diversificadas práticas. Sobre essa perspectiva é que a pesquisa toma forma, com a finalidade de esclarecer as problemáticas a cerca do Projeto Político Pedagógico, seu planejamento, dificuldades encontradas neste processo, e os reflexos dessas diferenças, diagnosticando a realidade da educação da Escola Infantil da ABEG, a fim de buscar futuras intervenções ou reflexões a cerca da mesma. Através de questionários dirigidos para este fim, observa-se o perfil da realidade e suas tendências, e de como o Projeto Político Pedagógico pode vir a ser uma ferramenta de crescimento se usado na prática e não apenas sendo considerado um documento desnecessário, colocado apenas como uma imposição feita pela Secretaria Municipal de Educação. Segundo VASCONCELLOS (2000): “A educação é projeto, e mais do que isto, encontro de projetos; encontro muitas vezes difícil, conflitante, angustiante mesmo; todavia altamente provocativo, desafiador, e, porque não dizer, prazeroso, realizador.” Sendo o PPP o plano central da escola, um instrumento teórico-metodológico para intervenção e mudança da realidade sua re-construção deverá permitir o encontro, a reflexão, a ação sobre a realidade da instituição escolar. Ele é fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade, antes de tudo, é um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, colaboradores, alunos, pais e comunidade como um todo. Segundo Ilma Passos (1995): “O projeto político pedagógico consiste na organização do trabalho pedagógico da escola, sendo que sua construção parte dos princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e valorização do magistério.” O objetivo principal deste estudo foi contemplar o PPP da Escola Infantil da ABEG na sua totalidade, compreendendo sua gestão democrática, assumindo envolvimento e responsabilidade entre família, escola e comunidade, constituindo um caminho de melhoria e de qualidade de ensino. Para isso é necessário que a escola tenha um projeto político pedagógico que contemple ações que facilitem o IV processo de ensino aprendizagem. Neste sentido a revisão constante do PPP é de fundamental importância, uma vez que o mesmo deve ser norteador das ações da escola. GESTÃO DEMOCRÁTICA A escola tem como parâmetro melhorar a qualidade do ensino, portanto é essencial que a Gestão Democrática possui aspecto desafiador para tornar o ensino em real qualidade, obtendo uma postura inovadora de ensino como ferramenta de crescimento e de aquisição de eficiência no processo de ensino – aprendizado. A gestão da escola trata de vários aspectos que envolvem a elaboração e realização do plano, enfatiza sobretudo, o trabalho coletivo, acentua a importância de se conhecer a realidade em que a escola está inserida, quem são os alunos, professores, comunidade, quais suas dificuldades e necessidades. A esse respeito Neves (1995, p. 98) adverte que: A autonomia da escola é, pois, um exercício de democratização de um espaço público: é delegar ao diretor e aos demais agentes pedagógicos a possibilidade de dar respostas ao cidadão (aluno e responsável) a quem servem. A autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer, sem repassar para outro setor essa tarefa e, ao aproximar escola e família, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que caracteriza como uma categoria eminentemente democrática. Nessa perspectiva, a autonomia apresenta-se como um norte a ser perseguido, no sentido de construir uma escola que esteja centrada numa postura democrática. A gestão democrática constitui como princípio básico que fará a diferença no processo de desenvolvimento de um ensino de qualidade, sendo capaz de inovar e dar um rumo para as ações da escola construindo assim, a sua identidade. É necessário a participação, convidando os pais para dentro da escola, pois eles são os principais interessados, os melhores fiscais e os maiores aliados na exigência de uma educação de qualidade. Sendo assim, a escola se caracteriza como um importante espaço educativo e socializador, complementando o trabalho desenvolvido pelas famílias, portanto, o ambiente familiar interfere na aprendizagem, dependendo das vivências. V A família cria laços fortes, de afeto mútuo, isso dá à criança base favoráveis e melhores condições de aprender, pensar e conviver em companhia de outras pessoas. De acordo com Cury (2003, p. 55): “Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias”. A comunidade é importante nos incentivos e estímulos, sem a sua ajuda é impossível alcançarmos os resultados na sua totalidade, exigidos pelas leis de ensino. Mas quando a comunidade percebe que a escola está bem gerida, acreditam no trabalho, na filosofia da Unidade Escolar, passam a defender a proposta, integrando-se ao nosso meio, tendo como foco principal o aluno, suas necessidades, anseios, desejos e, principalmente, seu desenvolvimento como ser social, agente transformador da sociedade. De acordo Freire (1997, p. 119): Ninguém educa ninguém, assim como ninguém educa sozinho: alguém só aprende se existir uma pessoa que lhe deseje ensinar. Da mesma forma, alguém só ensinará se houver um indivíduo predisposto a aprender, e o aprender se tornará prazeroso na medida em que for significativo. A educação pode interferir na sociedade podendo contribuir para sua transformação, como também os problemas da sociedade podem afetar a educação. A gestão Democrática e Participativa de uma escola representa a interação entre os diversos segmentos da comunidade escolar, visando o melhor aprendizado e a formação de cidadãos conscientes, críticos e participativos de seus direitos e deveres. A escola encontra-se interligada com o ambiente que cerca o aluno, e seus funcionários, estabelecendo uma relação de dependência entre os diversos setores da Comunidade Escolar. Cada setor é responsável pelo bom funcionamento dos demais, interferindo, quando necessário, em questões que têm como objetivo o desenvolvimento intelectual, afetivo e social do aluno. Rosas (2001) afirma que: (...) estabelecer espaço e tempo para a discussão da política pedagógica, na escola, objetivando o amadurecimento e a interação dos profissionais, pais e alunos com vista a desenvolver um projeto político pedagógico e um planejamento participativo, VI determinado no calendário escolar ou definido pela comunidade, democraticamente, garantindo o acesso aos seus direitos, conhecimento e exercício de seus deveres, fazendo de todos co-participes e co-autores no processo educacional. Desta forma, a educação da escola ABEG vem desenvolvendo um aprendizado de forma sistematizada, fortalecendo a relação escola-comunidade, oferecendo espaços de participação coletiva para instaurar uma forma de organização do projeto político pedagógico. Pensando na coletividade que rege a Gestão Escolar nos dias de hoje, cabe definir uma forma de verificação das práticas desenvolvidas no interior da escola, implantando mecanismos de avaliação, buscando a participação dos pais, comunidade e equipe escolar para saber se os nossos objetivos estão sendo alcançados e se os mesmos estão satisfeitos com os resultados obtidos. Desse modo, o desafio da reestruturação do projeto político pedagógico da escola, a partir da gestão democrática, deve ter como meta o desejo de construir uma escola, que assuma o diálogo, e a participação como princípios básico de sua proposta de trabalho, que tenha a audácia de assumir o desejo da transformação. AÇÕES PARTICIPATIVAS DA ESCOLA INFANTIL DA ABEG A equipe escolar da ABEG se propõe a produzir seus conhecimentos pedagógicos ás crianças da faixa etária entre 4 a 5 anos de idade, articulando e aproveitando o cotidiano na sala de aula, baseando-se em questionários, entrevistas e estudos teóricos na área da educação, juntamente com o agente da comunicação educadores, alunos e pais para a troca de experiência. Nesse estudo foram realizados questionários direcionados aos pais de alunos e equipe escolar abordando questões abertas sobre a participação da comunidade nas decisões da escola, concepção da questão da autonomia, interação do trabalho coletivo, a importância desses segmentos no desenvolvimento do projeto político pedagógico. Através destes mecanismos, pôde-se vivenciar os problemas que a comunidade local enfrenta e ao mesmo tempo faz-se um alerta para que esta efetive a sua participação nos rumos que pretende tomar. Acredita-se que o projeto político pedagógico é um eixo norteador das atividades e ações da escola, portanto, a partir da reestruturação do projeto político VII pedagógico foi necessário efetivar e articular ações pedagógicas administrativas de acordo com a realidade escolar. Apresentamos aqui projetos, ações, atividades e práticas pedagógicas que venham atender as reais necessidades do cotidiano da escola. No inicio do ano letivo de 2010 foram reunidos toda a equipe escolar para a re-leitura e apresentação do projeto político pedagógico, onde todos puderam refletir sobre a atuação do mesmo na prática educativa. Algumas pessoas não tinham conhecimento do projeto, sendo necessário avaliar as ações positivas e negativas. Dessa forma, procurou-se realizar algumas intervenções no intuito de melhorar a aplicabilidade do PPP na instituição escolar. A acolhida é o momento onde a criança é recebida pelo professor (a) em sala de aula com atividades que possibilitem o entrosamento e a sua organização em sala de aula, como desenhos livres, pinturas, brinquedos educativos, músicas ou cantigas de roda. O conhecimento da família dos alunos se dá no momento em que os pais deixam seus filhos na escola e a acolhida do professor. Nesse momento há uma interação do aluno-professor e professor-aluno e coordenador. Tornando um ambiente familiar, de conciliação e participação da família e escola. Existem pais que apenas deixam o filho na escola, havendo pouco comprometimento escolar, deixando muito a desejar sobre seu contato como pai e educador, dificultando interação da família na escola. A escola promove atividades esportivas e culturais como meio de participação no processo de desenvolvimento social, de valores e atitudes, tais como o grêmio estudantil e representante de turmas. A participação da família e da comunidade escolar nas atividades da Escola Infantil da ABEG se faz através de reuniões, festas, encontros, palestras com os professores, especialistas e conversas com a equipe pedagógica da escola quando solicitadas. As reuniões acontecem na sede da própria escola, e são dirigidas pela direção e coordenadora pedagógica. Nessas reuniões são expostos os problemas, as conquistas e o desempenho geral das turmas e dos alunos individualmente, como um balanço geral das atividades. Há a oportunidade de todos se expressarem, expondo seus pontos de vista e suas idéias. Dessa forma, existe a participação desses segmentos nas atividades escolares. VIII Os trabalhos de intervenção da comunidade escolar são desenvolvidos com palestras e demonstrações direcionadas a pais, professores e alunos retratando sobre temas como a dengue, lixo, água, queimadas, reciclagem de lixos, higienização do corpo, saúde bucal, o meio ambiente e os mais variados temas do cotidiano. Os alunos participam ativamente desses trabalhos tornando-se crianças ativas, participativas e responsáveis. As ações desenvolvidas no decorrer do ano letivo com mini projetos, construções de painéis, lembrancinhas, danças, festas, jantares e brincadeiras são trabalhados nas datas comemorativas de cada mês, como carnaval, a páscoa, dia do índio, dia das mães, dia dos pais, dia das crianças e comemoração das datas cívicas. Os passeios são conceituados como aula campo para expor e mostrar em forma real a vivência de fatos naturais, históricos, religiosos e sócio-cultural. Dessa maneira os alunos aprendem como é gostoso aprender, intervir e atuar no meio histórico diminuindo as diferenças sociais e humanas. Na segunda-feira é o momento de reflexão com Deus com mensagens, textos, histórias bíblicas, músicas infantis, coral, trabalhando as crianças a sua oralidade, atenção e reflexões sobre bondade, tendo sua auto estima mais elevada. Não focaliza a religiosidade, mas trabalha seus valores, formações éticas e crítica. É o momento mais esperado para os alunos, pois a acolhida é feita com músicas religiosas que fazem as crianças a entenderem o significado de Deus e irmãos através da musicalidade. As sextas-feiras culturais os alunos aprendem a cantar o Hino Nacional brasileiro e o Hino da cidade de Porto Nacional, elaboram teatros, grupo de danças, utilizam de fantoches e dramatizações apresentando clássicos infantis. Essa ação trabalha o psíquico intelectual da criança, o visual, sua concepção da realidade e do lúdico, sua maneira de criar e formar críticas e idéias, desenvolvendo habilidades e competências. A comemoração de aniversário se dá na hora do lanche e a participação é restrita somente aos alunos daquela determinada sala de aula. O aluno entende que o seu dia é muito importante para ele e deve ser comemorado junto com seus colegas e professor. Contribui para o desenvolvimento de uma auto-imagem positiva. IX As pesquisas de ação participativa utilizam o meio ambiente. A criança vai em busca de investigação de como a planta nasce, cresce, reproduz. Há também pesquisas em desenhos sobre água e terra e a identificação de algumas espécies do cerrado. O aluno é capaz de ser articulador de seu próprio conhecimento. As rodas de conversa é o momento em que se faz necessário chamar a atenção dos alunos por algum momento, reunindo a sala para conversas específicas como respeitar uns aos outros, esperarem a sua vez de falar, regras de convivência em grupo, explicar que não se devem falar palavras de ofensas e os “palavrões”, ensinar que antes do lanche deve-se lavar as mãos e a importância dos alimentos e do lanche. O objetivo da escola e dos educadores não é o de transmitir aos alunos conhecimentos indispensáveis à compreensão da educação como fator social, mas despertar nele o interesse e a curiosidade de conhecer a realidade que o cerca, buscando com o planejamento escolar a construção de novos conhecimentos, gerando assim possibilidades de aprendizagem significativa e contextualizada. O Plantão Pedagógico é uma ação bimestral do quais os pais virá buscar o portfólio (avaliação) e conversar diretamente com os professores. Nesse momento as dúvidas serão sancionadas e professores estarão abertos a questionamentos e às sugestões. Os professores utilizam à Hora Atividade para reunir-se tendo trocas de experiências dentro das metodologias de ensino aprendizagem. Os professores analisam os materiais didáticos que irão trabalhar durante a semana, preparam e planejam suas aulas e material de apoio. O Conselho de Classe acontece nos fins do bimestre e serve para discutir, diagnosticar problemas e apontar soluções tanto em relação aos alunos e turmas, quanto aos docentes. A visita à biblioteca enriquece e alimenta o conhecimento e diversifica o modo de aprendizagem e de leitura. Os alunos são incentivados a visitarem freqüentemente a biblioteca municipal. O ideal seria que a unidade escolar possuísse uma biblioteca com espaço físico adequado para crianças dessa faixa etária. No dia “D” da leitura é um projeto de leitura do qual o professor ler livrinhos e histórias, parlendas e poesias. As historinhas são traduzidas em desenhos pelos X alunos, que irão produzir um livro com suas criatividades. Esse método mostra ao aluno como é prazeroso se fazer o uso da leitura e o quanto ela é importante. O trabalho Afro Brasileiro serve para contribuir com a valorização da história e cultura do afro-brasileiro. São desenvolvidas atividades reflexivas com a finalidade de sensibilizar os alunos desde cedo sobre a importância da valorização das diversidades culturais e as diferentes etnias orientando os mesmos a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes e palavras que impliquem desrespeito e discriminação com o próximo. A criança percebe que todos os seres humanos são diferentes, em virtude de características físicas, raciais e culturais. Essa pesquisa inicia o aluno no universo da diversidade racial, eliminando assim o preconceito. A Escola Infantil da ABEG dispõe de materiais e recursos tecnológicos como TV, DVD, caixa amplificada, microfone e micro-sistem. Esses recursos servem como estímulo ao aluno a ter hábitos e técnicas de leitura para enriquecimento cultural e como alternativa de lazer. A escola trabalha com propósitos muito claros, em relação á sua equipe de trabalho, tanto que as datas de aniversários dos funcionários são comemoradas semestralmente em uma festa coletiva. Quando tem projetos, festas, todos se envolvem para conseguir obter o sucesso. Prioriza a união da comunidade com a escola, o esforço coletivo em parcerias com ações previstas no calendário escolar do município. Com a aprendizagem realizada na escola, os alunos conseguem estabelecer relações, intenções e propostas referentes à sua aprendizagem. Sobre a formação dos professores existe a Formação Continuada interna e externa que busca subsídios e melhorias para os profissionais como cursos extras que servem de apoio para melhor desenvolver suas atividades na escola. São constantemente oferecidas em sala de aula aos alunos oportunidades de dialogo, expressão, integração grupal, experimentação, observação, indagação e sistematização. Esta mentalidade exige dos gestores uma abertura de comunicação aberta, transparência e confiabilidade. Como diz Gadotti (1998, p. 16): "(...) não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo (...). O projeto pedagógico da escola é, assim, sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola". XI Portanto, o projeto da escola é um documento contínuo e transparente, envolvendo toda a comunidade escolar. Não é definitivo está aberto a mudanças, devendo ser um instrumento orientador das ações. XII CONCLUSÃO Constatou-se neste estudo a Reestruturação do Projeto Político Pedagógico, que os mecanismos escolares têm melhorado e conseguido alcançar seus objetivos no que se refere à participação da comunidade, no desenvolvimento das ações educacionais e um melhor interesse educacional dos alunos e da equipe escolar. A instituição teve alguns avanços nos aspectos, tanto metodológico como administrativo, tornando-se referência no bairro e sendo freqüentada e solicitada pelos moradores da cidade. O espaço físico ainda precisa ser melhorado e ampliado para que as crianças possam explorar com mais segurança. Percebe-se que a escola conseguiu conquistar a confiança dos pais, um dos elementos responsáveis por esse sucesso e, portanto o projeto político pedagógico que na medida do possível esta voltada para a realidade do educando inserindo-o num contexto cultural, social, ético e cognitivo. Os projetos e ações desenvolvidas, previstas no plano do estudante da Escola Infantil da ABEG, por seus respectivos responsáveis, apresentam bons êxitos com resultados satisfatórios no processo educativo. Ao planejarmos as atividades a serem desenvolvidas durante os semestres do ano letivo de 2010, tivemos como preocupação básica o de apresentar um currículo educacional inter relacionado com a vida social do educando na escola e fora dela. Buscamos incentivar toda a comunidade escolar a participar atentamente das atividades propostas de forma a oferecer as noções básicas de ensino qualitativo, definindo com precisão as melhores ações a serem desenvolvidas pelos educadores e apresentando com clareza e simplicidade os conceitos fundamentais e indispensáveis para a obtenção de êxito. A dificuldade da Escola Infantil da ABEG é a resistência, insegurança, pouco envolvimento na participação de uma proposta nova. O outro fator é a fragilidade e excesso de atividade ao lado de exigência em trabalho em equipe e ambiente favorável. Na área sócio-cultural a escola realiza várias comemorações com a participação dos educadores, alunos e toda a comunidade escolar. Esses momentos cívicos e culturais têm impacto positivo no processo ensino-aprendizagem. Acreditase que com este envolvimento e a participação coletiva da equipe diretiva e da XIII comunidade, as experiências educativas e a proposta curricular se tornarão mais ricas e significativas, ajudando a atingir o sucesso educacional. Nesse sentido, comprovou-se a importância da participação, pois, conforme os entrevistados, os indicadores já mostram resultados satisfatórios, assim, pode-se constatar o sucesso do desenvolvimento e execução do projeto político pedagógico, que depende do engajamento dos segmentos envolvidos, fazendo acreditar que mudanças são possíveis, desde que se tenha força de vontade, e planejamento das propostas, sendo assim, não é difícil entender os desafios que precisam ser enfrentados. Com isso, proporciona-se condições que permitem aos alunos, pais e demais membros da comunidade ter acesso ao conjunto de conhecimentos produzidos e reconhecidos como necessário ao exercício pleno da cidadania. XIV REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. 9.ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. FREITAS, L. C. et al. Escola Viva: elementos para a construção de uma educação de qualidade social. Campinas: Mercado de Letras Edições e Livraria Ltda., 2004. FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997. GADOTTI, Moacir. Pressupostos do Projeto Pedagógico da escola cidadã. Construindo a escola cidadã. Brasília: MEC, 1998. (Série de Estudos de Educação a Distância). NERI, Maria Célia Silva; SANTOS, Maria Lídia Guimarães. Projeto Político Pedagógico: Uma Prática Educativa em Construção. 2001. 85 f. Trabalho de Conclusão de Curso –TCC. Centro de Ciências Humanas e Educação-CCHE da UNAMA. NEVES, Carmem Moreira de Castro. Autonomia da escola pública: um enfoque operacional. In: VEIGA, Ilma Passos A. (org.). O Projeto Político-Pedagógico e a organização do trabalho da escola. Campinas: Papirus, 1995. ROSAS, Vanderlei de Barros. Gestão democrática e autônoma. Disponível em [email protected] VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: Libertad, 2000. VEIGA, Ilma Passos A. (org).Projeto Político Pedagógico da Escola: Construção possível. Campinas: Papirus,1995