Forças de atrito As forças de atrito são geradas no contato entre superfícies. Logo, se dependem do contato, dependem da intensidade da força normal existente entre as superfícies. A força de atrito é sempre paralela ao contato entre as superfícies e contrária ao movimento ou a tendência do mesmo. Existem dois tipos de atrito: o atrito estático e o atrito cinético. O atrito estático existe no contato entre duas superfícies, mas quando não existe movimento relativo entre as mesmas. Este está relacionado com o encaixe microscópico de ranhuras das superfícies (uma vez que nenhuma superfície é perfeitamente plana). O atrito cinético age quando há movimento relativo entre as superfícies. O mesmo age contra o movimento. O mesmo está relacionado com uma série de micro impactos entre as ranhuras das superfícies. O atrito é representado na literatura de várias formas, mas mais comumente com uma letra minúscula . O atrito estático leva, muitas vezes, a simbologia (static) e o cinético a (kinetic). Nos livros em português apresentam-se como e Força de atrito estático. Na situações abaixo: calcular o módulo da força de atrito estático que mantém os blocos estáticos. Onde é chamado de coeficiente de atrito estático e é uma propriedade do contato de um par específico de superfícies. Este coeficiente é adimensional. Verificada a força de atrito estático máximo é então possível verificar se haverá movimento ou não, pelo conjunto de forças que agem na mesma direção do atrito. Se o restante das forças for maior que o atrito estático máximo, então haverá movimento. Do contrário, não haverá. No limiar do atrito estático máximo ser vencido temos que a força de atrito que age no sistema é igual a própria força de atrito estático máximo. Em geral, de uma maneira esquematizada, é possível dizer que há movimento no caso de quando a soma das forças agindo na direção do possível movimento serem maiores que o próprio atrito estático máximo naquela direção. É muito importante também conhecer a direção do possível deslocamento, no caso de planos inclinados principalmente, para que se possa estimar o comparativo. Isto se faz tranquilamente por meio da análise da força resultante exceto atrito na direção do possível movimento. Calcular a força de atrito estático máximo nas seguintes situações. (A) a. Verificar se há movimento (A) O mesmo para um plano inclinado: (B) a. Verificar se há movimento (A) (B) a. Importante: inversão do sentido da força de atrito. Força de atrito estático máximo É a força máxima que o atrito estático pode fazer contrapondo o sistema de se mover. O mesmo é calculado por = ⋅ (C) a. Verificar se há movimento para = 0,3 Força de atrito cinético A força de atrito cinético age sempre que há movimento relativo entre duas superfícies. Esta é calculada por = ⋅ é o coeficiente de atrito cinético entre as duas Onde superfícies. Este, assim como o , também é adimensional e representa uma propriedade do contato entre um par especifico de superfícies. Como regra, para o mesmo par de superfícies, temos que Calcular a força de atrito cinético e a aceleração nas situações abaixo (A) =5 ; = 12 ; = 30º ; = 0,3 (B) Exercício Proposto Forças do movimento circular. Em um movimento circular uniforme, onde o módulo da velocidade é constante, a aceleração tem característica centrípeta, ou seja, que sempre aponta para o centro. Como aceleração atuante sobre um corpo aponta para o centro, é necessário que a força resultante sobre o corpo também aponte para o centro. Como a força resultante sempre aponta para o centro, ela também tem característica. Logo, em um MCU temos que = = ç "#$% í'#% ( ∴ = = Onde = *+ , Esta força é a resultante das forças que atuam em um corpo que se move em movimento circular. Aqui é importante citar que esta força centrípeta não é uma força extra, mas sim uma RESULTANTE. Logo, pode estar representada em um movimento circular de várias formas diferentes. É importante citar que a resultante centrípeta sempre aponta para o centro da circunferência descrita pelo objeto em movimento circular, logo, como estratégia de resolução de problemas, é nesta direção que é útil manter um eixo do sistema cartesiano. Uma demonstração da força resultante centrípeta pode ser encontrada no seguinte site: http://www.regentsprep.org/regents/physics/phys06/bc entrif/default.htm Exemplo 1 – Objeto se girando em torno de um ponto amarrado ao mesmo por meio de uma corda Como a corda é a responsável por manter o objeto no movimento circular, a tração na mesma, que puxa o objeto em direção ao centro durante todo o movimento, é a própria força centrípeta. Exemplo 2 – Corpo executando um looping. Durante todo o círculo descrito, a força normal age como força centrípeta uma vez que sempre aponta para o centro da circunferência do looping. No ponto mais alto, no entanto, a força peso também aponta para o centro. No ponto mais baixo temos que o peso aponta para o contrário do centro da circunferência. Então: ' $% -. /% : =12 ' $% -. 3 -4 = 51 Ponto interessante: em um looping podemos calcular a velocidade mínima com que o looping tem de ser executado para que o objeto não caia ao passar pelo ponto mais alto da circunferência. Para que ele não caia, o mesmo não pode perder o contato com o looping ao passar pelo ponto mais alto. No limite, a normal, então, vai a zero. Ficamos, então, com →0 ' $% -. /% "=12 =120 78 = 78 = 7=9 Assim, a velocidade mínima de execução do looping depende do raio da circunferência do looping e também da aceleração gravitacional local Exemplo 3: Carro fazendo uma curva Ao executar uma curva plana, o carro depende do atrito entre os pneus e estrada para que o mesmo não venha a derrapar e sair pela tangente da curva descrita. Para tal, a força que segura o carro na estrada é executada pela estrada sobre o carro. Esta força é a força de atrito que a estrada exerce sobre os pneus. Em uma curva, o carro tende a sair pela tangente devido a sua própria inercia, executando uma força (também de atrito) sobre a estrada, porém para fora da curva. Como reação, a força de atrito que a estrada faz sobre o pneu atua na mesma direção porém em sentido contrário, ou seja, para o centro da circunferência. Esta força de atrito é de caráter estático uma vez que age no rolamento do pneu e não do deslizamento do pneu com a superfície da estrada. No limite do carro iniciar a derrapar temos que = = Como o contato do carro com o chão é horizontal, temos que = 1, assim 78 = 7=9 O que demonstra que a velocidade limite, de maneira geral, depende do coeficiente de atrito da estrada com os pneus, do raio da circunferência descrita pela curva e da gravidade local. É muito importante manter em mente que a força centrípeta é a força ou conjunto de forças que age na direção do centro da circunferência descrita. Existem algumas aplicações que exigem conhecimento deste detalhe para serem resolvidas. Exercícios propostos: - 2014-1 – Física 1 – Prova Engenharia Civil Matutino - Na figura abaixo um motor faz girar um eixo vertical. Na ponta do eixo vertical está presa uma corda e na ponta da mesma uma pequena bola de massa 5kg. A bola gira horizontalmente descrevendo uma circunferência de raio 3m. Sabendo que a velocidade do giro da bola é de 5m/s e que, qual é o ângulo entre o eixo e a corda?