Heráclito

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MITOS:
Mitos, por sua vez, são narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da realidade e
fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita
simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são
misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. Um dos
objetivos do mito é transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia
explicado.
Características de um mito:
Tem caráter explicativo ou simbólico.
Relaciona-se com uma data ou com uma religião.
Procura explicar as origens do mundo e do homem por meio de personagens sobrenaturais como
deuses ou semi-deuses.
Ao contrário da explicação filosófica, que se utiliza da argumentação lógica para explicar a
realidade, o mito explica a realidade através de suas histórias sagradas, que não possuem
nenhum tipo de embasamento para serem aceitas como verdades.
Alguns acontecimentos históricos podem se tornar mitos, desde que as pessoas de determinada
cultura agreguem uma simbologia que tornem o fato relevante para as suas vidas.
Todas as culturas possuem seus mitos. Alguns assuntos, como a criação do mundo, são bases
para vários mitos diferentes.
O mito é uma narrativa em que a origem do mundo é apresentada imaginativamente, e a
filosofia caracteriza-se como explicação racional que retoma questões presentes no mito.
Entendendo a Mitologia Grega.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações
para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais
diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em
suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa,
espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a
consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também
sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais
acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados
na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes
sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.
Heráclito
Um dos mais famosos pensadores pré-socráticos* foi Heráclito, que nasceu em Éfeso, na atual
Turquia. Ele considerava o mundo dinâmico e autoexplicável por suas mudanças e contradições,
lugar onde todas as coisas opunham-se umas às outras — saúde e doença, bem e mal, calor e
frio, etc. — e, dessa tensão, ou mesmo luta, resultaram a unidade do mundo e suas
transformações. Para Heráclito, o fogo era a matéria essencial, elemento que unia todas as
coisas.
Entre suas famosas afirmações, está a de que o mundo é um eterno fluir, como um rio no qual é
impossível banhar-se duas vezes na mesma água.
O Devir é um conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo
ou alguém. Surgiu primeiro entre os pré-socráticos; o devir é exemplificado pelas águas de
um rio, “que continua o mesmo, a despeito de suas águas continuamente mudar.” Traduzse de forma mais literal a eterna mudança do ontem ser diferente do hoje: “O mesmo
homem não pode atravessar o mesmo rio, porque o homem de ontem não é o mesmo
homem, nem o rio de ontem é o mesmo do hoje".
Diógenes de Sínope
Diógenes foi aluno de Antístenes, fundador da escola cínica. Em sua época Diógenes foi
destaque e símbolo do cinismo pois tornou sua filosofia uma forma de viver radical. Diógenes
expressava seu pensamento através da frase "procuro um homem". Conforme relatos históricos
ele andava durante o dia em meio às pessoas com uma lanterna acessa pronunciando
ironicamente a frase. Buscava um homem que vivesse segundo a sua essência. Procurava um
homem que vivesse sua vida superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais
como comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. Ele buscava um homem que tivesse encontrado
a sua verdadeira natureza, que vivesse conforme ela e que fosse feliz.
Para ele os deuses deram aos homens formas para viverem de modo fácil e feliz, mas
esses mesmos deuses esconderam essas formas dos homens. Diógenes buscava descobrir
esses modos de viver tentando demonstrar que as pessoas tem a seu dispor tudo aquilo que
realmente precisam para ser feliz. Mas para isso as pessoas tem que conhecer a sua natureza e
as verdadeiras exigências que essa lhe faz. Pensando nisso ele afirma que a música, a física, a
matemática, a astronomia e a metafísica são inúteis pois são formuladoras de conceitos, muito
além dos conceitos o que importa é a ação, o comportamento e o exemplo. Nossas reais
necessidades são para ele aquelas que nos impõe a nossa condição animal, como nos alimentar
por exemplo. O animal também não tem objetivos para viver, ele não tem que responder pelos
seus atos para a sociedade, ele não precisa de casa ou conforto. É nas necessidades básicas
dos animais que o homem deve se espelhar para conduzir sua vida.
Diógenes pôs em pratica seus pensamentos e passou a viver perambulando pelas ruas
na mais completa miséria tomando por moradia um barril o que se tornou um ícone do quão
pouco os homens precisam para viver. Alimentava-se do que conseguia recolher em sua cuia.
Tinha por proteção um manto que usava para dormir e usava os espaços públicos para fazer tudo
mais que precisava. Segundo ele esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo pois
eliminava a necessidade de coisas supérfluas. Ele acreditava atingir essa liberdade cansando o
corpo para se habituar a dominar os prazeres até desprezá-los por completo pois para os cínicos
os prazeres enfraquecem o corpo e a alma, pondo em perigo a liberdade do homem pois o torna
escravo dos mesmos.
Os cínicos contestavam ainda o matrimônio e a convivência em sociedade. Eles se
declaravam cidadãos do mundo. Acreditavam que o homem deve ser autônomo e auto-suficiente
tratando o mundo com indiferença pois a felicidade deve vir de dentro do homem e não do seu
exterior.
Outro fato conhecido de Diógenes é seu encontro com Alexandre, então o homem mais
poderoso conhecido. Alexandre solicitou que Diógenes pedisse o que quisesse e este pediu que
Alexandre saísse de sua frente pois estava tapando o sol. Diógenes estava com esse ato
demonstrando o quão pouco ele necessitava para viver bem conforme sua natureza.
Sentenças:
- Busco um homem honesto.
- Elogiar a si mesmo desagrada a todos.
- O amor é uma ocupação de quem não tem o que fazer.
- O insulto ofende a quem o faz e não a quem o recebe.
- A sabedoria serve para reprimir os jovens, para consolar os velhos, para enriquecer os pobres e
para enfeitar os ricos.
- A liberdade para falar é a coisa mais bela para um homem.
- Um filósofo só serve para machucar os sentimentos de alguém.
- O tempo é o espelho da eternidade.
- Sou uma criatura do mundo.
Diógenes de Sínope em seu barril.
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