0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DO PLA NEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA EMPRESAS DE PET SHOP Margareth Medeiros Marques de Oliveira Prof. Orientador: Mário Luiz Brasília/DF 2015 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DO PLA NEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA EMPRESAS DE PET SHOP Margareth Medeiros Marques de Oliveira Monografia apresentada ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Gestão Estratégica e Qualidade. Orientador: Mário Luiz Brasília/DF 2015 2 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os que me auxiliaram na construção desse trabalho, de modo especial aos meus pais que sempre acreditaram em mim, aos meus filhos que são a razão do meu viver e a Deus. 3 “As espécies vivas que sobrevivem não são as mais fortes nem as mais inteligentes; são aquelas que conseguem se adaptar e se ajustar às contínuas demandas e desafios do meio ambiente. ” Charles Darwin 4 RESUMO A presente monografia tem como objetivo principal apresentar a importância do planejamento estratégico para as empresas de pet shop. Os objetivos específicos serão de analisar os conceitos de planejamento, estratégia, planejamento estratégico, apresentar a importância do planejamento estratégico para as organizações; foi trabalhado também um modelo do processo de planejamento estratégico como um modelo de análise capaz de fornecer informações sobre estratégias eficazes. Foram estudados a utilização do planejamento estratégico em 5 empresas de pet shop na região administrativa do guará no Distrito Federal, sendo realizada perguntas diretas aos gestores sobre o planejamento estratégico. Conclui-se com esta pesquisa que, apesar dos entrevistados considerarem fundamental para o crescimento da sua empresa a elaboração do planejamento estratégico, tal prática ainda está longe de ser o ideal em pet shop. O planejamento estratégico começa, ainda que timidamente, a ser realizado como processo contínuo de interação entre empresa e ambiente, fato justificado em parte pela complexidade, abrangência e qualificação exigidas dos empreendedores-gestores, conforme apontado na pesquisa de que apenas 20% realiza o planejamento na sua empresa, apesar de todos considerarem de suma importância. Estas constatações demonstram a importância de se difundir a necessidade de que empresas de pet shop se planejem estrategicamente para o futuro e recomenda-se a utilização de modelos de planejamento estratégico que atendam às necessidades dessas empresas e possam ser o alicerce para o seu crescimento sustentável. 5 ABSTRACT This monograph aims to present the importance of strategic planning for the pet shop companies. The specific objectives are to analyze the concepts of planning, strategy, strategic planning, present the importance of strategic planning for organizations; It was also working a model of the strategic planning process as an analytical model able to provide information on effective strategies. They studied the use of strategic planning in five pet shop companies in the administrative region of Guará in the Distrito Federal, being held direct questions to managers on strategic planning. The conclusion of this research was that in spite of respondents consider fundamental to the growth of your business the development of strategic planning, the practice is still far from ideal in pet shop. Strategic planning begins, albeit timidly, to be held as an ongoing process of interaction between business and the environment, which may be explained in part by the complexity, scope and qualifications required of entrepreneurs-managers, as noted in the survey that only 20% perform planning in your company, despite all consider very important. These findings demonstrate the importance of spreading the need for pet shop companies to strategically plan for the future and recommend the use of strategic planning models that meet the needs of these companies and can be the foundation for sustainable growth. 6 METODOLOGIA O presente trabalho, através de pesquisas bibliográficas de autores como Chiavenato e Sapiro, Oliveira e Certo, pretende apresentar a importância do Planejamento Estratégico discorrendo sobre as diferentes abordagens conceituais do Planejamento Estratégico, focando a exploração de conteúdo das etapas e fases relacionadas ao planejamento estratégico e da importância que este possui para a viabilidade de pequenas empresas de Pet Shop. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisas bibliográficas e estudo de campo. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, enquanto que o estudo de campo caracteriza-se “[...] pela interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. ” (GIL, 2002). A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de entrevistas aos gestores de empresas de pet shop na região administrativa do Guará no Distrito Federal. Todos os dados coletados foram analisados e interpretados e serão apresentados evidenciando-se a pesquisa e a análise teórica. Os resultados permitem responder os objetivos e a problemática proposta no trabalho. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Evolução do processo de planejamento estratégico. ................... 16 Figura 2: Os três níveis de planejamento na organização ........................... 19 Figura 3: Planos táticos e operacionais decorrentes do processo de planejamento.................................................................................................... 20 Figura 4: Etapas do Planejamento estratégico ............................................ 24 Figura 5: Modelo das cinco forças competitivas de Porter .......................... 30 Figura 6: As quatro zonas na matriz SWOT. ............................................... 34 Figura 7: Um modelo de avaliação do desempenho organizacional ........... 37 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Tempo de Existência da empresa. ............................................... 41 Gráfico 2: No momento da abertura da empresa foi realizado um planejamento?.................................................................................................. 42 Gráfico 3: Como classifica a utilização do planejamento? ............................ 42 Gráfico 4: Você conhece o termo gestão estratégica? ................................. 43 Gráfico 5: Você realiza o planejamento estratégico em sua empresa? ........ 44 Gráfico 6: Você já estabeleceu ou pensou em estabelecer missão, visão, objetivos e metas para o seu negócio? ............................................................ 45 Gráfico 7: Você já realizou a análise de seu empreendimento para identificar a situação da empresa, diagnosticando os seus pontos fortes e fracos, e oportunidades e ameaças? .............................................................................. 46 Gráfico 8: Você costuma estabelecer metas de curto, médio e longo prazo? .. ..................................................................................................... 47 Gráfico 9: Você contrataria um profissional especializado para realizar análise e indicações em relação ao seu negócio em aspectos internos e externos? ... 48 Gráfico 10: Na sua opinião o que leva um empreendimento ao fracasso? .. 48 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 10 CAPÍTULO I - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..................................................................................... 13 1.1. Planejar ....................................................................................................................... 13 1.2. Estratégia .................................................................................................................... 13 1.3. Planejamento Estratégico ........................................................................................... 14 1.4. A importância do Planejamento Estratégico nas Organizações ................................. 16 CAPÍTULO II - ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ....................................................... 22 2.1. O processo do planejamento estratégico ................................................................... 22 2.2. Atitude estratégica ...................................................................................................... 23 2.3. Modelo geral do processo estratégico........................................................................ 24 2.3.1. Concepção Estratégica................................................................................................... 25 2.3.2. Gestão do conhecimento estratégico............................................................................ 28 2.3.3. Formulação Estratégica ................................................................................................. 32 2.3.4. Implementação Estratégica ........................................................................................... 36 2.3.5. Avaliação Estratégica ..................................................................................................... 39 CAPÍTULO III - RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 41 CONCLUSÃO........................................................................................................................................ 50 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 52 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ............................................................................................................ 55 10 INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo principal apresentar a importância do planejamento estratégico para as empresas de pet shop, uma vez que o mercado pet tem se mostrado muito promissor no Brasil e o crescimento deste mercado tem se tornado bastante competitivo, cada vez mais empresas procuram se atualizar e modernizar-se. O tema sugerido é de fundamental relevância, pois as constantes modificações da economia nacional e o acesso aos diversos meios de informações têm tornado o consumidor cada vez mais exigente, quanto aos produtos e serviços ofertados, e, por conseguinte, os mercados tem acirrado a competição e maximizado a qualidade dos serviços prestados, para atender a esse público. Desta forma, os empresários necessitam acompanhar essas modificações de modo a não caírem na insolvência e se manterem competitivos no mercado em que atuam. De acordo com Chiavenato e Sapiro (2003), ser competitivo passou a ser uma questão de metodologia. Em ambientes incertos, como o ambiente de negócios, a organização deve procurar uma alta performance por meio da renovação estratégica. As empresas que desejam permanecer no mercado precisam adotar uma gestão moderna que contemple um planejamento estratégico para melhor utilização dos recursos empresariais, e definir um posicionamento aos competidores capaz de lhes garantir a sobrevivência e conquistar o crescimento. O objetivo geral será o de apresentar a importância do planejamento estratégico para uma gestão eficaz. Os objetivos específicos serão: Analisar os conceitos de planejamento estratégico, Missão e Visão; Estudar e avaliar o conhecimento do planejamento estratégico das empresas de pet shops. Apresentar um modelo de análise capaz de fornecer informações sobre estratégias eficazes. 11 A fim de diminuir as dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas o planejamento estratégico pode ser opção simples e de baixo custo. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), planejamento estratégico é um processo de formulação de estratégias organizacionais no qual se busca a inserção da organização e da sua missão no ambiente em que ela está atuando. Está relacionado com os objetivos estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade da empresa. “O planejamento deve maximizar os resultados e minimizar as deficiências utilizando princípios de maior eficiência, eficácia e efetividade. Eles são os principais critérios de avaliação de gestão”. (Chiavenato; Sapiro, 2003 p. 39). O primeiro capítulo traz os conceitos de planejamento, estratégia, trata o planejamento estratégico como uma importante ferramenta que auxilia uma empresa na tomada de decisão, buscando a antecipação às mudanças de forma a estar sempre preparado para tal. Apresenta o planejamento estratégico como uma importante ferramenta de sobrevivência para a administração na medida em que a ação de planejar aumenta suas chances de êxito em um inconstante mundo de negócios. No segundo capítulo, complementando o estudo desta ferramenta fundamental no ponto de vista empresarial, o planejamento é visto como um instrumento de enfrentamento ao mercado competitivo e como este deve ser elaborado para o alcance dos objetivos. É apresentado o modelo geral do processo de planejamento estratégico com todas as etapas para a elaboração do planejamento estratégico. No terceiro e último capítulo, complementando o presente trabalho será apresentado os resultados e a discussão do estudo de campo realizado com as empresas de pet shop Para alcançar o objetivo do estudo deste trabalho será necessário fazer um levantamento bibliográfico e uma pesquisa, caracterizada como estudo de campo, que abrangerá cinco empresas localizadas no Guará - DF. Serão 12 realizadas entrevistas com os proprietários de cada pet shop sobre questões relacionadas a importância do planejamento estratégico. 13 CAPÍTULO I - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1.1. Planejar Para Chiavenato e Sapiro (2003), “Planejar é conhecer e entender o contexto; é saber o que se quer e como atingir os objetivos; é saber como se prevenir e evitar as ameaças; é calcular os riscos e buscar minimiza-los evitando a vulnerabilidade; é preparar-se taticamente no sentido de rearranjar-se internamente; é ousar as metas propostas e superar-se de maneira continuada e constante para oferecer resultados cada vez melhores. Planejar não é só vislumbrar o futuro, mas é também uma forma de assegurar a sobrevivência e a continuidade dos negócios”. (Chiavenato; Sapiro, 2003, p. XIX) Planejar é o processo de determinar como o sistema administrativo deverá alcançar os seus objetivos. Em outras palavras, é determinar como a organização deverá ir e onde deseja chegar (Certo,1993). O planejamento faz parte de nossa história e, atualmente, vem sendo muito utilizado por empresas de todos os segmentos. Ele é responsável por nortear as ações de uma organização. No mercado globalizado as empresas devem ser competitivas, devendo se aperfeiçoar continuamente, adaptando seus processos e sua estrutura organizacional as constantes mudanças, que podem representar ameaças ou oportunidades para a empresa. 1.2. Estratégia 14 De acordo com Chiavenato e Sapiro (2009, p.4) “A estratégia é basicamente um curso de ação escolhido pela organização a partir da premissa de que uma futura e diferente posição poderá oferecer ganhos e vantagens em relação à situação presente”. Os autores acrescentam que “a estratégia é ao mesmo tempo uma arte e uma ciência, é reflexão e ação, ou simplesmente pensar para agir e não simplesmente pensar antes de agir”. Ainda de acordo com Chiavenato e Sapiro, 2009 a estratégia será uma escolha de um curso de ação para uma posição diferente no futuro que poderá oferecer ganhos e vantagens em relação à situação presente, sendo que a estratégia é uma abordagem competitiva tão velha quanto a própria vida do nosso planeta. Quando se estuda o fenômeno da competição nas diferentes dimensões onde ele se manifesta, entende-se melhor a íntima e estreita relação que existe entre estratégia e competição. 1.3. Planejamento Estratégico Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), planejamento estratégico é um processo essencial dentro da empresa porque traça as diretrizes para o estabelecimento dos planos de ação que resultam em vantagens competitivas. Ele identifica recursos potenciais, reconhece fraquezas e estabelece um conjunto de medidas integradas a serem implementadas assegurando o sucesso dos resultados planejados. Para Oliveira (2007) o planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atualizado de forma inovadora e diferenciada. Além disso, ele sustenta que este é de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa, que no caso das micro e pequenas empresas são ocupados pelo dono ou donos do estabelecimento, e dizendo respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção de cursos a serem seguidos para a sua 15 consecução. Os aspectos internos e externos devem ser considerados assim como a evolução apresentada. Já na visão de Silva (2006) o planejamento estratégico surgiu em oposição ao planejamento tradicional, que efetuava planos fixos, determinados. Esses se mostraram ineficientes, ao tentar apreender a realidade de um único ponto de vista. O relativismo e a visão sistêmica foram incorporados ao planejamento, que passou a ter como premissa uma constante readaptação, baseada na análise dos ambientes interno e externo. Vários outros fatores passaram a ser considerados para se garantir a eficiência do planejamento. É importante ressaltar que, segundo Motta (1992), o planejamento estratégico é um processo gerencial concentrado em níveis mais elevados da organização, ou seja, não deve ser delegado aos grupos de planejamento. São decisões tomadas ao longo prazo e envolvem uma série de fatores que afetam diretamente o ambiente organizacional. Para Kotler (2005, p. 68) “O planejamento estratégico exige ações em três áreas-chave: a primeira é gerenciar os negócios da empresa como uma carteira de investimentos. A segunda área-chave envolve a avaliação dos pontos fortes de cada negócio considerando a taxa de crescimento de mercado e a posição competitiva da empresa nesse negócio. A terceira área-chave é a estratégia. A empresa deve desenvolver um plano de ação para cada um dos seus negócios, a fim de atingir seus objetivos de longo prazo. Cada empresa deve determinar o que tem mais sentido à luz de sua posição no setor, de seus objetivos, de suas oportunidades, de suas habilidades e de seus recursos.” O planejamento estratégico é uma ação que deverá ser desenvolvida em longo prazo, levando-se em conta o macro ambiente uma visão globalizante do mercado sob o ponto de vista de seu ambiente, tendências e situações que se inserem no mercado de negócios (Pereira, 2010) 16 Kotler (apud Alday, 2000), um dos autores que defende a utilização do Planejamento Estratégico, propõe o seguinte conceito: “é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”, e ainda o define como “o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”. Várias são as definições do tema por diferentes autores, mas todos concordam que o planejamento estratégico é uma importante ferramenta que auxilia uma empresa na tomada de decisão, buscando a antecipação às mudanças, a seguir, a importância do planejamento estratégico para organizações que buscam melhoria contínua em seus processos. 1.4. A importância do Planejamento Estratégico nas Organizações O planejamento estratégico pode ser uma opção simples e de baixo custo para as micro e pequenas empresas enfrentar as dificuldades. O planejamento estratégico deve maximizar os resultados e minimizar as deficiências utilizando princípios de maior eficiência, eficácia e efetividade (Figura 1). Eles são os principais critérios de avaliação de gestão (Chiavenato e Sapiro, 2003). Figura 1: Evolução do processo de planejamento estratégico. 17 Fonte: Oliveira, 2001. As evidências mostram que as organizações que planejam estrategicamente, em geral, alcançam um desempenho superior às demais. As organizações bem-sucedidas buscam uma adequação apropriada entre as condições do ambiente externo e a sua estratégia. Por sua vez, a estratégia define a estrutura organizacional e os processos internos no sentido de alcançar efeitos altamente positivos sobre o desempenho organizacional. (Chiavenato e Sapiro, 2009 p 30) De acordo com Certo (1993, p 9): “Uma organização pode obter diversos benefícios praticando apropriadamente a administração estratégica. Talvez o mais importante seja a tendência de tais organizações aumentarem seus níveis de lucro. Além de se beneficiar financeiramente, as organizações podem gozar de outras vantagens na implementação de um sistema de administração estratégica. Por exemplo, a administração estratégica pode levar seus membros da organização a se comprometerem com a realização de metas organizacionais de longo prazo. Além disso, com a ênfase da administração estratégica em avaliar o ambiente da organização, é menos provável que a organização seja surpreendida por movimentos de mercado ou por ações de seus concorrentes que poderiam coloca-la em desvantagem repentina.” Os benefícios potenciais adicionais da Administração Estratégica de acordo com Certo (1993) são: 1. Indica os problemas que podem surgir antes que ocorram; 2. Alerta a organização para as mudanças e permite ações em resposta a mudanças; 3. Identifica qualquer necessidade de redefinição na natureza do negócio; 18 4. Melhora a canalização dos esforços para a realização de objetivos predeterminados; 5. Permite que os administradores tenham uma clara visão do negócio; 6. Facilita a identificação e exploração de futuras oportunidades de mercado; 7. Oferece uma visão objetiva dos problemas da administração; 8. Fornece uma estrutura para revisar a execução do plano e controlar as atividades; 9. Minimiza os efeitos indesejáveis de condições e mudanças adversas; 10. Ajuda os administradores a relatar as principais decisões de forma mais efetiva e estabelecer objetivos; 11. Torna mais efetiva a alocação de tempo e recursos para a identificação de oportunidades; 12. Coordena a execução das táticas que compõem o plano; 13. Permite a integração de todas as funções de marketing em um esforço combinado; 14. Minimiza os recursos e o tempo que devem ser dedicados a corrigir erros de decisão; 15. Cria uma estrutura para a comunicação interna entre as pessoas; 16. Permite ordenar as prioridades do cronograma do plano; 17. Dá a empresa uma vantagem sobre os concorrentes; 18. Ajuda a ordenar as ações individuais em uma organização dirigida para o esforço global; 19. Fornece uma base para o esclarecimento de responsabilidades individuais e contribui para motivação; 20. Encoraja o pensamento positivo por parte do pessoal; 19 21. Estimula uma abordagem cooperativa, integrada e entusiástica para enfrentar problemas e oportunidades. Chiavenato e Sapiro (2009) diz que uma pesquisa realizada sobre 50 organizações em vários países e setores mostrou que os principais benefícios do processo de planejamento estratégico são: 1. Um claro sentido de visão estratégica para a organização. 2. Compreensão aprimorada de um ambiente altamente mutável e competitivo. 3. Foco sobre aquilo que é estrategicamente importante para a organização no futuro, com objetivos de longo prazo. 4. Comportamento proativo em relação aos elementos do ambiente externo, de modo interdependente com os elementos do ambiente interno. 5. Comportamento sistêmico e holístico envolvendo toda a organização. 6. Interdependência com o ambiente externo. De acordo com Chiavenato (2004) existem três níveis distintos de planejamento: estratégico, tático e operacional. (Quadro 2) 1. Planejamento estratégico: É um planejamento mais amplo, e abrange toda a organização; 2. Planejamento tático: É o planejamento que abrange cada departamento da unidade da organização. 3. Planejamento operacional: É o planejamento que abrange cada tarefa ou atividade específica. Figura 2: Os três níveis de planejamento na organização 20 Fonte: Chiavenato (2004) De acordo com Oliveira (2001) o planejamento estratégico está relacionado com os objetivos organizacionais que afetam a viabilidade e a evolução da organização. Mas, aplicado isoladamente, se mostrará insuficiente, pois não se trabalha apenas com ações imediatas e operacionais. É preciso que no processo de planejamento estratégico sejam elaborados de maneira integrada e articulada todos os planos táticos e operacionais, como exemplificado na Figura 3. Figura 3: Planos táticos e operacionais decorrentes do processo de planejamento Fonte: Oliveira (2001). 21 De acordo com Chiavenato e Sapiro (2009) é importante considerar que o valor real do planejamento estratégico está muito mais na orientação futura do processo do planejamento em si do que em um belo plano estratégico escrito e detalhado. As pequenas empresas costumam planejar de maneira informal e irregular. Elas podem até fazer considerando que o formalismo exagerado no planejamento estratégico provoca apenas um pequeno impacto na sua lucratividade. Porém, para as grandes organizações o planejamento estratégico é complexo e consome tempo e recursos até que se chegue ao acordo final e dependendo do caso exigirá diferentes graus de formalização. 22 CAPÍTULO II - ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2.1. O processo do planejamento estratégico De acordo com Chiavenato e Sapiro (2003), o processo do planejamento estratégico é constituído pelos seguintes elementos: 1. Declaração da missão: a missão é o elemento que traduz as responsabilidades e pretensões da organização junto ao ambiente e definem “negócio”, delimitando o seu ambiente de atuação; 2. Visão de negócios: a visão de negócios mostra uma imagem da organização no momento da realização de seus propósitos no futuro; 3. Diagnóstico estratégico externo: o diagnóstico estratégico externo procura antecipar oportunidades e ameaças para concretização da visão, da missão e dos objetivos empresariais; 4. Diagnóstico estratégico interno: corresponde ao diagnóstico da situação da organização frente às dinâmicas ambientais, relacionando às suas forças e fraquezas, criando as condições para a formulação de estratégicas que representam o melhor ajustamento da organização no ambiente em que ela atua. O alinhamento dos diagnósticos externos e internos produz as premissas e alicerçam a construção de cenários. 5. Fatores críticos de sucesso: a inclusão da avaliação dos determinantes de sucesso é uma etapa do processo, inserindo-se entre o diagnóstico e a formulação das estratégias propriamente ditas. Elas procuram evidenciar questões realmente críticas para a organização, emergindo dos elementos apontados na análise realizada com a aplicação do modelo SWOT, cuja solução dependerá a consecução da missão; 6. Sistema de planejamento estratégico: o propósito dos sistemas de planejamento estratégico é a formulação de estratégias e sua 23 implementação pelo processo de construção das ações segundo as quais a organização perseguirá a consecução de sua visão de negócios, missão e objetivos e de sua implementação por meio de planos operacionais (também chamados de programas táticos); 7. Definição dos objetivos: a organização persegue simultaneamente diferentes objetivos em uma hierarquia de importância, de prioridades ou de urgência; 8. Análise dos grupos de influência (stakeholders): o stakeholder é uma pessoa, gruo de pessoas ou organização que possa influenciar ou ser influenciado pela organização – como consumidores, usuários, empregados, proprietários, dirigentes, governos, instituições financeiras, opinião pública, acionistas. A análise consiste na identificação dos grupos e de seus interesses e poderes de influência com respeito à missão organizacional; 9. Formalização do plano: um plano estratégico é um plano para a ação. Mas não basta apenas a formulação das estratégicas dessa ação. É necessário implementá-las por meio de programas e projetos específicos. Requer um grande esforço de pessoal e emprego de modelos analíticos para a avaliação, alocação e controle de recursos; 10. Auditoria de desempenho e resultados (reavaliação estratégica): trata-se de rever o que foi implementado para decidir os novos rumos do processo, mantendo as estratégias implantadas com sucesso e revendo as estratégias ruins. 2.2. Atitude estratégica Segundo Mintzberg apud Chiavenato e Sapiro (2003) as estratégias implementadas são aquelas decorrentes do encontro das estratégias formuladas com as que emergem ao longo do tempo no decorrer do processo de implementação. A atitude estratégica é o compromisso que assegura o alcance, da melhor maneira possível, dos resultados explicitados no decorrer do processo de planejamento estratégico e formalizados no planejamento 24 estratégico: o raciocínio estratégico e o plano estratégico. O plano por si nada faz. Ele é um elemento normativo e aglutinado que resulta da primeira fase do processo. É a combinação do plano com o raciocínio que resulta na atitude estratégica: um padrão que assegura a disposição da organização de se sair bem-sucedida nessa empreitada. A atitude estratégica pode ser melhor observada ao longo da implementação das estratégias. Para Mintzberg apud Chiavenato e Sapiro (2003), algumas estratégias intencionais (planejadas) podem não se realizar por algum motivo. A parte realizada é a estratégia deliberada. Grande parte da estratégia realizada resulta de eventos não planejados inicialmente: é a estratégia emergente. A estratégia realizada é uma combinação variável das estratégias deliberadas e emergentes. 2.3. Modelo geral do processo estratégico O propósito do planejamento estratégico é a formulação do plano estratégico, visto que a estratégia aponta o caminho e o planejamento estratégico indica como andar nele. Para obtenção de um melhor resultado através do planejamento estratégico várias etapas devem ser cumpridas. Existem métodos distintos apresentados por diferentes autores para se chegar ao sucesso do planejamento estratégico, no entanto, frequentemente essas técnicas possuem características semelhantes. Este estudo toma como referência os passos desenvolvidos por Chiavenato e Sapiro (2003) devido a sua clareza e facilidade de didática. O modelo geral do processo estratégico é estruturado em cinco partes principais, conforme a figura 4 e mostra as etapas fundamentais do processo de planejamento e gestão estratégica. Figura 4: Etapas do Planejamento estratégico 25 Fonte: Chiavenato e Sapiro (2003) Considerando que as etapas não possuam as mesmas nomenclaturas que se popularizam, o modelo selecionado contempla os mesmos resultados, e conceitos e modelos desenvolvidos por outros autores servem de apoio conforme será apresentado adiante. 2.3.1.Concepção Estratégica Toda organização surge da vontade e das crenças de seus fundadores para que a organização atenda a necessidade do mercado e que seus compradores saibam valorizar o que a organização faz. Em torno dessas vontades e crenças, há uma intenção estratégica da organização que é a energia fundamental, o impulso inicial e o compromisso dos fundadores e dirigentes de tornar a organização bem-sucedida na busca de seus resultados. (Chiavenato e Sapiro, 2003) A primeira atividade do processo de planejamento estratégico, conforme Chiavenato e Sapiro (2003) é refletir sobre a intenção estratégica da organização em torno de algumas questões centrais básicas como: 26 Missão organizacional: Qual é o negócio da organização? Visão organizacional: Como o negócio da organização será no futuro? Valores organizacionais: O que é importante para a organização? Stakeholders ou públicos de interesse: A quem interessa chegar a esses resultados? Quem são os públicos estratégicos da organização? Proposta de valor: Quais são os clientes e o que eles consideram valioso na organização, em seus produtos e serviços? Objetivos organizacionais: Quais serão os resultados esperados da organização? A partir desta etapa são definidas a missão organizacional, a visão organizacional, o princípio e os valores, conforme detalhado a seguir. 2.3.1.1. Missão Chiavenato e Sapiro (2003) destaca a importância da missão organizacional como a declaração do propósito e do alcance da organização em termos de produto e mercado. Está relacionado com papel da organização dentro da sociedade e significa sua razão de ser e de existir. A missão está associada com o negócio da organização. A declaração da missão representa o primeiro esboço da definição do negócio após consolidar o primeiro grande conjunto de conhecimentos da organização. De acordo com Oliveira (2001) a missão é a razão de ser da empresa. Nesse ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, por que ela existe, ou ainda, em que tipos de atividade a empresa deverá concentrar-se no futuro. Segundo Kotler (1980), a missão da empresa deve ser definida em termos amplos, tal como de satisfazer a alguma necessidade do ambiente externo, e não ser colocada em termos de oferecer algum produto ou serviço. 27 A importância da declaração da missão ajuda a concentrar o esforço das pessoas para uma direção, ao explicitar os principais compromissos da organização, afasta o risco de buscar propósitos conflitantes, fundamenta alocação de recursos, estabelece a responsabilidade e embasa a formulação das políticas e a definição dos objetivos organizacionais. 2.3.1.2. Visão Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), a visão do negócio ou visão organizacional ou, ainda, visão do futuro refere-se ao sonho da empresa, ou seja, é a imagem que ela deseja se vê no futuro. A visão deve estar alinhada aos interesses dos stakeholders para poder atender aos seus propósitos, deve ser coerente com o padrão de comportamento empresarial presente e merecer total credibilidade. A visão deve ser sucinta, mas manter a capacidade de fazer sonhar e incentivar o compromisso de todos os públicos de interesse. Muitas vezes, ela é expressa em slogans. Assim, a visão deve atender às seguintes premissas: 1. Aderência aos fatos reais: situações sonhadas precisam ser possíveis. 2. Equilíbrio para todos os stakeholders: a visão deve favorecer a todos os stakeholders. 3. Descrição concisa, porém, poderosa: a visão precisa ter um foco definido. O grande desafio na formulação da visão de negócios é que o processo exige um autoconhecimento, exige a ação de um a liderança aberta e decidida para que possa estimular a emergência desses sentimentos em todas as pessoas da organização. 28 2.3.1.3. Valores Completando a concepção estratégica é necessário determinar os princípios e valores que levam a empresa a crescer no mercado. Os valores organizacionais que são os princípios e crenças fundamentais da empresa e que dão sustentação a todas as suas principais decisões. Sustentar esses valores consolida a marca e atrai as atenções. Os valores verdadeiros e ligados à moral e a ética podem sustentar uma vantagem competitiva para a empresa (Oliveira, 2001). Os princípios e valores organizacionais são o conjunto de conceitos, filosofias e crenças gerais que a organização respeita e emprega e está acima das práticas cotidianas, na busca de ganhos de curto prazo. São os ideais eternos, servindo de orientação e inspiração para todas as gerações futuras de pessoas da organização. Os princípios organizacionais referem-se a conceitos dos quais não se está disposto a abrir mão, como ética e honestidade. Os valores organizacionais correspondem aos atributos e às virtudes da organização, como prática da transparência, respeito à diversidade, cultura para a qualidade ou respeito ao meio-ambiente. (Chiavenato e Sapiro, 2003) 2.3.2.Gestão do conhecimento estratégico 2.3.2.1. Diagnóstico estratégico externo De acordo com Chiavenato e Sapiro (2009) a gestão do conhecimento estratégico é fundamental para o sucesso organizacional. Ela se baseia no diagnóstico estratégico externo. O diagnóstico estratégico externo é feito em dois estratos ambientais: no ambiente contextual ou macro ambiente e no ambiente relacional ou microambiente: 29 No ambiente contextual, a organização deve mapear as variáveis relevantes que caracterizam o ambiente demográfico, econômico, sociocultural, político-legal e tecnológico. Com isso, ela pode identificar precocemente as mudanças e tendências significativas entre os elementos externos. Todavia, o macro ambiente é vasto e genérico, ao mesmo tempo que influencia todas as organizações nele contidas. Assim, é fundamenta, conhecer também o setor específico de negócios que circunda a organização em seu contexto mais próximo e imediato. No ambiente relacional, a organização precisa conhecer profundamente seus clientes, fornecedores, concorrentes e agências reguladoras. A organização precisa conhecer os grupos estratégicos, a composição das forças competitivas, identificar mercados e segmentos, características dos clientes e dos concorrentes a fim de definir seu comportamento estratégico como resposta às condições. Para Chiavenato e Sapiro (2003), o diagnóstico estratégico externo ou análise ambiental ou auditoria de posição analisa o macro ambiente em que a empresa está inserida. É a maneira como a organização faz o mapeamento ambiental e a análise das forças competitivas que existem no ambiente. O diagnóstico estratégico externo e organizacional deve ser realizado na sequência da concepção estratégica fazendo a identificação com antecipação das ameaças, oportunidades, forças e fraquezas. A análise do ambiente externo objetiva identificar as oportunidades e ameaças para a empresa, envolve o macro ambiente, devendo levar em consideração seus diferentes aspectos, que são os ambientes demográfico, econômico, sociocultural, político e de recursos globais. 2.3.2.1.1 Forças Competitivas Parte da análise e conhecimento do ambiente em que a empresa está inserida é composto por conhecer as forças competitivas da empresa. Para 30 Porter (2004), existem cinco forças competitivas que determinam a intensidade da concorrência, bem como dão subsídios para o posicionamento de uma empresa, destacando também as áreas em que as tendências da mesma refletem ameaças e oportunidades. As cinco forças de Porter, conforme apresentadas na Figura 5, são: Ameaças de novos entrantes: baixas barreiras levam a um grupo altamente competitivo, no qual poucas coisas podem ser dadas como certas. Poder de barganha dos fornecedores da empresa: tem a vantagem a empresa que tende a ter mais opções, com menos a perder com o término das relações. Poder de barganha com os clientes da empresa: capacidade de equilibrar as necessidades dos clientes, preços baixos e qualidade alta. Ameaça de produtos substitutos: Quando uma indústria inova, outra pode sofrer. Intensidade da rivalidade entre empresas concorrentes: junção dos fatores anteriores que convergem em concorrência. Figura 5: Modelo das cinco forças competitivas de Porter 31 Fonte: Chiavenato e Sapiro (2003) 2.3.2.2 Diagnóstico estratégico Interno De acordo com Chiavenato e Sapiro (2003) pelo diagnóstico estratégico da organização, também denominado análise organizacional ou auditoria interna da organização a organização faz uma avaliação competitiva de suas potencialidades, pontos fortes que precisam ser mais intensamente explorados e de suas fragilidades, pontos fracos que precisam ser corrigidos e sanados. Os pontos fortes e fracos da empresa definem suas habilidades que servirão de base para o desenvolvimento e alcance de objetivos. A análise do ambiente interno relaciona-se simplesmente com a própria organização, seus setores de atividades, o mercado atuante, os entrantes, seus potenciais, fornecedores, consumidores, produtos substitutos e concorrentes. 32 De acordo com Chiavenato (2008) o diagnóstico estratégico permite o autoconhecimento e a localização das potencialidades e vantagens competitivas, bem como das limitações e restrições da organização diante do que ela pretende fazer em termos de planejamento estratégico. Na verdade, fazer uma auto avaliação precisa e profunda nem sempre é fácil. É preciso sair da mesmice, da rotina e da caixa para poder ver a si própria em todo o seu conjunto e em todas as suas dimensões. Isso é tarefa da alta direção. Além da visão periférica e panorâmica para ver e sentir o ambiente distante, os dirigentes precisam também possuir uma sensibilidade e uma abordagem introspectiva capaz de proporcionar em profundidade uma ideia do que a organização é e do que ela pode ser no futuro. 2.3.2.2.1 Construção de Cenários Não basta o conhecimento e o diagnóstico de como está o ambiente externo e interno da organização. É preciso saber combiná-los e integra-los de maneira a saber o que está por trás deles e como eles poderão evoluir dali para frente. É preciso, ainda definir premissas, ponderar eventuais desdobramentos e visualizar possíveis consequências futuras, procurando minimizar os riscos inerentes à tomada de decisão. É que o planejamento estratégico se baseia em decisões de hoje que deverão construir o amanhã. É preciso projetar o futuro. (Chiavenato e Sapiro, 2003) 2.3.3.Formulação Estratégica Nessa etapa do processo de planejamento estratégico são levantadas considerações sobre estratégias para a construção de valor e a definição do posicionamento competitivo. São criadas as políticas de negócio e os modelos dinâmicos de concorrência e cooperação definindo os objetivos para a formulação das estratégias. 33 2.3.3.1. Política de Negócios Para Chiavenato e Sapiro (2003) o processo de planejamento estratégico requer que se aprenda a construção de modelos para chegar à faze de tomada de decisões. Após elaborar cenários de futuros plausíveis, a organização deve decidir o que representa ameaça ou oportunidade e cruzar essas decisões para avaliar quais seriam seus pontos fortes e fracos. Outra decisão importante nessa fase é a identificação dos fatores críticos ou determinantes do sucesso. 2.3.3.1.1 Fatores Críticos do Sucesso (FCS) Os fatores críticos do sucesso são as atividades-chave do negócio que precisam ser bem-feitas para a organização possa atingir seus objetivos. Sem eles, os objetivos não são alcançados. Os FCS identificam as partes críticas dos processos de trabalho da organização. Eles são os determinantes do sucesso e podem caracterizar-se por diretrizes ou objetivos estratégicos. As organizações devem planejar o alcance de diversos objetivos estratégicos, em vez de um único, e eles devem ser bem especificados para que todas as áreas importantes ao funcionamento e sustentação da organização sejam evoluídas. 2.3.3.1.2 Modelos SWOT Segundo Kotler (2005), a Matriz de SWOT é a avaliação global das forças (Strengths), fraquezas (Weaknesses), oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threat). Essa matriz consiste na avaliação das forças do macro ambiente e agentes micro ambientais. Um objetivo importante da avaliação 34 ambiental é o reconhecimento das novas oportunidades. Uma oportunidade existe quando uma empresa pode lucrar ao atender às necessidades dos consumidores em um determinado segmento. Uma ameaça é um desafio criado a partir de um desenvolvimento ambiental desfavorável que poderia levar ao fim dos lucros. De acordo com Chiavenato e Sapiro, 2003 a função do modelo de SWOT é cruzar as oportunidades e as ameaças externas à organização com seus pontos fortes e fracos. Esse cruzamento forma uma matriz com quatro células, e para cada célula haverá uma indicação de que rumo tomar. A avaliação estratégica realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças mapeadas no ambiente interno da organização. Uma vez avaliados esses itens ou quaisquer outros que sejam relevantes para análise da organização, pode-se interpretar a inter-relação de forças e fraquezas e de oportunidades e ameaças. Com isso, são estabelecidas quatro zonas na matriz SWOT como mostra a Figura 6. Figura 6: As quatro zonas na matriz SWOT. Fonte: Chiavenato e Sapiro (2003) 35 2.3.3.2 Modelos dinâmicos de cooperação e concorrência Segundo Chiavenato e Sapiro (2009), o novo cenário competitivo é uma ampla e complexa arena onde as organizações querem se fazer presentes, ocupar seu espaço e alcançar objetivos. Cada organização que entra reduz o espaço da outra, se trata de um jogo de forças e contra forças, e que tende a aumentar cada vez mais. O resultado desta disputa é o aumento da rivalidade no novo cenário competitivo, levando as organizações a disputarem de maneira diferente a fim de obter competitividade estratégica e retorno acima da média. A necessidade de conhecer seus concorrentes leva a vantagem competitiva. Como a vantagem competitiva é um conceito relativo e contingencial, a organização que tiver um conhecimento deficiente de seus concorrentes não terá nenhum conhecimento de si própria. O processo de análise da concorrência trilha as seguintes etapas: Benchmark competitivo (diagnóstico competitivo). Inteligência competitiva (competitive intelligence). Escolha de concorrentes. Na seleção de novas oportunidades, é tão importante ter em mente como os mercados podem ser atraentes e os pontos fortes da organização adequados a esses mercados, como reconhecer que nem todos os concorrentes são igualmente atraentes. 2.3.3.3 Definição dos objetivos e formulação da estratégia 36 Na sequência do planejamento temos a definição dos objetivos onde Chiavenato e Sapiro (2003) estabelece pelo desejo e expectativa futuros. Os objetivos seguem as seguintes abordagens: Abordagem determinística por extrapolação. Abordagem qualitativa carismática. Abordagem logística e funcional. Abordagem estatística e contingencial Em Almeida (2003) verificasse uma forma diferenciada de estabelecimento de objetivos, esses sendo determinados após as estratégias. O motivo para isso é que o autor acredita que a o objetivo não pode preceder à estratégia e sim ter coerência com ela. Estratégia e objetivo estariam intimamente ligados sendo a estratégia o caminho e o objetivo mostra onde quer se chegar. O objetivo é um ponto concreto que se quer atingir e deve apresentar parâmetros numéricos e datas a serem alcançadas. Para Chiavenato e Sapiro (2009), o sucesso no alcance dos objetivos organizacionais almejados será função da implementação de boas estratégias, que possibilitem o planejador a deslocar, realocar, ajustar, reconciliar de modo sistemático os recursos organizacionais disponíveis, aproveitando as oportunidades emergentes no ambiente e neutralizando as ameaças. 2.3.4. Implementação Estratégica Nesta etapa são considerados o desempenho organizacional, a governança coorporativa e liderança estratégica e o empreendorismo. De acordo com Chiavenato e Sapiro (2003), o processo de implementação da estratégia contempla estabelecer senso de urgência, formar uma forte coalizão, criar uma clara visão, comunicar a visão compartilhada, dar poder, obter vitórias de curto prazo, consolidar as vitórias iniciais e aprofundar o processo e institucionalizar a nova abordagem e cultura. 37 Em Certo (1993) se verifica o processo de implementação da estratégia organizacional que coloca em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiam de etapas anteriores no processo de administração estratégica. Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional. 2.3.4.1. Desempenho Organizacional Para Chiavenato e Sapiro, 2003, para que uma empresa se torne bemsucedida e permaneça dessa maneira por muito tempo não existe fórmula ou padrão, na verdade, a organização bem-sucedida é aquela que constante e ininterruptamente está renovando à medida que o mundo muda, os concorrentes inovam e os clientes exigem. A estratégia organizacional influencia poderosamente o comportamento organizacional de várias maneiras: (Chiavenato e Sapiro, 2003) As decisões estratégicas determinam as tarefas organizacionais As decisões estratégicas influenciam o desenho organizacional Decisões estratégicas influenciam e são influenciadas por questões de poder na organização A eficácia organizacional é determinada conjuntamente pelas decisões sobre estratégias e desenho organizacional O desempenho organizacional reflete a estratégia em termos de formulação e de implementação. O desempenho é um reflexo de como a estratégia funciona, como mostra a Figura 7. Figura 7: Um modelo de avaliação do desempenho organizacional 38 Fonte: Chiavenato e Sapiro (2003) A organização necessita de um Sistema de Gestão Estratégico (SGE) para cuidar da excelência em todas as etapas do processo estratégico. Em geral as atividades do SGE em relação ao planejamento estratégico são de coordenar e elaborar, disseminar e incentivar a cultura de excelência de toda a organização, criar condições de implementação, monitorar e avaliar continuamente o desempenho e os resultados e adotar e apoiar as medidas corretivas de ajuste constante do planejamento estratégico. 2.3.4.2. Governança corporativa e liderança estratégica A governança corporativa significa o relacionamento entre os investidores utilizados para determinar e controlar a direção estratégica e o desempenho de organizações. O seu objetivo primordial é garantir que o interesse dos gerentes e executivos de alto nível estejam alinhados com os interesses dos acionistas e proprietários. (Chiavenato e Sapiro, 2003) 39 Liderança estratégica significa a capacidade de antecipar, vislumbrar e manter a flexibilidade e saber delegar poderes para criar mudança estratégica sempre que necessário. A liderança estratégica implica em administrar por meio de pessoas os recursos da organização, administrar a organização inteira e não apenas uma unidade funcional e lidar com a mudança cada vez mais rápida e profunda que caracteriza o atual cenário competitivo. A liderança estratégica é considerada a competência essencial para o elevado desempenho da organização. (Chiavenato e Sapiro,2009) 2.3.4.3. Empreendorismo A cultura empreendedora precisa ser semeada e colhida adequadamente. A organização precisa criar cultura que desenvolva e incentive o espírito empreendedor de seus funcionários. E isso leva tempo, esforço e dedicação e deve partir da liderança estratégica. O empreendorismo tem muito a ver com o comportamento estratégico, muitas organizações estão tentando incentivar o espírito empreendedor de duas maneiras: comportamento estratégico autônomo e comportamento estratégico induzido. 2.3.5. Avaliação Estratégica A avaliação da estratégia refere-se à fase do processo de gestão estratégica onde ocorre o acompanhamento e avaliação se as escolhas estratégicas, tal como foi implementada e executada, está alcançando os objetivos propostos e trazendo os resultados esperados. (Chiavenato e Sapiro, 2009, p. 322) A avaliação estratégica deve estar presente em todas as etapas gradativas ao longo do processo de planejamento estratégico, isto é, a estratégia não deve ser avaliada apenas após a sua completa implementação, 40 mas de maneira contínua e sucessivamente no decorrer de todas as suas etapas. O planejamento estratégico deve ser desenhado e montado de tal forma que permita ser avaliado não somente em termos de resultados finais, mais igualmente em termos de comportamento organizacional. (Chiavenato e Sapiro, 2003, p. 398) 41 CAPÍTULO III - RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo, serão apresentados os resultados e a discussão da pesquisa realizada com as empresas, nos quais serão apresentados dados percentuais referentes as questões relativas a utilização do planejamento e sua importância no negócio do ponto de vista dos gestores/proprietários das empresas entrevistadas. Para a realização da entrevista consideramos empresas aleatórias localizadas na região administrativa Guará II no Distrito Federal, todas empresas de pet shop com mais de 10 anos de existência, conforme gráfico1. Gráfico 1: Tempo de Existência da empresa. Idade (anos) Tempo de Existência 35 30 25 20 15 10 5 0 A B C D E Empresa Fonte: Pesquisa de Campo (2004) Dentre as empresas entrevistadas constatamos que 60% não realizou um planejamento no momento da abertura, conforme Gráfico 2. Fato que pode ser justificado levando em consideração a idade das mesmas, tendo em vista que das 5 empresas 3 possuem mais de 20 anos no mercado. De acordo com Chiavenato e Sapiro (2009, p. 37), entre os anos de 1980 e 1990, uma revolução alterou completamente o modo de se planejar estrategicamente, a Revolução da Tecnologia da Informação (TI). Com ela o 49 Fonte: pesquisa de Campo (2004) 50 CONCLUSÃO O presente estudo apresentou a importância do planejamento estratégico para as empresas de pet shop. O planejamento estratégico é hoje uma das ferramentas mais importantes para a gestão de uma organização, pois é ele que direciona as atividades para o alcance dos objetivos esperados. O planejamento estratégico é um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da organização e de sua missão no ambiente onde ela atua e tem como produto o plano de ação. A estratégia define a estrutura organizacional e os processos internos para alcançar efeitos altamente positivos sobre o desempenho. O diagnóstico estratégico, a definição das diretrizes organizacionais (missão, visão e objetivos), a concepção e a implementação da estratégica foram abordados, mostrando que o planejamento, se bem aplicado, pode tornar a gestão empresarial mais competitiva, atuando como um instrumento de comunicação, de acompanhamento e principalmente de aperfeiçoamento do aprendizado nas organizações. Esta pesquisa indicou que, apesar dos entrevistados considerarem fundamental para o crescimento da sua empresa a elaboração do planejamento estratégico, tal prática ainda está longe de ser o ideal em pet shop. O planejamento estratégico começa, ainda que timidamente, a ser realizado como processo contínuo de interação entre empresa e ambiente, fato justificado em parte pela complexidade, abrangência e qualificação exigidas dos empreendedores-gestores, conforme apontado na pesquisa de que apenas 20% realiza o planejamento na sua empresa, apesar de todos considerarem de suma importância. Estas constatações demonstram a importância de se difundir a necessidade de que empresas de pet shop se planejem estrategicamente para o futuro e recomenda-se a utilização de modelos de planejamento estratégico 51 que atendam às necessidades dessas empresas e possam ser o alicerce para o seu crescimento sustentável. 52 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. I. R. (1994). Desenvolvimento de um modelo de planejamento estratégico para grupos de pequenas empresas. Tese (Doutorado). São Paulo, FEA-USP. BITENCOURT, Claudia Cristina. 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III Workshop Gestão Integrada: Riscos e Desafios. Centro Universitário Senac. São Paulo, Maio. 2007. 55 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO A 1 B C D E Quantos anos possui sua 10 6 32 29 19 empresa? anos anos anos anos anos Não Não Sim Sim Não Como classifica a utilização Necess ssári Neces Neces Neces do planejamento? No momento da abertura da 2 empresa foi realizado um planejamento? Nece 3 Você 4 conhece o ário o sário sário sário Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não termo gestão estratégica? Você utiliza o processo de 5 planejamento estratégico para o seu negócio? Você já estabeleceu missão, visão, objetivos e metas para 6 o seu negócio? Você já realizou a análise de seu 7 empreendimento identificar a situação para da empresa, diagnosticando os seus pontos fortes e fracos, e oportunidades e ameaças? Você costuma estabelecer 8 metas de curto, médio e 56 longo prazo? Você contrataria profissional para realizar um especializado análise e indicações em relação ao seu negócio em aspectos 9 10 internos e externos? Sim Não Não Não Falta Falta Falta Falta Na sua opinião o que leva Falta de de de de um plane Planej planej planej planeja jame ament ament ament mento nto o o o empreendimento fracasso? Sim ao de