Enviado por Do utilizador10701

COCEIRA

Propaganda
Você está em: Inicial
acp-medicine
Dermatologia
Prurido
Última revisão: 14/04/2015
Comentários de assinantes: 0
Hong-Liang Tey, MRCP(UK)
Consultant, National Skin Centre, Singapore
Gil Yosipovitch, MD
Professor and Chair, Department de Dermatology and Itch Center, Temple University School de
Medicine, Philadelphia, PA
Jeffrey D. Bernhard, MD, FRCP(Edin)
Professor Emeritus, University de Massachusetts Medical School, Worcester, MA
Artigo original: Tey HL, Yosipovitch G, Bernhard JD. Pruritus. ACP Medicine. 2011.
[The original English language work has been published by DECKER INTELLECTUAL PROPERTIES
INC. Copyright © 2015 Decker Intellectual Properties Inc. All Rights Reserved.]
Tradução: Soraya Imon de Oliveira.
Revisão técnica: Dr. Lucas Santos Zambon
O prurido, ou coceira, pode ser definido como uma experiência sensorial e emocional desagradável,
que provoca um desejo de coçar. A coceira “aguda” fisiológica normal ocorre diariamente, enquanto aquela
resultante de eventos como picadas de inseto e irritação cutânea usualmente pode ser anulada coçando a
área afetada. Por outro lado, a coceira crônica, que é definida pela International Society for the Study of Itch
(IFSI) como sendo a coceira que persiste no mínimo por seis semanas, frequentemente é agravada pelo ato
de coçar e está associada a uma morbidade significativa.
O foco deste capítulo é o prurido crônico. O tratamento deste tipo de prurido requer esforços para
determinar a(s) causa(s), que pode(m) ser dermatológica(s) ou não dermatológica(s). Também é essencial
reconhecer a natureza multidimensional do problema e abordar, além do aspecto sensorial, as alterações
que afetam a cognição e a emoção que o acompanham.
Conforme esclareceremos neste capítulo, é fundamentalmente importante reconhecer que algumas
doenças sistêmicas subjacentes, como hipertireoidismo e doença de Hodgkin, podem ter a coceira como
uma das principais queixas. Igualmente essencial é reconhecer que o ato de coçar, em determinadas
circunstâncias, pode produzir erupção cutânea, de modo que a presença deste achado não exclui a
possibilidade de um distúrbio não cutâneo subjacente.
Visão geral da abordagem ao paciente com prurido crônico
O primeiro passo consiste em determinar se os sintomas são atribuíveis a uma doença dermatológica
[ver Figura 1]. Se nenhuma lesão cutânea primária responsável pelos sintomas puder ser encontrada ou se
houver apenas lesões produzidas pelo ato crônico de coçar, devem ser realizadas pesquisas para procurar
causas sistêmicas e/ou neurológicas. Se não houver causas orgânicas, é possível que a origem dos
sintomas seja psicogênica.
Causas de prurido crônico
As causas de prurido crônico podem ser classificadas em quatro grupos principais: dermatológicas,
sistêmicas, neurológicas e psicogênicas [ver Tabela 1].1 Alguns pacientes apresentam mais de um fator
causal contribuinte e estes casos são classificados como “mistos”. As doenças dermatológicas são a causa
mais comum de prurido crônico, encontradas em 57-96% dos pacientes consultados no departamento de
dermatologia por causa de coceira crônica.2 A doença sistêmica é a segunda causa mais comum, com 1640% dos pacientes com prurido generalizado apresentando doença sistêmica associada.3
Avaliação clínica
Obtenção da história
A história deve fornecer pistas do processo patológico, bem como ajudar na formulação de possíveis
diagnósticos e de um plano de tratamento efetivo, incluindo tanto o tratamento sistêmico quanto o tratamento
particular. A Tabela 2 lista a informação relevante que pode ser obtida por meio da história.
Exame físico
Os propósitos do exame físico são primariamente:
• Identificar a presença de uma patologia cutânea primária
• Identificar achados de doenças sistêmicas subjacentes
É essencial distinguir entre dermatoses primárias e lesões produzidas pelo ato de coçar crônico, as
quais consistem em escoriações, prurigo nodular [ver Figura 2], líquen simples crônico [ver Figura 3] e
hiperpigmentação pós-inflamatória. Outro indício de que as lesões observadas são secundárias e não
primárias é o sinal da borboleta. Este sinal consiste em uma região de pele normal no dorso, destacada em
padrão de borboleta pelas áreas que são coçadas de modo persistente. Resulta da incapacidade do paciente
de alcançar a parte mediana do dorso.
As dermatoses comuns em que a coceira constitui um achado significativo incluem:
• Eczema, endógeno e exógeno
• Urticária
• Picadas de artrópodes, em especial sarna
• Líquen plano
O diagnóstico clínico das doenças cutâneas depende primariamente da morfologia das lesões. Uma
lista de dermatoses tipicamente pruriginosas é apresentada na Tabela 3, sendo que as diversas dermatoses
têm sido classificadas de acordo com as morfologias que apresentam. A distribuição das lesões cutâneas
às vezes pode fornecer indícios valiosos do diagnóstico, particularmente quando a morfologia das lesões
não é típica da doença, como ocorre durante os estágios iniciais da doença ou após o início do tratamento.
As dermatoses pruriginosas com localizações clássicas de distribuição são listadas na Tabela 4.
Em pacientes que apresentam prurido generalizado na ausência de dermatoses primárias
subjacentes, as causas sistêmicas devem ser consideradas em primeiro lugar. Os sinais clínicos observados
em várias doenças sistêmicas são listados na Tabela 5. De forma pouco comum, uma neuropatia central,
como um acidente vascular encefálico ou neoplasia, podem gerar prurido generalizado. O prurido
generalizado deve ser atribuído a causas psicogênicas somente se as causas orgânicas tiverem sido
excluídas.
Em casos de prurido localizado na ausência de dermatose primária, a origem neurológica é provável.
Isto é especialmente válido caso haja sensações associadas de dor, ardência e/ou disestesia. As várias
condições neuropáticas e suas distribuições típicas são apresentadas na Tabela 6. Se a distribuição do
prurido envolver uma área ampla de modo unilateral, deve ser realizado um exame neurológico completo
com o objetivo de localizar a neuropatologia central subjacente.
Investigações
As investigações devem ser priorizadas de acordo com os achados clínicos. Entretanto, em pacientes
com prurido generalizado na ausência de sinais e sintomas localizadores, os exames de triagem (destacados
na Tabela 7) podem ser realizados primeiro na busca de uma doença sistêmica subjacente.
Dependendo dos achados clínicos e resultados dos testes de triagem, investigações adicionais
(destacadas na Tabela 8) podem ser conduzidas conforme a necessidade.
Tratamento
O tratamento do prurido deve ser direcionado para a doença subjacente e ajustado individualmente
para o paciente. É importante identificar e tratar a(s) causa(s) e, se isto não for possível, o foco do tratamento
deve ser o controle dos sintomas e a melhora da capacidade funcional do paciente.
Medidas gerais
Em geral, existem algumas medidas que podem ser úteis em casos de prurido, as quais são
destacadas na Tabela 9. Delegar aos pacientes alguns aspectos do tratamento também lhes proporcionará
algum senso de controle sobre um sintoma em relação ao qual muitos relataram ter perdido o controle.
Terapias tópicas
Uma visão geral sobre as terapias tópicas para prurido é apresentada na Tabela 10.
Agentes refrescantes
Mentol, cânfora e fenol têm sido usados há séculos para aliviar a coceira. Estas substâncias estimulam
fibras nervosas transmissoras da sensação de frio e, assim, mascaram a sensação de coceira. São úteis
para a maioria dos tipos de condições pruriginosas e são particularmente úteis para pacientes cujas coceiras
melhoram a baixas temperaturas. Seu efeito anticoceira, todavia, é apenas temporário e todas têm o
potencial de causar irritação cutânea. O mentol, em concentrações de até 16%, foi aprovado pelo Food and
Drug Administration para uso externo sem prescrição, enquanto a cânfora e o fenol são manipulados para
uso como cremes na concentração de 1-2%.
Capsaicina
A capsaicina tópica é o componente ativo da pimenta. Liga-se ao receptor vaniloide de potencial de
receptor transiente-1 (TRPV1) presente nos nervos sensoriais existentes na pele, para liberar neuropeptídios
(como a substância P), resultando em uma sensação de ardência. Isto leva à dessensibilização das fibras
nervosas, de modo que a aplicação da substância por tempo prolongado pode resultar em degeneração de
fibras nervosas epidérmicas. Foi relatado que a capsaicina é efetiva em casos de prurido neuropático, como
o prurido pós-herpético, notalgia parestética e prurido braquiorradial, bem como em outras condições
pruriginosas, incluindo prurigo nodular, prurido aquagênico e prurido urêmico. 4–6 A capsaicina é
comercializada sem prescrição, em forma de preparações a 0,025-0,1% que devem ser aplicadas 3-6 vezes
ao dia. A complacência, entretanto, é precária devido à sensação de ardência intensa associada ao início
do uso. Este efeito colateral pode ser minimizado com a aplicação de um agente anestésico de uso tópico
meia hora antes da aplicação de capsaicina, sendo que essa sensação usualmente desaparece com o uso
contínuo por alguns dias.
Investigações
As investigações devem ser priorizadas de acordo com os achados clínicos. Entretanto, em pacientes
com prurido generalizado na ausência de sinais e sintomas localizadores, os exames de triagem (destacados
na Tabela 7) podem ser realizados primeiro na busca de uma doença sistêmica subjacente.
Dependendo dos achados clínicos e resultados dos testes de triagem, investigações adicionais
(destacadas na Tabela 8) podem ser conduzidas conforme a necessidade.
Tratamento
O tratamento do prurido deve ser direcionado para a doença subjacente e ajustado individualmente
para o paciente. É importante identificar e tratar a(s) causa(s) e, se isto não for possível, o foco do tratamento
deve ser o controle dos sintomas e a melhora da capacidade funcional do paciente.
Medidas gerais
Em geral, existem algumas medidas que podem ser úteis em casos de prurido, as quais são
destacadas na Tabela 9. Delegar aos pacientes alguns aspectos do tratamento também lhes proporcionará
algum senso de controle sobre um sintoma em relação ao qual muitos relataram ter perdido o controle.
Terapias tópicas
Uma visão geral sobre as terapias tópicas para prurido é apresentada na Tabela 10.
Agentes refrescantes
Mentol, cânfora e fenol têm sido usados há séculos para aliviar a coceira. Estas substâncias estimulam
fibras nervosas transmissoras da sensação de frio e, assim, mascaram a sensação de coceira. São úteis
para a maioria dos tipos de condições pruriginosas e são particularmente úteis para pacientes cujas coceiras
melhoram a baixas temperaturas. Seu efeito anticoceira, todavia, é apenas temporário e todas têm o
potencial de causar irritação cutânea. O mentol, em concentrações de até 16%, foi aprovado pelo Food and
Drug Administration para uso externo sem prescrição, enquanto a cânfora e o fenol são manipulados para
uso como cremes na concentração de 1-2%.
Capsaicina
A capsaicina tópica é o componente ativo da pimenta. Liga-se ao receptor vaniloide de potencial de
receptor transiente-1 (TRPV1) presente nos nervos sensoriais existentes na pele, para liberar neuropeptídios
(como a substância P), resultando em uma sensação de ardência. Isto leva à dessensibilização das fibras
nervosas, de modo que a aplicação da substância por tempo prolongado pode resultar em degeneração de
fibras nervosas epidérmicas. Foi relatado que a capsaicina é efetiva em casos de prurido neuropático, como
o prurido pós-herpético, notalgia parestética e prurido braquiorradial, bem como em outras condições
pruriginosas, incluindo prurigo nodular, prurido aquagênico e prurido urêmico. 4–6 A capsaicina é
comercializada sem prescrição, em forma de preparações a 0,025-0,1% que devem ser aplicadas 3-6 vezes
ao dia. A complacência, entretanto, é precária devido à sensação de ardência intensa associada ao início
do uso. Este efeito colateral pode ser minimizado com a aplicação de um agente anestésico de uso tópico
meia hora antes da aplicação de capsaicina, sendo que essa sensação usualmente desaparece com o uso
contínuo por alguns dias.
Uma nova formulação transdérmica de alto potencial, contendo 8% de capsaicina (Qutenza) começou
a ser comercializada recentemente para uso no tratamento da neuralgia pós-herpética.7 Uma única aplicação
de 30 ou 60 minutos pode proporcionar alívio da dor local por até três meses sem produzir efeitos colaterais.
Apesar da inexistência de dados, esta formulação poderia ser potencialmente útil para a coceira neuropática.
Anestésicos tópicos
Anestésicos tópicos tem sido usados efetivamente na coceira neuropática, incluindo a neuralgia pósherpética, prurido braquiorradial e notalgia parestética, bem como na coceira facial e anogenital. As
preparações incluem creme de pramoxina a 1%, uma mistura eutética de lidocaína e prilocaína a 2,5%
(EMLA), e lidocaína a 3% na forma de loção e creme para manto ácido. Um emplastro contendo lidocaína a
5% também passou a ser comercializado recentemente para tratamento da neuralgia pós-herpética8 e pode
ser igualmente útil para condições pruriginosas localizadas.
Canabinoides tópicos
Receptores de canabinoide têm sido encontrados em fibras nervosas cutâneas e foi demonstrado que
os agonistas canabinoides tópicos suprimem a dor e a coceira. Foi constatado que um creme contendo Npalmitoiletanolamina (PEA), que aumenta os níveis cutâneos de um canabinoide endógeno, diminui
significativamente o prurido e a gravidade da doença na dermatite atópica.9 Estudos-piloto envolvendo o uso
de um emoliente contendo PEA no tratamento do prurido urêmico, prurigo nodular e líquen simples crônico
também mostraram resultados promissores.10
Corticosteroides tópicos
Não há comprovação de que os corticosteroides tópicos exerçam efeitos antiprurídicos diretos. São
úteis apenas para condições cutâneas em que o prurido é secundário à inflamação, como a dermatite atópica
ou a psoríase.
Inibidores de calcineurina tópicos
Os inibidores de calcineurina tópicos têm sido usados primariamente como agentes anti-inflamatórios,
mas também foi demonstrado que exercem efeito antiprurídico direto, possivelmente via ativação de TRPV1.
Os distúrbios em que os inibidores de calcineurina tópicos têm sido usados de modo efetivo são listados na
Tabela 11.11,12 O tacrolimo, em forma de pomada nas concentrações de 0,03 e 0,1%, e o pimecrolimo, em
forma de creme a 1%, são as preparações comerciais disponíveis. Similarmente à ciclosporina, inibem a
ativação de linfócitos T e são substancialmente menores ao nível molecular, permitindo uma maior
penetração percutânea. O efeito colateral mais comum destes agentes é uma sensação de ardência no sítio
de aplicação. Entretanto, isto também faz parte do processo que resulta na diminuição da coceira.
Tabela 2 Lista de checagem para história do paciente
Sintomas de coceira
Localização
Generalizada
Localizada
Duração: curso temporal da coceira e do ato de coçar
Contínua
Intermitente
Durante o tempo livre
Noturna
Paroxística
Achados associados
Dor
Ferroada, ardência, formigamento (sensação de insetos rastejando
sobre/na pele)
Disestesia
Gravidade
Gradação de 1 a 10
Interferência nas atividades diárias e no sono
Fatores deflagradores, por exemplo,
Associação com trabalho, passatempo, relacionamentos
Medicações, exercício, calor, água, material de vestuário, etc.
Fatores aliviadores
Frio/calor
Medicações
Revisão sistêmica e história de antecedentes
Sintomas sistêmicos
Sintomas constitutivos, incluindo febre e suores, apetite e perda de peso
Sintomas órgão-específicos
História farmacológica
Alergias a fármacos
Fármacos prescritos, tradicionais, sem prescrição e drogas ilícitas
tomadas. Os fármacos/drogas podem dar origem a um prurido generalizado sem
erupções cutâneas, sendo que os agentes comuns incluem:
Opiáceos
Aspirina
Cloroquina
Inibidores de enzima conversora de angiotensina
Penicilinas
Inibidores de receptor de fator de crescimento epidérmico
História médica pregressa
Atopia (eczema, rinite alérgica, asma)
Diabetes, rim, fígado, tireoide e outras doenças sistêmicas
História familiar
Atopia ou doença cutânea, ou condições pruriginosas similares
História de viagens
História de contato
Doenças
Substâncias como fibra de vidro e lã
História social
Ocupação
Estrutura familiar e relacionamentos
Passatempos
Fontes de estresse
Anti-histamínicos tópicos
A doxepina é um antidepressivo tricíclico com poderosas propriedades anticolinérgicas e antihistamínicas H1 e H2. É disponibilizado como creme a 5% e foi comprovado que diminui o prurido na
dermatite atópica e nas doenças pruriginosas localizadas.13 A sonolência ocorre em cerca de 25% dos
pacientes e isto limita sua utilidade. Outros efeitos colaterais comuns são a dermatite de contato alérgica e
uma sensação de ardência. Outros anti-histamínicos tópicos têm sido usados para tratar reações a picadas
de inseto e coceira localizada, mas têm se mostrado inefetivos no prurido crônico.
Clique na imagem para ampliar
Figura 2 - Prurigo nodular: múltiplos nódulos escoriados ceratóticos com eritema circundante e
hiperpigmentação pós-inflamatória.
Figura 3 - Marcação acentuada das linhas cutâneas e espessura da pele no líquen simples crônico.
O escroto é uma localização comum e difícil de tratar.
Tabela
pruriginosas
3 Abordagem
Dermatoses
Lesões
eczematosas
morfológica
dermatoses
Eczema endógeno e
exógeno*
Erupção
farmacológica
Picadas
artrópodes
tipicamente
Imagem clínica
Causa
conglomeração
estágio-dependente de
Reação
formação de cicatriz,
hipersensibilidade
pequenas
erosões,
infestação por sarna
exsudação,
pápulas,
eritema e liquenificação)
Pápulas
das
de
à
T3-1
de
T3-2
Foliculite
Erupção
pruriginosa
papular
Líquen amiloide*
Psoríase
Líquen plano*
Lesões
papuloescamosas
Ptiríase rósea
Ptiríase rubra pilosa
Picadas
artrópode*
Papulovesículas
T3-3
de
T3-4
Dermatite
herpetiforme*
T3-5
Urticária
Fase
inicial
penfigoide bolhoso
Lesões
pruriginosas
do
Pápulas e placas de
urticária pruriginosas na
gravidez*
T3-6
*Doenças com fotos clínicas mostradas à direita.
T3-1 Pápulas eritematosas que se tornaram levemente lodosas sobre a bochecha de um menino com
dermatite atópica. O ato de coçar com frequência tem resultado em certo grau de liquenização.
T3-2 Múltiplas pápulas ceratóticas, ocorrendo tipicamente em torno das bochechas e gravemente
pruriginosas. O líquen amiloide é comum nas populações asiáticas e hispânicas.
T3-3 Lesões pruriginosas, púrpuras, polidas, poligonais, planares e papuloescamosas de líquen plano.
T3-4 Placas inflamadas com bolhas e vesículas centrais em uma reação à picada de artrópode
bolhosa.
T3-5 Múltiplas vesículas agrupadas (ou herpetiformes) e escoriações sobre as nádegas de um
paciente com dermatite herpetiforme.
T3-6 As placas e pápulas de urticária pruriginosas na gravidez tipicamente ocorrem nas gestantes
durante o 3º trimestre da primeira gravidez, aparecendo primeiro nas estrias abdominais.
Tabela 4
distribuição
Dermatoses pruriginosas com localizações clássicas de
Sítio
Doença cutânea
Flexões
Dermatite atópica
Espaços
intermembranosos
mãos
Imagem clínica
nas
Sarna*
Áreas expostas dos
Picadas
membros
artrópode*
Cotovelos, joelhos
e região periumbilical
T4-1
de
T4-2
Psoríase*
T4-3
Cotovelos, joelhos
Dermatite
e nádegas
herpetiforme*
T4-4
Região genital
Candidíase, sarna*
T4-5
Líquen escleroso*
T4-6
*Doenças com fotos clínicas mostradas à direita.
T4-1 Uma erupção escamosa intensamente pruriginosa nas membranas interdigitais caracteriza a
infestação por sarna, embora usualmente não seja detectável nos estágios iniciais da infestação.
T4-2 Picadas de artrópode, alguns dias depois: pápulas e suas placas eritematosas circundantes,
exibindo sinais de inflamação em processo de resolução.
T4-3 Placas papuloescamosas de cor salmão-rosa circundando o umbigo—localização comum de
lesões de psoríase.
T4-4 Na dermatite herpetiforme, a erupção é tipicamente bastante pruriginosa, e usualmente são vistas
pápulas escoriadas e erosões, em vez de vesículas.
T4-5 Nódulos eritematosos pruriginosos no escroto e pênis são altamente sugestivos de infestação
por sarna. As pulgas raramente são encontradas nestes nódulos que, por sua vez, tendem a representar
uma reação de hipersensibilidade.
T4-6 Placas pruriginosas hipopigmentadas e endurecidas nos genitais caracterizam o líquen
escleroso. Perto da coroa, houve desenvolvimento de carcinoma de células escamosas, uma conhecida
complicação do líquen escleroso.
Tabela 5 Doenças sistêmicas e sinais clínicos associados
Condição
Sinais físicos
Comprometimento
Fascies urêmicas (amarelamento e palidez), congelamento
renal crônico
urêmico, unhas meio-a-meio, edema
Doença
crônica
Leuconíquia, eritema palmar, contraturas de Dupuytren, asterix,
hepática icterícia, palidez, xantelasma, angiomas aracneiformes, ginecomastia,
hepatomegalia, esplenomegalia, ascites, púrpura e edema bipedal
Tireotoxicose
Tremores das mãos, taquicardia, exoftalmia, gota
Malignidades
Hepatomegalia, linfadenopatia, massas retais e prostáticas
Tabela 6 prurido localizado e neuropatia subjacente
Sítio de prurido
Neuropatia
Interescapular, usualmente
unilateral
Notalgia parestética
Aspectos externos
antebraços e braços
prurido braquiorradial
dos
Aspecto anterolateral da
Meralgia parestésica
coxa
Em
dermatomática
distribuição
Uma
ampla
área
envolvimento unilateral
prurido pós-herpético
de
Lesões
centrais
(acidente
encefálico, neoplasia, etc.)
vascular
Tabela 7 Testes de triagem de prurido
Hemograma completo
Velocidade de hemossedimentação
Ureia, eletrólitos (inclusive cálcio), creatinina
Glicemia
Provas de função hepática
Provas de função tireoidiana
Raio x torácico
Tabela 8 Investigações adicionais consoantes com os achados clínicos e
resultados de testes de triagem
Sorologia para HIV
Exames de fezes para pesquisa de ovos e parasitas, especialmente quando
houver eosinofilia periférica
Exames para ferro, especialmente se o paciente estiver anêmico
Ferro sérico
Capacidade de ligação de ferro total
Ferritina
Marcadores tumorais
Antígeno carcinoembrionário
a-fetoproteína
CA-19-9
Antígeno específico da próstata ou CA-125
Exame de sangue oculto nas fezes
Tomografia computadorizada de tórax e abdome em casos com suspeita de
linfoma
Imagem de ressonância magnética da coluna vertebral, em casos com
suspeita de prurido braquiorradial e notalgia parestética
Tabela 9 Medidas gerais
Cuidados com a pele
Hidratantes. Ao melhorarem a função da barreira cutânea, os hidratantes
conseguem aliviar o prurido em condições como dermatite atópica, ictiose,
prurido urêmico e prurido senil.
Agentes de limpeza com pH baixo. Como os sabonetes com pH alto
danificam a barreira cutânea e ativam as serina proteases indutoras de coceira,
o uso de agentes de limpeza com pH baixo ajudará a diminuir a coceira.
Temperatura
A sensação de coceira comprovadamente aumenta com a elevação da
temperatura. As medidas que aplicam esta propriedade consistem em:
Tomar banho em água fria e não em água quente
Usar roupas leves, feitas de algodão
Permanecer em ambientes frescos
Usar hidratantes mantidos sob refrigeração
Recomendações gerais
Evitar os fatores desencadeantes e agravantes da coceira, como vestir
roupas feitas de lã ou fibras sintéticas
Manter as unhas aparadas
Evitar coçar diretamente as lesões pruriginosas, batendo de leve ou
esfregando difusamente ao redor das áreas de coceira
Aspirina tópica
A aspirina tópica é comprovadamente efetiva em casos de líquen simples crônico,14 embora a aspirina
oral não exerça efeito antiprurídico clínico. Foi demonstrado que as prostaglandinas intensificam a coceira
induzida por histamina, sendo que a eficácia da aspirina tópica pode estar relacionada à inibição das
prostaglandinas.
Tratamento sistêmico
A Tabela 12 traz uma visão geral das terapias sistêmicas atualmente em uso no tratamento do prurido.
A nossa recomendação para o tratamento de várias condições pruriginosas, com uma abordagem por
etapas, é apresentada na Tabela 13.
Anti-histamínicos orais
A eficácia dos antagonistas de receptor de histamina H1 nas doenças pruriginosas é limitada, exceto
principalmente nas doenças mediadas pela histamina, como a urticária, a mastocitose e as reações a
picadas de insetos. Os anti-histamínicos de primeira geração, todavia, atuam no prurido noturno produzindo
efeitos sedativos e levemente tranquilizantes. Recentemente, foi demonstrado que o receptor de histamina
H4 atua no prurido e na inflamação, sendo que os antagonistas de H4 são promissores como novos agentes
para tratamento do prurido.
A doxepina (ver anteriormente), como anti-histamínico, exerce pouco efeito na maioria das condições
pruriginosas crônicas, com exceção do tratamento da urticária crônica. Suas propriedades sedativas e
antidepressivas, contudo, podem ser úteis em casos de prurido crônico. A doxepina oral tipicamente é
iniciada com doses de 10-20 mg antes da hora de dormir, tituladas até a dose máxima de 150 mg a cada
noite. O principal problema com o uso de doxepina são seus efeitos colaterais anticolinérgicos (sedação,
ressecamento dos olhos e da boca, visão turva e retenção urinária) e cardiovasculares (hipotensão
ortostática e perturbação da condução cardíaca). Sendo assim, em pacientes idosos, a doxepina deve ser
usada com cautela e retirada gradativamente.
Tabela 10 Tratamento tópico para prurido
Agentes
refrescantes:
cânfora, fenol
Principais
colaterais
Indicações
Agente
mentol,
Maioria
das
condições pruriginosas
efeitos
Irritação da pele
Coceira neuropática
Prurigo nodular
Capsaicina a 0,025–
prurido aquagênico
prurido urêmico
0,1%
Anestésicos
Inibidores
calcineurina
NPalmitoiletanolamina
Coceira neuropática
de
Sensação
ardência inicial
Entorpecimento
Eczema (vários tipos)
Sensação
e prurido anogenital
ardência temporária
Dermatite
pele ressecada
de
de
atópica,
Irritação da pele
Sonolência em 25%
dos pacientes
Dermatite atópica
Doxepina
prurido localizado
Dermatite de contato
alérgica
Aspirina
Líquen
crônico
simples
Sensação
ardência temporária
de
Anticonvulsivos
A gabapentina, um análogo estrutural do neurotransmissor ácido y-aminobutírico (GABA), é
comprovadamente efetiva no tratamento da coceira neuropática (como prurido pós-herpético, prurido
braquiorradial e notalgia parestética), prurido urêmico, prurigo nodular e prurido pós-queimadura.15–
17 Usualmente, é bem tolerada e seus efeitos colaterais mais frequentes consistem em sonolência, ataxia,
visão turva e constipação. A pregabalina é um composto mais moderno, com estrutura e função similares
as da gabapentina, porém com efeitos colaterais menos frequentes. As dosagens destes dois fármacos
precisam ser ajustadas para pacientes com comprometimento renal.
Antagonistas e agonistas de opiáceos
Foi proposto que o excesso de atividade de receptor de opiáceo µ, em comparação à atividade de
receptor de opiáceo k, resulta em prurido. Em estudos randomizados controlados, foi demonstrado que os
antagonistas de opiáceos µ, como naltrexona e naloxona, são efetivos para o tratamento do prurido
associado com colestase, dermatite atópica e urticária crônica.18 A eficácia destes agentes contra o prurido
urêmico, todavia, é inconclusiva, uma vez que os estudos mostram resultados conflitantes. Os efeitos
colaterais produzidos pelos antagonistas de opiáceos µ incluem náusea e vômito, insônia e, ainda que
raramente, hepatotoxicidade.
Tabela 11 Doenças em que os inibidores de calcineurina tópicos promovem
efeito antipruriginoso comprovado
Eczema
Dermatite atópica
Dermatite de contato
Dermatite seborreica facial
prurido anogenital
Eczema escrotal
Psoríase genital
Líquen escleroso
prurido de origem indeterminada
Líquen plano
O butorfanol é um agonista concomitante de receptores de opiáceo  e . Tem sido usado de modo
efetivo em relatos de caso, no tratamento do prurido associado à administração de morfina, colestase,
prurigo nodular, idade avançada, linfoma não Hodgkin e colagenose perfurante.19,20 É comercializado como
preparação intranasal.
O hidrocloreto de nalfurafina é um agonista de receptor de opiáceo  comprovadamente efetivo no
tratamento do prurido urêmico.21 Seu uso atualmente está aprovado somente no Japão.
Antidepressivos
A mirtazapina é um antidepressivo noradrenérgico e serotonérgico específico que, segundo alguns
relatos de caso, é efetivo no tratamento do prurido associado a malignidades22,23 e prurido noturno da
dermatite atópica.24 Seus principais efeitos colaterais são a sonolência e o ganho de peso, embora possa
causar hepatotoxicidade e agranulocitose (ainda que raramente).
Foi relatado que os inibidores de recaptação de serotonina seletivos (SSRIs), paroxetina, sertralina,
fluvoxamina e fluoxetina, são efetivos no tratamento do prurido.25–27 A paroxetina tem sido usada efetivamente
em casos de prurido associado com malignidades hematológicas e tumores sólidos, 28 enquanto a sertralina
é comprovadamente efetiva no tratamento do prurido colestático.26 Notavelmente, todas as medicações
psicoterapêuticas mencionadas exibem um “retardo terapêutico” de cerca de 2-4 semanas, até que seu
efeito clínico se torne evidente.
Talidomida
Tem sido demonstrado que a talidomida é efetiva no tratamento do prurigo nodular, prurido urêmico e
prurigo actínico.29 Vários mecanismos de ação foram propostos, entre os quais a inibição da síntese de fator
de necrose tumoral–, a ação direta sobre fibras nervosas para bloquear a transmissão de sinal aferente, e
o efeito sedativo central. Como resultado de seus efeitos adversos de teratogenicidade e neuropatia
periférica, bem como do alto custo, a talidomida raramente é usada.
Inibidores de neurocinina-1
A substância P é um importante neuropeptídeo mediador da coceira. Liga-se aos receptores de
neurocinina, em particular ao receptor de neurocinina-1 (NKR1). O aprepitante é um antagonista seletivo de
NKR1 de alta afinidade atualmente usado na prevenção da êmese induzida por quimioterapia. Relatos
emergentes têm documentado sua eficácia no tratamento do prurido associado à síndrome de Sézary,
linfoma de células T cutâneo eritrodérmico, sarcoma metastático e carcinoma de mama, administração de
erlotinibe e prurigo nodular.30,31 O fármaco geralmente é bem tolerado e os efeitos colaterais se mostraram
leves. Entretanto, seu custo é extremamente alto e sua eficácia como agente antiprurídico precisa ser
verificada em estudos randomizados controlados.
Tabela 12 Terapias sistêmicas em uso para prurido
Classe
medicação
de
Medicação
dosagens
e
Principal
indicação
Principal
colateral
Primeira geração
Hidroxizina
Adultos:
30–
100 mg/dia em 3 doses
divididas
Crianças
30
meses–15
anos:
1
mg/kg/dia em doses
divididas
Difenidramina
Adultos: 25–50
mg, 2x/dia
Antihistamínicos
Crianças > 2
anos: 1–2 mg/kg , a
Coceira noturna
cada 6–8 h Maleato de (portanto, usualmente
clorfeniramina
administrados à noite)
Sedação
efeito
Adultos: 4 mg, a
cada 6–8 h
Crianças:
0,1
mg/kg , a cada 6–8 h
Segunda geração
Loratadina
Adultos
e
crianças = 12 anos: 10
mg/dia
Crianças
2–12
anos:
>30 kg: 10 mg/dia;
=30 kg: 5 mg/dia
Cetirizina
Adultos
e
crianças = 6 anos: 10
mg/dia ou 5 mg 2 x/dia
Crianças
2–5
anos: 2,5 mg 2 x/dia ou
5 mg/dia
Insuficiência renal
ou hepática: diminuir as
doses pela metade
Fexofenadina
Adultos
e
crianças = 12 anos: 60
mg, 2 x/dia ou 120
mg/dia ou 180 mg/dia
Crianças 6–11
anos: 30 mg, 2 x/dia
Urticária
Infrequente
Mastocitose
Comprometimento
renal: considerar dose <
Reações
60 mg/dia
picadas de inseto
a
Sonolência
Boca seca
Gabapentina
300–3.600
mg/dia em 3 doses
divididas
Para pacientes de
diálise,
100–300
após cada diálise
Anticonvulsivos
Pregabalina
mg
Coceira
neuropática
Sonolência
prurido urêmico
Prurigo nodular
prurido
queimadura
pós-
Ataxia
Visão turva
Constipação
Inchaço da perna
150–450
mg/dia em 2–3 doses
divididas
Náusea e vômito
prurido
associado com:
Insônia
Colestase
Antagonistas de
receptor de opiáceo µ
Naltrexona
Reversão
da
analgesia por opiáceo
Dermatite
atópica
Urticária crônica
25–50 mg, o.m.
Hepatotoxicidade
(raramente)
Butorfanol:
Sonolência
Butorfanol
Náusea
1–4 mg por via
intranasal o.n.
Agonistas
de
receptor de opiáceo 
e
vômito
prurido urêmico
Nalfurafina
2,5–5 µg o.m.
Nalfurafina:
Insônia
(nalfurafina)
prurido
associado
malignidade
à
prurido
noturno
na
Mirtazapina
dermatite
atópica
Sonolência
Ganho de peso
Considerar em
7,5–15 mg no
casos
de
prurido
início, até 45 mg o.n.
associado
com
SSRIs
depressão
e/ou
ansiedade
Paroxetina
10–40 mg/dia
Sertralina
75–100 mg/dia
Fluvoxamina
prurido
associado
malignidades
hematológicas
tumores sólidos
Doxepina
10–150 mg o.n.
Amitriptilina
Antidepressivos
Talidomida
25–75 mg o.n.
100–200 mg/dia
Disfunção sexual
Efeitos
com anticolinérgicos:
(paroxetina)
25 mg por 3
prurido
dias, seguida de 50–150
colestático
mg/dia
(sertralina)
Antidepressivos
tricíclicos
Insônia
Sonolência
e
Olhos
e
boca
seca
Visão turva
Retenção
urinária
Urticária
Efeitos
idiopática
crônica cardiovasculares:
(doxepina)
Hipotensão
Coceira
ortostática
neuropática
Perturbações da
(amitriptilina)
condução
Prurigo nodular
Teratogenicidade
prurido urêmico
Prurigo actínico
Neuropatia
periférica
Sonolência
Malignidades
hematológicas
Antagonista de
receptor
de
Apretitante,
neurocinina-1
mg/dia
80
Tumores sólidos
Náusea
Prurigo nodular
Tontura
Dermatite
UVB, UVA de
atópica
banda ampla e estreita
Psoríase
UVA
e
UVB
combinadas
prurido urêmico
Fototerapia
PUVA,
tópica
oral
e
prurido
colestático
Bronzeamento
Malignidades
cutâneas
Tabela 13 Opções de tratamento em etapas recomendado para várias doenças pruriginosas
prurid
Etapa
Dermatite
atópica
Psorías
e
prurid
o urêmico
prurido
colestático
Hidrat
o
associado
a
malignidad
es
hematológi
cas
Cocei
ra
neuropática
UVBBE ou
antes
Correç
ão
de
desequilíbri
os de cálcio
e
PUV
A
Mirta
zapina
fosfato
1
7,5–
15
mg
Hidratant
isolada ou
es
Diálise
combinada
de
alta
Corticost
com
permeabilid
eroides tópicos
Colestir gabapentin
ade
Cortico
amina,
4 a
Inibidores
steroides
Caps
Tratar g/dia
no
de calcineurina
(300
aicina
início,
tópicos
Alcatrã hiperparatir
mg o.n., até
eoidismo
máximo
de
4
o
2.400
0,025
Antisecundário
g 4×/dia
mg/dia)
–0,1%
histamínicos
Ácido
Gabap
Desco
sedativos
(à salicílico
Paro
3–
entina
100–
mpressão
noite)
xetina
6×/dia
Análog 300
mg cirúrgica do
Alcatrão
os
da após cada ducto
10–
Anest
(opcional)
vitamina D
diálise
colédoco
40 mg/dia
esia tópica
Gaba
pentinae
Hidratant
e contendo
3.600
Hidrat
Terapia
do pijama duplo
Fototerap
ia
Fototer
Imunossu
pressores
sistêmicos
apia
Metotre
xato
(predniso
na,
Ciclosp
orina
ciclospori
2
na,
300–
UVA/B
Npalmitoiletanola
mina
Acitreti
na
Antago
nista
de
opiáceo ?
ante
contendo NNaltrex
Butor
palmitoileta
ona
25–50 fanol
nolamina
mg o.m.
3–4
BBUV
Naloxo mg por via
B
na 0,4 mg IV, intranasal
seguida de
Capsa
infusão
de
Pred
icina
para 0,2 µg/kg/min nisolona
lesões
expostas à
Sertrali
30–
esfregação
na
75–100 60 mg o.m.
crônica
mg/dia
e afunilar
mg/di
a
Prega
balina
150–
450
mg/di
a
Amitri
ptilina
25–75
mg
azatioprin
Rifampi
cina 300–600
mg/dia
a)
o.n.
Agoni
sta opiáceo
?
Nalfur
afina 5 µg
após
a
diálise
Butorf
anol 1–4 mg
o.n. por via
intranasal
Carvã
o ativado
6 g/dia
em 1–3
doses
divididas
Mirtaz
apina 7,5–
15 mg o.n.
Antidepre
ssivos
Pento
xifilina 600
mg
3×/semana
após
a
diálise
Mirtazapi
na
7,5–15
mg o.n.
SSRI
Naltrexon
a 25–
50
mg
o.m.
Psicotera
3
pia
SSRI
Talido
mida
100
mg
(conforme a
necessidad
e)
Agente
s biológicos
Trans
anti-TNF
plante renal
O
ajuste
de
dose
conforme o
clearance
da creatinin
a
é
requerido
para
gabapentina
Com
entários
e
pregabalina.
Apre
pitante
Transpl
ante
de
80
fígado
mg/dia
Pacient
es
com
prurido
colestático
apresentam
níveis
plasmáticos
elevados de
opiáceo,
além
dos
níveis
de
Pode
ser
tentada a
estimulação
elétrica
nervosa
transcutâne
a
A
pregabalina
pode
ser
usada se o
paciente
apresentar
efeitos
colaterais
com
Gabap
entina.
UVBBA é melhor
que UVBBE.
UVA é
inefetivo.
O
carvão deve
ser tomado
com
antecedênci
a mínima de
duas horas
em relação
às
medicações
orais.
A
pentoxifilina
é um inibidor
fraco
de
TNF-.
ácidos
biliares.
Colestir
amina: quela
os
ácidos
biliares
intestinais; é
efetiva
em
especial para
CBP;
os
efeitos
colaterais
incluem
constipação,
distensão por
gases; outros
fármacos
orais devem
ser
administrado
s
> 1 h
antes ou > 4
h após a
colestiramina
.
Rifampi
cina:
pode
acelerar o
metabo
lismo
dos
agentes
causadores
de
prurido;
monitorar
PFH,
interações
farmacológic
as.
PUVA = psoraleno e luz ultravioleta de comprimento longo; SSRI = inibidor de recaptação de
serotonina seletivo; UV = ultravioleta.
BA = banda ampla; PFH = prova de função hepática; BE = banda estreita; CBP = cirrose biliar primária;
PUVA = psoraleno + luz ultravioleta de comprimento de onda longo; SSRI = inibidor da recaptação de
serotonina seletivo; TNF = fator de necrose tumoral; UV = ultravioleta.
O superaquecimento, entre outros fatores, como o ressecamento excessivo da pele e a exposição a
tecidos que provocam coceira, deve ser sempre evitado.
Fototerapia
A fototerapia tem sido usada há mais de duas décadas no tratamento do prurido, tendo sido descrita
como útil para muitas condições pruriginosas de origem dermatológica e sistêmica 32 [ver Tabela 14]. As
diferentes modalidades usadas incluem o ultravioleta (UV) de banda ampla e de banda estreita, UVA, UVA
e UVB combinadas, e fotoquimioterapia com psoralenos administrados sistêmica ou topicamente. Relatos
sugerem que a UVB de banda estreita pode ser tão efetiva quanto a UVB de banda ampla e a
fotoquimioterapia no tratamento do prurido. Há relatos de que as remissões alcançadas com fototerapia
chegam a durar 18 meses. Os mecanismos de ação propostos para a fototerapia incluem a modificação
química dos agentes causadores de prurido na pele e a alteração da sensibilidade cutânea a tais agentes.
Notavelmente, o prurido também pode ser um efeito colateral da fototerapia, particularmente com UVB.
Psicoterapia
Está se tornando cada vez mais evidente que os fatores psicogênicos são um componente importante
no prurido crônico. Quando um estímulo prolongado de coceira sinaliza a partir da pele e nervos periféricos,
ocorrem inicialmente alterações adaptativas e, subsequentemente, ocorrem alterações aberrantes no
sistema nervoso central. A psicoterapia pode ser bastante útil para complementar a farmacoterapia, afinal
de contas, é o cérebro que percebe a sensação de prurido. Educação, suporte e terapias cognitivocomportamentais são abordagens essenciais para melhorar a capacidade cognitiva dos pacientes de lidar
com suas doenças. Para pacientes com morbidade afetiva associada (i.e., depressão e/ou ansiedade), a
psicoanálise, a terapia psicodinâmica, o imaginário afetivo orientado e a hipnose podem ser úteis.
Tabela 14 Condições em que a fototerapia tem sido usada no tratamento do
prurido
prurido dermatológico
Dermatite atópica
Psoríase
Urticária solar e crônica
Dermatose perfurante
prurido aquagênico e urticária
Urticária pigmentosa
Foliculite pruriginosa da gravidez
Infiltração cutânea por carcinoma de mama
prurido sistêmico
prurido urêmico
Doença hepática crônica
Policitemia vera
Linfoma de Hodgkin
Infecção por HIV
Medicina complementar
Estudos têm sugerido que a acupuntura pode ser efetiva no tratamento do prurido neuropático e
urêmico.33,34 Embora as evidências da eficácia da acupuntura ainda sejam deficientes, trata-se de uma
modalidade complementar promissora para o tratamento do prurido.
Agradecimento
Nós agradecemos o National Skin Center, em Singapura, pelo fornecimento de todas as fotos clínicas,
com exceção de T4-3 e T4-6, incluídas neste capítulo.
Os autores não mantêm relações comerciais com os fabricantes de produtos ou prestadores de serviço
mencionados neste capítulo.
Referências
1.
Ständer S, Weisshaar E, Mettang T, et al. Clinical classifica- tion of itch: a position paper of the International Forum for the
Study of Itch. Acta Derm Venereol 2007;87:291–4.
2.
Weisshaar E, Apfelbacher C, Jager G, et al. Pruritus as a leading symptom: clinical characteristics and quality of life in
German and Ugandan patients. Br J Dermatol 2006;155: 957–64.
3.
50.
Weisshaar E, Dalgard F. Epidemiology of itch: adding to the burden of skin morbidity. Acta Derm Venereol 2009;89: 339–
4.
Tarng DC, Cho YL, Liu HN, Huang TP. Hemodialysis- related pruritus: a double-blind, placebo-controlled, cross- over study
of capsaicin 0.025% cream. Nephron 1996;72: 617–22.
5.
Ellis CN, Berberian B, Sulica VI, et al. A double-blind evalu- ation of topical capsaicin in pruritic psoriasis. J Am Acad
Dermatol 1993;29:438–42.
6.
Lotti T, Teofoli P, Tsampau D. Treatment of aquagenic pruritus with topical capsaicin cream. J Am Acad Dermatol
1994;30:232–5.
7.
Noto C, Pappagallo M, Szallasi A. NGX-4010, a high- concentration capsaicin dermal patch for lasting relief of peripheral
neuropathic pain. Curr Opin Investig Drugs 2009;10:702–10.
8.
Garnock-Jones KP, Keating GM. Lidocaine 5% medicated plaster: a review of its use in postherpetic neuralgia. Drugs
2009;69:2149–65.
9.
Eberlein B, Eicke C, Reinhardt HW, Ring J. Adjuvant treat- ment of atopic eczema: assessment of an emollient contain- ing
N-palmitoylethanolamine (ATOPA study). J Eur Acad Dermatol Venereol 2008;22:73–82.
10.
Ständer S, Reinhardt HW, Luger TA. Topical cannabinoid agonists. An effective new possibility for treating chronic pruritus.
Hautarzt 2006;57:801–7.
11.
Fleischer AB Jr, Boguniewicz M. An approach to pruritus in atopic dermatitis: a critical systematic review of the tacroli- mus
ointment literature. J Drugs Dermatol 2010;9:488–98.
12.
Stander S, Schurmeyer-Horst F, Luger TA, et al. Treatment of pruritic diseases with topical calcineurin inhibitors. Ther Clin
Risk Manag 2006;2:213–18.
13.
Eschler DC, Klein PA. An evidence-based review of the efficacy of topical antihistamines in the relief of pruritus. J Drugs
Dermatol 2010;9:992–7.
14.
Yosipovitch G, Sugeng MW, Chan YH, et al. The effect of topically applied aspirin on localized circumscribed neurodermatitis. J Am Acad Dermatol 2001;45:910–3.
15.
Gunal AI, Ozalp G, Yoldas TK, et al. Gabapentin therapy for pruritus in haemodialysis patients: a randomized, placebocontrolled, double-blind trial. Nephrol Dial Transplant 2004;19:3137–9.
16.
Gencoglan G, Inanir I, Gunduz K. Therapeutic hotline: treatment of prurigo nodularis and lichen simplex chroni- cus with
gabapentin. Dermatol Ther 2010;23:194–8.
17.
Ahuja RB, Gupta R, Gupta G, Shrivastava P. A comparative analysis of cetirizine, gabapentin and their combination in the
relief of post-burn pruritus. Burns 2011;37:203–7.
18.
Phan NQ, Bernhard JD, Luger TA, Ständer S. Antipruritic treatment with systemic µ-opioid receptor antagonists: a review. J
Am Acad Dermatol 2010;63:680–8.
19.
Dawn AG, Yosipovitch G. Butorphanol for treatment of intractable pruritus. J Am Acad Dermatol 2006;54:527–31.
20.
Dunteman E, Karanikolas M, Filos KS. Transnasal butor- phanol for the treatment of opioid-induced pruritus unresponsive
to antihistamines. J Pain Symptom Manage 1996;12:255–60.
21.
Wikstrom B, Gellert R, Ladefoged SD, et al. Kappa-opioid system in uremic pruritus: multicenter, randomized, double-blind,
placebo-controlled clinical studies. J Am Soc Nephrol 2005;16:3742–7.
22.
Davis MP, Frandsen JL, Walsh D, et al. Mirtazapine for pruritus. J Pain Symptom Manage 2003;25:288–91.
23.
Demierre MF, Taverna J. Mirtazapine and gabapentin for reducing pruritus in cutaneous T-cell lymphoma. J Am Acad
Dermatol 2006;55:543–4.
24.
Hundley JL, Yosipovitch G. Mirtazapine for reducing nocturnal itch in patients with chronic pruritus: a pilot study. J Am Acad
Dermatol 2004;50:889–91.
25.
Ständer S, Böckenholt B, Schürmeyer-Horst F, et al. Treat- ment of chronic pruritus with the selective serotonin re-uptake
inhibitors paroxetine and fluvoxamine: results of an open-labelled, two-arm proof-of-concept study. Acta Derm Venereol 2009;89:45–
51.
26.
74.
Mayo MJ, Handem I, Saldana S, et al. Sertraline as a first- line treatment for cholestatic pruritus. Hepatology 2007;45: 666–
27.
Tefferi A, Fonseca R. Selective serotonin reuptake inhibitors are effective in the treatment of polycythemia vera- associated
pruritus. Blood 2002;99:2627.
28.
Zylicz Z, Krajnik M, Sorge AA, Costantini M. Paroxetine in the treatment of severe non-dermatological pruritus: a randomized,
controlled trial. J Pain Symptom Manage 2003; 26:1105–12.
29.
Wu JJ, Huang DB, Pang KR, et al. Thalidomide: dermato- logical indications, mechanisms of action and side-effects. Br J
Dermatol 2005;153:254–73.
30.
Ständer S, Siepmann D, Herrgott I, et al. Targeting the neurokinin receptor 1 with aprepitant: a novel antipruritic strategy.
PLoS One 2010;5:e10968.
31.
Booken N, Heck M, Nicolay JP, et al. Oral aprepitant in the therapy of refractory pruritus in erythrodermic cutaneous T-cell
lymphoma. Br J Dermatol 2011;164:665–7.
32.
Rivard J, Lim HW. Ultraviolet phototherapy for pruritus. Dermatol Ther 2005;18:344–54.
33.
Stellon A. Neurogenic pruritus: an unrecognised problem? A retrospective case series of treatment by acupuncture.
Acupunct Med 2002;20:186–90.
34.
Che-Yi C, Wen CY, Min-Tsung K, Chiu-Ching H. Acupunc- ture in haemodialysis patients at the Quchi (LI11) acupoint for
refractory uraemic pruritus. Nephrol Dial Transplant 2005;20:1912–5.
Download