COMO FATORES ESTRESSANTES AFETAM A PRODUÇÃO ANIMAL Os animais necessitam suprir suas necessidades fisiológicas, comportamentais e psíquicas para sobreviver num ambiente que está em constante transformação. A capacidade para interagir e responder a essas alterações é o que possibilita a adaptação e a sobrevivência dos indivíduos. As alterações ocorridas no ambiente e no organismo animal provocam uma quebra do equilíbrio orgânico, em outras palavras da homeostasia, e a capacidade adaptativa sobre estas alterações é chamada de metabolismo do estresse. O estresse visto de uma forma mais clara é uma resposta fisiológica do organismo provocado pela alteração da homeostasia, que busca fornecer ao corpo subsídios para responder e adaptar-se a estas alterações. (ELISANDRO, 2005). Como sabemos o estresse animal tem uma influência direta na resposta do animal quanto ao seu desenvolvimento, podendo ter alterações de hormônios, cansaço muscular, aumento da respiração, entre outros fatores que levam a uma diminuição de produção do animal, essa diminuição pode sere tanto em perda de peso, produção de leite ou até em nascimento de novos animais. É importante lembrar que o estresse animal pode ser variado de acordo com a idade do animal, sexo, locais onde se encontram e também a influência direta do homem podendo interferir e fazer o animal ter o ambiente desconfortável. Levando em consideração esses fatores, pode se dizer que entre fatores que causam estres animal se destacam: • Fatores físicos: espaço, luz; • Fatores biológicos: o alimento do animal, relação de nutrientes e fibras; • Fatores sociais: lotação de animal; • Fatores climáticos: temperatura, umidade, radiação solar. Tendo em mente esses fatores é possível ter uma conclusão de onde esses fatores tem dificuldade em relação à produção animal. Quando comentamos de fatores físicos podemos ter o fator social junto, pois a falta de espaço pode estar associada tanto a estrutura, como também a uma superlotação. Esse fator tem grande limitação em alimentação de animais, principalmente animais pequenos e mais novos, criando uma disputa continua por alimento, isso pode acarretar em diversos animais não conseguindo acompanhar o desenvolvimento do resto do rebanho, ou deixando de produzir leite ou ganho de peso, na qual animais maiores e mais fortes conseguem lugares melhores para se alimentarem, intimidando animais menores, os quais tem que esperar a saciedade dos que estão se alimentando para ai sim conseguir se alimntarem. Figura 1 - Exemplo de animais esperando para conseguir se alimentar. A disputa por espaço causa um estres enorme nos animais, e em diversos tipos de rebanhos, na (figura 1) podemos ver cabras ao meio do corredor esperando animais saciados saírem para conseguirem se alimentar, o que pode ocasionar falta de alimento para animais mais novos. Pode ser destacada a relação da luz que é de estrema importância principalmente quando se fala de animais confinados, pois a falta desta pode tornar o ambiente estressante para o animal, a falta de raios solares para não ter uma umidade muito grande no recinto pode afetar em relações a causa de doenças. Fatores climáticos e biológicos também podem ser explicados de forma interligada, isso se da pelo motivo de um influenciar diretamente no outro, sendo que o clima pode influenciar na alimentação que esse animal esta ingerindo, ou seja, climas muito quentes interferem na quantidade que o animal come durante o dia, e aumenta bastante à respiração desse animal, e sendo assim se não tiver uma alimentação equivalente com nutrientes, esse animal vai deixar de ganhar o peso que poderia e acabar tendo uma perda de peso. Animais com estres de calor tende a procurar frequentemente sombras, deixando assim de se alimentarem, e gastando energia para caminhar até uma sombra. Figura 2 - Animais procurando refugio do sol. Outro fator é um alimento com muita fibra que se torna menos palatável para o animal, este não vai ter um bocado grande, sendo assim o mesmo vai percorrer a pastagem para procurar um pasto mais macio e com menos fibras, isso vai influenciar tanto na quantidade de massa verde que esse animal consome a cada bocado e também no quanto esse animal vai percorrer até se sentir saciado. Por fim podemos dizer que tanto fatores de estres por temperatura, superlotação, tipo de alimento estão todos interligados, e cada momento que o animal estiver em um estres, o mesmo vai deixar de produzir o quanto poderia, em todas as formas, pois o mesmo deixa de se preocupar somente em comer, e posteriormente remoer, para se preocupar com outros fatores, o qual abala o animal, refletindo tanto fisicamente, mentalmente e também economicamente para a produção do animal. ALTERNATIVAS QUE PROMOVAM BEM-ESTAR E BOA ACLIMATAÇÃO Primeiramente, deve-se atentar ao tipo de manejo que os animais estão sendo trabalhados, a genética, ou seja, raça dos animais para que se tenha em mente o quão necessitado estes são de condições favoráveis ao seu desenvolvimento, e também observar qual a infraestrutura da propriedade, de modo que se entenda o que é necessário fazer, mas também deve-se conhecer suas limitações financeiras, para que se tenha em se é ou não viável essas alterações no manejo e na estrutura da propriedade. Os principais fatores que devem ser avaliados e de alguma maneira adaptados para o bemestar animal são o dimensionamento dos comedouros e bebedouros, de modo que não haja conflito entre eles no momento da alimentação, sendo importante conhecer a raça destes animais para se ter em mente o espaço necessário para cada um deles. Outro quesito importante que deve ser levado em consideração para o bem-estar dos animais está relacionado ao calor do ambiente, que em temperaturas extremas, principalmente no caso do confinamento limita os consumos dos animais, o que diminui a conversão alimentar dos mesmos, logo em propriedades que possuem nível tecnológico para a implantação de ventiladores e/ou climatizador seria interessante para que o consumo de alimento seja constante e permaneça elevado para se alcançar grandes conversões alimentares, e consequentemente se tenham animais terminados em menor período de tempo. Caso a propriedade não possua estrutura capacitada para este nível de investimento o fato de se ter água próxima ao local de alimentação, e em grande disponibilidade já resulta em um incremento no consumos de alimento, já que o animal sofre menos estresse devido ao calor ambiente e consequente consome maior volume de alimento do que em casos contrários, onde a intensa movimentação para busca da água diminui o consumo do mesmo. CONCLUSÃO Por meio deste trabalho pode-se concluir que para que a eficiente produção de bovinos de corte, sendo estes como máximo ganho de peso diário, e consequentemente menor tempo de engorda para o abate, tem se tornado cada vez mais necessário o conhecimento técnico dos produtores para que consiga-se entender quais os motivos pelos quais os animais conseguem uma maior conversão alimentar do que em outros sistemas de manejo, sendo o ponto de vista do bem-estar animal um fator primordial e limitante no que se diz respeito a produção. Desta maneira além da dieta animal, que a tempos atrás era o único fator levado em conta para a produção, se tem hoje com grande relevância o bemestar dos animais, sendo que estes quando bem dispostos no sistema de criação tentem a sofrer menos estresse e consequentemente apresentam maior percentual de eficiência no ganho de peso, sendo que espaçamento ideal das instalações, controle da temperatura ambiente (em caso de animais confinados), disponibilidade de água próxima aos comedouros, comedouros e bebedouros bem dimensionados para que todos consumam o alimento sem problemas, entre outros fatores que favoreçam o conforto e maior consumos de alimentos trazem grande incremento da rentabilidade dos produtores rurais. Portanto, a capacitação de produtores aliada a um acompanhamento da propriedade por profissionais da área, juntamente com o correto manejo dos animais tendem a gerar uma maior produção e maior rentabilidade na produção da bovinocultura de corte, que é uma das maiores fontes de renda que são geradas no ramo da pecuária, juntamente com a produção leiteira, que do mesmo modo requer os mesmos cuidados do ponto de vista de bem-estar animal e aclimatação do ambiente para maiores ganhos de produção.