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Apostila de Ergonomia 2020

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Cenas da vida diária
Suponha um trabalhador diante de um microcomputador: monitor, teclado, mouse, mesa,
assento formam um conjunto nem sempre harmônico. As pessoas trabalham com um 386, 486,
Pentium, KM-6, rápidos, coloridos, em ar condicionado, em móveis Rodoflex by Cristina. Mas a
pessoa se queixa de dores lombares, nas mãos, no pescoço. Alguém sabe explicar o porquê?
Vejamos uma grande confecção onde a produção acontece num galpão de grande porte.
Impera o ruído das máquinas de corte, pesponto, costura, acrescidos do calor resultante da própria
edificação e das prensas de acabamento. Os resíduos têxteis formam uma poeira que reduz a
iluminação geral obrigando a que cada posto tenha uma iluminação local que aumenta ainda mais a
contrante térmica e compromete a qualidade do ar. O ambiente se caracteriza ainda pelo odor de
tecidos novos, alguns com muito pouco tempo de saída da tinturaria. Esta indústria tem a
certificação ISO-9000 e não entende porque recebeu uma notificação da DRT.
A vida diária pode vir a ser muito injusta com um motorista de caminhão de entregas,
muitas vezes ofendido por pessoas que certamente ignoram que para além do acelerar e trocar
marchas, frear e estacionar, esta atividade possui dimensões físicas como carga e descarga dimensões mentais complexas e urgentes como o estabelecimento de itinerários sob pressão do
horário de entrega e face a contingências como engarrafamentos, outros caminhões de entrega... e
tendo instâncias afetivas importantes, já tudo isso se dá entre “barbeiros, navalhas e mauricinhos”,
tendo ao fundo o delicioso concerto urbano de buzinas, comentários sobre a sua masculinidade em
tenor, contralto e sopranos, tudo isso traspassado pela “suavidade diáfana” de motores desregulados
em funcionamento...
Estes relatos acerca de situações do cotidiano pessoal ou profissional de milhares de pessoas
pelo mundo afora, revela que a atividade produtiva de homens e mulheres, jovens e idosos, sãos ou
adoentados não é tão simples como possa parecer e que deve ser objeto de algum entendimento, de
um estudo mais elaborado. E é isso a que se propõe a Ergonomia: produzir esse entendimento para
que as mudanças possam ser feitas, os projetos mais bem elaborados e as decisões tecnológicas
melhor assentadas. A saúde das pessoas, a eficiência dos serviços e a segurança das instalações
estarão, a partir daí, sendo efetivamente incorporadas à vida das organizações.
Mas, o que é Ergonomia, efetivamente?
Ergonomia, antes de mais nada, é uma atitude profissional que se agrega à prática de uma profissão
definida. Neste sentido é possível falar de um médico ergonomista, de um psicólogo ergonomista,
de um designer ergonomista e assim por diante.
1. Definições de Ergonomia
Sempre houve preocupação com a adaptação do homem ao meio ambiente, quer natural ou
construído, abordando os aspectos físico-ambientais, como ruído, ventilação, iluminação, vibração,
temperatura, mobiliário e as questões posturais.
No início da década de 1960, a ergonomia estava voltada para a área de softwares,
envolvendo-se em pesquisas sobre questões do conhecimento relacionadas a aspectos específicos da
interface com o usuário. E na década de 1980, a ergonomia passa a se preocupar com o grau de
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repetitividade, monotonia, desempenho, turnos de trabalho, segurança, higiene, layout e biorritmo.
Nesse contexto, o caráter participativo do funcionário/cliente/usuário serve como base para as
avaliações ergonômicas.
Paralelamente às questões específicas do trabalho, de acordo com Rio e Pires (2001) “os
princípios e técnicas ergonômicas têm-se expandido para fora dos ambientes de trabalho, visando
maior conforto e adequação anatômica pelas pessoas. Isto se aplica aos sapatos, colchões, carros,
etc.”.
Rio (1999, p. 22-23) distingue três fases históricas dos estudos e pesquisas relacionados ao
trabalho:
1ª. A adaptação do homem à máquina - os estudos se concentram sobre a máquina,
procurando formar e selecionar os operadores de acordo com as exigências da máquina;
2ª. O erro humano - que pode levar aos acidentes e a custos econômicos. Surge a
consciência de que os estudos devem se concentrar no homem, a fim de respeitar e conhecer seus
limites;
3ª. O sistema homem-máquina - as investigações se reconduzem aos sistemas
determinados pelo homem e pela máquina, buscando a mútua adaptação e operacionalidade.
A crescente globalização da economia e dos processos produtivos desencadeou um forte
sentimento de competitividade, o trabalho vem enfrentando situações inusitadas para a ergonomia,
como apontam Rio e Pires (2001, p. 75):
Novas exigências de produtividade e desempenho que trazem desafios crescentes, exigindo
que as concepções e práticas aliem de maneira mais incisiva as questões de saúde e produtividade.
A progressiva falta de exercício físico no trabalho exige não apenas a redução de cargas
físicas, mas também a oferta de cargas mínimas necessárias para a manutenção da saúde de
sistemas orgânicos. Como o músculo-esquelético e o cardiovascular.
A intensificação e globalização do estresse psíquico exigem novas abordagens, para
as quais a ergonomia ainda não desenvolveu metodologias eficazes e necessita solicitar apoio
de outras áreas como a psicologia, sociologia e antropologia do trabalho.
Você sabe quais são os principais objetivos da ergonomia? Ela atua para garantir o
bom funcionamento do sistema produtivo das empresas ou se preocupa também com a saúde
dos trabalhadores? Devemos entender que a ergonomia como ciência não é um estudo
independente, mas sim comum a diversas outras disciplinas, como a Medicina do Trabalho:
estudo da biomecânica, antropometria e fisiologia; Engenharia da produção: EPIs e CIPA;
Ciências Humanas e Sociais: psicologia, sociologia, antropologia; e, com a Economia:
administração, relações sindicais. Todas estas áreas do conhecimento buscam criar a ergonomia
com uma diretriz ética e técnica fundamental:
Adaptar o trabalho ao ser humano e nunca o contrário!
Entretanto, na prática, nem sempre isto é possível em função das dificuldades operacionais,
que vão desde a insuficiência técnica até as questões financeiras e de interesses políticos da
empresa.
Ergonomia, antes de qualquer coisa, é uma atitude profissional que se agrega à prática de
uma profissão definida. Neste sentido é possível falar de um médico ergonomista, de um psicólogo
ergonomista, de um designer ergonomista e assim por diante. Esta atitude profissional advém da
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PROFª. ELZA SENA
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própria definição estabelecida pela Associação Brasileira de Ergonomia, com base num debate
mundial:
A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele
existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho
eficiente, confortável e seguro (ABERGO, 2000).
Esta definição que coloca finalidades - modificar os sistemas de trabalho - propósitos adequar a atividade às características, habilidades e limitações das pessoas - e critérios - eficiência,
conforto e segurança - necessita ser complementada por uma outra, que estabeleça qual a tecnologia
a que a Ergonomia está referida ou que possua um referente de suas finalidades, propósitos e
critérios. Esta tecnologia é a tecnologia de realização de interfaces entre as pessoas e os sistemas,
melhor dizendo, estabelecendo uma relação de adequação entre os aspectos humanos presentes na
atividade de trabalho e os demais componentes dos sistemas de produção: tecnologia física, meioambiente, softwares, conteúdo do trabalho e organização. Qualquer forma de interação entre o
componente humano e os demais componentes do sistema de trabalho constituir-se-á em uma
interface, sem que tenhamos necessariamente uma boa interface. As boas interfaces (adequadas)
atenderão de forma conjunta, integrada e coerente os critérios de conforto, eficiência e segurança.
No sentido etimológico do termo:
Ergonomia significa estudo das leis do trabalho.
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Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO):
“A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e
psicológicas do ser humano”.
Definição da OIT
É a aplicação das ciências biológicas humanas e o ajustamento mútuo ideal entre o homem e
seu trabalho, cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho. É
um conjunto de ciências e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser
humano e o seu trabalho.
2. Riscos Ergonômicos
São os fatores psicofisiológicos relacionados ao trabalho que o ser humano fica exposto
durante o desenvolvimento de suas atividades.
2.1. Tipos de riscos Ergonômicos
Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento inadequado/inesistente, trabalhos em turno,
Trabalho noturno, monotonia, repetitividade, ritmo excessivo, pressão explícita ou implícita para
manter este ritmo, metas estabelecidas sem a participação dos empregados e colaboradores,
patamares de metas de produção crescentes sem a adequação das condições para atingi-las,
incentivo a maior produtividade por meio de diferenciação salarial e prêmios, induzindo as pessoas
a ultrapassar seus limites, jornada de trabalho prolongada, falta de possibilidade de realizar
pequenas pausas espontâneas, quando necessário, manutenção de postura fixa por tempo
prolongado, mobiliário mal projetado, ambiente de trabalho desconfortável (muito seco, muito frio,
muito quente, pouco iluminado, barulhento, apertado).
2.2 Análise ergonômica
A análise ergonômica tem como objetivo, avaliar as adaptações das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, abordando as condições de trabalho,
conforme estabelecido na NR17.
A análise de um posto de trabalho para adequação ergonômica, deve ser feita levando
em consideração todos os aspectos ligados á postura , tipo e quantidade de esforço físico e
ocorrência de acidentes.
2.3. Intervenção ergonômica
O conceito de intervenção ergonômica inicialmente desenvolvido pela escola francesa de
Ergonomia, é hoje uma forma internacional de atuação do profissional que trabalha com a
ergonomia. A efetividade da ergonomia consiste no fato de resultar em transformações positivas no
ambiente de trabalho (ambiente aqui tomado em seu sentido amplo, o que inclui a tecnologia e a
organização como seus componentes). Segundo um consultor norte-americano contemporâneo
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(Burke, 1998), o trabalho de preparar um diagnóstico é irrelevante se este não criar mudanças
positivas. Isto significa que a intervenção ergonômica é uma tecnologia da prática que objetiva
modificar a situação de trabalho para torná-la mais adequada às pessoas que nela operam.
2.3.1 Caracterização
O que caracteriza uma intervenção ergonômica é a construção que vai viabilizar a mudança
necessária, e que possa inserir os resultados da ergonomia nas crenças e valores das organizações
que as demandam e recebem os seus resultados. Esta construção divide a intervenção e se realiza
em distintas etapas: a instrução da demanda, a análise da atividade e dos riscos ergonômicos, a
concepção de soluções ergonômicas e a implementação ergonômica.
A instrução da demanda compreende todo o encaminhamento contratual da intervenção, o que
passa pelo ajuste e foco do problema, identificação do processo de tomada de decisão na
organização, levantamento dos recursos humanos para formar a consultoria interna, e determinação
das formas de apresentação de resultados.
A análise da atividade e dos riscos ergonômicos consiste no conjunto de coletas de dados e
informações que permitem ao ergonomista realizar as modelagens necessárias para prover
mudanças no ambiente de trabalho. Por risco ergonômico entenderemos a condição ou a prática que
traga obstáculos à produtividade, que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao conforto,
segurança e bem estar do trabalhador.
A etapa de concepção de soluções ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da
forma com a demanda foi instruída e ainda dos resultados da fase anterior.
A implementação ergonômica se constitui na fase final de uma intervenção.
3. Ergonomia quanto à interdisciplinaridade:
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A ergonomia caracteriza-se por reunir diversos campos do conhecimento humano; portanto,
diferentes profissionais atuarão nas empresas, buscando a adequação do ambiente de trabalho:
- Médico de trabalho: ajuda na identificação dos locais que provocam acidentes ou doenças
ocupacionais, e realiza acompanhamento de saúde;
- Psicólogo: envolvido no recrutamento, seleção e treinamento de pessoal; auxilia na implantação
de novos métodos de trabalho;
- Engenheiro: contribui nos aspectos técnicos e tecnológico, modificando máquinas, ambientes e
processo;
- Desenhista industrial: auxilia na concepção e adaptação de máquinas, equipamentos,
ferramentas, postos de trabalho e sistemas de comunicação;
- Enfermeiro do trabalho: contribui nas recuperações de trabalhadores acidentados, e na
prevenção de doenças ocupacionais;
- Engenheiro/Técnico de Segurança: ajuda na identificação e correção de condições insalubres e
perigosas;
- Programador de produção: contribui para criar um fluxo de trabalho mais uniforme, evitando
fadiga e sobrecarga;
- Administrador: ajuda a estabelecer planos de cargos e salários mais justos, para motivar os
trabalhadores;
- Comprador: auxilia na aquisição de máquinas e materiais mais seguros e menos tóxicos;
4. Fatores considerados para projeto de um sistema de trabalho.
- Trabalhador: levam-se em conta as características físicas, fisiológicas, sociais e psicológicas, a
influência da idade, treinamento e motivação;
- Máquinas: são todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho, englobando os
equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações;
- Ambiente: todas as características do ambiente físico que envolve o trabalhador durante a
realização de sua atividade, como temperatura, ruídos, vibração, iluminação, presença de poeiras,
gases, radiação;
- Informação: formas de comunicação existentes entre os elementos de um sistema, a transmissão
de informações, alimentação e tomada de decisão;
- Organização: conjunto dos fatores anteriores no sistema produtivo, envolvendo processos e
pessoas, e a administração dos mesmos, além da cultura da empresa;
- Consequências do trabalho: questões de controle como tarefas de inspeção, estudos de erros e
acidentes, gasto energético, fadiga e estresse.
5. Soluções ergonômicas
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- Eliminação do movimento/postura críticos;
- Pequenas melhorias;
- Projetos ergonômicos;
- Revezamento;
- Melhoria de método;
- Melhoria da organização do sistema de trabalho;
- Preparação para o trabalho (exercício de aquecimento, distencionamento e ginástica
compensatória);
- Orientação ao trabalhador e cobrar atitudes corretas;
- Pausas de recuperação;
- Ingerir líquido(água,soro);
6. Os 06 pilares para a eficiência do processo de ergonomia
- Apoio da alta gerência;
- Participação dos trabalhadores;
- Treinamento de ergonomia para todas as chefias e empregados;
- Eficácia do serviço médico;
- Estruturação administrativa para acompanhar os problemas e as medidas corretivas e preventivas
(comitê de ergonomia);
- Acompanhamento dos resultados e melhoria contínua;
7. Embasamento Legal
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao capitulo V da CLT,
consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores
com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes
de trabalho. A elaboração/revisão das NR é realizada pelo Ministério do Trabalho adotando o
sistema tripartite paritário por meio de grupos e comissões compostas por representantes do
governo, de empregadores e de empregados.
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PROFª. ELZA SENA
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7.1. NORMA REGULAMENTADORA – NR 17(ERGONOMIA)
NR 17 - ERGONOMIA
Publicação
D.O.U.
Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978
06/07/78
Atualizações/Alterações
D.O.U.
Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990
26/11/90
Portaria SIT n.º 08, de 30 de março de 2007
02/04/07
Portaria SIT n.º 09, de 30 de março de 2007
02/04/07
Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007
26/06/07
Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018
Rep. 26/10/18
(Redação dada pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990)
17.1 Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao
mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
17.1.2 Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho,
conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.
17.2 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.
17.2.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora:
17.2.1.1 Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um
só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.
17.2.1.2 Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua,
mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.
17.2.1.3 Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos.
17.2.2 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja
suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.2.3 Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber
treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar
sua saúde e prevenir acidentes.
17.2.4 Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados.
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17.2.5 Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo
destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a
sua segurança.
17.2.6 O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja
compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.2.7 O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado
de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.3 Mobiliário dos postos de trabalho.
17.3.1 Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou
adaptado para esta posição.
17.3.2 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis
devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes
requisitos mínimos:
ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância
requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos
corporais.
a)
17.3.2.1 Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem
17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que
possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função
das características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
17.3.3 Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:
a)
altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c)
borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do
trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso
em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
17.4 Equipamentos dos postos de trabalho.
17.4.1 Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.4.2 Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve:
a)
ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura,
visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga visual;
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b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou
de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3 Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o
seguinte:
a)
condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente,
protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas
a serem executadas;
c)
a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela,
olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
17.4.3.1 Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados
eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas
executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.
17.5 Condições ambientais de trabalho.
17.5.1 As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.5.2 Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes,
tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros,
são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a)
níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados);
c)
velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1 Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam
equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto
será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2 Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído
determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.
17.5.3 Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar,
apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1 A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2 A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos
incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3 Os métodos de medição e os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os
estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional n.º 11 (NHO 11) da Fundacentro - Avaliação dos Níveis de
Iluminamento em Ambientes de Trabalho Internos. (Alterado pela Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)
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17.5.3.4 A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde
se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em
função do ângulo de incidência. (Excluído pela Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)
17.5.3.5 Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal
a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. (Excluído pela Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)
17.6 Organização do trabalho.
17.6.1 A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho a ser executado.
17.6.2 A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:
a)
as normas de produção;
b) o modo operatório;
c)
a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e)
o ritmo de trabalho;
f)
o conteúdo das tarefas.
17.6.3 Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros
superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a)
todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer
espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c)
quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a
exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior
ao afastamento.
17.6.4 Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos
coletivos de trabalho, observar o seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de
digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada,
sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c)
o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo
que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o
disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem
esforço visual;
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d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos
trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
e)
quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a
exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.
ANEXO I
TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 08, de 30 de março de 2007)
1. Objetivo e campo de aplicação
1.1. Esta Norma objetiva estabelecer parâmetros e diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos
operadores de checkout, visando à prevenção dos problemas de saúde e segurança relacionados ao trabalho.
1.2. Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvam atividade comercial utilizando sistema de auto-serviço e
checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista.
ANEXO II
TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 09, de 30 de março de 2007)
1. O presente Anexo estabelece parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento/telemarketing
nas diversas modalidades desse serviço, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança, saúde e
desempenho eficiente.
1.1. As disposições deste Anexo aplicam-se a todas as empresas que mantêm serviço de teleatendimento/telemarketing
nas modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes
(call centers), para prestação de serviços, informações e comercialização de produtos.
1.1.1. Entende-se como call center o ambiente de trabalho no qual a principal atividade é conduzida via telefone e/ou
rádio com utilização simultânea de terminais de computador.
1.1.1.1. Este Anexo aplica-se, inclusive, a setores de empresas e postos de trabalho dedicados a esta atividade, além
daquelas empresas especificamente voltadas para essa atividade-fim.
7.2. NR 8 - EDIFICAÇÕES
Publicação D.O.U.
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PROFª. ELZA SENA
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Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Atualizações/Alterações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 12, de 06 de outubro de 1983 14/06/83
Portaria SIT n.º 23, de 09 de outubro de 2001 01/11/01
Portaria SIT n.º 222, de 06 de maio de 2011 10/05/11
8.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser
observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
7.3. NR 15 – Atividades e operações insalubres
Dispõe sobre as condições ambientais no trabalho, que devem estar adequadas ao trabalhador e á
natureza da atividade desenvolvida.
As condições desfavoráveis, como excesso de ruído, calor/frio, vibração e iluminação podem causar
desconforto, aumentando o risco de acidentes e causando doenças ocupacionais.
Esta norma estabelece limites de exposição para estes fatores que se encontram nas atividades
profissionais, além de regulamentar as atividades insalubres.
8. – A ergonomia e os aspectos físico-ambientais e ergonômicos
Os aspectos físico-ambientais dentro da ergonomia são fatores que, quando bem atendidos ou
regulados, proporcionam conforto, segurança e qualidade de vida ao trabalhador. A ergonomia
abrange aspectos da higiene do trabalho e quando se trata de fatores físico-ambientais esta relação
se dá de forma mais íntima. Para Chiavenato (1999, p. 289):
A higiene do trabalho está relacionada com as condições ambientais de trabalho que asseguram a
saúde física e mental e com as condições de bem-estar das pessoas. [...] O local de trabalho
constitui a área de ação da higiene do trabalho, envolvendo aspectos ligados a exposição do
organismo humano a agentes externos como o ruído, a temperatura, a umidade, a luminosidade e
equipamentos de trabalho. Assim, um ambiente saudável de trabalho deve envolver condições
ambientais físicas que atuem positivamente sobre todos os órgãos dos sentidos humanos, como
visão, audição, tato, olfato e paladar. Do ponto de vista da saúde mental, o ambiente de trabalho
deve envolver condições psicológicas e sociológicas saudáveis e que atuem positivamente sobre o
comportamento das pessoas, evitando impactos emocionais como o estresse.
Os principais itens do programa de higiene do trabalho para o autor (Chiavenato, 1999, p. 375) estão relacionados com:
Ambiente Físico de Trabalho:

Iluminação: luminosidade adequada a cada tipo de atividade.

Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis.

Temperatura: manutenção de níveis adequados de temperatura.
ERGONOMIA
PROFª. ELZA SENA
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
Ruídos: remoção de ruídos ou utilização de protetores auriculares (EPI).
Ambiente Psicológico de Trabalho:

Relacionamentos interpessoais agradáveis.

Atividade desenvolvida agradável e motivadora.

Estilo de gerência democrático e participativo.

Eliminação de possíveis fontes de estresse.
Aplicação de Princípios de Ergonomia:

Máquinas e equipamentos adequados às características humanas.

Mesas, cadeiras, terminais de informática ajustados às dimensões da pessoa.

Ferramentas e posto de trabalho que reduzam a necessidade do esforço físico.
Sendo assim, é fundamental considerar as características de um ambiente de trabalho, pois elas refletem de maneira
expressiva as qualidades da administração da empresa. Um local de trabalho, seja um escritório ou uma oficina
mecânica, deve ser sadio e agradável. O trabalhador precisa encontrar condições capazes de lhe proporcionar o máximo
de proteção e, ao mesmo tempo, satisfação no trabalho. Mais ainda, o ambiente deve cumprir a finalidade social de
educar, criando no indivíduo hábitos de higiene e de ordem que ele venha a estender em seu lar.
Um ambiente de trabalho é o resultado de uma soma de fatores, materiais e subjetivos, todos importantes e que, tantas
vezes, são tão difíceis de serem atendidos. Entretanto, o custo de qualquer melhoria ambiental é investimento altamente
rentável, como consequência temos o aumento na produtividade, redução de acidentes, de doenças ocupacionais, do
absenteísmo e do turnover, além de proporcionar um melhor relacionamento entre empresa e empregado.
As condições ambientais de trabalho x características psicofisiológicas dos trabalhadores.
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção
constante, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de
projetos, dentre outros, são recomendadas condições
de conforto.
8.1. Ruído
- Som: é uma vibração que se propaga pelo ar em
forma de ondas e que é percebida pelo ouvido. É
uma sensação agradável, em nível suportável e que
não irrita. Ex. ouvir uma música em nível agradável,
o cantar de um pássaro, etc.
- Barulho: é um SOM prejudicial à saúde humana.
Causa sensação desagradável e irritante. Ex. barulho
de motores, máquinas, martelete, etc.
ERGONOMIA
PROFª. ELZA SENA
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O ruído industrial está presente em quase todas as atividades industriais e é um indicativo de
manutenção deficiente das máquinas, acarretando folgas, vazamentos, vibrações, comprometendo a
saúde de uma parcela significativa dos trabalhadores.
O nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de
ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
8.2.Temperatura
Uma das condições ambientais relevantes é a temperatura. Existem cargos cujo posto de trabalho se
caracteriza por temperaturas elevadas, como na siderurgia, carvoaria, cerâmica, nos quais o
ocupante precisa vestir roupas adequadas para proteger-se da intensidade do calor. Por outro lado,
ocorre o contrário. Há alguns postos de trabalho que impõe temperaturas baixíssimas, como em
frigoríficos, e exige da mesma forma, a adequação das roupas para a proteção térmica. Em ambos
os casos, a insalubridade constitui a característica principal destes ambientes de trabalho, ou seja,
condições prejudiciais à saúde.
Sendo a temperatura uma questão muito pessoal, é importante estabelecer o conforto térmico do
indivíduo a partir das seguintes medidas:
• Deixar que as próprias pessoas controlem a ambiência térmica.
• Ajustar a temperatura do ar de acordo com o esforço físico.
• Evitar umidades do ar extremas.
• Evitar superfícies radiantes muito frias ou muito quentes.
Calor/Frio
- Calor: o calor é um risco físico frequentemente presente em uma série de atividades profissionais
desenvolvidas nas indústrias com processos de liberações de grandes quantidades de energia
térmica.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de alta temperatura sofre de fadiga, seu
rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias perturbações
psicológicas que podem conduzir a esgotamento.
Em algumas pessoas não acostumadas a trabalhar em ambientes quentes, podem aparecer sintomas
de redução da sua capacidade sensomotora.
- Frio: A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério a saúde, o conforto e
a eficiência do trabalhador. Trabalhos ao ar livre em clima frio são encontrados em regiões de
grandes altitudes, bem como em algumas zonas temperadas no período do inverno.
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso ainda é encontrado em ambientes
artificiais, como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam em exposição a temperaturas
ERGONOMIA
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16
bastante reduzidas.
Estudos realizados na indústria norte-americana, no início do século XX, evidenciaram que a
incidência de lesões por acidentes era menos a uma temperatura de 18º C que em outras inferiores
ou superiores á esta. O Aumento da frequência de acidentes em baixas temperaturas foi atribuído à
perda da destreza manual. O frio pode causar danos locais nos tecidos, como a redução da
temperatura interna do corpo (hipotermia).
O índice de temperatura efetiva para efeito de conforto é entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três
graus centígrados);
8.3. Radiação visível – Iluminação.
Um dos primeiros estudos ergonômicos realizados sobre o tema data de 1927 quando Elton Mayo
investiga a relação dos efeitos da baixa iluminação com a produtividade. A fadiga visual
compromete a motivação e a produtividade e pode servir como agente desencadeante de acidentes
de trabalho.
Para Iida (2005, p. 476):
O correto planejamento da iluminação e da utilização das cores contribui para aumentar a
satisfação no trabalho, melhorar a produtividade e reduzir a fadiga e os acidentes. Três são
os fatores que são julgados importantes e controláveis em nível de projeto em locais de
trabalho e que importam na capacidade de discriminação visual, a saber: quantidade de luz,
tempo de exposição e contraste entre figura e fundo A utilização de uma iluminação
adequada proporciona um ambiente de trabalho agradável, melhorando as condições de
supervisão e diminuindo a possibilidade de acidentes.
Entende-se por radiação visível, a faixa do espectro eletromagnético capaz de ser detectada pelo
olho humano. A sensibilidade desta região visível varia, dependendo do comprimento da onda das
radiações que estão incidindo
sobre a retina.
Determinar
a
iluminação
necessária a um ambiente
significa
estabelecer
a
intensidade e distribuição da
radiação visível, adequada ao
tipo de atividade e ás
características do local, bem
como sugerir alterações para
este, a fim de proporcionar
melhores condições de trabalho
e, consequentemente, maior
eficiência e conforto.
Os
níveis
mínimos
de
ERGONOMIA
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iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias
estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
A iluminância é a quantidade de fluxo luminoso uniformemente distribuído sobre a superfície,
dividido pela área da superfície. Ela deve ser expressa na unidade de lux que corresponde a
iluminância de uma superfície de 1m²
8.4. Vibrações
É o movimento, oscilação, balanço de objetos, de coisas. Quando, através do tato, sentimos a
oscilação de uma corda de violão, sabemos intuitivamente o que é uma vibração. Podemos dizer
que ela está vibrando e, inclusive, ver-lhe o movimento.
Guimarães et al. (2000, p. 3-11) distinguem dois tipos de vibrações presentes na maioria dos postos
de trabalho:
 Vibrações corpo-total - transmitidas ao conjunto do corpo do trabalhador pelos veículos de
transporte (caminhões, tratores, pontes rolantes...)
 Vibrações manubraquiais - mais localizadas, transmitidas em particular à mão e ao braço em
contato com as máquinas vibrantes (britadeira, lixadeira, furadora...).
Os efeitos da exposição diária das vibrações sobre o organismo humano, em longo prazo, podem
acarretar problemas muito mais graves como prescrevem Guimarães et al. (2000, p. 3-15):
• Interferência na respiração;
• Dor no corpo e no abdômen, reações musculares, ranger de dentes;
• Tensão muscular, dores de cabeça, oculares, e na garganta, perturbação da fala, irritação dos
intestinos e rins, podendo até mesmo levar ao deslocamento destas estruturas internas;
• Lesões neurológicas;
• Estiramento dos ligamentos de suporte dos grandes órgãos, provocando danos aos tecidos e
aparecimento de traços de sangue na urina;
• Prejuízo ao sistema auditivo;
• Diminuição da agilidade manual, da força muscular e da sensibilidade térmica.
Quando a vibração for contínua, devem ser programadas pausas 50/10, ou seja, para cada 50
minutos de atividade laborativa é recomendável dez minutos de pausa.
Para a vibração não há uma normativa específica pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), assim como se tem para iluminação, ruído e temperatura. A medição e a avaliação do grau
de comprometimento da vibração no organismo humano são determinadas por normas
internacionais como a ISO 2631 para o corpo inteiro, a ISO 5349 que avalia as mãos e braços, e
uma última a ISO 8041 referente à instrumentação.
ERGONOMIA
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POSTO DE TRABALHO
Por Posto de Trabalho entendemos um local no qual um trabalhador desenvolve suas atividades.
Para tanto, informações chegam ao posto, bem como partem dele. É do posto que parte a atuação do
trabalhador, através dos elementos que constituem tal base, com o os comandos pelos quais se
controla uma máquina, um veículo, uma aeronave, etc.
É importante, contudo, perceber que a análise ergonômica de um posto de trabalho não se limita ao
tamanho do posto (uma cabine, uma bancada, uma mesa, etc). Tal ocorre em função da
ABRANGÊNCIA do posto, que pode se estender por diversas áreas de atuação, que são controladas
daquela base. Inúmeros exemplos ilustram o mencionado acima:
O SISTEMA HOMEM X MÀQUINA
Nas imagens ao lado, há uma
característica
em
comum.
ALGUÉM está controlando o
andamento
das
operações.
Para tanto, uma sequência é
observada,
um
atividades
é
ciclo
de
fechado
de
tempos em tempos, anotações são feitas, posturas são
adotadas,
informações
são
recebidas,
processadas,
interpretadas, conclusões são tiradas e, caso necessário, ações são desempenhadas, para alterar um
rumo, uma trajetória, um movimento, uma determinada quantidade, etc.
Observemos uma etapa do trabalho do maquinista da locomotiva: A composição já se encontra em
andamento sobre os trilhos. Na cabine, o trabalhador controla regularmente o nível de combustível,
a velocidade, a temperatura, o nível de óleo, condição dos freios, entre outras variáveis inerentes ao
seu trabalho. São dados provenientes da própria máquina que ele opera.
Mas o que não dizer a respeito do ambiente externo à locomotiva? Está chovendo?
A trajetória está livre à frente? É noite ou dia? Quais as condições de visibilidade (neblina, chuva,
fumaça, etc)? Tudo isto se refere às INFORMAÇÕES. Nestas é que o operador presta a atenção,
pois analisando-as é que consegue tomar ATITUDES (frear, acelerar, acender faróis, ligar o
limpador de pára-brisa, etc).
ERGONOMIA
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Pois bem, o mecanismo de recebimento e emissão de informações e atitudes é conhecido como
interface HOMEM X MÁQUINA ou SISTEMA HOMEM X MÁQUINA.
A Ergonomia estuda tal sistema para interferir nos projetos dos postos, de forma a trabalhar com as
dimensões, os formatos, as cores, a iluminação, a localização de vidros, passagens, acessos,
visibilidade, entre tantos outros fatores.
Para tanto, a Ergonomia faz uso das ciências que já foram citadas anteriormente, para conhecer os
limites sensoriais do homem (espectro de cores visíveis, níveis de pressão sonora, tato, etc) e limites
fisiológicos e anatômicos (alcances, ângulos de conforto, força muscular, etc.).
A Ergonomia também analisa e interfere na comunicação que se estabelece entre o homem e seu
posto de trabalho, alterando o formato e tamanho de letras impressas em mostradores (voltímetros,
amperímetros, termômetros, etc. indicadores de nível de variáveis das mais diversas), alterando
ângulos, eliminando reflexos e ofuscamento, otimizando a iluminação no ambiente, encontrando a
velocidade mais adequada para que uma escala se movimente, etc., etc. As áreas envidraçadas, que
possibilitam uma visão do que ocorre externamente ao posto, também sofrem estudos.
A IMPORTÂNCIA DOS ALCANCES MOTOR E VISUAL
Por ALCANCE MOTOR entendemos que um objeto qualquer é alcançado por um segmento
corporal, geralmente pela mão. Quando o maquinista da locomotiva aperta um botão no painel que
se encontra à sua frente, está exemplificando o ALCANCE MOTOR.
Por ALCANCE VISUAL entendemos tudo aquilo que devemos ver e que, efetivamente,
conseguimos ver e interpretar como informações. Estas informações geralmente são essenciais ao
bom andamento do trabalho. Novamente, recorrendo ao exemplo do maquinista, encontramos uma
situação aplicável ao ALCANCE VISUAL, pois a trajetória da composição nos trilhos é
acompanhada constantemente pelo visor frontal e superior da locomotiva.
ÁREAS DE TRABALHO E ALCANCES
As áreas de trabalho de um posto implicam necessariamente em alcances (motor e/ou visual).
Contudo, certos equipamentos, certos painéis ou certos botões são muito mais utilizados do que
outros. Claro está, portanto, que aqueles instrumentos mais utilizados devem estar mais ao alcance
do trabalhador, sendo considerados prioritários.
A localização de tais instrumentos, regra geral, não deve implicar em alterações posturais do
trabalho, na medida do possível. Um excelente exemplo verifica-se nos automóveis, quanto ao
posto do motorista. Observe que o motorista controla a trajetória do veículo sem praticamente
adotar grandes mudanças posturais, permanecendo sempre sentado e com as mãos deslocando-se
ERGONOMIA
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muito discretamente entre um botão e o volante. Mesmo ao olhar para o espelho retrovisor esquerdo
(externo), o motorista só rotaciona levemente a cabeça.
Contudo, repare na prioridade. O volante obviamente encontra-se numa excelente localização, visto
que é sempre usado. Já a regulagem do espelho retrovisor encontra-se um pouco mais afastada, eis
que só se regula uma vez, quando se entra no automóvel.
Tal exemplo nos leva a dois conceitos bastante difundidos no projeto ergonômico, ou seja, às
ÁREAS DE TRABALHO ÓTIMA E MÁXIMA. A primeira já diz tudo, é uma excelente
localização para controles, mostradores e instrumentos, que praticamente mantém a postura do
trabalhador inalterada, sendo que este não sente qualquer desconforto em relação aos alcances. A
segunda se refere a máxima localização possível, que implica em deslocamentos posturais e desvios
nos segmentos corporais, dentro de limites que não acarretem em lesões, aplicável apenas a
instrumentos pouco utilizados.
USO SEQUENCIAL DE DISPOSITIVOS
Até agora, você estudou a localização de dispositivos de comando e de informações segundo a
FREQUENCIA DE USO, ou seja, aqueles muito ou pouco utilizados. Mas há um outro fator que é
considerado para efeito de localização de dispositivos, que se refere à SEQUENCIA DE USO dos
instrumentos, que vamos detalhar a seguir.
Determinadas operações efetuadas em áreas industriais, requerem atividades complexas e que
envolvem alto risco para o processo de produção. São típicas as grandes paradas em unidades de
indústrias químicas, petroquímicas, entre outras. Enquanto a unidade está produzindo normalmente,
as variáveis do processo encontram-se praticamente estáveis, sendo controladas com relativa
facilidade. Entretanto, nas paradas ou nas partidas destas unidades, o processo tem suas variáveis
alteradas durante um certo período (pode levar horas), no qual o controle efetuado torna-se crítico,
vez que os equipamentos (bombas, compressores, caldeiras, tubulações, etc.) estão sofrendo
mudanças de temperatura, pressão, vazão, voltagem, amperagem, etc.
Ora, a parada ou a partida de uma unidade deve respeitar um procedimento padronizado pela
empresa, na qual uma SEQUENCIA de operações é seguida, de modo a desativar ou reativar a
unidade progressivamente. A sequencia de operações é acompanhada geralmente em salas de
controle, junto a painéis nos quais há séries de dispositivos de controle e de informação. É
importante que a localização de tais dispositivos respeite o homomorfismo entre o acionamento
sequencial de botões e alavancas e o que está ocorrendo na área. Observe o exemplo:
ERGONOMIA
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Num painel que representa uma série de bombas d’água, localizadas na extremidade oeste da
fábrica, os botões que ligam e desligam tais bombas respeitam uma sequencia da esquerda para a
direita, exatamente a posição relativa das bombas que devem ser primeiro desligadas, até chegar-se
à última. Isto facilita bastante o trabalho do operador da sala, pois o painel reproduz aquilo que de
fato ocorre na área externa.
ESTEREÓTIPOS APLICADOS EM POSTOS DE TRABALHO
A relação existente entre aquilo que se manipula num painel de controle e aquilo que acontece na
área de produção está diretamente ligado a estereótipos, ou seja, ao conhecimento já adquirido pelo
indivíduo dos movimentos que deve fazer, pela vivência e intuição.
Assim, inclina-se uma alavanca para a esquerda, se um fluxo de produção está sendo dirigido para
este mesmo lado. Um registro é girado em sentido horário se o operador quer fechar ou interromper
o fluxo. Inversões no sentido de direção ou de giro de dispositivos de controle geralmente resultam
em acidentes e, no mínimo, em incômodos para o operador no instante em que deve tomar decisões
rápidas e adotar ações imediatas sobre o painel sob sua responsabilidade.
Exemplo:
Uma série de 5 registros localizados lado a lado e numerados numa sequencia de 1 a 5, encontra-se
numa parede de uma área industrial. Todos os registros fecham quando girados para o sentido
horário, com exceção do registro nº 2, que só fecha no sentido anti-horário. Tal situação é
responsável por vazamentos e outros acidentes, pois um trabalhador pode “fechar” o registro nº 2,
quando na verdade o está abrindo!
O REDESIGN DO POSTO DE TRABALHO
Reprojetar um posto de trabalho inadequado implica em se levantar os problemas no próprio local
de trabalho, verificar a abrangência do posto, as posturas adotadas pelo trabalhador, entre outros
tantos fatores. Mas reprojetar o posto novo apenas “na prancheta” é correr o risco de dimensionar
partes daquele, sem testar se os alcances, as posturas, a visibilidade, possibilitarão realmente um
trabalho mais confortável e seguro para o seu usuário.
GINÁSTICA LABORAL
A Ginástica Laboral é uma atividade física diária realizada durante a jornada de trabalho com
exercícios de compensação. Além de exercícios físicos, consiste em alongamentos, relaxamento
muscular e flexibilidade das articulações. Procura compensar as estruturas do corpo mais utilizadas
durante o trabalho e ativar as não requeridas. Apesar da prática da Ginástica Laboral ser, em geral,
coletiva, ela é moldada de acordo com a função do trabalhador.
ERGONOMIA
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A ginástica laboral consegue melhorar a postura do trabalhador, reduzir o sedentários, cansaço
e fadiga, alivia as tensões, previne o estresse e principalmente, aumenta a produtividade.
Sobre a Ginástica Laboral a primeira notícia que se encontra é uma pequena brochura editada
na POLÔNIA em 1925, onde foi chamada também de Ginástica de Pausa, era destinada a operários
e alguns anos depois surgiu na Holanda e Rússia. No início dos anos 60 surgiu também na
Bulgária, Alemanha, Suécia e Bélgica. No Japão na década de 60 ocorreu a consolidação e a
obrigatoriedade da G.L.C. - Ginástica Laboral Compensatória. No Brasil o esforço pioneiro residiu
numa proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas. Esta proposta foi estabelecida
pela Escola de Educação de FEEVALE no ano de 1973, quando se elaborou o projeto de educação
física compensatória e recreação.
Objetiva reduzir a tensão muscular, melhorar a circulação, reduzir a ansiedade, o estresse e a
fadiga, melhorando a prontidão mental e facilitando o trabalho.
Tipos de Ginástica Laboral:
Ginástica laboral preparatória
O nome em si já traz o significado dessa ginástica laboral, ela tem como objetivo preparar o
trabalhador para a jornada de trabalho, por essa razão ela tende a ser feita antes de dar início as
atividades que devem ocorrer na empresa.
O princípio dessa atividade é ativar fisiologicamente todo o corpo do funcionário, assim, ele
estará ainda mais concentrado e disposto a desenvolver o seu trabalho dentro do ambiente.
A ginástica laboral preparatória deve ter um tempo médio de 12 minutos, para que seja
trabalhado exatamente tudo o que se precisa nessa sessão.
Existe alguns benefícios importantes dessa atividade que vale a pena ser mencionado:



Prevenção de doenças;
Aumenta a criatividade;
Maior concentração;
Ginástica laboral compensatória
A ginástica laboral compensatória tende a ocorrer durante o expediente de trabalho para
prevenir que o funcionário sinta dores pelo esforço feito durante a execução de uma determinada
função, normalmente ocorre no intervalo de um dos períodos do expediente.
Os exercícios consistem em alongamentos, ginástica para aliviar tensões musculares e o
melhoramento de postura e respiração.
É importante salientar aqui que o funcionário não irá precisar se ausentar do seu expediente
de trabalho nem para a execução da prática nem após ela, é justamente para isso que pratica da
ginástica laboral compensatória é implantada.



Melhorar a circulação;
Prevenir as dores musculares que pode ocorrer;
Retomar a concentração após um longo período de trabalho;
Ginástica laboral de relaxamento
ERGONOMIA
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A ginástica laboral de relaxamento deve ocorrer quando estiver faltando cerca de 10 a 12
minutos, pois ela tem como objetivo reduzir o cortisol, ou seja, o estresse causado pela rotina de
trabalho. Ela tem como meta principal diminuir o peso da rotina de trabalho, para se reduzir o
estresse e aliviar as tensões.
Os exercícios que devem ser submetidos aqui é respiração, meditação e a massagem. O
objetivo principal é amenizar os desentendimentos no ambiente de trabalho e familiar, diminuindo o
estresse e melhorando a relação social de forma a ficar mais tranquila.

Sensação de bem-estar;

Melhorar o clima organizacional;

Reduz o estresse;
Benefícios da Ginástica Laboral
Benefícios psicológicos
• Diminui os índices de estresse, depressão e ansiedade
• Melhora a atenção, concentração e rendimento
• Maior motivação e autoestima da empresa
Benefícios sociais
• Integração da equipe
• Melhora relacionamento
• Desperta nova liderança
Benefícios financeiros
• Redução de faltas, afastamento, substituição de funcionários
• Diminuição do absenteísmo, acidentes e doenças ocupacionais
• Diminuição do turn-over
• Redução dos custos com a saúde
• Maior isenção legal para a empresa
FADIGA
A FADIGA pode ser definida, de modo bastante simples, como o CANSAÇO.
Ocorre em decorrência de uma sobrecarga que manifesta-se em pontos isolados do organismo, ou
neste último, como um todo. Ao manifestar-se a fadiga, há uma natural redução da capacidade
funcional das partes afetadas.
A manifestação da fadiga é, na verdade, um sistema de defesa do organismo que nos
avisa que não é recomendável forçá-lo. Assim, observa-se que todos os dias sentimos diferentes
graus de intensidade de fadiga, nas mais diversas situações.
Exemplo:
ERGONOMIA
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Permanecer sentado, numa mesma posição, por horas a fio. As dores que o corpo vai sentido
são avisos relacionados à má circulação sangüínea, baixas taxas de Oxigênio nos tecidos,
alimentação deficiente da coluna vertebral, tendões, músculos e nervos tensionados, etc.
Também o próprio sono que diariamente sentimos no final do dia é uma
manifestação de defesa. O corpo nos avisa que é hora de “dar um tempo” e descansar. Se, contudo,
permanecemos acordados por necessidade (trabalhar, estudar, etc.) o corpo vai dando sinais de
cansaço cada vez mais intensos, pois nosso organismo sabe muito bem que, se a situação
permanecer, atingiremos um estágio de EXAUSTÃO.
Os sinais normais de cansaço (como sentir sono no final do dia) são características
da FADIGA AGUDA. Contudo, sinais mais pronunciados, que demonstram desequilíbrio no
organismo, como dor de cabeça, tontura, ardência nos olhos, digestão difícil e azia, irritação fácil,
indicam que o organismo já atingiu o estágio de FADIGA CRÔNICA.
Esta última possui uma característica assustadora: geralmente é derivada da
exposição do organismo a condições bastante agressivas no trabalho, sendo LEVADA PARA
CASA. Outro fator característico da FADIGA CRÔNICA é que os períodos de descanso aos
quais o organismo é submetido não são suficientes para recuperá-lo. É justamente por isso que
a FADIGA sai do estágio AGUDO e entra no estágio CRÔNICO.
As manifestações de fadiga são observadas tanto no FÍSICO do indivíduo (dores
musculares, por exemplo), quanto em seu lado PSÍQUICO. Ao longo da apostila, já se observaram
diversas situações nas quais estudamos as manifestações FÍSICAS da fadiga. Contudo, ao
aprofundar seus estudos, a Ergonomia foi percebendo que as manifestações de fadiga MAIS
GRAVES são aquelas de ordem PSÍQUICA.
Alterando-se as dimensões de um posto de trabalho, adequando-as às características
antropométricas de seu usuário, pode-se afirmar que se deu um grande passo para resolver os
problemas de esforços acentuados, desvios em articulações, alcances, lesões, dores, entre outros.
Mas os problemas de ordem PSÍQUICA têm origem diferente, e merecem atenção redobrada por
parte da Ergonomia, como veremos a seguir.
FADIGA PSÍQUICA
O homem é um ser complexo. Sua complexidade não está limitada ao modo como raciocina,
faculdade por si só que já nos fascina e que ainda gera muitas dúvidas, eis que já sabemos não ter o
nosso cérebro toda a sua capacidade ainda aproveitada. Mas é o homem, além de um ser pensante,
um ser que possui sentimentos. Seu lado emocional influi diretamente em sua vida e a vida do
homem é passada em confronto direto com realidade do dia-a-dia.
As realidades vivenciadas pelo ser humano nem sempre vão de encontro às suas
expectativas e, em tais situações,o lado emocional manifesta-se em desequilíbrio.
A incapacidade de tolerar e superar situações que ultrapassam o nível de exigências
psíquicas do ser humano se traduz pela FADIGA PSÍQUICA. Tal estado de diminuição da
capacidade funcional do homem é reversível, ou seja, se a situação vivenciada for alterada e não
ERGONOMIA
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houver mais a necessidade de suportar uma condição adversa, o indivíduo estará superando este tipo
de fadiga.
Exemplo: Profissionalmente, é comum encontrarmos tal situação, pois um indivíduo que
trabalha numa empresa que o desvaloriza como ser humano, sentindo-se desprezado, sentirá a
fadiga psíquica de modo constante. Mudando de emprêgo, encontrando uma outra empresa que o
respeite e valorize, superará o estado emocional no qual se encontrava.
A fadiga psíquica pode manifestar-se através de uma sobrecarga ou também pela monotonia.
A primeira manifesta-se pelo ESGOTAMENTO MENTAL e, a segunda, pelo EMBOTAMENTO
MENTAL.
Exemplos:
ESGOTAMENTO MENTAL
Indivíduos que se sujeitam a jornadas de trabalho intensas, trabalhando em dois ou três
empregos diferentes, ou trabalhando de dia e estudando à noite, sofrem sobrecarga. Observa-se em
tais situações que, à medida que vai se manifestando o esgotamento mental, o indivíduo não
consegue nem se concentrar nos afazeres de seu trabalho diurno e nem aproveitar as aulas e lições
da escola noturna. Casos graves de esgotamento mental provocam reações violentas, tais como a
incapacidade para as tarefas mais simples (quanto são 2 + 2 ? Não sei, não consigo pensar!) ou
crises de choro e rejeição total ao trabalho.
EMBOTAMENTO MENTAL
Geralmente se manifesta pelo sub-aproveitamento da capacidade profissional do indivíduo,
que já atingiu um determinado nível de conhecimento e experiência, mas se vê na condição de
trabalhar em atividades básicas e até mesmo braçais.
É uma manifestação psíquica muito observada em linhas de montagem, nas quais o trabalho
não possui qualquer espécie de criatividade, pois se faz sempre a mesma coisa, repetida milhares de
vezes. É uma situação na qual aparece uma evidente insatisfação e revolta por parte do trabalhador.
DE ONDE DERIVA-SE A FADIGA PSÍQUICA ?
Claro está que a fadiga psíquica não é derivada apenas de situações presentes no
trabalho (origem ocupacional), mas também de FATORES DO CONTEXTO. Portanto, dois são os
ambientes dos quais a mesma deriva-se, o que é detalhado a seguir.
FATORES DE CONTEXTO (extraprofissionais)
Contexto é o meio no qual o indivíduo vive, ou seja, a cidade na qual mora, seu país,
sua casa, seu bairro, a condução que pega para deslocar-se, a sociedade que o cerca e a família com
a qual vive. Todos os problemas vivenciados neste meio são classificados como de CONTEXTO.
- salário baixo;
- condições sub-humanas de vida (alimentação, vestuário, moradia, etc.)
ERGONOMIA
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- transporte deficiente;
- ausência de assistência médico-hospitalar;
- falta de assistência e orientação social;
- mercado de trabalho restrito;
- desajustes familiares (quem não os têm hoje em dia?);
- escândalos financeiros do governo, como desvios de verba que seriam destinadas à construção de
hospitais, escolas, etc.
FATORES OCUPACIONAIS
- chefia insegura e incompetente;
- protecionismo (fulano foi promovido por que é sobrinho do chefe...);
- perseguição e bloqueio de carreira;
- falta de retorno da empresa perante os problemas levantados pelo trabalhador;
- salário incompatível com a capacidade do indivíduo;
- humilhações, baixarias, brigas entre a chefia e o subordinado;
- agentes agressivos ambientais (ruído, vibração, calor, gases e vapores tóxicos, entre outros);
- rumores diversos (vão demitir um monte de gente! a empresa vai fechar!, vai mudar a diretoria!)
CONSEQÜÊNCIAS DA FADIGA OCUPACIONAL À SOCIEDADE E PARA A EMPRESA
O trabalhador que manifesta a fadiga crônica, geralmente psíquica, acompanhada por
reações adversas que são de caráter psicossomático (gastrite, úlcera, colite, dores de cabeça, etc.),
sente-se desmotivado para o trabalho e não raro falta ao emprego em demasia, em reações típicas
de defesa e fuga.
A situação, em determinado momento da vida profissional do indivíduo, torna-se tão
insuportável, que este simplesmente não suporta mais conviver com a agressão de seu trabalho,
demitindo-se.
Ocorre que os próprios fatores de contexto, que implicam na SOBREVIVÊNCIA do
indivíduo dentro da sociedade, o pressionam direta ou indiretamente para que não permaneça em tal
condição social (desempregado), o que torna a situação conflitante.
Se considerarmos o custo econômico derivado de tal situação, concluiremos tristemente que:
- a empresa só tem a perder, pois a produção torna-se fragmentada, há aumento no número de
erros, acidentes e reclamações trabalhistas, pedidos de indenizações, “ turn-over ”, etc.
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- a sociedade também sente os reflexos de tal situação, pois as doenças que se manifestam nos
trabalhadores de modo precoce, o absentismo elevado, a demissão em massa, a crescente
“economia informal”, entre tantos problemas sociais conhecidos, é também bastante onerosa.
O reconhecimento, por parte da empresa, da gravidade representada pela FADIGA é, pois,
necessário, para que uma política de reorganização do trabalho e das condições ambientais
presentes nas dependências da mesma sejam adotadas.
Inúmeros e graves problemas ainda não têm solução e, ao que tudo indica, durante muito
tempo ainda estarão presentes, pois a organização do trabalho em determinados segmentos de
produção, implica numa continuidade das situações já diagnosticadas como de alta morbidade.
REAÇÕES ADVERSAS DO ORGANISMO FRENTE AOS HORÁRIOS DE TRABALHO.
Todo organismo vivo obedece a ciclos temporais, que comandam suas funções. Com o ser
humano não é diferente e, dentro das 24 horas do dia, o organismo comporta-se de modo
diferenciado, respeitando um CICLO, conhecido como CIRCADIANO.
Tal ciclo coordena uma série de reações involuntárias do organismo, ou seja, aquilo que
vulgarmente chamamos de RELÓGIO BIOLÓGICO. Assim é que a temperatura interna do corpo
trabalha dentro de uma faixa, que chega a variar até 1,2 graus Celsius. O estado de vigília x sono
também manifesta-se em horários distintos, assunto que é nosso objeto de análise, a seguir.
Nosso corpo necessita do sono para que recupere sua capacidade funcional. O sono, de sua
vez, possui diferentes estágios de profundidade, nos quais a qualidade varia. Os dois estágios
iniciais do sono são LEVES e é muito fácil acordar quando nos encontramos em tal fase. Já os dois
estágios mais profundos, são do sono PESADO, considerado como um sono de melhor qualidade,
no qual há recuperação do organismo em função do repouso ali obtido, tanto mental quanto físico.
O ritmo de sono x vigília é coordenado pelo centro nervoso do hipotálamo. Atinge-se o
ápice da vigilia por volta do horário do meio-dia e o do sono por volta da meia-noite, momento em
que nosso sistema nervoso vai “desligando” o organismo.
Contudo, trabalhadores que se ativam nas grandes indústrias de transformação, como
petroquímicas, refinarias, siderúrgicas, ou aqueles que trabalham no setor básico de utilidades
(energia elétrica, saneamento básico, telefonia, etc.), vivenciam diferentes horários de trabalho,
revezando-se em regime de rodízio. São os chamados turnos alternantes de revezamento. Percebese, pois, que o organismo humano já possui um ciclo definido pelo hipotálamo, para que se
“desligue” em horários certos e se “religue” em outros, mas o regime de trabalho em turnos obriga
o trabalhador a uma situação de dessincronização destes ciclos.
Imagine a situação do trabalhador que entra no turno de “zero-hora”. Quando inicia suas
atividades, o trabalhador deveria estar começando a dormir, não a trabalhar ! Seu organismo
procura, a todo custo, desligar-se, pois assim o quer o hipotálamo, mas não consegue em função da
situação externa vivenciada pelo indivíduo, que o força a ficar acordado.
Pode-se alegar que o trabalhador pode dormir durante o dia, o que possibilitaria sua
recuperação e repouso, o que, na verdade, é uma ilusão. Durante o dia, o hipotálamo orienta o
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organismo para um estado de vigília, contrário ao sono, portanto. Trava-se, então, uma verdadeira
luta no organismo e o resultado é catastrófico: o trabalhador dorme, mas a qualidade do sono é
baixa, pois só se atinge o estágio de sono LEVE (no qual praticamente não se descansa), com
períodos entrecortados e curtos de sono PESADO, insuficientes à recuperação.
Há também fatores externos diurnos, que em muito prejudicam o sono durante o dia. O
ruído característico das ruas com buzinas, freadas, escapamentos furados, caminhão de entrega de
gás, crianças brincando, etc., acaba por acordar várias vezes o indivíduo, que passa à uma condição
de cochilos, totalmente diversa do sono noturno ao qual estamos acostumados, este sim repousante.
GLOSSÁRIO:
CIRCADIANO, CICLO: significa “cerca de um dia”, ou seja, equivale ao período aproximado de
24 horas. Do latim “circa dies”,
HIPOTÁLAMO: núcleo nervoso localizado na base do cérebro, que coordena diversas funções
vitais do organismo.
MORBIDADE: condição na qual um indivíduo apresenta grande debilidade de força, resultando em
doença e fraqueza generalizadas.
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