Anamnese farmacêutica Prof. Mauro S. de Castro Semiologia grego σημειολογία (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo) Semiologia Semiologia: estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas e de outros animais. Importância no diagnóstico da maioria das enfermidades Semiologia médica: estuda também a maneira de revelar (anamnese, exame clínico, exames complementares) e de apresentar (observação, tabelas, síndromes) esses sinais e sintomas, com o propósito de se estabelecer um diagnóstico Semiologia farmacêutica estuda a maneira de revelar (anamnese, exame da farmacoterapia, exames complementares) e de apresentar sinais e sintomas, com o propósito de se estabelecer um diagnóstico sobre a farmacoterapia utilizada por um usuário de medicamentos. Anamnese farmacêutica É a parte da semiologia que visa revelar, investigar e analisar os problemas relacionados a farmacoterapia e suas causas. É a parte do ato farmacêutico que conduz ao estabelecimento de um diálogo entre o entrevistado- adultos, crianças, idosos ou comunidade - e o entrevistador. Como se faz? Pedindo informação a quem consulta, é encaminhado ou a todo aquele que possa fornecer dados sobre o caso Macro-componentes Dispensação de medicamentos Orientação farmacêutica Diagnóstico do processo Diagnóstico do conhecimento individual Pode ser centrada no usuário/paciente Seguimento/acompanhamento farmacoterapêutico Diagnóstico centrado no usuário Compreensão holística ou integral Macro-componentes Atendimento farmacêutico Educação em saúde Diagnóstico da necessidade/oportunidade de automedicação Diagnóstico de comunidade Diagnóstico do indivíduo Clínica ampliada Diagnóstico realizado pela equipe Atenção Farmacêutica Estudando um caso clínico Como estudar uma doença? Epidemiologia da doença (epidemiology) 20 – 30 % da população é hipertensa Etiologia (etiologia): relacionada com as causas gerais da doença e as circunstâncias (fatores de risco) que predispõem uma pessoa a sofrer os seus efeitos. Pergunta: Por quê? Sedentarismo, obesidade Idade Causas primárias Como estudar uma doença? Fisiopatologia (pathofisiology): envolve os efeitos que levam ao rompimento das funções fisiológicas normais. Distúrbio patológico em nível de Sistema Nervoso Central, sistema autonômico, receptores adrenérgicos ou baroreceptores (múltiplos fatores). Como estudar uma doença? Apresentação Clínica (Clinical presentation) sinais e sintomas: padrão típico de características clínicas causadas por uma doença Tratamento (treatment) Desfechos desejados (desired outcomes) Objetivos terapêuticos (Overall Goal of Therapy) Desfecho substituto desejado (Surrogate Goal of Therapy) Como estudar uma doença? Tratamento - 2 Terapia não-farmacológica (nonpharmacologic therapy) Farmacoterapia (pharmacotherapy) Pacientes com indicadores compulsórios (Patients with Compelling Indications) Controvérsias clínicas (clinical controversy) Considerações farmacoeconomicas (pharmacoeconomic considerations) Como estudar uma doença? Avaliação de desfechos terapêuticos (EVALUATION OF THERAPEUTIC OUTCOMES) Objetivos atingidos (ACHIEVING GOALS) Monitorização Clinica (CLINICAL MONITORING) Adesão ao tratamento (ADHERENCE) Anamnese farmacêutica Quem vem lá? Nome, gênero, idade Peso, altura, anos de estudo Onde mora? Com quem mora? Como é a família - genograma Condições de habitação Trabalho e suas condições Tem cuidador? Preocupações de saúde O que lhe preocupa? Desde quando? Qual a percepção, controlada? Diagnóstico médico? Ou a preocupação é uma situação social? Por quê está doente? O que pensa sobre o desfecho? Medicamentos Já teve reação adversa a algum medicamento? Forma de perguntar: Já teve que parar de utilizar algum medicamento por problema? Qual? Descrever o problema: ....... Reação cutânea, com prurido? Medicamentos em uso Utiliza? quem prescreveu? desde quando? para quê? quanto usa? como usa? até quando? como é o resultado? dificuldade? algo estranho? esquece quantas vezes por semana? Medicamentos que já utilizou quem prescreveu? desde quando parou? para quê? como foi o resultado? algo estranho? Abordagem complementar Revisão de sistemas Hábitos de vida Relação com cada medicamento Relação com o tratamento Família e o tratamento Emprego Comunidade Contextualizando Resumo do atendimento de outros profissionais SOAP Impressão que fica do caso O estudo do medicamento Como realizar? Princípios da farmacologia Indicação Efetividade Segurança Prevenção Causas de fracasso terapêutico Erros de medicação Falhas técnicas Produção Falsificação Cognição Adesão ao tratamento Domínios Avaliação Interações M-M M-A M- alcool Incompatibilidades Uso do medicamento em geral Ideal para o usuário/paciente? Prescrição racional? Complexidade terapêutica? Preparo de conduta Interpretação dos fatos Conduta a ser proposta Plano Auto-cuidado Auto medicação responsável OMS (1998) Auto-cuidado: primeiro recurso de qualquer sistema de saúde Muitos tratam de muitas enfermidades Farmacêutico pode ajudar: Informações adequadas Interpretar informações Ênfase na promoção da saúde e controle de doenças Tendência: aumento da auto-medicação Princípios da prática farmacêutica Material especialmente desenhado para essa finalidade Treinamento adequado Portanto: Protocolo clínico Entrevista clínica Processo 1. 2. Determinação dos fatos: condição de enfermidade do paciente Decidir: 1. 2. 3. Transtorno menor? Situação sem gravidade e que responde a tratamento sintomático? Derivo ao médico? Devido gravidade Aconselhar: decisão assessorada Protocolos do projeto TESEMED TOSSE Pharm Care Esp 2001; 3: 77-92. Protocolo Definição do transtorno menor e mecanismo Causas Como inicia Quadros associados Esquema do protocolo Causa de referência ao médico Aspectos a recordar no aconselhamento farmacêutico Como acessar? www.pharmaceutical-care.org 2001, Vol 3:. Gripe e resfriado: enero-febrero, 5-21 Tosse: marzo-abril, 77-92 Constipação: mayo-junio, 155-174 Hemorróidas: septiembre-octubre, 324-336 Outras fontes Non-prescription Drugs Guia de Dispensação de produtos terapêuticos que não exigem prescrição - ArtMed www.fisterra.com Atendimento Farmacêutico O gato que fala Regras básicas para a auto-medicação responsável Adaptado de Zardain Tamargo E, Erayalar T, Dago A. Dispensación de Medicamentos sin Receta. Procedimento Quem é o paciente? Idade Sexo Condições de entendimento em saúde O que sente Cuentamelo (Conta-me gato) Pasitamae Questões específicas para a situação identificada Questões C = Começo: Como iniciou o transtorno? O = Ocupação espacial (local), irradiação N = Novidade? 1ª vez ou recidivante? T = Tempo, duração do transtorno? A = Alivia com? Agrava com? M = Medicamentos utilizados ou outra terapia? E = Entender o paciente – considerar linguagem verbal e não verbal – dramatização do paciente. Questões (2) G = Gravidade percebida: leve? A = Alergias? Reações adversas? T = Tratamentos medicamentosos em uso (considerar os não medicamentosos) O = Outros: enfermidades, sintomas e sinais associados. Contribuir para a construção da saúde Utilizando a técnica correta Com as habilidades necessárias Respeitando o outro Entendendo a dimensão cultural Saúde, doença, cultura Ajudando a decidir Mudança da prática profissional = verificar resultado terapêutico Ao atender objetive: Indicar ao paciente a atitude mais adequada Selecionar um medicamento Educação em saúde Resolver as dúvidas ou carências de informação Propostas pelo usuário Identificadas pelo farmacêutico Proteger contra PRMs Avaliar se PS é devido a PRM Problema relacionado com medicamento Ferramenta de trabalho do farmacêutico Várias classificações. Principal: Necessidade Efetividade Segurança CAUSAS DO PRM