SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento SENAI MODATEC Centro de Desenvolvimento Tecnológico para o Vestuário Planejamento e Controle de Produção (PCP) Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Sumário SENAI MODATEC ..........................................................................................................................1 CENTRO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO PARA O VESTUÁRIO ....................................................1 APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................6 1. I N T R O D U Ç Ã O.......................................................................................................................7 2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO .....................................................................8 2.1 CONCEITO DE PLANEJAMENTO .....................................................................................................8 2.2. CONCEITO DE CONTROLE ...........................................................................................................8 2.3 CONCEITO DE PCP .....................................................................................................................9 2.4 FINALIDADES E FUNÇÕES DO PCP ...............................................................................................9 2.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PCP..........................................................................................11 3. SISTEMAS DE PCP .....................................................................................................................13 GRANDE VARIEDADE DE MÁQUINAS..........................................................................................14 3.1 FASES DO PCP.........................................................................................................................18 3.2 PROJETO DE PRODUÇÃO ...........................................................................................................19 4. PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ............................................................................................23 4.1 CONCEITO DE PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO .............................................................................23 4.2 FINALIDADE DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ..........................................................................23 4.3 ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ......................................................................24 5. ELABORAÇÃO DO PLANO DE PRODUÇÃO ............................................................................29 6. PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO ............................................................................................32 6.1 CONCEITO DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO .............................................................................33 6.2. TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO .............................................................................34 6.2.1. GRÁFICO DE GANTT ..............................................................................................................34 6.3 FASES DA PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO ...................................................................................36 6.4 EMISSÃO DE ORDENS ................................................................................................................37 6.5 SISTEMAS DE EMISSÃO DE ORDENS ............................................................................................38 6.6. LIBERAÇÃO DA PRODUÇÃO ........................................................................................................47 7. CONTROLE DA PRODUÇÃO......................................................................................................48 7.1. CONCEITO DE CONTROLE DA PRODUÇÃO ...................................................................................48 7.2. FINALIDADE DO CONTROLE DE PRODUÇÃO .................................................................................49 7.3. FASES DO CONTROLE DA PRODUÇÃO.........................................................................................50 Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 8. MÉTODOS DE CONTROLE DA PRODUÇÃO ............................................................................52 9. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO.........................................................................................................57 A) ..................................................................................................................................................57 B) ..................................................................................................................................................58 C) ..................................................................................................................................................59 D) ..................................................................................................................................................59 E) ..................................................................................................................................................60 10. PCP – PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PRODUÇÃO – EXERCÍCIO ..............................61 11.1 A NOVA ERA DA ECONOMIA – O AMBIENTE DE MUDANÇAS DECORRENTE DA GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA ..................................................................................................63 11.2 O NOVO CONCEITO DA QUALIDADE .............................................................................64 11.3 O MÉTODO DEMING - A REVOLUÇÃO GERENCIAL QUE MUDOU O MUNDO ...........................64 12. CONCEITOS E OBJETIVOS DA GESTÃO PARA A QUALIDADE..........................................67 12.1 AS ORGANIZAÇÕES HUMANAS :.................................................................................67 12.2 A GESTÃO DO TRABALHO HUMANO: ..........................................................................69 12.3 DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES GERÊNCIAIS: ............................................70 12.4 AUTORIDADE, RESPONSABILIDADE, DISCIPLINA: .....................................................71 12.5 GERÊNCIA PELA QUALIDADE TOTAL: ............................................................................71 12.6 FINALIDADE DO TRABALHO HUMANO:........................................................................72 12.7 CONHECIMENTO GERAL SOBRE GQT: .......................................................................73 13. O FATOR HUMANO NA GESTÃO PELA QUALIDADE ..........................................................74 13.1 COMO DESENVOLVER O NÍVEL DE DESEMPENHO .....................................................74 TOTAL ..........................................................................................................................................78 13.2 PRINCÍPIOS DA QUALIDADE: ...........................................................................................78 13.3 MOTIVAÇÃO E COMUNICAÇÃO: ....................................................................................80 14. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS (OP)...............................................................................82 14.1 FLUXOGRAMA:...................................................................................................................82 15. NORMAS TÉCNICAS.................................................................................................................85 15.1 ISO 9000 INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO NO BRASIL .......................................................85 15.2 RAZÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA ISO:....................................................................87 15.3 O QUE É ISO 9000 ?...........................................................................................................90 15.4 HISTÓRICO DAS NORMAS DE SISTEMAS DE QUALIDADE ..........................................91 16. ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DA ISO 9001/2000............................................................93 17. METAS PARA MELHORIA DA QUALIDADE .........................................................................105 Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 17.1 TREINAMENTO – A CHAVE DO SUCESSO:....................................................................105 17.2 POLÍTICA DA QUALIDADE, A VOZ DA ADMINISTRAÇÃO ............................................106 17.3 TECNOLOGIA: ..................................................................................................................108 17.4 REGISTRO DA QUALIDADE: ...........................................................................................108 17.5 AUDITORIA INTERNA: ....................................................................................................109 17.6 AVANÇO DA ISO 9000 .........................................................................................................110 17.7 NORMAS TÉCNICAS........................................................................................................110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................111 Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Apresentação “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento”. Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – interne - é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 6 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 1. I N T R O D U Ç Ã O O mercado consumidor estimula as empresas por produtos variados, cada vez mais adaptados ao uso. Este estímulo age elevando constantemente o nível de competitividade entre as empresas. Desta forma, o grande desafio das empresas de manufatura, atualmente, é ser adaptada as novas condições do meio, que são o aumento da exigência por qualidade, mudanças freqüentes mo mercado, produtos com um curto ciclo de vida, produtos variados, grande concorrência de preços e, consequentemente, uma grande preocupação com custos e prazos apertados. Dentro deste contexto, é exigido do sistema de manufatura uma arquitetura capaz de tornar a empresa orientada ao consumidor. Esta nova arquitetura tem profundos reflexos no chão de fábrica das empresas. A quantidade de informações no chão de fábrica cresce muito. É necessário planejar e controlar, cada vez mais, um número maior de lotes de peças diferentes e a troca de lotes, com todas as conseqüências que isto acarreta. Em função disto, surgem novas necessidades para administração e controle do chão de fábrica, onde o conceito PCP se apresenta adequado a tarefa de integrá-lo a outras áreas da empresa e coordenar suas atividades, seja a atividade produtiva propriamente ou as atividades paralelas necessárias a produção, como transporte, preparação e fornecimento de ferramental. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 7 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 2. Planejamento e Controle de Produção 2.1 Conceito de Planejamento • • Planejamento: é a função administrativa que determina antecipadamente quais os objetivo a serem atingidos e o que deve ser feito para atingi-los da melhor maneira possível. Assim, partindo da fixação dos objetivos a serem alcançados, o planejamento determina a priori o que se deve fazer, quando fazer, quem deve fazer e de que maneira. O planejamento é feito na base de um conjunto de planos. O planejamento e seus desdobramentos: O que se deve fazer Quando fazer Objetivo a alcançar Planejamento Quem deve fazer Como fazer 2.2. Conceito de Controle • • Por outro lado o controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho, para assegurar que os planos sejam executados da melhor maneira possível. A tarefa de controle é verificar se tudo está sendo feito de conformidade com que foi planejado e organizado, de acordo com as ordens dadas, para identificar os erros ou desvios, afim de corrigi-los e evitar sua repetição. O controle e seus desdobramentos Medir o desempenho Comparar com o planejamento Corrigir o desempenho Identificar erros ou desvios Controle O planejamento constitui a primeira etapa do processo administrativo e o controle constitui a última etapa. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 8 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Planejamento Organização Direção Controle As quatro etapas do processo administrativo 2.3 Conceito de PCP Ambas as definições apresentadas – de planejamento de controle – são genéricas, mas ilustram muito bem o seu significado. No caso específico da produção, o PCP planeja e controla as atividades produtivas da empresa. Se a empresa é produtora desses bens ou mercadorias, cuidando das matérias-primas necessárias, da qualidade de mão de obra, das máquinas e equipamentos e do estoque de produtos acabados, disponíveis no tempo e no espaço, para a área de vendas efetuar as entregas aos clientes. PCP é o representante do cliente dentro da empresa. Partindo dos objetivos da empresa, o PCP planeja e programa a produção e as operações da empresa, bem como as controla adequadamente, para tirar o melhor proveito possível, em termos de eficiência e eficácia. O PCP tem naturalmente um papel de integrador do chão de fábrica ao resto da empresa. 2.4 Finalidades e funções do PCP A finalidade do PCP é aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo da empresa. Tem portanto, uma dupla finalidade: atuar sobre os meios de produção para aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam plenamente alcançados para aumentar a eficácia. O PCP monitora e controla o desempenho da produção em relação ao que foi planejado, corrigindo eventuais desvios ou erros que possam surgir. O PCP atua antes, durante e depois do processo produtivo. Antes, planejando o processo produtivo, programando materiais, máquinas, pessoas e estoque. Durante e depois, controlando o funcionamento do processo produtivo para mantê-lo de acordo com o que foi planejado. Ao desenvolver as suas funções, o PCP mantém uma rede de relações com as demais áreas da empresa. As inter-relações entre o PCP e as demais áreas da empresa se devem ao fato de que o PCP procura utilizar racionalmente os recursos empresariais, sejam eles materiais, humanos, financeiros etc. Assim as principais inter-relações do PCP com as demais áreas da empresa são as seguintes: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 9 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento a) Com a área de engenharia industrial b) Com as áreas de suprimentos e compras c) Com área de recursos humanos d) Com a área financeira e) Com a área de vendas f) Com a área de produção * PCP programa o funcionamento de máquinas e equipamentos se baseia em boletins de operações (BO) fornecidos pela engenharia industrial. Por sua vez, a engenharia industrial programa a paralisação de máquinas e equipamentos para manutenção e reparos. * PCP programa materiais e matériasprimas que devem ser obtidos no mercado fornecedor, através do órgão de compras e estocados pelo órgão de suprimentos. Assim, ás áreas de suprimentos e compras funcionam com base naquilo que é planejado pelo PCP. *PCP programa a atividade da mão de obra, estabelecendo a quantidade de pessoas que devem trabalhar no processo de produção. O recrutamento, seleção, treinamento pessoal são atividades estabelecidas em função do PCP. * PCP se baseia nos cálculos financeiros fornecidos pela área financeira, para estabelecer os níveis ótimos de estoques de matérias-primas e de produtos acabados, além dos lotes econômicos de produção. * PCP se baseia na previsão de vendas, fornecida pela área de vendas, para elaborar o plano de produção da empresa e planejar a quantidade de produtos acabados, necessária para suprir as entregas aos clientes. Na medida em que a previsão de vendas sofre alterações, em função do comportamento do mercado, o PCP altera também o plano de produção e os seus desdobramentos. PCP planeja e controla a atividade da área de produção. Isso significa que esta área funciona de acordo com o que é planejado e programado pelo PCP. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 10 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Estas inter-relações podem ser assim representadas As inter-relações do PCP com as demais áreas da empresa Área de finanças Área de Produção Área de Vendas PCP Área de engenharia Área de compras Contabilidade e Custos Área de Recursos Humanos Almoxarifado 2.5 Princípios fundamentais do PCP A administração é uma ciência que lida com fenômenos sociais e humanos e, portanto, sujeitos a enorme variabilidade. Quando trata do planejamento da produção, o PCP utiliza os princípios fundamentais do planejamento e do controle. Os princípios que regem o planejamento: Definição do objetivo Planejamento Flexibilidade do planejamento Princípios de Objetivo Definição dos padrões Controle Exceção Ação _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 11 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Principio da definição do objetivo Principio da flexibilidade do planejamento O objetivo deve ser definido de forma clara e concisa, para que o planejamento seja adequado, porque este é feito em função do objetivo que se pretende atingir. A finalidade do planejamento é determinar como o objetivo deverá ser alcançado. O planejamento dever ser flexível e elástico, afim de poder se adaptar a situações imprevistas. Em outras palavras, como o planejamento se refere ao futuro, a sua execução deve permitir certa flexibilidade e adaptação a novas situações. Os princípios que regem o controle são Principio do objetivo Principio da definição dos padrões Principio da execução Principio da ação O controle dever contribuir para o alcance dos objetivos, através da indicação dos erros ou falhas, em tempo hábil para permitir ação corretiva oportuna. O controle deve basear em padrões bem definidos. Geralmente, os padrões são definidos no planejamento, ou seja, antes da execução dos trabalhos e devem claramente servir de critério para o futuro desempenho. Diz este principio que o controle deve se concentrar exclusivamente obre as situações excepcionais, isto é, sobre os desvios mais importantes e não sobre as coisas normais. O controle somente se justifica quando proporciona ação corretiva sobre desvios ou falhas apontados. Isto significa que de nada adianta um controle que não indique providencia a tomar ou falhas a resolver. Se o controle não conduz a nada, então é melhor elimina-lo. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 12 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 3. Sistemas de PCP O PCP está intimamente relacionado com o sistema de produção adotado pela empresa e dele depende para planejar e controlar a produção. Cada um dos sistemas de produção exige um sistema especifico de PCP. Vejamos cada um destes sistemas. a) PCP em produção sob encomenda É o caso da empresa que apenas produz após ter efetuado um contrato ou pedido de venda de seus produtos. A encomenda ou o pedido efetuado vai definir como a produção deverá ser planejada e controlada. O PCP somente vai funcionar após o recebimento da encomenda ou do pedido feito pelo cliente. As principais características do PCP em produção sob encomenda são as seguintes: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 13 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento É de grande complexidade, exigindo muito tempo para sua produção. É o caso da produção de navios, geradores de grande porte, construção de edifícios, de hidrelétricas , sendo que cada produto é diferente dos demais e de acordo com as características solicitadas pelo cliente. Cada Cada produto é único encomenda, cada pedido ou cada contrato costuma ser considerado um produto específico, exigindo a sua identificação ao longo de toda produção. Assim, cada encomenda ou pedido requer um PCP específico. Trata-se, pois, de produção intermitente e sem continuidade. Universais, de dispositivos de transporte e de equipamentos, bem como uma oficina-base, na qual são manufaturadas as partes daquilo que será o produto final, isto é, os seus componentes. Por exemplo, a oficina no caso da construção Grande variedade de civil, é o canteiro de obras. No caso de uma empresa de máquinas propaganda, é a equipe de trabalho, que atende a determinada empresa. No caso de um hospital, é a equipe especializada, que atende a determinado paciente Grande variedade de operários Grande dificuldade para a realização de previsões Altamente especializados, capazes de participar de uma das partes do extenso campo que compõe o produto final. Há uma demanda flutuante de mão de obra especializada no local, onde o serviço é realizado. Isto significa que eletricistas, soldadores, carpinteiros, marceneiros, encanadores, ferramenteiros, mecânicos, etc, nem sempre tem serviço continuo. O mesmo ocorre com a equipe de propaganda ou com a equipe médica especializada. Necessidades de datas de entrega, que se apliquem aos pedidos individuais e que signifiquem um compromisso de produção. O objetivo primordial do PCP é atender a estas datas, fazendo com que os produtos ou serviços sejam entregues dentro dos prazos solicitados pelo cliente. Cada produto ou serviço exige um complexo trabalho diferente dos demais. Cada produto ou serviço exige um PCP especifico. Há necessidade de um grupo de administradores e especialistas altamente competentes, como supervisores da oficina-base, capazes de assumir sozinhos todas as atividades de cada contrato ou pedido; a administração da produção, mão de obra e custos. O sucesso da produção por encomenda depende muito da habilidade do administrador ou especialista, encarregado de cada contrato, encomenda ou pedido. A eficiente construção do edifício depende muita da habilidade do engenheiro de obras. O atendimento da empresa ao cliente depende muito do supervisor de conta da agência de propaganda, enquanto o atendimento do paciente depende muito do médico-chefe da equipe hospitalar. É vital, portando, que o PCP seja bem compreendido pelos especialistas que irão executar na prática. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 14 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento b) PCP na produção em lotes É o sistema de produção utilizado por empresas que produzem uma quantidade limitada de um tipo de produto por vez. Esta quantidade limitada é denominada lote de produção. Cada lote de produção exige um PCP especifico. Mas, ao contrario da produção sob encomenda (na qual o PCP é feito após o pedido ou a encomenda), o PCP é feito antecipadamente e a empresa pode aproveitar melhor seus recursos, com maior grau de liberdade. As principais características do PCP a produção em lotes são as seguintes: A empresa é capaz de produzir bens ou serviços genéricos de diferentes características As maquinas são agrupadas em baterias do mesmo tipo • • Se trata de uma industria têxtil, por exemplo, há uma extensa variedade de tecidos, com diferentes características. Cada tipo de tecido é produzido em um lote de produção, findo o qual sua produção é paralisada, para produzir o lote seguinte, de tecido diferente. O tecido anterior poderá ou não voltar a ser produzido em algum lote futuro. Cada lote é identificado por número ou código. O trabalho passa de uma bateria de máquinas para outra, em lotes de produção intermitente. Cada bateria de máquinas constitui um departamento ou uma seção. Geralmente, ocorre falta de equilíbrio na capacidade de produção dos diferentes departamentos da empresa. O PCP deve levar em conta este desequilíbrio entre departamentos, programando turnos diferentes de trabalho para compensa-lo nos diferentes números de horas trabalhadas. Se a limitação é constituída pelo fator máquina ou equipamento, compensa-se com o fator mão de obra para regularizar p processo produtivo. Em cada lote de produção, as ferramentas devem ser modificadas e arranjadas para atender aos diferentes produtos ou serviços. A produção em lotes permite utilização regular da mão de obra, sem grandes picos de produção. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 15 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • A produção em lotes exige grandes áreas de estocagem de produtos acabados e grande estoque de materiais em processamento ou em vias. A produção em lotes impõe um eficiente PCP para permitir mudanças nos planos de produção, na medida em que os lotes vão sendo complementados e novos lotes devem ser planejados. No fundo, o sucesso do processo produtivo depende diretamente do PCP. c) PCP em produção continua A produção continua é chamada de produção em série ou em linha. É o sistema utilizado por empresas, que produzem em ritmo acelerado, durante longo tempo e sem qualquer modificação. As operações são executadas sem interrupção ou mudança. A produção continua é possível, quando o numero de máquinas necessárias para produzir no prazo estimulado é maior do que o número de operações detalhadas para a sua produção. O PCP em produção continua coloca cada processo em seqüência linear ou em série, para que o material de operação se movimente de uma máquina para outra continuamente e para que, quando completado, seja transportado para o ponto necessário à montagem final. O PCP em produção continua é feito antecipadamente e pode cobrir maior extensão de tempo. Geralmente, é elaborado para cada exercício anual, explorando ao máximo as possibilidades dos recursos da empresa, proporcionando condições ideais de eficiência e eficácia. As principais características do PCP em produção continua ou em série são as seguintes: Baseia-se em um produto que é O produto é rigidamente especificado mantido em produção durante longo quanto às suas características. O período de tempo e sem mudanças processo de produção é estabelecido em detalhes, o que permite planejar a longo prazo todos os materiais necessários e a mão de obra envolvida. Facilita o planejamento detalhado Permite assegurar a chegada da matéria-prima necessária exatamente na quantidade suficiente e no tempo previsto. Baseia-se em máquinas e ferramentas Isto assegura um alto grau de altamente especializadas e dispostas padronização de máquinas e em formação linear e seqüencial, para ferramentas, de matérias primas, a produção de cada componente do materiais e de métodos de trabalho. produto final. • • Com a produção continua é programada para longos períodos, permite dividir as operações de montagem em quantidade de trabalho para cada operário, com base nos tempos padrão do ciclo de produção. Permite que as despesas em gabaritos, moldes, ferramental e dispositivos de produção sejam depreciadas (recuperadas contabilmente) dentro de um período de tempo mais longo, proporcionando economia nos custos de produção. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 16 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • • Facilita medidas para resolver rapidamente qualquer problema de paralisação no processo de produção, seja por falta de material ou mão de obra, seja por manutenção de máquina. Facilita a verificação diária do rendimento de produção em todos os pontos do processo produtivo, bem como permite que se faça um inventário regular das matérias-primas e materiais disponíveis em estoque. Seu sucesso depende do planejamento detalhado, que deve ser feito antes da produção iniciar um novo produto. O quadro a seguir dá uma idéia genérica das principais características de cada um dos sistemas de produção e suas influencias sobre os sistemas de PCP. Características dos três sistemas de produção Aspectos principais Produção por encomenda Produção em lotes Um lote de produtos de cada vez Produção continua Produto Um único produto de cada vez Sempre o mesmo produto Máquinas e equipamentos Variedade e pouca Agrupadas em padronização baterias do mesmo tipo Mão de obra Variedade e especialização Compensa o Regularmente desequilíbrio entre utiliza departamentos Métodos de trabalho Mutáveis e genéricos Mutáveis (com o lote) e rígidos Ritmo de produção Descontinuo e irregular intermitente Continuo no lote e Continuo e regular descontínuo na ao longo do tempo mudança de lote Sucesso do processo produtivo Depende do supervisor da oficina-base Depende do PCP em planejar os lotes de produção Alto grau de padronização Fixos e rígidos Depende do PCP a longo prazo Em resumo, os três sistemas de produção constituem gradações diferentes do diagrama, representado pela figura a seguir: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 17 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Descontinuidade da produção (intermitente) Produção por encomenda Continuidade da produção (Regular) Produção por lotes Produção continua Como vimos, a produção por encomendas é o sistema onde ocorre maior descontinuidade na produção continua é o sistema onde há maior continuidade no processo produtivo. A produção por lotes representa o sistema intermediário. Na realidade, o PCP é feito por lotes e para o conjunto de lotes na produção em lotes. E é feito para o exercício mensal ou anual na produção continua. O quadro, a seguir, permite uma visão simplificada das três situações. Almoxarifado de Subsistema de matéria-prima produção (MP) Planejamento e Planejamento e Produção por controle de MP em controle da encomenda cada encomenda produção em cada encomenda Planejamento e Planejamento e controle ed MP em controle da Produção por lotes cada lote e no produção em cada conjunto de lotes lote e no conjunto de lotes Planejamento e Planejamento e controle de MP controle da Produção para exercício produção para Continua mensal ou anual exercício mensal ou anual Sistemas de Produção Depósito de produtos acabados (PA) Planejamento e controle de PA em cada encomenda Planejamento e controle de PA em cada lote e no conjunto de lotes Planejamento e controle de PA para exercício mensal ou anual Nas empresas primárias e secundárias, é fácil definir qual o sistema de produção empregado. O mesmo não ocorre nas empresas terciárias. No hospital, por exemplo, o sistema é de produção sob encomenda, pois cada paciente ingressa no hospital para resolver o seu problema específico de saúde. O banco, por exemplo utiliza o sistema de produção continua no atendimento a seus clientes. E na escola, por acaso o sistema seria da produção em lotes, o qual cada classe seria de produção? 3.1 Fases do PCP Para poder funcionar satisfatoriamente, o PCP exige um enorme volume de informações. Na realidade, o PCP recolhe dados e produz informações incessantemente. É o centro de informações para a produção. Neste sentido, o PCP apresenta três fases principais, a saber: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 18 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • • Projeto de produção Planejamento da produção Controle da produção Projeto de Produção Formulação do Plano de produção Planejamento da Produção Controle da Produção Programação da Produção A primeira fase (projeto de produção) será tratada neste tópico, enquanto a segunda (planejamento da produção) e a terceira fases (controle da produção) serão tratadas nos tópicos seguintes. Vejamos a primeira fase do PCP 3.2 Projeto de Produção Também chamado de pré-produção ou planejamento de operações, o projeto de produção constitui a primeira fase do PCP. Nesta fase, procura-se definir como o sistema de produção funciona e quais as suas dimensões, para se estabelecer os parâmetros do PCP. O projeto de produção é relativamente permanente e sofre poucas mudanças com o tempo, a não ser que o sistema sofra alterações com a aquisição de novas máquinas, contratação de mais pessoal, aplicação de novas tecnologias etc. E toda vez que ocorrem tais mudanças, devemos alterar o projeto de produção. O projeto de produção constitui um esquema básico, fundamentado nos seguintes aspectos do sistema de produção da empresa. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 19 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Quantidade e características das máquinas e equipamentos e das baterias de máquinas em cada departamento ou seção Para se conhecer a capacidade de produção das máquinas de cada departamento ou seção produtiva da empresa Quantidade de pessoal disponível O efetivo de empregados e encargos ocupados em cada departamento ou seção, para se conhecer a capacidade de trabalho de cada departamento ou seção produtiva. O horário de trabalho, o sistema de incentivos de produção e sua carga adicional são também importantes. Volume de estoques e tipos de matérias primas Procedimentos de requisição de materiais ao almoxarifado, para se conhecer a disponibilidade de insumos de produção. Composição e lista de materiais que o constituem. A lista de materiais é geralmente acompanhada de um gráfico de explosão do produto, ou Características do produto ou serviço a seja, um gráfico que mostre as ser produzido diversas partes componentes do produto, tal como se elas tivessem explodido dele. Cálculos dos tempos de execução das tarefas através dos boletins de operação (BO), para se conhecer Métodos e procedimentos de trabalho como o trabalho deve ser realizado e qual a sua duração. Tamanho dos lotes econômicos de produção Para se conhecer qual o volume de produção ideal a ser realizado de cada vez No inventário de máquinas por seção, encontramos um levantamento das máquinas e equipamentos disponíveis em cada seção e sua respectiva capacidade de produção é geralmente definida em quantidade (em peças, metros ou quilogramas), por período (por hora, dia, semana ou mês). _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 20 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Seção Preparação Quantidade 2 1 1 Moldagem 4 4 4 Pré-montagem 10 Máquinas Moedeiras Secadeira Misturadeira Injetoras Injetoras Extrusoras Linhas de montagem Características Pffeifer PF 1000-500KG Hommans HS 202 – 1t Hommans – HE – 1t Spearman S 490 – 500KG Spearman S 900 – 480KG Signert K 20 - 500KG Hoffstede HF 1000 No efetivo de pessoal por seção, levantamos o pessoal e respectivos cargos ocupados por seção, proporcionando uma idéia da força de trabalho existente. A força de trabalho deve ser proporcional à capacidade de produção, isto é, o efetivo de pessoal deve ser suficiente para operar as máquinas e equipamentos, afim de se obter a quantidade de produção no período. Efetivo de pessoal por seção Seção Preparação Moldagem Pré-montagem Efeitos 5 3 8 15 17 1 21 11 Cargo Operadores Escolhedores Ajudantes Operadores Ajudantes Técnico Montadores Ajudantes Observações O inventário de estoques de matérias-primas permite uma visão das matériasprimas disponíveis em estoque e das necessidades de compra a curto e médio prazos para garantir produção. O estoque de MP, mais as compras programadas, devem ser suficientes para abastecer o processo produtivo no período considerado. Inventário de estoque de matéria-prima Item Plástico bruto Resina básica Poliestireno PVC Fornecedor Alfa S.A Ducolor S.A Ducolor LTDA Quimic S.A Estoque 30 ton 200 bar 85 bar 240 kg Dias de produção 30 22 8 15 Todos esses aspectos do sistema de produção formam o arcabouço do projeto de produção, no qual o PCP deverá se basear. O projeto de produção oferece uma visão ampla de todo o conjunto do sistema de produção da empresa e de todos os seus detalhes e possibilidades. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 21 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento O arcabouço do projeto de produção Quant. e tipos de máquinas Quant. de pessoal disponível Projeto de Produção Boletim de Operação Lote econômico de produção O detalhamento do projeto de produção Projeto de produção Características das máquinas Efetivo de pessoal Estoque de matéria prima Características do produto ou serviço Boletim de operações Lote econômico de produção Detalhamento Capacidade de produção de cada máquina, de cada bateria e de cada seção produtiva. Quantidade de empregados por cargo e por seção produtiva. Horários de trabalho. Itens de matéria prima e volumes de estoque para cada item. Controle de estoque. Procedimentos de requisição de MP Composição do produto ou serviço e lista de materiais (gráficos de explosão) utilizados. Seqüência e cadência do processo produtivo. Movimentação de MP e seus gargalos e demoras. Tamanho ideal do lote de produção para proporcionar maximização de resultados e minimização de custos de MP e PA. Elaborada a primeira fase (projeto de produção), pode-se dar início à segunda, que é o planejamento da produção, assunto a ser tratado no próximo tópico. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 22 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 4. Planejamento da Produção Nenhuma empresa funciona na base da improvisação. Tudo precisa ser planejado antecipadamente para evitar desperdícios, perdas de tempo, atraso ou antecipações desnecessárias. O planejamento da produção (PP) constitui a segunda fase do PCP, vindo logo depois do projeto de produção. O planejamento da produção (PP) é vital para o sucesso da empresa. Fundamentase na previsão de vendas, como base do que a empresa pretende colocar no mercado e na capacidade de produção da empresa, como base do que a empresa tem condições de produzir. Com estes dois pontos de fundamentação, o PP programa as máquinas, as matérias-primas e a mão de obra, para extrair deste conjunto de recursos resultado compatível com sua capacidade de produção e com a previsão de vendas, descontando eventuais estoques disponíveis de produtos acabados. 4.1 Conceito de planejamento da produção Elaborado o projeto de produção, a fase seguinte do PCP é o PP. Planejamento de produção é o estabelecimento a priori daquilo que a empresa deverá produzir, tendo em vista, de um lado, a sua capacidade de produção e, de outro lado, a previsão de vendas, que deve ser atendida. O PP é um conjunto de funções integradas, que visam orientar o processo produtivo, em função dos objetivos da empresa e dos recursos empresariais disponíveis. Os objetivos da empresa estão configurados na previsão de vendas, enquanto os recursos empresariais disponíveis definem a sua capacidade de produção. Tendo, assim, o balizamento da previsão de vendas (a quantidade de produtos que a empresa espera vender no decorrer do exercício) e da capacidade de produção (os recursos empresariais disponíveis), o PP procura compatibilizar a eficácia (alcance dos objetivos de vendas) e a eficiência (utilização rentável dos recursos desníveis). Neste sentido, o PP procura coordenar e integrar máquinas, pessoas, matériasprimas, materiais em vias e processos produtivos em um todo sistêmico e harmonioso. 4.2 Finalidade do Planejamento da produção Para produzir com eficiência, toda a empresa precisa planejar sua produção. Vimos que a eficiência representa a utilização racional e intensiva dos recursos empresariais. Quanto melhor a utilização dos recursos produtivos, tanto maior será a eficiência. Para obter a eficiência, deve-se planejar melhor. O mesmo ocorre com a eficácia. Ela representa o alcance ótimo dos objetivos pretendidos. A produção eficaz significa a produção planejada, entregue no tempo planejado e no custo esperado. Para obter eficácia, deve se planejar melhor. A finalidade do PP é obter simultaneamente a melhor eficácia e eficiência do processo produtivo. A eficiência e eficácia do planejamento da produção. processo produtivo, como finalidades do _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 23 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Processo produtivo Insumos Máquinas Mão de obra Matérias primas Materiais em vias Produtos acabados Eficácia Eficiência Enquanto a eficiência está voltada para o interior do processo produtivo, a eficácia está voltada para os resultados do processo produtivo. A finalidade do PP, é então planejar as atividades produtivas da empresa, adequando-as à sua capacidade de produção e à previsão de vendas. Em suma, o PP procura definir antecipadamente o que se deve fazer, quanto fazer, quando fazer, quem deve fazer e como fazer. As definições do planejamento da produção O que fazer Produtos ou serviços Quanto fazer Capacidade de produção Quando fazer Dentro do planejamento Quem dever fazer Unidades de produção e a assessoria Como fazer Processos de produção 4.3 Organização do planejamento da produção O departamento de planejamento e controle da produção (PCP) é um órgão de staff, ou seja, de assessoria, de planejamento e de controle. O PCP assessora a gerência ou diretoria de produção da empresa, formulando os planos de produção adequados às expectativas da empresa e controlando o processo produtivo para garantir o alcance dos objetivos propostos. Geralmente, o órgão de PCP é constituído dos seguintes setores ou seções: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 24 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento A organização do planejamento e controle da produção Gerência de Produção Planejamento e controle da produção Planejamento da produção Elaboração do plano de produção Programaçã o da produção Controle da produção Emissão de ordens Controle da produção Controle de estoques Fases do planejamento da produção Tendo em vista o projeto de produção sobre os recursos disponíveis, o PP obedece às seguintes fases: • • • • Elaboração do plano de produção Programação de produção (máquinas, materiais e mão de obra) Emissão de ordens de produção Liberação da produção _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 25 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento As quatro fases do planejamento de produção Elaboração do plano de produção Elaboração do plano de produção Elaboração do plano de produção Elaboração do plano de produção Plano de produção: fatores determinantes O plano de produção representa aquilo que a empresa pretende produzir, dentro de determinado exercício ou período. Geralmente, este exercício ou período é de um ano, quando se trata de produção continua e em lotes. Quando se trata de produção sob encomenda e produto de grande porte (como construção de navios, de edifícios ou de fábricas), o plano de produção cobre o tempo necessário para a execução do produto. O plano de produção está sujeito a fatores determinantes, que podem constituir vantagens que a empresa pode aproveitar ou restrições e limitações que a impedem de produzir mais. Os principais fatores determinantes do plano de produção são os seguintes: a) b) c) d) Previsão de vendas: constitui a expectativa de venda da empresa Capacidade de produção: representa o potencial produtivo da empresa Disponibilidade de matérias-primas (MP) no mercado fornecedor Recursos financeiros à disposição da empresa para adquirir matérias-primas e demais recursos para produzir Restringiremo-nos aos dois primeiros fatores determinantes do plano de produção: Previsão de vendas e capacidade de produção. a) Previsão de vendas A previsão de vendas representa a quantidade de produtos ou serviços, que a empresa pretende ou espera vender durante determinado tempo. A previsão de vendas deve especificar cada produto ou serviço da empresa e as vendas previstas para cada mês do exercício. Esta quantidade de vendas prevista mensalmente representa a quantidade de produtos ou serviços a ser produzida e colocada à disposição do órgão de vendas para a entrega aos clientes. É este o compromisso do plano de produção: produzir e oferecer ao órgão de vendas a quantidade certa e no momento certo os produtos ou serviços, de conformidade com a previsão de vendas. Quem elabora a previsão de vendas é o órgão de vendas ou de marketing da empresa, tendo em vista as vendas efetuadas no passado e as expectativas de vendas no futuro. Na medida em que o tempo passa, a previsão de vendas costuma ser alterada para mais ou para menos, dependendo das circunstancias, da conjuntura, do andamento das vendas, das favorabilidades ou dificuldades surgidas no meio do caminho etc. Na medida em que a previsão de vendas á alterada, o plano _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 26 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento de produção também é alterado para poder acompanha-la. Em resumo, o plano de produção visa abastecer a área de vendas com a quantidade de produtos ou serviços, que devem ser entregues aos clientes nas épocas determinadas pela previsão de vendas. Previsão de vendas para efeito de planejamento da produção Produtos A B C Totais Previsão de vendas em unidades nos meses de: Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. 200 300 500 800 1000 1000 1000 1200 100 200 300 400 500 500 500 500 100 200 300 400 500 500 500 500 Total 6000 3000 3000 400 12000 700 1100 1600 2000 2000 2000 2200 b) Capacidade de produção A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe. É aquilo que a empresa pode produzir em condições normais. Em outras palavras representa o volume ideal de produção de produtos ou serviços, que a empresa pode realizar. O volume ideal de produção representa um nível adequado de atividades, que permita o máximo de lucratividade e o mínimo de custos, de produção, de mão de obra, de manutenção etc. A capacidade de produção da empresa depende, por sua vez, de quatro subfatores, a saber: A capacidade instalada, a mão de obra disponível, matéria prima disponível e os recursos financeiros. Vejamos cada um destes quatro subfatores: • Capacidade instalada É a disponibilidade de máquinas e equipamentos que a empresa possui e o potencial de produção que eles permitem alcançar. A capacidade instalada representa a produção possível, se todas as máquinas e equipamentos estiverem plenamente disponíveis e em funcionamento ininterrupto. Contudo, nem sempre as máquinas e equipamentos estão prontos e disponíveis, pois pode haver necessidade de manutenção, reparos, trocas de peças, paradas por defeitos etc. provocando a paralisação de algumas unidades por algum tempo. Por outro lado, quando o plano de produção exige uma produção maior do que a permitida pela capacidade instalada, torna-se necessária a aquisição de novas máquinas e equipamentos, o que pode exigir alguma demora, ou então o trabalho em regime intensivo de horas extras ou em diversos turnos de trabalho. Por outro lado, máquinas e equipamentos velhos exigem maior numero de paradas para manutenção. Se o índice de manutenção de máquinas for de 6%, isto significa que 6% das máquinas e equipamentos estão, em média, parados para concertos ou reparos. Neste caso, a empresa pode contar com apenas 94% do seu parque de máquinas. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 27 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • Mão de obra disponível É a mão de obra cm que a empresa pode contar para executar o plano de produção. As máquinas não funcionam sozinhas. Dependem de operários habilitados para operá-las e mantê-las em funcionamento. Quando se fala em mão de obra disponível, deve se atentar para alguns detalhes importantes. Nem sempre a totalidade dos empregados está plenamente disponível para trabalhar, pois alguns estão em férias ou em licença médica, outros ausentes por diversos motivos particulares. É o chamado absenteísmo ou ausentismo (índice de faltas e de ausências). Por outro lado, muitos empregados se desligam ou são despedidos da empresa. É a chamada rotação ou rotatividade de pessoal (índice de rotação de pessoal). E pode ocorrer alguma demora na substituição de empregados desligados. A administração de pessoal calcula os índices percentuais de absenteísmo e de rotatividade de pessoal, que devem ser levados em conta na determinação da mão de obra disponível. Se o índice de rotatividade é de 4%, por exemplo, isto significa que no período considerado a empresa não dispõe deste pessoal. Se uma empresa tem um efetivo de pessoal de 100 empregados, com um índice de absenteísmo de 3% e um índice de rotatividade de 4%, ela pode contar somente com 93 empregados. É esta a sua mão de obra disponível para produzir. • Matéria prima disponível Representa a matéria prima básica, os materiais e insumos que os fornecedores entregam à empresa para abastecer a produção. Convém lembrar que a empresa depende dos fornecedores para obter as matérias primas e materiais para a realização da sua produção. A falta e matérias primas e de materiais para a realização da sua produção. A falta de matérias primas e de materiais pode reduzir ou paralisar a produção. Deve-se levar em conta, também, que a obtenção de matérias primas não é imediata. Há sempre um prazo para se localizar o fornecedor no mercado, fazer a compra e aguardar a entrega do pedido. Subfatores que determinam a capacidade de produção Capacidade instalada Capacidade de produção Capacidade instalada Capacidade instalada Capacidade instalada _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 28 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Recursos financeiros • A capacidade financeira de fazer investimentos em produção, compra de matériasprimas, aquisição de máquinas e equipamentos é um importante subfator de capacidade produtiva. A capacidade de produção da empresa precisa ser convenientemente aplicada e explorada para tornar os recursos empresariais (ou fatores de produção, como já vimos anteriormente) rentáveis e evitar o desperdício de tempo, de esforços e de dinheiro. 5. Elaboração do plano de produção O plano mestre ou de produção representa aquilo que a empresa pretende produzir, dentro de determinado período. Vimos que o plano de produção depende de quatro fatores determinantes, que o envolvem e condicionam. Para fins didáticos, vamos pressupor que dois dos fatores determinantes são favoráveis. Que exista disponibilidade de matérias primas no mercado fornecedor e recursos financeiros disponíveis na empresa. Lidaremos, portanto, com apenas dois fatores determinantes. A previsão de vendas e a capacidade de produção da empresa. São previsões fáceis. Se a previsão de vendas é menor do que a capacidade de produção, teremos capacidade ociosa ou em maior esforço de vendas para aumentar a previsão. Se a previsão de vendas for maior do que a capacidade de produção, teremos perda de vendas ou necessidade de aumentar a capacidade de produção, através da aquisição de novas máquinas e equipamentos. A elaboração depende do plano de produção do sistema utilizado pela empresa. Se a empresa utiliza o sistema de produção sob encomenda, a própria encomenda ou pedido é quem vai definir o plano de produção, pois cada encomenda é um plano de produção. Se a empresa utiliza o sistema de produção em lotes ou contínua, a previsão de vendas se transforma em plano de produção. • O plano de produção visa estabelecer a carga de produção ou de trabalho a ser atribuída ao processo produtivo da empresa, isto é, a todos os órgãos produtivos e não produtivos vinculados à produção. A carga de trabalho, em determinado período de tempo, para atender ao plano de produção. A influencia dos sistemas de produção na elaboração do plano de produção. Plano Produção por encomenda Plano de produção da encomenda Produção em lotes Plano de produção do conjunto de lotes Produção continua Plano de produção do período (mês ou ano) de Produção _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 29 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Vejamos como o plano de produção se estrutura em cada um dos sistemas de produção sob encomenda. a) Sistema de produção sob encomenda Na produção sob encomenda, cada produto exige um plano de produção especifico, em face do seu tamanho e da sua complexidade. O próprio pedido ou encomenda serve de base para a elaboração do plano de produção do produto ou serviço. O plano de produção para encomenda Encomenda (pedido ou contrato) Capacidade de produção Outras encomendas Plano de Produção No momento em que a empresa recebe a encomenda, pedido ou contrato, o PCP verifica as outras encomendas em andamento, confrontando-as com a capacidade de produção ocupada e a capacidade disponível para executa-la. A partir daí, calcula-se o prazo de entrega da encomenda. Entre o prazo de recebimento e o prazo de entrega, elabora-se plano de produção sob encomenda. O cálculo da carga de produção é função da data de entrega da encomenda e da capacidade de produção disponível. Tratam-se de estabelecer as datas de inicio e de término da encomenda e de cada uma de suas fases mais importantes. b) Sistema de produção em lotes Na produção em lotes, cada lote exige um plano de produção especifico, que é integrado ao plano mestre de produção. O PCP verifica dos demais lotes de produção em andamento, confrontado-se com a capacidade de produção ocupada e a capacidade disponível. Então, parte-se da previsão de vendas para se conhecer as datas de entrega do produto acabado. Entre o prazo de entrada do lote e as datas de entrega previstas para vendas, elabora-se o plano de produção do lote. O cálculo da carga de produção é efetuado em função das datas estabelecidas na previsão de vendas. c) Sistema de produção contínua Na produção seriada ou contínua, todo o processo produtivo está voltado para um único produto. Neste caso, a capacidade de produção costuma ser expressa em numero de unidades produzidas por dia, semana ou mês. Parte-se, então, da previsão de vendas para se conhecer as datas de entrega e respectivas quantidades do produto acabado. A carga de trabalho é calculada para suprir continuamente as quantidades especificas na previsão de vendas. O plano de produção visa _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 30 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento estabelecer quantas unidades serão produzidas em cada período (dia, semana, mês) e cada seção produtiva para entrega ao cliente ou para estoque no deposito de produtos acabados. O plano de produção continua ou seriada Previsão de Vendas Capacidade de produção Plano de produção No sistema de produção em lotes e de produção contínua, o plano de produção é estabelecido em função da previsão de vendas. Pode ocorrer que haja estoque de produtos acabados no deposito de PA, no inicio do período. O nível de estoque de PA no deposito da empresa representa uma produção executada no período anterior. O esquecimento de que o depósito de PA existem produtos do plano anterior de produção pode provocar um grave erro de planejamento da produção. A elaboração do plano de produção Capacidade de produção. O que podemos produzir) Plano de produção. (O que temos de produzir.) Previsão de vendas. (O que esperamos vender) Nível de estoque. (O que já foi produzido) O plano de produção, qualquer que seja o sistema utilizado pela empresa, deve dimensionar a carga de trabalho, que aproveite integralmente a capacidade de produção da empresa. De um lado, o dimensionamento da carga de trabalho não pode ser exagerado, o que provocaria sobrecarga. Sobrecarga é a atribuição de carga acima da capacidade de produção. Pode provocar problemas com o suprimento de matérias-primas, com manutenção de máquinas e com o pessoal de operação. Subcarga é a atribuição de carga aquém da capacidade de produção e provoca capacidade ociosa. Capacidade ociosa é a capacidade de produção não aproveitada, que permanece sem utilização. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 31 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Tendo por base o plano de produção, o PCP passa a cuidar da programação da produção. Veremos adiante que a programação da produção nada mais é do que o detalhamento do plano de produção, para que possa ser executado de maneira integrada e coordenada pelos diversos órgãos produtivos e demais órgãos de assessorias. É o que veremos no próximo tópico. Os limites do plano de produção Sobrecarga Limite máximo Excesso de carga de trabalho Plano de produção que assegure Plena utilização da capacidade Pequena folga para imprevistos Carga de trabalho Limite mínimo Capacidade ociosa Plano de produção que assegure: Alguma eficiência na utilização da capacidade de produção. Atendimento dos prazos de entrega Escassez de carga de trabalho 6. Programação da Produção Terminada a elaboração do plano de produção, deve-se colocá-lo em execução. Em outros termos, o plano de produção deve ser implementado para que passe à execução. Como o plano de produção cobre um período de tempo longo, deve ser detalhado e transformado em programas de execução diária. Estes programas devem ter praticidade suficiente para dar ordens claras e simples a todos os órgãos envolvidos direta e indiretamente no processo produtivo da empresa. Além disso, estes programas devem conseguir a integração e coordenação de todos os órgãos envolvidos. Assim, a programação da produção corresponde ao detalhamento do plano de produção e a sua transformação em ordens de produção ou de compra, que deverá ser executadas quotidianamente pelas respectivas seções envolvidas. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 32 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 6.1 Conceito de programação da produção Uma vez elaborado o plano de produção, o passo seguinte é a programação da sua execução. Como o plano de produção é muito amplo e genérico, a programação da produção visa detalha-lo para a sua execução no dia a dia da empresa. Programar produção é determinar quando deverão ser realizadas as tarefas e operações de produção; estabelecer uma agenda de compromissos para as diversas seções envolvidas no processo produtivo da empresa. Mais do que isto, a programação da produção visa estabelecer um fluxo de informações para todos os órgãos envolvidos, no sentido de comandar, coordenar e integrar o processo produtivo da empresa. Vimos no capitulo anterior que a previsão de vendas é adaptada à capacidade de produção da empresa e transformada em um plano de produção. A programação da produção transforma o plano de produção em uma infinidade de ordens de produção e de compras, que deverão ser executadas pelos diversos órgãos da empresa, vinculados direta ou indiretamente ao processo produtivo; como produção, almoxarifado, compras, deposito, controle de qualidade, custos, contabilidade, pessoal etc. O fluxo de informações da programação da produção Plano da produção Programação da Produção e Emissão de Ordens Compras Depósito de Prepara ção Fornece dores Molda gem Prémonta gem Monta gem Acaba mento produtos acabados Almoxarifado de matérias primas Fluxo de materiais Fluxo de informações Assim a programação da produção passa a ser a interface entre o planejamento, a execução e o controle da produção. Os objetivos da programação da produção são os seguintes: • Coordenar e integrar todos os órgãos envolvidos direta ou indiretamente no processo produtivo da empresa. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 33 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • • • • • • Garantir a entrega dos produtos acabados (PA) ao cliente, nas datas previstas ou prometidas Garantir disponibilidades de matérias-primas (MP) e componentes, que serão requisitados pelos órgãos envolvidos. Distribuir a carga de trabalho proporcionalmente aos diversos órgãos produtivos, de modo a assegurar a melhor seqüência da produção e o melhor resultado em termos de eficiência e eficácia. Balancear o processo produtivo, de modo a evitar gargalos de produção, de um lado, e desperdícios de capacidade, de outro. Aproveita ao máximo a capacidade instalada, bem como o capital aplicado em MP, PA e materiais em processamento Estabelecer uma forma racional de obtenção de recursos, como MP (compras), de mão de obra (pessoal), de máquinas e equipamentos (engenharia) etc. Estabelecer, através de ordens de produção, padrões de controle, para que o desempenho possa ser continuamente avaliado e melhorado. 6.2. Técnicas de programação da produção A programação da produção nada mais é do que o detalhamento e a fragmentação do plano de produção, através de duas variáveis: o tempo (definido em dias, semanas ou meses) e a produção (definida em quantidade de unidades, de quilos, de metros etc.). Em resumo, a programação da produção trata de estabelecer cronogramas detalhados de execução do Plano de Produção. Assim sendo, as técnicas de programação se resumem basicamente em cronogramas, a saber: O gráfico de Gantt, o gráfico de montagem, o gráfico de carga, etc. Em casos mais complexos, a programação da produção utiliza técnicas mais sofisticadas, como o PERT (Program Evaluation Review Technique) ou Técnica de Avaliação e Revisão de Programas, o CPM (Critical Path Method) ou Método do Caminho Crítico, a programação linear etc. Vejamos rapidamente cada uma das três primeiras técnicas de programação. 6.2.1. Gráfico de Gantt É um gráfico de dupla entrada. Nas linhas horizontais estão os fatores de produção (máquinas, operações, seções etc.), enquanto nas colunas verticais está o tempo disponível para sua utilização (geralmente o mês). É um gráfico relacionado com o tempo. O Gráfico de Gantt utiliza os seguintes símbolos: Gráfico de Gantt = ocupado ou a realizar =traço vertical à esquerda indica início =traço vertical a direita indica término =realizado =fator interditado (por parada, manutenção) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 34 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento IIIIIIIIIIIIIIII XXXXXXXXXXX Máquina Janeiro 1 2 Extrusora F1 Extrusora E2 Injetora I1 3 4 Lote 231 Fevereiro 1 2 3 4 Março 1 2 3 4 XXXXXXX XXXXXXX Lote 232 Lote 233 Lote 231 6.2.2. Gráfico de montagem O gráfico de montagem é um gráfico que representa o cronograma de montagem de um produto ou serviço. Na realidade, se assemelha a um gráfico de implosão (ao contrário do gráfico de explosão, que fragmenta um produto ou serviço em suas partes componentes), pois mostra como as partes de um produto ou serviço vão sendo juntadas, montadas e anexadas, ao longo de sua produção. Gráfico de Montagem Dia do Mês Mês: Janeiro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Compra de MP Projeto Almoxarifado Aprovação Preparação das maquinas Lotes piloto Produção _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 35 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 6.2.3. Gráfico de carga È um gráfico que representa a atribuição de carga a uma máquina ou seção, seja produtiva ou não, para indicar a sua ocupação ou disponibilidade de tempo e de trabalho. O gráfico de carga tem muitas aplicações na programação da produção. 6.3 Fases da programação da produção A programação da produção é realizada em quatro fases distintas, a saber: *Aprazamento. *Roteiro. *Emissão de ordens. *Liberação da produção, também chamada de liberação de recursos. As quatro fases da programação da produção Controle da Produção Planejamento da produção (Plano da produção) Programação da Produção 1 Aprazamento 2 Roteiro 3 Emissã o de Ordens 4 liberaçã o da produçã Execução da produção Falaremos inicialmente de aprazamento e roteiro. A emissão de ordens e a libertação da produção requerem tópicos separados. Aprazamento significa a atribuição de prazos e estabelecimento de datas. Como o plano de produção é muito amplo e dimensionado para uma encomenda de grande porte ou para o exercício de um período de tempo extenso, a programação procura fragmenta-lo em períodos menores (como dias, semanas e meses), para estabelecer datas, específicas de execução de produção. Roteiro significa o estabelecimento da melhor seqüência para atender ao plano de produção. Se a empresa pretende fabricar um produto que passe por várias baterias _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 36 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento de máquinas ou por várias seções, deve ser feito um roteiro adequado, para, a seqüência da matéria-prima pelas diversas etapas do processo produtivo. O aprazamento e o roteiro são efetuados através de técnicas de programação da produção, como o gráfico de Gannt ou o gráfico de montagem. Após o aprazamento e o roteiro, segue-se a fase da emissão de ordens. 6.4 Emissão de ordens A partir do plano de produção, programa-se a sua execução através de técnicas de programação. Até aí, ninguém está sabendo das decisões tomadas a respeito da produção. Torna-se necessário, então, informar todos os órgãos, que, participam direta ou indiretamente do processo produtivo, das decisões sobre o que, como, quando, quanto produzir, a fim de faze-los trabalhar coordenada e integradamente como sistema. A emissão de ordens constitui o núcleo de informação e coordenação da programação da produção. Em outras palavras, as ordens informam a respeito das decisões sobre produção para as diversas seções envolvidas no processo produtivo. Esta comunicação é enviada a todos os órgãos relacionados com o processo produtivo da empresa, como a própria produção, o almoxarifado de MP, o setor de compras, o controle de qualidade, o departamento de contabilidade e custos etc. Assim, cada um deles pode contribuir de forma integrada no atendimento da programação da produção. A forma de preparar e distribuir as ordens é importante na coordenação das diversas seções. Cada empresa tem o seu sistema de emissão de ordens. A ordem deve esclarecer o que, como, quando e quanto fazer. Toda ordem deve ser escrita e, se possível, documentada em impressos ou formulários padronizados. Deve ser datada e assinada pela pessoa autorizada a emiti-la. Existem vários tipos de ordem, a saber: OP- Ordem de produção: É a comunicação da decisão de produzir, que é enviada a uma seção produtiva, autorizando-a a executar as tarefas. OM- Ordem de montagem: Corresponde a uma OP destinada aos órgãos produtivos de montagem. OC- Ordem de compra: É a comunicação da decisão de comprar MP ou materiais, que é enviada ao setor de compras. OS- Ordem de serviço: É a comunicação sobre prestação interna de serviços, como serviços de inspeção de qualidade, de manutenção e reparos de máquinas etc. RM- Requisição de materiais: É a comunicação que solicita MP ou materiais ao almoxarifado. Na realidade, a emissão de ordens envolve a preparação de um grande número de formulários, cada qual com uma denominação e destinado a um órgão diferente da empresa, servindo como fluxo de informações sobre o que cada um deve fazer. Este fluxo de informações deve incluir necessariamente os seguintes órgãos: a)Produção *Execução de produção ...........................................OP ou OM _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 37 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento *Acompanhamento de datas de término...............Ficha de acompanhamento b)Almoxarifado *Requisição de MP ou materiais.....................................RM *Comprovante de retirada do material..................Ficha de entrega *Controle de estoque............................................Ficha de estoque c)Transporte interno de materiais *Via para comandar a movimentação dos materiais de uma seção para outra ou do almoxarifado para seções...........................Ficha de entrega d)Controle de qualidade *Solicitação de inspeção de qualidade.............................Ficha de inspeção e)Controle de eficiência *Tempos gastos na produção, comparados com o tempo padrão, para avaliar eficiência da seção produtiva e incentivos de produção para os operários...............................................Ficha de mão-de-obra f)Contabilidade e controle de custos *Após toda a tramitação, recebe informações sobre custo de MO, de material direto para RM apurar custo de produção..............................Ficha de mão-de-obra Assim, a emissão de uma OP tem a primeira via destinada à produção (OP propriamente dita), juntamente com a segunda via (ficha de acompanhamento). A terceira e quarta vias destinam-se ao almoxarifado (RM e ficha de entrega, respectivamente). A quinta via endereçada ao órgão de controle de qualidade (ficha de inspeção), a sexta via encaminhada ao órgão de engenharia industrial para acompanhar a eficiência do processo produtivo (ficha de mão-de-obra) etc. Cada via da ordem tem o seu conteúdo e o seu destino, a fim de que cada um dos órgãos envolvidos desempenhe o seu papel e contribua para o processo produtivo. 6.5 Sistemas de emissão de ordens O sistema de emissão de ordens é o conjunto de normas e procedimentos para orientar sobre a preparação e distribuição das ordens aos diversos órgãos envolvidos. Cada empresa utiliza o seu próprio sistema e, ao longo do tempo, desenvolve-o de acordo com o seu tipo de negócio, seus produtos ou serviços, seu mercado, seu sistema de produção etc. Como há muitas variedades de sistema de _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 38 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento emissão de ordens, apresentaremos a seguir sete diferentes sistemas, com suas características, vantagens e desvantagens, para melhor apreciação do assunto. Sistemas de emissão de ordens Sistemas de produção Encomendas Em lotes Continua Sistema do produto Sistema de carga Sistema do estoque mínimo Sistema do estoque – base Sistema do período padrão Sistema dos lotes componentes Sistema do lote padrão a)Sistema do produto E o sistema de emissão de ordens mais indicado para a produção não repetitiva, isto é, para produção sobre encomenda, principalmente quando se trata de produto complexo, diferente dos demais e de longo prazo de execução. É o caso da construção de navios ou de edifícios. O plano de produção é dividido em tarefas. Cada tarefa deve ter uma data de início e de término, para que, no conjunto, se tenha a data de início e de término do produto acabado. O gráfico de programação é o gráfico de Gantt ou gráfico de montagem. Em casos mais complexos, utiliza-se o PERT ou o CPM. A ênfase deste sistema de emissão de ordens é totalmente centrada no produto. O procedimento do sistema do produto é o seguinte: 1)Após o recebimento do pedido do cliente, verifica-se o prazo de entrega estabelecido na encomenda. É o prazo de entrega do PA. 2)Analisa-se o pedido e enumeram-se as tarefas principais para a execução do PA. 3)Estudam-se as relações de precedência (quais as tarefas que devem ser executadas antes de outras) e as relações de dependência (quais tarefas dependem de tarefas executadas). As relações de precedência e de dependência servem para estabelecer o roteiro das tarefas, ou seja, em que seqüência as tarefas deverão ser executadas. 4)Faz-se o aprazamento, isto é, calcula-se o número de horas necessárias para cada uma das tarefas, estabelecendo-se as datas de início e de término para cada uma delas, levando-se em consideração que a semana de trabalho é de 44 horas. Com o aprazamento de todas as tarefas, definem-se as datas de início e de término do PA. 5)Agrupam-se as tarefas, isto é, compõem-se os grupos de tarefas para facilitar o seu controle. 6)Atribui-se a carga de trabalho para cada seção produtiva. Gráfico de Gantt do sistema de emissão de ordens do Produto _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 39 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Tarefas Dias de Jan Fev Mar Abr Mai Duração 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Terraplenagem 5 Fundações 11 Concretagem 1º piso 10 2º piso 8 3º piso 8 Alvenaria 1º andar 12 2º andar 8 3º andar 8 Acabamento 1º andar 20 2º andar 15 3º andar 15 b) Sistema de carga É o sistema de emissão de ordens, utilizado para o sistema de produção sob encomenda, quando: 1) Após o recebimento da encomenda do cliente (quando se tratar do sistema de produção sob encomenda) ou após a elaboração do plano de produção. Enumeramse as tarefas principais para a execução do produto ou dos lotes do produto. 2) Verificam-se as relações de precedência e de dependência entre as tarefas principais e estabelece-se o roteiro de produção, a seqüência de execução do produto, isto é, a seqüência do produto, através de um gráfico de programação. 3) Calcula-se o número de horas necessárias em cada máquina e em cada seção, para atender a encomenda ou a produção dos lotes do produto. 4) Verifica-se a disponibilidade de tempo em cada máquina e em cada seção produtiva e encaixam-se as horas necessárias dentro das horas disponíveis. É a atribuição de carga de trabalho em função das disponibilidades existentes. O aprazamento é fixado em função desta atribuição de carga. Para tanto, utiliza-se o gráfico de carga. 5) Se a empresa receber uma nova encomenda, enumeram-se as tarefas principais para executa-la. Estima-se o número de horas necessárias para atende-la. Verificamse as disponibilidades e reelabora-se o Gráfico de Carga. Se surgir uma encomenda de cliente preferencial e houver necessidade de reduzir o prazo de entrega, remaneja-se aa alocação das demais encomendas, para fixação de novas prioridades. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 40 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Quando o sistema de carga é utilizado no sistema de produção em lotes, o processo de produção deve ser analisado em um gráfico de programação, como no exemplo abaixo. Seja a produção do produto XYZ, exemplificando no gráfico de programação: Gráfico de programação do produto XYZ Almo- 1 1 1 1 1 Depó- xarifado de MP 1 1 1 1 sito- 1 1 1 1 PA No gráfico de programação acima, cada operação do processo de produção tem o seguinte significado.: 1) Preparar material para X 2) Preparar material para Y 3) Preparar material para Z 4) Usinar X 5) Usinar Y 6) Usinar Z 7) Soldar X + Y, formando XY 8) Usinar XY 9) Pintar XY 10) Rebarbar Z 11) Pintar Z 12) Soldar XY + Z, formando XYZ 13) Usinar XYZ Para facilitar o seqüenciamento das ordens, agrupam-se toas as operações de uma máquina em um único roteiro de produção, a saber: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) Preparar material para X, Y e Z (operações 1+2+3) Usinar X, Y e Z (operações 4+5+6) Soldar X + Y (operação 7) Usinar XY (operação 8) Pintar XY (operação 9) Rebarbar Z (operação 10) Pintar Z (operação 11) Soldar XY + Z (operação 12) Usinar XYZ (operação 13) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 41 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento O gráfico de programação acima definiu as relações de precedência e de dependência que estabelecem o roteiro do produto. A partir dele, elabora-se o gráfico de carga para cada máquina ou seção produtiva. Gráfico de carga para o sistema de carga Máquina ou seção A Capacidade 44 B C 48 44 1ª semana Enc. 53 = 2 Enc. 56 = 20 Enc. 57 = 22 Enc. 53 = 40 Enc. 56 = 42 2ª semana Enc. 53 = 22 Enc. 56 = 22 3ª semana Enc. 53 = 44 Enc. 53 = 40 Enc. 56 = 30 Enc. 55 = 5 Enc. 56 = 20 O sistema de carga enfatiza a atribuição de carga de trabalho para cada máquina ou cada seção. c) Sistema de estoque mínimo É o sistema mais simples de emissão de ordens. É utilizado para o sistema de produção em lotes e corresponde ao sistema de duas gavetas para reposição de estoques. Em vez de basear-se no produto a produzir (como no sistema do produto) ou na carga disponível de máquinas ou seções (como no sistema de carga) o sistema de estoque mínimo baseia-se no atendimento ao plano de produção, dividido em lotes de produção. Cada lote de produção é dimensionado pelo princípio do lote econômico. O procedimento do sistema de estoque mínimo é o seguinte: 1) Determina-se o lote econômico para cada item de estoque (seja PA a ser produzido ou MP a ser comparada). 2) Determina-se o estoque mínimo para cada item de estoque (seja PA no depósito ou MP no almoxarifado). 3) A produção ou o almoxarifado deve abrir uma ficha de estoque para cada item. A ficha de estoque deve conter colunas para reserva e saldo para reserva. 4) Anota-se em cada ficha de estoque o lote econômico (lote econômico de compra), bem como o estoque mínimo daquele item. 5) À medida em que forem requisitados (o PA do depósito ou a MP do almoxarifado), e quando o saldo de estoque chegar ao estoque mínimo anotado na ficha, deve-se emitir uma OP (para PA) ou OC (para MP) para reposição do estoque. A quantidade da OP ou OC deve ser igual ao lote econômico anotado na ficha. 6) Se a carga de trabalho de uma seção dor pequena, verifica-se o saldo de estoque de todos os itens que ela produz e calcula-se a relação entre o estoque disponível e o estoque mínimo. Relação de Estoque = estoque disponível estoque mínimo _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 42 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento A relação de estoque deverá ser sempre maior do que 1, senão já deveria ter sido emitido uma OP ou OC para reposição. Calculada a relação de estoque dos vários itens, emite-se uma OP ou OC para o item que apresentar a menor relação de estoque, isto é, o item que atingiu o estoque mínimo em primeiro lugar. Assim, a produção (ou compras) funciona para manter sempre um estoque mínimo suficiente no deposito de PA (ou o almoxarifado de MP). O sistema de estoque mínimo enfatiza o nível mínimo a ser mantido. É em função deste nível mínimo que todo o sistema funciona. O sistema de estoque mínimo Estoque (de PA ou MP) Reposição de estoque Emissão de OP d) Sistema de estoque-base É o sistema de emissão de ordens, utilizado em sistemas de produção continua e repetitiva. Baseia-se no plano de produção, fundamentado em previsão de vendas, sujeita a variações. O procedimento de utilização deste sistema é o seguinte: 1) Desdobra-se o plano de produção em períodos, geralmente meses, para fixar as quantidades de PÁS disponíveis no depósito para entrega aos clientes. Como a previsão de vendas está sujeita a variações, o plano de produção também muda. Estas quantidades e PÁS serão os compromissos que a produção deverá cumprir, ao final de cada período. A produção de cada PA, no período, corresponde à abertura de uma barra especifica de produção. 2) No inicio de cada período, emitem-se todas as OPs e OCs necessárias para totalizar a quantidade de PÁS. As OPs e OCs poderão ser individualizadas ou emitidas em conjunto, através de listas de OPs e OCs 3) Todas as OPs e OCs terão a mesma data imite para término, que é o ultimo dia do período. Isto significa que a quantidade de material acumulada no período deverá ser totalmente utilizada no seguinte. 4) As listas de ordens são emitidas com constante defasagem de tempo e em quantidade variáveis. Aa diferença entre o sistema de estoque mínimo e o de estoque-base reside no fato de que o primeiro funciona para cada lote de produção (ou de compras), enquanto o segundo funciona para a produção continua. É o sistema colocando ênfase no _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 43 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento estoque, que deve continuamente existir, para abastecer a previsão de vendas (no depósito de PA) ou o plano de produção (no almoxarifado de MP). e) Sistema do período padrão É um sistema de emissão de ordens, muito parecido com o do estoque-base, mas com três diferenças. A primeira é que, em vez de basear-se no estoque necessário para atender ao plano de produção, este sistema baseia-se no período de tempo considerado. A segunda é que está baseado em um plano de produção imutável e decidido pela alta direção da empresa. Isto significa que o plano de produção e os produtos não sofrem mudanças ou alterações. O procedimento de utilização desse sistema é o seguinte: 1) Desdobra-se o plano de produção em períodos, geralmente meses, para fixar as quantidades de PÁS disponíveis no deposito para entrega aos clientes. Estas quantidades serão os compromissos que a produção deverá cumprir 2) No inicio de cada período, emitem-se toas as OPs e OCs necessárias para totalizar a quantidade de PÁS solicitadas. 3) Todas as OPs e OCs deverão ter a mesma data limite para término, que é o último dia do período considerado. O período de tempo constitui o fundamento deste sistema. 4) As listas de ordens são emitidas com constante defasagem de tempo e em quantidade variáveis. No sistema do período padrão, a ênfase é colocada no tempo, isto é, na produção semanal ou mensal, que deve ser realizada. f) Sistema dos lotes componentes É o sistema de emissão de ordens, indicado para o sistema de produção em lotes. Quando se tratar da produção de um único produto, é indicado para o sistema de produção continua, aqui entendida como um único lote de produção no período. Trata-se se um sistema baseado no plano de produção, que implica na produção de uma quantidade padrão de PÁS, comandada pela emissão de uma lista de componentes a serem fabricados ou comprados no período. O procedimento para utilização deste sistema de emissão de ordens é o seguinte: 1) O plano de produção (em decorrência da previsão de vendas) estabelece a quantidade de produção de cada PA no período. 2) Se houver alteração no plano de produção (em função de alguma alteração da previsão de vendas), reprograma-se a produção de cada PA. 3) A quantidade de produção de cada PA é transformada em OPs ou em OCs individualizadas. Cada lote tem uma data termino. O fundamento básico do sistema é que, em qualquer período, a produção acumulada de um item deve ser maior do que a necessidade acumulada. 4) As ordens são emitidas individualmente e as quantidades são constantes. Para facilitar o controle, utiliza-se ficha de emissão de ordens, como a que se segue: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 44 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Ficha de emissão de ordens Código:__________________________________ Nome:_______________________ Necessidades Data Emissão de ordens Produção realizada Necessidade Nº da Quant. Data QuantiQuant. Produção Data Acumulada Ordem Termino dade Acumulada Produzida acumulada No sistema dos lotes componentes, a ênfase é colocada na quantidade padrão que deve ser fabricada ou comparada, a fim de atender ao plano de produção em cada período de tempo. g) Sistema do lote padrão É um sistema de emissão de ordens, indicado para o sistema de produção continua, principalmente quando o produto é padronizado e não sofre alterações. É um sistema que implica na produção de quantidades padrão de PA, comandada pela emissão de listas de componentes a serem fabricados ou comprados em lotes previamente definidos. Caracteriza-se por emitir lista de ordens, sempre para uma mesma quantidade de PÁS, com defasagens de tempo variáveis, determinadas em função do plano de produção. Isto significa que o lote de produção deve ser sempre o mesmo, enquanto o período de tempo varia. O procedimento de utilização do sistema do lote padrão é o seguinte: 1) Determina-se o lote padrão para a fabricação de cada produto (ou para a compra de cada componente). 2) Transforma-se o plano de produção em programas de produção, estabelecendo as datas de termino de cada OP de lotes padrões, com o duplo cuidado de manter sempre mínimo o estoque intermediário e a produção acumulada sempre maior do que o plano de produção acumulado até o período. 3) Preparam-se as listas de OP e calculam-se quantos dias antes do término do lote as ordens de cada lista deverão estar encerradas. 4) Anota-se nas listas de ordens a data limite em que as respectivas ordens deverão estar encerradas, para que sejam distribuídas às seções produtivas e à seção de compras. 5) Verifica-se os prazos e quantidades marcadas nas listas de ordens foram satisfeitos. As ordens deverão ter suas datas de término dos lotes padrões de forma a proporcionarem uma produção real acumulada maior de que o plano de produção acumulado, como mostra o quadro a seguir. Se o lote padrão dor dimensionado em 100 unidades, as datas de término deverão proporcionar uma produção realizada acumulada sempre maior do que o plano de produção acumulado. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 45 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Programa de produção de lotes padrões Meses Semanas Plano de produção Plano de produção acumulada Programa de produção Programa de produção a acumulada 1 50 Fevereiro 2 3 50 60 4 70 1 80 Março 2 3 90 100 4 100 50 100 160 230 310 400 500 600 L2 100 L3 100 L4 100 L5 100 L6 100 200 300 400 500 600 L1 100 100 100 400 No caso acima, afim de proporcionar um programa de produção acumulado sempre maior do que acumulação do plano de produção, e de evitar um estoque desmedidamente grande de PA, as datas de término dos lotes padrões serão: Lote 1 (L1) = inicio da 1ª semana de fevereiro Lote 2 (L2) = inicio da 3ª semana de fevereiro Lote 3 (L3) = inicio da 4ª semana de fevereiro Lote 4 (L4) = inicio da 1ª semana de março Lote 5 (L5) = inicio da 3ª semana de março Lote 6 (L6) = inicio da 4ª semana de março O sistema de lote padrão enfatiza a produção de uma quantidade padrão de PA, a ser produzida mesmo que em períodos diferentes de tempo, para atender ao plano de produção. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 46 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento As principais características dos sistemas de emissão de ordens Sistemas de emissão de ordens Sistema de produto Sistema de carga Sistema do estoque mínimo Sistema de estoque base Sistema do período padrão Sistema de lotes componentes Sistema do lote padrão Principais características Ideal para produção sob encomenda. Atenção voltada para o produto. Fluxo intermitente de informações. Mais fácil de controlar. Ideal para produção sob encomenda ou produtos não repetitivos. Atenção voltada para a carga de trabalho de cada máquina ou seção. Fluxo intermitente de informações. Simplicidade. Ideal para produção repetitiva em lotes. Baseia-se no plano de produção, que pode sofrer variações. Fluxo permanente e diário de informações. Fácil de implantar. Atenção voltada para o nível mínimo de estoque disponível. Ideal para produção continua e repetitiva. Baseia-se no plano de produção, que pode ser mutável. Permite utilizar listas de ordens. Atenção voltada para o nível mínimo e continuo de estoque disponível Ideal para produção continua de produtos padronizados. Baseia-se no plano de produção imutável. Implantação trabalhosa. Permite utilizar listas de ordens. Atenção voltada para a produção no período (semanal ou mensal ou anual). Ideal para produção em lotes ou produção contínua. Baseia-se no plano de produção mutável. Exige muita burocracia e fluxo diário e permanente de ordens. Permite listas de ordens. Atenção voltada para quantidade padrão de cada lote componente. Ideal para produção continua de produtos padronizados. Baseia-se no plano de produção imutável. Implantação trabalhosa. Muita coordenação administrativa. Permite listas de ordens. Atenção voltada para a quantidade padrão de PA. 6.6. Liberação da produção _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 47 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento A liberação da produção, também denominada liberação de recursos constitui a última fase da programação de produção. A liberação da produção representa sinal verde para que todos os recursos sejam mobilizados e coordenados para a execução das ordens. As quatro fases da programação da produção Aprazamento 1 Roteiro 2 Emissão de ordens 3 Liberação da produção 4 A liberação da produção constitui um trabalho de coordenação e de integração de várias atividades simultâneas da empresa. Sua finalidade, portanto, é múltipla. Não se trata simplesmente de expedir as ordens, mas de garantir condições prévias para sua execução. Com todos estes ingredientes, aprazamento, roteiro, emissão de ordens e liberação da produção, a programação da produção cumpre o seu objetivo: transformar o plano de produção da empresa em algo que possa ser executado, integrada coordenadamente, por todos os órgãos envolvidos, direta e indiretamente, no processo produtivo da empresa. Resta agora saber se toda esta parafernália funciona de fato. É o que veremos no próximo tópico, dedicado ao controle da produção. 7. Controle da produção O Controle da produção visa: • • Correção das falhas ou erros. O controle serve para detectar falhas o erros, seja no planejamento, seja na execução, e apontar as medidas corretivas. Prevenção de novas falhas ou erros. Ao corrigir falhas ou erros, o controle aponta meios de evita-los no futuro. O controle, pois, é importante na medida em que assegura que o planejado e organizado realmente venha a cumprir os objetivos pretendidos. É um certificado de que as coisas foram executadas de acordo com os planos, com os esquemas e com as ordens transmitidas. Se o controle tem estas características, o controle de produção, em particular, segue o mesmo caminha. 7.1. Conceito de controle da produção O controle da produção (CP) é a última faz do PCP, que acompanha, avalia e regula as atividades produtivas, para mantê-lo dentro do planejamento e assegurar o alcance dos objetivos pretendidos. Depois de elaborado o plano de produção, emitidas as ordens e liberados os recursos, todos os órgãos produtivos e os órgãos de assessoria passam a funcionar _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 48 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento coordenadamente para a execução do plano e o alcance dos objetivos. O sistema produtivo passa a funcionar integradamente. Mas ele precisa ser controlado, para que se assegure que o planejamento está sendo executado e que os objetivos estão sendo alcançados. Trata-se de garantir a eficiência e a eficácia do sistema. O controle como garantia da eficiência e eficácia. Controle da produção Planejamento da produção Eficiência Eficácia Execução da produção Produto s ou serviços Como foi dito, e eficiência está relacionada com a execução da produção, com os métodos e processos aplicados e com a utilização dos recursos produtivos, enquanto a eficácia está relacionada com os objetivos desejados, isto é, com a quantidade de produtos ou serviços produzidos pelo sistema. 7.2. Finalidade do controle de produção Como a última fase do PCP, o CP apresenta as seguintes finalidades: a) b) c) d) e) Avaliar e monitorar continuamente a atividade produtiva da empresa. Comparar o programado e o realizado Apontar falhas, erros ou desvios Elaborar relatórios para a direção da empresa Informar outras seções sobre o andamento das atividades produtivas. O CP procura acompanhar e verificar, isto é, monitorar os seguintes aspectos críticos do processo produtivo da empresa.: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) Previsão de vendas e suas possíveis variações Planejamento da capacidade de produção Plano de produção Lista de materiais que compõe os produtos ou serviços Planejamento das necessidades de materiais (explosão o PA em partes e componentes) Compras Almoxarifado e estoque de MP Estoque de semi-elaborados ou materiais em fase de elaboração _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 49 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 9) 10) Programação da produção, envolvendo aprazamento, roteiro, emissão de ordens e liberação da produção Deposito e estoque de PA Os aspectos problemáticos, que geralmente podem ocorrer no processo produtivo, são os seguintes: a) Escassez ou excesso de estoque de MP b) Escassez ou excesso de estoque de semi-elaborados ou materiais em fase de elaboração c) Escassez ou excesso de estoque de PA d) Excesso de estoque defeituosos e) Atraso nos prazos de produção e de entrega ao cliente f) Custos de produção excessivamente altos g) Ciclo de produção demasiadamente longo h) Interrupções no ciclo de produção por falta de MP ou componentes i) Pouco flexibilidade, no ciclo de produção e da capacidade de produção As medidas de desempenho, que o CP utiliza para avaliar o sistema de produção são as seguintes: a) b) c) d) Rotação dos estoques de MP Prazo de entrega do PA Percentagem de Ops não cumprida por falta de MP Utilização da capacidade instalada Assim, as finalidades de CP são realmente muito amplas e cobrem todo o funcionamento do processo produtivo e dos órgãos indiretamente relacionados com ele. 7.3. Fases do controle da produção Da mesma forma que ocorre com o controle em geral, o CP apresenta quatro fases distintas, a saber: a) Estabelecimento de padrões É a primeira fase do CP que estabelece os padrões ou critérios de avaliação ou comparação. Um padrão é uma forma ou critério básico para a avaliação ou comparação de alguma coisa. Existem quatro tipos de padrões: • • • Padrões de quantidade: como volume de produção, quantidade de estoque de MP ou de PA, numero de horas, capacidade de produção etc. Padrões de qualidade: como controle de qualidade (CQ) de MP recebida, CQ da produção, especificações do produto etc. Padrões de tempo: como o tempo padrão para produzir determinado produto, tempo médio de estoque de determinada MP etc. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 50 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • Padrões de custo: como custos de produção, custos de vendas, custos de estocagem, etc. b) Avaliação do desempenho É a segunda fase do CP e visa avaliar o que está sendo feito, monitorando e acompanhando. c) Comparação de desempenho com o padrão estabelecido É a terceira fase do CP, que compara o desempenho com o estabelecido, para verificar se há desvio ou variações, isto é, se há erro ou falha em relação ao desempenho desejado. d) Ação corretiva É a quarta e última fase do CP, que procura corrigir o desempenho para adequá-lo ao padrão desejado. As quatro fases do CP podem ser assim representadas: O controle como um processo cíclico Estabelecime nto de Ação corretiva Avaliação do desempenho Comparação do desempenho _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 51 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Na realidade, o controle é um processo cíclico e repetitivo. Á medida em que ele se repete, a tendência é de as coisas controladas e aperfeiçoarem e reduzirem seus desvios em relação aos padrões desejados. Padrões de controle Padrões de quantidade * volume de produção * nível de estoque * Nº de horas trabalhadas Padrões de qualidade * CQ de MP * CQ de PA * especificações do produto Padrões de tempo * tempo padrão de produção * Tempo médio de estocagem * Padrões de rendimento Padrões de custo * Custo de produção * Custo de estocagem * Custo padrão Os padrões de controle Assim, com o passar do tempo e repetidos ciclos de produção, a tendência do CP é conseguir o aperfeiçoamento do processo produtivo, qualquer que seja o sistema de produção utilizado, mas principalmente quando se trata do sistema de produção continua e em lotes, já que o sistema de produção por encomenda nem sempre proporciona repetitividade no processo produtivo. 8. Métodos de controle da produção O CP utiliza uma variedade de métodos para acompanhar e monitorar as atividades de produção, a saber: controle visual, controle total, controle por amostragem, controle por exceção e autocontrole. Vejamos cada um deles: a) Controle visual Embora pouco valorizado na teoria, é na prática o método de controle mais utilizado. Nas pequenas e médias empresas é comum a utilização do controle visual para avaliar a carga de máquinas e o volume de material a ser trabalhado em cada máquina. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 52 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento b) Controle total É o controle global, mais amplo e abrangente. Como o próprio nome indica, ele envolve todos os itens, para comparar a quantidade programada e a quantidade realizada. Tem a vantagem de assegurar o controle continuo de todos os itens. Deve, porem, ter a praticidade suficiente para não tomar demasiado tempo e não custar caro. c) Controle por exceção É baseado no principio da exceção. É feito sobre os desvios ou discrepâncias, sobre os erros ou falhas, sobre as exceções ou anormalidades que ocorrem. Assim, tudo o que ocorre de acordo com o planejado não é controlado, mas apenas aquilo que se desvia dos padrões esperados. Todas as comparações são feitas. O controle somente se concentra, no entanto, naquilo que escapa do previsto ou planejado. Interessa controlar apenas os itens excepcionais, para não dispersar a atenção o controlador para os itens que funcionam normalmente. d) Autocontrole É um controle efetuado pelo próprio órgão envolvido na execução do que foi planejado e programado e não por terceiros. A comparação dos itens realizados com os programados é feita pelos próprios responsáveis pela execução. A vantagem do autocontrole é conscientizar e responsabilizar cada área pela ação corretiva, quando necessário, e nunca depender de um órgão estranho para faze-lo. Os principais métodos de CP 8.1 Principais tipos de controle da produção Controle Visual Métodos de controle de produção Controle Total Controle por Amostragem Controle por Exceção Autocontrole _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 53 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento O CP utiliza quatro tipos principais de controle, a saber: Controle do plano de produção, controle das quantidades produzidas, controle dos estoques e controle das datas de término. a) Controle do plano de produção É um dos principais tipos de controle. Na realidade, trata-se de um macrocontrole, ou seja, de um controle ampliado e de grande magnitude. O controle do plano de produção geralmente é feito através dos seguintes índices: 1) Índice de eficiência Compara o número de horas previstas com o número de horas trabalhadas para executar o plano de produção Nº de horas previstas ___________________ Nº de horas trabalhadas Quando igual ou maior do que 1, o índice de eficiência mostra sucesso na execução do plano de produção, a menos que o plano tenha previsto exageradamente um número de horas trabalhadas desnecessárias para a sua execução. Índice de eficiência = 2) Coeficiente de utilização de mão de obra: Compara o número de horas aplicadas à encomenda com o número de horas totais de mão de obra. Coeficiente de utilização de mão de obra = Nº de horas aplicadas no lote _______________________ Nº de horas totais de mão de obra Este índice permite estabelecer a percentagem das horas de MO aplicada à encomenda ou ao lote, sobre o total de horas de MO, quando o seu resultado é multiplicado por 100. Sua vantagem é facilitar os cálculos e comparações da percentagem de MO, que foi dedicado à encomenda ou ao lote. 3) Coeficiente de utilização do equipamento: É basicamente o mesmo índice utilizado para MO. Controle de utilização equipamento = Nº de horas aplicadas ao lote _________________________ Nº de horas totais de equipamento _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 54 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Como índice anterior, permite comparar a percentagem de aplicação do equipamento produtivo aos diversos lotes ou encomendas, quando o resultado for multiplicado por 100. 4) Coeficiente de tempo utilizado: Permite comparar o tempo previsto com o tempo gasto na execução do plano de produção. Tempo previsto Coeficiente de tempo utilizado = _____________ Tempo gasto 5) gráfico de Gantt e gráfico de montagem: Da mesma forma como foram utilizados para o planejamento, os mesmos gráfico de Gantt e de montagem podem ser utilizados para o CP. No mesmo gráfico de planejamento onde está anotado o esquema planejado (com uma linha cheia ou com uma determinada cor), anota-se o que realmente foi executada (com uma linha pontilhada com ou uma outra cor). A comparação visual das duas linhas permite identificar rapidamente o que aconteceu. O controle do plano de produção pode ser feito no decorrer da sua execução ou no final, quando estiver totalmente terminado. A aplicação no decorrer da execução é a mais indicada por mostrar, de forma gradativa os passos executados e como estão de desenvolvendo em relação ao que foi planejado. b) Controle das quantidades produzidas É um controle efetuado a posteriori, isto é, depois que terminou o processo produtivo. Serve para verificar o que foi produzido, em relação a alguns aspectos principais do processo produtivo. 1) Índice das quantidades produzidas Compara as quantidades programadas em relação às quantidades produzidas: Índice das quantidades produzidas = Nº de unidades produzidas _______________________ Nº de unidades programadas 2) Índice de qualidade É utilizado para controlar a quantidade dos produtos produzidos e verificar e percentagem de peças refugadas ou defeituosas em relação à quantidade de peças produzidas _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 55 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Unidades refugadas ou defeituosas Índice de qualidade = ____________________________ Unidades produzidas 3) Índice de utilização da matéria prima Permite comparar a quantidade de MP utilizada em relação à quantidade de MP prevista no plano de produção. Quantidade de MP prevista Índice de utilização da MP = _ _____________________ Quantidade de MP utilizada 4) Índice de cumprimento das ordens Compara as ordens cumpridas com as não cumpridas por motivos da falta de MP ou de MO ou por manutenção de equipamento. Índice de cumprimento das ordens Compara as ordens cumpridas com as não cumpridas por motivos de falta de MP ou de MO ou por manutenção de equipamento. Ordens não cumpridas x 100 Índice de cumprimento das ordens = _______________________ Ordens cumpridas Quando o resultado é multiplicado por 100, permite identificar a percentagem das ordens não cumpridas sobre as ordens cumpridas. c) Controle de Estoque O CP procura continuamente controlar os estoques, de MP de materiais em fase de elaboração e de PA, durante todo o processo produtivo. O principal índice utilizado para o controle de estoque é o índice de rotação de estoques. 1) Índice de rotação de estoques Mostra como cada item de estoques se movimenta no decorrer de um determinado período de tempo. Nº de entradas +Nº de saídas X 100 Índice de rotação de estoque = _________________________ Estoque médio do Item Quando o índice de rotação de estoque for maior do que 100, ele mostra que o item “rodou” mais de uma vez em relação ao estoque médio no período. Se, por exemplo, _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 56 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento o índice for 400, isto significa que o item rodou ou girou quatro vezes o seu estoque médio naquele período de tempo. d) Controle das datas de término É o controle necessário para verificar se os prazos de produção foram ou não cumpridos. O controle das datas de término pode ser feito de forma simples, através do arquivamento das fichas por datas de termino ou através das fichas de entrega. Controle do plano de produção Controle das quantidades produzidas Controle de estoque Controle das datas de termino Índice de eficiência Coeficiente de utilização de MO Coeficiente de utilização do equipamento Coeficiente de tempo utilizado Gráfico de Gantt Gráfico de montagem Índice de quantidade produzidas Índice de qualidade Índice de utilização de MP Índice de cumprimento de ordens Índice de rotação do estoque Arquivo de fichas por data de termino Arquivo de fichas de entrega Na realidade, há uma infinidade de meios para se controlar a produção. A criatividade, neste aspecto, pode ser muito útil para as empresas. Apenas procuramos citar os métodos e tipos mais utilizados de CP. 9. Exercícios de Fixação A) 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 10) 11) 12) 13) 14) 15) 16) Defina planejamento Defina controle Qual a situação do planejamento e do controle np processo administrativo Conceitue PCP O que é eficiência? O que é eficácia Qual o papel do PCP m relação à eficiência e à eficácia Qual a finalidade do PCP Quais as funções do PCP Explique as inter-relações entre PCP e as áreas da empresa O que é um principio Quais os princípios de planejamento da produção Quais os princípios de controle de produção Explique o principio da definição do objetivo Explique o principio da flexibilidade do planejamento Explique o principio do objetivo _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 57 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 17) 18) 19) 20) 21) 22) 23) 24) 25) 26) 27) 28) 29) 30) 31) Explique o principio da definição dos padrões Explique o principio da exceção Explique o principio da ação Quais são os sistemas de produção Quais são os sistemas de PCP Descreva as características do PCP em produção unitária Descreva as características do PCP em produção sob encomenda Descreva as características do PCP em produção continua Compare a continuidade e descontinuidade da produção em cada um destes sistemas de produção Compare o aproveitamento da mão de obra em cada um dos sistemas de produção Compare o planejamento e controle do almoxarifado de MP em cada um dos sistemas de produção Compare o planejamento e controle de depósito de PA em cada um dos sistemas de produção. Quais as fases do PCP? Explique sucintamente a 1ª fase do PCP: O projeto de produção Explique sucintamente o detalhamento do projeto de produção B) 1) Conceitue planejamento da produção 2) Qual a colocação do planejamento de produção no PCP? 3) Qual a finalidade do planejamento da produção? 4) No planejamento da produção, a eficiência está voltada para que aspectos? 5) E a eficácia? 6) Quais as fases do PP? 7) O que significa a primeira fase do PP? 8) Quais os fatores determinados do plano de produção 9) Conceitue a previsão de vendas 10) O que representa a previsão de vendas para o plano de produção 11) O que é capacidade de produção? 12) O que significa capacidade instalada? 13) Qual a diferença entre capacidade instalada e capacidade de produção? 14) O que é capacidade necessária? 15) O que é mão de obra disponível? 16) O que á mão de obra necessária? 17) Defina MP disponível no mercado fornecedor 18) Defina nível de estoque existente 19) Defina carga de trabalho ou carga de produção 20) O que significa sobrecarga? 21) O que significa capacidade ociosa? 22) Explique limite mínimo e limite máximo de carga de trabalho 23) Descreva a elaboração do plano de produção 24) Caracterize o plano de produção em produção sob encomenda 25) Caracterize o plano de produção em lotes 26) Caracterize o plano de produção em produção continua ou seriada _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 58 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento C) 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) O que é aprazamento? O que é roteiro? Quais as principais técnicas de programação? Qual a relação entre programação da produção e plano de produção? Conceitue programação da produção O que significa programação da produção Qual o papel da programação em relação ao planejamento e ao controle da produção? 8) Quais os objetivos da programação da produção? 9) Relacione a programação da produção com os diversos órgãos, como produção, compras, almoxarifado de MP, deposito de PA etc 10) Quais as fases da programação da produção? 11) Conceitue gráfico de Gantt 12) Conceitue gráfico de montagem 13) O que é PERT? 14) O que é COM? 15) Conceitue sistema de emissão de ordens 16) Quais os principais tipos de ordens 17) Conceitue OP 18) Conceitue OM 19) Conceitue OC 20) Conceitue OS 21) Conceitue RM 22) O que significa fluxo de informações para emissão de ordens? 23) O que significa ficha de acompanhamento? 24) O que significa ficha entrega? 25) O que significa ficha de inspeção? 26) O que significa ficha de custo? 27) O que significa ficha de MO? 28) Quais são os sistemas puros de emissão de ordem? 29) Conceitue sistema de produto 30) Quais as características do sistema de produto? 31) Quais os procedimentos para sua utilização? D) 1) Conceitue o sistema de carga 2) Quais as característica do sistema de carga? 3) Quais os procedimentos para sua utilização? 4) Conceitue o sistema de estoque mínimo 5) Quais as suas características? 6) Quais os procedimentos para sua utilização? 7) Conceitue o sistema de estoque base 8) Quais as suas características? 9) Quais os procedimentos para a sua utilização? 10) Conceitue o sistema do período padrão 11) Quais as suas características? 12) Quais os procedimentos para a sua utilização? _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 59 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 13) Conceitue o sistema dos lotes componentes 14) Quais as suas características? 15) Quais os procedimentos para a sua utilização? 16) Conceitue o sistema do lote padrão 17) Quais as suas características? 18) Quais os procedimentos para a sua utilização? 19) Conceitue liberação da produção 20) Quais as finalidades da liberação da produção? E) 1) Quais as finalidades da CP? 2) Quais os aspectos críticos do processo produtivo monitorado pelo CP? 3) Quais os aspectos problemáticos que podem ocorrer no processo produtivo? 4) Quais as fases do CP? 5) Quais os significados da palavra controle? 6) Conceitue o controle como função administrativa. 7) Qual a tarefa do controle? 8) Quais as finalidades do controle? 9) Conceitue o controle de produção. 10) Relacione CP com eficiência e eficácia. 11) Conceitue o estabelecimento de padrões. 12) Quais os tipos de padrões? 13) Exemplifique padrões de quantidade. 14) Exemplifique padrões de qualidade. 15) Exemplifique padrões de tempo. 16) Exemplifique padrões de custo 17) Conceitue avaliação de desempenho 18) Conceitue comparação do desempenho com padrão estabelecido 19) Conceitue a ação corretiva 20) Conceitue o controle como um processo cíclico e repetitivo 21) Quais métodos de CP? 22) O que é controle visual? 23) O que é controle total? 24) O que é controle por amostragem? 25) O que é controle por exceção? 26) O que é autocontrole? 27) Quais os tipos de CP? 28) Quais os principais controles do plano de produção? 29) Explique o índice da eficiência? 30) O que é coeficiente de utilização da MO? 31) O que é coeficiente de utilização do equipamento? 32) Qual a utilidade do gráfico de Grantt no CP? 33) Qual a utilidade do gráfico de montagem no CP? 34) Quais os principais controles das quantidades produzidas? 35) Explique o índice das quantidades produzidas 36) Explique o índice da qualidade 37) Explique o coeficiente de utilização da MP. 38) Quais os principais controles de estoque? 39) Explique o índice de rotação de estoques _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 60 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 40) Explique o índice de ordens cumpridas 41) Quais os principais controles das datas de término? 10. PCP – Programação e controle de Produção – Exercício Data de referencia ou de emissão do programa 15/05 1 – Programa de vendas (carteira) Produtos A B Pedidos 1000 500 500 100 100 1500 1500 C D E F Data 02/06 09/06 23/06 05/06 09/06 30/06 05/06 Pedidos 1500 2000 Data 07/07 10/07 1500 100 100 1500 1500 16/07 08/07 28/07 02/07 02/07 2 – Estoques (peças) Produtos A B C D E F PE 100 200 600 200 500 300 PA 400 200 100 100 400 100 PE – produto em elaboração PA – produto acabado Obs: A liberação de peças de PE para PA é de 100 peças/dias 3 – Estoques de matéria prima Produtos A B C D E F Peças 1500 2000 1000 500 - Data 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 Saldo Data/Entrega 30/05 05/06 25/05 30/05 25/05 30/05 _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 61 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Obs: o estoque foi dimensionado em nº de peças 4 – Estoque de ferramental Produto A B C D E F Estoque OK OK Não OK Não OK Data 15/05 15/05 30/05 15/05 30/05 15/05 5 – Disponibilidade para mão de obra e equipamentos Produtos A–F Disponibilidade de equipamentos 15 hs / dia (2 turnos) Produção 100 peças / dias Considerando: • Apenas uma linha de produção • Capacidade de produção: 100 / pç / dia • Prazo para inicio de liberação de peças após produção é de 5 dias Considerando que a melhor programação de produção exige: A) B) C) Atendimento total ao cliente Menor set-up (tempo para preparação de máquinas e ferramentas) Menor estoque Responda as questões baixo: 1) Calcular o saldo de matéria prima a receber, considerando pedidos, estoque de peças e matéria prima conforme o item 3 2) a – elaborar um programa de produção simulando três situações: 1ª) necessidade total de produção 2ª) produção com MP disponível (hoje) 3ª) produção para atender ao 1º e 2º pedido do cliente b – escolher melhor situação (atendimento) para cada artigo 3) Após a confirmação de cada produto individual, verificar a melhor forma(programação) em conjunto. 4) Dê todas as alternativas para o programa de produção 5) Quais os produtos que serão atendidos no prazo e em quantidades? 6) Para os que não poderão ser atendidos, propor novas datas e quantidades ao cliente Obs: produção = vendas (carteira) – (PE + PA) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 62 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 11.1 A NOVA ERA DA ECONOMIA – O ambiente de mudanças decorrente da Globalização da Economia Nos últimos anos, o mundo tem sido palco de acentuados movimentos de mudanças nas áreas giopolítica e tecnologia, principalmente nos aspectos econômicos com reflexos nas empresas, com atividades produtivas e de prestação de serviços. Observa-se a consolidação de blocos econômicos continentais, como o Mercado Comum Europeu, os Tigres Asiáticos, o Mercosul e o Leste Europeu, com enfoque centralizado na economia de mercado. Muitas empresas no Brasil estão descobrindo que precisam agir de modo diferente para sobreviver no mercado atual. As empresas precisam ser reestruturadas, reformuladas, reformadas, para enfrentar a concorrência. Os grandes executivos já perceberam a necessidade de cultivar corporações saudáveis, objetivando uma resistência a longo prazo e não apenas para lucros a curto prazo. Todos terão que ouvir mais os seus clientes e de modo mais eficaz, para ter certeza de que seus produtos e serviços, além de satisfazerem as suas expectativas, promovem a sua felicidade. Se não fizerem, alguém levará os seus clientes. Sem clientes não haverão empresas, empregos, carreiras , etc. A estratégia é anteciparmos às mudanças, com uma nova abordagem gerencial que possa das ênfase à qualidade. Aprendendo como controlar e melhorar constantemente os processos de produção, as organizações tornam-se capazes de satisfazer plenamente as necessidades dos clientes. Neste novo estilo de gerenciamento, as decisões são baseadas em dados e não em suposições. O uso de um enfoque científico torna-se um procedimento padrão, em que o foco é a melhoria contínua de produtos e serviços. Portanto, a gestão pela Qualidade Total é um sistema gerencial de grande eficácia, conduzido de forma científica. É um trabalho de análise de fatos, dados e de ações concretas na busca de melhores resultados. É claro que as organizações estão funcionando e produzindo os seus resultados. A Gestão pela Qualidade Total vem trazer um enfoque global em que todos os aspectos envolvidos nas atividades de uma organização são convenientemente analisados. E com uma característica muito peculiar: a participação de todas as pessoas envolvidas no processo, desde o seu principal dirigente até o mais humilde colaborador. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 63 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento É neste contexto que todos nós trabalhadores ou servidores de qualquer natureza, estamos convocados a nos integrar no processo de globalização da economia, com uma participação efetiva, em busca de produtos ou serviços capazes não só de satisfazer as necessidades dos nossos clientes, mais acima de tudo, encantá-los com um padrão de qualidade a nível internacional. 11.2 O NOVO CONCEITO DA QUALIDADE O mundo hoje é muito dinâmico e a avanço tem sido grande. O que se pensava há 20 ou 30 anos atrás era que, quem detivesse a tecnologia dominaria o mercado, e por esse pensamento as grandes potências investiram grandes somas na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico. Para surpresa dessas potências, o mercado internacional começou a ser invadido e dominado pelo Japão, cujos índices de produtividade nos anos pós- guerra chegaram a aumentar 400% a mais do que a taxa de Estados Unidos. Isso atribuía a seus produtos, preços menores do que seus concorrentes e fornecia a qualidade que o consumidor esperava. Os estudiosos do assunto atribuem o aumento desses índices às características administrativas do modelo japonês, que propicia a participação dos elementos da organização nas decisão da empresa, na melhoria constante da qualidade e no conseqüente incremento da produtividade, além do grande interesse pelo desenvolvimento tecnológico. As empresas que desejam permanecer no mercado, precisam oferecer a seus clientes produtos/serviços de melhor qualidade e menores preços, pois só assim conseguirão tornar-se competitivas. Portanto, Tecnologia e Qualidade devem andar juntas. A qualidade não deve ser entendida apenas sob aspectos técnico de cont4role, mas em seu aspecto amplo de gestão, onde a cultura influi diretamente na produtividade e competitividade da organização, sendo o fator determinante na sua sobrevivência. A percepção desse problema acabou levando as empresas a adotarem um novo enfoque, conhecido como Controle Total da Qualidade. Este novo sistema, difundido a partir dos anos 60, tornou possível revisar projetos regularmente, ao invés de ocasionalmente, analisar resultados durante o processo e tomar ações de controle tanto na fabricação, quanto no fornecedor e até interromper a produção, se necessário. O CTQ, de fato, visualiza a qualidade de forma sistêmica. O CTQ acabou tendo um grande impacto nas práticas da engenharia e da gerência. Com isso, pavimentou o caminho para a evolução, nos anos 70, dos atuais Sistemas de Qualidade, cujas diretrizes são dadas nas Normas ISO (Internacional Organization for Standardization), Série 9000. 11.3 O MÉTODO DEMING - A Revolução Gerencial Que Mudou o Mundo O Dr. Edwards Deming, tem sido considerado o Pai da Nova Idade Industrial e o Fundador da Nova Era Econômica. A Vida das pessoas de todos os países _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 64 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento industrializados mudou em conseqüência da sua visita ao Japão em 1950 e de seu trabalho no mundo desde então. O Dr. Deming recomendou aos japoneses que descobrissem o que seus clientes queriam, e em seguida estudassem e melhorassem os projetos de seus produtos e os processos de produção até que a qualidade do produto ficasse insuperável. O mérito da sua obra está em conduzir as organizações pelos caminhos adequados a obter o estado ideal de funcionamento e mostrar que isto é viável através da qualidade. Melhorando a qualidade, a produtividade aumenta. Uma produtividade maior diminui os custos unitários, o que reduz os preços. Os clientes reagem à melhor qualidade e aos preços mais baixos, aumentando a participação da companhia no mercado. A companhia permanece no negócio, provavelmente criando mais empregos. O resultado desta cadeia é um maior retorno do investimento e, o importante é manter este ciclo em contínua melhoria. O Dr. Deming enfatizou que o sucesso do seu método de administração depende da vontade política das organizações, no sentido de mudarem seus estilos de funcionamento e as suas formas de encararem os consumidores de seus produtos ou serviços. Sem esta vontade política, a visão será de imediatista, desprezando o grande objetivo de permanecer no mercado e satisfizer as necessidades dos consumidores, promovendo o progresso e a prosperidade. 11.3.1 Pensamento do Dr. Deming “ A Tarefa da administração é a previsão”. “O Cliente é a parte mais importante da linha de produção”. “É melhor fazer certo do que fazer depressa”. As organizações são sistemas criados para servir os clientes”. 11.3.2 OS 14 PRINCÍPIOS DE DEMING 1) Estabelecer a constância de propósitos para melhorar o produto e o serviço. 2) Adotar a nova filosofia: A Qualidade Total em contínua melhoria. 3) Acabar com a dependência da inspeção em massa. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 65 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 4) Abandonar a prática de escolher fornecedores com base apenas no preço de compra. 5) Melhorar sempre e constantemente o sistema de produção e serviço. 6) Instituir o treinamento no trabalho. 7) Instituir a liderança. 8) Afastar o medo. 9) Eliminar as barreiras entre os departamentos. 10) Eliminar slogans, exortações e objetivos numéricos para os empregados, como único caminho para a melhoria. 11) Eliminar quotas numéricas. 12) Remover as barreiras ao orgulho da execução do próprio trabalho. 13) Instituir um sólido programa de educação e desenvolvimento pessoal. 14) Envolver todo o pessoal da empresa na tarefa de concretizar a transformação. CONSEQÜENTE REAÇÃO EM CADEIA: Melhor Qualidade Maior Produtividade Custos Menores Conquista de Mercado Lucros crescentes Definições da Qualidade: • Qualidade é o grau de conformidade com as especificações. (Crosby) • Qualidade é adequação ao uso. (Juran) • Qualidade é o nível de satisfação do cliente. (Deming) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 66 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • Qualidade consiste em desenvolver, criar e fabricar mercadorias mais econômicas, úteis e satisfatórias para o consumidor. (Kaoru Inhikawa) • Qualidade é o nível de satisfação de todos. (Definição Japonesa) • Para Pat Townsend, a qualidade seria aquilo que o cliente percebe quando sente que o produto ou o serviço vai ao encontro de suas necessidades e corresponde às suas expectativas. • Para Tom Peters, a qualidade torna-se mais do que a simples “satisfação” do cliente, a qualidade deve seduzir e encantar o cliente. • Para James Teboul, resumindo a qualidade é a capacidade de satisfazer as necessidades, tanto na hora da compra, quanto durante a utilização, ao menor custo possível, minimizando as perdas e melhor do que os concorrentes. ÉTICA Que concerne aos princípios da moral – aquilo que concerne a organização das relações sociais e interpessoais. Moralidade que enuncia os princípios da ação individual em benefício e respeito dos direitos de cada cidadão e dos clientes. É o compromisso inabalável com a “Verdade”. A Filosofia da ISO 9000 pode ser sintetizada na seguinte frase: DIGA O QUE VOCÊ FAZ, FAÇA O QUE DIZ FAZER E PROVE QUE VOCÊ O FAZ. 12. CONCEITOS E OBJETIVOS DA GESTÃO PARA A QUALIDADE 12.1 AS ORGANIZAÇÕES HUMANAS : • Todos os seres humanos necessitam sobreviver. • Para sobreviver, necessitam consumir produtos; alimentos, roupas, remédios, etc. • Esses produtos são fabricados por pessoas. • As pessoas se agrupam para produzir, facilitando a sobrevivência uma das outras. • Quando as pessoas se agrupam para produzir, e satisfazer um determinado tipo de necessidade, elas estão, na realidade, criando uma empresa ou organização. • Todas as organizações geram produtos ( bens e / ou serviços) para satisfazer as diversas necessidades humanas. Essas organizações podem ser restaurantes, hotéis, hospitais, parques, fábricas, escolas, igrejas, etc. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 67 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • Para que as organizações sobrevivam, devem estar sempre voltadas para a satisfação das pessoas, com excelentes produtos e/ou serviços que sejam preferidos por elas. • foco na satisfação de todas as pessoas que estão ligadas à organização (clientes, funcionários, acionistas, vizinhos) é que garante a sobrevivência. • Quando as pessoas têm à sua disposição produtos e serviços que atendem as suas necessidades, elas podem ter uma vida digna, feliz. • Uma sociedade rica é aquela que gera produtos e serviços que satisfazem as diversas necessidades humanas e que são acessíveis à população. • As organizações devem procurar produzir bens e serviços cada vez melhores, que sejam preferidos pelas pessoas e que satisfaçam as necessidades de todos. Isto garantirá a sua sobrevivência, num mundo cada vez mais competitivo. • A grande missão das organizações é, pois, satisfazer as necessidades das pessoas. TRABALHO HUMANO e SOBREVIVÊNCIA PRODUTOS Trabalho Humano VALORES GERADOS SOBREVIVÊNCIA ( PESSOAS) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 68 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 12.2 A GESTÃO DO TRABALHO HUMANO: - Os produtos de que as pessoas necessitam são gerados pelo trabalho humano que deve ser bem gerenciado. - Todo trabalho humano tem uma missão: gerar produtos que satisfaçam as necessidades das pessoas. - Para que a missão do trabalho seja efetivada, é necessário que as pessoas que o executam desenvolvam habilidades. - Existem dois tipos principais de habilidades necessárias para a condução do trabalho, conforme a fig. nº 2 1 - Habilidades Técnicas 2 - Habilidades Gerênciais - As habilidades técnicas estão relacionadas às funções que as pessoas exercem nas organizações, ou seja, ao conteúdo do trabalho que desenvolvem. O conjunto das atividades inerentes ao trabalho decorre de conhecimento técnico sobre o mesmo. Ex.: o professor de matemática detém conhecimento técnico sobre essa disciplina; o mecânico detém conhecimento técnico sobre mecânica, etc. - As habilidades gerenciais se relacionam com a forma de executar o trabalho, ou seja, aos métodos utilizados para manter e melhorar a qualidade do trabalho. A Gerência pela Qualidade Total desenvolve esse tipo de habilidade, visando a manter e melhorar a qualidade dos produtos e/ou serviços pelas organizações. - As habilidades gerenciais são necessárias para conduzir a missão do negócio (trabalho humano), visando à satisfação das pessoas que dependem desse trabalho. TIPOS DE HABILIDADES Habilidades Gerenciais Habilidades Técnicas _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 69 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 12.3 DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES GERÊNCIAIS: - Para desenvolver as habilidades gerenciais, dois fatores são necessários; 1. Conhecimento de como atingir metas. 2. Liderança - Para atingir metas, é necessário conhecer os métodos (caminhos) que permitem atingi-las. - Para liderar, é necessário demonstrar habilidade em conduzir pessoas, além de uma capacidade de antever o futuro e caminhar nessa direção. - A conjugação desses dois tipos de habilidades (gerenciais e técnicas) é que garante o bom desempenho da organização. - A Gestão pela Qualidade Total fornece o conhecimento de como atingir metas, ou seja, o método que possibilita o atingimento das metas da organização. - Quando falamos em gestão, falamos em trabalho humano, em organizações humanas, pois aí estão os meios para gerar produtos que satisfaçam as necessidades das pessoas. - A gestão é aplicada sobre os meios (processos) para melhorar os fins (produtos), como mostrado na figura nº 3. GESTÃO QUALIDADE TOTAL SOBREVIVÊNCIA TRABALHO HUMANO PRODUTO PROCESSOS ( FINS ) PESSOAS DO PROCESSO ( MEIOS ) AUTORIDADE ( AUTONOMIA ) - CLIENTES - ACIONISTAS - EMPREGADOS - VIZINHOS RESPONSABILIDADE DISCIPLINA _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 70 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 12.4 AUTORIDADE, RESPONSABILIDADE, DISCIPLINA: • Autoridade é o conhecimento de como modificar os meios de um processo para atender melhorar as necessidades das pessoas. • A autoridade é adquirida por meio de educação e treinamento. • Somente as pessoas que conhecem bem os seus processos e são treinadas em suas tarefas conseguem executá-las bem, sem necessidade de supervisão. Este é o princípio da autoridade e da autonomia. • Responsabilidade é uma palavra derivada do verbo responder + o substantivo habilidade. significa ter habilidade para responder às necessidades das pessoas. • A responsabilidade também é aprendida pela educação e pelo treinamento. Ser responsável é atingir as metas necessárias que as pessoas demandam do nosso trabalho. • Portanto, para adquirir responsabilidade, é necessário; conhecer as metas que as pessoas estabelecem para o nosso trabalho e os métodos para alcançá-las. • A disciplina é conjugação destes dois fatores: autoridade e responsabilidade. • Através do exercício contínuo da autoridade e da responsabilidade, tornamo-nos disciplinados no trabalho. 12.5 GERÊNCIA PELA QUALIDADE TOTAL: Quando, numa organização, os processos são gerenciados visando à satisfação de todas as pessoas, então há nessa organização o Gerenciamento pela Qualidade Total. Estas pessoas são: • • • • Os clientes da organização; Os acionistas; Os funcionários da organização Os vizinhos da organização (comunidade em que se localiza a organização). Então, Gerenciamento pela Qualidade Total significa: • • • • Gerenciamento = capacidade de modificar os meios (processos) pela = através da Qualidade = satisfação Total = de todos (clientes, acionistas, funcionários e vizinhos) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 71 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 12.6 FINALIDADE DO TRABALHO HUMANO: O gerenciamento de um negócio tem duas finalidades básicas: 1. gerar bons produtos ou serviços; 2. satisfazer as necessidades das pessoas que participam do negócio. Para que se possa garantir a excelência dos produtos de um negócio, é necessário medi-los da seguinte forma: • • • A qualidade dos produtos Custos dos produtos A entrega dos produtos no prazo previsto. Para garantir a satisfação das pessoas que participam do negócio, ou seja, que geram os produtos, devem se medir: • • moral (grau médio de satisfação das pessoas no trabalho); A segurança (preservação da integridade física, da saúde das pessoas). Estas são consideradas as cinco dimensões da Qualidade Total: - qualidade, custo, entrega ou atendimento, moral e segurança, conforme mostra a figura nº 4. METAS GERENCIAIS QUALIDADE CUSTO ENTREGA PRODUTOS PROCESSO ( Fins ) SOCIEDADE PESSOAS MEIOS GESTÃO MORAL SEGURANÇA SATISFAÇÃO _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 72 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 12.7 CONHECIMENTO GERAL SOBRE GQT: • conhecimento do método gerencial é fundamentado para as organizações que desejam metas e satisfazer as pessoas. • A Gerência pela Qualidade Total é um método gerencial aplicável a qualquer organização humana, tornando o trabalho mais fácil e produtivo. • Esse método, também conhecido pela GQT, tem o objetivo de levar satisfação a todas as pessoas ligadas à organização. • A GQT tem caráter holístico. • A palavra “holismo” vem do grego holos, que significa “todo”. • Ter visão holística é conseguir distinguir os meios dos fins, percebendo o seu trabalho e a si mesmo como parte de todo (holos). O trabalho é meio; o resultado do trabalho é o fim. Se o trabalho de cada pessoa é bom ou ruim, naturalmente influenciará na qualidade do produto final (bem e/ou serviço) da organização. • A percepção holística envolve, de forma mais abrangente, a idéia de que: ∗ Somos todos um só. ∗ O resultado de nossas ações afeta a vida de outros seres; ∗ Nossos fornecedores, bem como nossos clientes, fazem parte do nosso processo; ∗ Só seremos excelentes se todos forem excelentes. • Assim, em todas as atividades humanas, de qualquer natureza, os resultados do trabalho de cada um, do mais simples ao mais complexo, são importantes no todo. É necessário, pois, aprimorá-lo continuamente, para que seja possível melhorar os resultados das organizações, gerando melhores produtos para as pessoas. • No genericamente pela Qualidade Total, o método utilizado para aperfeiçoar os resultados do trabalho humano é o PDCA, um método científico universal, recomendado a todas as organizações, por ser de simples compreensão e, por isso, possível de ser utilizado por todas as pessoas que delas participam. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 73 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento PDCA A Agir Corretivamente C Checar Verificar P Planejar D Desenvolver Executar • método PDCA consiste numa seqüência de procedimentos para atingir metas. A sigla PDCA é formada pelas iniciais das palavras: Plan, Do, Check e Action, que significam, respectivamente: Planejar, Desenvolver ou Executar, Checar ou Verificar e Atuar corretivamente, conforme a figura nº 5 na página anterior. • Sabe-se que o método só faz sentido quando existe uma meta a ser atingida. O método PDCA se refere aos meios, enquanto a meta está relacionada aos resultados do trabalho. Portanto, o método PDCA constitui um meio eficaz para atingir metas. • Satisfazer as necessidades das pessoas é a grande meta de todo trabalho humano. 13. O FATOR HUMANO NA GESTÃO PELA QUALIDADE 13.1 COMO DESENVOLVER O NÍVEL DE DESEMPENHO O chefe tem elogiado o seu trabalho ultimamente? Quando foi a sua última promoção? Você está saindo do serviço satisfeito com seu rendimento? • • • • Se as coisas vão indo mal na sua carreira, ainda mais nestes tempos difíceis, não adianta ficar criticando o chefe , a empresa, o governo, a família. Único culpado é você. Sucesso está ao alcance de todos, e sua receita é bastante simples. Para isso dez ingredientes devem estar presentes o tempo todo dentro de você. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 74 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 01 - AUTO - ESTIMA Quem tem uma auto-estima baixa dificilmente consegue fazer sucesso. É que ela funciona como um termostato dentro de nós - está sempre na média. Quando seu rendimento começa a subir, você cai e volta para a média. Se aumentarmos a nossa auto-estima ou auto-aceitação, o mundo passará a oferecer maiores e melhores oportunidades. Para se sair bem de uma entrevista, por exemplo, experimente fazer exercícios de relaxamento e visualização. Dias antes, comece se ver conseguindo a vaga . Com isso, seu cérebro ajudará na hora de dar respostas certas. 02 - COMUNICAÇÃO Qual é o valor de uma moeda de ouro no fundo do oceano? É o mesmo de uma pessoa cheia de conhecimentos que não consegue se comunicar. Use as palavras de fácil compreensão. A comunicação deve ser simples e objetiva. Todos nós julgamos e somos julgados por quatro elementos: aparência, profissão, o que falamos e como falamos. A aparência vem em primeiro lugar e serve como um cartão de apresentação. 03 - METAS Num estudo feito em uma escola, apenas 3% dos alunos formado tinham metas definidas e detalhadas - por escrito. Vinte anos depois, esses 3% fizeram mais sucessos que os outros 97% juntos. O sonho se transforma em meta quando você estabelece uma data para ele acontecer. Mas calcule limites de tempo realistas. Cuidado com a confusão “sucesso” e “felicidade”. Sucesso é conseguir o que você quer (metas). Enquanto felicidade é gostar daquilo que já conseguiu. As metas precisam ser bem diversificadas - profissionais, físicas, familiares. Ao se concentrar em somente uma, você poderá até ficar rico, mas não terá saúde suficiente para continuar tocando os negócios. Faça com que as metas sejam maiores do que você imagina ser capaz de conseguir. Pense grande. Quem mira na Lua e erra o alvo ainda estará entre as estrelas. 04 - ATITUDE O que não é o que acontece com você, mas como você reage ao que acontece. Se interpretar como uma coisa boa, vai ser mesmo algo bom. Diante de um problema, Henry Ford dizia: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer modo você estará certo”. Pontualidade também é uma questão de atitude. Nos dias de hoje, tempo significa dinheiro - e sucesso. Aprenda a administrar melhor o seu tempo. Os problemas são nossos melhores amigos. As grandes sacadas acontece durante à resolução de um problema. E todo problema apresentado traz consigo a semente de sua solução. 05 - TRABALHO O único lugar em que “Sucesso” vem antes de “Trabalho” é nos dicionários. Para fazer sucesso, você vai ter que trabalhar muito. Um dos maiores erros é pensar que estamos trabalhando para os outros. Na verdade, você está trabalhando para o seu _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 75 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento progresso, crescimento e realização. A empresa lhe dá condições, mas o sucesso é seu. O ser humano tem grande capacidade de adaptação, por isso, o segredo não é fazer o que se gosta, mas gostar daquilo que se faz. O que costumamos chamar de sorte é, na verdade, o encontro do preparo com a oportunidade. O homem é 90% adaptação e 10% vocação. É possível fazer qualquer coisa tornarse interessante; você pode trazer o interesse para ela. 06 - AMBIÇÃO Sem ambição nem adianta ter as outras cinco. Esteja envolvido com as metas, mas não deixe a ambição se tornar doentia. Com o sucesso, virão naturalmente algumas críticas. É normal. Se você não gosta de críticas, só há uma fórmula para manter sempre longe delas: não fale nada não faça nada, não seja ninguém. Mas não é isso que você está querendo, certo? Então, ao sucesso. 07- VISÃO DE FUTURO As pessoas fracassam porque não têm um plano de vida. “O futuro em muito me interessa, porque é lá que passarei o resto da minha vida”. Imagine como você quer o seu futuro, tomara que seja o mais brilhante. Planeje o seu caminho e tome iniciativa para iniciar a caminhada. 08 - COMPROMISSO Aprenda a levar adiante todos os compromissos assumidos. O compromisso gera o comportamento e o comportamento gera os resultados. As pessoas esperam de nós, cada vez mais, resultados positivos, capazes de agregar valor para uma sociedade cada vez mais humana e feliz. 09 - CONTRIBUIÇÃO Veja o quanto você é capaz de contribuir para com as pessoas que o cerca. A palavra mais importante nas empresas hoje, é Contribuição. Lembre-se de que na vida é assim: O ganhar segue ao dar e a recompensa segue ao trabalho. Jamais seremos recompensados sem trabalho. Para você ter sucesso profissional você vai precisar trabalhar muito. Trabalho e estudo são ferramentas indispensáveis para a caminhada para o futuro. 10 – O PODER DO PROPÓSITO / OBJETIVO Consiste na sua determinação para obter resultados. Nunca desista diante das dificuldades, pois estas são inerentes ao processo. Quando se tem um propósito nunca se aceita desculpas ou justificativas vãs e sim tão somente os resultados. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 76 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Nível Atual da Qualidade do Meu Desempenho no Trabalho AFIRMAÇÃO Sempre Quase Raramente 1- Executo minhas tarefas o melhor que posso. 2 – Dou 100% de mim. Estou comprometido. 3 – Faço um esforço extra quando a situação exige. 4 – Quando o chefe não está, esforço-me da mesma forma de quando ele está. 5 – Quando faço um trabalho – grande ou pequeno – eu mesmo o verifico, para garantir que ele foi feito adequadamente. 6 – Sinto-me responsável pelos erros que minha empresa comete e ajudo a corrigi-los, mesmo que não tenha sido eu que cometeu. 7 – Tomo a iniciativa para evitar perdas de tempo. Quando acabo um trabalho, acho uma coisa para fazer, ou procuro novas atribuições. 8 – Quando prometo fazer um trabalho e entregar um certo padrão de qualidade/ quantidade numa data específica, faço tudo aquilo que posso para manter a minha promessa. 9 – Sou pontual. 10 – Respeito o tempo dos outros. Se mudo meus planos, ou descubro que vou me atrasar, aviso imediatamente as pessoas. 11 – Aprendo com meus erros, corrijo-os e não os repito. 12 – Tenho orgulho do meu trabalho e fico feliz de nele colocar o meu nome. 13 – Deixo o local limpo e pronto para a próxima pessoa que irá ocupá-lo. 14 – Tento evitar o desperdício de recursos. 15 – Tento tomar decisões e agir como se fosse o proprietário da empresa ou o encarregado. 16 – Falo com os outros e não a respeito deles. 17 – Quando as pessoas fazem trabalho de qualidade, eu os elogio. 18– Quando as pessoas entregam-me trabalhos que não satisfazem minhas expectativas, chamo a sua atenção para esse fato. 19 – Peço ajuda quando não consigo dar conta do trabalho sozinho. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 77 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento TOTAL 13.2 PRINCÍPIOS DA QUALIDADE: 01 – PRINCÍPIO DA TOTAL SATISFAÇÃO DO CLIENTE: Este princípio é a mola mestra da gestão pela qualidade. Os clientes são a razão de existir de uma empresa e esta deve conhecer como os clientes avaliam os produtos ou serviços que lhes são prestados. Esta avaliação deve ser transformada em indicadores concretos de modo a permitir verificar o grau de satisfação dos clientes. A empresa deve estabelecer um processo sistemático e regular de troca e mútuo aprendizado com seus clientes, procurando prever suas necessidades e superar suas expectativas. “Parceria”. 02 – PRINCÍPIO DA GERÊNCIA PARTICIPATIVA: É preciso criar a cultura da participação e passar as informações necessárias para um nivelamento entre o corpo funcional. As decisões devem ser amparadas num amplo processo participativo que mobilize e comprometa todos os envolvidos com os seus resultados e gerando um grau de responsabilidade e decisão na execução de seu trabalho. O objetivo principal é conseguir o efeito “SINERGIA”, onde o todo é maior do que a soma das partes. 03 – PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO DOS RECURSOS HUMANOS: O sentido maior deste princípio é buscar a valorização das pessoas na empresa, enfocando o seu crescimento e plena realização como peças fundamentais na obtenção da qualidade total. Este enfoque implica em uma nova postura que preconiza a mudança de comportamento e atitudes na organização. Todos os empregados/gerentes devem ser capacitados e treinados para o melhor desempenho de suas atividades. A satisfação com o trabalho decorre das condições de trabalho oferecidas pela empresa. Um bom começo seria o enfoque da higiene e limpeza do chão da fábrica. 04 – PRINCÍPIO DA CONSTÂNCIA DE PROPÓSITOS: A adoção de novos valores é um processo lento e gradual que deve levar em conta a cultura existente na organização . Os princípios que norteiam a mudança desejada devem ser repetidos e reforçados até que a mesma se torne irreversível. Deve-se evitar que a entrada de novos administradores cause o abandono de planos sem que haja uma análise mais cuidadosa. É preciso ter coerência nas idéias e transparência das atitudes/cobranças dos dirigentes. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 78 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 05 – PRINCÍPIO DO APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO - KAIZEN: Vivemos numa época de mudanças onde as reais necessidades dos clientes se alteram com a renovação tecnológica ou de costumes, alimentadas por um concorrência acirrada. A filosofia do aperfeiçoamento contínuo está presente quando a empresa supera as expectativas dos seus clientes, ganhando a admiração e o reconhecimento destes. Não se pode melhorar o que não se pode medir, é portanto imprescindível, criar-se um conjunto de indicadores de qualidade que retratem a situação existente. 06 – PRINCÍPIO DA GERÊNCIA DE PROCESSOS: Para gerência o Processo dentro da filosofia da qualidade desenvolveu-se uma ferramenta gerência denominada ciclo PDCA (Planejar, Desenvolver, Controlar e Aprimorar), a qual deve ser aplicada constantemente. Para que seja possível acompanhar, controlar e avaliar é indispensável que cada processo tenha indicadores que possam mensurar aspectos relativos a produtividade (eficiência) e qualidade (eficácia). 07 – PRINCÍPIO DA DELEGAÇÃO: Delegação significa colocar o poder de decisão o mais próximo possível da ação. O que quase sempre é feito através de procedimentos escritos. Porém, em situações imprevisíveis, o bom senso deve prevalecer sobre o regulamento . Um elemento facilitador dessa delegação não é escrita, e sim o conhecimento por parte de toda organização dos princípios sobre os quais se deve atuar. A presteza com que se atende os clientes determina muitas vezes a maior aproximação ou perda dos mesmos. Delegar também significa transferir poder e responsabilidade, mexendo assim com aspectos psicológicos ou comportamentais. Nesse sentido, medo ou barreiras precisam ser enfrentados e vencidos para um efetivo exercício da delegação. Por isso, outro aspecto que precisa ser avaliado é o que delegar e para quem delegar. Capacitação. 08 – PRINCÍPIO DA DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES: Os princípios da qualidade total têm como pré-requisito uma total transparência no fluxo de informações da empresa. Todos devem entender qual é o negocio, a missão, os grandes propósitos e planos empresariais. O processo de comunicação deve obedecer aos quesitos de agilidade, seletiva e precisão e deve propiciar uma total transparência da empresa frente aos seus funcionários, clientes, fornecedores e sociedade. 09 – PRINCÍPIO DA GARANTIA DA QUALIDADE: A documentação dos processos deve assegurar a rastreabilidade, disponibilidade e manutenção de produtos e serviços . Deve prever também o controle do projeto, da documentação, a formalização da relação com fornecedores, inspeção testes de _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 79 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento produtos, controle de não conformidade e ações corretivas, manuseio, armazenagem, embalagem, distribuição e auditorias internas. A documentação facilita o treinamento para uniformidade de procedimentos. 10 – PRINCÍPIO DA NÃO ACEITAÇÃO DE ERROS: O padrão de desempenho desejável deve ser o “zero defeito”. Este princípio deve ser incorporado à maneira de pensar dos empregados e dirigentes de forma que todos busquem a perfeição em suas atividades. Todos na empresa devem ter a clara noção do que é estabelecido como “o certo”. Isto se dá a partir das definições acordadas em consenso do que é a “qualidade”. 13.3 MOTIVAÇÃO E COMUNICAÇÃO: Para bem dirigir os seus colaboradores o gerente deve saber: (criar as condições ideais de trabalho, comunicar, coordenar e liderar) Motivação - Fundamenta-se sob dois aspectos: - Motivo: Qualquer coisa que leva as pessoas a praticarem uma ação - Motivação: É proporcionar um motivo a uma pessoa, estimulando-a a agir de maneira desejada. Classificação dos Motivos Humanos: Sobrevivência: Necessidade de continuar a viver e melhorar a qualidade de vida Segurança: Necessidade de manter-se protegido Satisfação: Sentir-se realizado Estimulação: Busca de novos motivos Auto-Realização: Os motivos são fontes de força e otimismo. A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW : Auto-realização Estima Sociais Segurança a Fisiológicas Alimento Repouso Abrigo Sexo Segurança Proteção Contra: perigo doença incerteza desemprego Relacionamento Aceitação Afeição Amizade Compreensão Consideração Necessidade de ego Orgulho Auto-respeito Progresso Necessidades De estatus Reconhecimento Apreciação Admiração Auto-realização Autodesenvolvimento Auto-satisfação _________________________________________________________________________________ Necessidades Humanas Totais Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 80 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Essas necessidades variam de pessoa para pessoa quanto à forma que assumem. A teoria da motivação de Maslow tem como base os seguintes pressupostos: • Cada comportamento humano pode ter mais de uma motivação, ou sejam, muitas necessidades podem ser satisfeitas isolada ou simultaneamente. • • Nenhum comportamento é casual. Uma necessidade superior somente se manifesta quando a necessidade inferior for satisfeita. Toda necessidade está intimamente relacionada com o estado de satisfação ou de insatisfação de outras necessidades. Motivações para Melhor Desempenho do Trabalhador: 1. 2. 3. 4. 5. Melhor remuneração – salário/desempenho Projeção e prestígio social - Status Oportunidade de progredir Trabalho interessante Tratamento humano Canais de Comunicação em uma Empresa: 1 - Canais interno - Vertical (gerente/subordinado - subordinado/gerente) Horizontal (entre departamentos do mesmo nível) 2 - Canais externos ( comunicação extra organizacional - público externo) SISTEMA DE COMUNICAÇÃO _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 81 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 14. Procedimentos Operacionais (OP) 14.1 FLUXOGRAMA: “Fluxograma é o gráfico que representa o fluxo ou rotina de um serviço, mostrando todas as suas fases ou etapas.” O fluxograma é também conhecido por gráfico de rotina, justamente porque ele demonstra todas as etapas de um serviço ou as rotinas de um trabalho. Os fluxogramas podem ser preparados de várias maneiras, porém, de qualquer forma, devem representar claramente os setores ou unidades de trabalho (Diretoria, Caixa, Serviço do Pessoal, Contadoria, etc.), as ligações entre os setores de trabalho, as tarefas de cada unidade, bem como a seqüência das operações. Anteriormente afirmamos que são diversas as maneiras para elaboração de fluxogramas, de acordo com as necessidades, como, por exemplo, o fluxograma (ou diagrama) de bloco para computador eletrônica; entretanto, o tipo mais comum é aquele que poderemos denominar de dupla entrada, isto é, dados constantes da parte superior e do lado esquerdo do campo quadriculado (veja a Figura nº6 na página seguinte). A representação deste tipo de fluxograma é muito simples, desde que estejamos a par de todas as fases de um serviço. Vejamos, então, como devemos proceder para elaboração de um fluxograma. Simbologia: V - Um retângulo é o símbolo de operação. - Um círculo menor significa operação de transporte. - Um losango é o símbolo de inspeção. - Um triângulo com o vértice para cima indica arquivamento. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 82 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Ernesto Davi (Chefe) Almoxarifado Carlos Bento Antônio (Chefe) FLUXOGRAMA DE COMPRA E ESTOQUE DE MATÉRIA-PRIMA Serviços de Compras 1 - Recebe a requisição de compra 2 - Encaminha a requisição ao controle de estoque 3 - Inspeciona a ficha de estoque 4 - Informa ao chefe o saldo da ficha de estoque 5 - Autoriza a compra 6 - Faz a coleta dos preços 7 - Prepara o pedido de compra 8 - Arquiva a requisição de compra 9 - Encaminha uma via do pedido ao Almoxarifado 10 - Recebe uma via do pedido de compra 11 - Arquiva a cópia do pedido de compra aguardando a entrega das mercadorias 12 - Recebe as mercadorias entregues pelo fornecedor 13 - Confere as mercadorias em face do pedido de compra 14 - Encaminha a nota fiscal do fornecedor ao controle de estoque e determina a estocagem das mercadorias 15 - Registra a entrada de mercadoria na ficha de estoque 16 - Arruma as mercadorias nos locais apropriados 17 - Entrega as mercadorias as seções requisitantes 18 - Arquiva o comprovante da entrega das mercadorias as seções requisitantes Legenda: = Operação = Inspeção = Arquivamento _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 83 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento ROTINA DE COMPRA E ESTOQUE DE MATÉRIA-PRIMA: Órgão: Serviço de Compras: Antônio (Chefe): Serviços: 1 - Recebe a requisição de compra. 2 - Encaminha a requisição ao controle de estoque. 5 - Autoriza a compra. Bento (Auxiliar): Serviços: 3 - Inspeciona a ficha de estoque. 4 - Informa ao chefe o saldo da ficha de estoque. 15 - Registra a entrada de mercadorias na ficha de estoque. Carlos (Auxiliar): Serviços: 6 - Faz a coleta dos preços. 7 - Prepara o pedido de compra. 8 - Arquiva a requisição de compra. 9 - Encaminha uma via do pedido ao Almoxarifado. Órgão: Almoxarifado: Davi (Chefe): Serviços: 10 - Recebe uma via do pedido de compra. 11 - Arquiva a cópia do pedido de compra, aguardando a entrega das mercadorias. 12 - Recebe as mercadorias entregues pelo fornecedor. 13 - Confere as mercadorias em face do pedido de compra. 14 - Encaminha a nota fiscal do fornecedor ao controle de estoque e determina a estocagem das mercadorias. Ernesto (Auxiliar) Serviço: 16 - Arruma as mercadorias nos locais apropriados. 17 - Entrega as mercadorias às seções requisitantes. 18 - Arquiva o comprovante da entrega das mercadorias às seções requisitantes. O gráfico que acabamos de estudar representa a estrutura de organização formal da empresa, isto é, a estrutura e os serviços planejados e executados, às vezes constantes do “Manual de Procedimento Operacional Interno”. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 84 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 15. NORMAS TÉCNICAS 15.1 ISO 9000 INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO NO BRASIL As idéias sobre sistemas da qualidade foram pela primeira vez introduzidas entre nós com o advento do Programa Nuclear Brasileiro. Assim, em l974 cerca de vinte engenheiros brasileiros foram reunidos no atual Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) para cumprir um intenso programa de treinamento nos vários aspectos da gestão da qualidade, incluindo os sistemas da qualidade. Esse grupo era formado por engenheiros na Nuclebrás Engenharia (NUCLEN), DO Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear (IBQN) e de três empresas – COBRASMA, CONFAB e BARDELA -, escolhidas para a fabricação dos trocadores de calor, vasos de pressão e a caldeira do sistema secundário de nossas usinas nucleares, incluindo os equipamentos de movimentação e a ponte polar. O programa Nuclear Brasileiro consistia inicialmente na construção de dez usinas PWR de l.300 Mwe cada, no valor de US$ 30 bilhões, tendo entretanto, sido reduzido, ao longo desses catorze anos, para apenas uma usina ( Angra II ), ainda não concluída até a presente data. Ao lado de assuntos conhecidos como gerenciamento da qualidade, controle estatístico do processo, técnicas de ensaios não – destrutivos, ouviríamos também falar pela primeira vez dos critérios da Norma 10 CFR 50 da NATIONAL Regulatory Comission e dos treze critérios da IAEA International Atomic Energy Association. Nessa ocasião nos foram ministrados por eminentes professores americanos e brasileiros – dos quais destacamos os professores Ribeiros da Costa, Stanley Marash (presidente do Instituto Sta-a-Matrix, que coordenou os cursos), Ellis R. Ott Professor emérito da Universidade de Rutgers e grande estatístico americano), Charles Hellier, presidente da ASNT – American Society for Non-Destructiv Testing – um conjunto de cerca de quinze cursos sobre os mais variados aspectos da gestão da qualidade. Em seguida, esse grupo de engenheiros brasileiros fez, pela primeira vez em nosso país (1975), os exames da ASQC – American Society for Quality control, e os que foram aprovados tornaram-se os nossos primeiros certified Quality Engineer per ASQC. As primeiras implantações de sistema da qualidade em indústrias brasileiras ocorreram em 1979, após a assinatura do acordo Brasil-Alemanha para construção de usinas nucleares do tipo PWR naquelas empresas que faziam parte do consórcio brasileiro, e esses primeiros sistemas foram implementados com base nos requisitos do documento QCR-2 da NUCLEN, que por sua vez seguia os treze critérios da IAEA. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 85 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Em 1987 foi editado pela primeira vez a séria ISO 9000, traduzida pela ABNT sem alterações, publicada no Brasil em 1990, com o número NB/ISO 9000 e registrada no INMETRO com o número NBR 19000. A publicação dessa série como norma brasileira significava que o Brasil possuía uma norma nacional para a gestão da qualidade e, a partir desse fato e da publicação, em 1992, pelo governo brasileiro, das “Diretrizes Gerais para a Política Industrial e de Comércio Exterior”, e como conseqüência das políticas contidas nessa publicação, as empresas estatais brasileiras passaram a adotar a série ISO 9000 em lugar de seus sistemas, quando existiam. Com a exigência das estatais brasileiras de que seus fornecedores deveriam adotar a série ISO 9000 como condições básica para a compra de produtos e serviços , ao lado da abertura das nossas fronteiras econômicas e da futura adoção do ISO 9000 pelo Mercado Comum Europeu, desencadeou-se em nosso país um verdadeiro bom da qualidade e produtividade, como é demonstrado pelas seiscentas e cinqüenta empresas já certificadas pelo sistema ISO, somado às milhares de empresas que estão implementando seus sistema. Tendo em vista os fatos narrados e conhecido as dificuldades para a implementação de um sistema ISO em uma empresa, ocorreu-me a idéia de reunir em um texto a experiência adquirida ao longo desses últimos vinte anos na implantação de sistemas em indústrias metalúrgicas de grande porte e também na AFIBEC – Associação de Avaliação de Fornecedores da Indústria de Bens de Capital, da qual fui fundador e diretor técnico por quatro anos e onde redigi os primeiros requisitos sistêmico, antes da publicação da série ISO 9000, que posteriormente foi adotada pela Associação, após sua publicação em 1990. O objetivo principal deste texto é o de orientar os profissionais que conduzirão a implementação de um sistema da qualidade em suas empresas, com relação à metodologia e aos caminhos que devem ser adotados para tal fim. Este texto pode ser utilizado para um curso que proceda o início da implementação do sistema da qualidade em uma empresa e deve ser dirigido a diretores e profissionais da alta administração, que serão os responsáveis pela elaboração do manual de política e dos procedimentos que implementarão essas políticas. O texto como um todo, ou parte dele, também poderá ser utilizado para treinamento dos profissionais responsáveis pela elaboração das instruções do sistema. Em 1987, a ISO – International Standards Organization (Organização Internacional de Padronização) tornava público a todos os países-membros de sua organização a publicação da família de normas ISO 9000. Essas serviriam para criar e gerenciar sistemas da qualidade de forma padronizada em todo o mundo, sendo, em princípio, utilizadas por todos os países da CEE – Comunidade Econômica Européia, (atualmente CE – Comunidade Européia). Na época, as normas eram conhecidas como EN 29000. Essas normas eram derivadas da já conhecida norma inglesa BS 5750, publicada em 1979 e adotada por muitas empresas do Reino Unido. Na mesma época, a ISO formava um grupo de estudos denominado TC-179 (Comitê Técnico 176) para desenvolver uma norma muito simples e genérica de gerenciamento de Sistemas da _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 86 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Qualidade. Esse comitê era, e ainda é, formado por integrantes dos principais órgãos de normalização de vários países associados à ISO. Tal trabalho foi introduzido nos países da CE sem que o Reino Unido passasse por um processo de adaptação, como os outros, pois a BS 5750 refletia a essência da norma ISO 9000. 15.2 RAZÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA ISO: O “ANTES”... As muitas organizações que aderiram à ISO 9000 o fizeram devido a alguns dos motivos resumidos a seguir: • Conscientização da alta administração • Imposição do mercado • Imposição de clientes • Competitividade • Marketing • Moda CONSCIENTIZAÇÃO DA ALTA ADMINISTRAÇÃO: Quando a alta administração da empresa resolve por si só adotar os padrões ISO 9000 como forma de gestão de seu Sistema da Qualidade, todo o processo de implementação se torna bem mais simples e sem muitos problemas administrativos e políticos a serem resolvidos. Tal fato decorre do conhecimento e do envolvimento dos principais executivos da empresa para com a norma, conhecimento este que envolve principalmente a essência real da ISO 9000 – como ela alavancar os negócios e contribuir para a sobrevivência e a competitividade no mercado globalizado em que vivemos presentemente. Esse Know-how que, teoricamente, deveria ocorrer de forma natural aos executivos das empresas, não traduz o momento atual do empresariado brasileiro. São poucos os executivos que realmente atuam como verdadeiros “empresários” e conseguem analisar, medir e tomar as decisões sobre se é necessário, quando e como adotar essas normas na empresa. Após essas definições, problemas como os de recursos financeiros, tecnológicos ou de pessoal passam a ter prioridade na busca de soluções simples, eficazes e com baixo custo, ao invés de serem encarados como problemas sérios, de difícil solução e, muitas vezes, tratados como “gastos” e não “investimentos”. A conscientização da alta cúpula da empresa representa o princípio básico para a implementação e o sucesso do projeto na empresa, sendo que deve ocorrer antes (ideal) ou mesmo após se assumir a ISO 9000 como filosofia de vida da empresa. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 87 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento IMPOSIÇÃO DO MERCADO: Quando o mercado no qual a empresa atua começa a dar sinais de que o certificado ISO 9000 será considerado um fator de definição dos fornecedores atuantes nesse segmento, os executivos devem tomar providências urgentes para que a adequação possa ter início. As “providências urgentes” devem ser realmente rápidas, tendo em vista que as transformações envolvendo mercados e clientes também são rápidas, e os concorrentes estão sempre agilizando as suas mudanças e tomadas de decisões para atender à demanda com rapidez. Conclui-se que ou a empresa é ágil para adaptar-se às mudanças ou o mercado é ágil para mudar de fornecedor. IMPOSIÇÃO DE CLIENTES: Uma imposição de clientes é uma definição muito mais crítica que a de mercado, por caracterizar uma situação em que um cliente, entre dezenas, pode vir a causar um investimento fora de hora. Esse fator está aumentando à medida que cresce a adoção das normas ISO 9000. O item de Aquisição exige que uma sistemática de Avaliação e Qualificação de Fornecedores seja dotada pela empresa. Nessa sistemática, o que está sendo questionado, na maioria dos casos, é se o fornecedor possui requisitos básicos de funcionamento baseados nas normas ISO 9000, o que obriga as empresas a seguir os requisitos dessas normas nos Sistemas da Qualidade em processo de adoção ou adaptação. Fato semelhante está ocorrendo com as estatais, tais como as Petrobrás e a Eletrobrás, que determinaram um prazo para que seus fornecedores adotassem a ISO 9000 como base para seus Sistemas da Qualidade. Ao final desse prazo, as referidas empresas farão uma auditoria de segunda parte em seus fornecedores ou exigirão um certificado de uma entidade de terceira parte a fim de qualificá-las como seus fornecedores. Várias outras empresas públicas estão adotando atitudes semelhantes, exigindo a certificação das empresas como pré-requisito para participação em concorrência pública, o que vem ocorrendo no âmbito federal, estadual e municipal, confirmando uma tendência há muito observada. COMPETITIVIDADE: O fator competitividade é, entre todos, aquele que reflete a preocupação dos executivos em se manterem entre os primeiros de seu segmento. Competir, na atualidade, não é apenas medir forças com a concorrência local, mas também enfrentar concorrentes internacionais e, muitas vezes, os gigantes asiáticos com preços insignificantes e volumes impressionantes. Adotar a ISO 9000, sabendo utilizar e aproveitar todas as suas ferramentas, significa, sem dúvida, poder aumentar a sua competitividade no mercado. O que se tem notado, em muitos casos, é que a ISO não está sendo utilizada como deveria, mas somente para que alguns objetivos sejam alcançados. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 88 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Em nosso país, até o momento, a divulgação na mídia de que uma empresa conquistou o certificado ISO 9000 pode agregar novos negócios, novos clientes e até novos mercados. O Marketing, o qual será tratado no próximo item, pode e deve ser utilizado nestes tempos, no qual existem ainda poucas empresas certificadas e poucas também em cada setor, proporcionando benefícios àquelas que obtiveram primeiro o certificado em seu segmento. Não se pode esquecer de que, algumas vezes, a busca da certificação por parte de certas empresas é originada pela pressão sentida quando uma concorrente é certificada e o fato alardeado no mercado. Em situações como essa, a empresa sai “correndo” para conseguir se certificar e, em alguns casos, acaba gerando problemas sérios, tais como sistemas da qualidade pesados e defeituosos, em virtude da escolha precipitada de empresas de consultoria sem larga experiência no assunto, ou implantação de sistemas da qualidade por pessoal interno da empresa sem conhecimento básico da ISO 9000. MARKETING: Muito embora o certificado ISO 9000 não atinja os produtos em si, mas apenas as linhas de produção ou as instalações produtivas, os departamentos de marketing têm sabido aproveitar, e muito bem, a obtenção desse documento. Imediatamente após a auditoria final, no dia seguinte à empresa ter tomado conhecimento de sua aceitação em participar de tão valoroso clube, podem se encontrados anúncios de página inteira em grandes jornais e revistas de circulação nacional. É interessante observar quão bem o Marketing das empresas tem se utilizado dessa ferramenta. Muito do alarde feito se deve à associação automática que todos fazemos de que se um sistema da qualidade de uma empresa está funcionando e aprovado, o produto resultante de tal sistema deve apresentar uma qualidade mais expressiva do que o de uma empresa que não possui um sistema certificado. Não importa se um é melhor que o outro, ou se o produto é ou não melhor, o que nos interessa é que um deles tem como provar que o seu sistema funciona colocando o cliente em primeiro lugar, e a sua prova é aceita internacionalmente. MODA: Pode ser difícil de acreditar, mas algumas empresas, por intermédio de seus executivos, optam, e até mesmo optarão, por adotar as normas ISO 9000 por ser um assunto que está no auge de sua performance e aparecer na mídia constantemente. Pode-se considerar uma atitude errada? Impensada? Supérflua? Aqueles que responderem sim em parte têm um pouco de razão, mas se refletirem um pouco irão perceber que esses executivos podem ter tomado uma atitude que irá alavancar a empresa sem que esta tenha sido a real intenção. Devido a todo o processo de adequação a que a empresa se submete, existe, nem que seja de forma passiva, a incorporação da filosofia preconizada pelas normas ISO 9000. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 89 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento ... E O “DEPOIS” Após ter-se consumado o desejo em adotar a ISO 9000 como forma de gerenciamento de seu sistema da qualidade, a empresa passa por um processo longo de adequação à norma, assim como de treinamento de seus funcionários, inicia-se o processo de certificação, o qual é muito desgastante quanto à apreensão e ansiedade existentes até que a auditoria final tenha ocorrido. Confirmado a certificação, ocorre um relaxamento normal da empresa. A partir desse ponto, o não-cumprimento de alguns procedimentos por parte de alguns funcionários é considerado fato normal. É nesse estágio que a se verifica a importância crucial das auditorias internas. As auditorias internas mantêm o grau de compromisso quanto ao uso dos documentos dos Sistema da Qualidade, para que não haja uma rápida degeneração do sistema, o que implicaria um trabalho muito grande para recompor o sistema e o comprometimento com o nível de qualidade atingido. Começa agora a fase conhecida como a de melhorias. Ela está fundamentada na utilização do Sistema da Qualidade para a racionalização de processos e dos documentos que compõe o próprio sistema. Devem ser utilizadas todas as ferramentas gerenciais que a norma propicia, de modo a que sejam alcançadas as metas impostas pelas próprias empresas. Em muitas empresas que obtiveram a certificação, a continuidade do processo não ocorreu – o certificado está sendo utilizado apenas para cumprir situações de exigências contratuais ou mercadológicas. As empresas se esquecem, ou não adquiriram a consciência, de que a ISO 9000 é uma poderosa ferramenta gerencial que, quando bem utilizada, pode levá-las a ganhos de produtividade, qualidade e lucratividade sem a necessidade de grandes investimentos ou processos excessivamente demorados. Após a obtenção da certificação e com o gerenciamento contínuo do sistema implementado, os dirigentes das empresas começam a se questionar se somente a ISO 9000 é suficiente para o desenvolvimento contínuo de seus negócios. Não se obtêm resposta diferente do que não. A análise dos processos administrativos e produtivos deve ser transformada em prática comum e obrigatória, devendo ocorrer de forma natural, juntamente com a adoção de um plano contínuo de aprimoramento, utilizando-se a ISO 9000 como o item mínimo de qualidade a ser seguido pela empresa. A ISO 9000 deve ser aplicada como a base e o primeiro passo para que qualquer empresa atinja a qualidade total de seus produtos e serviços em um período de tempo que não deverá ter fim. A sobrevivência das empresas está lastreada no aprimoramento contínuo dos sistemas, por não haver um substitutivo para atingir a satisfação dos clientes com um custo de comercialização desses produtos ou serviços capaz de contemplar as restrições econômicas da empresa. 15.3 O QUE É ISO 9000 ? • É um conjunto de normas internacionais, que especificam o que fazer (requisitos) para montar um Sistema de Gestão da Qualidade aplicado a processos que geram produtos e serviços. • Emitidas pela organização Internacional de Normalização (ISO), com sede em Genebra, na Suíça. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 90 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • AS normas da série ISO 9000 são conhecidas mundialmente e válidas em mais de 120 países. Foram lançadas em 1987 e revisadas em 1994 e 2000. “ISO” em Grego significa “Homogêneo” (quase sem desigualdade). Pontos-chave: As normas da série ISO 9000/2000 contém as normas de Sistema da Qualidade. Estabelecem os requisitos básicos necessários para a obtenção da satisfação dos clientes, por meio da prevenção contínua da ocorrência de não-conformidades e falhas nos processos principais e de apoio. Não dizem “como” obter a qualidade, apenas fixam “o que” precisamos fazer para atender os requisitos do cliente, os regulamentares (quando aplicável) e os da própria organização com a qualidade. No Brasil a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a responsável pelo fórum de normalização; sendo assim, representante da ISO. ISO 9000 – “Se o jogo tem uma regra ele pode ser bem jogado”! A regra para Sistemas de Gestão da Qualidade agora é a norma ISO 9000/2000! 15.4 HISTÓRICO DAS NORMAS DE SISTEMAS DE QUALIDADE EVOLUÇÃO * 1959 - MIL-STD Q-9858 A * 1963 - AQAP * 1971 - ASME Boiler Code * 1973 - DEFSTAN 05 * 1973 - API 14 A * 1975 - CSA Z299 * 1975 - AS 18212223 * 1979 - BS 5750 * 1985 - API Q1 * 1987 - ISO série 9000 * 1990 - ABNT NB 9000 * 1994 - ISO 9000 (REVISÃO 1) * 2000 - ISO 9000 (REVISÃO 2) - Exército usa - OTAM - American Society of Mechanical Engeneers - Reino Unido - American Petroleum Institute - Norma Canadense - Norma Australiana - Norma Britânica - American Petroleum Institute - Adoção na Europa e outros países - Nacionalização da ISO 9000 - Ampla divulgação mundial; mais de 120 países adotam a ISO como padrões nacionais Pontos-chave: de onde vem a ISO 9000? Historicamente, é o resultado da evolução de normas instituídas em duas frentes: Segurança (e a conseqüente qualidade) das instalações nucleares. Confiabilidade (e a conseqüente qualidade) de artefatos militares. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 91 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento CADEIA DE SUPRIMENTOS: FORNECEDOR ORGANIZAÇÃO CLIENTE INSUMOS PROCESSO PRODUTO/SER VIÇO PONTOS-CHAVE: • Fornecedor: Empresa ou pessoa que fornece um produto ou serviço (insumo) para sua organização incorporar ao seu processo. • Organização: empresa ou pessoa que deve implementar o sistema de gestão da qualidade, aquela que executa os processos para gerar produtos ou serviços. • Cliente: empresa ou pessoa que recebe um produto ou serviço de uma organização. OS OITO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 1) Organização com foco no cliente. 2) Liderança da alta administração. 3) Envolvimento das pessoas. 4) Ênfase nos processos principais e de apoio. 5) Enfoque de Sistema para Gestão dos Processos. 6) Melhoria contínua (giro do PDCA), como objetivo principal da Organização. 7) Enfoque em fatos e dados para a tomada de decisões. 8) Benefícios recíprocos no relacionamento com fornecedores (operação ganhaganha). _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 92 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento MODELO DE GESTÃO POR PROCESSO CLIENTE PROCESSO OPERACIONAL IN - Matéria prima - Insumos (especificações) OU - Controle para garantir Qualidade; - Características especiais; - Produtividade; - Custos compatíveis; - Armazenagem e preservação; Especificações: - Qualidade Preço Prazo de entrega (satisfação) PONTOS-CHAVE: • Qualquer realização de tarefas (trabalhos) que recebe entradas, adicionando valor a estas e converte-as em saídas (produto/serviço) pode ser considerado processo. • A ISO 9001:2000 encoraja a adoção de processos relacionados, como meio de identificar e gerenciar oportunidades de melhoria. A mesma está baseada no modelo de processo e usando os oito princípios fundamentais de gestão da qualidade; acredita-se que com este modelo, as organizações de modo fácil alcançarão a excelência e a satisfação do cliente em todas as dimensões: Qualidade, Custo, Entrega/satisfação, Segurança e Meio Ambiente. 16. ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DA ISO 9001/2000 0 – Introdução 1 – Objetivo 2 – Referência Normativa 3 – Termos e Definições (conceituação de produtos/serviços) 4 – Sistema de Gestão da Qualidade 5 – Responsabilidade da Administração 6 – Gestão de Recursos 7 – Realização de Produtos 8 – Medição, Análise e Melhoria Bibliografia _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 93 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento APRESENTAÇÃO DA ISO 9000/2000 0 – INTRODUÇÃO Aborda que a norma pode ser usada por uma organização para buscar atingir a satisfação do cliente por meio do atendimento dos requisitos preconizados por este e quaisquer requisitos regulamentares aplicáveis. Porém, observa que sua adoção deve ser uma decisão estratégica da organização. Afirma que não é propósito da norma pressupor uniformidade na estrutura documental do Sistema de Gestão da Qualidade da organização para satisfazer a estrutura da norma. Faz referência a ISO 9004:2000 como guia para melhorar o desempenho global da organização. Porém, observa que a ISO 9004:2000 não é um guia de implementação da ISO 9001:2000, bom como não deve ser usada para certificação ou relação contratual. Afirma a compatibilidade da norma com a ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental. 1 - OBJETIVO 1.1 – Generalidades: Aborda que esta norma especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade quando uma organização: - Necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos/serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares; Pretende aumentar a satisfação de seus clientes. 1.2 – Aplicação: - Aborda que os requisitos contidos nesta norma são genéricos e aplicáveis a todas as organizações, independentemente do tipo, porte ou produto/serviço fornecido. - A organização pode somente excluir de seu Sistema de Gestão da Qualidade requisitos que não afetem sua capacidade e sua responsabilidade em fornecer produtos que atendam aos requisitos dos clientes e aos requisitos regulamentares, aplicáveis (leis, portarias, etc.). Estas exclusões são limitadas àqueles requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade constantes na cláusula 7 e podem ser devidas à natureza do produto/serviço da organização. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 94 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 4 - SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE 4.1 - Requisitos Gerais A organização deve: - Estabelecer - Documentar - Implementar - Manter e melhorar Um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) para todos os processos (inclusive os terceirizados) que interagem para gerar produtos e serviços. 4.2 – Requisitos de Documentos Os documentos que compõe o sistema de gestão da qualidade são: - Políticas e objetivos da qualidade. - Manual da qualidade. - Procedimentos requeridos na norma. - Documentos externos. - Registros requeridos na norma. O controle de documentos prevê: identificação, recuperação, tempo de retenção e descarte. armazenamento, proteção, PONTOS-CHAVE: A norma deixa claro que toda vez que aparecer a expressão “procedimento documentado”, ele deve ser estabelecido, documentado, implementado e mantido. A documentação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) deverá ser estruturada e adaptada ao tamanho da organização, bem como às complexidades e interações dos processos e à competência do pessoal usuário desta. O propósito principal do SGQ é assegurar que a organização realiza a efetiva operação e controle de seus processos (ISO para USO). O Manual da Qualidade deve incluir: o escopo do sistema de gestão, incluindo detalhes e justificativas de exclusão; fazer referência aos procedimentos documentados que compõe o sistema e descrever a interação dos processos que estão contidos no SGQ. 5 - RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO 5.1 – Comprometimento da Direção: A alta Direção da organização deve dar evidência de seu comprometimento com o desenvolvimento, implementação e melhoria contínua do SGQ mediante: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 95 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento - Comunicação para a organização da necessidade em atender os requisitos dos clientes. Estabelecimento da Política da Qualidade. Estabelecimento dos Objetivos da Qualidade. Condução de Análises Críticas. Disponibilização de Recursos. PONTOS-CHAVE: A liderança, o comprometimento e o envolvimento ativo da Alta Direção são essenciais para desenvolver e manter um sistema de gestão de qualidade eficaz e eficiente em alcançar benefícios para as partes interessadas. Para alcançar esses benefícios é necessário estabelecer, sustentar e aumentar, cada vez mais, a satisfação do cliente. Convém que a Alta Direção: estabeleça o Planejamento Estratégico para o futuro da Organização; crie um ambiente que encoraje o envolvimento e desenvolvimento das pessoas visando aumentar a conscientização e motivação; defina métodos de medição de desempenho da organização (tais como, benchmarking, pesquisa de satisfação de cliente, etc). Resumindo: Alta Direção deve, conduzir a organização por meio de exemplos para desenvolver a confiança entre as pessoas. 5.2 – Foco no Cliente: A Alta Direção deve: - Determinar as necessidades e expectativas sobre produtos e/ou serviços, convertendo-as em requisitos para obter a satisfação dos clientes. Assegurar continuamente o atendimento aos requisitos determinados. PONTOS-CHAVE: • • É importante levar em consideração na determinação das expectativas e necessidades dos clientes as obrigações relativas ao produto/serviço, incluindo requisitos legais e regulamentares (ex. Normas, Leis, Portarias, etc). A criação de canais de comunicação com o cliente será de grande importância neste requisito. 5.3 – Política da Qualidade Alta Direção deve assegurar que a política da qualidade: É apropriada (adequada) aos propósitos da organização. Inclui compromisso com atendimento aos requisitos do cliente e com a melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade. Forneça uma estrutura para estabelecer e analisar criticamente os objetivos da qualidade. É comunicada e compreendida em todos os níveis apropriados da organização. É analisada criticamente para garantir sua contínua adequação. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 96 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento PONTOS-CHAVE: A Política da Qualidade passa a ser um documento controlado. A ISO 9001/2000 reforça o enfoque dinâmico da Política de Qualidade. A Ultragaz / Brasilgás tem como Política: • • • • Melhoria da segurança. Melhoria do atendimento ao cliente. Melhoria da rentabilidade. Consolidação da marca. Valorizando seus colaboradores e preservando o Meio Ambiente. 5.4 – Planejamento: 5.4.1 Objetivos da Qualidade: - Estabelecidos nos vários níveis da organização. - Mensuráveis e consistentes com a Política. 5.4.2 Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade: - Identificar os processos principais de apoio e recursos necessários para que estes aconteçam de forma eficaz. - Assegurar que a integridade do Sistema de Gestão da Qualidade é mantida quando ocorrerem mudanças. PONTOS-CHAVE: A saída de planejamento deve ser documentada. O planejamento deve assegurar que as mudanças organizacionais são conduzidas de maneira controlada de forma a manter o SGQ durante a mesma. Recomenda-se que a organização estabeleça um Planejamento Estratégico, visando dar foco no planejamento de qualidade da organização. 5.5 – Administração: - Responsabilidade e autoridade. Representante da direção. Comunicação interna. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 97 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento PONTOS-CHAVE: Responsabilidade e Autoridade: A Organização deve definir e comunicar de forma clara e concisa os papéis de cada função, dentro do SGQ, visando facilitar sua efetividade. Deve também elaborar uma Matriz de Responsabilidade e Autoridade para o processo que está sendo certificado, incluindo os processos de apoio. Representante da Direção: A organização deve nomear formalmente um representante da direção para garantir que o SGQ está estabelecido e implementado. Comunicação Interna: A organização deve estabelecer um processo de comunicação entre os vários níveis da organização com relação aos processos do SGQ e sua eficácia. 5.6 – Análise Crítica pela Direção: A Alta Direção deve analisar criticamente o Sistema de Gestão da Qualidade. Estas análises devem: • • • • • ter periodicidade definida. Possuir agenda mínima (entradas). Definir ações de melhoria do SGQ e do produto, bem como recursos necessários (saídas). Avaliar a necessidade de mudança do SGQ incluindo Política e Objetivos, para tingir os resultados propostos (satisfação dos clientes). Ser registradas. 6 - GESTÃO DE RECURSOS 6.1 – Provisão de Recursos • A organização, em especial a Alta Direção, deve determinar e fornecer em tempo hábil os recursos necessários para a implementação e melhoria dos processos vinculados ao Sistema de Gestão da Qualidade, bem como para tingir e aumentar a satisfação do cliente. 6.2 – Recursos Humanos • O pessoal que executa tarefas (trabalhos) que afetam a qualidade do produto ou serviço deve ser competente com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriados. A Alta Direção deve: • Providenciar treinamento para gerar competência. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 98 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • • Avaliar a efetividade dos treinamentos. Conscientizar o pessoal da sua importância no atingimento dos objetivos da qualidade. Manter registros para comprovar as competências. PONTOS-CHAVE: A organização após determinar o perfil das competências necessárias para o pessoal que executa as tarefas (trabalhos) que afetam a qualidade do produto ou serviço deve providenciar treinamento ou tomar outras ações para satisfazer necessidades que não estejam atendendo o perfil. Basicamente, avaliação do treinamento se dá em cinco fases interdependentes e interligadas no processo de aprendizagem, a saber: 1ª avaliação do nível de reações do treinando; 2ª avaliação do nível de aprendizagem do treinando; 3ª avaliação de comportamento do treinando; 4ª avaliação dos resultados do treinamento; 5ª avaliação dos custos e benefícios do treinamento. 6.3 – Infra-estrutura: • A organização deve definir, prover e manter a infra-estrutura necessária para alcançar a conformidade dos requisitos especificados para o produto ou serviço. • Infra-estrutura inclui, quando aplicável: - Edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas; - Materiais e equipamentos de processo (incluindo programas de computador); - Serviços de apoio (tais como transporte). PONTOS-CHAVE: para alcançar a realização eficaz e eficiente dos produtos ou serviços, convém que o processo de definição da infra-estrutura necessária inclua: Determinação de objetivos (metas) voltada para desempenho, disponibilidade, custos e segurança dos processos. Desenvolvimento e implementação de métodos de manutenção para garantir a capabilidade dos processos. Considerações sobre as questões ambientais associadas à infra-estrutura, tais como limpeza, conservação de energia, poluição, desperdício e reciclagem. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 99 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 6.4 – Ambiente de Trabalho: A organização deve determinar e gerenciar as condições que assegurem um ambiente de trabalho adequado para alcançar a conformidade dos requisitos especificados ao produto ou serviço. PONTOS-CHAVE: para a criação de um ambiente de trabalho adequado, que exerça uma influência positiva na motivação, satisfação e desempenho das pessoas, devemos ter: Higiene e limpeza; Controle de ruídos, vibrações e poluição; Ergonomia adequada; Regras e orientações de segurança; Instalação de apoio (vestiários, restaurantes, áreas de lazer) suficientes e adequados às pessoas da Organização. Desenvolver um programa 5S e de Segurança e Saúde Ocupacional focado nas pessoas e instalações da Organização ajudará em demasia a implementação deste requisito. 7 – REALIZAÇÃO DO PRODUTO 7.1 – Planejamento da Realização do Produto A organização, no planejamento dos processos necessários para a realização do produto/serviço deve (quando apropriado): • • • • Determinar os objetivos da Qualidade e requisitos para o produto/serviço; Determinar a necessidade de documentar os processos e prover os recursos necessários para que estes gerem produtos/serviços; Prover verificação, validação, monitoramento, inspeção e ensaios para o produto/serviço, bem como os critérios para aceitação destes; Manter registros necessários como evidência objetiva de que o processo de realização e o produto/serviço atendem aos requisitos especificados. 7.2 – Processos Relacionados a Clientes: 7.2.1 – Determinação de requisitos relacionados ao produto Definir os requisitos de produto, considerando: • Os especificados pelo cliente (incluindo entrega e pós-entrega). • Cobrir requisitos estatutários e regulamentares relacionados ao produto e outros determinados pela organização. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 100 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 7.2.2 – Análise crítica dos requisitos do relacionados ao produto • A organização deve realizar análise crítica dos requisitos relacionados ao produto/serviço ao cliente e deve assegurar que: - Os requisitos do produto estão definidos. - Quaisquer diferenças do contrato ou pedido estão resolvidos. - Tem capacidade para atender aos requisitos definidos com o cliente. • Confirmar requisitos não documentados antes de sua aceitação. • Quando ocorrerem alterações nos requisitos especificados em contrato, estas devem ser documentadas e as alterações comunicadas às pessoas envolvidas com o contrato. • Manter registros dos resultados da análise crítica e quaisquer outras ações. 7.2.3 – Comunicação com o Cliente A organização deve determinar e tomar providências eficazes para se comunicar com os clientes sobre: • • • Informações sobre o produto/serviço Tratamento de consultas, contratos ou pedidos, incluindo emendas ao contrato Realimentação do cliente, incluindo suas reclamações. 7.3 – Projetos e Desenvolvimento A organização deve planejar e controlar o projeto e/ou desenvolvimento do produto, definindo: • Os estágios de projeto e/ou desenvolvimento • As tarefas de análise crítica, verificação e validação requeridas • As responsabilidades e autoridades pelas atividades de projeto/desenvolvimento As entradas de projetos devem ser definidas e analisadas criticamente para evitar requisitos conflitantes e ambíguos. As saídas de projeto devem estar disponíveis de forma a serem verificadas em relação às entradas de projetos e aprovadas antes de serem liberadas. A organização deve analisar sistematicamente o desenvolvimento do projeto a fim de avaliar os resultados, identificar os problemas e atuar corretivamente quando necessário. A organização deve verificar, validar o projeto e controlar as mudanças ocorridas em seu desenvolvimento. 7.4 Aquisição • Processo de Aquisição _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 101 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • Informação de Aquisição Verificação do Produto Adquirido PONTOS-CHAVES: A organização, no processo de aquisição, deve: Assegurar conformidade do produto adquirido com os requisitos especificados de aquisição. Definir o tipo e a extensão do controle aplicado ao fornecedor e ao produto adquirido considerando o efeito deste na realização subsequente do produto (processo) ou no produto final. Avaliar e selecionar fornecedores baseando-se na capacidade destes em prover produtos em conformidade com os requisitos. Estabelecer critérios para seleção, avaliação e reavaliação. Manter registros dos resultados e ações de avaliação. As informações de aquisições devem descrever o produto/serviço crítico a ser adquirido, incluindo onde apropriado: Requisitos para aprovação do produto Procedimentos, processos e equipamentos Qualificação de pessoal Sistema de gestão da qualidade A organização deve definir métodos e critérios de inspeção do produto adquirido. 7.5 – Produção e Fornecimento de Serviço A organização deve: • • • • • • Planejar e realizar o processo de produção ou fornecimento de serviço sob condições controladas (vide norma). Validar quaisquer processos de produção ou fornecimento de serviço onde o resultado final (saída) não possa ser verificado por monitoramento ou medição subsequente. Quando apropriado, definir meios adequados de identificação do produto. Prover identificação única quando a rastreabilidade for um requisito especificado. Determinar cuidados necessários para com as propriedades do cliente enquanto estiverem sob o controle da organização ou sendo usadas por ela. Determinar sistemática de preservação da conformidade do produto durante a fase de processo interno e entrega no destino pretendido. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 102 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento 7.6 – Controle de Dispositivos de Medição e Monitoramento: A Organização deve: • • • • • Determinar as medições e monitoramentos necessários para evidenciar a conformidade do produto com os requisitos determinados. Estabelecer os processos de medição e monitoramento. Quando necessário, estabelecer métodos para garantir a validade dos resultados de medição obtidos. Analisar a validade dos resultados de medição anteriores quando da constatação de que o dispositivo não se encontra de acordo com os requisitos. Avaliar a capacidade de softwares de medição e monitoramento. 8 – Medição, Análise e Melhoria 8.1 – Generalidades A organização deve: • Planejar e implementar processos necessários de monitoramento, medição, análise e melhoria para: - Demonstrar conformidade do produto. - Assegurar conformidade do Sistema de Gestão da Qualidade. - Melhorar continuamente a eficiência do sistema. • Determinar métodos aplicáveis, incluindo técnicas estatísticas, e a extensão de seu uso. 8.2 – Medição e Monitoramento A organização deve: • • • • Monitoramento satisfação do cliente; os métodos para obtenção e uso dessas informações devem ser determinados. Executar auditorias internas (a intervalos planejados) que verifiquem o nível de conformidade com as disposições planejadas para os processos, os requisitos da Norma e os requisitos estabelecidos pela própria Organização. Aplicar métodos que permitam o monitoramento/medição dos processos do Sistema de Gestão da Qualidade, com o objetivo de verificar se estes processos atingiram os resultados planejados. Medir e monitorar, em estágios apropriados do processo, as características do produto para verificar se seus requisitos têm sido atingidos. 8.3 – Controle de Produto Não-Conforme A Organização deve: _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 103 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento • • • Identificar e controlar o produto não-conforme para evitar o seu uso ou entrega não intencional. Definir controles e as responsabilidades e autoridades relacionadas em um procedimento documentado. Tratar o produto/serviço não-conforme por uma ou mais das seguintes formas: Execução de ações para eliminar a não-conformidade. Autorizar o uso, liberação e aceitação sob concessão. Impedir seu uso pretendido ou aplicações originais. 8.4 – Análise de Dados A Organização deve: • • • • • Determinar, coletar e analisar os dados apropriados. Demonstrar adequação e eficácia. Avaliar onde melhorias podem ser realizadas. Incluir dados de monitoramento, das medições e outros. Analisar dados que forneçam informações sobre: Satisfação de clientes e fornecedores. Conformidade com requisitos do produto/serviço. Características e tendências dos processos oportunidades para ações preventivas). e produto (incluindo 8.5 – Melhorias • A Organização deve melhorar de forma contínua a eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade por meio de uso: - • Ação Corretiva - • Da política da qualidade e dos objetivos da qualidade. Dos resultados de auditorias . Da análise de dados. Das ações corretivas e preventivas. Das análises críticas pela Direção. Procedimento. Análise de não-conformidades e reclamações. Métodos de solução de problemas. Implementação das ações necessárias. Registro. Análise crítica. Ação Preventiva - Definição das não-conformidades potenciais. Avaliação, definição de ações e implementação. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 104 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento - Registro. Análise crítica. PONTOS-CHAVE: A organização deve manter registros da natureza das não-conformidades e ações ou concessões subsequentes. Deve-se também verificar o produto corrigido para demonstrar conformidade. Quando detectadas após fornecimento ou uso, deve-se tomar ações apropriadas para as não-conformidades em relação aos efeitos indesejados, sejam eles reais ou potenciais. 17. METAS PARA MELHORIA DA QUALIDADE 17.1 TREINAMENTO – A CHAVE DO SUCESSO: Os recursos humanos representam um dos pilares de sustentação de uma empresa. O desenvolvimento desse recurso envolve atuações nas áreas de educação, treinamento, adaptação e intimidade do funcionário com suas funções práticas. As formas de se enfocar a parte humana de uma empresa deve estar alinhada com seu planejamento estratégico, para disponibilizar recursos financeiros. As normas da série ISO 9000 abordam o assunto treinamento enfocando vários pontos. Um dos primeiros pontos a serem analisados refere-se à avaliação da real necessidade de treinamento dos diversos funcionários dentro da empresa, viabilizado através da determinação e implantação de uma sistemática específica. Várias formas podem ser adotadas, tais como: Entrevistas junto aos funcionários para confrontar as suas descrições de cargo e atributos de suas atividades, ou levantamento de atividades de um setor/área e adequação dos funcionários aos requisitos do setor/área, através de treinamentos. O levantamento das necessidades deve se estender a todos os funcionários que realizem atividades com influência direta na qualidade dos produtos/serviços e/ou na implementação dos Sistema da Qualidade; em outras palavras, a todos os funcionários da empresa. Entre esses funcionários, devem ser determinados aqueles que executam tarefas específicas, tais como “recepcionista” ou “inspetor de qualidade”, e proporcionar treinamentos específicos, de modo a qualificá-los formalmente nessas atividades. O que tem observado na maioria das empresas, diferenciadas por segmento ou por tamanho, no que tange a treinamento, é a inexistência de uma política formal de treinamento. O motivo alegado é que esse tipo de “gastos”, em virtude de sua natureza, é de difícil realização e mensuração, não agregando valor ao produto. Um dos maiores erros, em se tratando de treinamento, é a inexistência de uma política formal de treinamento – normalmente contido no “Manual de Normas” da empresa – onde, ao ser admitido, o funcionário já toma ciência das condições exigidas no cumprimento daquilo a que se refere ao desenvolvimento do R.H. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 105 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Embora seja difícil visualizar, o treinamento também é responsável por agregar valor ao produto tendo em vista que resulta em um aprimoramento na técnica de distribuição, levando a um produto com maior grau de qualidade e com menor índice de retrabalho e/ou assistência técnica. 17.1.1 CUSTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA: Quando ocorre melhora da qualidade e da confiabilidade dos produtos e serviços, automaticamente observa-se a diminuição de custos de assistência técnica, os quais podem ser medidos através da redução de reclamações oriundas do campo, proporcionando uma economia de atendimento externo. Nota-se, também, como resultado, a melhoria da imagem da empresa e seus produtos/serviços junto aos clientes/consumidores, pelo pronto atendimento de suas necessidades, sem que seja preciso permanecer durante um período de tempo sem poder contar com aquele bem ou serviço. Um exemplo normalmente sentido seria a assistência técnica de um automóvel, a qual significa um desconforto para o usuário que permanece sem esse bem; quanto menos um automóvel necessitar de assistência técnica, maior será a satisfação de seu usuário. Um sistema de qualidade, com toda a sua complexidade, não se implanta automaticamente ou por si só. Todo o trabalho de implantação está intimamente ligado a um plano de treinamento que, além de capacitar os profissionais dessas empresas, venha motivar a todos, fazendo com que os profissionais se mantenham e melhore a sua performance ao logo do tempo. Concluindo, não se deve deixar de salientar ao próprio funcionário as vantagens pessoais resultantes de um treinamento constante. Se por um lado as empresas tem as suas vantagens, por outro lado o funcionário está sendo preparado para um mercado de trabalho onde a qualificação dentro dos requisitos da norma, se torna um diferencial na garantia da empregabilidade. 17.2 POLÍTICA DA QUALIDADE, A VOZ DA ADMINISTRAÇÃO A administração deve criar, implementar e divulgar para toda a organização uma política da qualidade que reflita o comprometimento da organização quanto à qualidade de seus produtos e serviços, através do cumprimento, por parte de cada um, de suas obrigações, responsabilidades e autoridades descritas em seu Sistema da Qualidade. Essa política deve ser coerente com os planos da qualidade da empresa, de forma a que esse compromisso possa estar embasado em pontos tangíveis. Ela deve também estar alinhada com o planejamento estratégico que a empresa tenha definido e esteja cumprindo. Com o intuito de divulgar a política da qualidade, a maioria das empresas enquadra cópias do documento, que são afixadas em diversos locais da empresa. É importante salientar que, geralmente nesse documento, consta a assinatura da cúpula da empresa, podendo ser uma ou mais assinaturas. Esse procedimento visa a salientar o comprometimento dos funcionários em todos os níveis com a qualidade. Alguns _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 106 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento pontos básicos devem ser considerados para se obter uma política da qualidade. São eles: • • • • Clientes Fornecedores Colaboradores Tecnologia CLIENTES: O enfoque principal da política da qualidade deve ser o cliente. A ISO 9000 tem entre os seus objetivos a compreensão das necessidades do cliente e, se possível, o atendimento a elas. Em qualquer política da qualidade, deve estar bem claro como a organização se posiciona em relação a seus clientes nos aspectos referentes às suas necessidade. É importante salientar o conceito de cliente interno. Dentro de uma empresa, cada setor/área presta serviços a outros setores/áreas, e também é atendido por outros setores/áreas; assim, cada setor/área possui seus clientes internos e é cliente interno de alguém. Como resultado, os clientes internos também devem, se possível, ser atendidos em suas necessidades. FORNECEDORES: Assim como os clientes são uma “extremidade” da cadeia que compõe o Sistema da Qualidade de qualquer organização, os fornecedores são a outra “extremidade”. Eles irão garantir a qualidade e o cumprimento das especificações de insumos, matériasprimas, produtos ou serviços a serem adquiridos pelas organizações. Os fornecedores são responsáveis, através de seus Sistemas da Qualidade, por fazerem com que os produtos ou serviços oferecidos por seus clientes atendam plenamente às necessidades dos clientes finais de cadeia de consumo, ou seja, na “extremidade” onde a qualidade requerida para tal produto ou serviço é gerada. COLABORADORES: Após terem recebido de seus fornecedores a base de seus produtos ou serviços, os funcionários da empresa é que irão garantir a qualidade específica dos produtos ou serviços através do desempenho de suas atividades no processo de distribuição. Como forma de garantir a qualidade, deve-se objetivar o treinamento constante dos funcionários. Assim, eles irão executar as suas atividades de uma forma padronizada, seguindo instruções de trabalho nas quais foram treinados, minimizando possíveis erros durante o processo. As diversas formas para se referir aos funcionários na política da qualidade têm seguido uma pseudo-hierarquia de palavras: Colaboradores Profissionais _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 107 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Funcionários Empregados As setas indicam o nível de importância considerado por algumas empresas na forma de tratamento com os seus funcionários. No topo da lista encontra-se a palavra “colaboradores”, um termo altamente motivador, quando explicado aos funcionários que eles são parte integrante da empresa e fundamentais à implementação de um Sistema da Qualidade baseado na norma ISO 9000. Nomear os funcionários de colaboradores significa comprometê-los formalmente com o projeto juntamente com a alta administração da empresa. Na escolha do termo a ser empregado é preciso considerar as diferenças regionais observadas no Brasil. Constatou-se, por exemplo, que em determinados locais da região Sul, o emprego da palavra “colaboradores” era sentido como uma posição extremamente inferior às outras palavras possíveis; assim, nesses locais, optou-se pelo uso de termo que os funcionários percebiam com o mesmo sentido que se tentava expressar. 17.3 TECNOLOGIA: A atualização tecnológica das organizações deve ser considerada como um ponto crítico, de forma que possam executar suas atividades de acordo com os requisitos especificados. A tecnologia auxilia as organizações a garantirem que os produtos ou serviços, a que elas se propõem executar, irão atender plenamente às necessidades de seus clientes. 17.4 REGISTRO DA QUALIDADE: Os registros documentam as atividades do sistema da qualidade de uma empresa, constituindo-se, portanto, em um elemento muito importante na sua demonstração, como uma evidência objetiva de sua aplicação e eficácia. Os requisitos quanto ao controle de registros da qualidade estão enunciados para identificar, coletar, indexar, acessar, arquivar, armazenar, manter e dispor os registros da qualidade. Os registros da qualidade devem ser mantidos para demonstrar conformidade com os requisitos especificados e a efetiva operação do sistema da qualidade. Todos os registros da qualidade devem ser legíveis e devem ser armazenados e mantidos de tal forma que sejam prontamente recuperáveis, em instalações que forneçam condições ambientais adequadas para prevenir contra danos, deterioração e perda. Os tempos de retenção dos registros da qualidade devem ser estabelecidos e registrados. Quando acordado em contrato, os registros da qualidade devem estar disponíveis para avaliação pelo cliente ou seu representante durante um período acordado. Nota: registros podem estar na forma de qualquer meio de comunicação, tais como cópia física ou meio eletrônico”. Os registros da qualidade fazem parte, na sua maioria, dos procedimentos que implementam as ações do manual de garantia da qualidade como anexos ou _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 108 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento formulários. Podem também aparecer como anexos de instruções quando a atividade específica, objeto de instruções, necessita de um registro. 17.5 AUDITORIA INTERNA: As auditorias internas são uma poderosa ferramenta gerencial que permite avaliar o sistema como um todo e, desse modo, gerencial que permite avaliar o sistema como um todo e, desse modo, fornecer elementos para que a média gerência se mantenha informada sobre o estatus atual do sistema e possa corrigir o rumo, se necessário. Para a execução dessa atividade é necessário treinar, qualificar e certificar auditores do sistema da qualidade, que devem ser funcionários da própria empresa. É importante que no quadro de auditores estejam no mínimo representadas todas as organizações que participam do sistema da qualidade da empresa. O treinamento dos auditores deve ser feito logo que o manual de garantia da qualidade esteja concluído e as auditorias devem se iniciar quando também os procedimentos estejam concluídos e razoavelmente implementados. 17.5.1 Objetivos da auditoria: O segundo requisito da ISO 9000 – Sistema da Qualidade – diz o seguinte: GENERALIDADES: O fornecedor deve estabelecer, documentar e manter um sistema da qualidade como meio de assegurar que o produto esteja em conformidade com os requisitos especificados. O fornecedor deve preparar um manual da qualidade cobrindo os requisitos desta norma. O manual deve incluir ou fazer referência aos procedimentos do sistema da qualidade e delinear a estrutura da documentação usada no sistema da qualidade. PROCEDIMENTOS DO SISTEMA DA QUALIDADE: O fornecedor deve: a) preparar procedimentos documentados consistentes com os requisitos desta norma e com a política da qualidade definida pelo fornecedor, e b) implementar efetivamente o sistema da qualidade e seus procedimentos documentados. Para os propósitos desta norma, a extensão e o grau de detalhamento dos procedimentos que fazem parte do sistema da qualidade podem depender da complexidade do trabalho, dos métodos utilizados e das habilidades e treinamento necessários no pessoal envolvido na execução da atividade. Obs.: Procedimentos documentados podem fazer referência a instruções de trabalho que definem como uma atividade é executada. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 109 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Assim, um sistema da qualidade baseado na série ISO 9000 é regido hierarquicamente pelos seguintes documentos: • Manual de Garantia da Qualidade • Procedimentos Operacionais • Instruções de trabalho (descrição de cargos) • Formulários 17.6 Avanço da ISO 9000 No mundo todo, a implantação de sistemas da qualidade, conforme as normas da série ISO 9000, vem sendo aplicada às mais diversas atividades, tais como indústria de todos os tipos, bancos, hospitais, hotelaria e serviços diversos. No brasil, depois que a série ISO 9000 foi traduzida e publicada em 1990 pela ABNT, o número de certificações tem crescido com a tendência internacional. As projeções prevêem que, antes do início do ano 2000, serão mais de cinco mil empresas certificadas no país. 17.7 NORMAS TÉCNICAS No Brasil a ABTT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabelece critérios normativos para implementação da qualidade em produtos industriais e prestadores de serviços em geral. Já na área de saúde o referencial é ditado pela Organização Mundial de Saúde. Na Produção agrícola o (SIF) – Serviço de Inspeção Federal aliado ao Ministério da Agricultura ditam normas e diretrizes par avaliação da qualidade para produtos de gêneros alimentício humano e animal. O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) se encarrega das questões relacionadas a peso e medidas bem como instruções normativas para aferições dos respectivos equipamentos. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 110 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Referências Bibliográficas ARAUJO, Luis Cezar Gonçalves de, 1941. Organização e métodos. 2.ed. São Paulo: Atlas 1985 CAMPOS, Vicente Falconi, 1940. TQC: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia. Belo Horizonte, fundação Christiano Ottoni, Escola de engenharia da UFMG, Rio de Janeiro: Bloch, 1994 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Materiais. São Paulo: MCGrawHill, 1990 _____________. Iniciação da Administração da Produção. São Paulo: MCGrawHill, 1990 _____________. Iniciação ao Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: MCGrawHill, 1990 _____________.Teoria Geral da Administração: Abordagem Explicativas. Vols 1 e 2. 4. Ed. São Paulo: Makron Books, 1993. Descritivas e FULLMANN, Claudiney, RITZMAN, I. KRAZENSK, L. Et al. MRP, MRPII, JIT, OPT e GDR. São Paulo: IMAN, 1989. HIRSCHFELD, Henrique, 1927. Planejamento com PERT-COM e Analise do Desempenho. 9.ed.São Paulo: Atlas, 1987. KOMATSU CAREER CREATION, Treinamento no Trabalho (OJT) para Gerentes. Tradução de Zelinda Tomie Fujikawa. 2.ed. Belo Horizonte, MG: Fundação Christiano Otoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1995 SIMCSLK, Tibor. OMIS: Organização, Métodos, Informação e Sistemas. Vols. 1 e 2. São Paulo: Makron Books, 1992 Qualidade em Serviços – Evandro Barrreira Milet Editora: Ediouro ISO 9000 Passaporte para a Qualidade – Heitor R. de Carvalho Editora: Campus Implementação de Sistemas da Qualidade (Série ISO 9000) – Júlio Drebthinsky Editora: Saraiva Gerenciamento da Rotina do Dia-a-Dia – Vicente Falconi Campo – (FDG) _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 111 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento LEITURAS RECOMENDADAS: • • Maior vendedor do mundo - Og Mandino. Revista Venda Mais – Editora Quantum • A Coragem de Mudar – José Augusto de Morais. • Sucesso não Ocorre por Acaso – Lair Ribeiro _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 112 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento Diretor Regional do Senai MG Alexandre Magno Leão dos Santos Modatec – Centro de Desenvolvimento Tecnológico para Vestuário Gerente – Jorge Domingos Peixoto Endereço : Rua Santo Agostinho, 1717 – Horto Belo Horizonte / MG – 31035-490 Tel: (31) 3482-5611 – 3482-5613 Fax: (31) 3482-5612 E-MAIL: [email protected] HOME-PAGE: www.fiemg.com.br/modatec Ficha Catalográfica SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE MINAS GERAIS Todos os direitos reservados ao SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Minas Gerais. É proibida a reprodução ou duplicação deste volume, ou parte do mesmo sob quaisquer meios, sem autorização expressa do SENAI. _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 113 SENAI – Modatec Qualificação e Aperfeiçoamento MODA tec O SENAI Modatec, integrado ao Sistema FIEMG, em parceria com o SEBRAE/MG é um Centro de Referência de Criação e Produção do Vestuário. Visa a capacitação e a formação profissional de recursos humanos, desenvolvimento e transferência de tecnologia, além da prestação de serviços às empresas do setor de confecção e calçadista, com o apoio do SINDIVEST e SINDICALÇADOS. Como apoio à indústria do vestuário, atuamos nas áreas: CONFECÇÃO CALÇADOS E BOLSAS 1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Desenvolvimento de Estilo Desenvolvimento de Modelagem de Bolsa Desenvolvimento de Modelagem via CAD/ CAM Escalação de Calçados via CAD/CAM Ampliação e Redução e Encaixe via CAD/CAM Corte de bolsas e calçados via CAD/CAM Elaboração da peça pré-piloto Cálculo de consumo 2. CURSOS REGULARES Cronometragem e Cronoanálise Modelagem Industrial Vestuário Feminino Acabamento em Alta Costura e Costura Modelagem Industrial Vestuário Masculino Industrial Modelagem Ind. – Interpretação de Modelos Modelagem de Calçados conforme Tendências Pesponto de Calçados e Bolsas Modelagem Industrial Moda Praia e Ginástica Modelagem de Bolsas Modelagem Industrial Vestuário Infantil Mecânica de Máquina de Costura Operador de Modelagem via CAD/CAM da Lectra Qualificação em Desenho de Calçados Systèmes Operador de Modelagem via CAD/CAM da Audaces Planejamento e Desenvolvimento de Coleção Qualificação em Costura Industrial Planejamento e Controle de Produção/Formação de Preço de Venda Gestão Empresarial para Confecção Qualificação em Desenho de Moda Desenho de Moda Via CAD Qualificação em Encarregado de Produção Mecânica de Máquina de Costura 3- CONSULTORIA Organização e Métodos para operadores do CAD Suporte técnico para melhoria da Lectra Systèmes qualidade do produto Suporte técnico para melhoria da qualidade do produto. Elaboração e Avaliação de Normas Técnicas para confecção de Uniformes Elaboração de Ensaios e Laudos Técnicos dentro das normas ABNT Realizamos eventos de tendência de moda duas vezes ao ano. Trabalhamos com o projeto SEBRAETEC, consultoria para melhoria do processo produtivo, o qual, proporciona subsídio de até 70% do valor do projeto, para atendimento às indústrias de confecção e calçados. Para associados dos sindicatos, o Modatec oferece descontos especiais. ! " #$ #$ Site: 0 0 0 1 - 1 12 ' % & % '( ) - E-mail: *# + *, -. /+ 3 4 1 12 _________________________________________________________________________________ Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Controle de Produção (PCP) 114