IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Assim como a filosofia antiga, a filosofia medieval possuía suas características próprias, o que contribuía para que ela pudesse ser analisada não apenas por uma época diferente, mas também por uma forma de pensar mais analítica, que em sua grande maioria, era ligada a um mesmo foco, a religiosidade. As principais questões debatidas pelos filósofos medievais eram: A relação entre a razão e a fé; A existência e a natureza de Deus; Fronteiras entre o conhecimento e a liberdade humana; Individualização das substâncias divisíveis e indivisíveis. Em resumo, o que vemos é que os principais temas estão relacionados a fé, o que prova o argumento da intervenção da igreja neste período da filosofia. Relacionar a fé, que é algo sem uma explicação lógica ou científica com a razão, que busca o entendimento das coisas, era uma forma que a igreja tinha de tentar explicar o que até ali não tinha explicação. A existência e a natureza de Deus, para a filosofia, era algo complexo, pois se partirmos do pressuposto de que a filosofia busca explicar as coisas desde o seu início, buscando formas de Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender provar o que está sendo apresentado, agora era uma obrigação filosófica explicar a existência de Deus. Neste período não era difícil encontrar pensadores que defendessem a tese de que fé e religião não deveriam estar subordinadas uma a outra, de que o indivíduo não precisaria ter sua fé ligada diretamente as racionalidades com as quais está acostumada a viver, porém, um nome se destacou em meio aos filósofos quanto a buscar uma forma racional de justificar as crenças. Conhecido como Santo Agostinho de Hipona, esse filósofo cristão desenvolveu uma idéia de que todo homem possui uma consciência moral e um livre arbítrio, que todos temos a consciência do que é certo e errado, do mesmo jeito que temos o direito de escolha, para fazer ou não cada coisa, mesmo sabendo que acarretarão conseqüências. PRINCIPAIS PERÍODOS Patrística (I d.C a VII d.C) È um período que se caracteriza pelo resultado dos esforços dos apóstolos (João e Paulo) e dos primeiros ''Padres da Igreja''para conciliar a nova religião com o pensamento filosófico mais corrente da época entre os gregos e os romanos. Não o bastante, tomou com tarefa a defesa da fé cristã, frente as diversas críticas advindas de valores teóricos e morais dos ''antigo''. Os nomes mais salientes desse período são os de Justino, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Naziano, Basílio, Gregório,de Nissa, eles representam a primeira tentativa de harmonizar determinados princípios da Filosofia grega ( particularmente do Epicurismo,do Estoicismo e do pensamento de Platão) com a doutrina cristã.(...). Eles não só estavam envolvidos com a tradição cultural helênica como também conviviam com filósofos estóicos, epicuristas, sofistas, pitagóricos e neoplatonicos. E não só conviviam, como também foram educados nesse ambiente multiforme da Filosofia grega ainda de suas conversões''. Medieval (XIII d.C a XIV d.C) Período bastante influenciado pelo pensamento socrático e platônico (conhecido aqui como eoplatônismo,vindo da filosofia de Plotino). Ocupou-se em discutir e problematizar ''Questões Universais''. É nesse período que o pensamento cristão se firma como ''Filosofia Cristão'‘, que mais tarde se torna Teologia. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Renascença (XIV d.C. a XVI d.C.) É marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na Idade Média e novas obras de Aristóteles, ainda temos a recuperação de trabalhos de grandes autores e artistas gregos e romanos. São três as linhas de Pensamento: - Neoplatonismo e Hermetismo; - Pensamentos florentinos; - Antropocentrismo. Foi um período marcado por uma efervescência teórica prática, alimentada principalmente por descobertas marítimas e crises político culturais que culminaram em profundas criticas á Igreja Católica, que evoluíram para reforma Protestante (a Igreja Católica responde com a ContraReforma e com a Inquisição). Origem do Cristianismo Cristianismo é uma religião monoteísta, centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento.A fé cristã acredita em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor. Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus seja Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir caminho para o céu aos humanos; os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus. Os cristão chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho (''Boas Novas''), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos O cristianismo se iniciou como uma seita judaica e, como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo,é classificada como uma religião judaico-cristã. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Após se originar no Mediterrâneo Oriental,rapidamente se expandiu em abrangência e influência,ao longo de poucas décadas;no século IV ja havia se tornado a religião dominante no Império Romano.Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi cristianizada,e os cristão também seguiram sendo uma significante minoria religiosa no Oriente Médio,Norte da África e em partes da Índia.Depois da Era das Descobertas,através do trabalho missionário e da colonização,o cristianismo se espalhou para as Américas e pelo resto do mundo. O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental pelo menos desde o século IV. A primeira nação a adotar o cristianismo como religião oficial foi a Armênia, fundando a Igreja Ortodoxa Armênia, em 301. No inicio do século XXI o cristianismo conta com entre 1,5 bilhão e 2,1 bilhões de seguidores, representado cerca de um quarto a um terço da população mundial,e é uma das maiores religiões do mundo.O cristianismo também é a religião de Estado de diversos países. A ascensão do imperador romano Constantino representou um ponto de virada para o cristianismo.Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de Milão) através do qual o cristianismo é reconhecido como uma religião do Império,e conhece a liberdade religiosa aos cristãos.A Igreja pode possuir bens e receber donativos e legados.È também reconhecida a jurisdição dos bispos. A questão da conversão de Constantino ao cristianismo é um tema de profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que sua conversão ocorreu gradualmente. Constantino quis também intervir nas querelas teológicas que na altura marcavam o cristianismo. Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o cristianismo religião oficial do Império Romano. Patrística (Santo Agostinho) Características Gerais Com nome de patrística entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu á época neo testamentária e chega até ao começo da Escolástica, isto é, os séculos II-VIII da era vulgar. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Este período da cultura cristão e designado com o nome de patrística, por quando representa o pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores da teologia católica, guias, mestres da doutrina cristã. A Patrística é contemporânea do último período do pensamento grego, o período religioso, com a qual tem fecundo contato, entretanto dele diferenciado-se profundamente, sobretudo como o teísmo se diferencia do panteísmo. É também contemporâneo do império romano, com o qual também polemiza, e que terminará por se cristianismo depois de Constantino. A patrística divide-se geralmente em três períodos. Até o ano 200 dedicou-se á defesa do Cristianismo contra seus adversários (padres apologistas, como São Justino Mártir,etc.). Até o ano450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristão (Santo Agostinho,Clemente Alexandrino,etc.). Até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio, etc) Esta divisão da Literatura Patrística em três períodos é geralmente feita, mais didaticamente,da seguinte forma: Período Ante-Niceno - correspondente ao período anterior ao Concilio Ecumênico de Nircéia(324 d.C.).Geralmente compreende os escritos surgidos entre o século I e inicio IV século. Período Niceno - correspondente ao período entre os anos anteriores até alguns imediatamente posteriores ao Cocílio Ecumênico de Nicéia (324 d.C).Geralmente compreende os escritos surgidos entre o inicio do IV século até o final deste. Período do Pós-Niceno- corresponde ao período compreendido entre os V e VIII séculos. Filosofia Escolástica A Escolástica inventou um método para discussão de idéias filosóficas. Conhecido como disputa, esse artifício consistia em apresentar uma tese, que seria defendida ou refutada com base em argumentos encontrados na Bíblia, na obra de Platão, Aristóteles; e demais Padres da Igreja. Foi Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender um movimento que pretendia usar os conhecimentos greco-romanos para entender e explicar a revelação religiosa do cristianismo. As idéias dos filósofos gregos Platão e Aristóteles adquirem grande importância nesta fase. Os teólogos e filósofos cristão começam a se preocupar em provar a existência da alma humana e de Deus Para os filósofos escolásticos a Igreja possuía um importante papel de conduzir os seres humanos à salvação. No século XII, os conhecimentos passam a ser debatidos, armazenados e transmitidos de forma mais eficiente com o surgimento de várias universidades na Europa. Principais representantes: Anselmo de Cantuária, Albertus Magnus, São Tomás de Aquino, John Duns Scotus e Guilherme de Ockham. Durante a Idade Média, aconteceu um sincretismo entre as crenças religiosas e o conhecimento clássico. Assim, os filósofos medievais foram influenciados pelas obras de Aristóteles, que foram conservadas e traduzidas pelos árabes Averróis e Avicena. Platão também influenciou o pensamento medieval. Porém, os filósofos da época só conheciam o neoplatônico, pela Filosofia de Plotino do século VI d.C. A Idade Média conta com particularidades diversas que se afasta daquela errônea perspectiva que a define como a “Idade das trevas”. Contudo, a predominância dos valores religiosos e as demais condições específicas fazem do período medieval apenas singular em relação aos demais períodos históricos. Nesse sentido, o expressivo monopólio intelectual exercido pela Igreja estabeleceu uma cultura de traço fortemente teocêntrico. Não por acaso, os mais proeminentes filósofos que surgiram nessa época tiveram grande preocupação em discutir assuntos diretamente ligados ao desenvolvimento e à compreensão das doutrinas cristãs. Já durante o século III, Tertuliano apontava que o conhecimento não poderia ser válido se não estivesse atrelado aos valores cristãos. Logo em seguida, outros clérigos defenderam que as verdades do pensamento dogmático cristão não poderiam estar subordinadas à razão. Em contrapartida, existiam outros pensadores medievais que não advogavam a favor dessa completa oposição entre a fé e a razão. Um dos mais expressivos representantes dessa conciliação foi Santo Agostinho, que entre os séculos IV e V defendeu a busca de explicações racionais que justificassem as crenças. Em suas obras “Confissões” e “Cidade de Deus”, Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender inspiradas em Platão, ele aponta para o valor onipresente da ação divina. Para ele, o homem não teria autonomia para alcançar a própria salvação espiritual. A idéia de subordinação do homem em relação a Deus e da razão à fé acabou tendo grande predominância durante vários séculos no pensamento filosófico medieval. Mais do que refletir interesses que legitimavam o poder religioso da época, o negativismo impregnado no ideário de Santo Agostinho deve ser visto como uma conseqüência próxima às conturbações, guerras e invasões que viriam a marcar a formação do mundo medieval. Contudo, as transformações experimentadas com a Baixa Idade Média promoveram uma interessante revisão da teologia agostiniana. A chamada filosofia escolástica apareceu com o intuito de promover a harmonização entre os campos da fé e da razão. Entre seus principais representantes estava São Tomas de Aquino, que durante o século XIII lecionou na universidade de Paris e publicou “Suma Teológica”, obra onde dialoga com diversos pontos do pensamento aristotélico São Tomás, talvez influenciado pelos rigores que organizavam a Igreja, preocupou-se em criar formas de conhecimento que não se apequenassem em relação a nenhum tipo de questionamento. Paralelamente, sua obra teve uma composição mais otimista em relação à figura Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender do homem. Isso porque acreditava que nem todas as coisas a serem desvendadas no mundo dependiam única e exclusivamente da ação divina. Dessa maneira, o homem teria papel ativo na produção de conhecimento. Apesar dessa nova concepção, a filosofia escolástica não foi promotora de um distanciamento das questões religiosas e, muito menos, afastou-se das mesmas. Mesmo reconhecendo o valor positivo do livre-arbítrio do homem, a escolástica defende o papel central que a Igreja teria na definição dos caminhos e atitudes que poderiam levar o homem à salvação. Com isso, os escolásticos promoveram o combate às heresias e preservaram as funções primordiais da Igreja. Apesar de ter as mesmas preocupações que a Filosofia patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, os pensadores do medievo acrescentaram um assunto importante em sua filosofia: o Problema dos Universais, que diz respeito à idéia e sua relação com a realidade. Fora a filosofia dos gregos, os medievais foram influenciados pelo pensamento de Santo Agostinho, bispo, escritor, teólogo, filósofo, Padre latino e Doutor da Igreja Católica. Surge nesta época a teologia, que é a Filosofia cristã. Um dos temas mais discutidos por esta vertente filosófica é a prova da existência de Deus e da alma. Era necessário comprovar a existência do criador e do espírito humano imortal. Entre os assuntos encontrados na Filosofia medieval estão a hierarquia entre os seres existentes (relação de domínio entre superiores e inferiores), domínio de papas e bispos sobre reis e barões, separação e diferença entre espírito e corpo, fé e razão, Deus e homem. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Maimônides, Nahmanides, Yeudah ben Levi (judeus), Avicena, Averróis, Alfarabi e Algazáli (árabes), Abelardo, Duns Scoto, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Guilherme de Ockham, Roger Bacon e São Boaventura são considerados os principais nomes da Filosofia medieval. Uma grande característica deste período é a interferência da Igreja Católica em todas as áreas do conhecimento, e por esse motivo tornou-se comum encontrarmos tanto temas religiosos como os próprios membros da igreja fazendo parte dos filósofos que vieram a dar vida a este momento da história da filosofia. Filosofia dos Padres Apostólicos Nos séculos I e II, a filosofia desenvolvida esteve relacionada com o início do Cristianismo e, portanto, os filósofos desse período estavam preocupados em disseminar os ensinamentos de Jesus Cristo. Recebe esse nome uma vez que esse cristianismo primitivo esteve baseado nos escritos de diversos apóstolos. O maior representante desse período foi Paulo de Tarso, ou Apóstolo Paulo, que escreveu muitas epístolas registradas no Novo Testamento. Filosofia dos Padres Apologistas Nos séculos III e IV a filosofia medieval passa para uma nova fase relacionada com a apologia (defesa e elogio) que os filósofos buscavam na religião cristã. De tal modo, eles rechaçavam a filosofia greco-romana por alegarem que os temas pagãos não estavam de acordo com os ideais do Cristianismo. Nesse período destacam-se os apologistas cristãos: Justino Mártir, Orígenes de Alexandria e Tertuliano. Filosofia Patrística O período patrístico, que durou do século I d.C. à VII d.C, ficou caracterizado pelos esforços dos apóstolos João e Paulo e dos primeiros Padres da igreja para fazer uma ligação entre a nova religião e o pensamento filosófico da época, que tinha o pensamento greco-romano em linha de frente. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Os nomes mais destacados desse período foram: Justino Mártis, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio de Cesaréia e Gregorio de Nissa. Eles não apenas eram envolvidos em com a filosofia grega, a cultura helênica como também foram educados no ambiente desse tipo de filosofia, e assim sendo, queriam usar essa forma de pensamento para ajudar na expansão do cristianismo. A Patrística se desenvolveu num ambiente altamente influenciado pela filosofia grega e dela se valeu para esclarecer e defender o novo conteúdo da fé. O Neoplatonismo, contemporâneo da Patrística, teve grande ascendência sobre os primeiros escritores cristãos. Encontramos, nessa época, duas tendências opostas: de um lado, os padres da Igreja oriental ou grega, que pretenderam harmonizar o pensamento grego com a religião cristã; de outro, os padres da Igreja ocidental ou latina, que combateram a cultura pagã. A filosofia foi utilizada para defender a religião cristã dos ataques dos seus adversários pagãos e gnósticos (gnosticismo - ecletismo filosófico e religioso que gerou a heresia gnóstica: redução da criação e redenção cristãs a fenômenos naturais), e para prestar ajuda na justificação dos dogmas (pontos fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa). Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender A Patrística não nos legou nenhum sistema filosófico cristão; a maioria das questões de que tratou derivou de polêmicas doutrinárias e de tentativas de sua resolução. Até Santo Agostinho, a Patrística foi ocasional e fragmentária. Alguns representantes da Patrística. Os primeiros padres da Igreja escreveram em defesa (apologia) da nova religião e por isso foram chamados de Apologistas. São Justino, padre apologista grego, foi considerado o fundador da Patrística; viveu no século II e morreu mártir em Roma. Entre os apologistas latinos, deve ser citado Tertuliano de Cartago que nasceu na metade do século II e morreu em Roma, em 240. Dos apologistas da Igreja oriental devem ser lembrados Clemente (fins do século II - início do III) e Orígenes (século III), o maior dos pensadores cristãos anteriores a Agostinho. As grandes discussões sobre os dogmas e a refutação das heresias foram, pouco a pouco, desenvolvendo a filosofia cristã e deram aos seus defensores a estatura de filósofos à altura dos seus antecessores na antiguidade clássica. SANTO AGOSTINHO Agostinho acreditava que o pensar racional fosse compatível com a verdade revelada por Deus e que, portanto, a filosofia pudesse servir à teologia. Ele foi o principal representante dessa forma de pensar e, através dela, procurou fazer o entrosamento das várias tendências da Patrística - à Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender síntese que realizou, ele mesmo chamou filosofia cristã, sistematizando uma concepção do mundo, do homem e de Deus, que por muito tempo foi a doutrina fundamental da Igreja Católica. Quando Agostinho se converteu ao cristianismo, já conhecia muito bem, principalmente através da leitura dos textos de Cícero, o pensamento clássico (néoplatônicos, néo-pitagóricos, epicuristas e estóicos). Também para ele, o pensar filosófico busca resolver o problema da felicidade: afirma que o homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade. Entendia que a filosofia não sai em busca do conhecimento da natureza do universo físico ou dos deuses, mas sim, do homem à procura da felicidade. Como o próprio Agostinho encontrou essa felicidade ou beatitude através da fé e da intuição e não pelo esforço intelectual, ele retoma o grande problema da Patrística - a conciliação entre a razão e a fé, entre a filosofia pagã e a fé cristã. Agostinho conhecia as idéias dos céticos da Nova Academia platônica (Arcesilau e Carnéades) que, como já vimos, ensinavam que se deve duvidar de tudo e que só se pode conhecer o que é provável (probabilismo), sem absoluta certeza da verdade. Ele consegue vencer o ceticismo, aprofundando-o: se duvido, no ato de duvidar tenho consciência de mim mesmo como aquele que duvida - Se eu me engano, eu sou, pois aquele que não é, não pode ser enganado - não posso duvidar do meu próprio ser, tenho a certeza de mim como existente. Atingindo a certeza da própria existência através da dúvida, Agostinho antecipa Descartes, que formulou sua reflexão doze séculos mais tarde: cogito, ergo sum - penso, logo existo. Essa primeira certeza fundamentou sua teoria do conhecimento e revelou a essência do homem: ser pensante em quem o pensamento não se confunde com a matéria. Seu modo de ver o homem como uma alma que se serve de um corpo, foi herdado de Platão através do conhecimento da doutrina do neo-platônico Plotino. Agostinho ensina que a união da alma com o corpo, tendo sido criada por Deus, não pode ser um mal; que a alma é hierarquicamente superior ao corpo e tende a um fim que está além da ordem natural: tende a Deus, que é o seu princípio. Esse conceito é também platônico: lembremo-nos de que Platão acreditava que a terra não é o fim último da alma, senão que, após sua passagem pelo mundo natural, deverá voltar ao mundo das idéias. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Agostinho distingue dois tipos de conhecimento: - Aquele que decorre dos órgãos dos sentidos que apreendem os objetos exteriores - é mutável, temporal; portanto, não necessário. - O conhecimento das verdades imutáveis e eternas; portanto, necessário. Se considerarmos que o homem é tão mutável quanto as coisas que nossos sentidos percebem, donde virá o conhecimento da verdade imutável e necessária? Responde o filósofo: da iluminação divina. Outra vez encontramos Platão - na alegoria da caverna, o homem pode conhecer a verdade, porque um sol externo (a idéia do Bem) ilumina o mundo das Idéias. Para Agostinho, então, conhecer a verdade é possível, porque as Idéias, as verdades, estão presentes em nosso intelecto e Deus nos concede a graça de iluminá-las, para que possamos conhecê-las. Conceito difícil de ser entendido, aproxima-se dos conceitos platônicos da reminiscência e das idéias inatas; mas nosso filósofo cristão procura diferenciar os dois conceitos: as idéias não são inatas, mas presentes em nós como reflexos da verdade divina, como um presente que Deus nos oferece. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender Como o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, tem uma presença da verdade que não é a Verdade absoluta que ele procura - esta presença da verdade, que é, ao mesmo tempo, uma ausência da Verdade absoluta, faz do homem um ser inquieto, à procura da luz infinita da Verdade absoluta. Agostinho foi o filósofo da inquietação humana, do homem como inquieto perene. Como o pensamento humano descobriu a existência de Deus? De acordo com Agostinho, nada há no homem e no mundo superior à mente, mas a mente intui verdades imutáveis e absolutas, que são superiores a ela; portanto, existe a Verdade imutável, absoluta e transcendente que é Deus. Não podemos conhecer Deus na sua essência e dele só podemos falar por analogia com aquilo que conhecemos. Novamente recorrendo a Platão, Agostinho incorpora o mundo das aparências e o mundo das idéias ao pensamento e à mística cristã. Deus está fora do tempo, é sempre presente; o mundo foi criado junto com o tempo e não no tempo - antes do mundo ser criado, não havia tempo. Deus é eterno, presente, fora do tempo. Antes de Agostinho, Deus era visto como um organizador do caos inicial. Bem diversa é a doutrina cristã do filósofo, para quem Deus é o criador de todos os seres, a partir do nada e como conseqüência do seu amor infinito. Agostinho também contesta o maniqueísmo (doutrina de origem persa, segundo a qual o universo foi criado e é regido pela luta entre dois princípios antagônicos com a mesma força: Deus, o bem absoluto e o Demônio, o mal absoluto) Outro problema de difícil resolução, abordado por Agostinho, foi o do livre arbítrio: depois do pecado original (antes o homem era livre, mas tendia naturalmente para o bem), o homem possuía o livre arbítrio, isto é, a possibilidade de escolher entre um bem maior e um bem menor, entre o bem e o mal e entre um mal maior e um mal menor. A vontade pode afastar o homem de Deus, fazendo escolhas erradas. Afastar-se de Deus significa ir para o não-ser, isto é, caminhar para o mal. Eis aí o pecado, que não é necessário e deriva, unicamente, da vontade do homem, nunca de Deus. Caminhando para o pecado, a alma decai e não consegue salvar-se sozinha vem, então, a graça divina para dirigir o homem para o bem, sem, no entanto, privá-lo do livre arbítrio. Sem o auxílio da graça, exercendo o livre arbítrio, o homem poderia escolher o mal. Mas, segundo Agostinho, nem todos recebem a graça; apenas os predestinados à salvação a recebem das mãos de Deus. Esse conceito de predestinação, da dualidade dos eleitos e dos condenados é exposto em sua obra Cidade de Deus; nela, o autor descreve os homens no mundo, depois do Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender pecado original ( a vontade, movida pelo orgulho, distanciou-se de Deus): aqueles que persistem no erro de Adão e Eva, ou seja, no pecado, vivem na cidade dos homens, na cidade da terra, onde são sempre castigados; os que recebem a graça divina, os eleitos, constroem a Cidade de Deus e viverão para sempre, eternamente no Bem. Todos os fatos históricos negativos, como as guerras, o dilúvio e os impérios opressores, pertencem à cidade dos homens; os fatos positivos, como a arca de Noé, Moisés, os profetas e, principalmente, a vinda de Jesus ao mundo, são manifestações da Cidade de Deus. Agostinho escreveu a Cidade de Deus, enquanto assistia os bárbaros destruírem o Império Romano; deu uma resposta ao paganismo romano que acusava o cristianismo de ter culpa nesse desastre - não foi um desastre, mas a mão de Deus que castigou os pagãos da cidade dos homens, para dar lugar ao cristianismo, arauto da Cidade de Deus. A doutrina filosófica e teológica de Agostinho, elaborada no final da Antiguidade, exerceu enorme influência durante a Idade Média. Sua capacidade de aprofundar e ampliar a relação entre a filosofia antiga principalmente platônica e neo-platônica - e o cristianismo, fez dele o fundador do platonismo cristão e o primeiro sistematizador da filosofia cristã. Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br IECEF – Instituto Fayol Uma forma diferente de aprender A FILOSOFIA ÁRABE Tal como os filósofos cristãos, também os árabes tentaram conciliar o conteúdo da revelação com a filosofia, ou melhor, esforçaram-se por explicar racionalmente a verdade revelada através da filosofia. Pretendiam perpassar a obscuridade da fé com a luz da razão natural. Trata-se de conciliar a fé com a razão, síntese que muitas vezes culmina em modos originais de pensar. O pensamento rígido do Corão e dos tradicionalistas chocou muitas vezes com a cosmo visão platônica e aristotélica, sobretudo nas concepções da criação e da ação divina sobre o mundo. Os árabes tiveram contato com a filosofia grega através dos territórios conquistados onde predominava a cultura helênica e assim conheceram obras gregas no campo da medicina, matemática e filosofia. Através das traduções feitas pelos judeus de Espanha dos comentadores de Aristóteles, os europeus puderam conhecer a maior parte do corpus aristotelicum, que era desconhecido até então. O que mais se conhecia de Aristóteles era somente a lógica, depois, através dos comentadores árabes, juntou-se a metafísica, a física, a ética e a psicologia. BIBLIOGRAFIA http://www.suapesquisa.com/idademedia/filosofia_medieval.htm https://www.todamateria.com.br/filosofia-medieval/ http://www.infoescola.com/filosofia/filosofia-medieval/ http://brasilescola.uol.com.br/historiag/filosofia-medieval.htm Sugestões de vídeo aulas https://www.youtube.com/watch?v=yJpwoA_BOtk https://www.youtube.com/watch?v=y1cnrz1uTcs https://www.youtube.com/watch?v=ngxVe7QQ3zg https://www.youtube.com/watch?v=6GP_OGHQokQ Instituto Fayol CNPJ: 21.878.207/0001-33 Rua Moscou 46 Jardim Augusta, São Jose dos Campos – São Paulo CEP 12216-700 ☎ 0800-591-5123 E-mail: [email protected] Site: http://www.iecef.com.br