PATRÍSTICA E SANTO AGOSTINHO DE HIPONA

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FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E SANTO AGOSTINHO DE HIPONA (354 - 430)
IDADE MÉDIA
Séc. V (queda do Império Romano do Ocidente - 456 d.C.) – XV (conquista de Constantinopla 1453).
Períodos da Filosofia Medieval: Patrística (Séc. V - IX); Escolástica (Séc. IX - XV)
Difusão e fortalecimento do Cristianismo
Igreja: importante papel político;
Grande quantidade de bens materiais: dona de 1/3 das terras cultiváveis da Europa ocidental (terra
era a principal base de riqueza).
Produção cultural e intelectual regulada pela Igreja.
FÉ X RAZÃO
Cristianismo baseia-se na fé (crença irrestrita, adesão incondicional às verdades reveladas por Deus
aos seres humanos).
Escrituras Sagradas: portadoras da verdade.
Investigação filosófica ou científica não poderia contrariar as verdades estabelecidas pela fé cristã.
ÉTICA MEDIEVAL
Ética ligada à religião.
Enquanto que para os filósofos antigos a razão seria capaz de controlar nossos desejos e vontades,
para o cristianismo, nossas vontades estavam corrompidas pelo pecado.
Para agir eticamente precisamos do auxílio divino, necessitamos das leis divinas (Escrituras
Sagradas).
Conceitos éticos fundamentais da Filosofia Medieval: a fé (qualidade da relação de nossa alma com
Deus); a ideia de dever.
Para sermos éticos “devemos” reconhecer e cumprir a vontade e a lei de Deus (Escrituras Sagradas).
Teorias éticas medievais: o fim, o objetivo do ser humano é a salvação espiritual.
A PATRÍSTICA
Explicação dos preceitos, ideias do cristianismo as autoridades romanas e ao povo em geral.
Não impostos à força: apresentados de maneira convincente.
Primeiros Padres da Igreja: elaboração de textos sobre a fé e a revelação cristãs.
Patrística: conjunto desses textos.
SANTO AGOSTINHO: PENSAMENTO
Conciliação entre o cristianismo e o pensamento filosófico pagão.
Platão (427 – 347 a.C.) e neoplatonismo: influencia o pensamento, a filosofia de Agostinho: adapta
algumas ideias e teorias de Platão ao Cristianismo.
Razão e Fé se complementam
Homem: Corpo e Alma. Superioridade da alma.
Alma criada por Deus para controlar o corpo (dirigindo-o para o bem, que consiste no amor a
Deus).
Pecador inverteria essa relação.
O PROBLEMA DO MAL: MANIQUEÍSMO
Maniqueísmo: Doutrina criada por Manes (século III).
Combina elementos do zoroastrismo, de outras religiões orientais, além do cristianismo.
Visão dualista: encontram-se no mundo as forças do bem e do mal, ou da luz e da escuridão.
Princípios absolutos: em permanente e eterno confronto.
Homem: destituído de liberdade, suas ações são o resultado de um confronto interno (Bem x Mal).
O PROBLEMA DO MAL: AGOSTINHO CRISTÃO
Deus: eterno e imutável do qual procede toda natureza material ou espiritual.
Toda natureza criada é um bem.
Se Deus criou todas as coisas, ele teria criado também o mal?
Homem: livre e criativo, vontade livre (livre arbítrio).
Não seguir o bem por imposição, mas por livre escolha.
O homem, fazendo uso errado do seu livre-arbítrio (liberdade) criou o mal.
As más ações provêm das paixões humanas.
Todo mal consiste na carência ou ausência do bem: bem e não bem.
BOA VONTADE X VONTADE CORROMPIDA
Homem Bom: utiliza da boa vontade, da razão, para praticar suas ações.
Boa Vontade: praticada com amor às coisas eternas e atemporais (Deus).
O Mal: fruto de ações praticadas com uma vontade corrompida.
Vontade Corrompida: o homem pratica visando uma segunda classe de amor (paixões, ou libido, o
amor às coisas materiais).
TRATADO POLÍTICO: CIVITAS DEI
A Cidade de Deus (Civitas Dei, Civitas Coelestis).
Cidade: sociedades de homens.
Cidade de Deus : Igreja (interesses espirituais).
Libertos do pecado, em peregrinação ao céu e muito próximos do ser divino.
Cidade dos Homens (Cidade Terrena, Civitas Diaboli): Estado (coisas materiais).
Pessoas marcadas pelo pecado, não vivem na fé.
CIDADE DE DEUS E CIDADE DOS HOMENS
Humanidade dividida em 2 grupos: os que vivem segundo o Homem (Cidade dos Homens); os que
vivem segundo Deus (Cidade de Deus).
Cidade de Deus: reinar eternamente com Deus; Cidade dos Homens: sofrer eterno suplício com o
diabo.
Estado e Cidade de Deus: Estado subordinado à Igreja.
Igreja cristã: jurisdição sobre a Sociedade Política.
A autoridade que exerce o poder terreno só será perfeita se for um governante cristão.
PRINCÍPIOS DA MORALIDADE AGOSTINIANA
Finalidade da moral: garantir a perfeita ordem dos valores.
Uti, Frui: pela vontade livre, o homem distingue as coisas a serem afeiçoadas, amadas das a serem
usadas.
Frui: significa afeiçoar-se a algo, ou seja, “fruir” é aderir a alguma coisa por amor a ela.
Utilizar: servir-se de algo para alcançar um objeto que se ama; ou seja, dizemos usar, quando
buscamos um objeto por outro.
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
AGOSTINHO. Confissões. Trad. Arnaldo do Espírito Santo /João Beato /Maria Cristina CastroMaia de Sousa Pimentel. Lisboa: Lusosofia, 2001.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2008.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2011.
MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED, 2009.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia Vol. 2: Patrística e Escolástica. São
Paulo: Paulus, 2003.
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